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NOÇÕES DE CONTROLE INTERNO

Olá, Aluno(a)!

Seja muito bem-vindo(a) a nossa aula da disciplina de Serviço de Intendência na MB. Nesta
primeira Unidade de Ensino (UE) vamos estudar noções de controle interno.

Ao longo da nossa aula, teremos os seguintes tópicos:

- Função, definição e objetivos do Controle Interno;

- Princípios, eficácia e limitações do Controle Interno; e

- Fases do Controle Interno.

Com um Controle Interno bem estruturado é possível evitar-se erros que ocorrem até por
desconhecimento do gestor, bem como desvios e fraudes.

Então, mãos à obra!

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Objetivos de aprendizagem:

- Entender a função administrativa do controle;


- Conceituar a definição e objetivos do Controle Interno;
- Entender os princípios, a eficácia e limitações do Controle Interno; e
- Verificar as fases do Controle interno.

1.1 - FUNÇÃO, DEFINIÇÃO E OBJETIVOS

- Função Administrativa do Controle

O controle é a quarta função administrativa. Ele depende do planejamento, da organização e


da direção para formar o processo administrativo.

PLANEJAMENTO - ORGANIZAÇÃO - DIREÇÃO - CONTROLE

A função de controle está intimamente relacionada com o planejamento, a organização e a


implementação de modo que fica difícil identificar onde uma função termina e a outra começa,
sendo muitas vezes esses conceitos utilizados concomitantemente e não separadamente. Esse
relacionamento da função controle com as demais funções administrativas pode ser visualizado no
Ciclo PDCA.

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- Definição de Controle Interno

É o conjunto de regras, procedimentos, diretrizes, protocolos, rotinas de sistemas


informatizados, conferências e trâmites de documentos/informações, entre outros,
operacionalizados de forma integrada pela direção e pelo corpo de servidores das organizações,
destinados a enfrentar os riscos e fornecer segurança razoável de que, na consecução da missão
da entidade, os seguintes objetivos gerais serão alcançados:

a) execução ordenada, ética, econômica, eficiente e eficaz das operações;


b) cumprimento das obrigações de accountability;
c) cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis; e
d) salvaguarda dos recursos para evitar perdas, mau uso e danos.

O estabelecimento de Controles Internos no âmbito da gestão pública visa essencialmente


aumentar a probabilidade de que os objetivos e metas estabelecidos sejam alcançados, de forma
eficaz, eficiente, efetiva e econômica.

- Objetivos e Componentes do Controle Interno

Os Controles Internos da gestão se constituem na primeira linha (ou camada) de defesa das
organizações públicas para propiciar o alcance de seus objetivos.
Os controles internos da gestão baseiam-se no gerenciamento de riscos e integram o
processo de gestão. Os componentes dos controles internos da gestão e do gerenciamento de riscos
aplicam-se a todos os níveis, unidades e dependências do órgão ou da entidade pública.

O sistema de Controle Interno das organizações deve contemplar os seguintes componentes:


a) ambiente de controle;
b) avaliação de risco;
c) procedimentos de controle;
d) informação e comunicação; e
e) monitoramento.

Ambiente de controle: é a base de todos os controles internos da gestão, sendo formado pelo
conjunto de regras e estrutura que determinam a qualidade dos controles internos da gestão.
O ambiente de controle deve influenciar a forma pela qual se estabelecem as estratégias e os
objetivos e na maneira como os procedimentos de Controle Interno são estruturados.

Avaliação de risco: É o processo permanente de identificação e análise dos riscos relevantes que
impactam o alcance dos objetivos da organização e determina a resposta apropriada ao risco.
Envolve identificação, avaliação e resposta aos riscos, devendo ser um processo permanente.

Atividades de controles internos: São atividades materiais e formais, como políticas,


procedimentos, técnicas e ferramentas, implementadas pela gestão para diminuir os riscos e
assegurar o alcance de objetivos organizacionais e de políticas públicas.

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Informação e comunicação: As informações produzidas pelo órgão ou entidade devem ser
apropriadas, tempestivas, atuais, precisas e acessíveis, devendo ser identificadas, armazenadas e
comunicadas de forma que, em determinado prazo, permitam que os funcionários e servidores
cumpram suas responsabilidades, inclusive a de execução dos procedimentos de Controle Interno.

Monitoramento: É obtido por meio de revisões específicas ou monitoramento , independente ou


não, realizados sobre todos os demais componentes de controles internos, com o fim de aferir sua
eficácia, eficiência, efetividade, economicidade, excelência ou execução na implementação dos seus
componentes e corrigir tempestivamente as deficiências dos controles internos.

1.2 – PRINCÍPIOS, EFICÁCIA E LIMITAÇÕES DO CONTROLE INTERNO

- Princípios do Controle Interno


Os Controles Internos da gestão do órgão ou entidade devem ser desenhados e implementados em
consonância com os seguintes princípios:
I – aderência à integridade e a valores éticos;
II – competência da alta administração em exercer a supervisão do desenvolvimento e do
desempenho dos controles internos da gestão;
III – coerência e harmonização da estrutura de competências e responsabilidades dos diversos níveis
de gestão do órgão ou entidade;
IV – compromisso da alta administração em atrair, desenvolver e reter pessoas com competências
técnicas, em alinhamento com os objetivos da organização;
V – clara definição dos responsáveis pelos diversos controles internos da gestão no âmbito da
organização;
VI – clara definição de objetivos que possibilitem o eficaz gerenciamento de riscos;
VII – mapeamento das vulnerabilidades que impactam os objetivos, de forma que sejam
adequadamente identificados os riscos a serem geridos;
VIII – identificação e avaliação das mudanças internas e externas ao órgão ou entidade que possam
afetar significativamente os controles internos da gestão;
IX – desenvolvimento e implementação de atividades de controle que contribuam para a obtenção
de níveis aceitáveis de riscos;
X – adequado suporte de tecnologia da informação para apoiar a implementação dos controles
internos da gestão;
XI – definição de políticas e normas que suportem as atividades de controles internos da gestão;
XII – utilização de informações relevantes e de qualidade para apoiar o funcionamento dos
controles internos da gestão;
XIII – disseminação de informações necessárias ao fortalecimento da cultura e da valorização dos
controles internos da gestão;
XIV– realização de avaliações periódicas para verificar a eficácia do funcionamento dos controles
internos da gestão; e
XV – comunicação do resultado da avaliação dos controles internos da gestão aos responsáveis pela
adoção de ações corretivas, incluindo a alta administração.

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- Eficácia do Controle Interno

Controle Interno sob o enfoque contábil compreende o conjunto de recursos, métodos,


procedimentos e processos adotados pela entidade do setor público, com a finalidade de:
a) salvaguardar os ativos e assegurar a veracidade dos componentes patrimoniais;
b) dar conformidade ao registro contábil em relação ao ato correspondente;
c) propiciar a obtenção de informação oportuna e adequada;
d) estimular adesão às normas e às diretrizes fixadas;
e) contribuir para a promoção da eficiência operacional da entidade;e
f) auxiliar na prevenção de práticas ineficientes e antieconômicas, erros, fraudes, malversação,
abusos, desvios e outras inadequações.

- Limitações do Controle Interno


O sistema de Controle Interno pode ser passível de falhas e erros provocados pela não
compreensão plena dos procedimentos ou por fraudes com intuito de causar prejuízos à entidade.
As limitações mais comuns inerentes aos controles internos são: erros de julgamento por
informações inadequadas, falhas devido à falta de entendimento, conluio de indivíduos com intuito
de alguma vantagem e atos praticados pela administração com objetivos ilegítimos. A
administração da organização deve promover políticas administrativas que minimizem a
possibilidade de ocorrência de fraudes ou erros.

1.3 – FASES DO CONTROLE INTERNO


As fases de Controle Interno a serem exercidas pelas UG, estabelecidas com base no
acompanhamento que os Órgãos de Controle Interno fazem na execução dos serviços da MB, são:
a) Organização das rotinas de Controle Interno;
b) Prestação de contas; e
c) Fiscalização.

- Organização das rotinas de Controle Interno


Cabe às UG organizarem as rotinas de Controle Interno, adaptáveis às condições peculiares
de cada uma e às diferentes contas de gestão existentes, que permitam uma avaliação e uma
fiscalização efetiva, no sentido de assegurar a regularidade na guarda e aplicação de numerários,
valores e outros bens sob a responsabilidade das UG.
O estabelecimento dessas rotinas de controle deve ser formalizado por meio de Ordem
Interna (OI) ou documentos equivalentes, a fim de evitar solução de continuidade.
Os seguintes aspectos inerentes a Organização das rotinas de Controle Interno devem ser
observados:
a) tirar o máximo proveito possível das técnicas de amostragem, possibilitando obter grau de
confiabilidade adequado, com carga de trabalho e custos compatíveis;
b) prever o seu exercício de forma sistemática, nos diversos níveis de responsabilidades, e
independentemente de quaisquer certificados a serem exarados nas prestações de contas ou nos
documentos comprobatórios correspondentes;

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c) definir rotinas para a apresentação das necessidades de material, serviços e obras a serem
adquiridos e contratados, incluindo-as, compulsoriamente, no "Programa de Aplicação de
Recursos” (PAR), conforme instruções constantes das Normas;
d) examinar atentamente as licitações e emitir a adjudicação e homologação, formalmente, antes
da emissão da autorização de compra ou Nota de Empenho (NE);
e) definir rotinas para o recebimento de material e para aceitação de serviços e obras, não apenas
para cumprir uma das fases da despesa, mas, principalmente, para permitir que a MB não seja
lesada;
f) no caso da execução de obras, exercer fiscalização contínua e corrente, não se limitando ao
exame posterior da documentação;
g) exercer fiscalização sobre os atos e fatos administrativos, dos quais os documentos são,
meramente, os registros;
h) observar que a simplificação e a desburocratização não significam, necessariamente,
eliminação de documentos, mas, sobretudo, racionalização; em decorrência da racionalização, o
registro por meio de documentos pode tornar-se desnecessário;
i) observar que serviços administrativos bem planejados e corretamente executados geram menor
quantidade de documentos;
j) trocar o segredo do(s) cofre(s) da UG, cujo conhecimento deve ser restrito ao Agente
Financeiro ou Gestor correspondente, por ocasião das transferências de responsabilidades,
mantendo cópia, em envelope lacrado, com o Ordenador de Despesa;
k) observar, sempre que possível, o princípio da segregação de funções, de forma que uma mesma
pessoa não seja indicada para o exercício de duas ou mais funções que, por sua natureza, exijam
fiscalização entre elas ou se completem; e
l) definir, claramente, a atribuição de responsabilidades, de forma que cada militar ou servidor
conheça suas obrigações e por elas responda.

- Prestação de Contas
Prestação de contas é a apresentação de processo organizado, mediante a qual o Ordenador
de Despesa comprova perante o CCIMAR, os atos de gestão praticados pelos agentes
corresponsáveis nas respectivas contas de gestão ou de responsabilidade.

- Fiscalização
A fiscalização consiste na verificação, e consequente aprovação ou não, dos processos de
prestação de contas dos atos de gestão praticados pelos agentes responsáveis nas contas de gestão
da OM, num determinado período, e de responsabilidade, ao término da aplicação.
A verificação de constas consiste no exame e apreciação dos processos de prestação de
contas por Relator capacitado, cujo resultado será formalizado no Parecer de Análise de Contas
Inicial (PACI).

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VAMOS TESTAR OS SEUS CONHECIMENTOS!

Vamos fazer agora uma pequena pausa nos nossos estudos para verificar o que o senhor já
aprendeu até aqui. Responda às questões abaixo.

I – Qual é a definição de controle interno?

II - Com relação a eficácia do controle interno que, sob o enfoque contábil, compreende o conjunto
de recursos, métodos, procedimentos e processos adotados pela entidade do setor público, cite suas
finalidades:

III – Coloque “V” ou “F” nos parênteses à esquerda, conforme as afirmativas sejam consideradas
verdadeiras ou falsas.

( ) A função de controle está intimamente relacionada com o planejamento, a organização e a


implementação e este relacionamento da função controle com as demais funções administrativas
pode ser visualizado no Ciclo PDCA.
( ) Erros de julgamento por informações inadequadas, falhas devido à falta de entendimento,
conluio de indivíduos com intuito de alguma vantagem e atos praticados pela administração com
objetivos ilegítimos, podem ser considerados uma das limitações mais comuns do controle interno.

( ) A prestação de contas NÃO é considerada uma das fases do Controle Interno.

( ) Os Controles Internos da gestão se constituem na primeira linha de defesa das organizações


públicas para propiciar o alcance de seus objetivos.

GABARITO:

I - É o conjunto de regras, procedimentos, diretrizes, protocolos, rotinas de sistemas informatizados,


conferências e trâmites de documentos e informações, entre outros, operacionalizados de forma
integrada pela direção e pelo corpo de servidores das organizações, destinados a enfrentar os riscos
e fornecer segurança razoável na consecução da missão da entidade.

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II -
- salvaguardar os ativos e assegurar a veracidade dos componentes patrimoniais;
- dar conformidade ao registro contábil em relação ao ato correspondente;
- propiciar a obtenção de informação oportuna e adequada;
- estimular adesão às normas e às diretrizes fixadas;
- contribuir para a promoção da eficiência operacional da entidade; e
- auxiliar na prevenção de práticas ineficientes e antieconômicas, erros, fraudes, malversação,
abusos, desvios e outras inadequações.

III - V; V; F; V

RECADO FINAL:

Na aula de hoje, vimos a função, a definição e objetivos do Controle Interno, além de


entender seus princípios, eficácia e limitações.

Então, bons estudos!

Até a próxima aula!

Observação: Este guia de estudo é um extrato das referências bibliográficas abaixo relacionadas.

Referências Bibliográficas:

BRASIL. Marinha do Brasil. Secretaria-Geral da Marinha. SGM-301. Normas sobre


Administração Financeira e Contabilidade. 8ª Rev. Brasília, 2020. Cap 1,2,3 e 16. Disponível
em: <http://http://sgm.mb/?q=normas>. Acesso em: 08 jan. 2021.

BRASIL. Marinha do Brasil. Centro de Instrução Almirante Alexandrino. CIAA-112/060 – Guia


de Estudo - Noções de Controle Interno. 1ª Edição. Rio de Janeiro, 2018. Cap 1 e 2.

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