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MODALIDADES:
* REGIME JURÍDICO: 9º, IV, 22-39, 1.570, CC; 242, P. 1º, 626, 744, 745, CPC;
29, VI, 94, 104, 107, I, LRP; ENC. 614 J.CIV.
NÃO SE HERDA DÍVIDA? Regra: 1792, 1997, CC; 796, CPC. “Exceções”: a. alimentos
– 1700, CC; 23, L6515/73, enc. 342, J. Civ., e, b. obrigações propter rem, que aderem a
coisa e são recebidas pelo sucessor (502, 1.345 CC), pois a consequência do
inadimplemento é o risco da perda do bem ao qual aderem tais débitos (3º, IV, L.
8009/90; REsp. 1829663/SP, j. 17.06.2016).
Leis Especiais: Apesar do EPD ter retirado o deficiente mental do rol do CC,
admite incapacidade absoluta para tal condição, embora prefira a decretação de
relativa incapacidade. O Estatuto do Índio (4o, pú., e L. 6001/73) é lei especial que
pressupõe incapacidade absoluta para os índios não integrados.
São representados (932, I e II, 974, 1634, VII, 1690, 1747, I, CC), se praticarem
algum ato em regra é nulo (166, I, CC). Não tem como convalidar, mas admite
uma exceção: 542 e 543, CC (donatário de doação pura).
São assistidos (932, I e II, 974, 1634, VII, 1690, 1747, I, CC), se praticarem um
ato civil em regra ele é anulável (171, I, 178, III, CC). Mas, tem diversas formas
para convalidar: 105, 172-184, 178, III, e 589 CC, e várias exceções: 5o, 228, I,
666, 1517, 1693, II, 1860, par. un, CC.
1º) POR IDADE
EMANCIPAÇÃO (5º, I, 9º, II, 976, 1635, II, 1614, 1690, 1758, 1763, I, CC; 13,
p. 2º, 29, IV, 89-91, 107, p. 1º, L. 6.015/73-LRP; enc. 530, J.Civ.). 3 formas:
1. VOLUNTÁRIA – Concedida pelos pais por instrumento público independe
de homologação judicial, é registrada (5o, I, 9o, II, 1635, II, 1690, CC);
2. JUDICIAL – Por decisão judicial no caso de tutor ou para “desempatar”
decisão dos pais, é registrada, decisão deve ser comunicada em até 8 dias
(5o, I, 9o, II, 1631, pú., CC; 89 e 91 LRP);
3. LEGAL – Em hipóteses previstas nos incisos II-V do 5o, CC, é anotada (13
e 107 LRP):
a. casamento, que por sua vez depende de autorização parental – pode ser
suprida por juiz (1519 CC) -´para 16-18 anos (5o. II, 1517, 1520 CC);
b. sustento próprio por cargo público efetivo, propriedade de estabelecimento
comercial ou civil, trabalho remunerado (5o, III, V, 972, CC);
c. colação de grau de nível superior: bcharelado, licenciatura ou tecnólogo (5o,
IV, CC; 36, p. 9o, 44, 45, L. 9434/97, Lei de Diretrizes e Bases - LDB)
◼ Requisitos: mínimo: ter 16 anos completos E só para os atos da vida civil
◼ Só vale perante terceiros após registro – 1758 CC; 91, par. un. LRP.
2º) TOXICOMANO OU ÉBRIO HABITUAL – PROCEDIMENTO DE INTERDIÇÃO
Caso de incapacidade relativa, (4º II, 1767, III, CC; 114, EPD):
◼ A sentença deve ser registrada para criar efeitos jurídicos perante terceiros –
9o., III, CC; 13, p. 2º, 29, V; 79, 10º; 89, 92-94, 104, 107, LRP. * Exceção:
quando manifesta e evidente a condição de incapacidade mesmo que anterior
ao procedimento de interdição (STJ: REsp. 1694984/MS) X inversamente para
atos processuais: REsp. 1694984/MS e 1414884/RS.
◼ Diferença neste caso está nas consequências da interdição que é apenas para
atos de disposição patrimonial, p.ex. Adotar uma criança ou casar não
dependem de representação (85 EPD).
5º) PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS MENTAIS – L. 13.146/2015 – EPD – INTERDIÇÃO ESPECIAL
É hipótese que atualmente se sujeita a regime jurídico especial: Dec. 6949/2009 – Conv.
Intern. sobre Dir. de Pessoas com Deficiência NY/2007; L. 10.216/2001, Lei
antimanicomial; e, Lei 13146/2015, Estatuto das Pessoas com Deficiência–EPD.
Regime jurídico especial: 4o., pú., CC; 114, EPD; 50, p. 2o., 246, p. 2o. e 3o., LRP; L. 6.001/73 (Estatuto dos Índios), Dec.
88.118/83; Dec. 564/92; Dec. 1.141/94; Dec. 1.775/96; Dec. 3.156/99; e Inst. Normativas 1 e 2/94, FUNAI.
ATENÇÃO: incapacidade vale apenas para o índio não integrado – A lei pressupõe incapacidade absoluta nestes casos.
Para os índios não integrados, silvícolas, o procedimento de interdição não é exigido, inversamente pode haver o procedimento de
“desinterdição”. Pela via administrativa, direto na FUNAI, ou Judicial, pelo qual o postulante deve provar a compreensão e inserção
na cultura “civilizada” moderna.
Responsável legal: FUNAI, por TUTELA ESPECIAL – 231 e 232, CRFB/1988. O registro civil de índios NÃO INTEGRADOS é
facultativo – 50, p. 2º, LRP, 12, 13 do Estatuto dos índios.
ESTADO CIVIL OU QUALIFICAÇÃO JURÍDICA – POSSE DE ESTADO
Regime jurídico: 9º, I, CC; 29, I, 50-66, LRP; 10, 228, 229 L. 8069/90.
PRAZOS: a. 15 dias, comum (Pai e Mãe – 46, 50 e 52, 1o., LRP); b. 3 meses,
especial, local de nasimento 30 km distante da sede do cartório (50 LRP); c. 45 dias
(outros parentes ou autoridades que não os pais – 52, 2o-6o, LRP); d. a qualquer
tempo entre 18-21 anos, a propria pessoa (50, p. 3o, LRP). Fora do prazo – 46 e 50,
LRP: precisará de termo assinado por duas testemunhas, pode ser colocado em
suspeição e depender de decisão judicial, terá atribuição de multa de 1 Sal.Min.
Objetivo: coibir adoção “à brasileira” 241-243 CP.
ESPECIAIS:
d. Estrangeiros: 224, CC; 13 LINDB; 32, 50, p. 5º, 65, 129, 6º, 148, 221, III, LRP
2. CASAMENTO
PRAZOS: 30 dias casamento civil (33, II, 73, LRP), 90 dias para casamento religioso com efeito civil
(1516, p. 1o, CC; 33, III, 71-75, LRP). ESPECIAIS:
a. Putativo – 1545 e 1561, CC, enc. 4 IBDFam.;
b. Nuncupativo ou in extremis – 69 e 76 LRP; 1540, 1541, 1542, CC;
c. Por procuração – 1542, 1550, V, e 1560, p. 2º, CC. União estável (70-A, p. 2º, LRP)
d. Virtual – por videoconferência (67, p. 8º LRP)
e. Estrangeiros – registro em 80 dias após a volta ao Brasil (224, 1544 CC; 7º, p. 3º, e 5º; e, 13,
LINDB; 32, 65, 129, 6º, 148, 221, III, LRP).
f. União estável – 226, p. 3º , CRFB/88, 1.723-1.727, 1790, CC; 70-A, 94-A, LRP; L. 8.971/94, L.
9.278/96, enc. 115, 266, 346, 525, 641 J.Civ., enc. 3 IBDFam., Temas STF: 498, 809. – requisitos
(1723 CC), não impõe todos os deveres do casamento (1566, 1724, CC, 382 STF: coabitação):
relação estável e duradoura (mínimo 1 ano, majoritária), dever de mútua fidelidade e lealdade foi
afastado: “...exigência em relações estáveis e duradouras simultâneas, mas não nas
sucessivas...” (STJ, REsp. 1974218/AL-2022. 3ª. T. Min. Andrighi), sem impedimento matrimonial,
estável e que não é: noivado “convivência com expectativa de constituir família no futuro...” (STJ,
REsp. 1454643/RJ, 03.03.2015, 3ª T. Min. Bellizze – “namoro qualificado”). União estável pode
converter em casamento por procuração (70-A, p. 2º, L. 6015/73)
g. União homoafetiva – equiparada ao relacionamento por união estável - 3º, IV, 5º, II, 226, p. 3º,
CRFB/88, ADI 4277/DF – 2011, ADPF 132/RJ – 2011, ADI 4966/DF- 2013, enc. 524, 526, 601
J.Civ., Res. 175/2013 do CNJ determinou o reconhecimento de Casamento no cartório civil) O
Temas STF: 498 e 809 STF, efeitos sucessórios.
3. MORTE
Regime jurídico: 6º-8º, CC; 29, III, 77-88, LRP; Res. 2173/2017, CFM.
◼ DOCUMENTO PRÉVIO: Atestado médico de óbito (duplo atestado de morte
encefálica, intervalo de 6-24 h + teste de apneia) – 9o, I CC; 77, 80 LRP
◼ GRATUIDADE: Todo cidadão – 5o. LXXVI, CRFB/88; 30, LRP
◼ PRAZOS: 24 horas ou 90 dias (50, 78, LRP), fora do prazo (46, 83, LRP)
ESPECIAIS:
a. Indigente - 79, p. 6º, 81, 82, e 87, LRP; L. 8501/92 (uso em aulas de anatomia e
medicina legal do corpo não reclamado em até 30 dias);
b. Menor até 1 ano de idade – 53 e 77, p. 1º, LRP (certidão de nascimento);
c. Funeral por cremação – 77, p. 2º, LRP, ou autorização judicial;
d. Interno sob custódia do Estado - 79, p. 4º, 80-83, 87, LRP;
e. À bordo – 31, 84, LRP e Em guerra – 85 e 86, LRP;
f. Estrangeiros - 224, CC; 13, LINDB; 32, 65, 129, 6º, 148, 163, 221, III, LRP
g. Morte presumida: 1. sem ausência – 7º e 9º, IV, CC; 88 LRP; 2. com ausência –
22-39 CC, 75, VI, 626, 671, 744, 745 CPC, 29, VI, 94, 104, 107, LRP.
DOMICÍLIO – 70-78 CC
CONCEITO: Local onde a pessoa fixa residencia, moradia (objetivo), com ânimo definitivo
(subjetivo). A pessoa pode ter várias residências, mas deve ter apenas um local oficial ao
qual se reconhece a natureza de domicílio civil, local onde será demandada para atos
oficiais, judiciais e negociais da sua vida civil.
FUNÇÕES: 1. É o asilo inviolável – extensão da personalidade da pessoa humana (5º, XI
CRFB88; 150, CP – invasão de domicílio -; 212, CPC – horário para atos processuais:
6-20h. -). 2. Identifica a pessoa em sua qualificação jurídica e define sua jurisdição: local
onde vai demandar e ser demandado (53 CPC; 7º-12 LINDB)
◼ 70 CC – Domicílio X residencia. Corpus / moradia + Animus manendi / intenção
(circunstancias da vida definem e comprovam)
◼ 71 CC; 46, p. 1o CPC – Conurbação, dois ou mais domicílios, vale onde for encontrado
◼ 72 CC, 651 CLT, – Domicílio profissional (42 CDC)
◼ 73 CC; 46, p. 2o CPC – Sem domicílio fixo, vale onde for encontrado
◼ 74 CC; 43 CPC – Mudança de domicílio, definido pelo ânimo / circunstâncias da vida
◼ 75 CC; 51, 53, III, IV, CPC; 363 STF – Domicílio “necessário” da PJ, admite várias
alternativas de jurisdição (75, p. 1o CPC; 4o L. 9099/95)
◼ 76 e 77 CC – Domicílio necessário pessoa natural (75 CPC; L. 7.652/88 - marítimo)
◼ 78 CC; 335 STF Domicílio contratual / foro de eleição (exceção não vale: 25, 51, I CDC)
DIREITOS DA PERSONALIDADE
a. Eutanásia: Morte sem sofrimento. Ação que promove morte alheia. Direta (eutanásia
real): sufocamento, desligamento de equipamento, ou, indireta (suicídio assistido):
indicação de fármaco ou substancia letal. Ilegal – 121 e 122, CP, e 29, Cód. de Ética
Médica. Objeto do art. 21, PL. 5559/2016.
3. DIREITO AO NOME: Duplo regime jurídico, elementos e proteção no CC, registro e alteração pela LRP
1. ELEMENTOS - 16 ao 19, CC:
a. prenome ou nome de batismo (54, 4o), 55, 57, LRP), simples ou composto (54, 6o, 63, LRP);
b. sobrenome (55, LRP), ou apelido de família, ou patronímico, ou cognomen, de ambos os pais mesmo que
“ilegítimos” (54, 7o., 59, 60 LRP);
c. agnome, em caso de membro da família homônimo (54, 6o, LRP), deve ser evitado (55, p. 3o LRP);
d. pseudônimo ou apelido público e notório para atividade lícita (19 CC; 58, LRP), ou nom de plume, ou nome
artístico (registrável como marca: 12 e 24, II, L. 9610/98 - LDA; 124, XV e XVI, 129, L. 9279/96 - LPI), ou
epíteto, ou alcunha, ou cognome, pode vir à integrar o sobrenome se usado para fins lícitos (57, LRP), com
direito a proteção idêntica ao nome de batismo (19, CC).
2. PROTEÇÃO – 12 CC e 140 J.Civ.:
◼ Lembrar das três tutelas – 12 CC: cautelar – cominatória – reparatória, que podem ser cumuladas
◼ A proteção do nome contra uso ofensivo ou mesmo elogioso desautorizado principalmente econômico (enc.
587, J.Civ.) PODE ser flexibilizada ou ponderada com outros direitos fundamentais (8o, 489, II CPC; 20
LINDB).
◼ Caso muito comum é o de conflito/choque entre a afirmação da liberdade de expressão ou do direito à
informação pública (5o, IV, IX, XIV, e 220, CRFB/88) X a proteção dos direitos da personalidade da
integridade moral: nome, privacidade, intimidade, honra, imagem (5o, V e X, CRFB/88; enc. 274, 278, 279,
587, 613, J.Civ.; ADI 4815/DF-2015, e, ADI 4451/DF-2018.
◼ Regra especial de proteção para divulgação de nome de menor, criança e adolescente, em caso de ato
infracional: 143, 144 e 247 da ECA.
INTEGRIDADE MORAL
3. ALTERAÇÃO: O principio da continuidade ou imutabilidade rege o direito registral
brasileiro, portanto tem que haver procedimento justificando alteração da identidade social
(56, 57 LRP), embora se admita uma alteração imotivada e extrajudicial de prenome (56, p.
1º, LRP). Há varias hipóteses na lei, algumas prevendo processo meramente cartorário /
administrativo (39-41, 56 [1o ano de maioridade do prenome por vários motivos], 57
[inclusão de sobrenomes familiars, etc], e 110 LRP [retificações pelos pais por erro
ortográfico do cartório] que se tornou mais comum pela L. 14382/22; mas em alguns casos
é exigida ação judicial com participação do MP (18, 40, 57, 109-113 LRP; L. 3764/60):
1. Retificação, muito comum por erro ortográfico do cartório (39, 110, LRP);
2. Tomada de abreviatura, excesso de sobrenomes ou por uso professional / commercial
de nome abreviado (29, p. 1º, f, 57, p. 1º, LRP);
3. Exposição ao ridículo, Comum para alterar prenome (55, p. 1º. LRP), no caso de
transsexual / transgênero, o motivo é identidade física diversa e não o ridículo do nome
em si (1º, III, CR/88, 276, J.Civ., 761 STF);
4. Adoção de pseudônimo notório e para fim lícito, importa em inclusão dentre os
sobrenomes (19 CC; 58, caput, LRP);
5. Proteção à testemunha, único caso em que não se averba o novo nome (57. p. 7º, 58,
pú. LRP), exceção à regra geral do 56, p. 2º, LRP;
INTEGRIDADE MORAL
6. Adoção (227, p. 6º, CR/88; 1593, 1596 CC; 95, 96 LRP; 20, 47 ECA; L. 12.010/2009);
7. Reconhecimento de filiação, pode ser paterno, mais comum, ou materno (54, 7º, p. 1º e
2º, 55, 57, I e IV, 59, 60, LRP; L. 8560/92; 20, 26, 27, 102, p. 5º, ECA);
8. Parentalidade não biológica (padrasto / madrasta ou multiparentalidade: 57, p. 8º, LRP),
com expressa concordância do homenageado e mediante procedimento judicial. Tal previsão
tem favorecido a adoção da figura da família multiparental (1596 CC; Prov. 63/2017 e 83/2019
CNJ; RExt. 898060/SC, 2016, Tema 622 STF / RExt. 898060/SC, 6.6.19; enc. 9, 29, 33,
IBDFAM; 632, 642, J.Civ.). Também por esta medida se regulariza o registro pela adoção por
casal homoafetivo ou mesmo para outras formas de entidades familiares não tradicionais (enc.
608 J.Civ.; 12 IBDFAM). Permitindo registrar pluralidade parental de pai ou mãe;
9. Casamento, atualmente adoção de sobrenome familiar do cônjuge é facultativa e recíproca
(1565, p. 1º CC; 57, II, 167, II, 5, LRP), antigamente só a mulher alterava (70, p. 8º, 107, p. 1º
LRP);
10. União estável, diferenças para o casamento: exigência do comparecimento de ambos no
cartório e relação ter sido registrada / oficializada (57, p. 2º 70-A, LRP);
11. Divórcio, o cônjuge “culpado” (contra: EC66/2010) por descumprimento dos deveres
matrimoniais (1566 CC) pode ser condenado a tirar (57, II, III, 70, 3º, LRP). Pode haver recusa
de alteração em caso de prejuízo profissional ou da identificação de prole comum (1578 CC),
atualmente alteração de nome pelo casamento é facultativa diminuindo, consequentemente,
as alterações posteriores por divórcio (1565, p. 1º, CC). Também cabe a alteração por
dissolução da união estável (57, p. 3o-A, LRP).
INTEGRIDADE MORAL
4. DIREITO A PRIVACIDADE / INTIMIDADE
◼ Regime jurídico (5o, X, CRFB/88; e, 21, CC). Dinstinção conceitual: a.
PRIVACIDADE – informações da pessoa em sua vida em relação. Amizades,
amores, sexo, traições, fofocas X b. INTIMIDADE – informações que tratam
apenas da propria pessoa. Idiossincrasias, manias, medos, gostos,
constrangimentos.
◼ Proteção (12 CC; 140 J.Civ.): Pode depender de procedimento de ponderação
quando ocorrer conflito, em especial com outros direitos fundamentais. Muito
comum o caso de colisão com os direitos da liberdade de expressão e informação
pública (5o, IV, IX, XIV e 220, CRFB/88). Ponderação nos casos de colisão (8o,
489, II, CPC; 20, LINDB; enc. 17, IBDFAM; enc. 274, 278, 279, 613, J.Civ.).
1. Privacidade genética: 405 das J.Civ. e 5o., II, L. 13709/2018;
2. Privacidade digital (big data): 404, J.Civ.; 7º, 10-21, L. 12965/2014, Marco Civil da
Internet-MCI; 31, 32, 43-49, L. 13709/2018, Lei Geral de Proteção de Dados
Pessoais-LGPD; L. 12527/2011, transparência; L. 12737/12, Dieckmann; PL.
2390/2015, cadastro NET; PL 2630/2020; PL 4120/2020, algorítimos; PL 872/2021,
Inteligência Artificial; . Atenção: O procedimento de responsabilidade é distinto, notice
and take down, para o caso de mídia digital, posto que não há controle editorial prévio
como a mídia física / tradicional: responsabilidade solidária autor e editor (221 STJ).
INTEGRIDADE MORAL
5. DIREITO A HONRA
◼ REGIME JURÍDICO: 5o, X, CRFB/88; 20, CC; 138, 139, 146, CP
6. DIREITO À IMAGEM
◼ REGIME JURÍDICO: 5o, V, CRFB/88; 20, CC; 403 STJ; 278, 279, 587, 613, J.Civ.
◼ TIPOS: a. Imagem foto – reprodução de foto ou filme;
b. imagem som – reprodução de gravação / audio;
c. imagem atributo – reprodução de traços, gestuais ou até modo de falar que permitam
identificar perfeitamente a pessoa retratada.
◼ PROTEÇÃO – igual aos demais direitos da personalidade recebe temperamento e
ponderações quando estão em conflito com outros direitos fundamentais, sobretudo
liberdade de expressão e informação pública.
◼ Também se considera não lesivo o uso de imagem de pessoa sem individuação,
difundido em uma massa de pessoas ou com uso de técnicas digitais de
embaçamento.
◼ No caso de criança e adolescente existe regra especial de proteção mais rígida
contra o uso do nome, até mesmo das iniciais, ou imagem mesmo que em caso de
ato judicial ou policial infracional (143, 144, 247, ECA).
INTEGRIDADE MORAL
7. DIREITO AO ESQUECIMENTO
◼ REGIME JURÍDICO: enc. 531 e 576, J.Civ., 7º, X, L. 13.709/2018 – MCI (polêmico), PL
7881/2014, apagamento de informação defasada em buscadores, e, PL 2712/2015, direito
a demanda pelo apagamento de dados; e, 17, Diretiva 95/46/CE e 2016/679 - GPDR
(direito comparado).
◼ POLISSÊMICO: Tem Vários usos / significados, o direito ao esquecimento em sentido
estrito, direito a desindexação de buscadores digitais, modalidade de direito de proteção
de privacidade ou de “cicatrização de feridas” ou mesmo da ressocialização (infrator).
◼ STF pelo Pleno no Caso Aida Curi – família da vítima: Incidente de repercussão geral,
(Tema 786; RExt. 1010606/RJ, 28.05.2021), decidiu ser incompatível com a Constituição
Federal a ideia de um direito ao esquecimento que possibilite impedir, em razão da
passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos em meios de
comunicação, devendo eventual lesão a direitos da personalidade passar por uma análise
caso a caso, o STF não decidiu de maneira absoluta: Decisão a favor da indenização,
RExt. 1334097/RJ, 18.03.2022 (Chacina da Candelária).
◼ Efeito Streisand - “... fenômeno onde uma tentativa de censurar ou remover algum tipo de
informação se volta contra o censor, resultando na vasta replicação da informação, muitas
vezes facilitada pela Internet“ (fonte: wikipedia)
◼ Inversamente: Direito à memória: L. 12.528/2011 X L 6683/79 e L. 10.559/2002, 8º, ADCT.
Também se fala em direito à memória na sucessão digital (PL 4099/2012 e PL 8562/2017,
pelo testamento digital para manutenção da conta como memorial do falecido X contra:
PL 7742/2017, pela exclusão imediata).
INTEGRIDADE INTELECTUAL
CONCEITO: Os direitos da personalidade da integridade intelectual (bens móveis: 83, III, CC) tem por objeto
manifestações do espírito humano, encontram previsão pontual na Constituição (arts. 5º, IV, IX, XXVII, XXVIII,
XXIX, CRFB/88), Convenção de Berna (D. 75.699/75), Convenção de Paris (D. 635/92), Acordo TRIPS (D.
1355/94, D. 9289/2018), e leis especiais que tratam de suas diversas MODALIDADES:
1. L 10973/2004, e L. 9.279/96: Lei de propriedade industrial – LPI, abriga direito a marca, desenho industrial,
patente de invento (inovação – critérios: 8º LPI: “...novidade, atividade inventiva e aplicação industrial.”),
modelo de utilidade (desenvolvimento de inovação e spin-offs) – critérios: 9º, 76, LPI: “...suscetível de
aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em
melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação”.
Empregado tem direito sobre sua criação? 454 CLT; 58-63, 88-93, 121, LPI; 11, pu, LDA: Sem vínculo
integral do empregado, com vinculo partes iguais, proporcional (mais de um criador ou convenção expressa),
ou, sendo o objeto fim do contrato: integral do empregador. O empregador tem um ano para registrar patente,
em igual prazo é mantido o direito do empregador após extinção do vínculo laboral.
2. L. 9.610/98: Lei de direitos autorais-LDA, que trata da proteção de obras artísticas, literárias, plásticas,
audiovisuais e musicais
2. LDA: Obras autorais e cópias do mesmo autor (9o LDA), literárias, fonográficas, coreográficas, etc (7o
LDA), independe de registro (18 LDA), vida+70 anos contatos do primeiro dia do ano posterior a morte
do autor (41), ou do ultimo co-autor (42), obra pseudonima ou anonima direito de quem publicar 70 anos
do ato de publicação (40, 44), obra audiovisual 70 anos da data da divulgação (44), também 70 anos para
os direitos conexos dos interpretes (96). Obras de autores mortos sem herdeiros e desconhecidos (45), ou
as que já eram consideradas de domínio publico (112) pela LDA antiga: 60 anos após morte do autor (42
L. 5988/73). Regra internacional minima: vida+50 anos, e para fotografia e obras de arte aplicada vida+25
anos (7o Conv. de Berna) – vide: https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries%27_copyright_lengths.
3. Lei das Cultivares: Cai em domínio público em 18 anos videiras e árvores florestais, ornamentais,
frutíferas; e, em 15 anos outras sementes e mudas, a partir da concessão do certificado proovisório de
proteção (11, 12, 40-42, 52, L. 9456/97)
4. Lei de software: Também aplicativos de cellular, proteção por 50 anos contados a partir do primeiro dia
do ano seguinte a publicação ou criação do programa (2o, p. 2o, L. 9609/98). O software pode ser livre e
modificável. O domínio da internet, protegido como sinal identificável (5o, XXIX, CF/88) só pode ser
reservado pelo CGI e regulamentado pela Resolução 2008/08 e 2017/031, proteção legal é semelhante a
da marca (caso domínio Ayrton Senna) difere por não adotar critérios de restrição por setor de atividade ou
território, a proteção se dá pelo próprio uso do domínio, pois é um nome + lugar virtual.
INTEGRIDADE INTELECTUAL
COMIDA E BEBIDA: É autoral receita de comida ou bebida (final da 4ª. Temporada Masterchef /
“camarão internacional” do Coco Bambu)? Polêmica – 9º, c, L. 5772/1971 (LDA antiga), excluía,
possível como modelo de utilidade ou quanto se tratar de compilação da receita publicada, obra
literária, na LDA atual (7º, XIII, 17, p. 2º, L. 9610/98), mas o art. 8º, I da LDA, é base para recusa da
propriedade autoral do nome, composição ou sabor de um prato que é majoritária com base na
“ausência de caráter criativo” na escolha e organização de ingredientes comuns. Quando for produto
alimentício produzido em escala industrial a regra é diversa e passível de registro e proteção ao
abrigo do sigilo industrial: 229, 230, p. 5º, 232, L. 9279/96 (LPI), embora neste caso as grandes
industrias prefiram simplesmente não patentear para manter o sigilo... p.ex. fórmula “secreta” da
Coca-Cola que nunca foi patenteada, ou o “molho especial” do Big Mac.
PESSOA JURIDICA
1. Interno (41 e 43, CC), podendo ser: a. administração pública direta, União, Estados,
Distrito Federal, Municípios (incluíndo todos órgãos especiais, repartições e poderes);
e, b. administração pública indireta, Autarquias, Fundações, Empresas Públicas,
Sociedades de Economia Mista. As PJ de direito público com estrutura de direito
privado têm regime jurídico misto, ou seja, patrimônio é público (bens dominicais, 99,
III, CC), mas estrutura e funcionamento (gestão, domicílio, responsabilidade judicial) é
privada mesmo que se submeta ao controle Executivo Estatal (41, p.u., CC; 141,
J.Civ.; 37, XIX, 173, da CRFB/88; 5º, DL. 200/67; súm. 556, STF);
2. Externo (42 CC; 21, I, CF/88), Estados estrangeiros e entidades internacionais, p.ex.:
ONU, OEA, Mercosul, Santa Sé etc.
II – PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO (44, CC): podem ter fins lucrativos,
sociedades, ou não, associações e fundações privadas, a falta de fim lucrativo não
descaracteriza sua natureza privada e não impede de ter atividade econômica (enc. 534
J.Civ.)
MODALIDADES DE PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO
b. comerciais/empresariais (982, CC), que tem por objeto produção e/ou circulação de
bens e serviços e envolve a coordenação de pessoas, bens e procedimentos para um
fim lucrative. Sua maior complexidade e, em regra, maior porte e impessoalidade,
implicam em regime jurídico mais denso, p.ex.: fábricas, montadoras, agências, lojas,
franquias etc.
MODALIDADES DE PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO (CONT.)
3. Execução de grupo econômico, tema polêmico que tem base divergente na justiça
trabalhista da justiça comum (civil). Permite o mesmo procedimento adotado para a
desconsideração da personalidade jurídica (50, p. 4o, CC). Devedor pode aproveitar
posição de controlador, como pessoa física ou intermediado por sociedade controladora
(holding), de mais de uma PJ, pode desviar patrimônio da PJ devedora para outra PJ do
mesmo grupo por subordinação, coligada ou afiliada. Cabe ao credor provar o
inadimplemento, responsabilidade subsidiária, e a “culpa” ou desvio patrimonial, para
extender sua execução de crédito sobre patrimônio da outra PJ do grupo: 28, p. 2o, 4o,
CDC; 50, p. 4o, 1097-1101, CC, 2o, p. 3o CLT, 406 J.Civ.. Não confundir com grupo por
coordenação ou consorciado, que é de responsabilidade solidária (28, p. 3o, CDC, 81, p.
1o, CPC, 2o, p. 2o CLT). Atenção: 22 das J.Com. Precedentes da justiça trabalhista
diminuem o ônus probatório do credor, admitindo a extensão de cobrança pela prova da
existência de nexo de grupo econômico entre as PJs.
BENS - CLASSIFICAÇÃO
BENS, objeto da relação jurídica, não são os únicos (serviços: fazer e não
fazer), em especial das relações que envolvem obrigação de dar (entregar ou
restituir). Admite a classificação em várias modalidades na forma de dicotomias
/ opostos conceituais:
1. Coisa x Bens, classificação patrimonialista, antropocêntrica e sujeita ao
relativismo tecnológico. Bens são todos os objetos que podem ser
apropriados, se submeterem a sujeição por uma pessoa para o direito (entes
naturais ou artificiais). Ordinariamente tem valor econômico
(patrimonialidade). Enquanto Coisa é tudo que não pode ter um titular,
sujeito de direito, ou pela falta de raridade não interessa ao comércio
humano. p.ex.: estrelas, sol, nuvens, o vento, água do mar, atmosfera etc.
Tal classificação pode mudar com inovação técnica, p.ex. Energia solar com
célula fotovoltáica, ou pela situação jurídica em concreto, p.ex.: carga de
oxigênio no cilindro para mergulho.
2. Bens corpóreos x incorporeos, divide os bens pela sua materialidade, ou
imaterialidade, assim um pendrive que tem várias músicas é corpóreo, o
direito autoral das músicas incorpóreo; o prédio de uma fábrica e seu
maquinário corpóreo, já a marca, patente e fundo empresarial são
incorpóreos; etc. Bens digitais são incorpóreos e objeto de debate e
enquadramento no direito sucessório (PL. 8562/2017; PL. 6468/2019; PL
1689/21; PL. 2664/21).
BENS - CLASSIFICAÇÃO
3. Bens imóveis X móveis, (79-84 CC) A mais importante classificação dos bens pois é
determinante para outras classificações, divide os bens em imóveis – cuja transmissão de
propriedade é formal e exige registro (108, 1227, 1245, CC) -, dos bens móveis – para os
quais basta a mera tradição (1267, CC) para transmição de titularidade, eventual registro é
mero ato probatório de presunção perante terceiros (sums. 132, 585 STJ; 489 STF):
3.1. Imóveis: a. 79 CC - solo natural (imóvel por natureza) e o que lhe incorporar/aderir
natural (acessão física natural: plantas) ou artificialmente (acessão física artificial:
construções). Lembrar: aderência não precisa ser direta ao solo, pode ser no conjunto
estrutural; b. 80 CC – Também são considerados imóveis (incorpóreos porém imóveis por
determinação legal) direitos reais e ações sobre imóveis, e direito à sucessão aberta; c. 81
CC – continuam considerados imóveis edificação separada do solo e removida, mas
mantida a sua unidade, acessão física (material) separada provisoriamente do prédio.
3.2. Móveis: a. 82 CC – bens não aderidos, no máximo apoiados, que podem ser
removidos sem perda de função e estrutura (movéis em geral) e que se movem por força
própria (semoventes: bichos, lembrar: também sujeito de direito não personificado); b. 83
CC – energia com valor econômico (“gato” furto de bem alheio: 155, p. 3o CP), direitos
reais e ações sobre bens móveis, e qualquer outro direito subjetivo de caráter patrimonial
(p.ex.: direitos autorais); 84 CC – acessão física (material) ainda não empregado ou
separado em definitivo, “demolição”, do prédio.
BENS - CLASSIFICAÇÃO
4. Bens fungíveis X infungíveis, (85, 579, 586, 645, CC) divide os bens em móveis
substituíveis por outro do mesmo gênero, qualidade e quantidade, daqueles que
são insubstituíveis por sua natureza (únicos), lei (imóveis), ou convenção (objeto
histórico ou de afeição: 952, pú., CC)
5. Bens não consumíveis X consumíveis, (86, CC), o bem pode ser consumível
por dois motivos: a. por natureza, uso normal importa em destruição (86, parte
inicial), ou b. por definição legal, bem móvel posto em alienação (86, parte final),
portanto, bens imóveis são não consumíveis (conceito legal), como também bens
móveis que o uso normal não destrói nem estão postos à alienação. Não
confundir os conceitos do CC com os do CDC, que divide os bens sem distinguir
entre móveis e imóveis em: bens de consumo (2o, 3o, 26, CDC) duráveis - usados
várias vezes por longo período - e não duráveis – uso único ou por curto período -;
dos bens de produção ou insumos que são reutilizados ou mantidos na cadeia de
produção e venda. Em regra os bens de produção (exceção: teoria finalista
mitigada) são objeto de relação regida pelo direito comum (CC) não se aplicando
o CDC, posto que sua venda não é relação de consumo típica.
BENS - CLASSIFICAÇÃO
6. Bens divisíveis X indivisíveis, (87, 88, 105, 258, 504, 844, 1199, 1314,
1358B-1358E, 1386, 1791, CC), o critério é utilitarista, portanto são bens
divisíveis os que podem ser fracionados sem perda considerável de valor,
substância, ou função sócio-econômica, já os indivisíveis são assim
considerados por a. função (touro de rodeio x boi para engorda e corte), por b.
convenção voluntária (imóvel recebido em condomínio indivisível – 504, 1320
CC, ou multipropriedade – 1358B-1358E, CC) ou por c. determinação legal:
herança, 1791, pú, CC; ou, lote de imóvel urbano que deve medir no mínimo
125 m2 (4o, II, L 6766/76), e a gleba rural de 25-50 Ha (fração minima de
parcelamento - FMP) conforme 65, L. 4504/64.
7. Bens singulares X coletivos ou universalidades, (89-91, 503, CC; 288 J.Civ.)
singular é o objeto considerado per si mesmo mesmo que agrupado com outros,
coletivos são os agrupados que pertencendo a um mesmo sujeito tenham uma
mesma destinação, podendo ter mesma natureza (biblioteca) ou diversa
(caminhão de mudanças). Os bens coletivos podem formar: a. universalidades
de fato, agrupamento de bens com mesmo titular e destinação; e, b.
universalidades de direito (entes despersonalizados), conjunto de relações
jurídicas com valor econômico (obrigacionais e reais) de um mesmo titular.
BENS - CLASSIFICAÇÃO
b. Úteis, (96, p. 2º CC; 35, LI), são as melhorias, que aumentam ou facilitem o uso do
bem em sua finalidade, p.ex.: uma janela nova para maior iluminação/ventilação, a
adição de novos airbags para maior segurança do veículo;
c. Necessárias, (96, p. 3º CC; 35, LI), são essenciais ao uso do bem, de ordinário são
obras de conservação ou manutenção do bem que evitam deterioração ou destruição,
p.ex.: Conserto de goteira no teto do imóvel, troca do pneu careca.
Tal como ocorreu com a fruição, retiradas, para as benfeitorias e acessões físicas,
acréscimos, pode ocorrer em posse sobre bem alheio. Se distinguindo as consequências
se de boa (1201 CC) ou má-fé (1202 CC). Em caso de posse a. de boa-fé, terá o
possuidor direito a ser reparado no valor atual (1222 CC) das benfeitorias necessárias e
úteis e reter o bem alheio enquanto não pago (1219 CC), exceção: se a posse advir de
locação as úteis só geram reparação/retenção se autorizadas previamente (35 LI, 578
CC), quanto às voluptuárias terá direito-dever ao levantamento sem dano e se não for
reparado voluntariamente (1219 CC, 35 LI). No caso de b. má-fé, só terá reparação sem
retenção das benfeitorias necessárias, e o reivindicante pode optar por pagar valor de
custo histórico (1220, 1222 CC; 35 LI).
BENS - CLASSIFICAÇÃO
A. Legal – L. 8009/90: Presumido por lei, independe de vontade, (antes: 8o, p. 5o, 19-23, DL 3.200/41 - polêmica: rural).
Atual: L. 8009/90; 833, I, II, CPC. Conteúdo “traduzido” por precedentes judiciais e súmulas: 205 [vigência retroativa], 364
[solteiros], 449 [vaga garagem], 486 [imóvel residencial locado], 549 STJ [fiador, Temas 295 e 1127 STF], que ampliam ou
restringem. Regras: 1o, 2o, 5o, Lei; 833, I, II, III, V, VII, VIII, X, CPC. Abrange: Imóvel residencial não importando o valor +
pertenças, móveis e qualquer tipo de benfeitorias. [mínimo existencial: um eletrodoméstico de cada, móveis em geral,
veículo SE instrumento de trabalho; há quem defina limite: 40 Sal. Min. / “médio padrão de vida…” (833, II e X CPC). STJ
reconheceu imóvel em construção [REsp. 1417629/SP-2013, e, 19600/SP-2022; 325 J.Civ.]. Se o ímóvel não for próprio a
impenhorabilidade abrange pertenças, instrumentos de trabalho e móveis, se evidamente quitados (2o, p.un., da Lei, 833,
II, V, CPC). Não abrange: veículo SÓ de transporte, objeto de arte, decoração e recreio. Exceções que executam: arts.
1o, e 3o., Lei; 73, III, 833, p. 2o, CPC, 8o, p. 5o DL.3200/41, controvérsia do fiador (82, L 8245/91, 3o, VII, L. 8009/90; 549
STJ; STF: Temas 295 e 1127, RExt. 1307334/SP, 06.08.22). Fraude: 4o, p. 1o, Lei; 159 CC. Rural: O 4o, p. 2o, Lei, 22, Dl.
3200/41, 5o, XXVI; 833, VIII, CPC; DL. 3200/41. Critérios para mais de um: 5o, p.un. da Lei, 167, I, 1 LRP.
B. Convencional: Conteúdo e funcionamento no Código (1711-1722, 1.911, CC; 833, I CPC), formalidades na LRP (167, I,
1, e, 260-265 LRP). Diversamente da modalidade Legal, o convencional depende de ato constitutivo, escrituração e
registro, seus critérios e abrangência são bem diversos. Não se restringem ao mínimo existencial.
Regras: 1711-1714, CC; 167, I, 1, II, 11, 260-265, LRP: Imóvel residencial + pertenças + valor mobiliário [$$$], até 1/3 do
patrimônio líquido do instituidor [terceiro ou família beneficiada], valor mobiliário até o valor do imóvel, E deve ser
formalizado por escritura ou testamento com registro na matrícula do imóvel, pode haver oposição em até 30 dias após
publicação do registro; 1715 CC, 260-265, LRP: exceções de execução: débitos reais e imobiliários + anteriores ao registro
de toda natureza [limite? Proteção anterior do legal], se restar valor: sub-rogação; 1717, 1719 CC: indisponibilidade e
sub-rogação; 1715, p.un., 1716, 1719, 1721, 1722 CC: extinção; 1713, p. 3º, 1718, 1720, CC: administração do
patrimônio, presumida do casal, mas pode ser terceiro profissional.
Todo fato social que cria, modifica e/ou TAXONOMIA ou CLASSIFICAÇÃO DO FATO JURÍDICO
extingue direitos e deveres, além do
indivíduo tem efeitos sociais previstos em
normas jurídicas é fato jurídico. pode ter
origem em fato natural, ordinário e
extraordinário (393 CC), OU ato de vontade
humana: ato jurídico, este pode ser
conforme a lei, ato lícito, ou contra a lei,
ato ilícito. O ato ilícito na esfera cível de
ordinário gera dever de reparar, obrigação
sucessiva, advinda do descumprimento de
um compromisso contratual previamente
ajustado (a. RC contratual: 389-405 CC),
OU do dever geral de cautela social
presente no 186, 927 CC (b. RC
extracontratual/aquiliana). Já o ato lícito
(185, CC) se desdobra em três
possibilidades: a. ato jurídico unilateral,
só uma vontade cria, p.ex. promessa de
recompensa (854-860 CC); b. ato-fato,
vontade na conduta, mas não no resultado,
cujos efeitos são da lei, p.ex. ocupação Objetiva – Ob. de resultado
(1263 CC), achado de tesouro (1264-1266 CONTRATUAL
CC); e, c. negócios jurídicos, origem em
duas (bilaterais) ou mais vontades Subjetiva – Ob. de meio
(multilaterais), p.ex.: Compra e venda ATO ILÍCITO
(481-532 CC); podendo ser típico Subjetiva – 186 CC
(contratos) ou atípicos (casamento,
Extracontratual
1511-1.70, CC; ou, negócio processual,
190, CPC). Objetiva – “exceções” da lei
ESCADA PONTEANA - TRICOTOMIA DE PLANOS DE ANÁLISE DO NEGÓCIO JURÍDICO
2. VALIDADE - adjetivos
absoluta, séc, XVII-XIX, ao longo do tempo sofrendo cortes, • PARTES • OUTROS:
restrições e controles que vão resultar, já na segunda metade LEGITIMAS
(legitimidade e 1. JUROS
do séc. XX, em uma revisão do próprio paradigma estrutural do legitimação) 2. MULTAS
• OBJETO IDÓNEO 3. PERDAS E DANOS
1. EXISTÊNCIA - substantivos
conceito de negócio jurídico: VONTADE e seu fundamento:
lícito, possível, 4. EVICÇÃO
IGUALDADE FORMAL, implicando em um reconhecimento de determinado ou 5. VÍCIO REDIBITÓRIO
determinável 6. REVISIONAIS
uma mudança a partir do Constitucionalismo Social, com • FORMA LÍCITA
• VONTADE / 7. ETC.
fundamento na ISONOMIA/IGUALDADE SUBSTANCIAL e no prevista ou não
NECESSIDADE proibida
reconhecimento da atuação de novos princípios: função social, • PARTES • VONTADE SEM
boa-fé objetiva, justiça contratual, que determinam novos • OBJETO - VÍCIOS livre,
tempo, lugar e consciente, e pra
paradigmas de análise e controle da autonomia privada. Assim, modo fim lícito
• FORMA
além da vontade é possível se reconhecer em alguns negócios
jurídicos a presença da NECESSIDADE que justifica o maior
controle do Estado (dirigismo contratual) sobre as relações
contratuais, sobretudo por leis especiais.
1. PLANO DA EXISTÊNCIA - SUBSTANTIVOS
Inicialmente tem que haver a VONTADE substrato essencial do negócio jurídico. Outros
elementos essenciais ou pressupostos. Cinco perguntas:
1. Quem? PARTES e sua qualificação jurídica
2. O que? OBJETO, a prestação ou dever principal das partes
3. Quando? TEMPO da realização das prestações
4. Onde? LUGAR da realização das prestações (435 CC)
5. Como? MODO de realização das prestações
Além destes elementos a doutrina tradicionalmente também defende a como elemento
essencial de existência a FORMA (?).
Crítica: seria a forma realmente essencial perante o Princípio do Consensualismo (107 CC)
que permite a adoção de contratos atípicos/inominados, não previstos em lei parcial ou
totalmente? Ou até mesmo o fato de ser mais comum a ausência de qualquer exigência de
forma sequer como requisito de validade: 104, III, 107, 425 e 432, CC, posto que a maioria
dos contratos quotidianos é verbal ou até mesmo gestual. Atualmente a exigência de forma é
apenas residualmente exigida como requisito de validade na lei civil: 104, III, 108, 109, e 166,
IV e V, CC.
A falta de qualquer pressuposto de existência deveria levar a declaração de inexistência do
negócio jurídico, mas por falta de previsão própria se reconhece a nulidade absoluta do
negócio por aplicação de norma por analogia: 166, VII, CC.
2. PLANO DA VALIDADE - ADJETIVOS
Os planos da existência e validade tratam da FORMAÇÃO do contrato, o plano da eficácia se relaciona
com a EXECUÇÃO. O Código Civil trata em dois momentos da validade:
A. PARTES CAPAZES (104, I, 166, I 171, I, CC): a.1. exceções: 542, 543; 666, 1517, 1860, pú. CC; 5º
CC, emancipação; e, a.2. casos de convalidação: 178, III; 172-176 e 589, I; 180 e 589, V; 589, II CC;
181 e 310, todos do CC.
B. PARTES LEGÍTIMAS: b.1. poder de disposição / legitimidade (115-120, 932, CC): teoria da
aparência (116, 119 CC); e, b.2. requisitos específicos da lei / legitimação (p.ex. 1º na venda:
496 CC; 497 CC, 890 CPC; 1647, I, 1648, 1649, CC; 2º na doação: 544 e 549; 548; 550 CC);
C. OBJETO IDÔNEO (104, II, 166, II, III, CC): a. lícito (em si e na causa/motivo), b. possível física,
fática e juridicamente, mesmo que inicial ou relativamente (106, 458-461 e 483 CC), c.
determinado, especificado, ou determinável, gênero e quantidade (243, CC; 811, CPC);
D. FORMA (104, III, 107, 166, IV e V, CC): formalidade particular (p.ex. 541, pú. CC) ou solenidade
legal (p.ex. 108, 1227 e 1245 CC) convencional (109 CC) conforme ou não contrária a lei (104, III,
212, 166, IV e V, CC). Não confundir: formalidade probatória, bens móveis: 1267 CC; 132, 585 STJ,
489 STF.
2. DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO (138-167, 171, e 178, CC): Atingem a VONTADE que deve
ser: livre, consciente, para fim lícito. Assim negócio válido não pode conter a. vícios de
consentimento: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão; ou b. vícios sociais: fraude contra
credores ou simulação (138-169, 171, 178, CC).
INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO
Teorias de interpretação do negócio jurídico:
1. Subjetiva ou da vontade, compreende que o que vale é a vontade interna,
o pensado / desejado, admitida de maneira excepcional como no caso de
reserva mental conhecida (art. 110, parte final do CC; 4o, I, e 23, CDC);
1. ERRO ou ignorância: 138-144, 171, II e 178, II, CC; 12 J.Civ.. Falta consciência.
CONCEITO/ELEMENTOS: Falsa percepção (138 CC) da realidade de elemento essencial (erro)
ou de todo o negócio (ignorância), substancial (140 CC), razão determinante, e escusável, uma
pessoa comum cometeria o engano (contra: 12 J.Civ.)
CLASSIFICAÇÃO: A) substancial X acidental (sem efeito: 140); B) objetiva (139, I): negócio,
objeto, quantidade, subjetiva (139, II), de direito (139, III CC); C) Pessoal X por representante
(116, 141 CC).
REGRA: Anulável em 4 anos contados do dia que foi feito o negócio (171, II e 178, II CC);
EXCEÇÕES: Não anula se esgotado o prazo (178, II, CC), se falta element0 (138 CC), se
acidental (140 CC), se possível/oferecida correção (142-144 CC).
2. DOLO: 145-150, 171, II e 178, II, CC. Falta consciência. CONCEITO/ELEMENTOS: Falsa
percepção provocada intencionalmente (145 CC), substancial, não bilateral (150 CC)
CLASSIFICAÇÃO: A) substancial X acidental (só reparação: 146); B) por ação/comissivo (145) X
por omissão/reticência (147); C) Contratante (145) X representante (pelo proveito ou
convencional: 116 e 149) X terceiro de fora (148) só invalida se contratante tinha como saber; D)
dolus malus X dolus bonus, exagero publicitário (depende quem é o público 6o, III, 37, p. 1o,
CDC)
REGRA: Anulável em 4 anos contados do dia que foi feito o negócio (171, II e 178, II).
EXCEÇÕES: Não anula se esgotado o prazo (178, II, CC), se acidental (146 CC), se bilateral (150
CC), se de terceiro e contratante não tinha como saber (148 CC), se dolus bonus conforme o caso
(6o, III, 37, p. 1o, CDC).
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO – VICIOS DE CONSENTIMENTO
3. COAÇÃO: 151-155, 171, II e 178, II, CC. Falta liberdade
REGRA: Anulável em 4 anos contados do dia que cessar a ameaça (171, II e 178, I)
EXCEÇÕES: Não anula se esgotado o prazo (178, I, CC), se for mero temor
reverencial / exercício regular de direito (153 e 188, I, CC,) – se irregular gera
invalidade, E reparação por abuso (187 CC) e até restituição em dobro (876-883 CC;
42, pu., CDC) -, se de terceiro e contratante não tinha como saber (155, CC), ou se
faltar algum elemento (151, 152, CC).
CLASSIFICAÇÃO: A) do contatante ou familiar, (156) X de terceiro próximo (156, pu. CC) – não se
configura sobre patrimônio, inclusive bicho doméstico (82 CC): casos de lesão -;
REGRA: Anulável em 4 anos contados do dia que foi feito o negócio (171, II e 178, II). EXCEÇÕES:
Não anula se faltar algum elemento (156 CC), se já esgotado o prazo (178, II, CC), ou se oferecida
correção da cobrança (157, p. 2o CC, e 148 J.Civ.), ou se justificada a cobrança a maior (doutrina –
156 CC).
REGRA: Anulável em 4 anos contados do dia que foi feito o negócio (171, II e 178, II). EXCEÇÕES:
Não anula se faltar algum elemento (147 CC), se já esgotado o prazo (178, II, CC), ou se oferecida
correção da cobrança (157, p. 2o CC), ou se justificada a cobrança a maior (doutrina).
Figuras afins: A) Lesão usurária, (1o-4o, Dec. 22.626/33; 4º, L. 1.521/51), nulo, sem prazo, delituosa
(instituição financeira NÃO: 283 STJ e 596 STF); B) lesão no CDC, nulo, sem prazo, vulnerabilidade
presumida (4o, I, 39, 51, 52, p. 1o, CDC); C) lesão enorme/enormíssima, direito romano, “sucessor”:
preço vil na execução, menor que 50% da avaliação (891, 896, e 903, p. 1º, I, CPC)
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO – VICIOS SOCIAIS
6. FRAUDE CONTRA CREDORES: 158-165, 171, II, 178, II, CC; 94, 130, e 164, p. 3º, II, L.
11.101/05 - LF. Falta licitude na conduta.
REGRA Anulável em 4 anos contados do dia que foi feito o negócio (171, II e 178, II CC),
MAS, doutrina e precedentes judiciais majoritários afirmam ser caso de declaração de
ineficácia relativa (165 CC; 138 LF), pois apenas uma das partes do negócio é desfeita.
A ação cabível é a Pauliana (tradição romana) ou Revocatória (130-138 LF), embora a LF
use “revogar” o correto é a retirada da voz: re-vocare (132-138 LF). A ação tem
litisconsórcio passivo necessário (160, pu., CC; 130, LF; 113, I, 114 e 116, CPC).
PRAZOS Além do prazo decadencial que se conta a partir do ato fraudulento para a
frente de 4 anos (art. 178, II CC). Em caso de fraude de devedor PJ, fraude falencial (L.
11.101/2005 - LF), devem ser considerados outros prazos antes do geral para anulação de
vício do CC. Assim: se o ato é anterior e gratuito, liberalidade, a invalidade só alcança
até 2 (dois) anos para trás da decisão que decreta falência (arts. 129, IV e V da LF;
1003 e 1032 CC), se posterior alcança até 3 (três) anos para frente da decisão (132 da
LF). Em síntese são três “filtros” ou perguntas: 1º o ato é fraude? 2º está dentro do
interregno de 2 anos antes e 3 anos depois da decretação? 3º a Ação Pauliana ou
Revocatória foi proposta no limite decadencial de 4 anos contados a partir do ato?
Fraudes processuais, as mesmas formas de ato fraudulento previstas no CC, se
cometidas após o início de um processo de execução tem consequências mais graves,
fere a dignidade da justiça, neste caso a legitimidade é ampla (juiz de oficio e MP), basta a
prova do dano, e a consequência vai além da invalidade civil e passa a ser criminal além
da invalidade civil do ato (674, II, 789, V, 792, 828, p. 4º, e 856, p. 3º, CPC; súm 375, do
STJ; 179, 329-331, 347, 358, CP; 31, L. 6.830/80; e 185, CTN)
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO – VICIOS SOCIAIS
7. SIMULAÇÃO: 167-169, CC; 446, I, CPC; 152, 153, 293, 294, 578, J.Civ.. Falta
licitude a conduta.
Figuras afins: A) Decrlaração não séria, animus jocandi, no contexto fica evidente ser
falsa, jocose, teatral, didática etc; B) Fraude à lei, tratamento legal identico (166, VI
CC); C) Negócio fiduciário com amigo, há interposição de terceiro, mas sem intenção
de causar e sim de evitar o prejuízo, “laranja do bem” (436-438 CC).
ATO INVÁLIDO – NULO X ANULÁVEL