Você está na página 1de 10

Personalidade Jurídica e

Capacidade Civil

PROF DOUTORANDO DIEGO FONSECA MASCARENHAS


MASCARENHAS
Caso
Beto Albernaz D`Antunnes Jr., empresário famoso, freqüentador conhecido da noite paulista e de
preferências sexuais estranhas, aos trinta anos de idade, solteiro, sem filhos, descobriu ser portador
de mal incurável e que lhe restavam poucos meses de vida. Em razão desse fato, dispôs sobre seu
valioso patrimônio (um terreno de 10.000 metros quadrados em Cabo Frio, dois apartamentos na
Riviera francesa, uma frota de 30 caminhões e 57 ônibus de turismo e um abrigo para alpinistas nos
Alpes suíços) em testamento público, determinando que o mesmo fosse distribuído; sendo um terço
para seu cão de estimação “Fidel”, e os dois terços restantes para seus pais Giovanna e Roberto.
Tendo em vista que pouco tempo depois de testar Beto faleceu, pergunta-se:

a)Como é diagnosticado o evento biológico morte de Beto e quais as consequências jurídicas desse
diagnóstico?

b)O cão “Fidel” pode receber a parte que lhe cabe da herança de Beto sob a forma de cuidados
efetuados por pessoal especializado e ração canina de primeira qualidade
Legislação
› Personalidade Jurídica Capacidade Civil
(moral, físico e psíquico)
Capacidade de Fato Capacidade de
Direito

Capacidade Civil Plena

› Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.

› Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida;


mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Legislação
(Pesquisa Científica com células-tronco)

› Verificar a constitucionalidade do art. 5° da Lei 11.105/05


Art. 5o É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas
de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo
procedimento, atendidas as seguintes condições:
I – sejam embriões inviáveis; ou
II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já
congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir
da data de congelamento.

§ 1o Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.


§ 2o Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia com células-
tronco embrionárias humanas deverão submeter seus projetos à apreciação e aprovação dos
respectivos comitês de ética em pesquisa.
§ 3o É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e sua prática
implica o crime tipificado no art. 15 da Lei no 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.
Jurisprudência: Adin 3510
STF permite interrupção de gravidez de feto anencéfalo (Por Rodrigo Haidar)
O Supremo Tribunal Federal decidiu, nesta quinta-feira (12/4), que a interrupção da gravidez de feto anencéfalo
não pode sequer ser chamada de aborto. Na prática, os ministros descriminalizaram o ato de colocar fim à
gravidez nos casos em que o feto não tem o cérebro ou a parte vital dele, no que alguns ministros chamaram de
o "julgamento mais importante de toda a história da corte".
Por oito votos a dois, os ministros decidiram que médicos que fazem a cirurgia e as gestantes que decidem
interromper a gravidez não cometem qualquer espécie de crime. Para sete dos dez ministros que participaram
do julgamento, não se trata de aborto porque não há a possibilidade de vida do feto fora do útero. Para
interromper a gravidez de feto anencéfalo, as mulheres não precisam mais de decisão judicial que as autorize.
Basta o diagnóstico de anencefalia do feto. (.......)
(.......)Os ministros Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso votaram contra a ação. Lewandowski fundamentou boa
parte de seu voto no argumento de que o tema é assunto para o Legislativo, não para o Supremo Tribunal
Federal. (.....) 
(........)Para o ministro Cezar Peluso, não se pode admitir que o feto anencéfalo não tenha vida. “A vida não é um
conceito artificial criado pelo ordenamento jurídico para efeitos operacionais. A vida e a morte são fenômenos
pré-jurídicos das quais o direito se apropria para determinado fim”, disse. “O anencéfalo morre. E só pode
morrer porque está vivo. Não é possível pensar-se em morte de algo que não está vivo”, emendou.
Doutrina
Qual é o início da vida humana? Ou melhor, qual é o início da sua Personalidade Jurídica? Pois,
assim saberemos o ponto inicial do gozo da sua capacidade jurídica.

a) Teoria Natalista:
- O nascituro não teria direitos, mas mera expectativa de direitos
- Problema: se o nascitura não tem personalidade, não é pessoa. O nascituro
seria uma coisa? E os direitos do embrião nas técnicas de reprodução humana
assistida?

b) Teoria da Personalidade Condicional:


- Personalidade civil começa com o nascimento com vida, mas os direitos do
nascituro estão sujeitos a uma condição suspensiva – (eficácia a evento futuro e
incerto)
- O nascituro tem uma personalidade “virtual”, pois só terá os produzidos se: -
Personalidade formal – expectativa de direito;
- Personalidade material – só nascimento com vida
Doutrina

- Problema: é apegada as questões patrimoniais, não respondendo ao


apelo de direitos pessoais ou da personalidade a favor do nascituro.

c) Teoria concepcionista:
- Sustenta que o nascituro é pessoa humana, tendo seus direitos
resguardado por lei. Então, a personalidade jurídica é adquirida desde
a concepção.
- Personalidade Jurídica Formal – relacionada aos direito da
personalidade, o nascituro já tem desde a concepção;
- Personalidade Jurídica Material – mantém relação com os direitos
patrimoniais, e o nascituro só adquire com o nascimento com vida.
Jurisprudência
› Casos de Direito da Personalidade do nascituro: (honra/imagem/física)

a)Direito ao pré-natal;

b)Direito a convivência familiar (art. 227, CRFB) – viola o direito do nascituro, por
exemplo, se a mãe esconde do pai a gravidez. Dano da “perda de uma chance”;

c)DNA do nascituro - Investigação de paternidade – julgado (STF 2.040 recl. – Min.


Relator Neri da Silveira) – cantora Glória Trevi.

d) O nascituro teve o seu pai assassinado – cabe indenização;

e) Direitos patrimoniais – herança/sucessão (art. 1.798, CC).


Legislação
Mudanças no art. 3° do CC/02
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer
pessoalmente os atos da vida civil: 

I - os menores de dezesseis anos; (REVOGADO)


II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não
tiverem o necessário discernimento para a prática desses
atos; (REVOGADO)
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem
exprimir sua vontade. (REVOGADO)
Legislação
Mudanças no art. 4° do CC/02
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 

II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário


discernimento para a prática desses atos; (REVOGADO)
II – os ébrios habituais, os viciados em tóxicos;

III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
(REVOGADO)
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir
sua vontade.

IV – os pródigos (interdição. 2. vídeo)


Paragrafo único: a capacidade indígenas será regulada por legislação especial
(ALTERADO) (3. Vídeo) (dos índios)

Você também pode gostar