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CF/88
Art. 21 - União
Art. 25 - Estado
Art 30 - Municípios e DF
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA
Intervenção Direta
Intervenção Indireta
Estrutura:
- Princípios Gerais;
- Política Urbana;
Fundamento: trabalho e livre iniciativa (ordem econômica material – Art 1°, IV)
- Valor Social (Art. 1°, IV) Teoria dos Sentimentos Morais (Smith)
e Sobre Ética e Economia (Sen)
Justiça social
- La justice sociale est fondée sur l’égalité des droits pour tous les peuples et la possibilité
pour tous les êtres humains sans discrimination de bénéficier du progrès économique et
social partout dans le monde. Promouvoir la justice sociale ne consiste pas simplement à
augmenter les revenus et à créer des emplois. C’est aussi une question de droits, de dignité et
de liberté d’expression pour les travailleurs et les travailleuses, ainsi que d’autonomie
économique, sociale et politique.(Déclaration de l’OIT sur la justice sociale pour une
mondialisation équitable).
A soberania nacional
Art. 182.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no
plano diretor.
- Largo do Paysandu;
- Pinheirinho;
- Exploração consciente;
- Solidariedade Federativa
- PEC 241/55
- Em 1943, o economista polonês Michael Kalecki advertia que nenhum governo manteria o pleno emprego
se soubesse como fazê-lo, devido à desconfiança dos grandes empresários em relação à manutenção do pleno
emprego por meio do gasto governamental.
Para Kalecki, seriam três os motivos desta oposição. Em primeiro lugar, haveria a reprovação à
interferência governamental na questão do emprego. Em segundo lugar, haveria a reprovação à utilização
dos gastos governamentais para o investimento público e o subsídio ao consumo, com a crença dos
empresários no risco de nacionalização de setores entregues à iniciativa privada33. Finalmente, a objeção
mais importante à manutenção do pleno emprego por meio do gasto governamental derivaria da reprovação
pelo empresariado das mudanças sociais e políticas advindas da manutenção do pleno emprego. Afinal, sob
um regime de pleno emprego, o despedimento dos empregados deixaria de exercer sua função disciplinar (a
“disciplina da fábrica”), minando a posição social dos empresários. (Thomas Pikety)
O tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital
nacional de pequeno porte
- Conteúdo Nacional;
- Potencial de Inovação.
Modelo Liberal - A proposta da nascente teoria é que todos podem alcançar o mais alto
nível de prosperidade de acordo com seu potencial, aplicando seus valores, atividades e
conhecimentos, com o maior grau de liberdade possível, em uma sociedade que reduza
ao mínimo os inevitáveis conflitos sociais
Função Distributiva:
deriva do Estado de Bem-Estar Social, voltados para realização dos direitos de segunda
geração (direitos sociais : previdência, saúde, assistência social, pleno emprego), para
tanto se vale da tributação progressiva para custear a “solidariedade”, política de
distribuição de renda. (Lei Elói Chaves, 1929 – Caixa de Previdência Social).
l’IFI de Macron. L’Impôt Sur La Fortune Immobilière.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do
Brasil. 3ª ed. São Paulo: Global Editora, 2015.
O grande desafio que o Brasil enfrenta é alcançar a necessária lucidez para concatenar
essas energias e orientá-las politicamente, com clara consciência dos riscos de
retrocessos e das possibilidades de liberação que elas ensejam.
Nessas lutas, índios foram dizimados e negros foram chacinados aos milhões, sempre
vencidos e integrados nos plantéis de escravos.
O povo inteiro, de vastas regiões, às centenas de milhares, foi também sangrado em
contrarrevoluções sem conseguir jamais, senão episodicamente, conquistar o comando
de seu destino para orientar o curso da história.
Ao contrário do que alega a historiografia oficial, nunca faltou aqui, até excedeu, o
apelo à violência pela classe dominante como arma fundamental da construção da
história.
O que faltou, sempre, foi espaço para movimentos sociais capazes de promover sua
reversão.
Faltou sempre, e falta ainda, clamorosamente, uma clara compreensão da história
vivida, como necessária nas circunstâncias em que ocorreu, e um claro projeto
alternativo de ordenação social, lucidamente formulado, que seja apoiado e adotado
como seu pelas grandes maiorias.
Não é impensável que a reordenação social se faça sem convulsão social, por via de
um reformismo democrático.
Mas ela é muitíssimo improvável neste país em que uns poucos milhares de grandes
proprietários podem açambarcar a maior parte de seu território, compelindo milhões
de trabalhadores a se urbanizarem para viver a vida famélica das favelas, por forma
da manutenção de umas velhas leis.
Não foi assim. Desencadeou-se sobre mim o vendaval da vida. Um câncer me comia um pulmão inteiro
e tive de retirá-lo. Para tanto, retornei ao Brasil, reativando as candentes luzes políticas que dormiam
em mim nos anos de exílio. Tudo isso e, mais que tudo, uma compulsiva pulsão romanesca que me
deu, irresistível, assim que me soube mortal e que, desde então, me escraviza, afastando-me da tarefa
que me propunha.
Agora, uma nova pulsão, mortal, reaviva a necessidade de publicar este livro que, além de um texto
antropológico explicativo, é, e quer ser, um gesto meu na nova luta por um Brasil decente.
Portanto, não se iluda comigo, leitor. Além de antropólogo, sou um homem de fé e de partido. Faço
política e faço ciência movido por razões éticas e por um fundo patriotismo. Não procure, aqui,
análises isentas. Este é um livro que quer ser participante, que aspira a influir sobre as pessoas, que
aspira a ajudar o Brasil a encontrar-se a si mesmo.
TODOROV, Tzvetan. Os inimigos íntimos da democracia. São
Paulo: Companhia das Letras, 2012
Concentração econômica.
Que legitimidade democrática teria um texto constitucional tecnicamente perfeito,
contendo apenas normas consideradas, por especialistas, como essenciais, se não
refletisse a complexidade dos conflitos existentes na sociedade, o que só se tornou
possível mediante a ampla participação social em seu processo de elaboração?
“Temos consciência de que não basta um bom texto, com belos enunciados de
princípios, uma Carta Constitucional perfeitamente articulada segundo as exigências
do Direito Constitucional. É fundamental seu conteúdo, e tão importante quanto seu
conteúdo é o processo político no qual o povo se fez participante ativo”. (Diário da
Assembléia Nacional Constituinte, 13 de agosto de 1987, p. 4.315)
LASSALLE, Ferdinand. Que é uma Constituição?. Tradução de
Manoel Soares. São Paulo: Global Editores, 1987.
Segundo o autor:
Consoante lição precisa e valiosa de Bernard Chénot (apud Corrêa, 1994: 27): “a
realidade hoje é tal que não é possível estudar os problemas econômicos sem analisar
a organização do Estado, nem compreender e apreciar a estrutura e o funcionamento
dos órgãos deste sem se debruçar sobre os problemas econômicos”.
É neste sentido que alguns autores empregam a expressão “economia política” ou
“política econômica”. Utilizando esta última terminologia, Vincenzo Tosi (1935: 187)
considera-a como “l’azione dello Stato e degli Enti politici minori (Provinci Comuni)
nel campo economico, sia che si esplichi con iniziative dirette, sia che si manifesti
mediante una própria ingerenza sull’attività privata”.
Norbert Reich (1985: 68-72) elenca quatro possíveis abordagens acerca da expressão
em análise, cada qual constituindo um núcleo de posicionamento completamente
diverso dos demais.
Norbert Reich – Mercado y Derecho. (1985)
Primeiro: consoante o autor, poderia ser considerada como fórmula que agrupa as
normas da Constituição em sentido formal que disciplinam as relações econômicas e,
ainda, normas que, apesar de estarem em leis, seriam de relevância constitucional.
Segundo: apoiado nas lições de Albert Venn Dicey, Cassese considera “non solo
analisi delle norme costituzionali e delle leggi, ma anche analisi dei mutamenti
dell’opinione pubblica”.
“De outro modo, a CE designaria apenas a decisão, constante de uma ordem normativa,
por uma situação desejada” (Moreira, 1974: 28-29).
Para Vital Moreira, a Constituição econômica não é uma “seção geográfica autônoma”
das constituições (políticas), devendo aquela se autonomizar em relação a esta
concepção, sem, entretanto, isolar-se dela.
Consoante José Afonso da Silva (1999: 765), a Constituição econômica deve ser
compreendida “como a parte da Constituição que interpreta o sistema econômico,
ou seja: que dá forma ao sistema econômico”.
Porém erram em ambos, pois (i) ainda que tenha sido um retalho, uma vez fechada é
imperativo que uma hermenêutica constitucional seja integrativa e coesa – assim a
solidariedade do art. 1º tem que ser coerente com a função social da propriedade no art.
170 (existência digna, justiça social, III-função social da propriedade, II-livre iniciativa
(valor social)) –, (ii) este econômico não foge do tecido social e político da CF/88.
Pode-se considerar a Constituição econômica formal como a parcela da Constituição
que abriga e interpreta o sistema econômico (material), ou seja, que confere forma ao
sistema econômico (no caso brasileiro, em sua essência, capitalista).
Metodologia sistêmica.
Dentre os principais temas a serem enfrentados, encontram-se:
- A questão do direito de propriedade (especialmente dos meios de produção);
Lembremos, neste passo, da crítica pertinente que fez João Mangabeira (1934: 225):
“Substituiu-se o direito que se ia formando, ao impulso da vida e pela forma das
necessidades econômicas, por uma escolástica jurídica, segundo a qual a substância, a
realidade é o conceito abstrato, e do direito consiste mais na aplicação complicada e
sutil desses entes de razão do que no reconhecimento de fatos, usos e costumes
peculiares a cada povo e a cada civilização”.
A expressão designa uma parcela da ordem jurídica, conforme aponta Eros Grau (1997:
41): “Ainda que se oponha à ordem jurídica a ordem econômica, a última expressão é
usada para referir parcela da ordem jurídica. Esta, estão – tomara como sistema de
princípios e regras jurídicas –, compreenderia uma ordem pública, uma ordem privada,
uma ordem econômica, uma ordem social”.
A ordem econômica constitucional seria o conjunto de normas que realizam uma
determinada ordem econômica no sentido concreto, dispondo acerca da forma
econômica adotada. “Designando o conjunto de normas e instituições jurídicas
que têm por objeto as relações econômicas, ela abrange necessariamente planos
jurídicos distintos (direito público, direito privado) e ramos jurídicos diversos
(direito comercial, direito civil, direito do trabalho, direito administrativo etc.)”
(Moreira, 1974: 58).
Poder-se-ia, a partir da concepção mencionada, vislumbrar – como reconhece o próprio
Vital Moreira – que a Constituição econômica surja a partir da ordem econômica, ou
seja, que esta constituiria e legitimaria aquela.
Pois na medida em que ela foi escrita já existia uma realidade econômica consolidada e
que se expressou naquele caldo, no retalho social de construiu a CF/88.
Podendo esta realidade econômica ter sido imposta ou pactuado de modo democrático
e histórico.
Neste sentido é que ela é dirigente, para corrigir distorções no horizonte do dever-ser
(devir constitucional – reforma agrária, função social da propriedade, dignidade, bem-
estar dos habitantes das cidades, etc).
Crítica ao modelo Liberal.
As leis constitucionais só servem, no Estado Liberal, então, para garantir o status quo.
Deve-se deixar claro que o Estado não é único opressor, assim como nem sempre o
Estado-mínimo é isento de interesses. Não há vazio de poder.
(exemplo: bolsa família por meio de lei, programa do Estado e não de governo; outros
direitos também).
Hoje, abandona-se o ordenamento majoritariamente repressivo e afirmam-se novas
funções do Direito, de condição e incentivo do processo social.
A definição dos fins do Estado não pode nem deve derivar da vontade política
conjuntural dos governos. Os fins políticos supremos e as tarefas do Estado encontram-
se normalizados na Constituição.
José Joaquim Gomes Canotilho, em sua última obra “Direito Constitucional e
Teoria da Constituição”, afirma que:
Embora não possa impor soluções para os sistemas, o ordenamento jurídico levaria
esses sistemas, com base nos princípios da “responsabilidade social” e da “consciência
global”, a uma reflexão sobre os efeitos sociais de suas decisões e atuação, induzindo-
os a não ultrapassar situações limite em que todos perderiam.
Esse modelo do direito reflexivo não está livre de críticas.
Destacaremos apenas uma, que diz respeito ao fato de que, para funcionar sem grandes
traumas, a sociedade depende do acatamento pelos vários sistemas de princípios da
“responsabilidade social” e “consciência global”. Ou seja, critica-se a “utópica”
pretensão do Estado e da Constituição de quererem regular a vida social mediante um
programa de tarefas e objetivos a serem concretizados de acordo comas determinações
constitucionais e, em seu lugar, propõe-se, não menos utopicamente, na nossa opinião,
que os vários sistemas agirão coordenados pela ideia de “responsabilidade social”.
O principal diz respeito à relativização dos direitos privados pela sua função social. O
bem-estar coletivo deixa de ser responsabilidade exclusiva do Estado e da sociedade,
para conformar também o indivíduo.
A autonomia privada deixou de ser um valor em si. Os atos de autonomia privada,
possuidores de fundamentos diversos, devem encontrar seu denominador comum na
necessidade de serem dirigidos à realização de interesses e funções socialmente úteis.
“A ausência de atuação da função social, portanto, faz com que falte a razão da
garantia e do reconhecimento do direito de propriedade”.