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O campo social das políticas públicas

“Ao falar de políticas públicas falamos das relações sociais em


situações diversas; ocupação e convivência nos espaços públicos;
adesão de indivíduos a orientações gerais de comportamento;
expressão, identificação, problematização e transformação de
demandas; participação de indivíduos em diferentes contextos;
decisões coletivas; adequação de linguagem e procedimentos de
intervenção a populações diversas; estruturação de grupos e
movimentos sociais; dinâmicas de relações entre indivíduos,
grupos, movimentos e poder público” (Gonçalves, 2010, p. 32).

As políticas publicas vão se configurar nas relações dinâmicas


entre Estado, sociedade, a economia e os indivíduos.

Envolve aspectos objetivos e subjetivos.


Capitalismo: livre concorrência; livre consumo; livre venda da força de
trabalho.

Ideologia liberal: Valorização do trabalho e condenação da vadiagem.

Teoria do bem-estar econômico: identifica o bem estar com o consumo


que traz felicidade para o indivíduo.
(preferencia pessoal, satisfação própria)

O indivíduo é o melhor juiz de seu bem estar.

É próprio do capitalismo a impossibilidade de ter trabalho para todos, em


que todos os autônomos tenham sucesso.

Venda competitiva de bens de mercado, distribuição lucrativa e não de


acordo com as necessidades reais de consumo. Quem consome, muitas
vezes não tem uma necessidade real de consumo.

Resulta em situações que há trabalhadores sem condições mínimas de


sobrevivência e acesso ao mercado.
Há a necessidade de ter condições mínimas do trabalhador,
para garantir força de trabalho e para garantir níveis de
consumo, continuidade de produção e acumulação de capital.

Os direitos sociais são voltados para trabalhadores


(remunerado e autônomo) e para os desempregrados.

Se a noção de bem estar individual representa o capital e seus


interesses, na produção e no consumo. Os direitos sociais
representam os trabalhadores. Representa a conquista
objetiva, mas também subjetiva: é preciso que se estenda as
necessidades fundamentais e de direito de todos os
trabalhadores.

Coletivo social.
História...
Medidas para que os indivíduos entrassem no mercado de
trabalho.

Proibição da mendicância;
Marcar mendigos com ferro a brasa para ver reincidentes;
Deportação dos que não queriam trabalhar para colônias;
Criação das Workhouses na Inglaterra e Hospitais Gerais
na França (1700);

Aos que não tem os meios de produção, resta submeter a


venda da sua força de trabalho.
História...
A proteção até então era somente garantida aos
impossibilitados por questões físicas (velhos, doentes e
deficientes).

Não há diretos, mas são destinados à filantropia, que


reconhecida pelo Estado, destinava a tarefa para a Igreja.

Os direitos sociais estão neste momento vinculados à


repressão ao não trabalho e assistência aos impossibilitados.

Nota-se que o prometido pelo capitalismo jamais foi


cumprido. Equilíbrio (vantagem para todos, livre
concorrência, livre escolha).
História...
A produção comanda o consumo e não o inverso.

Crescimento dos monopólios.


Utilização de tecnologia, diminuindo a mão de obra.

A teoria do bem estar econômico não consegue se


sustentar, entretanto a ideia de mercado e consumo ainda
são ideologicamente viáveis.

Se há cada vez mais monopólios, a garantia do bem estar


deve ser responsabilidade do Estado. Ainda continuam a
buscar a satisfação no mercado, mas o Estado deve
subsidiar a produção de produtos essenciais.
História...
O estado deve estabelecer regras para o consumo de cada
uma; regular as relações entre os produtores e as relações
de trabalho.

Surge o capitalismo monopolista, onde o consumidor não


tem a primeira escolha, pois está prisioneiro de um
monopólio e sua liberdade está condicionada pelo
“interesse público”.

O consumidor deve ter a ilusão que escolhe (propaganda).

O que é bom para o produtor deve aparecer bom para o


consumidor.
História...
Com o aumento da produção, as condições de trabalho eram
penosas e desumanas, sendo denunciadas pelos
trabalhadores.

1 - Ações diretas contra os patrões e a nova tecnologia (limitava


o espaço de trabalho e possibilitava maior exploração).

2 – Lutas contra o Estado e as leis que favoreciam os


proprietários.

No século XVIII com revoluções burguesas os direitos dos


cidadão vão ganhando amplitude na relação Estado e
sociedade.
História...
Entretanto, mais que a igualdade é a individualidade que é
afirmada.
EX: os governos devem se submeter à vontade de um
conjunto de indivíduos; a liberdade individual é limitada
pela liberdade dos demais indivíduos;

Expansão do Liberalismo (contraditório pois parte do


indivíduo para se pensar a coletividade).

Alguns direitos provisórios vão sendo conquistados.


Ex: Na França, 1973 há a ampliação dos direitos sociais e
o Estado é responsável pela subsistência dos indivíduos; O
indivíduo não é responsável por não ter trabalho.
História...
Robert Owen (1771 – 1858)
Pensamento liberal associando ampliação a democracia e
do acesso de trabalhadores ao trabalho e aos bens
produzidos.

Melhora a produtividade;
Colabora com as primeiras Leis Fabris (limita a jornada de
trabalho e da idade para o trabalho infantil).

Avanço sindicalista em vários países.

Séc. XIX – crises capitalistas e + organizações dos


trabalhadores
História...
As “lutas” entre patrões e os trabalhadores aumentavam.
Necessidade de intervenção do Estado, cada vez mais
clara para garantir os direitos sociais por lei.

A luta pelos direitos sociais é utilizada pelos operários para


contrapor o capitalismo.

“A revisão do processo de desenvolvimento capitalista da


perspectiva da conquista de direitos permite compreender
como o bem estar, para além das concepções econômicas,
transforma-se em direito” (GONÇALVES, 2010, p. 43).
História...
Aceleração da implantação dos direitos sociais na Europa
devido 1ª guerra mundial (1914-1918).

Com crises capitalistas, é necessário que o Estado também


crie políticas de leis de proteção ao trabalho, a fim de
garantir a expansão, normatização do trabalho.

A atuação do Estado começa a ficar complexa.

Garantir equilíbrio social --- acumulação do capital ---


reprodução da força de trabalho.

Cria mecanismos de regulação.


História...
O estado é liberal, intervêm no mercado para corrigir as
distorções.

Por apoio a empresas e indivíduos, para produzir ou ter


acesso aos bens e serviços existentes no mercado. Não
alteram as relações de produção.

Garantia de mínimo (salário); individualismo (indivíduos e


não coletividades como sujeitos de direito); acessibilidade
(normas para eliminar barreiras de acesso a educação,
justiça, etc); livre escolha (proteger autonomias, liberdade de
escolha); cobertura dos riscos sociais (previdência social);
institucionalização dos conflitos (direito de greve, direito do
consumidor).
História...
Concepção liberal (as desvantagens sociais estão
relacionadas à distribuição e não a produção);

Por isso deve-se garantir o mínimo (igualdade).

Permanece no campo subjetivo a contradição dos critérios


individuais de avaliação do bem estar e a experiência de
ampliação do reconhecimento dos direitos sociais.
História...
No fim da 2ª guerra mundial surge um modelo de política
social baseado em elementos básicos que foi se
configurando como Estado nesse período:
Universalidade, Unicidade e a uniformidade.

Neste novo modelo as garantias não podem ficar por conta


do livre mercado. O estado deve fornecer as garantias a
todos os cidadão e não somente aos trabalhadores. Amplia
a ideia de universalidade.
História...
Centralizar as políticas sociais em sistemas únicos de
administração, a unicidade.

Garantia de distribuição de benefícios a todos


independentes do nível de renda, uniformidade.

Fundo público: impostos que é redistribuído, onde o custo


do bem estar é pago por contribuintes e não pelos
interessados diretamente.

1944 - Organização Internacional do Trabalho (OIT)


elabora a Declaração da Filadélfia. Reafirma direitos e a
segurança econômica incompatível com o livre mercado.
História...
Políticas de emprego e seguridade social, estende-se para
direitos sociais a assistência integral à saúde e para a
educação.
Ex: Sistema Nacional de Saúde inglês, é um sistema público.

A análise das políticas sociais requer pensar o movimento


capital e os movimentos sociais.
As políticas sociais são resultados das lutas entre classes, ao
mesmo tempo que contribuir para a reprodução das classes
sociais (contradição).

O Estado é poder político, aparelho coercitivo e de integração,


burocrático, instância de mediação para a práxis social.
História...
Isso ocorre de forma dialética, tendo na base as relações
materiais de produção.

O Estado carrega a formação da sua sociedade,


apresentando-nos vários modelos de Estado e políticas
sociais.

As políticas sociais não são boas em si como observam as


classes dominantes. Não são más, como consideram
alguns, ferramentas de manipulação e exploração.
São partes da estrutura capitalista e do movimento
histórico.
História...

Atividade

Pensar sobre a igualdade e equidade no Brasil


Políticas públicas
“Na ótica capitalista, o Estado deve garantir as condições para o
funcionamento do mercado, enquanto para os não capitalistas o Estado é a
garantia dos direitos de ter necessidades atendidas por critérios fora do
mercado.” (Faleiros, 2000, p.67).

Definir políticas sociais é observar entre a contraposição entre fundos públicos


e privados, entre o acesso universal e meritocrático.

Definir os direitos sociais aponta para um concepção do sujeito.

Para o desenvolvimento de políticas não podemos ignorar o desemprego,


desigualdade social, a exclusão...

A inserção social pode ser o conceito chave para as políticas sociais.

O capitalismo restringe a cidadania social em nome da competitividade.

A inserção e solidariedade surgem como formas de amenizar/ disfarçar a


Empregabilidade – investimento na capacidade individual de encontrar
emprego (esforço, capacitação), sem transformá-la em assalariada opõe-
se ao pleno emprego, ao direito de trabalho.

Encontramos outra dificuldade na focalização, onde irá substituir os


programas de acesso universal, em contrapartida de grupos considerados
vulneráveis.

Contraposição de direitos e mercado atravessam as políticas sociais.

No Brasil a pobreza e exclusão “andam juntas”.

Taxa de concentração de renda, de desigualdade.

“se impõe o desafio de reconhecer direitos sociais e implementar políticas


públicas que garantam seu atendimento, enfrentando a herança de
Estados autoritários e comprometidos com as elites econômicas”
(Gonçalves, 2010, p. 62).
Aspectos estruturais: população desprotegida, sem acesso a condição
digna de vida.
Alteração na ideia de trabalho e direito. Preceitos neoliberais
(supervaloriza o mercado e transforma as questões sociais e de
trabalho em questões de mercado, ou seja, de consumo)

A psicologia pode atuar principalmente na direção de transformar a


sociedade, na promoção e garantia dos direitos sociais.

Considerar a atual sociedade a partir de uma construção histórica,


desnaturalizado os fenômenos sociais (situação de exclusão,
precariedade da vida). Esses aspectos são produzidos e não naturais.

A Psicologia deve defender as políticas sociais como responsabilidade


do Estado.
Lutar pela democratização do Estado e sua responsabilização por
políticas universais.
Trazer para o debate os interesses contraditórios.

Não limitar-se a garantir somente a sobrevivência e reprodução, não apenas a


assistir os menos favorecidos ou excluídos do processo social... É criar espaço
social necessário para o desenvolvimento de todos os indivíduos.

Intervir no campo subjetivo dessa realidade social (Estado, sociedade e políticas).

Os indivíduos são responsáveis por seus destinos.

A ideologia liberal traz elementos da constituição subjetiva.


(individualismo, defesa da liberdade, público como espaço da convivência
democrática das liberdades).

Os direitos reconhecidos são apenas os que garantem as condições desta


ideologia. Direitos civis e políticos.

Sustentação da teoria do bem-estar, que encontra-se nas preferências do


indivíduo (consumo, desejos, escolher).
A escolha é aos mesmo tempo subjetiva e moldada pelo mercado.
EX: o trabalho é uma obrigatoriedade com “origem moral”
Com a evolução do processo capitalista e os produtores buscando mais
seus interesses, o Estado intervém.

Agora o bem-estar deve articular-se com o interesse público.

Neste momento o sujeito é convencido do que se deve desejar e consumir.


Pois o indivíduo não é o único critério, mas também a manutenção do
consumo, do disponível no mercado.

O direcionamento começa desde a educação, que irá treiná-los, o indivíduo


certo para o lugar certo, buscam uma ordenação.
O consumo é legitimado pela propaganda.

Ex: estude pra ser médico, ganha bem.


Desvaloriza-se o coletor de resíduos/ recicláveis.

A educação é importante, mas devemos concebê-la também pela sua


inserção na história e como ela é utilizada.
A partir das reivindicações dos trabalhadores, as necessidades são atreladas aos
direitos.

Há o aparecimento do conteúdo subjetivo: ter direitos é também ver atendidas as


próprias necessidades.

Contradição: A luta pelos direitos é formulada a partir das próprias necessidades de


um grupo que até então era manipulada pelos interesses da produção.

Quanto mais o atendimento das necessidades aparece como “conserto de rota”, mais
marcante é o caráter assistencialista das políticas.

No século XX com o neoliberalismo, o indivíduo é entregue a própria sorte. Pois as


posições de trabalho se alteram de lugares estruturados, para transitórios. O
emprego agora é ocasional, desarticulado...

EX: ubers, entregadores de ifood.


Graduados que não trabalham na área de formação.

As políticas sociais se esvaziam, pois eram ligadas diretamente a esta posição de


trabalho.
Privatização das políticas sociais, menos responsabilidade do Estado.
A proteção dos indivíduos e atendimentos as suas necessidades se transforma em
questão de consumo.

Atualmente há uma necessidade de defender os direitos sociais como direitos


humanos.

O indivíduo atualmente sucumbe à mudanças sociais e econômicas ou resgata sua


cidadania?

Processo de desqualificação social (Paugam, 2003).

Fragilidade: deslocalização social ou dificuldades de inserção profissional.


Geralmente essas pessoas não querem ser consideradas como assistidas. Pode
levar à fase de dependência.

Dependência: em relação a ajuda assistencial, pois a precariedade profissional pode


se prolongar, há diminuição da renda e degradação das condições de vida.

Ruptura: dos vínculos sociais, principalmente quando há suspensão dos auxílios e


as dificuldades aumentam. Podendo ir para âmbitos cada vez mais marginais, de
miséria.
Em cada fase aspectos subjetivos são produzidos.

Fragilidade: sentem-se humilhados pelo fato de estarem desempregados. Outros


“notam seu fracasso”, temem não estabilizar-se novamente. Rejeitam a assistência,
pois isso demonstra seu status social... (fracasso, humilhação, isolamento).

Dependência: começam a agir conforme se espera de pessoas nessa situação,


racionalizam a assistência recebida.

Ruptura: Não há mais esperança de sair da situação, processos de


dessocialização, vínculos se rompem.

Nota-se o indivíduo como descartável...

Aos 45 aos é velho para o trabalho.


Jovem sem futuro

A diversidade que deverias surgir como contestação das normas e ser defendida,
passa a ser objeto de consumo.
EX: Propaganda Natura.
Políticas públicas
A dimensão subjetiva deve ser tratada a partir das
diferentes dimensões dos sujeitos e suas contradições
históricas.

O indivíduo atingido pelas políticas sociais é antes de tudo,


sujeito liberal, pois está neste processo, é efeito dele.

Entende-se que o papel do estado é regular e avaliar as


políticas de mercado... Entretanto ainda nega o sujeito
(precariedade do trabalho, não reconhece as demandas
como direito).
Psicologia e políticas públicas
Qual a demanda da Psicologia???

Devemos desnaturalizar???

A Psicologia deve estar no campo social, não somente no


consultório... Há sempre um olhar clínico.

Psicologia como ciência e profissão, tem o compromisso


de auxiliar a adaptação e adequação dos indivíduos,
apesar de sua diversidade e lugares sociais já existentes.
Além de criar espaços para a manifestação da
subjetividade, questionadora, inovadora, superando as
condições que interpelam os sujeitos.
Psicologia e políticas públicas
Na história da Psicologia no Brasil a intervenção no campo
social esteve marcada por uma presença secundária nas
instituições sociais.
(hospitais, asilos, abrigos, etc).

Em outro momento chegava à população de maneira


direta, sem intermediação do Estado, mas ainda não
buscava atender as demandas populares.

Podemos explicar até então uma ausência da Psicologia


nas políticas públicas.
Psicologia e políticas públicas
Psicologia institucional...(educação e trabalho).
Psicologia clínica...(ao que não se adequa, ligada ao
adoecimento).
Psicologia comunitária... (promoção das pessoas, se
desenvolve fora das instituições conservadoras).

Atualmente esses aspectos mudaram, pois começou a se


perceber do comprometimento da Psicologia com as elites, alvo
de crítica, que também é acompanhada de propostas para o
fortalecimento das instituições democráticas.

O campo das políticas públicas pode efetivar em sentido prático


o que está garantido pela Constituição. Na contramão há o
Neoliberal, impedindo o avanço das políticas sociais
Psicologia e políticas públicas
A ausência das Psicologia nas políticas públicas revela-se
na participação de garantias sociais, elaboradas e
executadas pelo setor público.

A Psicologia (produz conhecimentos sobre a emoção,


aprendizagem, desenvolvimento, personalidade, etc) se
colocava como auxiliar de outras áreas, geralmente
vinculada por laudos e diagnósticos e com pouca
participação direta na implementação de ações para
atender indivíduos.

Outra questão é a convicção de uma naturalização... Um


conhecimento universal sobre o psiquismo humano.
Psicologia e políticas públicas
Se é uma explicação universal, as intervenções também
são. Não se cria intervenções específica a cada grupo,
apenas aplica o que já existe.

A posição “neutra” pode prejudicar neste avanço da


participação nas políticas.

A Psicologia estava ligada a interesses da elite!

Ex: psicólogo na instituição, busca melhorar o desempenho


e aumento da produção, juntamente com o “bem estar”.
Psicologia e políticas públicas
A psicologia estava no interior da medicina no século 19,
junto a psiquiatria, em paralelo, também na educação.

Influências (final séc. 19 e início séc. 20)


- lógica higienicista (medicina).
- enfoque individualista (educação).
- lógica adaptativa (aplicada ao trabalho).

Buscava a modernização e adequação do processo de


industrialização do país.

Psicologia regulamentada como profissão em 1962.


Psicologia e políticas públicas
Não podemos negar que existem movimentos que
questionam essa lógica da psicologia (higienicista,
adaptativa, discriminadora).

Por muito tempo a Psicologia na educação trabalhou com


o conceito de normalidade, ou seja, um ajustamento e
eliminação de quem não se adequa.

A ausência da Psicologia nas políticas públicas neste


momento, aponta um fortalecimento assistencialistas,
patologizantes, curativas e individualizantes.
Psicologia e políticas públicas
Após a regulamentação (1962), se estabelece como prática o
atendimento em consultório.

1964 – Ditadura militar (define economia e políticas sociais).

Há valorização do nível superior (escolaridade), profissões


liberais...
O campo de trabalho das profissões ligadas a saúde,
educação, assistência social é reduzido, encontrando-se
apenas no setor privado, onde está o profissional liberal.

Faculdade pública (pesquisa)


Faculdade privada (mão de obra).
Psicologia e políticas públicas
A reprodução técnica do saber (repetição), vai levar a
psicologia a um lugar social secundário de saber.
Chamados quando há algum problema...
Auxilia o juiz, o médico, o professor...

- Psicologia neutra, processos naturais, universais do


homem.
- Aplicava o conhecimento sem considerar processo sócio-
histórico.
- Psicologia com pouca ênfase na inserção social.

Neste contexto surge a Psicologia comunitária.


Psicologia e políticas públicas
Psicologia comunitária busca ser espaço de construção e
negavam a hegemonia, a neutralidade e todo este
funcionamento da Psicologia.

As políticas públicas do momento eram feitas pelo regime


da ditadura, que tinham interesses próprios e não
alcançavam a população.

A psicologia comunitária se constitui junto à população pela


impossibilidade de atuar no setor público.

Busca uma Psicologia condizente com a realidade


brasileira.
Psicologia e políticas públicas
Cresce neste momento a importância da leitura sócio
histórica. Novas pesquisas, novos conhecimentos...

Quando se torna mais amplo o psicólogo nos ambientes


públicos, ele está com um saber das experiências
comunitárias, que auxilia sua participação nas politicas
sociais.

Saúde – luta antimanicomial.


Educação – conscientização, intervenções não mais
pontuais.
Psicologia e políticas públicas
Com o fim da ditadura, aumenta a democratização, avanço
das perspectivas psicológicas críticas.

Reposicionamento social da Psicologia.


Na déc. 90 “Projeto do Compromisso social da Psicologia”.

Ex: Participação através de movimentos de psicólogos na


Constituição e no Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA).

Atualmente participam de vários campos: reforma


psiquiátrica, SUS, ECA, SUAS, debates sobre sistema
prisional, medidas socioeducativas.
Psicologia e políticas públicas
Há uma luta ainda: de garantir o cumprimento dos direitos
sociais através dos direitos humanos, pois se os direitos
sociais não são garantidos, os direitos humanos são
violados.

“A defesa dos direitos humanos nos fala de um tipo de


sociedade que se quer. A defesa de políticas públicas nos
fala do compromisso de uma sociedade democrática e que
respeita os direitos sociais” (Gonçalves, 2010, p. 101)

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