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GOMES JARDIM

MATHEUS BIALESKI GOMES

. Estado,
Mercado, ONGs e
Movimentos: qual o papel desses
atores para redução das
desigualdades
Falando em direitos e obrigações não podemos
deixar de falar nas funções do Estado. Mas afinal, o  que
é Estado? O Estado é a reunião de todas as instituições
capaz de exercer com permissão o uso  da força e
controle sobre as pessoas em um determinado
território. Isso significa que o Estado é  correspondente
ao governo de uma nação. 

Mas, para o governo não abuse do seu poder


sobre as pessoas existem, em uma democracia, três 
poderes que equilibram os limites e as funções do
Estado: 1) O Legislativo – faz as leis dizendo  quem
tem direito e quem tem deveres; 2) O Executivo –
executa os deveres e direitos garantidos  por lei e 3) O
judiciário – julga e fiscaliza as ações do Executivo. 

Numa sociedade capitalista e democrática, como


a brasileira, o Estado deve garantir o bem  comum, a
vontade de todos. Como vimos antes, a sociedade é
feita de pessoas são diferentes e  desiguais. Então,
como garantir que os interesses de todos sejam
garantidos? Atender os  interesses sem contribuir para
aumentar a desigualdade entre as pessoas é a grande
dificuldade do  Estado capitalista. 

Uma das principais funções do Estado capitalista é


a preservação da propriedade, ou seja, dos  bens que
as pessoas possuem. Então, quem tem mais
propriedade tem mais proteção e garantias 

do Estado. Mas na prática isso não é simples assim. 

Hoje, no mundo inteiro, os Estados capitalistas


tiveram que atender as necessidades de diferentes 
classes, ou seja, de pessoas com mais ou menos renda
(dinheiro, bens). Isso ocorreu porque  diversos
movimentos lutaram para que o Estado tivesse mais

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funções e garantisse proteção a  todos, especialmente


dos mais desprotegidos. 

Para garantir que o Estado proteja os


desfavorecidos (pobres, pessoa com deficiência, idosos,
crianças, adolescentes, etc.), o poder Legislativo cria
leis que colocam serviços sociais como saúde, 
educação e renda (bolsa-auxílio) como uma obrigação,
um dever, do Estado e um direito das  pessoas. 

O Estado é um espaço influenciado por diversos


interesses diferentes. As classes “brigam” entre si  e
com o Estado para garantir os seus interesses. Ganha a
“briga” quem conseguir pressionar mais, 
especialmente, que tem mais condições de realizar essa
pressão. As leis, por exemplo, são um  resultado dessa
“briga”. Elas são criadas para atender interesses que
podem beneficiar os ricos ou  pobres, os mais fortes ou
mais fracos. 

O Estado e suas organizações são chamados de


esfera pública, ou seja, um lugar onde as ações  são
voltadas para todos – teoricamente deveria ser assim.
Já o Mercado é chamado de esfera  privada – espaço
onde os interesses particulares acontecem. 

Na sociedade capitalista, também conhecida como


sociedade de Mercado, as relações entre as  pessoas
baseiam-se na troca de bens e serviços, visando o lucro
de quem oferece. Isto significa  que todos podem
“oferecer coisa em troca de dinheiro”. Alguns oferecem
produtos (xampu, feijão,  lápis, etc). Mas, uma das
mercadorias mais comuns na sociedade capitalista é a
força de trabalho.   As pessoas vendem sua
disposição para trabalho em troca de salário. 

Apesar de existir uma esfera privada, onde as


pessoas satisfazem seus interesses, o Estado é 
responsável por regular, controlar esses interesses. Isto
ocorre porque os interesses individuais de  uma pessoa
não podem ferir os interesses das outras pessoas. 

Porém, o Estado é pressionado pelas classes com


maior renda para proteger seus recursos, então  ele
protege também a propriedade das pessoas. Por isso,
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na sociedade capitalista, o Mercado não  sobrevive sem


o Estado e virce-versa. O Estado também é
dependendo Mercado, pois será cobrado  imposto das
pessoas e das empresas, ou seja, do Mercado, que ele
terá dinheiro para executar  suas funções. 

Quem tem mais renda espera que o Estado


proteja a sociedade de Mercado para que a pessoas 
ricas continuem tendo mais lucros. Quem tem menos
renda deseja que o estado ofereça serviços  públicos
para que as pessoas pobres vivam melhores. É
mais importante entender que as pessoas  pobres
precisam dos serviços públicos porque o Mercado
capitalista não é capaz de satisfazer as  necessidades
de todos, pois todos buscam lucro e todos querem cada
vez mais. Isso provoca uma  concentração de renda,
quer dizer, poucos ficam com a maioria dos recursos
(dinheiro) enquanto  para grande maioria sobre pouco.
No Brasil essa desigualdade é muito grande.
Atualmente, o principal desafio é fazer com que o
estado continue oferecendo serviços públicos  (saúde,
educação, cultura, etc), pois o mercado quer oferecer
os mesmo serviços cobrando por 

eles. Mas, sabemos que no Brasil, a maioria das


pessoas não possui dinheiro para ter plano de  saúde,
escola particular, e outros serviços públicos muita
gente vão continuar numa situação de  pobreza cada
vez mais insuportável. 

Mas não é só Estado que oferece serviços sociais,


serviços para a população pobre sem cobrar  nada por
eles. Existem pessoas e até organizações que prestam
serviços para a população pobre. Quando uma pessoa
deseja fazer algo por alguém pobre dizemos que ela
esta fazendo  filantropia(ação de assistência e caridade)
ou sendo uma voluntária (serviço que é oferecido sem 
cobrar nada por ele). Um grupo de pessoas também
pode criar uma organização para prestar  serviços
sociais. Como esta organização não é do Estado,
portando não é do governo, elas são  chamadas então
de Organizações Não Governamentais (ONGs). 

Sempre existiram pessoas e/ou organizações que


prestam assistência aos pobres, porém nos dias  de
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hoje elas tornaram-se importantes porque existem uns


movimentos mundiais de globalização  econômica que
faz com que o Estado se preocupe mais em controlar a
economia do que oferecer  serviços sociais públicos. 

Mas o que significa a globalização econômica?


Bom, vamos voltar ao Mercado. Na sociedade 
capitalista, os países também e lutam para que seus
mercados lucram com os mercados dos outros  países.
Teoricamente, numa economia globalizada os países
vendem seus produtos de outros  países livremente,
porém as relações de desigualdade no Mercado Global
também ocorrem fazendo  com que os países ricos
lucrem mais que os paises pobres. 

Se o Estado esta mais preocupado em controlar


estas relações (até porque as classes ricas  pressionam
o Estado para que elas não saiam perdendo na
economia globalizada) os serviços  públicos são
reduzidos. Por isso, hoje as ONGs estão atuando para
substituir as funções do Estado O problema das ONGs é
que elas são ações privadas apesar de não serem
lucrativas. Elas se  diferenciam das organizações do
Mercado que também são privadas porque não desejam
lucro  (dinheiro) para quem oferece os serviços. 

Elas são consideradas privadas porque nascem da


vontade de uma pessoas ou de um grupo, e  diferente
do Estado, elas não nascem por causa da exigência de
uma lei que garante um direito  para todos (universal). 

Por serem ações privadas, as ONGs não possuem


tantos recursos como o Estado, o que obriga as 
pessoas as empresas a repassarem parte do que
ganham por meio dos impostos. Os recursos de  ONGs
vêm de empresas, de pessoas e até do Estado, porém
nenhum deles são obrigado a doarem  seus recursos.
Em geral, as empresas e pessoas doam para ajudar as
ONGs a obterem alguma  vantagem, um vez que os
Estado oferece redução dos impostas para pessoas e
empresas que  doam para ONGs. 

Como as ONGs precisam buscar recursos para


manter seus serviços gratuitos para a população 
acabam obedecendo as regras de quem pode oferecer
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estes recursos. Então, algumas ONGs não  tem uma


proposta própria, elas criam projetos sociais que
ajudem a conseguir mais recursos com  as empresas,
os governos e as pessoas. Por exemplo: se uma
empresa quer doar dinheiro apenas  para organizações
que protegem o meio-ambiente com o objetivo apenas
de conseguir seus recursos.
Isso pode fazer com que a ONG não faça um bom
trabalho para o público que ela deseja  atender no
começo – as mulheres. 

Por outro lado, existem ONGs no mundo inteiro que


conseguem manter suas proposta e são muito 
importantes para defenderem pessoas pobres, o meio
ambiente e até lutam para acabar com a  corrupção na
política. Portanto, não podemos dizer que as ONGs
sempre fazem um trabalho ruim,  nem que o Estado
sempre faz um bom trabalho. Precisamos sempre
avaliar se o trabalho do  Estado ou da ONG diminui
nossa desigualdade social. 

Já falamos sobre o Estado, o mercado e as ONGs.


Não podemos deixar de falar de um “ator” muito 
importante no cenário que é nossa sociedade – os
movimentos sociais. Os movimentos sociais são  grupos
que lutam pelo direito de um grupo determinado
(portadores de necessidades especiais,  mulheres,
negros, etc) ou pela mudança da sociedade. Existem
movimentos que defendem os ricos  e movimentos que
defendem os pobres. 

Os movimentos são importantes em uma


democracia porque eles pressionam o Estado para 
defender direito (o que não significa que esses direito
sejam bons para todos). Em
sociedades  ditatoriais (onde as idéias e vontades das
pessoas são reprimidas e só a vontade do Estado 
permanece), os movimentos que criticam o Estado são
reprimidos. Em diversos países, os jovens  participam
de diversos movimentos e por causa disso sofrem
agressão de governos autoritários.  No regime militar
brasileiro, por exemplo, muitos jovens foram torturados
e até assassinados  porque questionaram o governo. 

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Atualmente, discute-se uma modalidade de


organização, ou seja, uma maneira de fazer ação 
política (reivindicar e cobrar deveres), chamadas redes
sociais. Em uma rede social, as  organizações se unem
a partir de um objetivo comum e aumentam sua ação
por conta essa união. As redes
de pessoas, de organizações ou de movimentos pode
ser conservadores (lutam para  manterem padrões
considerados antigos como o casamento somente entre
homens e mulheres por  exemplo), progressistas
(lutam por mudanças num determinado sistema como,
por exemplo,  defendem as cotas para negros e
carentes na Universidade) ou até revolucionários (lutam
pela  transformação total de uma sistema como a redes
de movimentos que lutam contra o sistema 
capitalista). 

Algumas dessas redes são formadas por pessoas,


muitas delas jovens preocupados como causas  sociais
(o meio ambiente, as famílias, a mulher, os
homosexuais, etc). Alguns destes jovens  possuem
consciência e educação necessária para lotarem pelo
que acreditam. E no Brasil, estarão os nossos jovens
preparados para lutarem por seus objetivos? Quais são
os  objetivos desses jovens? Quais os programas e
projetos sociais direcionados para juventude?  Todas
estas questões são importantes para formação do
jovem que deseja ser um pesquisador.…

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