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RESPONSABILIDADE SOCIAL E
SUSTENTABILIDADE
PÓS-GRADUAÇÃO
NÚCLEO-COMUM
GESTÃO
MARINGÁ-PR
2012
Reitor: Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva Filho
Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação
a distância:
C397 Responsabilidade social e sustentabilidade / Bianca Burdini
Mazzei, Anny Rosi Mannigel, Mirian Aparecida Micarelli Struett -
Maringá - PR, 2012.
100 p.
“As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir dos sites PHOTOS.COM e SHUTTERSTOCK.COM”.
Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br
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RESPONSABILIDADE SOCIAL E
SUSTENTABILIDADE
Professora Me. Bianca Burdini Mazzei
Professora Dra. Anny Rosi Mannigel
Professora Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett
4 RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE| Educação a Distância
APRESENTAÇÃO DO REITOR
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por
tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e solução de
problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará
grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Cesumar – Centro Universitário de Maringá – assume o compromisso de democratizar
o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento,
formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e
solidária” –, o Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com as demandas institucionais
e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consciência
social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração
com a sociedade.
Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de referência regional
e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos
ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão
acadêmica e administrativa; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com
o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos,
incentivando a educação continuada.
Professor Wilson de Matos Silva
Reitor
Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o seu processo
de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação, determinadas pelo
Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essas necessidades, dispomos de uma
equipe de profissionais multidisciplinares para que, independente da distância geográfica que você esteja,
possamos interagir e, assim, fazer-se presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento.
Neste sentido, por meio de um modelo pedagógico interativo, possibilitamos que, efetivamente, você
construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciada especialmente no
ambiente virtual de aprendizagem – AVA – no qual disponibilizamos, além do material produzido em
linguagem dialógica, aulas sobre os conteúdos abordados, atividades de estudo, enfim, um mundo de
linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para a sua aprendizagem. Assim sendo, todas
as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu processo de formação, têm por intuito possibilitar o
desenvolvimento de novas competências necessárias para que você se aproprie do conhecimento de
forma colaborativa.
Portanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com os textos, fazer
anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dos fóruns, ver as indicações
de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, pois tais atividades lhe possibilitarão
organizar o seu processo educativo e, assim, superar os desafios na construção de conhecimentos.
Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lhe estendo o convite para que caminhe conosco na
Comunidade do Conhecimento e vivencie a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de
aprendizagem e membro de uma comunidade mais universal e igualitária.
Caro acadêmico, é com muito prazer que apresentamos a você o livro que fará parte da disciplina
Responsabilidade Social e Sustentabilidade. Somos as professoras Bianca Burdini Mazzei, Anny Rosi
Mannigel e Mirian Aparecida Micarelli Struett, e o preparamos com empenho e carinho para que você
adquira conhecimentos sobre a Sustentabilidade e suas dimensões social, ambiental e econômica.
Sou a professora Bianca Burdini Mazzei, sou graduada e mestre em Administração, professora e
pesquisadora da área social e confesso que sou apaixonada pelo tema e muito interessada em contribuir
para a efetivação das práticas sociais das organizações.
Sou a professora Anny Rosi Mannigel e participei com muito empenho da elaboração deste material, que
apresenta um tema que eu considero apaixonante. Leciono a disciplina de Conservação de Recursos
Naturais na graduação e desenvolvo pesquisa na área de fertilidade de solos, com o intuito de uso mais
racional de fertilizantes. Essas duas atividades me fazem crer que eu esteja contribuindo na caminhada
em busca da Sustentabilidade.
Sou a professora Mirian Aparecida Micarelli Struett, minha formação é em administração, tanto na
graduação como no mestrado. Sou gestora pública, professora e pesquisadora da dimensão econômica
da sustentabilidade, e por isso acredito poder contribuir mais uma vez para a discussão sobre esse
importante tema.
Nosso objetivo ao escrever este livro não foi apresentar um modelo pronto de Sustentabilidade, até porque
estando no campo das ciências sociais aplicadas, não existe uma certeza matemática que nos permita
emitir receitas de sucesso. O que pretendemos aqui é discutir o real papel das organizações na sociedade
e a partir disso, sua conscientização sobre uma atuação em prol do desenvolvimento sustentável, como
atualmente tem sido valorizado por todos os grupos interessados na organização, desde consumidores,
fornecedores, parceiros e organizações públicas (stakeholders).
Para tanto, será necessário também muito empenho de sua parte para a realização desse intenso trabalho.
No decorrer de suas leituras, procure interagir com os textos, fazer anotações, responder às atividades
de autoestudo, anotar suas dúvidas, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os
assuntos tratados, pois com certeza não será possível esgotá-lo em apenas um livro.
Para nortear nosso trabalho, utilizamos o modelo Triple Botton Line que considera a Sustentabilidade
como um conjunto de três dimensões essenciais: social, ambiental e econômica. Dessa forma, nosso livro
Na unidade I, fazemos uma contextualização da dimensão social empresarial, desde sua compreensão
inicial como filantropia, até seu contexto atual de integração de valores como responsabilidade social, no
qual se baseia:
• na orientação de suas ações sobre os valores éticos de respeito e construção do bem comum, incluin-
do os demais integrantes da vida em sociedade;
• na comprovação do seu comprometimento social por meio da divulgação de suas ações, implicando
em uma transparência para com a sociedade;
• e por fim, na busca pela promoção do desenvolvimento sustentável utilizando os recursos atualmente
disponíveis de maneira a preservá-los para as próximas gerações.
Assim, é possível compreender a atual concepção de responsabilidade social, que implica muito mais do
que em meras ações sociais, mas em uma direção organizacional pautada para esses valores.
Na unidade II, a sustentabilidade é discutida sob sua dimensão ambiental, e para isso resgatou o conceito
elaborado na década de 80, que foi fundamental para que os governos e a sociedade de maneira geral
começassem um processo reflexivo sobre o uso do meio ambiente, transformando-o no modelo de
desenvolvimento sustentável que atualmente tem sido reconhecido como o grande alvo para a humanidade.
Nessa unidade, destaca-se ainda que, na dimensão ambiental, vários progressos ocorreram em
decorrência da aplicação por parte de governos das decisões tomadas nos vários eventos internacionais
promovidos pela ONU, mas também por conta de grandes acidentes ambientais que aumentaram a
pressão da opinião pública. A criação do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente),
que almeja gerenciar as atividades de proteção ambiental, é certamente um grande passo nesse caminho,
cuja trajetória histórica é apresentada. Além disso, tratou-se também da questão de Políticas Ambientais
desenvolvidas em nosso país, juntamente com os instrumentos de Gestão Ambiental, por meio de alguns
indicadores de desempenho ambiental.
Na terceira unidade a discussão é sobre a dimensão econômica da sustentabilidade, pois sem a busca pelo
econômico organização alguma consegue sobreviver no atual mercado, uma vez que até as organizações
sem fins lucrativos precisam do econômico para sobreviver e alcançar seus fins sociais. No entanto, a
busca pelo econômico deve aparecer indissociável às dimensões sociais e ambientais da organização.
Para isso, a análise segue no sentido de que a busca pelo econômico também interfere no ambiente
organizacional e suas práticas precisam ser responsáveis.
Dessa forma, buscamos mostrar a inter-relação social, ambiental e econômica necessários para a
sustentabilidade, bem como os principais instrumentos para sua operacionalização empresarial.
Esperamos, assim contribuir para possibilitar a transformação das expectativas, que ainda atuam mais
no campo do discurso, em práticas empresariais sustentáveis e como estas têm avançado nesse sentido.
AS ORGANIZAÇÕES E A SOCIEDADE 15
CONTEXTO SOCIOECONÔMICO 16
UNIDADE II
INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE 51
BALANÇO AMBIENTAL 57
UNIDADE III
REFERÊNCIAS 97
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender o papel das organizações na sociedade.
• Contextualizar o ambiente organizacional a partir das principais demandas socioeconômicas atuais.
• Entender o conceito de responsabilidade social e seu papel para a sustentabilidade.
• Analisar os aspectos que compõem a responsabilidade social.
• Compreender a responsabilidade social como um instrumento de gestão.
• Refletir sobre a responsabilidade social e a gestão social.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• As organizações e a sociedade
• Atual contexto socioeconômico
• Responsabilidade social e a sustentabilidade
• Aspectos da responsabilidade social
• A responsabilidade social como instrumento de gestão
• Reflexões sobre a responsabilidade social
• Gestão social
1
Mestre em Administração, área de concentração em Gestão de Negócios pela Universidade Estadual de Londrina – UEL.
Caro aluno, nesta unidade você estudará a dimensão social da sustentabilidade sob a ótica da
responsabilidade social, um assunto muito importante que o ajudará a refletir sobre suas práticas
gerenciais. Nela busco a compreensão do papel social das organizações e a necessidade da atuação dos
gestores com essa orientação estratégica pela sustentabilidade.
Começou timidamente na década de 1970 e conforme as práticas organizacionais foram mudando, por
meio do processo de Industrialização, foi se incorporando ao papel das organizações do mundo todo.
A princípio tinha um caráter mais filantrópico e assistencialista até chegar ao modelo atual em que para
assumi-la, as organizações se propõem a operar preocupando-se também com os demais públicos
envolvidos (stakeholders).
Institucionalizando-se como uma prática de gestão, passou a ser necessária a criação de instrumentos
de operacionalização e divulgação (como o balanço social e o relatório de sustentabilidade), instituições
de suporte e certificação específicos (IBASE, Instituto Ethos, GRI entre outros), que são abordados nesta
unidade.
Os princípios e pilares que determinam a responsabilidade social também são apresentados e discutidos
nesta unidade. O propósito é apresentar sua estrutura de composição de maneira a permitir maior
possibilidade de operacionalização pelas organizações.
Para finalizar, apresento uma pequena reflexão sobre o real papel da responsabilidade social e a
possibilidade de sua abrangência por meio da gestão social.
AS ORGANIZAÇÕES E A SOCIEDADE
A palavra organização possui dois sentidos, sendo ambos usados pela administração. Organização no
sentido de colocar ordem, conforme algum critério, está relacionado com a função estrutural da gestão,
ou seja, determinar a estrutura e os recursos necessários para a realização dos processos e tarefas.
Outro sentido da palavra organização se refere ao objeto de estudo e atuação da administração, ou seja,
os grupos de pessoas, sistematicamente reunidos com objetivos comuns. Dessa forma, temos três tipos
de organizações:
• empresas (privadas com objetivo de gerar lucro aos seus proprietários);
• públicas (empresas estatais, órgãos públicos, autarquias entre outros);
• sem fins lucrativos (pertencentes ao terceiro setor como associações, ONGs, institutos entre outros).
Conforme Lacombe e Heilborn (2008, p. 13), “são as organizações que executam todas as atividades da
Por isso as organizações possuem um papel social tão importante e são elas as responsáveis pela
sociedade em que atuam, com seu entorno. Isso implica dizer que as organizações existem em função da
sociedade. Em análises estratégicas, é primordial que as organizações considerem o ambiente em que
atuam, com suas peculiaridades e necessidades, e por isso também é necessário preocupar-se com esse
ambiente externo e interno a cada organização.
Para Estigara et al. (2009, p. 09), a empresa é “uma instituição capaz de transformar e dinamizar a
sociedade, através de sua atuação nos campos sociológico, jurídico e econômico, alterando de forma
radical o modo de agir da humanidade”. Para as autoras, a empresa é muito mais do que estrutura para
produção de bens e serviços, com função econômica, é também uma instituição que deve atuar como
protagonista na “realização das demandas sociais”.
Numa sociedade como a que vivemos, que é organizada por especialidades de funções, de maneira
que cada organização desempenha sua função específica (competências essenciais pelo qual ela foi
criada), existe uma interdependência, uma solidariedade mecânica como já sinalizava Durkheim, como
uma engrenagem em que cada ator social faz uma parte para que a sociedade funcione adequadamente.
Caso um desses atores não cumpra sua parte, todo o restante passa a ser prejudicado.
Assim, as organizações possuem esse importante papel social como atores sociais, e também cabe
a elas a responsabilidade pela sociedade em que atuam, no sentido de sua preservação e do seu
desenvolvimento.
CONTEXTO SOCIOECONÔMICO
Com a abertura da economia, que se deu no mundo por volta dos anos 80, o fenômeno da globalização se
instaurou em todas as relações comerciais. A partir desse momento, as relações comerciais começaram
a se dar sem muitas barreiras pelo mundo todo. O aumento da possibilidade de comercialização entre as
nações também promoveu o aumento da competitividade entre as organizações.
Essa competição cada vez mais acirrada faz com que as empresas precisem cada vez mais buscar a
eficiência (usar a menor quantidade de recursos) e a eficácia (ter menores custos e maiores lucros). A
disputa pelos mercados passa a ser cada vez maior, uma vez que grande parte das empresas mundiais
conseguem atuar na maior parte do mundo.
Essa competição acaba por estimular a lógica da acumulação, assim as grandes potências mundiais
acabam por acumular mais capital, que por sua vez cada vez mais conseguem aprimorar suas técnicas
de produção com qualidade, e entram num contínuo de acumulação. Por outro lado, as pequenas
organizações acabam por perderem mais espaço no mercado e ficando com menor capacidade de
concorrer em qualquer espaço que seja.
Com o aumento acirrado da competição, que provoca a lógica da acumulação, promove-se o que alguns
autores chamam de hegemonia de poder (DUPAS, 2000; SINGER, 2002; SANTOS, 2003). De maneira
que apenas algumas grandes potências econômicas acabam por ditar o mercado, deixando espaço
apenas para as pequenas organizações que estiverem a serviço das maiores. As demais ficam à margem
da economia, promovendo assim vários problemas sociais.
O maior problema social acaba por se caracterizar pela exclusão social que, neste livro, irei tomar como
referência um dos modelos de Dupas (2000) retratado como a falta de acesso à cadeia produtiva, que
por sua vez compromete o acesso à renda para obter bens e serviços essenciais para a sobrevivência
humana em sociedade.
É interessante ressaltar que o mesmo sistema econômico que causa acesso a bens e serviços a uma
camada da população por meio do barateamento dos custos de produção causa uma enorme falta de
acesso de bens e serviços básicos a outra camada da população que não tem acesso à renda, ficando
à margem do mercado.
Segundo o professor Dupas (2000), para esse mercado altamente competitivo e excludente, seria
necessário um poder público muito forte para dar suporte aos problemas sociais causados por ele. No
entanto, as práticas têm mostrado que não existe Estado com tamanha capacidade de atuação para
resolver todas essas mazelas sociais.
É nesse contexto que as empresas são chamadas a atuar de forma responsável, uma vez que os
Para isso, as práticas empresariais precisam ser norteadas não apenas pela busca do crescimento
econômico, mas em busca do desenvolvimento que possui como base o tripé: econômico, social e
ambiental, na busca pela sustentabilidade.
A atuação social empresarial surgiu no início do século XX, com o filantropismo. Com o desenvolvimento
da sociedade pós-industrial e a mudança da visão do papel das organizações, o conceito evoluiu,
incorporando os anseios de agentes sociais nos negócios das organizações. Dessa forma, além do
filantropismo adotou-se conceitos como voluntariado empresarial, cidadania corporativa, responsabilidade
social corporativa e desenvolvimento sustentável (TENÓRIO et al., 2006).
Segundo os autores, no primeiro período que corresponde ao início do século XX até a década de 1950,
influenciadas pelo liberalismo econômico, as empresas tinham como foco o crescimento econômico, e por
isso buscavam maximizar os lucros, gerar empregos e pagar impostos. Quanto ao papel social, estava
apenas voltado para o capital, ou seja, usar seus recursos para aumentar seus lucros dentro de uma
competição livre e aberta, sem enganos ou fraude. E a responsabilidade social limitava-se apenas à
filantropia.
Contudo, essa busca pelo crescimento econômico levou a uma degradação da qualidade de vida,
intensificou os problemas ambientais e precarizou as relações de trabalho, que por sua vez levou a
uma mobilização da sociedade pressionando o governo e as empresas a buscarem soluções para os
problemas gerados pela industrialização. Então, passou-se a incorporar ao conceito de responsabilidade
social o cumprimento de obrigações legais referentes a questões trabalhistas e ambientais (TENÓRIO et
al., 2006).
O segundo período analisado pelos autores acontece a partir da década de 1950 até os dias atuais.
Segundo Tenório et al. (2006), esse período é marcado pela intervenção do Estado na economia que vai
É por isso que as empresas passam a adotar um novo papel na sociedade, mais comprometido com seu
entorno. Não apenas focado no crescimento econômico, mas também nos aspectos sociais e ambientais,
o que forma o desenvolvimento sustentável.
Essa nova postura empresarial acontece em função de uma mudança no mercado que, no período pós-
-revolução industrial, se torna cada vez mais competitiva, obrigando as empresas a se tornarem cada dia
mais atrativas aos seus consumidores. Esse conceito passa a se chamar teoria dos Stakeholders.
São chamados de stakeholders todos aqueles grupos que tenham algum interesse na organização,
que por sua vez também se interessa pela imagem que representa a eles. Podem ser chamados de
stakeholders os trabalhadores, os acionistas, o Estado em suas diversas esferas, os fornecedores, os
consumidores, a comunidade do entorno organizacional entre outros.
Dessa forma, as organizações, cada dia mais preocupadas com sua imagem frente aos stakeholders,
incorporam um novo papel social, agora mais voltado para os novos valores sociais, e se veem preocupadas
em contribuir para o desenvolvimento sustentável.
Na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), realizada em 2001,
foram consideradas as seguintes obrigações como pilares para a Responsabilidade Social Empresarial
(ESTIGARA et al., 2009):
• Obrigações para com a promoção de desenvolvimento.
• Respeito aos Direitos Humanos.
• Proteção do Consumidor.
• Proteção do Meio Ambiente.
• Ética na Administração e Governança Corporativa.
• Democracia e participação sociopolítica.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Conforme o conceito de responsabilidade social orientado pelo Instituto Ethos, que é considerado uma
importante organização responsável pela mobilização, sensibilização e ajuda às empresas brasileiras
para gerir de forma responsável seus negócios, a responsabilidade social está plantada sob o tripé da
ética, da transparência e do desenvolvimento sustentável. Por isso discutiremos cada um desses aspectos
separadamente.
Ética
Conforme Barbieri e Cajazera (2009, p. 85), “o substantivo feminino ética indica o estudo a respeito da
moral, por isso também é conhecido como filosofia moral ou ciência moral”. Isso implica em dizer que a
moral é o objeto da ética, por isso o estudo da ética equivale à reflexão das questões morais.
Ainda conforme os autores, moral é um substantivo que refere-se ao conjunto de normas e valores aceitos
por uma sociedade, que orienta a conduta dos seus cidadãos.
Para Stoner e Freeman (1999, p. 77), a ética, em um termo geral, envolve tanto relacionamentos internos
como externos, que pode ser definido “como o estudo do modo pelo qual nossas decisões afetam as
outras pessoas”.
Assim, pode-se dizer que o que deve nortear a conduta das organizações atuais são aqueles valores já
apresentados como pós-industriais, adotados pela sociedade moderna, como:
Acredito que uma boa orientação para uma conduta organizacional ética seja aquela norteada por decisões
que não prejudiquem nenhum dos envolvidos no processo e, ainda, se preocupe com a sociedade do
entorno.
Vale a pena ressaltar que algumas práticas, apesar de legalmente aceitas, podem se caracterizar como
antiéticas, uma vez que podem trazer prejuízos para alguns. Essa é uma reflexão que merece ser feita
no dia a dia empresarial. Por isso, Araya (2003 apud DIAS, 2011, p. 173) trás uma ampliação no conceito
de responsabilidade social quando diz que “promove um comportamento empresarial que integra os
elementos sociais e ambientais que não necessariamente estão contidos na legislação, mas que atendem
às expectativas da sociedade em relação à empresa”
Stoner e Freeman (1999) destacam ainda os quatro níveis das questões éticas que precisam ser geridas
na empresa:
1. Sociedade - preocupação com as ações que causam impacto social.
2. Stakeholders - preocupação em como lidar com grupos afetados pela organização.
3. Políticas internas - preocupação com a natureza das relações da empresa para com as pessoas, e
das pessoas para com a empresa.
4. O indivíduo – preocupação com forma de tratamento entre as pessoas que compõem uma organiza-
ção.
Segundo os autores, cabe a cada organização fazer a gestão da orientação para a aplicação da ética em
todos os seus comportamentos, incluindo cada uma das pessoas que a compõe. Essa institucionalização
dos valores éticos adotados pode ser feita por meio de vários instrumentos como:
• Delimitação dos valores norteadores da empresa, que estão presentes em seus documentos internos,
bem como na missão e visão da empresa.
Outra sugestão interessante dos autores é a orientação das questões para exame da ética em decisões
empresariais, conforme o quadro 1.
E ainda, conforme o Instituto Ethos (2012), as organizações precisam adotar a postura de compor uma
economia praticada segundo padrões éticos elevados, que implicam em:
• Combate à corrupção e à impunidade.
• Valorização da integridade e da transparência.
• Estímulo à concorrência leal.
• Estímulo à cooperação.
• Respeito às leis e às regras de negócio.
• Respeito aos direitos das diferentes comunidades, etnias e grupos sociais de se aproximar em seu
próprio ritmo do estilo de vida contemporâneo.
Essa economia, com visão de sustentabilidade, se completa com o compromisso de não sobrepor
os interesses privados aos interesses públicos, mantendo esses padrões em qualquer investimento e
estabelecendo relações éticas independente das exigências (INSTITUTO ETHOS, 2012).
Transparência
A transparência refere-se à divulgação das ações empresariais tanto para a sociedade como para os seus
trabalhadores. Já que, conforme Tenório et al. (2006), a responsabilidade social nasce do compromisso
da organização com a sociedade, cabe às empresas prestarem contas de sua ações a essa sociedade.
Existem alguns relatórios de divulgação dessa responsabilidade social da empresa, que serão mais
detalhados na parte em que discutiremos os instrumentos de gestão, no entanto já vou adiantar que o
modelo mais utilizado e conhecido atualmente é o Balanço Social, institucionalizado pelo Betinho em sua
campanha Ação da Cidadania contra Fome, a Miséria e pela Vida, que começou em 1993, que desde
então tem sua gestão realizada pelo IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas.
É por meio da prestação de contas de suas ações sociais, que a empresa abre o espaço para a participação
da sociedade em geral, em suas atividades, possibilitando também a articulação entre os demais atores
sociais que a compõem (governo, ONGs, outras empresas etc...).
Desenvolvimento Sustentável
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Ainda para as autoras, esse movimento em torno do desenvolvimento sustentável foi reforçado e
internacionalizado a partir da Conferência da ONU – Organização das Nações Unidas sobre meio ambiente
e desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro no ano de 1992, popularmente conhecida como Rio-92.
Segundo Barbieri e Cajazeira (2009), o desenvolvimento sustentável se apoia nos seguintes pilares:
• Sustentabilidade social – equidade na distribuição dos bens e da renda para melhorar os direitos e
condições da população e reduzir as distâncias entre os padrões de vida das pessoas.
• Sustentabilidade econômica – distribuição e gestão eficiente dos recursos produtivos, bem como fluxo
regular de investimentos público e privado.
• Sustentabilidade ecológica – busca pelo aumento da capacidade de carga do planeta e para evitar
danos ao meio ambiente, principalmente causados pelos processos do crescimento econômico.
• Sustentabilidade espacial – refere-se ao equilíbrio do assentamento humano rural/urbano.
• Sustentabilidade cultural – respeito pela pluralidade de soluções particulares específicas a cada ecos-
sistema, cada cultura e cada local.
Considerando esses cinco pilares do desenvolvimento sustentável, é comum que eles sejam apresentados
divididos em três dimensões essenciais: social, econômica e ambiental, conforme está organizado este
livro.
Segundo Estigara et al. (2009), a responsabilidade social traz várias vantagens para uma organização, pois
além de promover um amadurecimento de suas estratégias de manutenção e crescimento no mercado,
possibilita ainda:
• Redução de carga tributária – incentivos fiscais dos quais a empresa pode se valer.
• Forma alternativa de recolhimento de alguns impostos – possibilitando a reversão desse capital em
benefício dela mesma e dos seus stakeholders.
• Criação de uma política permanente para a empresa – como as ações de responsabilidade social exi-
gem um planejamento estratégico e permanente, acabam por contribuir pela elevação da qualidade
de vida e inclusão social no médio e no longo prazo.
• Incremento do marketing social – incremento na imagem da empresa perante seus stakeholders,
reforçando e agregando valor e credibilidade à marca, o que por sua vez contribui para a formação de
parcerias e redes.
Ainda para as autoras, para o gerenciamento da Responsabilidade Social, uma organização precisa
desenvolver suas ações voltadas para seis eixos estabelecidos pela Iniciativa Global 300, outro importante
movimento liderado pela ONU.
• Pessoas – envolvimento com os clientes e trabalhadores da empresa, preocupando-se quanto à saú-
de, à segurança, à formação e desenvolvimento, à diversidade, à compensação, ao voluntariado, à
satisfação e ao acesso aos bens e serviços.
• Produtos e Serviços – processo de produção voltado para a sustentabilidade.
• Princípios – determinar os valores que norteiam as ações empresariais, bem como sua real implemen-
tação, acompanhamento e monitoramento.
• Ambiente – preocupação com todos os aspectos ecológicos.
• Comunidade – realização de iniciativas locais e nacionais quanto à educação, ao emprego, à cultura,
Os principais instrumentos de aferição da dimensão social são: o Balanço Social, Indicadores Sociais,
GRI – Global Reporting Initiative, SA 8000.
Nesta unidade, trabalharei apenas a dimensão social de cada um dos instrumentos citados, pois as
dimensões Ambiental e Econômica serão exploradas nas próximas unidades deste livro.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Conforme Caetano (2006), o Balanço Social surgiu nos Estados Unidos há alguma décadas, mas
espalhou-se pelo mundo a partir da década de 1970.
Para o autor, pode ser definido como um instrumento de gestão e de informação que visa divulgar as
ações econômicas, sociais e ambientais que são realizadas por uma organização, aos seus diferentes
usuários, dentre eles os seus trabalhadores. Embora não seja obrigatório, ele deve ser transparente
quanto às descrições das informações.
O Balanço Social é composto por indicadores previamente definidos referentes aos aspectos sociais,
ambientais e econômicos da organização.
Os indicadores sociais internos à organização, ou seja, que refletem as ações sociais voltadas para
os trabalhadores da empresa, levam em consideração fatores como: alimentação, encargos sociais
compulsórios, previdência privada, saúde, segurança e medicina do trabalho, educação, cultura,
capacitação e desenvolvimento profissional, participação nos lucros e resultados.
Os indicadores sociais externos à organização, ou seja, que descrevem as ações sociais voltadas para o
público externo à empresa, consideram fatores como: educação, cultura, saúde e saneamento, habitação,
esporte, lazer e diversão, creches, alimentação.
Os indicadores do corpo funcional retratam o relacionamento da organização com seu público interno,
quanto à utilização de serviços de terceiros, à valorização da diversidade e da inserção em cargos de
chefia por grupos historicamente discriminados (negros, mulheres, portadores de deficiência).
Os indicadores relevantes quanto à cidadania empresarial retratam as relações com os demais públicos
de interesse da organização e com o desenvolvimento sustentável.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Com o intuito de orientar as empresas no sentido de ser socialmente responsável, o Instituto Ethos criou
os indicadores de responsabilidade social, de acordo com parâmetros de pesquisas internas e com base
nas normas e certificações ISO 9000, ISO 14000, SA 8000, e AA 1000 (ESTIGARA et al., 2009).
Conforme as autoras, para realizar o diagnóstico sobre a Responsabilidade Social das empresas, foram
criados indicadores que abrangem sete temas:
a. Valores e transparência.
b. Comunidade interna.
c. Meio ambiente.
d. Fornecedores.
e. Consumidores.
f. Comunidade.
g. Governo e sociedade.
Para tanto, o questionário respondido é enviado ao Instituto Ethos, que, após a análise, entra em contato
com a empresa.
A Global Reporting Initiative – GRI foi constituída em 1997, por meio de uma parceria entre a Coalition
for Environmentally Responsible Economics (CERES) e o Programa de Desenvolvimento das Nações
Unidas.
Com o objetivo de que a elaboração de relatórios de desempenho econômico, social e ambiental se tornem
rotineiros, a GRI indica 103 indicadores amparados nas três dimensões, preconizando a sustentabilidade.
(ESTIGARA et al., 2009).
O Relatório encontra-se estruturado em seis partes:
1. Declaração da Direção da Empresa sobre os valores e princípios que norteiam sua atuação.
2. Visão geral sobre os produtos, serviços e marcas da empresa, dos países onde opera e da natureza
dos mercados.
3. Visão dos indicadores que têm utilizado.
4. Visão e estratégia da empresa.
5. Explicações sobre as estratégias de relacionamento dos principais stakeholders da organização.
6. Informações sobre a atuação da organização.
SA 8000
Para Estigara et al. (2009), a SA 8000 foi lançada em 1997 e trata-se de um casamento entre as convenções
da OIT – Organização Internacional do Trabalho - e da ONU – Organização das Nações Unidas -, com
foco na defesa dos direitos humanos, da criança, das mulheres e da organização internacional do trabalho.
Como já citado nesta unidade, a responsabilidade social empresarial só ganhou essa abrangência a
partir da cobrança da sociedade (teoria dos stakeholders). Isso significa que, num mercado altamente
competitivo, faz a diferença aquela organização que atende às expectativas da sociedade, causando
uma boa imagem perante ela. Portanto, é correto dizer que uma organização socialmente comprometida
possui um diferencial competitivo e que isso é utilizado como uma estratégia de Marketing.
Não há nada de errado em buscar adicionar valor a sua marca por meio da divulgação das ações sociais
realizadas pela empresa. A reflexão deve ser feita no sentido de que:
• as ações são realizadas por que a empresa reconhece seu papel social e por isso desenvolve a res-
ponsabilidade social no seu todo?
• ou simplesmente faz algumas ações sociais pontuais a fim de desenvolver uma imagem institucional
ou conseguir alguns benefícios fiscais?
• ou pior ainda, “faz de conta” que é socialmente comprometida, mas na realidade possui ações antié-
ticas com seus trabalhadores, fornecedores, consumidores entre outros.
Assim, é importante ressaltar que a ação social não é a mesma coisa que responsabilidade social. Para
Oliveira (2008, p.66), “a responsabilidade social das empresas envolve atitudes, ações e relações com
um grupo maior de partes interessadas (stakeholders) como consumidores, fornecedores, sindicatos e
governo”.
Isso quer dizer que responsabilidade social não significa apenas realizar ações sociais, mas implica em
uma postura organizacional voltada para o bem-estar coletivo.
Sob essa ótica, a Gestão Social amplia ainda mais a atuação das organizações, uma vez que conforme
Fischer (2010, p. 3)
Entende-se a gestão social como o ato relacional capaz de dirigir e regular processos por meio da
mobilização ampla de atores na tomada de decisão (agir comunicativo) que resulte em parcerias
intra e interorganizacionais, valorizando as estruturas descentralizadas e participativas, tendo como
norte o equilíbrio entre a racionalidade em relação a fins e em relação a valores, alcançar enfim
um bem coletivamente planejado, viável e sustentável a médio e longo prazo. O que se exige do
gestor, então, é que ele tenha visão de conjunto, ajude na transformação sociocultural, mas também
simbólico-valorativa, e que se mantenha vigilante ante os mecanismos de autorregulação.
Essa mobilização social preocupada com o seu entorno, que norteie todas as práticas organizacionais e
proporcione parcerias em função do coletivo, é que podemos chamar de futuro da gestão.
Iso 26000 A norma da Responsabilidade Social – Pessoas diferentes, mas com os mesmos sonhos.
<http://www.youtube.com/watch?v=kYV5ZYdx2L4>
Palestrante Mario Persona – Ética nas empresas.
<http://www.youtube.com/watch?v=yY0PHWpvCuo>
Ética Empresarial – importante em todas as organizações
<http://www.youtube.com/watch?v=1d4OP1TI76c&feature=related>
Ética e confl ito de valores – narração de um caso.
<http://www.youtube.com/watch?v=o6dyLHxMevI>
Para concluir esse estudo, vamos relembrar os principais aspectos discutidos na unidade I.
Começamos discutindo o papel social das organizações pautado na sua compreensão como membro de
uma sociedade e, portanto, também responsável por ela. Ou seja, as organizações existem em função da
sociedade, e por isso precisam contribuir para seu crescimento e desenvolvimento.
A partir desse entendimento, buscamos apresentar um pouco sobre os problemas sociais atualmente
encontrados, e a dinâmica organizacional econômica que leva a eles para, então, enfatizar ainda mais a
necessidade de uma postura socialmente comprometida pelas organizações.
No momento seguinte fizemos uma breve contextualização do conceito de responsabilidade social percebido
pelos diferentes momentos históricos, nitidamente influenciado pelo processo de industrialização adotado
ao longo dos tempos, até chegar ao atual modelo em que se pauta na busca pela sustentabilidade.
A partir daí, desmembramos os três principais aspectos que compõem a responsabilidade social, sob a
ótica da teoria dos Stakeholders: uma postura organizacional pautada nos princípios éticos da construção
do bem comum; a divulgação desse comportamento ético e comprometido, garantindo a transparência
dessa postura; a adoção de práticas de utilização dos recursos atuais de maneira a preservá-los para as
futuras gerações em busca do desenvolvimento sustentável.
Para finalizar, concluímos a discussão com uma reflexão sobre o verdadeiro fundamento da responsabilidade
social, utilizada apenas como prática de sustentação de imagem ou como real compreensão do papel
organizacional. Mostrando ainda a possibilidade de ampliação da atuação organizacional para uma
gestão verdadeiramente social.
Espero que com as discussões propostas nesta unidade tenhamos colaborado com o seu conhecimento
acerca da dimensão social da responsabilidade.
Muito sucesso!!
ATIVIDADES DE AUTOESTUDO
I. Considerando o que dizem Lacombe e Heilborn (2008, p. 13), que “são as organizações que exe-
cutam todas as atividades da vida moderna”, e representam um dos elementos mais importantes da
sociedade atual, escreva sobre a importância das organizações na sociedade quanto à dimensão
DUPAS, Gilberto. Economia global e exclusão social: pobreza, emprego, estado e o futuro do capitalismo. 3.
ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
SOUZA, Washington J.; TEIXEIRA José Rubens M.; FERREIRA, Luciano A.; WELLEN, Henrique A. R.
Entre a racionalidade instrumental e a racionalidade substantiva: estudo sobre o dilema central do
trabalho cooperativo. Disponível em: <http://www.rizoma.ufsc.br/pdfs/96-of3-st1.pdf>.
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender o conceito de Sustentabilidade.
• Conhecer a evolução ao longo do tempo das discussões sobre Meio Ambiente.
• Conhecer Tecnologias Ambientalmente Saudáveis.
• Refletir sobre os Indicadores de Sustentabilidade vistos sob o enfoque Ambiental.
• Conhecer aspectos relevantes sobre Políticas e Legislações Ambientais.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Trajetória histórica de reuniões ambientais
• Sustentabilidade e sociedade de risco
• Tecnologia ambientalmente saudável
• Indicadores de sustentabilidade
• Noções gerais sobre políticas e legislações ambientais
1
Doutora em Agronomia, área de concentração em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade Estadual de Maringá - UEM.
INTRODUÇÃO
A discussão sobre sustentabilidade é tema tão frequente na atualidade que corre o risco de ser banalizada,
ou seja, embora tão relevante para a continuidade da vida no nosso planeta, passa a ser discutido sem o
devido aprofundamento necessário para sua verdadeira compreensão, bem como de suas particularidades.
Assim, buscaremos no primeiro momento resgatar o contexto no qual foi concebido o conceito de
Sustentabilidade, e a seguir as implicações práticas existentes. A ênfase será em relação à conjuntura
histórica e nos esforços realizados pela ONU para diminuir a pressão exercida pelo homem sobre o meio
ambiente. Iniciaremos estudando sobre o Clube de Roma, reunião ocorrida em 1968 que gerou o relatório
chamado de “Limites de Crescimento”, continuaremos o estudo com informações sobre a Conferência de
Estocolmo, que foi primeira reunião oficial a tratar das questões ambientais em nível mundial.
O conceito de Sociedade de Risco também será discutido, bem como suas implicações. A seguir,
aprenderemos um pouco mais sobre Tecnologia Ambientalmente Saudável, Indicadores de
Sustentabilidade, Normas ISO 14000 e o Balanço Ambiental.
Além disso, esse encontro motivou a elaboração pelos Estados Unidos do NEPA (National Environmental
Policy Act), uma legislação que determinava considerações ambientais no planejamento e nas decisões
sobre projetos de grande escala. Outra ação efetiva nos EUA foi a criação, na mesma época, da Agência
de Proteção Ambiental Norte-americana (EPA), ação que foi seguida por outros países (JATOBÁ et al.,
2009).
Em 1972, ocorreu a Conferência de Estocolmo, que foi primeira reunião oficial a tratar das questões
ambientais em nível mundial. Preparada pela ONU, a conferência reuniu 113 países e 250 organizações
não governamentais que tinham por objetivos (VECCHIATTI, 2004):
a) fazer um balanço dos problemas ambientais em todo o mundo;
b) buscar soluções e novas políticas governamentais no sentido de reduzir o grande número de proble-
mas causados pelo desenvolvimento das sociedades, tais como poluição, deterioração dos ambientes
e limitação dos recursos naturais;
c) discutir a urbanização acelerada, mal concebida e caótica;
d) debater o caráter global dessas perturbações de origem humana.
O reflexo desta conferência no Brasil foi a criação, em 1973, da Secretaria Especial de Meio Ambiente
(Sema), que se fundamentava nos compromissos assumidos em Estocolmo (JATOBÁ et al., 2009).
Outra consequência direta foi a criação do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente),
que tem por objetivo gerenciar as atividades de proteção ambiental, além disso, foi também criado o
Fundo Voluntário para o Meio Ambiente, voltado para os países em desenvolvimento (FERREIRA, 2004).
Sugestão de atividades:
1.Visite o site do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Lá você encontrará notícias atualizadas
sobre as ações e eventos do PNUMA.
Fonte: <http://www.pnuma.org.br/>.
2. Assista ao documentário: “Uma verdade inconveniente”. Excelente obra, em que você poderá visualizar as
Acreditava-se na época que a modernização dos processos produtivos seria suficiente para resolver
os problemas ambientais e que, portanto, a solução dependeria apenas da legislação e de técnicas de
controle de poluição (tal estratégia ficou conhecida como “comando-controle”), conforme postulavam os
representantes dos países industrializados. Entretanto, com o passar do tempo tornou-se claro que essa
era uma visão tecnicista e reducionista, havendo a necessidade de uma abordagem mais ampla dos
problemas e das soluções, voltando-se o foco de atenções para discutir o modelo de desenvolvimento
internacional (VECCHIATTI, 2004).
Podemos ainda destacar nesta conferência a Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano,
que trouxe vinte e seis princípios comuns para a preservação do meio ambiente humano (São Paulo,
2011).
Entretanto, apesar das propostas feitas e dos bons resultados da Conferência, a realidade não se
desenvolveu como o esperado, pois muitos países continuaram com a mesma postura anterior, e além
desse fator, a crise econômica da década de 70 prejudicou ainda mais os avanços que foram obtidos (São
Paulo, 2011).
O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu somente na década de 80, conforme Vecchiatti (2004),
resultado do trabalho feito pela Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento presidida
por Gro Harlem Brundtland, Primeira Ministra da Noruega. A Comissão foi criada em 1983 e após quatro
anos produziu o relatório nomeado de “Our Common Future”, que se tornou um marco para as teorias
sobre desenvolvimento sustentável:
[...] um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos,
a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o
potencial presente e futuro [...] é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer
a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades (IBGE, 2002).
Neste relatório estavam registrados os sucessos e as falhas do desenvolvimento mundial, reiterando uma
visão crítica do modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e que estavam sendo
reproduzidos nos países em desenvolvimento (São Paulo, 2011).
Segundo Weber (1997), esse conceito foi decisivo para se rediscutir as dimensões do desenvolvimento,
bem como para a conscientização da sociedade, examinando se as práticas econômicas e sociais
desenvolvidas não estavam restringindo a capacidade dos ambientes naturais de suportar a vida no
planeta. Iniciava-se então a discussão sobre o modelo de desenvolvimento adotado, se seria insustentável
ao logo do tempo, comprometendo a vida de futuras gerações.
Outra consequência das discussões sobre o Meio Ambiente é o Protocolo de Montreal, que é um tratado
internacional visando substituir as substâncias que demonstraram reagir quimicamente com o ozônio
na parte superior da estratosfera, as Substâncias Destruidoras da Camada de Ozônio (SDOs), como os
grupos Clorofluocarbonos (CFCs), Halons, Tetracloretos de Carbono (CTCs) e Hidroclorofluorcarbono
(HCFCs), emitidas em todo o globo, a partir dos processos de industrialização.
O Protocolo de Montreal entrou em vigor em 1/1/1989 e sofreu emendas nas reuniões de Londres (1990),
Copenhague (1992), Viena (1995), Montreal (1997) e Pequim (1999). Para a viabilização do cumprimento
do Protocolo foi criado em 1990 o Fundo Multilateral (FML). É administrado por um Comitê Executivo e
suprido por países desenvolvidos. Os projetos apoiados pelo FML são executados em diversos países
com a colaboração de agências internacionais das Nações Unidas: a dedicada ao Desenvolvimento,
PNUD; ao Meio Ambiente, PNUMA; e à indústria, UNIDO, além do Banco Mundial (SILVA, 2009).
De acordo com este Protocolo, os países desenvolvidos que historicamente consumiram mais SDOs,devem
financiar a erradicação dessas substâncias em países em desenvolvimento. O Brasil recebe aporte do
FML desde 1993, sendo signatário do Protocolo de Montreal das Nações Unidas desde 1990 (SILVA,
2009).
Na década de 90, a ONU preparou a maior conferência sobre meio ambiente desde Estocolmo: a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida como Cúpula
da Terra ou Rio 92. O objetivo desta reunião era constituir acordos internacionais que serviriam para
mediar as ações do ser humano no meio ambiente, buscava-se a conciliação entre a conservação e o
desenvolvimento (BURSZTYN, 2008.).
A Eco-92, como o encontro também foi chamado, demonstrou que naquele momento a questão ambiental
ultrapassava os limites das ações isoladas e localizadas, para se constituir em uma preocupação de
toda a humanidade (TOMMASIELLO; FERREIRA, 2001). Os estilos de vida e os padrões de consumo
excessivos foram considerados como alguns dos fatores da insustentabilidade (São Paulo, 2011).
Segundo Jatobá et al. (2009), foi o evento mundial que selou politicamente o ambientalismo moderado,
Durante a Eco-92, foram aprovados cinco documentos oficiais: três convenções (Biodiversidade,
Desertificação e Mudanças Climáticas), uma declaração de princípios e a Agenda 21.
A Agenda 21, documento elaborado na Eco-92, com diversos princípios globais e locais que cada
país, de acordo com sua realidade, utilizada como instrumento de planejamento para a construção do
desenvolvimento sustentável, constitui-se como uma estratégia de sobrevivência para o século XXI. Ela
estabelece compromissos e intenções para a preservação e melhoria da qualidade ambiental, visando à
sustentabilidade da vida na Terra (TOMMASIELLO; FERREIRA, 2001).
Barbieri (2009) afirma que a Agenda 21 é um plano de ação para alcançar os objetivos do desenvolvimento
sustentável. Contempla décadas de estudos e discussões ocorridos na esfera da ONU. A Agenda 21
trata, em seus 40 capítulos, das dimensões econômicas e sociais; da conservação e manejo de recursos
naturais; do fortalecimento da comunidade; e dos meios de implementação (TOMMASIELLO; FERREIRA,
2001).
A partir da Eco-92, iniciou-se um ciclo de conferências sobre desenvolvimento e meio ambiente na esfera
da ONU, com destaque para a Conferência sobre população e desenvolvimento realizada no Cairo em
1994, Conferência sobre desenvolvimento social (Copenhague) e sobre mudança climática (Berlin), ambas
realizadas em 1995, e sobre assentamentos urbanos (Habitat II) realizada em Istambul em 1996.
Durante a Cúpula da Terra da ONU sobre Meio Ambiente, mais de 200 países adotaram a Convenção-
Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que entrou em vigor em 1994. Outras conferências
anuais das Partes se seguiram, culminando com a assinatura do Protocolo de Kyoto em 1997 (SILVA,
2009).
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
O Protocolo de Kyoto é um acordo internacional que estabelece metas para limitar a poluição pela queima
de combustíveis fósseis causadoras do efeito estufa. Assim, o Protocolo prevê uma redução total das
emissões de 5,2% entre 2008 e 2012 em comparação aos níveis de 1990. Entretanto, apenas 42 países
industrializados do Anexo I do Protocolo estão sujeitos a essas metas que variam de um signatário para
outro. Os países da União Europeia têm que cortar as emissões em 8%, enquanto o Japão se comprometeu
com 5%. Países em desenvolvimento não tiveram de se comprometer com metas específicas. Como
signatários, no entanto, precisam manter a ONU informada sobre seu nível de emissões, bem como
devem buscar o desenvolvimento de estratégias para tratar as mudanças climáticas.
O Protocolo de Kyoto instituiu ainda três mecanismos: o Comércio de Emissões, a Implementação Conjunta
(somente para países desenvolvidos) e a implantação de projetos conjuntos denominada Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL), que conta com a participação dos países em desenvolvimento.
Ratificado por 36 países do grupo dos mais ricos, menos pelos Estados Unidos, o Protocolo de Kyoto
limita emissões dos seis gases que provocam o efeito estufa: o metano (CH4); o óxido nitroso (N2O); o
hidrofluorcarbono (HFC); o perfluorcarbono (PFC); o hexafluorsulfúrico (SF6) e o gás carbônico (CO2)
(SILVA, 2009).
Dez anos após a Rio-92, em 2002, ocorreu em Johanesburgo, na África do Sul, a Cúpula Mundial sobre
Constatou-se que haviam ocorrido poucos avanços nos acordos firmados desde a Rio 92, o que realçou
o fato de que o desenvolvimento sustentável, como propósito global, estava sendo mais retórico do que
real (JATOBÁ et al., 2009).
Os graves acidentes envolvendo usinas nucleares e contaminações tóxicas de grandes proporções, como
os casos de Three-Mile Island, nos EUA, em 1979, Love Canal no Alasca, Bhopal, na Índia, em 1984 e
Chernobyl, na época, União Soviética, em 1986, fomentaram o debate público e científico sobre a questão
dos riscos nas sociedades contemporâneas (JACOBI, 2003). Segundo Ulrich Beck (1992), pode-se iden-
tificar a sociedade de risco com uma segunda modernidade ou modernidade reflexiva, que emerge com
a globalização, a individualização, o subemprego e a difusão dos riscos globais.
Fonte: PHOTOS.COM
Os riscos atuais caracterizam-se por ter consequências, em geral de alta gravidade, desconhecidas a
longo prazo e que não podem ser avaliadas com precisão, como é o caso dos riscos ecológicos, químicos,
nucleares e genéticos. Assim, segundo Castelnou (2006), a Sociedade de Risco caracteriza-se pelo fato
de que, ao invés dos benefícios da industrialização, seriam seus malefícios – ou riscos – que seriam
distribuídos uniformemente.
A demanda mundial por tecnologias saudáveis aumenta cada vez mais, proporcionalmente à
As tecnologias ambientalmente saudáveis recebem uma série de outras denominações, tais como:
tecnologias ambientais alternativas, tecnologias ambientalmente interessantes; tecnologias verdes;
tecnologias ambientalmente amigáveis; ecotecnologias; inovações tecnológicas ambientalmente
saudáveis; tecnologias limpas; tecnologias mais limpas entre outras. Alguns exemplos podem ser
observados no Quadro 2.
Materiais para construção Superadobe (utilização de sacos cheios de areia, que quando
agrupados, devido a sua flexibilidade permitem a elevação de
paredes e a conformação de superfícies curvas).
Fardos de palha: material natural com notáveis propriedades de
isolamento térmico e acústico.
Bambu: material renovável, com interessantes propriedades
mecânicas e de possibilidades diversificadas. Utilizado
isoladamente ou associado à argila.
Biotelha: feita a partir da reciclagem de papel.
Telhados verde ou “vivo”: é possível se fazer telhados com
materiais naturais como bambus,terra e grama, com um bom
isolamento térmico e baixo custo.
Reuso da água, tratamento de Processo de utilização da água, tratada ou não, por mais de uma
efluentes vez, para o mesmo ou outro fim. Essa reutilização pode ser direta
ou indireta, decorrente de ações planejadas ou não. A água de
reuso tratada é produzida dentro das Estações de Tratamento de
Esgotos e pode ser utilizada para inúmeros fins, como geração de
energia, refrigeração de equipamentos, em diversos processos
industriais.
Nas últimas duas décadas, a abordagem de proteção ambiental sofreu uma mudança de paradigma,
passando do controle para a prevenção (SENAI-RS, 2003). A Produção mais Limpa procura evitar a
poluição antes que esta seja gerada. Entre as principais metas ambientais da Produção mais Limpa
podem ser incluídas:
a) Eliminação/redução de resíduos.
b) Produção sem poluição.
c) Efi ciência energética.
d) Saúde e segurança no trabalho.
e) Produtos ambientalmente adequados.
f) Embalagens ambientalmente adequadas.
Entre as ações efetivas para a busca pelos mecanismos de preservação ambientais, podemos citar a
utilização dos Princípios Ceres, que também receberam o nome de Valdez para lembrar o Desastre
ecológico de grande proporção provocado por derramamento de petróleo ocorrido na Baía de Valdez no
Alasca em 1989. Tais princípios enfatizam uma abordagem prevencionista compatível com o conceito de
tecnologia ambientalmente saudável (BARBIERI, 2009).
No Quadro 3, estão relacionados os Princípios Ceres, que foram elaborados pela Coalition for
Environmentally Responsible Economics, atualmente Investors and Environmentalists for Sustainable
Prosperity.
1)Proteção da Biosfera.
2)Uso sustentável dos recursos naturais.
3)Criar o mínimo de resíduos, principalmente os perigosos; reciclar sempre que possível e adotar
métodos seguros para o despejo de resíduos.
4)Conservação e uso prudente de energia.
5)Redução ao mínimo dos riscos à saúde e ao meio ambiente para os nossos empregados e
para a comunidade.
6)Produção e comercialização de produtos seguros.
7)Compensação por danos causados ao meio ambiente e esforços para recuperar inteiramente
o meio ambiente afetado.
8)Informação aos empregados e ao público sobre operações e produtos que afetem
o meio ambiente ou constituam riscos.
9)Compromisso da administração. Pelo menos um membro da alta administração deve estar
qualificado para atuar na área ambiental (administradores e diretores ambientais). A empresa deve
fornecer recursos administrativos para a implementação destes princípios.
10) Auditoria e divulgação dos seus resultados (auditorias anuais e relatórios).
Restrições: estes princípios estabelecem uma ética com critérios pelos quais investidores e outros
possam avaliar o desempenho ambiental das empresas. As empresas que endossam esses
princípios se comprometem a ir além das exigências legais voluntariamente. Esses princípios não
têm por objetivo criar novas exigências legais, ampliar os direitos ou obrigações existentes, renunciar
à defesa de direitos ou da situação legal de qualquer empresa signatária e tampouco devem ser
usados contra outra empresa signatária em qualquer procedimento legal, para qualquer propósito.
INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Em outras palavras, pode-se afirmar que o indicador é uma ferramenta que possibilita a obtenção de
informações sobre uma realidade posta, e que tem a habilidade de sintetizar um conjunto complexo de
informações, informando o essencial dos aspectos analisados. Farsari e Pratasco (2002) afirmam que,
segundo a sustentabilidade, os indicadores conseguem: informar a situação econômica, social e ambiental
de um local; alertar para as fragilidades e problemas em cada uma dessas áreas; ser ferramentas de
avaliação de políticas; ser ferramentas para o planejamento de políticas; auxiliar no esclarecimento de
objetivos e determinação de prioridades; conscientizar o público sobre o desenvolvimento sustentável e
as ações que devem ser tomadas para atingi-lo.
O GRI já foi discutido sob a ótica social na unidade I e será analisado na dimensão econômica na unidade
III. Na presente unidade, vamos conhecer o GRI a partir da perspectiva ambiental.
De acordo com Fonseca et al. (2007), a dimensão ambiental do GRI se refere aos impactos advindos da
organização sobre os sistemas naturais vivos ou não vivos, o que abrange ecossistemas, ar e água. Seus
indicadores ambientais abrangem o desempenho relacionado a insumos, à produção, à biodiversidade,
à conformidade ambiental, aos gastos com meio ambiente e aos impactos de produtos e serviços. Além
disso, incluem também:
• principais resultados e metas atingidas ou não;
• riscos da organização quanto à questão ambiental;
• principais estratégias e procedimentos para alcançar os objetivos.
De acordo com Bortolin et al. (2008), o relatório GRI, dentro de sua proposta participativa de elaboração,
torna-se uma relevante ferramenta de gestão, uma vez que proporciona que as organizações sigam um
padrão e uma estrutura de comunicação, instituindo um espaço favorável para reflexão e integração das
diversas partes interessadas. Além disso, a divulgação de informações fomenta um processo que induz
ações de melhoria contínua.
Outra iniciativa empresarial de autorregulação é a adoção das Normas ISO 14000, que permitem que
empresas de qualquer setor da economia direcionem suas atividades administrativas e operacionais de
tal forma a se tornarem compatíveis com o cenário almejado de sustentabilidade ambiental. Desde que
surgiu, em 1996, a ISO 14001 tem sido difundida, sendo voluntariamente adotadas por organizações ao
redor do mundo, que seguem seus requisitos. Esta adoção ocorre por meio de um processo de certificação
por organismos específicos credenciados. Na figura 4, apresentamos um organograma com a estrutura
das normas ISO 14000.
TERMOS E DEFINIÇÕES
A ISO 14001 provê um guia para os requisitos do sistema de gestão que se baseia em um modelo de
aprimoramento contínuo do tipo planejar-executar-verificar-agir (AVILA; PAIVA, 2006). Tal comportamento
levaria a melhores práticas de gestão ambiental, que por sua vez possibilitariam melhores desempenhos.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Natureza das As regras e os critérios que Decorre de exigência legal, isto é, são
normas prescrevem os procedimentos normas de caráter obrigatório, editadas e
para a certificação ambiental são válidas em todo o território nacional.
normas de adesão voluntária.
A série de normas ISO 14000 visa alcançar três principais objetivos (SOLEDADE et al., 2007):
a) promover uma abordagem comum a nível internacional no que diz respeito à gestão ambiental dos
produtos;
Segundo Dias (2006), as normas são uma família de diretrizes que têm por objetivo constituir ferramentas
e sistemas para a administração ambiental de uma organização. O quadro 6 mostra as normas que
compõem a família ISO 14000.
ISO 14001* Sistema de Gestão Ambiental (SGA) – Especificações para implantação e guia
ISO 14024 Rotulagem Ambiental – Guia para Certificação com Base em Análise Multicriterial
Fonte: Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT), modificado por Soledade et al., 2007.
BALANÇO AMBIENTAL
Como já discutido na unidade I, o Balanço Social é uma importante ferramenta, O Balanço Ambiental é um
desdobramento do Balanço Social e desloca o foco da relação empresa/pessoa para a relação empresa/
ambiente natural. Ribeiro (1992) ressalta que a informação ambiental passa a ser estratégica, contribuindo
para evitar preocupações e surpresas na colocação da empresa no mercado em que atua, além de
assegurar sua continuidade a longo prazo. Atualmente, as empresas precisam considerar a informação
ecológica para a tomada de decisões, tamanhas as imposições governamentais, as pressões sociais e as
penalidades pelo uso de tecnologias inadequadas. Assim, o empresário encontra-se com a necessidade
de promover discussões e pesquisas que reduzam o nível de poluição, que, ao mesmo tempo, sejam
economicamente viáveis. A Figura 5 apresenta uma parte de um Balanço Social, especificamente os
Indicadores Ambientais.
Investimentos relacionados
com a produção/operação
da empresa 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Investimentos em programas 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
e/ou projetos externos
A política ambiental no Brasil começou a ser estruturada nas décadas de 30 e 40, com o surgimento das
primeiras leis de proteção ambiental no país, como o Código Florestal (1934), o Código de Caça (1935) e
Pesca e o Código de Águas (1935), além da própria Constituição Federal de 1937. Em 1965, foi aprovado
o Novo Código Florestal e elaborada a lei de proteção à fauna. Atualmente, o Código Florestal está em
discussão no Congresso Nacional.
A Política Nacional do Meio Ambiente é instituída pela Lei Federal nº. 6.938/1981, que tem por objetivo a
preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade de vida, visando assegurar, no país, condições ao
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da
vida humana, atendidos os seguintes princípios:
I. Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um
patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II. Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III. Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV. Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V. Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI. Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos
recursos ambientais;
VII. Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII. Recuperação de áreas degradadas;
IX. Proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X. Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando
capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
Em conformidade com a Política Nacional do Meio Ambiente, os órgãos e entidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos Municípios, assim como as Fundações instituídas pelo
Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituem o Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), como um conjunto articulado, de organizações, regras e práticas,
que está representado na Figura 6.
Conselho Superior
Ministério do Meio
Conama
Ambiente
IBAMA ICMBio
Órgãos estaduais
Órgãos municipais
Esquema - Organograma Sisnama.
Neste caso, o licenciamento ambiental apresenta uma série de procedimentos específicos, inclusive
realização de audiência pública e envolve diversos segmentos da população interessada ou afetada pelo
empreendimento.
Você poderá aprender mais sobre EIA/RIMA no site do Ministério do Meio Ambiente: <http://www.mma.
gov.br>.
A Política Nacional de Educação Ambiental foi instituída pela Lei Federal nº 9.795, de 27 de abril de 1999
e estabeleceu objetivos, diretrizes, princípios, linhas de atuação e de execução.
A expressão “Educação Ambiental” foi utilizada pela primeira vez em 1965, na Conferência de Educação da
Universidade Keele, na Grã-Bretanha (São Paulo, 2011). Segundo Reigota (1998), a educação ambiental
aponta para propostas pedagógicas centradas na conscientização, mudança de comportamento,
desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação dos educandos.
Conforme a Lei Federal nº. 9.795, são definidos dois tipos de educação ambiental: a formal, desenvolvida
no âmbito dos currículos das instituições de ensino, públicas e privadas, e a não formal, concernente às
ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e a
sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente (São Paulo, 2011).
O Quadro 7 apresenta os oito princípios e sete objetivos fundamentais para a Educação Ambiental,
propostos na Lei da PNEA, e que revelam a sua concepção moderna.
Princípios Objetivos
A Política Nacional de Recursos Hídricos é instituída pela Lei Federal nº. 9.433/1997, baseando-se nos
fundamentos de que a água é um bem de domínio público; um recurso natural limitado e dotado de valor
econômico. Em situações de escassez, seu uso prioritário deve ser o consumo humano e a dessedentação
de animais, considerando que a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo
das águas.
A bacia hidrográfica passa a ser entendida como a unidade territorial para implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada, contando com a participação do Poder Público,
dos usuários e das comunidades.
A lei que estabelece a Política Nacional de Recursos Hídricos traça como objetivos:
De acordo com a Lei Federal nº. 9.433/1997, fica instituído o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos, composto pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos; os Conselhos de Recursos
Hídricos dos Estados e do Distrito Federal; os Comitês de Bacias Hidrográficas; os órgãos dos poderes
públicos federal, estaduais e municipais; e as Agências de Água.
Dentre outras atribuições, compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos promover a articulação
do planejamento com os planos nacional, estaduais, regionais e dos setores usuários; e estabelecer
Aos Comitês de Bacias Hidrográficas compete, principalmente, promover o debate das questões
relacionadas aos recursos hídricos, articular a atuação das entidades intervenientes, aprovar e acompanhar
a execução dos Planos de Bacias. Os Comitês de Bacias Hidrográficas são compostos por representantes
da União, dos Estados e do Distrito Federal, dos Municípios, dos usuários das águas de sua área de
atuação e das entidades civis de recursos hídricos com atuação comprovada na bacia.
As Agências de Água exercem a função de secretaria executiva do respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica,
devendo, para isto, manter balanço atualizado da disponibilidade de recursos hídricos, manter cadastro
de usuários, efetuar a cobrança pelo uso da água, acompanhar a administração financeira dos recursos
arrecadados dentre outras competências.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, você conheceu um pouco mais sobre Sustentabilidade, desta vez vista pela dimensão
Ambiental. Pôde observar o longo caminho percorrido para chegarmos a algumas atitudes que hoje são
consideradas tão óbvias.
Entre a reunião de 1968 (o Clube de Roma) e os dias de hoje, foram várias as conquistas referentes à
preservação do Meio Ambiente, acredito que a principal foi a elaboração do conceito de Sustentabilidade,
que podemos considerar como um marco norteador para as discussões que se seguiram desde a
Conferência de Estocolmo (1972), bem como para as decisões e protocolos assinados pelos países
participantes da ONU. Lembrando que essas reuniões se pautaram nos seguintes objetivos: fazer um
balanço dos problemas ambientais em todo o mundo; buscar soluções e novas políticas governamentais
no sentido de reduzir o grande número de problemas causados pelo desenvolvimento das sociedades,
tais como poluição, deterioração dos ambientes e limitação dos recursos naturais; discutir a urbanização
acelerada, mal concebida e caótica; e debater o caráter global dessas perturbações de origem humana.
Você também travou contato com as diretrizes utilizadas nos Instrumentos de Gestão, por meio de seus
Indicadores GRI e ISO 14000. Aprendeu sobre a importância dos Indicadores que são imprescindíveis
para: informar a situação ambiental de um local; alertar para as fragilidades e problemas em cada uma
dessas áreas; servir de ferramentas de avaliação e de planejamento de políticas; auxiliar no esclarecimento
de objetivos e determinação de prioridades; conscientizar o público sobre o desenvolvimento sustentável
e as ações que devem ser tomadas para atingi-lo.
Conheceu os Princípios Ceres e algumas das alternativas inovadoras já em uso em várias partes do
planeta para fomentar a Sustentabilidade.
No item Noções Gerais sobre Políticas e Legislações Ambientais, você pôde aprender mais sobre o
DIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO, PROGRAMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, POLÍTICA
NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS. Além de
seus instrumentos legais instituídos.
Os links e as leituras sugeridas foram especialmente selecionados para ampliarem o seu aprendizado.
Concluo esta unidade recordando o conceito elaborado pela Comissão Brundtland: desenvolvimento
sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das
gerações futuras de atenderem as suas próprias necessidades (CMMAD, 1988, p. 46).
ATIVIDADES DE AUTOESTUDO
I. De acordo com Miller (2007), a queima de combustíveis fósseis em veículos motorizados, em usinas
elétricas e em indústrias é a principal fonte de poluição do ar proveniente da atividade humana. Dis-
corra sobre quais as alternativas viáveis.
II. Busque informações sobre quais são as ações necessárias para reduzir o uso e o desperdício de
água.
III. Relacione itens que você considera relevantes para a elaboração de um Balanço Ambiental.
IV. Pesquise sobre a Agenda 21 no site do Ministério do Meio Ambiente <http://www.mma.gov.br/sitio/
index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18> e discorra sobre os principais desafios da Agenda
21 Local.
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender e contextualizar as características da dimensão econômica e sua relação com outras
dimensões da sustentabilidade.
• Compreender a importância da ferramenta responsabilidade social e da busca pela sustentabilidade.
• Compreender as estratégias e ações em sustentabilidade mais utilizadas pelas organizações para a
demonstração de suas ações e os resultados em busca pela sustentabilidade.
• Conhecer na prática alguns balanços sociais utilizados pelas organizações e os indicadores de
responsabilidade social e sustentabilidade mais utilizados.
• Compreender como os indicadores de sustentabilidade impactam na sustentabilidade organizacional.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Características da dimensão econômica e sua relação com outras dimensões da sustentabilidade
• Gestão empresarial e organizacional
• Modelos dos principais indicadores econômicos de responsabilidade social e sustentabilidade
1
Mestre em Administração, área de concentração em Gestão de Negócios pela Universidade Estadual de Londrina – UEL e Maringá -
UEM.
68 RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE| Educação a Distância
INTRODUÇÃO
Desta forma, a partir da caracterização da dimensão econômica e sua relação com outras dimensões,
focaremos, nesta unidade, o contexto econômico-político e ambiental-social, dando ênfase principal ao
processo de globalização, do qual trouxe grandes transformações na realidade mundial. Compreenderemos
a importância da ferramenta da responsabilidade social e da sustentabilidade no contexto mundial, da
necessidade do envolvimento dos diversos atores, com ênfase principal às organizações e seu papel
enquanto promotora de desenvolvimento sustentável e a busca pela sustentabilidade.
A seguir, a ênfase é nas ferramentas utilizadas para a busca desta sustentabilidade. Das estratégias e
ações de negócios da sustentabilidade, em que executivos e especialistas em pesquisa da Sustainability:
The Embracers Seize Advantage em análise pelo The Boston Consulting Group (BCG) e a MIT Sloan
Management Review nos fornecerão informações importantes sobre as iniciativas de sustentabilidade
que afetam a criação de valor, bem como seus benefícios para os negócios. Serão conhecidas também
algumas empresas que utilizam as ferramentas e as empresas consideradas as mais sustentáveis no
mundo.
As organizações buscam, a partir da transparência de suas ações por meio dos indicadores de
sustentabilidade, demonstrar sua preocupação com o status quo sustentável. Desta forma, são apresentadas
as ferramentas mais utilizadas para demonstrar estas ações perante seus stakeholders: o Balanço Social
e indicadores do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), os indicadores de terceira
geração do Instituto Ethos, os indicadores de sustentabilidade utilizados pelas Empresas filiadas ao
Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), o protocolo e diretrizes dos
indicadores do Global Reporting Iniatiave (GRI), os indicadores de sustentabilidade Dow Jones (DJSI) e
os Indicadores de Sustentabilidade Empresarial (ISE) utilizados pela Bolsa de Mercadorias e Futuro e
Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA).
A partir de um contexto histórico, o tema “economia e política” nos remetem a um grande pensador “Marx”,
um duro crítico da filosofia idealista da concepção da história, calcado em leis objetivas sobre a economia,
Karl Marx
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Leia a Biografi a deste importante pensador do século XIX, marxismo, a crítica ao capitalismo no livro.
O Capital, Manifesto Comunista.
Informações do livro: <http://www.marxists.org/portugues/marx/1867/ocapital-v1/index.htm>.
Se por um lado nossa análise sobre a dimensão econômica é indissociável das demais dimensões da
sustentabilidade, quais sejam as dimensões, por outro, e para que possamos compreender de forma mais
clara a busca da sociedade global pela sustentabilidade e o motivo pelo qual o tema “responsabilidade
social” se tornou fundamental para a atualidade, precisamos compreender as particularidades humana,
biofísica e seu processo de acumulação e as condições materiais que determinam seus limites. E dentro
deste contexto, a análise do valor é indispensável para o entendimento da economia moderna – essência
capitalista.
Percebido desse ângulo, é evidente que o processo econômico tem que respeitar limites além da própria
tecnologia, ou seja, trata-se de promover a economia e o bem-estar dos humanos sem causar estresses
que o sistema ecológico possa absorver (CAVALCANTI, 2004, p.1).
De todo pensamento, seja ele de cunho filosófico ou utópico, de análise do valor, de caos e desordem do
planeta, da economia de mercado comum e equitativa, de uma governança política globalizada ou local,
dos debates incessantes sobre a questão ambiental e ecológica, dos fóruns sociais e políticos, enfim,
todas as tentativas e alternativas apontadas para “melhorar o mundo” ainda estão em xeque quando nos
deparamos com a “insustentabilidade econômica, social e ambiental atual”.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Conforme aponta Bruseke (1996, p. 121), “a economia de mercado adequou-se em princípio, em criar
a ordem do caos”. De acordo com o autor, agentes econômicos procuram encontrar alternativas para
descobrir se o comportamento econômico tem sentido ou não – o que chama de nexus socioeconômico.
A globalização da economia teve o seu primeiro momento importante na década de 50, momento este em
que se formavam as corporações multinacionais (atores econômicos com estratégias globais) que foram
progressivamente saindo do controle dos Estados-nações culminando em corporações transnacionais
com processos decisórios de escopo global ao final da década de 80. A produtividade econômica cresceu
fabulosamente nesta época combinando tecnologias de ponta (microeletrônica, robótica dentre outros) e
revoluções gerenciais foram sentidas como a reengenharia e a qualidade total. Porém, o desenvolvimento
desta produtividade eliminou massivamente empregos de baixa e média qualificação, produzindo
desemprego estrutural em todo o mundo (VIOLA, 1996).
A ordem produtiva e industrial-capitalista, presente em muitos países, tem apresentado caos econômico
e social, demonstrados a partir do processo de globalização, que sugere cada vez mais intervenção
estatal e a busca pela ordem. Viola (1996) salienta sobre as capacidades regulatórias do Estado-Nação
estarem enfraquecidas pelas outras dimensões da globalização, em particular a econômica, financeira e
a comunicacional-cultural.
De acordo com Bruseke (1996, p. 124), a racionalização industrial-capitalista “em relação à totalidade das
dimensões econômicas, sociais e ecológicas significa somente uma racionalização parcial”, neste sentido,
é necessária uma reestruturação global partindo do conceito de desenvolvimento com sustentabilidade,
sendo o fator “tempo” crucial para a sua estruturação.
Para Elkington (2001, p. 10), a economia global sustentável emergirá por meio da metamorfose tecnológica,
econômica, social e política intensa. A economia de hoje é altamente destrutiva do capital natural e
social, e é caracterizada por grandes e crescentes desigualdades entre ricos e pobres. Os eventos de
11 setembro de 2001 - intencionalmente ou não – fazem parte das consequências desta desigualdade e
temas importantes no futuro.
Corroborando com o que a professora Bianca salientou na unidade I, sobre a degradação da qualidade de
vida, e o que a professora Anny salientou na unidade II, sobre a degradação ambiental, compreendemos
que a criação e a acumulação de riquezas gerou o agravamento dos problemas ambientais e sociais, e as
pressões cresceram continuamente para todos os atores da sociedade, as corporações e governos. De
acordo com Sousa (2011, p. 35), atualmente, “a sustentabilidade ocupa espaço cada vez maior nos meios
de comunicação, na agenda legislativa dos governos e na mente das pessoas”.
Corroborando com o que salientou a professora Bianca, na unidade I, “as empresas são chamadas a
atuar de forma responsável”, – em sua grande maioria – preocupadas com o status quo, têm como meta
sine qua non uma preocupação cada vez maior com a gestão e sua sobrevivência no mercado, com as
suas obrigações sociais, ambientais e econômicas, ocasionada pelo crescimento da defesa do ambiente
e do consumidor que se voltam cada vez mais para a relação empresa e a sociedade em busca da
sustentabilidade.
O Cenário Mundial refl ete preocupações cada vez mais latentes em relação ao desenvolvimento, ao desenvolvi-
mento sustentável e a busca pela sustentabilidade. Qual é o seu papel diante deste cenário?
Conforme apontam Montana e Charnov (2006), algumas empresas têm um grau de sensibilidade menor
em relação à sua percepção da responsabilidade social, ou seja, suas responsabilidades são cumprir
apenas com suas obrigações legais; outras organizações atuam com responsabilidade social (porém,
ainda muito reativas), cumprindo com suas obrigações legais e sociais que afetam diretamente a sua
empresa; e outras organizações vão muito mais além (são proativas, com sensibilidade social), cumprem
Conforme afirmam os estudos realizados por The Boston Consulting Group e MIT Sloan Managemente
Review, “há muitas empresas que são lentas na incorporação da sustentabilidade como premissa em
seus processos e decisões”. Entre os motivos: inércia e falta de conhecimento, e a dificuldade de definir o
business Case (estratégias e investimentos a serem utilizados para agregação de valor) da Sustentabilidade
e execução precária de projetos desta natureza (SOUSA, 2011, p. 35).
Elkington (2001, p.3) previa a transição do capitalismo para um modelo sustentável como uma das mais
complexas. “No terceiro milênio, embarcaremos em uma revolução cultural global. Para os executivos
esta transição não será fácil, provavelmente, para alguns, impossível”.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
A sustentabilidade vai mudar o cenário competitivo? “Ou já mudou”?
Para as empresas que atuam com responsabilidade social em busca da sustentabilidade, a transição,
porém, não está sendo uma das mais difíceis alguns anos depois, como demonstram as pesquisas
realizadas com 1,5 mil pessoas – no final de 2009, The business of sustentability, entre executivos de
empresas que estão na Vanguarda da Sustentabilidade e especialistas de ampla gama de disciplinas
– engenharia, gestão e energia conforme apontou Sousa (2011, p. 36) - apesar da Crise econômica de
2009 (originado da crise dos EUA - Subprime), apenas um quarto dos executivos e líderes entrevistados
responderam que diminuíram seus compromissos com a sustentabilidade devido à crise econômica.
Na segunda edição da pesquisa realizada com 3 mil respondentes em 2010, a Sustainability: The Embracers
Seize Advantage em análise pelo The Boston Consulting Group (BCG) e a MIT Sloan Managemetn
Review (apud SOUSA 2011, p. 35), afirma que os executivos e líderes empresariais de todo o mundo
dizem SIM: “a sustentabilidade tem um efeito decisivo na maneira de pensar, agir, administrar e competir”,
totalizando hoje, em média, 59% de executivos e líderes têm compromisso com a sustentabilidade, e
58% destes consideram as preocupações dos consumidores muito importantes para suas empresas, e
afirmaram que “o declínio econômico trouxe a oportunidade de aperfeiçoar seu foco em áreas nas quais
Dos executivos e especialistas das empresas que estão na vanguarda da sustentabilidade - consideradas
empresas de primeira classe pela The Boston Consulting Group e MIT Sloan Managemente Review –
são as que incorporaram o tema como fundamento e Norte Estratégico. Os executivos e especialistas
concordaram em relação aos seguintes princípios (SOUSA, 2011, p. 40):
A sustentabilidade tem o potencial de afetar todos os aspectos operacionais de uma empresa,
assim como todos os meios de criação de valor. Os stakeholders exercem pressão crescente para
a ação. As soluções e os desafios da sustentabilidade são interdisciplinares. As decisões sobre
a sustentabilidade acabam sendo tomadas em um ambiente de elevada incerteza (legislação,
demandas dos clientes e funcionários, acontecimentos geopolíticos), que turva a visão.
Conforme demonstra a Figura 7, as iniciativas que incorporam a sustentabilidade afetam todas as formas
de criação de valor:
Ferramentas para Benefícios Potenciais dos esforços
criação de valor da Sustentabilidade
• Marca mais forte e poder de fixar
Poder de fixação preços
de preços
• Mais eficiência Operacional
Lucros
• Uso mais eficiente dos recursos
Melhora de Economia • Otimização da Cadeia de
Margens de Custos fornecimento
• Custos e Impostos menores
• Melhora da capacidade de atrair,
Contratação e reter e motivar funcionários
compromisso
Retorno dos funcionários • Maior produtividade de
total para funcionários
o acionista
Participação
• Mais lealdade dos clientes
de mercado • Maior capacidade de penetração
Fluxo de Aumento de em mercados
caixa livre Receitas
• Mais fontes potenciais de
Entrada em
receitas
um novo
mercado • Riscos operacionais, de mercado
e de balanço menores.
Avaliação por Prêmio de • Diminuição dos custos de
múltiplos* risco**
capital e mais acesso a capital,
financiamento e seguros.
*Avaliação por indicadores que comparam a empresa com outras que atuam no mesmo Mercado.
**Diferença entre o retorno de um investimento arriscado e o de um investimento seguro.
Fonte: adaptado de “Sustainability Iniatiative 2009 survey” The Boston Consulting Group e MIT Sloan Managemente Review
Apud Sousa, 2011.
Segundo Sousa (2011, p. 40), empresas de vanguarda comprometem-se publicamente com metas
ambiciosas e mostram que os investimentos em sustentabilidade produzem resultados reais. Cerca de
66% dos strong adopters (aqueles que abraçam a causa da sustentabilidade), disseram que suas ações
ou decisões ligadas à sustentabilidade aumentaram seus lucros, enquanto apenas 23% dos cautelosos
Os conceitos que norteiam a busca pela sustentabilidade apontam a responsabilidade social como
ferramenta essencial. Seus princípios são norteados por uma gestão responsável (relação ética e
transparente com os stakeholders) e da sociedade, preservando os recursos ambientais e humanos
para as gerações futuras. De acordo com Young (ETHOS, 2012 online), as pesquisas revelam benefícios
tangíveis (redução de custos, melhora da produtividade, crescimento de receitas entre outros) e intangíveis
(valorização da imagem institucional, fidelização do consumidor, por exemplo).
Das 100 corporações consideradas mais sustentáveis do mundo (Global 100, 2012 online), o Brasil é
representado por três empresas, sendo o primeiríssimo lugar representado pela Empresa “Natura
Cosméticos S/A” (classificado em 2º lugar no mundo), o segundo lugar é representado pelo Banco
“Bradesco S/A” (classificado em 61º lugar no mundo) e o terceiro lugar no Brasil é representado pela
empresa de economia mista “Petrobrás” (classificada em 81º lugar no mundo).
Conforme aponta Ricardo Young do Instituto Ethos (2011, online) e Barbieiri e Cajazeira (2009, p.116), “a
responsabilidade social empresarial (RSE), definitivamente, tornou-se uma importante ferramenta para a
sustentabilidade das organizações”. As organizações buscam por modelos de gestão empresariais para
incorporarem as dimensões da sustentabilidade.
Atualmente, o termo mais utilizado para definir o papel das empresas perante o desenvolvimento sustentável
é Sustentabilidade Corporativa, o qual consiste na busca por sobrevivência em longo prazo a partir de
sua viabilidade econômica e a coexistência harmônica com o meio ambiente e a sociedade. Segundo
Sousa (2011, p. 38), os principais benefícios de abordar a sustentabilidade segundo a Sustainability: the
embracers seize advantage, The Boston Consulting Group e MIT Sloan Managemente Review, foram:
a) Melhor imagem institucional ou da marca da empresa: 49%.
b) Redução de custos pela efi ciência energética: 28%.
c) Vantagem competitiva ampliada: 26%.
d) Redução de custos pela efi ciência em materiais e resíduos: 25%.
e) Acesso a novos mercados: 22%.
f) Aumento de margem e de participação de mercado: 21%.
E, você, como gestor, em que quadrante está em termos de estratégia de sustentabilidade? A ferramenta
– Figura 8 – categoriza os objetivos corporativos (SOUSA, 2011, p. 36):
Impulsionadores e Resultados esperados
negócios competitiva
Específicos para uma
. Redesenho do produto
empresa ou setor
. Transparência . Entrada em um
. Produtividade da cadeia novo mercado
de fornecimento . Novos modelos
organizacionais
Como vimos até agora, é indissociável também que os gestores conheçam em profundidade os princípios
e os temas focais do Desenvolvimento Sustentável. De acordo com a Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento (1991, p. 46), “desenvolvimento sustentável é aquele atende às necessidades
do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem as suas próprias
necessidades”. Neste cenário, as empresas têm buscado novos modelos de gestão que estejam alinhados
com os princípios do desenvolvimento sustentável.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Barbieri e Cajazeira (2009) acreditam que o modelo TBL está afinado e em convergência entre
responsabilidade social e desenvolvimento sustentável. O modelo busca responder à seguinte questão:
o capitalismo, assim como um canibal, tornar-se-ia civilizado se comesse com garfo e faca? Originado
do livro de Elkington, em 1997, Cannibals with forks; a metáfora do garfo refere-se às três dimensões:
econômica, social e ambiental da sustentabilidade, como uma forma de conceber essas dimensões no
âmbito das empresas.
Como isto ocorre? Mesmo na dimensão econômica, constituída de capital físico e capital financeiro, há
inter-relação entre as dimensões, ou seja, o capital humano – a competência – gera valor econômico.
Da mesma forma, outras deficiências ligadas ao lucro convencional, como as externalidades, não são
conhecidas, tornando-se um custo ambiental ou social com o qual a sociedade irá arcar, ou talvez a
própria empresa, como é o caso das organizações que adotam práticas de gestão para evitar a poluição,
por exemplo, tornando-se a mitigação da externalidade negativa um custo para empresa.
Os três P’s – Profit, people and Planet (lucro, pessoas e planeta) servem como um modelo de organização
sustentável, porém não difere muito do TBL, em termos de direcionamento das dimensões (econômica,
social e ambiental) no âmbito de empresas. A única diferença é que não cabe para todos os tipos de
organizações, como o TBL, já que em algumas organizações, como cooperativas, organizações não
governamentais e governos o critério que associa a dimensão econômica não é o lucro (BARBIERI;
CAJAZEIRA, 2009).
Colocando em prática:
Conheça o Grupo Eco “empresa que tem a sustentabilidade no DNA” e utiliza os princípios baseados na susten-
tabilidade e nos conceitos TBL.
Fonte: <http://www.catho.com.br/carreira-sucesso/noticias/tendencias/empresa-que-tem-a-sustentabilidade-no-
-dna>.
As organizações de uma forma geral apresentam os principais indicadores por meio do seu balanço social.
Neste balanço social, são apresentados os indicadores das dimensões: social, econômica e ambiental.
Nesta abordagem, faremos menção com maior ênfase aos indicadores utilizados na dimensão econômica,
mas nada o impede de conhecer cada uma destas dimensões e seus indicadores nos balanços em sua
completude, afinal de contas, eles são indissociáveis entre si e sua abordagem sobre sustentabilidade é
sistêmica.
Segundo o Global Reporting Iniatiative - GRI (2012), as companhias e organizações relatam suas ações
organizacionais por várias razões:
a) Para aumentar a compreensão sobre os riscos e oportunidades enfrentados.
b) Melhorar a reputação e fidelização de seus clientes pela marca.
c) Apoiar seus stakeholders a compreender os impactos da sustentabilidade e seus desempenhos.
d) Enfatizar a relação existente entre o desempenho financeiro e não financeiro.
e) Influenciar na estratégia e política de gestão dos negócios ao longo prazo.
f) Servir como padrão (Benchmarking) e avaliação de desempenho (normas, códigos, ética, iniciativas
voluntárias entre outros).
g) Demonstrar como a organização influencia e é influenciada pelas expectativas em relação ao desen-
volvimento sustentável.
h) Comparar desempenho interno e entre organizações.
i) Conformidade com os regulamentos nacionais ou com requisitos referentes à bolsa de valores.
Os tópicos a seguir demonstram como as organizações organizam suas ações por meio do balanço social
e apresentam os principais indicadores econômicos.
Como você já leu na unidade I, no tópico Balanço Social, o Balanço Social é composto por indicadores
previamente definidos referentes aos aspectos sociais, ambientais e econômicos da organização. Em 1997,
o sociólogo Herbert de Souza e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) chamaram
a atenção do empresariado e de toda a sociedade Brasileira para a importância e a necessidade da
realização do balanço social em um modelo único e simples. Conjuntamente a apresentação do Balanço
Social e com fins de estimular a participação de um número cada vez maior de corporações o IBASE
lançou o selo “Balanço Social IBASE/Betinho”, demonstrando que a empresa já deu o primeiro passo para
se tornar uma empresa cidadã, porém o mesmo foi suspenso em 2008 para reformulação.
a) Sociais Internos: apresentam o total de investimentos realizados pela empresa em função de seus
funcionários – FBP e RL (alimentação, encargos sociais compulsórios, previdência privada, saúde se-
gurança e saúde no trabalho, educação, cultura, capacitação e desenvolvimento profi ssional, creches
ou auxílio-creche entre outros).
b) Sociais Externos: são evidenciados os valores totais dos investimentos realizados pela empresa no
que diz respeito a contribuições para a sociedade - RO e RL (educação, cultura, saúde e saneamento,
esporte, combate à fome, segurança alimentar entre outros).
c) Os Indicadores Ambientais: representam o montante dos investimentos realizados pela empresa re-
lacionados com a produção/operação da empresa e meio ambiente nos investimentos realizados em
programas e/ou projetos externos, bem como “metas anuais” para minimizar resíduos, o consumo em
geral na produção/operação, e aumentar a efi cácia na utilização de recursos naturais.
Chamamos a atenção nesta unidade ao modelo IBASE, já apresentado pela Professora Bianca na unidade
I, principalmente pelo fato dos indicadores econômicos: a receita líquida (RL), o resultado operacional
(RO) e a folha de pagamento (FPB) realizada servirem de base de cálculo para se calcular o percentual
dos investimentos socioambientais, representados pelos respectivos indicadores - Você já conheceu o
modelo de Balanço Social Betinho IBASE 2008, contemplado na unidade I, desta forma, no Colocando
em Prática, conheça os balanços sociais de algumas empresas.
Colocando em prática:
Conheça cada um dos Indicadores IBASE a partir da publicação de Balanços Sociais de algumas empresas.
Fonte: <hhttp://www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm>.
Criada em 1997 pela (ONG) norte-americana Coalition for Environmentally Responsible Economics
(CERES) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), a GRI é uma organização
baseada em redes, pioneira em desenvolver diretrizes para a publicação de relatórios de sustentabilidade.
A GRI produz a mais abrangente Estrutura de Relatórios de Sustentabilidade do mundo, e tem como
missão “fazer com que a prática de relatórios de sustentabilidade se torne padrão, fornecendo orientação
e suporte para as organizações” (GRI, 2012).
A GRI forma parceria estratégia global com diversas organizações: Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OECD), Programa das Nações Unidas para o Meio ambiente (UNEP) e com
o Pacto Global das Nações Unidas (UNPG), e diversas Organizações utilizam seus padrões e diretrizes
Conheça cada uma das diretrizes GRI e o conjunto de Protocolos de indicadores e seus níveis de aplicação nas
dimensões: econômico, meio ambiente, direitos humanos, práticas trabalhistas e trabalho decente, responsabi-
lidades pelo produto e sociedade.
Fonte:<https://www.globalreporting.org/languages/Portuguesebrazil/Pages/Elabora%C3%A7%C3%A3o-de-
-relat%C3%B3rios-de-sustentabilidade.aspx>.
Nesta unidade, as ênfases são aos Indicadores de Desempenho Econômico utilizados pelo GRI,
considerados, no conjunto de protocolo de indicadores: desempenho econômico, presença no mercado e
impactos econômicos indiretos – Tabela 1 (GRI, 2012, on line):
Colocando em prática:
Conheça cada um dos Indicadores GRI utilizados na publicação do Balanço Social do Bradesco e da Editora
Abril.
Fontes: <http://www.cebds.org.br/cebds/pubdocs/Relatorio_Sustentabilidade_2009_port.pdf>
<http://www.cebds.org.br/cebds/pub-docs/Relatorio_Sustentabilidade_port.pdf>
De acordo com informações no portal do Instituto Ethos (2012 online), o processo de construção da
terceira geração de Indicadores Ethos foi recentemente ajustado – primeira etapa – com uma proposta
de convergência entre os Indicadores Ethos, as Diretrizes do Global Reporting Initiave (GRI-3) e a norma
ABNT NBR ISO 26.000 tem como meta – segunda etapa – a apresentação do Indicador Ethos de 3ª
geração previsto para outubro de 2012, contemplando micro e pequenas empresas, e onde se pretende
promover a plataforma para uma Economia inclusiva, verde e responsável.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Os indicadores são compostos por dois eixos, sendo o primeiro relacionado à gestão com responsabilidade
social e o segundo à avaliação dos temas centrais da responsabilidade social (governança, direitos
humanos, público interno, meio ambiente, cadeia de valor, comunidade e sociedade, governo e mercado).
No segundo eixo, o indicador 13 – Relatórios de Sustentabilidade serão abordados os aspectos sociais,
ambientais e econômicos oferecendo informações quantitativas como, por exemplo, no aspecto econômico,
será dado o número de partes interessadas envolvidas nos relatórios de sustentabilidade e contempladas
no demonstrativo de distribuição de riqueza.
Conheça cada um dos Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial - 3ª geração – versão inter-
mediária para aplicação piloto.
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), constituído pela iniciativa
privada em março de 1997 como integrante da rede de conselhos vinculada ao World Business Council for
Sustainable Development (WBCSD), associa as dimensões segundo os critérios TBL, baseados também
no critério de ecoeficiência e de responsabilidade social corporativa, sendo ainda o primeiro a apresentar
um relatório de sustentabilidade dentro dos critérios do TBL. No mundo, das 2 mil empresas que realizam
relatórios de sustentabilidade no modelo GRI, 135 são brasileiras, sendo 46% das associadas ao CEBDS
que realizam os relatórios pelo Padrão GRI (CEBDS, 2012 online).
Colocando em prática:
Conheça os indicadores utilizados a partir das empresas associadas e seus relatórios de sustentabilidade. Em
especial, link do Balanço Social da Natura.
Fonte: <http://www.cebds.org.br/relatorios-de-sustentabilidade> e
<http://www.cebds.org.br/media/uploads/Relatorios_sustentabilidade_empresas/natura2010.pdf>.
De acordo com o portal, é realizada revisão anual com as companhias com ações listadas na bolsa, e o
critério utilizado para a análise é baseado na análise de dados econômicos corporativos, desempenho
ambiental e social, avalia-se também a gestão corporativa, a gestão de riscos, mitigação na mudança
climática e as questões trabalhistas. A DJSI elabora cinco índices de sustentabilidades diferentes:
1) Dow Jones Word Index: este indicador reúne e classifica os primeiros 10% das empresas em termos
2) Dow Jones Europe Index: indicador utilizado para investimentos sustentáveis na Europa (DJSI Europe)
e que reúne as empresas líderes em sustentabilidade na Europa. Reúne as que se encontram nos
primeiro 20% da classificação em termos de desenvolvimento sustentável.
3) Dow Jones Sustainability North America Index: este indicador reúne e classifica as empresas nos
primeiros 20% de classificação em termos de desenvolvimento sustentável.
4) Dow Jones Sustainability Asia Pacific Index: da mesma forma, este indicador reúne e classifica as
empresas nos primeiros 20% de classificação em termos de desenvolvimento sustentável.
5) Dow Jones Sustainability Koera Index: este indicador reúne e classifica as empresas nos primeiros
30% de classificação segundo os termos de desenvolvimento sustentável.
Conheça as organizações que fazem parte do Dow Jones Index de Sustentabilidade 2011-2012. Veja as organi-
zações que foram adicionadas e deletadas do DJSI e as Top Word 2011-2012.
Fonte:<http://www.sustainability-index.com/djsi_pdf/news/PressReleases/SAM_Presentation_110908_Re-
view11_fi nal.pdf>.
<http://www.sustainability-index.com/djsi_pdf/news/PressReleases/110908-djsi-review-2011-e-vdef.pdf>.
A criação de índices de sustentabilidade no mercado de capitais demonstra que servem de estímulo para
a adoção de práticas sustentáveis pelas empresas, levando em consideração os conceitos internacionais
TBL que integra a avaliação das dimensões econômica, social e ambiental. Entretanto, numa das
suposições feitas por ZAGO (2007), seria quanto às empresas que comporiam o DJSI e se essas obteriam
benefícios financeiros crescentes devido aos investimentos baseado no índice (hipótese 1), e encontrar
uma forma de relacionar o desempenho socioambiental com o desempenho financeiro (hipótese 2) obteve
como resultados:
Para as hipóteses 1 e 2, foram utilizados cálculos de retorno normal e esperado e não foram evidenciadas
mudanças estatísticas significativas que confirmassem a hipótese do estudo bem como não permitiu
identificar nenhuma tendência de aumento de preços a partir da inclusão do DJSI.
Mesmo quando analisado os resultados a partir da observação dos setores de atividade, áreas geográficas
e anos em que as empresas passaram a compor o DJSI, não houve nenhuma indicação de que a entrada
no grupo do DJSI influenciasse positivamente ou negativamente o comportamento dos investidores com
relação às suas ações no mercado.
As bolsas Bolsa de Mercadorias e Futuro e a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA) assumiram
uma atitude de protagonismo no desenvolvimento de ações para aprimoramento das boas práticas de
governança corporativa das empresas, no suporte à criação de novos mercados e no incremento à
agenda social, em face de exigências de um mercado cada vez mais exigente.
A exemplo do (DJSI) Dow Jones, e a tendência mundial dos investidores em procurarem empresas
socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis para aplicarem os seus recursos, empresas estas,
denominadas empresas de “investimentos socialmente responsáveis” (SRI), tem se consolidado a cada
dia. De acordo com portal da Bovespa (2012, p.18 online), o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
– lançado em 2005 – marca o entendimento da Bolsa de Mercadorias e Futuro e a Bolsa de Valores de
São Paulo (BM&FBOVESPA) de que a “sustentabilidade pode criar vantagem competitiva para a empresa
e valor para seus acionistas, enquanto promove um mercado saudável e perene”.
Neste vídeo você compreenderá melhor como investir em negócios sustentáveis e o que signifi cam os fundos
ETF, os índices ISE e IGCT.
Fonte: <http://isebvmf.com.br/index.php?r=site/conteudo&id=6>.
O ISE tem como objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com
reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e empresarial, bem como atuar como
promotora de boas práticas no meio empresarial Brasileiro.
As empresas que quiserem fazer parte deste índice devem participar de um processo competitivo em que
devem responder a um questionário e enviar documentos comprobatórios de suas práticas. Desta forma,
são encaminhados questionários às empresas pré-selecionadas, com as 200 ações mais líquidas. O
conselho escolhe as que obtiverem melhor classificação considerando: o relacionamento com empregado,
fornecedores e com a comunidade, a governança corporativa e o impacto ambiental de suas atividades.
Este índice é revisado anualmente.
No questionário do ISE, a estes princípios de TBL foram acrescidos mais três grupos de indicadores:
a) critérios gerais (que questiona, por exemplo, a posição da empresa perante acordos globais e se a
empresa publica balanços sociais); b) critérios de natureza do produto (que questiona se o produto da
empresa acarreta danos e riscos à saúde dos consumidores entre outros); e c) critérios de governança
corporativa.
As respostas das companhias são analisadas por uma ferramenta estatística chamada “análise de
clusters”, que identifica grupos de empresas com desempenhos similares e aponta o grupo com melhor
desempenho geral. As empresas desse grupo irão compor a carteira final do ISE (que terá um número
máximo de 40 empresas), após aprovação do Conselho.
Da mesma forma que os estudos levantados por Zago (2007) ao DJSI, Gomes e Tortato (2011), em
estudo realizado para investigar as práticas de sustentabilidade empresarial em relação aos Índices
de Sustentabilidade Empresarial (ISE), analisaram os Índices Bovespa (IBOV) e Índices de Ações
com Governança Corporativa Diferenciada (IGC) e evidenciaram que seu retorno é semelhante (não é
significativamente diferente) aos índices de ações convencionais.
Há vantagens signifi cativas em adotar as práticas de responsabilidade social corporativa tangibilizadas pelo ISE
e Dow Jones?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em todos os tópicos desta unidade, e, inclusive das unidades anteriores, foi possível verificar a forte
relação entre as dimensões econômica, ambiental, social e política indissociáveis entre si. Desta forma,
a partir da caracterização da dimensão econômica e sua relação com outras dimensões, do contexto
econômico-político e ambiental-social, dando ênfase principal ao processo de globalização, do qual trouxe
grandes transformações na realidade mundial, foi possível compreender, a partir da análise do valor, que
a dimensão ambiental e social está fortemente atrelada ao processo econômico, pois tanto o homem (por
A gestão organizacional demonstra que há preocupação com o tema, mas as iniciativas e ações, bem
como as ferramentas utilizadas para a busca desta sustentabilidade, as estratégias e ações de negócios
da sustentabilidade, são diferenciadas pelo grau de sensibilidade destas organizações em relação à sua
percepção de sustentabilidade e o conhecimento dos benefícios que traduzem esta sustentabilidade. Os
executivos demonstram que a sustentabilidade tem efeito decisivo sobre sua maneira de pensar e agir,
administrar e competir, e que a sustentabilidade afeta todos os aspectos operacionais assim como os
meios de agregação de valor. Dentre os benefícios no uso das estratégias sustentáveis, foi constatado
um poder de fixação de preços melhor, economia de custos, maior lealdade e maior capacidade de
penetração em mercados, bem como mais fontes potenciais de receitas, além do prêmio pelos riscos
operacionais menores e diminuição dos custos de capital, dentre outros benefícios. A responsabilidade
social foi apontada como ferramenta essencial e tanto os strongs adopters como os cautions adopters da
sustentabilidade concluíram que as decisões ligadas à sustentabilidade aumentaram seus lucros.
ATIVIDADES DE AUTOESTUDO
I. Foi possível verifi car em todas as unidades a forte relação existente entre diversas dimensões indis-
sociáveis entre si. Explique quais são essas dimensões e analise a relação entre elas.
II. Diversas ferramentas, estratégias e ações de negócios são utilizadas na busca pela sustentabilidade.
Quais iniciativas e benefícios impactam na sustentabilidade? Explique.
III. O grande paradigma está em conciliar sinergicamente as três sustentabilidades: econômica, social e
ambiental. Neste sentido, que modelos tornaram-se populares na atuação organizacional e empresa-
rial. Explique os modelos e faça a distinção entre ambos.
IV. As organizações buscam demonstrar suas ações a partir do uso de indicadores de responsabilidade
social e sustentabilidade. Cite alguns desses indicadores, enfatizando os indicadores econômicos e
sua importância na busca pela sustentabilidade.
V. É possível afi rmar que os Indicadores de Sustentabilidade Empresarial (ISE) e o Dow Jones (DJSI)
utilizados por algumas organizações no mercado de capitais propiciam maiores retornos que os índi-
ces convencionais? Explique.
Prezado, estudante.
Foi com muita satisfação que apresentamos a você a conceitos e práticas em responsabilidade social
e sustentabilidade. Esperamos sinceramente ter contribuído para a vossa compreensão sobre o tema.
Como pôde ser percebido, o conteúdo aqui desenvolvido foi resultado de muita pesquisa, assunto este,
porém, ainda não esgotado. Somando as aulas e a vossa prática vivenciada no cotidiano, e os exemplos
aqui mencionados, acreditamos que corroboramos com vosso aprendizado.
Ao longo da disciplina, foi disponibilizado o conhecimento dos principais conceitos, das ações, das
estratégias, dos instrumentos, da legislação pertinente ao tema ambiental, e buscando demonstrar como
cada dimensão (social, ambiental e econômica) iniciou sua trajetória nesta grande seara do conhecimento
e aprendizado sobre o desenvolvimento sustentável e a necessidade da responsabilidade social como
ferramenta, fundamental para a conquista da sustentabilidade.
Na unidade II, dimensão ambiental, você conheceu um pouco mais sobre Sustentabilidade e pôde observar
o longo caminho percorrido para chegarmos a algumas atitudes que hoje são consideradas tão óbvias.
Entre a reunião de 1968 (o Clube de Roma) e os dias de hoje, foram várias as conquistas referentes à
preservação do Meio Ambiente. Dentre elas, podemos citar a Conferência de Estocolmo (1972), bem como
as decisões e protocolos assinados pelos países participantes da ONU. Estas reuniões são pautadas
em objetivos voltados para reduzir o grande número de problemas causados pelo desenvolvimento das
sociedades, tais como a poluição, a deterioração dos ambientes e a limitação dos recursos naturais,
bem como a urbanização acelerada, as reuniões ainda ocorrem globalmente e localmente no sentido de
debater e encontrar soluções para um desenvolvimento sustentável.
Alguns temas e algumas ferramentas foram apresentados como estratégia de sobrevivência. A Agenda 21
foi um dos grandes temas, e a utilização de diretrizes utilizadas como instrumentos foram imprescindíveis
para esclarecer e determinar prioridades, bem como sensibilizar a conscientização global sobre a questão
ambiental, damos ênfase aqui à legislação ambiental.
A responsabilidade social foi apontada como ferramenta essencial e tanto os strongs adopters como os
cautions adopters da sustentabilidade concluíram que as decisões ligadas à sustentabilidade aumentaram
seus lucros. Da mesma forma, que as organizações buscam demonstrar suas ações na dimensão social e
ambiental, a dimensão econômica também é enfatizada a partir do uso de indicadores de responsabilidade
social e sustentabilidade, seguindo o modelo Triple Botton Line e 3 P’S. As organizações e os modelos
de apresentação do Balanço Social e indicadores mais utilizados como os do IBASE, do Instituto Ethos,
do CEBDS, Global Reporting Iniatiave (GRI), Dow Jones (DJSI) e os Indicadores de Sustentabilidade
Empresarial (ISE) demonstraram que algumas empresas mais conscientes de sua responsabilidade social
e sustentabilidade buscam incorporar-se a estes índices como forma de vantagem competitiva.
Neste longo caminho percorrido, caro aluno, você provavelmente conseguiu compreender que a
desagregação das dimensões, a ênfase social, a ênfase ambiental e a ênfase econômica abordada
por nós, Bianca, Anny e Mirian respectivamente, somente contribuiu para que você entendesse ao final
que, apesar da abordagem de cada dimensão ser abordada separadamente, isto apenas contribuiu para
fortalecer vosso pensamento sobre a importância da sinergia que deve haver entre as dimensões, como
indissociáveis entre si.
Em especial, o conceito da Comissão Brundtland nos causa perplexidade sobre como caminhar
sustentavelmente, se nossas ações atuais ainda não conseguem, “atendem às necessidades do
presente” e ainda “comprometem a possibilidade das gerações futuras de atenderem as suas próprias
necessidades”. Desta forma, concluímos que apesar da trajetória já percorrida, das ações sustentáveis de
algumas empresas, a “insustentabilidade” ainda está presente em todas as dimensões, o que pressupõe
que ainda temos muito a percorrer. Novas diretrizes, mais conscientização coletiva, local e global, mais
Esperamos que os fóruns de sustentabilidade, o próprio mercado de capitais, o Rio+20, o pacto global
firmado entre os países, os acordos de redução dos gases do efeito estufa, as políticas públicas globais
possam se concretizar em ações efetivas por toda a sociedade. Que as ações não fiquem pautadas
somente em uma ou outra dimensão, pois entendemos que todas as dimensões, de uma forma sistêmica,
são importantes para o alcance do desenvolvimento sustentável e da sustentabilidade.
Deixamos para você parte da letra da música que nos inspira a dizer que cada um de nós deve fazer o
seu papel, e que nossa atuação responsável fará uma grande diferença na busca pela sustentabilidade,
seja como cidadão, como gestor de organizações, como político ou promotor de ideias.
caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais, braços dados ou não, nas escolas
nas ruas, campos, construções, caminhando e cantando e seguindo a canção. Vem vamos embora,
que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer [...]
Canção: “para não dizer que não falei das flores” (Geraldo Vandré).
Sucesso a todos!
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