1- Explique sobre o surgimento das politicas sociais
R: As políticas sociais surgiram na confluência dos movimentos capitalistas com
a Revolução Industrial, das lutas de classe e do desenvolvimento da intervenção do Estado. É relacionada também aos movimentos social- democratas, ao estabelecimento dos Estados-nação na Europa, mas principalmente na passagem do capitalismo concorrencial para o monopolista, em especial após a Segunda Guerra Mundial. As sociedades da época não visavam somente o mercado e assumiam alguns compromissos sociais, não visando o bem comum, mas sim para manter a ordem social e punir a vagabundagem. Essas políticas sociais tinham como principio obrigar o exercício do trabalho a todos que apresentassem condições de trabalhar; apresentavam distinção entre pobres merecedores (que realmente não tinham condições de trabalhar) e os não merecedores (todos que possuíam capacidade, ainda que mínima para exercer alguma atividade laborativa).
2- Disserte sobre as protoformas de políticas sociais nas sociedades pré-
capitalistas R: As protoformas de políticas sociais visavam não o bem comum, mas manter a ordem e punir a vagabundagem. Ao lado da caridade e de algumas ações filantrópicas, as leis inglesas foram as que mais se destacaram no período pré- Revolução Industrial, tais como: Estatuto dos Trabalhadores; o Estatuto dos Artesãos (Artifices); Lei dos Pobres Elisabetanas; Lei de Domicilio; Speenhand Act e a Lei Revisora das Leis dos Pobres. Tinham como fundamentos estabelecer o imperativo do trabalho; obrigar o pobre a aceitar qualquer tipo de trabalho que fosse oferecido; regular a remuneração do trabalho, de modo que o trabalhador pobre não pudesse negociar formas de remumeração e proibir a mendicância dos pobres “válidos”, obrigando-os a se submeter aos trabalhos oferecidos.
3- Qual é a relação entre Questão Social e Política Social?
R: Os fundamentos destas questões se encontram nas relações de exploração do capital sobre o trabalho. As políticas sociais são formuladas e tem seus desdobramentos baseados nos fundamentos e expressões da questão social. Esta tem seu inicio na maneira com que os homens se organizaram para produzir num determinado momento histórico – o de constituição das relações sociais capitalistas – e que tem continuidade na esfera da reprodução social, ou seja, na sociedade em geral. E quando se fala em organização, produção e reprodução de relações sociais inscritas num momento histórico, sendo a questão social uma inflexão desse processo, fala-se da produção e reprodução – movimentos inseparáveis na totalidade concreta - de condições de vida, de cultura e de produção de riqueza.
4- Exponha sobre o liberalismo e a negação da política social. Os dois
pensadores (Jonh Lock e Adam Smith) R: O liberalismo é uma tese que tinha como principal sustentáculo o “principio do trabalho como mercadoria e sua regulação pelo livre mercado. Tinha como principais defensores Adam Smith e Jonh Locke, que pregavam um Estado liberal, onde cada individuo, agindo em seu próprio interesse econômico, quando em uma coletividade, maximizaria o bem estar coletivo. É o funcionamento do livre mercado, assegurando o bem estar. Adam Smith criticava o Estado intervencionista e mercantilista, mas não defendia sua extinção. Afirmava a necessidade de um corpo de leis garantindo maior liberdade no mercado livre. Jonh Locke acreditava que os homens se juntam na sociedade política para se defender da guerra de todos contra todos. Dizia que a monarquia absoluta era incompatível com o governo civil; o poder tem origem num pacto pré estabelecido pelos indivíduos de uma comunidade, no sentido de preservar a vida, a liberdade e a propriedade. Havia também a chamada “idéia de negação da política social”, onde se acreditava que se um individuo não pode produzir, não deve consumir recursos; ou seja, o pensamento burguês da época apoiava a idéia de uma seleção natural na sociedade,culpando as leis de proteção pelo aumento dos pobres, que ultrapassava os recursos disponíveis. Acreditavam que se não pudessem produzir, deviam ser vigiados e punidos.
5- Quais são as características das políticas sociais no liberalismo
R: - O predomínio do individualismo – Os liberais consideram o individuo e não a coletividade como sujeito de direito, de modo que os direitos civis foram os primeiros a ser reconhecidos pelo Estado liberal no século XVIII; - O bem estar individual maximizando o bem estar coletivo - o individuo busca o bem estar para si e para sua família vendendo sua força de trabalho no mercado. Não cabe ao Estado garantir bens e serviços públicos para todos; - Predominio da liberdade e competitividade – Estas são entendidas como formas de autonomia do individuo para decidir o que é melhor para si e lutar por isso; - Naturalização da miséria – Os liberais vêem a miséria como natural e insolúvel, pois decorre da imperfectibilidade humana, ou seja, é compreendida como resultado da moral humana e não como acesso desigual a riqueza produzida. - Predominio da lei da necessidade – Os liberais entendem que as necessidades humanas básicas não devem ser totalmente satisfeitas, pois sua manutenção é um instrumento eficaz de controle do povo e da miséria. - Manutenção de um Estado mínimo – O Estado deve assumir o papel neutro de legislador e árbitro, e desenvolver ações complementares ao mercado. Sua intervenção deve restringir-se a regular as relações sócias, garantindo a liberdade individual, a propriedade privada e assegurar o livre mercado. - As políticas sociais estimulam o ócio e o desperdício – o Estado não deve garantir políticas sociais, pois os auxílios sociais contribuem para reproduzir a miséria, desestimulam o interesse pelo trabalho e geram acomodação. - A política social deve ser um paliativo – Para os liberais a miséria é um insolúvel e alguns indivíduos (crianças, idosos e deficientes) não tem condições de competir no mercado de trabalho. O Estado deve assegurar assistência mínima a esses segmentos, como um paliativo. A pobreza deve ser minorada pela caridade privada.
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