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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM

POLÍTICAS PUBLICAS E SERVIÇO


SOCIAL

ESTADO, POLÍTICAS SOCIAIS E SERVIÇO SOCIAL

ANDERSON CARVALHO CHAVES

Assistente Social – Mestre em Serviço Social – UERJ.


Gerente dos Conselhos – Prefeitura São João de Meriti /
RJ, Coordenador Pedagógico da Pós Graduação NEZO

andcarvalhochaves@gmail.com
EMENTA

Unidade 1:
1.1. O conceito de Estado e Sociedade Civil;
1. 2. O Estado Liberal ;
1.3. O Estado de Bem-Estar Social;
1.4. O Estado Neoliberal.

Unidade 2: Estado e Políticas Sociais no Contexto Brasileiro

Unidade 3: Políticas Sociais e o Terceiro Setor

Unidade 4: Serviço social e política social .


Unidade 1

O conceito de Estado e de Sociedade Civil

O conceito de Estado é amplo e complexo. Quatro elementos que o constituem:


1º um conjunto de instituições e prerrogativas, dentre as quais o poder coercitivo, que só o Estado
possui por delegação da própria sociedade;
2º o território, isto é, um espaço geograficamente delimitado onde o poder estatal é exercido.
Muitos denominam esse território de sociedade, ressaltando a sua inescapável relação com o
Estado, embora este mantenha relações com outras sociedades, para além do seu território;
3º uma máquina burocrática, capaz de administrar as instituições e as políticas governamentais;
arrecadar e gerir recursos; zelar pela ordem pública interna e externa; imprimir e assegurar o
desenvolvimento econômico; realizar estudos, pesquisas e construir dados estatísticos cada vez
mais preciso sobre a eficiência e eficácia das ações estatais.
4º - Um conjunto de condutas e comportamentos gerais e previsíveis regulador pela maquina burocrática
do Estado dentro de seu território, o que ajuda a criar e manter uma cultura política comum a todos os que
fazem parte da comunidade nacional ou do que muitos chamam de nação.
Estado, além de ser um conceito complexo, é um, fenômeno histórico e relacional:
Histórico: ele não existe de forma absoluta e inalterável, ou sujeito a uma ordem cujo valores e fins estejam
previamente definidos;
Relacional: não é um fenômeno isolado, fechado, ou circunscrito em si mesmo, mas em constante relação.

Sendo assim, o Estado não é:


• Uma entidade desgarrada da sociedade;
• A única força organizada e autossuficiente no contexto da vida social
• Um instrumento exclusivo da classe dominante
Sendo assim, o Estado, apesar de possuir autonomia relativa, tem que se relacionar com todas as classes
sociais para se legitimar e fortalecer sua base material de sustentação.
• Estudar o Estado é desnudar uma arena tensa e contraditória. O Estado propicia um processo histórico que
contempla passado, presente e futuro, além de coexistência de antigos e novos fatores e determinações, a
relação exercida pelo Estado tem caráter dialético. O Estado é uma condensação de forças (POULANTZAS,
1980).
• Neste sentido, o Estado representa mais do que um conjunto de instituições com autoridade para tomar
decisões e exercer poder coercitivos, pois se revela também uma relação de dominação.
• O Estado é ao mesmo tempo uma relação de dominação, ou expressão política da dominação do bloco do
poder, em uma sociedade territorialmente definida, e um conjunto de instituições mediadoras e
reguladoras dessa dominação, com atribuições que também extrapolam a coerção estatal;
• São governantes, pois, o conjunto de pessoas jurídicas que governa em nome do Estado; e governados são
aqueles que estão sujeitos ao poder do governo como parte da esfera estatal ou, melhor dizendo, como um
aspecto do Estado (PEREIRA, 2011).
• Conclui-se, assim, que a conceituação de Estado remete inapelavelmente à de sociedade civil.
• Conceituação de sociedade civil:
• Trata-se também de um conceito complexo.
• Tendo uma conotação mais positiva, enfocar-se-á a sociedade na sua relação com de reciprocidade e
antagonismo com o Estado.
• Sociedade civil na concepção dos Teóricos jusnaturalistas / Contratratualistas:
• Sociedade civil diferente de sociedade natural (estado de guerra)
• Sociedade civil equivale à sociedade política (Estado)

• Rousseau:
• Sociedade civil é diferente de sociedade política ou Estado.
• Sociedade civil equivale à uma sociedade civilizada (estado de guerra)
• Hegel:
• Sociedade civil é igual ao momento preliminar do Estado= determinado
• Estado equivale a forma definitivo do Espirito objetivo: determinante.
• Marx:
• Sociedade civil é igual à sociedade burguesa: determinismo econômico.
• Componente estrutural ou base material sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política.
• Estado: determinado
• Componente da superestrutura, esfera das relações políticas que garantem a reprodução da sociedade
burguesa.
• Gramsci:
• Sociedade civil: conjunto de organismos vulgarmente chamados de privados: instituições que garantem a
hegemonia das classes dominantes; complexo das relações ideológicas e culturais, a qual tem as funções de
hegemonia; consenso e direção.
• Portador materiais: aparelho privados de hegemonia.
• Sociedade política: aparelho coercitivo e encarregado do domínio e do comando, a qual têm a função de
ditadura, coerção, dominação. Portadores materiais: Aparelhos coercitivos e repressivos.
• Sociedade civil e sociedade política: Estado ampliado. ( GRAMSCI)

• Obra Clássica: Cadernos do Cárcere. Volumes 01, 2 e 3. Ed. Gramma.


• As 03 Principais Concepções de Estado e Sociedade :

• O Estado Liberal (Sec. XVIII –1929)

• O Estado de Bem-Estar Social (1930-1979: Anos Gloriosos)

• O Estado Neoliberal (1970-dias atuais)


O Estado Liberal e a negação da política social

• Principal sustentáculo: o princípio do trabalho como mercadoria e sua regulação pelo livre
mercado;
• Crítica ao Estado Interventor;
• Combinação a um forte darwinismo social, em que a inserção dos indivíduos se define por
mecanismos de seleção natural.
• ELEMENTOS ESSENCIAIS DO LIBERALISMO:

• Predomínio do individualismo; o bem-estar individual maximiza o bem-estar coletivo; predomínio


da liberdade e da competitividade; naturalização da miséria; predomínio da lei da necessidade;
manutenção de um Estado mínimo; políticas sociais estimulam o ócio e o desperdício, políticas
sociais paliativas
• O LIBERALISMO: é uma tradição heterogênea, organizada, no entanto, dois aspectos que lhe garantem
unidade interna:
• o primeiro é constituir um corrente de pensamento organizada em torno dos interesses de classe da
burguesia; em segundo lugar, consiste numa tradição centrada no conceito de liberdade. Ou seja, a ordem
burguesa e a garantia de liberdades.

• LIBERALISMO CLASSICO:
• Seu principal teórico foi o filósofo inglês John Locke (1632/1704), que em sua obra “Dois Tratados sobre o
Governo” (1690), defendeu a ideia, que se transformou em ideologia, sobre a natureza humana, sobre o
ser humano em seu Estado Natural, nasceria racional, livre, igual e proprietário.
• Essa filosofia política, incorporada pela burguesia, valoriza o indivíduo, sua liberdade, sua igualdade e o
direito à propriedade (natural).
• Locke, defendeu o Estado Liberal, através de um Contrato Social, com um poder legitimado no Poder
Legislativo e com pouca ou mínima intervenção do Estado.

• O filósofo e economista escocês Adam Smith (1723/1790), defendeu as leis de mercado, o fim das
restrições às importações e dos gastos governamentais improdutivos.
• O Estado no LIBERALISMO deveria intervir somente para coibir os monopólios que impediam a livre
circulação das mercadorias. As funções do Estado seriam garantir a lei, a segurança e a propriedade,
além de proteger a saúde e incentivar a educação.

• O liberalismo econômico tem em Adam Smith sua principal figura. Para ele, ao contrário dos
mercantilistas, não havia necessidade de o Estado intervir na economia, pois ela era guiada por uma “mão
invisível”, isto é, pelas leis naturais do mercado.
• Essas leis eram a livre concorrência e a competição entre os produtores as quais determinavam o preço das
mercadorias e eliminavam os fracos e os ineficientes.
Keynesianismo-fordismo e a generalização da política social

• Iremos traçar algumas características do Estado fordista-Keynesiano e fazer uma


contextualização histórica desse período.
• Ápice do período repressivo- crise de 1929-1932.
• Inflexão na atitude da burguesia, quanto a confiança cega nos automatismos do mercado.
• Contestação burguesa do liberalismo ortodoxo.
• Revolução keynesiana.
• Keynes: sintonia com as experiências do New Deal. ( novo acordo)
• Saída pragmática empreendida por Franklin Roosevelt nos EUA durante seus dois primeiros
anos de mandatos (1932-1936 e 1936-1940) com vistas a retomada do desenvolvimento
econômico.
• Conjuntura de retração econômica, pauperismo, elevadas taxas de desemprego. Período de
forte intervenção estatal na regulação da política agrícola, industrial, monetária e social, recuo
em relação ao liberalismo predominante.
• Partidos social democrata: leva a condução de pacto de acordo com o projeto da reforma do capitalismo e não
de revolução.
• Perda de identidade da classe trabalhadora como projeto socialista (crimes de Stalin).
• Keynesianismo-fordismo: “anos de ouro” do capital.
• Esgotamento: segunda metade dos anos de 1960 .

Foto: Bolsa de
Valores de Nova
York – EUA. 1929.
WELFARE STATE
IDADE DE OURO DAS POLÍTICAS SOCIAIS

Fatores condicionantes:
• Estabelecimento de políticas keynesianas com vistas a geração do pleno emprego e crescimento econômico
num mercado capitalista liberal;
• Instituição de serviços e políticas sociais com vistas a criar demandas e ampliar o mercado de consumo ;
• Amplo acordo entre esquerda e direita e entre capital e trabalho;
ELEMENTOS MARCANTES DO WELFARE STATE:

1. Crescimento e orçamento social nos países da Europa;


2. Crescimento incremental de mudança demográfica: aumento da população idosa (ampliação dos gastos com
aposentadorias e saúde);
3. Crescimento dos Programas Sociais: cobertura do acidente de trabalho, seguro-doença e invalidez, pensões
a idosos, seguro-desemprego, auxílio maternidade.

• A emergência do Welfare State expressou a superação da óptica privada e a incorporação de um conceito de


seguridade social
• Estado Providência: França
• Plano Beveridge – Inglaterra - Modelo Beveridgiano
• Princípios estruturadores:
• Responsabilidade estatal na manutenção das condições de vida dos cidadãos, por meio de um conjunto de
ações em três direções:
• Regulação da economia de mercado (manter nível de emprego);
• Prestação pública de serviços sociais universais, como educação, segurança social, assistência médica e
habitação;
• Universalidade dos serviços sociais, através da implantação de uma rede de “segurança” de serviços de
assistência social.
• Tipos de Welfare State – Sping Andersen
1. liberal - Estados Unidos, Canadá e Austrália: políticas focalizadas de assistência aos comprovadamente
pobres; reduzidas transferências universais ou plano modestos de previdência; benefícios restritos à
população de baixa renda; reforma social limitada

2 – Bismarkiano - ênfase na manutenção das diferenças de status; benefícios comprometidos com a família
tradicional devido ao legado da igreja; incentivo a maternidade, princípio da subsidiariedade: Estado
intervém quando a capacidade da família se exaure. Predispõe o princípio da contribuição social como
requisito para o direito.

3- Beveridgiano - Instituição de políticas universais e direitos sociais estendidos a classe média; promoção
de uma igualdade em melhores padrões; serviços e benefícios compatíveis com os gastos mais refinados da
classe média e igualdade na prestação de serviços; garantia da plena participação dos trabalhadores na
qualidade dos direitos desfrutados pelos mais ricos; benefícios desmercadorizados e universalistas e todas as
camadas incorporadas a um sistema universal de seguros.
Países como Inglaterra, Suécia e Escandinávia.
o Estado e a política social no neoliberalismo: Crise, Reação
Burguesa e a barbárie.
• Reação teórica ao Estado intervencionista e de bem-estar.
• Friedrich Hayeck: “o caminho da servidão” (1944)
• Combater o keynesianismo e o socialismo;
• Prepara bases para um outro tipo de capitalismo duro e livre de regras.
• A crise é resultado do poder excessivo e nefasto dos sindicatos e dos movimentos sociais e do
aumento dos gastos sociais do Estado;
• Intervenção do Estado nas relações de trabalho é negativa, impede o crescimento econômico e a
criação de empregos;
• Proteção social garantida pelo Estado social (políticas redistributivas) é perniciosa para o
desenvolvimento econômico;
• O Estado não deve intervir na regulação do comércio exterior nem na regulação do mercado
financeiro;
A fórmula neoliberal para sair da crise do capital, proporcionada pelos neoliberais provocada pelos anos
de ouro do período Keynesianismo / fordista, pode ser resumida em algumas proposições:

1. Um Estado forte para romper o poder dos sindicatos e controlar a moeda;


2. Um Estado parco para os investimentos sociais e regulamentações econômicas;
3. A busca da estabilidade monetária como meta suprema;
4. Uma forte disciplina orçamentária (contensão de gastos sociais e restauração de uma taxa natural de
desemprego)
5. O desmonte dos direitos sociais, implicando na quebra da vinculação entre política social e esses direitos ,
que compunha o pacto político do período anterior.
• Segundo Matos (2008) o neoliberalismo surge enquanto ideologia na Europa Ocidental e América do Norte
no II Pós-Guerra Mundial. Nasce no inicio do século XX, na Escola Austríaca, fundada por Carl Menger. No
entanto, segundo o autor, foi Ludwuig Von Mises, que formulou os postulados que expressam a
perspectiva neoliberal.
• O neoliberalismo tem o objetivo de revalorizar os postulados do liberalismo clássico do século XVIII E XIX.
Ou seja, o neoliberalismo veio para questionar a ação do Estado na regulação da economia e defender a
liberdade de mercado, o individualismo e a desresponsabilidade do Estado com a reprodução social dos
trabalhadores; valores esses, defendidos pela teoria econômica clássica.
• No entanto, o pensamento neoliberal só ganhou expressão com as teorias de Hayek, em 1944, com o livro
intitulado “O Caminho da Servidão”.
• Nesta obra há o claro ataque ao intervencionismo estatal tanto na esfera política, como na esfera
econômica, rechaçando as ideias contemporâneas de Keynes. Para HAYEK (1944) o intervencionismo estatal
levaria à quebra da liberdade individual e da “progressiva destruição do Estado de direito que, por sua vez,
levariam à constituição de um regime totalitário – tinha como alvo o Partido Trabalhista inglês, às vésperas
da eleição de 1945” (MATOS, 2008, p.194).
• Com a ascensão desses governos, o neoliberalismo foi se espalhando no mundo capitalista e ditando as
regras na política, na economia e desmontando as proteções sociais mundo afora. Como se sabe, o governo
de M. Thatcher, na Inglaterra, marca o início prático do projeto neoliberal, seguido pelos governos de R.
Reagan, nos Estados Unidos (1980), H. Khol, na Alemanha Ocidental (1982) e, P. Schluter, na Dinamarca
(1983) (COSTA, 2008).
• Na análise do autor, a agenda do grupo aparentou respostas imediatas para universo de desencanto do
capital:
• A implantação das políticas neoliberais nos países de capitalismo avançado na década de 1980 conseguiu
controlar as taxas de inflação e recuperar a taxa de lucro das empresas – devido às derrotas impostas ao
movimento sindical e ao crescimento das taxas de desemprego, criando um grande exército industrial de
reserva (COSTA, 2008, p.197).
• No entanto, segundo Anderson (1995) a experiência piloto do neoliberalismo se deu na Ditadura de
Pinochet, no Chile, nos anos de 1970. Em sua análise, o governo ditatorial de Pinochet, atacou de forma
predatória o mercado de trabalho chileno, e como consequência, assistiu-se naquele país uma série de
desregulamentações das leis trabalhistas, desemprego massivo, repressão sindical, redistribuição de renda
em favor dos riscos e privatização de bens públicos (ANDERSON, 1995). A experiência neoliberal
implementada no Chile foi baseada nos estudos de Milton Friedman . Assim, segundo essa análise, o
neoliberalismo chileno serviu de experiência para o neoliberalismo que viria a ser desenvolvido na Inglaterra,
sob o governo de Thatcher, no final da década de 1979.
• Mas foi na década de 1990 que se observou a ascensão do ideário neoliberal como expressão mundial. Para
Costa (2008), na virada da década de 1980 para a década de 1990, seus pressupostos foram sintetizados e
exaltados no “Consenso de Washington” . Os pressupostos neoliberais foram temas do Encontro, inclusive a
ampliação das reformas neoliberais para a América Latina.
• Para Anderson (2008), as reformas neoliberais na América Latina para serem postas em prática nas
economias latino-americanas, foram encobertas pelo véu do populismo, onde se mascarou a real intenção
de tais reformas, ou seja, buscou mascarar a adoção de uma política econômica totalmente atrelada aos
interesses dos organismos internacionais e à revitalização das altas taxas de lucros dos empresários:
• Em outras palavras, a América Latina também iniciou a variante neoliberal “progressista”, mais tarde
difundida no sul da Europa, nos anos de euro-socialismo. Mas o Chile e a Bolívia eram experiências isoladas
até o final dos anos 80.
• A virada continental em direção ao neoliberalismo não começou antes da presidência de Salinas, no México,
em1988, seguida da chegada ao poder de Menem, na Argentina, em 1989, da segunda presidência de
Carlos Andrés Perez, no mesmo ano, na Venezuela, e da eleição de Fujimori, no Peru, em 1990. Nenhum
desses governantes confessou ao povo, antes de ser eleito, o que efetivamente fez depois de eleito.
Menem, Carlos Andrés e Fujimori, aliás, prometeram exatamente o oposto das políticas radicalmente
antipopulistas que implementaram nos anos 90 (ANDERSON, 1995, p.10).
• As medidas de corte neoliberal, a saber, a desregulamentação estatal, o desemprego massivo, as
privatizações e o ataque aos direitos sociais e trabalhistas, foram medidas que avançaram na América Latina
e ganharam centralidade nos anos de 1990.
• Já nos anos 2000, a estratégia neoliberal aparece disfarçada na política neo - desenvolvimentista
materializada, inclusive, por governos de esquerda.
Segundo Costa (2008) a agenda do Consenso de Washington pode ser classificada em dez medidas, a saber:
1) Disciplina fiscal,
2) Reorientação das prioridades de gastos públicos para áreas denominadas pelo autor como
“politicamente sensíveis” (educação, saúde, infraestrutura),
3) Reforma fiscal,
4) Liberalização de financiamento visando à determinação das taxas de juros pelo mercado,
5) Unificação das taxas de câmbio em nível competitivo,
6) Liberalização comercial,
7) Liberalização do investimento externo direto,
8) Privatização,
9) Desregulamentação de mercado e proteção de direitos de propriedade (COSTA, 2008, p. 207).
• É com essa agenda que as agências financeiras internacionais vão forçar - através da chantagem por conta
do endividamento deixado pela ditadura civil-militar -, 02 características imprescindíveis nesse processo
neoliberal: a reestruturação produtiva e o neoliberalismo predatório, nos anos de 1990, no Brasil,
reconfigurando o processo de estruturação do mercado de trabalho brasileiro que vinha sendo
implementado desde a década de 1930, com o avanço da industrialização no país.

• Para Anderson (2008), as reformas neoliberais na América Latina para serem postas em prática nas
economias latino-americanas, foram encobertas pelo véu do populismo, ( através também dos programas
e transferência de renda) onde se mascarou a real intenção de tais reformas, ou seja, buscou mascarar a
adoção de uma política econômica totalmente atrelada aos interesses dos organismos internacionais e à
revitalização das altas taxas de lucros dos empresários.
Seguridade Social Brasileira
Unidade 2: Estado e Políticas Sociais no Contexto
Brasileiro
• O Estado e as políticas sociais na Constituição Federal de 1988;
• Conquistas constitucionais: desenho de políticas sociais orientados pelos princípios
universalidade, responsabilidade pública e gestão democrática.
• No entanto, há a manutenção de um caráter compensatório, seletivo, fragmentado e setorizado.
• O Estado e as políticas sociais: anos 90 - Contrarreforma
• As medidas de ajuste estrutural adotadas em quase todos os países da América Latina e do Caribe
implicaram uma reestruturação do Estado e desregulamentação das relações econômicas e
sociais em uma perspectiva neoliberal (Soares, 1999), que submete o Estado nacional aos ditames
do capital internacional e de organismos internacionais como Organização das Nações Unidas
(ONU), Banco Mundial, FMI, Organização Mundial do Comércio (OMC).

• Essas contrarreformas marcam uma mudança de rota nas políticas sociais após as décadas de
1970/1980, atingem e remodelam o Estado em três áreas estratégicas:
1) As funções típicas do estado (segurança nacional, emissão da moeda, corpo diplomático e fiscalização);
2) As políticas públicas (saúde, cultura, ciência e tecnologia, educação, trabalho e previdência);
3) O setor de serviços (empresas estatais estratégicas – energia, mineração, telecomunicações, recursos
hídricos, saneamento e outros) (Andes, 2007).
• Condições políticas e econômicas possibilitaram um giro conservador para o neoliberalismo, dificultando
a implementação dos princípios orientadores democráticos e dos direitos sociais;
• Contrarreforma do Estado e obstaculização /redirecionamento das conquistas de 1988;
• Ideário neoliberal;
• Privatização;
• Focalização
TIPOS DE REFORMA NA PREVIDÊNCIA SOCIAL
REFORMAS ESTRUTURAIS E NÃO ESTRUTURAIS

Reformas estruturais:
1º) mudanças estruturais nos sistemas de aposentadorias e pensões, com introdução do sistema de
capitalização individual, em substituição ao sistema de repartição até então predominante (lucro para bancos
ou fundos de pensão privados);

2º) O segundo tipo de reforma estrutural, designado de “paralelo”, não eliminou o sistema público. Porém,
introduziu um sistema de capitalização individual que concorre e compete com o sistema público de
repartição. Peru (1993) e Colômbia (1994) são exemplos de países que introduziram esse sistema, onde
contribuições não definidas e benefícios definidos convivem com um sistema privado de capitalização, que
estabelece contribuições definidas e benefícios não definidos
• 3º) Por fim, o terceiro tipo de “reforma estrutural”, considerada mista, agrega um sistema público, que
assegura benefícios compulsórios básicos sob o regime de repartição e gestão pública, com um sistema
privado complementar, regido pelo sistema de capitalização individual. A Argentina (1994), o Uruguai (1996)
e a Costa Rica (2001) reestruturam seus sistemas nessa direção (Mesa-Lago, 2003, p. 229).
• Reformas não estruturais: No conjunto dos países que implementaram mudanças consideradas pelos
analistas como “não-estruturais” ou paramétricas se encontra o Brasil. Por “reformas não-estruturais” os
autores designam mudanças que não eliminaram o sistema público e nem introduziram um sistema privado
como sistema geral, mas modificaram a abrangência e estrutura dos benefícios, ainda que mantendo o
regime de repartição e o modelo de contribuições não definidas com benefícios definidos.
• A “reforma” da previdência social realizada no Brasil em 1998/1999 e com mais rigor a Reforma
implementada desde 2017 pelo Governo Temer e consolidada pelo Governo Bolsonaro em 2019, atingiu,
não só, mas com maior impacto, os trabalhadores e as trabalhadoras regidos(as) pela Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT) e inseridos no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), sobretudo aqueles do setor
privado.
• Os efeitos foram todos no sentido de reduzir a amplitude dos direitos conquistados com a reforma social
estabelecida com a Constituição de 1988, daí sua caracterização como contrarreforma.
Era FHC ( 1995 – 2002) : marcada por contrarreformas; orientado para o mercado.

• Solução adotada para saída da crise do país:

• Reforma do Estado através de privatizações documento: Plano Diretor da Reforma do Estado-


PDRE/MARE 1995;
• Forte tendência de desresponsabilização pela política social, acompanhada do desprezo pelo
padrão constitucional de seguridade social.
• O Estado e a “Sociedade civil”: a refilantropização da questão social;
A satanização do Estado e o endeusamento da esfera privada;
O crescimento de ONG´s . Atualmente denominada de Organizações da Sociedade Civil ( OSC s).
• E as políticas sociais nesse período?
• Os programas de transferências de renda ganham espaço privilegiado nas estratégias de enfrentamento á
pobreza tanto na América Latina como em países de capitalismo central.
• Nos países de capitalismo central:
• As rendas mínimas seriam em última rede de segurança econômica ou de assistência social e consistiriam
em transferência monetárias do Estado às famílias.
• Origem?
• Nos processos de amadurecimentos dos Estados de Bem Estar Social
• Os programas de transferências de rendas nesses países são complementares e diferenciais.
• Os programas de transferência de rendas na América Latina:

• São diferentes da situação europeia. Caracterizam-se como primeira e única possibilidade de acesso a
qualquer tipo de recurso, em especial efetivo, integrante do Programas que condicionam as transferências
monetárias à realização de investimentos em “capital humano” por parte de seus beneficiários, destacando
entre os pobres os mais pobres.
• Os programas de transferências de renda começaram a ser implementados no final dos anos 80 e início dos
anos 90 do século XX. ( SILVA e SILVA; 2001)
• Foi a partir dos anos 2000 que começou a se intensificar a criação de novos programas de transferências de
renda, e as reformas dos já existentes.
• Programa de transferência de renda no Brasil:

• Brasil: Bolsa Família: unificou os programas de Renda Mínima vinculado à Educação “Bolsa Escola”; de
Acesso à Alimentação – PNAA; de Renda Mínima vinculada à Saúde – “Bolsa Alimentação”; de Auxílio
Gás.
• O PBF integra a estratégia de combate à miséria, denominado Fome Zero.

• O PBF atualmente integra a plataforma do Sistema de Condicionalidades do Governo Federal,


denominada SICON / SIGPBF – Ministério da Cidadania ( www.brasil.gov.br/desenvolvimentosocial) ,
através da plataforma de dados do CADASTRO ÚNICO, que reúne diversos benefícios sociais para
famílias em situação de vulnerabilidade comprovada, tendo como equipamento de referência, os CRAS
nos municípios brasileiros.
Unidade 3: Políticas Sociais e o Terceiro Setor

• Segundo análise de BEHRING e BOSCHETTI (2006), afirmamos que uma das estratégias do Estado
neoliberal ocorre no chamado “ Programa de Publicização” que se expressou na criação das
agências executivas e nas organizações sociais assim como na regulamentação do terceiro setor
na execução das políticas sociais .
• As políticas públicas estabelecem um termo de parceria com ONGS e instituições filantrópicas
denominadas atualmente e regulados pelo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade
Civil ( MROSC) através da lei federal 13.019/2014.
• O incentivo e a iniciativa da sociedade civil estimularam no Brasil as práticas da solidariedade, do
bem comum, pelos indivíduos, através de um trabalho voluntário não remunerado, ignorando o
conceito constitucional de seguridade social brasileira.
• Para entendermos o conceito de terceiro setor, faz – se necessário desmistificarmos o conceito de
Sociedade Civil.
• O conceito de sociedade civil já passou por várias concepções e significados, no Brasil e na América
Latina, sofrendo modificações de acordo com a conjuntura política e social do país.
• Uma sociedade civil deve ter uma pluralidade de atores, pois a definição da sociedade civil como um ator
monolítico é incompatível com a diversidade de concepções de representação dos diversos atores que a
compõem Por essa razão defende se a ideia de um conceito plural de sociedade civil.
• Na linguagem política corrente, ele se tornou sinônimo de participação e organização da população civil
do país na luta contra o governo (processo iniciado durante o regime militar quando a sociedade civil
deveria se mobilizar e se organizar para alterar o status quo no plano estatal.
Importância da Sociedade Civil nos Processos Decisórios

• Fortalecimento da Democracia;
• Processos Formativos para ampliação da cultura de direitos e cultura democrática
• Perspectiva de atuação intersetorial
• Mobilização, promoção e qualificação da participação de grupos, comunidades/sociedade nos processos
sociais
• Direito à informação [direito a ter direitos]
• Mediação para o acesso [referências para serviços públicos]
• Inclusão de atores sociais [vulneráveis] as cenas e processos sociopolíticos;
• Fortalecimento da base territorial ;
• Integração e convergência de ações que podem ser complementares as politicas públicas e de
fortalecimento da gestão pública local ;
• Experiências com novos formatos de planejamento de ações e gestão
• Construção de grupos e redes colaborativas
• Promoção de incidência política
• O desenvolvimento local deve se dar pela via da cooperação e colaboração entre o poder público e os
atores sociais locais
• Diferentes aprendizagens incidem na construção da esfera pública
• Governo como gestor da política pública construída via participação social
• Face ao exposto, diante das especificidades da sociedade civil, as estratégias e a funcionalidade do terceiro
setor no Brasil, vem colocando inúmeras questões a seguir, mediante análise de Behring e Boschetti (2006) :

• A) justificar e legitimar o processo de desestruturação da Seguridade Social e desresponsabilização do


Estado na intervenção social;
• B) desonerar o capital da responsabilidade de co - financiar as respostas às refrações da questão social
mediante políticas sociais estatais;
• C) despolitizar os conflitos sociais dissipando-os e pulverizando-os, e transformar as “lutas contra a reforma
do Estado” em “parceria com o Estado”;
• D) criar a cultura/ideologia do “possibilismo”;
• E) reduzir os impactos (negativos ao sistema) do aumento do desemprego, produto da reestruturação
produtiva;
• F) a localização e trivialização da “questão social” e a autoresponsabilização pelas respostas às sequelas.
• Esses são apenas alguns pontos para o debate da estratégia do Estado Neoliberal capitalista para
incentivar o processo de desresponsabilização do Estado e incentivo ás práticas da sociedade civil,
incentivando a Parceria Público – Privada.
• Certamente esse quadro de Retração Estatal tem alterado as condições e formas de contratação do
trabalho dos assistentes sociais na contemporaneidade, havendo um reordenamento do mercado de
trabalho e diversos desafios profissionais.
Unidade 4: Serviço social e política social .
O surgimento e a requisição das profissões estão relacionados aos processos de transformação
econômica, política e social do capitalismo. Tal realidade se apresenta na atualidade mediante as
transformações ocorridas no mundo do trabalho e em específico na relação entre Estado sociedade
civil, que vem trazendo mudanças nas relações sociais de produção e reprodução da vida social;
Nos marcos da reestruturação produtiva do capital mundializado, os anos de 1980 e 1990 foram
anos adversos para as políticas sociais e se constituíram em terreno particularmente fértil para a
entrada do ideário neoliberal no Brasil, que veio tirando a base dos sistemas de proteção social e
redirecionando as intervenções do Estado em relação à questão social.
Sua opção de intervenção social passa pelo apelo à filantropia e à solidariedade da sociedade civil, e
por programas seletivos e focalizados de combate à pobreza e à mercantilização dos serviços
sociais, favorecendo assim a capitalização do setor privado (SOARES, 2003).
Não desconsideramos aqui a importância do avanço e a conquista de novos espaços de atuação do Serviço
Social. Contudo, defendemos que não podemos descuidar, em meio a esta realidade, da qualidade da atuação
profissional.
Portanto, a categoria profissional enfrenta o desafio de decifrar algumas lógicas do capitalismo
contemporâneo. Novas questões se colocam para o Serviço Social, seja na sua intervenção, seja na construção
de conhecimentos. São questões ligadas às mudanças ocorridas no mundo do trabalho e nos processos
desestruturadores dos sistemas de proteção social e da política social.
O processo de reforma administrativa, a partir dos anos 1990, incidiu em propostas de mudanças no papel do
Estado, sob o argumento de tornar a administração pública mais gerencial, flexível, eficiente e mais cidadã,
porém, o que se verificou foi a privatização, a terceirização e a publicização das políticas sociais; ( características
das políticas sociais no neoliberalismo).
• Essas características do mundo do trabalho contemporâneo – polivalência, terceirização, subcontratação,
queda salarial, crescimento de contratos de trabalhos temporários, desemprego – afetam não só outras
profissões, mas também é uma realidade em que se enquadra o Serviço Social, pois nossa profissão não
está descolada do que acontece no mundo do trabalho.

As condições de trabalho dos assistentes sociais na esfera estatal


A forma de inserção do assistente social mediante a realização de concursos públicos vem sendo modificada
pelo aumento das contratações temporárias e da terceirização das atividades profissionais via cooperativas,
fundações, entidades filantrópicas e organizações não governamentais, que corroboram a grande tendência
de precariedade das relações e condições de trabalho, e, ainda, as contradições e tensões no campo das
políticas públicas, do ponto de vista de suas racionalidades;
A política de saúde tem sido alvo de fortes tentativas de quebra da universalidade do acesso, da privatização
dos serviços e da montagem de modelos de gestão pautados na precarização dos contratos de trabalho, sem
quaisquer garantias legais.

Na política de assistência social, um dado que expressa a precarização é a ausência de concurso público para
trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), por parte dos municípios
brasileiros, o que torna pertinente a contratação de assistentes sociais, por meio de processo seletivo
simplificado. Muitos desses vínculos são precários, sem garantias de direitos, que corroboram a grande
tendência da precarização das relações e condições de trabalho.
• Outra questão a se considerar e que foi ressaltada por Guerra (2011) são as formas de contratação do
trabalho do (a) assistente social no SUAS, que na maioria das vezes são precárias, como: por Recibo de
Prestação de Serviços como Autônomo (RPA), por contratos de terceirização via Prefeitura, via ONGs ou
outras instituições, o que demonstra claramente as dificuldades que o trabalho do assistente social
apresenta nesse campo. Tal realidade se expressa nos dados apresentados sobre os tipos de vínculo no
Censo SUAS (2013).
• Com a contrarreforma do Estado marcada pela defesa da privatização, com redução da responsabilidade
pública no atendimento às necessidades sociais dos indivíduos, em favor da sua mercantilização, o Estado
neoliberal vem cada vez mais desarticulando direitos sociais e provocando a radicalização da questão
social.
• Nesse sentido, a profissão também vem sofrendo essas inflexões, com expressivas alterações nas
demandas de trabalho e no próprio mercado de trabalho, no qual o assistente social se insere pela
mediação das condições de assalariamento, em um contexto de redução de direitos e de relações de
trabalho precarizadas (IAMAMOTO, 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse material vimos as distintas concepções de Estado e sua relação com a sociedade
contemporânea.

Contudo, a titulo de conclusão gostaria de destacar para refletirmos qual o papel das políticas
sociais no Estado neoliberal em que vivemos, principalmente em governos de direita e de extrema
direita que tem permeado a partir dos anos de 2018 o cenário de países da América Latina.
É importante refletirmos quais as estratégias de enfrentamento da categoria do Serviço Social
frente à retração de direitos sociais para a nossa profissão, sendo esta inserida na divisão sócio
técnica do trabalho.

Reflexão:

“Nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que
importam.” ( Mathin Luther King Jr, 1929 – 1968)
Questões de concurso Público

1 ) ( IFRJ – BIO RIO) A responsabilidade estatal na manutenção das condições de vida dos cidadãos,
a universalização dos serviços sociais e a implantação de uma rede de segurança de serviços de
assistência social constituem os princípios que estruturam o Welfare State ressaltados pelo (a):

(A) plano Beveridge.


(B) fordismo.
(C) concepção de cidadania de Marshall.
(D) concepção de seguro social de Bismark.
(E) liberalismo clássico.
2) ( IFRJ – BIO RIO) - A criação desses órgãos marcou a introdução da política social no Brasil no período
compreendido entre 1930 e 1945, EXCETO o:

(A) Ministério do Trabalho.


(B) Instituto Nacional de Previdência Social.
(C) Departamento Nacional de Saúde.
(D) Ministério da Educação e da Saúde Pública.
(E) Conselho Nacional de Educação.
( TJ – FGV 2014) TEXTO 1 - A partir dos anos 1970, com a primeira grande crise do capitalismo após os “30
anos gloriosos”, as proposições neoliberais ganham fôlego no mundo. Nas palavras de Netto (1996: 99):
“Também o Estado burguês, mantendo o seu caráter de classe, experimenta um redimensionamento
considerável. A mudança mais imediata é a diminuição de sua ação reguladora, especialmente o
encolhimento de suas ‘funções legitimadoras’ (O’Connor, 1977): quando o grande capital rompe o ‘pacto’ que
suportava o Welfare State, começa a ocorrer a retirada das coberturas sociais públicas e tem-se o corte nos
direitos sociais (...).” Depreende-se, portanto, que as repercussões desta crise impactam diretamente os
trabalhadores e amplificam a “questão social .
3) Considerando a temática discutida no texto 1, para os defensores do neoliberalismo, a fórmula para sair da
crise deveria incluir:

(A) a ampliação da proteção social; a financeirização; e a taxação das grandes fortunas;


(B) a valorização da cidadania; o combate às ditaduras políticas; e a universalização das políticas sociais;
(C) o desmonte dos direitos sociais; o rompimento do poder dos sindicatos; e a restauração da taxa natural de
desemprego;
(D) o aumento dos gastos estatais na área social; o pleno emprego; e a privatização;
(E) o Estado mínimo; a moratória da dívida externa; e a reforma tributária.
4) ( TJ – FGV 2014) - A orientação neoliberal assumida pelos Governos no Brasil nos últimos 25 anos
repercutiu sobre as políticas sociais (notadamente aquelas vinculadas à Seguridade Social) e também sobre o
exercício profissional do assistente social no âmbito dessas políticas. A partir da análise deste contexto,
muitos autores vinculados à teoria crítica avaliam que há uma tendência à redefinição no próprio trabalho
profissional do assistente social, que passa a ser requisitado para:

(A) gerir a pobreza através de critérios de elegibilidade para benefícios seletivos;


(B) combater a desigualdade social por meio de políticas universais;
(C) elaborar projetos de intervenção que visem a emancipação das populações carentes;
(D) atuar junto aos movimentos sociais a fim de capacitá-los para o exercício da cidadania plena;
(E) mobilizar entidades classistas para análise da conjuntura e reivindicação de direitos coletivos.
5) (CESP/UNB - INMETRO 2010) Assinale a opção correta, acerca do significado de política social:
a. É equivocada a compreensão da política social como disciplina acadêmica, tendo em vista a
impossibilidade dessa disciplina assumir um corpo de conhecimento próprio.
b. A Política social tem conotação histórica e institucional, pois se vincula à regulação e à provisão de bens e
serviços.
c. A política social refere-se à política de ação que visa atender necessidades sociais, cuja tomada de decisão
está diretamente relacionada aos recursos a serem distribuídos.
d. A política social consiste em um produto de relações antagônicas entre capital e trabalho, estado e
sociedade e princípios de liberdade e igualdade que regem os direitos de cidadania.
e. A política social envolve o exercício do poder praticado pelos administradores públicos cuja
responsabilidade consiste na normatização e viabilização das respectivas ações.
Gabarito das questões:

1) Letra A.
2) Letra B.
3) Letra C
4) Letra A.
5) Letra D.

Bons estudos! Confie!


REFERÊNCIAS

CFESS/ABEPSS. Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais, 2009. Disponível em:
file:///C:/Users/Abreu/Downloads/LIVRO%20COMPLETO%20%20%20CFESS%20%20Servico
%20Social%20Direitos%20Sociais%20e%20Competencias%20Profissionais%20%20-2009%20(6).pdf.

ANDERSON, Perry. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, Emir & GENTILI, Pablo (orgs.) Pós-
neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, (p. 9-
23.).
ABREU, Maria Taíde Soares da Silva de. A flexibilidade neoliberal do mercado de trabalho no Brasil e
suas implicações no trabalho dos assistentes sociais. 2019. 353 f. Dissertação (Mestrado em serviço
Social) - Faculdade de Serviço Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
2019.
BEHRING, E. R; BOSCHETTI, I. Política Social, fundamentos e história. São Paulo: Cortez, 2006.
COSTA, Sidney Tanaka S. Conceitos Primeiros de Neoliberalismo. Mediações. V. 13, n.1-2, (p. 192-213), Jan/Jun.
e Jul./Dez. 2008. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/viewFile/
3314/2716. Acesso em 27/06/2018, às 18h30min.
DURIGUETTO, Maria Lúcia; SILVA, Karina Nogueira e; SOUZA; Alessandra Ribeiro de Souza. Sociedade civil e
movimentos sociais: debate teórico e ação prático-política. In: Rev. Katál. Florianópolis v. 12 n. 1 p. 13-21
jan./jun. 2009
MORANI, Carla do Nascimento Santos; Hora, Senir Santos da. O Social em Questão - Ano XVIII - nº 34 – 2015.
PEREIRA, Potyara A. P. Política Social: temas e questões. São Paulo: Cortez, 2008
LOPES, José Rogério. Terceiro setor: a organização das políticas sociais e a nova esfera pública. São Paulo
Perspec. vol.18 no.3 São Paulo Jul/Set. 2004. Disponívelem: http://www.scielo.br/scielo.php?
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