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ESCOLA SECUNDÁRIA DE GAGO COUTINHO

Ano Letivo 2023/2024


CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE

Unidade de Competência 1
LIBERALISMO E DEMOCRACIA

Nome:___________________________________________________Idade_________

Turma:__________________

Liberalismo e democracia - As bases filosóficas da democracia

Desde suas primeiras formulações, no século XVIII, o liberalismo é uma filosofia ou um


conjunto de filosofias que defendeu a existência de um Estado laico e não-
intervencionista. Laico, porque não está vinculado a nenhuma crença religiosa, nem
admite interferência de qualquer Igreja nos assuntos políticos. Em contrapartida, esse
Estado também não deve interferir nas crenças pessoais, fazendo prevalecer o ideal de
tolerância religiosa.

Já a conceção de um Estado não-intervencionista refere-se à economia e surgiu por


oposição ao controle que as monarquias absolutistas exerciam sobre o comércio
durante os séculos XVI e XVII, cuja expressão era o monopólio estatal típico do
mercantilismo ou capitalismo comercial. Era o que acontecia com o açúcar e o ouro,
por exemplo, enquanto o Brasil era colónia de Portugal.

O Estado não deve interferir na economia ou intervir somente o mínimo inevitável,


pois o liberalismo defende a propriedade privada e constata que o funcionamento da
economia se dá a partir do princípio do lucro e da livre iniciativa, o que desenvolveria o
espírito empreendedor e competitivo. As propostas liberais provocaram - juntamente
com as revoluções políticas que delas se originaram - uma separação entre negócios
públicos e privados, ou seja, entre os assuntos do Estado (que deve se ocupar com a
política, isto é, com as questões da esfera pública) e os da sociedade civil (que deve se
ocupar das atividades particulares, principalmente as económicas). Simultaneamente,
liberalismo advoga a criação de instituições para dar voz ativa aos cidadãos nas
decisões políticas. É a partir daí que ocorre o fortalecimento dos parlamentos, órgãos
de representação por excelência das forças atuantes da sociedade e capazes de coibir
os excessos do poder central. A expressão "parlamento" provém do francês "parler",
que significa falar e designa, portanto, o local onde ocorrem conversações, discussões
e deliberações.

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Poderes Executivo, Legislativo e Judicial

A conceção de uma origem parlamentar do poder significa a superação de teorias que


remontam à antiguidade, segundo as quais o poder vem de Deus ou da tradição
familiar (nobreza). Ao contrário, o voto dado a um parlamentar representa o livre
consentimento do cidadão à sua atuação política, isto é, o mandato popular. É o que
ocorre hoje nas democracias representativas, em que os deputados são (ou deveriam
ser) representantes do povo.
Completa o quadro de princípios básicos do liberalismo, no âmbito político, a
tripartição do poder em três instâncias autónomas e equilibradas: o Executivo, o
Legislativo e o Judicial, conforme postulado pela primeira vez pelo escritor e filósofo
francês Montesquieu. Cada uma delas tem suas atribuições específicas e - acima delas
- estão as leis, das quais a maior é a Constituição de um país.

A consciência liberal é, portanto, marcada pela valorização do princípio da legalidade:


ninguém - nem o governante - pode se colocar acima da lei. Com as revoluções liberais
na Inglaterra e na França, proclamaram-se, respetivamente, a Declaração de Direitos
("Bill of Rights", 1689) e a Declaração dos direitos do homem e dos cidadãos (1793),
que consignavam as conquistas dessas mesmas revoluções e assumiam a igualdade de
todos os homens perante a lei.
Além disso, essas declarações estabelecem a garantia das liberdades individuais de
pensamento, crença, expressão, reunião e ação, desde que não sejam prejudicados os
direitos de outros cidadãos. Deriva daí a conceção tradicional de liberdade, segundo a
qual "a liberdade de cada um vai até onde o permite a liberdade do outro".

Adam Smith

Trata-se de um fundamento de cunho individualista, o que é típico do pensamento


liberal. No plano económico, isso significa que a lógica do mercado é a seguinte: se
cada um desenvolver bem o seu trabalho, ocorrerá uma seleção natural dos melhores,
que formarão as elites de cuja capacidade empreendedora resultarão benefícios para
o todo social. Era o que apregoava o economista escocês Adam Smith, na sua principal
obra, "Uma Investigação sobre a
natureza e as causas da riqueza
das nações".

Pode-se questionar ou criticar


esse fundamento, mas, na
prática, a sua capacidade de
produzir riqueza tem sido
patente. O problema reside mais
na questão da distribuição dessa riqueza. Além disso, à medida que esses conceitos
liberais foram sendo absorvidos pelas instituições dos diversos países, sobretudo na
Europa e nos Estados Unidos, deu-se um passo significativo em direção à democracia,
tal qual é praticada, em maior ou menor grau, no mundo contemporâneo.

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O termo mão invisível foi criado por Adam Smith. De acordo com as suas teses, se a
economia fosse livre, sem intervenção alguma de órgãos externos ou do governo, ela
irá regular o mercado de forma automática, como se houvesse uma mão invisível por
trás de tudo, fazendo com que os preços dos produtos fossem ditados pelo próprio
mercado, de acordo com a sua necessidade.
Essa é a base da Teoria Económica que, comprovadamente, funciona na prática.
Quando o mercado evidencia uma escassez de um determinado produto e existe uma
procura muito grande, automaticamente os vendedores aumentam o preço desse
item, pois ainda assim haverá consumidores interessados.
Já no caso em que se produzem bens/produtos em excesso e não existem
consumidores suficientes, os fabricantes reduzem os preços para que os poucos
clientes que ainda se interessam pelos artigos comprem às suas empresas e não de
seus concorrentes.

É relevante lembrar que, dos ideais do liberalismo, também se originou o conceito de


cidadania que, nos seus primórdios, no século XVIII, se referia apenas a direitos civis: à
liberdade e à segurança individual, ao direito de circulação e à liberdade de crença e
opinião.
Durante o século XIX, estes direitos avolumam-se com a inclusão dos direitos políticos:
votar e ser eleito, filiar-se em partidos políticos, organizar-se em sindicatos. Já no
século XX, passam a integrar-se os direitos de cidadania como também uma extensa
variedade de direitos sociais, como a garantia de um salário mínimo, condições de
trabalho, seguro, assistência médica, previdência, etc.

Do iluminismo ao socialismo

Há uma correspondência biunívoca entre as ideias políticas e a realidade prática, de tal


maneira que as ideias interferem no mundo real, transformando-o, assim como o
mundo real, transformado, torna necessário que as ideias sejam permanentemente
reelaboradas. Nesse sentido, as ideias liberais sofreram transformações com o passar
do tempo, adaptando-se às novas realidades sociais.

O liberalismo surgiu com o desenvolvimento do mercantilismo e aprofundou- se após


o advento da Revolução Industrial, no século XVIII. Com a implantação do sistema
fabril e o aumento da produção, as relações humanas foram-se tornando cada vez
mais complexas. As cidades cresceram, desenvolveram-se as ferrovias e o navio a
vapor. As máquinas intensificaram o otimismo baseado na crença do progresso e na
omnipotência da tecnologia.

Os avanços tecnológicos, porém, não corresponderam a uma evolução nas relações


sociais, tornando-as mais justas, ou diminuindo a distância entre o topo da pirâmide
social e sua base. Na Europa do século XIX, o contraste entre a riqueza e pobreza era
cruel, como ocorre hoje em dia nos países em desenvolvimento. Em contrapartida, a
classe operária começou a unir- se para reivindicar os seus direitos, num processo que
culminará com o desenvolvimento do socialismo.

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O socialismo considera que o individualismo liberal resulta na defesa de uma classe
social em particular: a
burguesia. De qualquer
modo, para enfrentar os
problemas trazidos pelos
novos tempos, a teoria
liberal adaptou-se às
novas exigências da
realidade. O liberalismo
tornava-se cada vez mais
democrático, acentuando
a necessidade de
igualdade jurídica e
política, bem como uma solução para as precárias condições de vida das massas
oprimidas. Um dos representantes dessa tendência, o inglês John Stuart Mill, sugere
mesmo a coparticipação dos trabalhadores na gestão e nos resultados da indústria.

O Estado do bem-estar social

Gradualmente, o liberalismo começou a admitir a tendência intervencionista do


Estado, para solucionar os problemas sociais do trabalhador, como férias, saúde,
aposentação, desemprego, etc. Face às crises - económica, política, social - que
atingiram o mundo da primeira metade do século XX, os Estados Unidos e a Inglaterra,
- cujo sistema político-económico se insere no modelo mais característico do
liberalismo - promoveram ajustes rigorosos na economia, desenvolvendo o que se
chamou de welfare state ou estado do bem-estar social.

Nos Estados Unidos, por exemplo, para enfrentar a depressão económica subsequente
à quebra da bolsa de valores de Nova Iorque (1929), o presidente Franklin D. Roosevelt
implementou um programa conhecido como New Deal, que fez com que o Estado se
transformasse no principal agente do progresso económico do país. A construção de
grandes obras públicas ajudou a aumentar a taxa de emprego e foram concedidos
créditos para as empresas, além de serem
adotadas inúmeras medidas assistenciais aos
trabalhadores.

Entretanto, a intervenção estatal não se


perpetuou, nem o Estado se pretendeu sobrepor
às empresas privadas, tornando-se o único
agente económico. No fim da Segunda Guerra
Mundial, em 1945, os Estados Unidos tinham-se tornado a nação mais rica do mundo,
bem como a mais avançada em termos tecnológicos.

Globalização e neoliberalismo

A partir da década de 1960, o estado do bem-estar social começou a dar sinais de


desgaste, em especial porque as despesas governamentais acabaram por superar a

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arrecadação ou receita, provocando um aumento insustentável do deficit público, da
inflação e da instabilidade social.

Na década de 1980, os governos de Ronald Reagan, nos EUA, e de Margaret Thatcher,


na Inglaterra, optaram por diminuir a intervenção do Estado na área social. A este
regresso às ideias liberais clássicas, de um estado mínimo e não intervencionista,
chamou-se Neoliberalismo. Esta receita não se restringiu aos países do hemisfério
norte, numa época como a nossa, uma vez que a economia se tornou
progressivamente mais global.

O neoliberalismo surgiu a seguir


à Segunda Guerra Mundial, tendo
tido por base um texto da autoria
de Friedrich Hayek (O Caminho da
Servidão, 1944). Neste documento,
o autor critica a ausência de
liberdade dos cidadãos quando
existe um Estado providencial e de
"bem-estar", que aniquila a
concorrência e os seus aspetos positivos no desenvolvimento económico e social.
Hayek demonstra mesmo a sua crença na desigualdade como um valor a ser
preservado, no que ia contra a corrente geral do pensamento político da época. O
texto de Hayek, todavia, mergulhou num certo esquecimento durante quase três
décadas. Além de Hayek, também Ludwig von Mises e Milton Friedman contribuíram
para a base filosófica e económica do neo-liberalismo.

Assim, nos anos 70, a grave crise económica que se abateu sobre o mundo a partir de
1973, com origem no sistema económico "capitalista", que então se defrontava com
baixas taxas de crescimento e elevadas taxas de inflação. Esta crise do sistema
capitalista ofereceu-se como o tempo ideal para o renascimento das ideias de F.
Hayek.

Assim, ganha corpo o ideário do neoliberalismo, que tem como ponto forte a
diminuição do Estado (o "Estado mínimo"), promotor de liberdades individuais através
da manutenção da lei e da ordem, fomentando a liberdade e competitividade de
mercados.
A justiça social é algo que está na natureza dos próprios mercados e não deve ser
promovida ou regulada pelo intervencionismo de Estado. O mercado renova-se e
reorganiza-se por si mesmo sempre que necessário, evitando a intervenção estatal.

Há, no neoliberalismo, um individualismo radical, em detrimento dos valores de


solidariedade social promovidos pelo Estado. O indivíduo tem neste sistema mais
importância que o Estado, pois considera-se que quanto menor for a participação
do Estado na economia, maior é o poder do indivíduo e mais rápido é o progresso e
desenvolvimento da sociedade e, consequentemente, dos cidadãos. Para o
neoliberalismo, de facto, a desigualdade social é encarada como natural e própria à

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liberdade humana, sendo aquela mesma considerada justa, porque desejada: amenizá-
las é que gera injustiça, sugerem os teóricos do neoliberalismo.

Não deixa de haver a defesa de um Estado forte, na sua capacidade de controlar os


capitais e em esvaziar o poder dos sindicatos, mas também um Estado poupado no que
concerne a gastos sociais e a intervenções ou orientações de carácter económico. O
Estado só deverá intervir onde a iniciativa privada não demonstre interesse ou
capacidade de investimento, como os setores da saúde ligados às classes mais
empobrecidas da sociedade, assistência social a deficientes, idosos, desamparados ou
excluídos, prisões, etc. Interferência mínima do estado, não intervenção, mas nunca
em cenários de política social, o que só deverá fazer eventual ou esporadicamente,
quando não setorialmente.
O Estado elimina assim a sua função económica e social, intervém apenas enquanto
promotor de privatizações, na glorificação do mercado, no estímulo à máxima abertura
ao exterior, no fomento das exportações e na atração de investimento estrangeiro,
sempre regulado pelo mercado mundial. Este é o verdadeiro motor do
desenvolvimento económico e social no mundo. Há ainda, como se depreende, uma
supremacia do setor privado sobre o público. Na essência, o Neoliberalismo valoriza as
forças de mercado, fomenta a sociedade de consumo e estimula a competição
económica à escala global.

O neoliberalismo está profusamente ligado ao fenómeno da globalização, através das


imposições económicas e financeiras dos países ricos aos países mais endividados,
para ajustamento do comércio externo, supressão de desequilíbrios financeiros,
embora tudo isto acabe por gerar dependência económica dos países mais pobres face
aos mais desenvolvidos e assimetrias no mundo que poderão nunca ser superadas. Os
modelos de desenvolvimento humano que pressupõe não são, portanto, compatíveis
com muitos países de África e da América Latina ou a Ásia, pois agudizaram ainda mais
o subdesenvolvimento e a penúria destas regiões, sendo apelidado por isso, muitas
vezes, de "neo-colonialismo".

1 - Explique a origem das teses liberais do século XVIII e as soluções encontradas para
contrariar o poder real e o do clero, à época.
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As teses liberais do século XVIII originaram-se durante o Iluminismo, um movimento
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que promovia a razão, a liberdade e a igualdade, desafiando o poder absoluto dos
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monarcas e a influência do clero na Europa. Filósofos iluministas como Montesquieu,
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Voltaire e Rousseau criticaram o absolutismo monárquico, defendendo a separação
de poderes e a limitação do poder do monarca. Eles também propuseram a
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laicização do poder, separando a religião do Estado e promovendo a liberdade
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religiosa.
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Os iluministas enfatizaram a igualdade e os direitos individuais, argumentando que
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todos os indivíduos possuíam direitos naturais que deveriam ser protegidos pelo
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Estado. A teoria contratualista, de filósofos como John Locke e Rousseau, afirmava
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que o governo derivava seu poder do consentimento dos governados.

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Para contrariar o poder real e o do clero, ocorreram reformas e revoluções
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importantes, como a Revolução Americana, que resultou na independência dos
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Estados Unidos, e a Revolução Francesa, que derrubou a monarquia e promoveu
reformas liberais na França. Além disso, reformas políticas, como a Revolução
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Gloriosa na Grã-Bretanha, limitaram o poder dos monarcas e estabeleceram
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princípios liberais. Essas ideias continuaram a influenciar a política e a sociedade,
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contribuindo para o surgimento de Estados democráticos e sociedades mais
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igualitárias.
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2 - Apresente o contributo de Adam Smith para o aprofundamento do liberalismo.


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O contributo de Adam Smith para o aprofundamento do liberalismo foi notável.
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Seu livro "A Riqueza das Nações" de 1776 lançou as bases do liberalismo
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econômico ao defender a não interferência do governo na economia. Smith
enfatizou a importância do livre mercado, onde a competição e o comércio livre
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promoviam uma alocação eficiente de recursos e enriqueciam a sociedade. Ele
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introduziu o conceito da "mão invisível", que sugeria que o interesse próprio
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individual, quando livremente buscado, poderia beneficiar toda a sociedade. Além
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disso, destacou a importância da divisão do trabalho na melhoria da produtividade
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e da riqueza da nação. As ideias de Adam Smith continuam a ser fundamentais
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para o liberalismo econômico contemporâneo, influenciando políticas de livre
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mercado, individualismo e liberdade econômica.
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3 - Identifique o papel da primeira Revolução Industrial no processo produtivo e as


razões do aparecimento dos ideais socialistas.
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A primeira Revolução Industrial, que ocorreu no final do século XVIII e ao
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longo do século XIX, revolucionou o processo produtivo com a introdução de
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tecnologias e máquinas. No entanto, esse período também trouxe consigo
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desafios significativos. A urbanização massiva e a concentração da mão de
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obra nas cidades levaram a condições de vida precárias, desigualdades
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sociais e econômicas, e exploração da classe trabalhadora nas fábricas.
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Essas condições adversas deram origem aos ideais socialistas. A
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desigualdade resultante da industrialização e a busca por uma distribuição
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mais justa da riqueza e do poder motivaram a crítica ao capitalismo. Além
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disso, as condições de trabalho ruins e a falta de direitos trabalhistas levaram
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ao clamor por proteção social e direitos laborais. Filósofos como Karl Marx e
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Friedrich Engels desenvolveram teorias socialistas que propunham a
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propriedade coletiva dos meios de produção e uma sociedade mais igualitária.
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O "Manifesto Comunista" de Marx e Engels se tornou um marco do
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pensamento socialista, influenciando movimentos em direção a uma
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transformação da ordem econômica e social.
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4 - A que se chamou welfare state?


O termo "welfare state" refere-se a um tipo de sistema político e econômico que visa garantir
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o bem-estar e a segurança social dos cidadãos por meio de políticas públicas e programas
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governamentais. Os estados de bem-estar, ou "welfare states," buscam proporcionar uma
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ampla gama de benefícios e serviços sociais, como assistência médica, educação,
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habitação, seguro-desemprego e aposentadoria, para ajudar a população a enfrentar
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adversidades econômicas, garantir um padrão de vida básico e reduzir a desigualdade
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social.
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O conceito de "welfare state" tornou-se mais proeminente no século XX, especialmente
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após a Segunda Guerra Mundial, quando vários países, em particular na Europa Ocidental
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no norte da Europa, adotaram sistemas de bem-estar abrangentes. Esses sistemas são
geralmente financiados por meio de impostos e contribuições sociais e são projetados
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para promover o igualitarismo, a justiça social e o acesso universal a serviços essenciais.
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Embora os detalhes e a extensão dos programas de bem-estar possam variar de um país
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para outro, o termo "welfare state" é frequentemente associado a nações que adotaram
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políticas de assistência social substanciais para seus cidadãos.
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5 - Caraterize a política do New Deal e apresente as principais medidas que foram


tomadas, nesse âmbito, nos EUA.
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O New Deal foi um conjunto de políticas implementadas nos Estados Unidos na
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década de 1930, durante a presidência de Franklin D. Roosevelt, como resposta à
Grande Depressão. Esse pacote incluiu medidas como programas de alívio para
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fornecer empregos e assistência direta aos necessitados, reformas financeiras que
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separaram bancos comerciais de bancos de investimento e regulamentaram o
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mercado de ações, reformas na agricultura para elevar os preços dos produtos
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agrícolas e regulamentações econômicas para proteger trabalhadores e
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estabelecer um sistema de seguridade social. Além disso, o New Deal investiu em
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projetos de infraestrutura, como estradas e edifícios públicos. Essas políticas
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tiveram um impacto duradouro na economia e na política dos EUA, consolidando o
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papel do governo na regulação e assistência econômica e social.
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6 - Que razões levaram, no contexto do pós 2ª guerra mundial, ao aparecimento do


neoliberalismo?
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O neoliberalismo surgiu no pós-Segunda Guerra Mundial devido a uma série de
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razões. A crise econômica, inflação e desequilíbrios fiscais após a guerra levaram à
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busca por alternativas às políticas keynesianas. O planejamento centralizado durante
a guerra gerou uma reação contra o controle estatal sobre a economia. Críticas ao
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estado de bem-estar social e sua insustentabilidade a longo prazo também
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desempenharam um papel. Influentes economistas como Friedrich Hayek e Milton
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Friedman promoveram ideias neoliberais, enfatizando a importância de uma
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economia de mercado livre. Grupos de interesse empresarial apoiaram essa
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ideologia, buscando redução de regulamentações e impostos mais baixos.
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Experiências de países como o Reino Unido sob Margaret Thatcher reforçaram o
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neoliberalismo
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. A globalização também contribuiu para a disseminação dessas ideias. No entanto, o
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neoliberalismo é um tópico controverso, com defensores destacando a eficiência
econômica e críticos apontando para desigualdades crescentes e desafios sociais
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resultantes da redução da intervenção estatal e ênfase no mercado. Desde a década
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de 1970, o neoliberalismo influenciou as políticas econômicas em muitos países, mas
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também gerou debates acalorados em todo o mundo.
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7 - Por que razão se afirma que o neoliberalismo está profusamente ligado ao fenómeno
da globalização?
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O neoliberalismo e a globalização estão intimamente relacionados devido a
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várias razões. O neoliberalismo prega a redução da intervenção estatal na
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economia, a promoção de mercados livres e a liberalização econômica, o que
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se alinha com a tendência de abertura de fronteiras e eliminação de barreiras
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comerciais característica da globalização. Além disso, o neoliberalismo
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favorece a livre circulação de capitais, promove a desregulamentação e a
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competição, incentivando empresas a buscar novos mercados em nível global.
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A redução de tarifas e barreiras comerciais também é uma característica
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central de ambos, assim como o papel de instituições internacionais que
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promovem políticas econômicas neoliberalistas. Por fim, o avanço tecnológico,
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que impulsiona a globalização, está alinhado com o foco do neoliberalismo na
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inovação e eficiência econômica. Esses fatores contribuem para a forte ligação
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entre o neoliberalismo e a globalização.
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