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Paradigma Tecnológico e Guerra: A Importância da Inovação Para o Poder de Combate

PARADIGMA TECNOLÓGICO E GUERRA: A IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO PARA O


PODER DE COMBATE

Vinícius Damasceno do Nascimento*


João Marcelo Dalla Costa**

RESUMO
Este trabalho aborda a inovação tecnológica sob uma perspectiva de geração de
poder de combate para o uso da força pelo Estado. Na evolução das guerras é
possível identificar numerosos paradigmas tecnológicos, o que indica o aumento das
inovações bélicas para obter uma vantagem sobre os demais atores envolvidos nos
conflitos. Assim, o presente trabalho propõe-se a realizar uma revisão bibliográfica
para compreender o atual paradigma tecnológico militar e a importância da
inovação tecnológica no setor. O estudo investiga os primórdios das guerras e sua
relação com a evolução tecnológica, traçando um processo incremental até o século
XXI e, portanto, dedica atenção especial aos termos e conceitos relacionados à
tecnologia e à inovação. Com isso, espera-se contribuir com o ambiente acadêmico,
especificamente com as Ciências Política e Militar, ao ampliar a compreensão do
fenômeno guerra, incluindo na discussão perspectiva da inovação, da ciência e da
tecnologia.
Palavras-chave: paradigma, tecnologia, guerra, inovação, poder.
____________________
* Doutorando em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado Maior do Exército, Mestre
em Operações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército Brasileiro,
MBA em Gerência de Sistemas Logísticos pela Universidade Federal do Paraná, Especialista em
Bases Geo-Histórica para a Formulação Estratégica pela Escola de Comando e Estado Maior do
Exército, Direito Administrativo Aplicado pela Faculdade Dom Bosco e Instituto Romeu Felipe
Bacellar e Direito Militar pela Universidade Gama Filho. É Oficial do Serviço de Intendência do
Exército Brasileiro, possuindo 15 anos de experiência em gestão pública, com atuação nas áreas
de finanças, auditoria e logística. Atualmente desenvolve pesquisas nas áreas de Gestão de
Defesa e Estudos da Paz e da Guerra no Programa de Pós-Graduação em Ciências Militares da
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército Brasileiro (ECEME) – Rio de Janeiro, RJ.Contato:
<damasceno_int2000@hotmail.com>
** Pós-Doutor em Relações Internacionais, pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de
Janeiro, Doutor em Ciência Política pela Universidade de Tübingen/Alemanha; Mestre em
Ciência Política, pela Universidade Federal Fluminense; MBA em Estratégias de Negociações
Internacionais, pela Universidade Cândido Mendes; e Bacharel em Relações Internacionais,
pela Universidade Estácio de Sá. É professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação
em Ciências Militares do Instituto Meira Mattos, da Escola de Comando e Estado-Maior do
Exército, com experiência de pesquisa nas áreas de Segurança Internacional e Assuntos Militares,
Prevenção de Conflitos Internacionais, e de consultoria empresarial na Alemanha. Contato:
<jmdallacosta@hotmail.com>

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https://doi.org/10.21826/01021788326503
Vinícius Damasceno do Nascimento / João Marcelo Dalla Costa

TECHNOLOGICAL PARADIGM AND WAR: THE IMPORTANCE OF INNOVATION FOR


COMBAT POWER

ABSTRACT
This paper approaches technological innovation from a perspective of
generating combat power for the use of force by the State. In the evolution
of wars it is possible to identify numerous technological paradigms, which
indicates the increase of the war like innovations to obtain an advantage
over the others actors involved in the conflicts. In tem way, the present work
intends to carry out a bibliographical review to understand the current military
technological paradigm and the importance of technological innovation in the
Sector. The study investigates the beginnings of wars and their relationship
with technological evolution, tracing an incremental process until the 21st
century and, therefore, gives special attention to terms and concepts related to
technology and innovation. With this, it is hoped to contribute to the academic
environment, specifically with the Political and Military Sciences, by broadening
the understanding of the war phenomenon, including in the discussion the
perspective of innovation, science and technology.
Keywords: Paradigm. Technology. War. Innovation. Power.

PARADIGMA TECNOLÓGICO Y GUERRA: LA IMPORTANCIA DE LA INNOVACIÓN


PARA EL PODER DE COMBATE

RESUMEN
Este trabajo aborda la innovación tecnológica desde una perspectiva de
generación de poder de combate para el uso de la fuerza por el Estado. En
la evolución de las guerras es posible identificar numerosos paradigmas
tecnológicos, lo que indica el aumento de las innovaciones bélicas para obtener
una ventaja sobre los demás actores involucrados em los conflictos. Así, el
presente trabajo se propone realizar una revisión bibliográfica para entender
el paradigma tecnológico militar actual y la importancia de la innovación
tecnológica em el Sector. El estudio investiga los inicios de las guerras y sur
elación com la evolución tecnológica, trazando um proceso incremental
hasta el siglo XXI y, por lo tanto, da especial atención a términos y conceptos
relacionados com la tecnología y la innovación. Conello, se espera contribuir
con el ambiente académico, específicamente con las Ciencias Política y Militar,
al ampliar la comprensión del fenómeno de la guerra, incluyendo en la discusión
la perspectiva de la innovación, la ciencia y la tecnología.
Palabras clave: Paradigma. Tecnología. Guerra. Innovación. Poder.

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Paradigma Tecnológico e Guerra: A Importância da Inovação Para o Poder de Combate

1 INTRODUÇÃO

Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) são termos que estão diretamente


relacionados com o poder militar de uma nação. Por exemplo, o Brasil tem
despendido esforços no sentido de modernizar seu Exército, com sua Concepção
de Transformação, para levar a Força Terrestre de uma Era Industrial para a Era do
Conhecimento, mantendo-se capaz de enfrentar as ameaças do século XXI (BRASIL,
2013).
Manter a trajetória histórica do sucesso nem sempre é a melhor decisão,
sendo algumas vezes necessário inovar. Com isso, advoga-se em favor da fuga da
curva de “Gauss” e buscam-se os extremos (outliers), o desconhecido e o improvável,
onde o risco é impactante e a sua previsibilidade permite ações defensivas. Esta
conduta é aventada em função do progresso e da expansão do conhecimento, onde
a prospecção de cenários futuros é tarefa árdua e incerta, razão pela qual se deve ter
a mente aberta para as oportunidades e os riscos potenciais das crises que surgirem
(TALEB, 2015; FREITAS, 2013). Esta mentalidade não é restrita ao mundo corporativo,
sendo válida também para o Setor de Defesa, requerendo inovações em tecnologia
militar, o que exige gastos cada vez maiores em pesquisa e desenvolvimento de
novos Produtos de Defesa (PRODE) (CORRÊA; BONDARCZUK, 2015).
Em contrapartida, os Estados têm imposto frequentes restrições
orçamentárias às Forças Armadas nacionais, como resultado de crises políticas e
econômicas internas, dos reflexos de crises externas, bem como da incapacidade
estrutural de responder à competitividade do mercado globalizado (PACHECO,
1996). Com isso, o Setor de Defesa tem enfrentado desafios crescentes para manter
e até elevar seus níveis de desempenho com menos recursos (NAVARRO-GALLERA
et al, 2013). Desta feita, consolidar a base teórica sobre a inovação tecnológica
militar torna-se elemento indispensável para a eficiente modernização de uma
Força Armada e para se obter o poder de combate desejado pela Nação, sendo este
o objeto do presente trabalho.
O objetivo a que se pretende atingir ao final deste trabalho é compreender
o atual paradigma tecnológico militar e a importância da inovação tecnológica no
Setor de Defesa para a formulação do poder de combate de uma Nação.
Justifica-se este trabalho, pois o nível de CT&I que uma nação possui
influencia consideravelmente na forma deste Estado fazer guerra (KEELEY, 2011);
e projetos desta natureza possuem custos que devem ser mensurados. Ainda, não
tem como se negligenciar este tema, pois nas palavras de Sun Tzu: “A guerra tem
importância crucial para o Estado… Dela depende a conservação ou a ruína do
império.” (TZU, 2006, p. 12).
Posto isso, a metodologia empregada neste trabalho envolve a realização
de uma revisão crítica de literatura a fim de identificar o atual estado da arte e
consolidar o conhecimento existente. Como base bibliográfica, serão empregados

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artigos sobre o assunto e disponíveis nos principais provedores científicos na


internet, com destaque para Google Acadêmico, SciElo e Science Direct.
Por fim, este trabalho foi organizado da seguinte forma: na seção 2 serão
definidos termos essenciais; e na seção 3 será abordada a relação entre o paradigma
tecnológico e a guerra.

2 CONCEITOS ESSENCIAIS

Ao se tratar de paradigma tecnológico depara-se com a dificuldade em se


definir e diferenciar os termos: ciência, tecnologia e inovação. Desta forma, a seguir
serão apresentados esses conceitos a fim de permitir uma melhor compreensão da
importância da inovação no campo militar.
O processo de desenvolvimento de produtos envolve não apenas ciência,
mas também arte. O processo científico que antecede o surgimento de novos
produtos, por vezes pode não ocorrer, sendo apenas uma descoberta ao acaso, ou
uma aquisição de tecnologia (transferência). Ainda, a transferência de tecnologia
pode ocorrer sem a transferência de conhecimento, ou seja, sabe-se como fazer,
mas sem saber o porquê se faz (SENHORAS et al, 2007).
A tecnologia, em uma abordagem mais econômica, pode ser compreendida
como um fator de produção, tal como o capital, o trabalho e as matérias-primas.
Contudo, também pode ser vista como mercadoria, um bem econômico. Desta
forma, como um bem econômico pode ser transacionado de diversas formas, quer
seja legal ou ilegalmente: compra, venda, sonegação, cópia, falsificação, roubo e
contrabando. Assim, poderá ser valorada e devidamente precificada, com algumas
características específicas: é indivisível, é intangível, em geral são interdependentes
e de alto valor agregado, podendo ser incorporada ou não a bens e serviços, ou
seja, implícitas e explícitas, respectivamente (LONGO, 1987).
Para que a tecnologia possa ser usada, não basta existir, ela tem que ser
viável comercialmente, sob um ponto de vista econômico. Torna-se necessário,
também, em uma abordagem mais social, adequar-se às pessoas e aos processos
das instituições, agregando o máximo valor em sua aplicação. Com isso, a gestão
da informação tecnológica cresce de importância, ciente de que o conhecimento
das pessoas é o recurso mais valioso de uma organização, quer seja inovando
pela criação de conhecimentos, ou compartilhando o conhecimento, ou usando o
conhecimento e o tornando efetivo pela prática fomentada pelo compartilhamento
de informações (NHS, 2005).
Com a intenção de compreender a relação entre os conceitos, creio que Longo
é mais integrativo e claro. Assim, distingue ciência de tecnologia e as define como
a seguir exposto: “Ciência é o conjunto organizado dos conhecimentos relativos ao
universo, envolvendo seus fenômenos naturais, ambientais e comportamentais”,
podendo ser dita pura, quando não visa a objetivos práticos, e aplicada, quando

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busca consequências determinadas. Enquanto, tecnologia é “o conjunto organizado


de todos os conhecimentos científicos, empíricos ou intuitivos empregados na
produção e comercialização de bens e serviços”. Ainda, faz distinção entre o saber
fazer (knowhow) e o porquê fazer (knowwhy), onde defende ser o primeiro a simples
técnica – a instrução, e o segundo a tecnologia – os conhecimentos, sendo tal
diferenciação relevante para compreender nuances da transferência de tecnologia.
Nesta senda, o processo de transferência de tecnologia pode envolver compra e
venda, ou aluguel, podendo entregar apenas as instruções do como fazer, sem a
transmutação do domínio da tecnologia, ou seja, sem passar os conhecimentos que
a geraram, que envolvem p motivo do fazer. Ainda, explica a inovação como uma
“solução de um problema tecnológico compreendendo a introdução de um novo
produto ou processo no mercado em escala comercial”, podendo ser incrementais
melhorando produtos e processos já existentes sem alteração da essência, e de
ruptura, representando saltos tecnológicos (LONGO, 2004, s.n.).
A confusão que se faz entre ciência e tecnologia é decorrente da primeira
ser fruto de uma metodologia de produção de conhecimento, enquanto a segunda
pode ser decorrente não apenas da ciência, mas também do empirismo e da
intuição. Historicamente, os dois conceitos caminharam em paralelo, podendo
ser identificados três estágios distintos: (i) o primeiro período iniciou-se com
o desenvolvimento da Ciência a partir da Renascença italiana e da Revolução
Científica, no início do século XVII na Europa, alcançando sua máxima expressão no
século VIII, com o “método científico” de Galileu (1564-1642) e institucionalizou-se
com a Revolução Industrial, ficando a tecnologia de produção restrita à manufatura;
(ii) o período seguinte abrange da Revolução Industrial até a Segunda Guerra
Mundial, tendo como marco inicial a Revolução Tecnológica inglesa a partir de
1740, introduzindo a máquina no processo produtivo, inicialmente movida a carvão
e depois a eletricidade e empregando inicialmente o ferro e depois o aço; tal estágio
é caracterizado pelo surgimento do paradigma industrial, destacando-se as funções
criar e inovar a partir da função produzir, comum à manufatura, bem como pela
aplicação da ciência para fins econômicos, não se limitando ao fim intelectual do
estágio anterior; e (iii) o terceiro período é identificável a partir da Segunda Guerra
Mundial, estendendo-se até a atualidade, quando a preocupação com ciência
e tecnologia passa de secundária e periférica para a de primordial, sendo parte
fundamental do Poder Nacional. Nesta evolução histórica, verifica-se a tendência de
vigorarem tecnologias originárias, não mais limitadas ao empirismo ou à intuição,
sendo resultado da produção científica aplicada (LONGO, 1989).
Desta forma, a partir da inovação pode-se obter um PRODE, sendo este um
tipo de produto que possui características próprias. Uma delas é que o mercado
de PRODE é extremamente restrito, pois os referidos produtos são normalmente
comprados a partir de uma única fonte. Outra questão está relacionada com os
serviços essenciais a uma indústria de defesa, onde nem sempre a firma tem

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capacidade de prestar todos os serviços necessários, devendo, muitas vezes,


subcontratá-los. Ainda, os investimentos governamentais no Setor de Defesa
podem ser tratados de duas formas distintas: ou como custeio de incentivo geral ou
como incentivo de produtos específicos, sendo que em ambos fará parte do custo
do PRODE (ROGERSON, 1992).
Ainda, os PRODE tendem a serem itens que não estão disponíveis em
estoques inventariados para venda, em virtude de seu alto valor agregado e do
mercado consumidor ser restrito a Estados. Incluem equipamentos de comunicação,
aeronaves completas, peças de aeronaves e munições, entre tantos outros produtos.
Desta forma, a aquisição de PRODE envolve negociações diretas entre Forças
Armadas e as Indústrias de Defesa, sendo a produção iniciada só após a assinatura
do contrato (LEE, 1970).
Por conseguinte, verifica-se que para compreender a importância da
tecnologia para a guerra deve-se aprofundar a discussão, uma vez que é assunto
complexo, podendo os PRODE serem oriundos de processo científico ou do
empirismo. Assim, a seguir será realizado o estudo dos paradigmas tecnológicos no
contexto da evolução da guerra.

3 PARADIGMA TECNOLÓGICO E A EVOLUÇÃO DA GUERRA

Clausewitz, no capítulo 1, do Primeiro Livro, de sua obra Da Guerra, inicia a


definição da guerra explicando-a como um duelo entre partes, só que em maior
escala. Ele a define como “um ato de força realizado para forçar o adversário a
obedecer nossa vontade” e “uma continuação da política por outros meios”
(CLAUSEWITZ, 2002).
Em uma visão extremada, a guerra pode ser atribuída como inerente à condição
humana, sendo frequente em todo tipo de sociedade. Nas sociedades com níveis
de integração social mais baixa, como tribos e bandos, a guerra se disfarça de rixa e
homicídios. Entretanto, é nas sociedades civilizadas estatais que os conflitos recebem
o nome de guerra, em virtude do vulto das ações militares. Ainda, considerando a
mobilização humana para a guerra, existe maior proporção nas sociedades com níveis
mais baixos, uma vez que cada cidadão é um soldado (KEELEY, 2011).
A tentativa de traçar uma origem para a guerra é tarefa árdua, porque é o mesmo
que delinear o início da sociedade. A história comprova que por meio de guerras é que
ocorreram a queda e a ascensão de grandes civilizações, havendo relatos em várias
descobertas arqueológicas. Apesar de os conflitos existirem desde tempos remotos,
somente a partir dos egípcios e sumérios é que existem registros, porque estes povos
deixaram registros pictóricos sobre seus conflitos antigos. Desta forma, é que se pode,
hoje, traçar cerca de 5.000 anos da história das guerras (GILBERT, 2005).
Citam-se como os primeiros registros de guerra:os hieróglifos egípcios que
relatam as vitórias dos primeiros faraós Escorpião e Narmer; e manuscritos dos Livros

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de Moisés que tratam da conquista hebraica de Canaã. Ainda, cabe destaque para
os inúmeros registros de guerras chinesas, gregas e romanas que ainda hoje são
estudados, em virtude da riqueza de detalhes dos fatos apontados (KEELEY, 2011).
A história é marcada por guerras e pela evolução na forma de combater,
também pelo aumento da violência das estratégias e das táticas empregadas,
permitindo identificar uma relação entre guerra e tecnologia militar. Conforme
os registros arqueológicos, o exército Assírio garantia suas vitórias pelo efetivo de
soldados e pelo nível de treinamento no combate individual, havendo limitado
emprego de cavalos. Contudo, com a invenção dos estribos, este avanço tecnológico
permitiu o maior controle dos cavalos, capacidade esta, que possibilitou ao Islã e,
posteriormente, aos mongóis, erguerem grandes impérios no Oriente e Eurásia
pelo uso da cavalaria. Já no fim do século XV, outra tecnologia despontou na
Europa, a pólvora, que aliada à tecnologia naval, permitiu a ocorrência das grandes
navegações e o domínio de civilizações além-mar. O século XX foi marcado por duas
guerras quentes e uma fria, as Primeira e Segunda Guerras Mundiais e a Guerra Fria,
respectivamente, caracterizando um avanço tecnológico sem precedentes, com
emprego de blindados, aviões, entre tantos outros tipos de novas tecnologias, com
destaque para a Bomba Atômica. Hoje, a tecnologia militar avança rapidamente e
“armas de todos os tipos se tornam mais poderosas, flexíveis e capazes de infligir
baixas imensas” (GILBERT, 2005, p. 34).
No Oriente, especificamente na China, Sun Tzu, há cerca de 2.000 anos, por
volta do século I a.C., já valorizava veículos, armas, equipamentos e muralhas, ou
seja, fortificações (TZU, 2006), sendo tudo isto tecnologia militar. Foi dos chineses
que se obtiveram as tecnologias de cerco, de produção de bombas fumígenas e
morteiros, catapultas, entre outras (BARBOSA, 2006).
Embora, cada guerra seja um “fenômeno único, singular, irredutível”
(MAGNOLI, 2006, p. 15), e exista quem advogue a favor de uma única tipologia da
guerra (SERRANO, 2013) e até contra uma tipologia, pois tal seria mera ilusão (ARON,
2002), existem tentativas de criar uma tipologia das guerras. Assim, destacam-se
as tentativas de Toffler e Lind em criar tal tipologia, não pela validade dos tipos
apresentados, mas pela forma de verificação da evolução tecnológica militar no
contexto das guerras.
Uma vez que a história das guerras caminha pari-passo com a história
das civilizações, o entendimento de Alvin Toffler sobre as três ondas torna-se
relevante. O referido autor entende que existiram apenas três grandes mudanças,
as ondas, onde: (i) a primeira onda, que teria ocorrido há cerca de 10 mil anos
caracterizando-se pela produção agrícola de riqueza pelo trabalho físico e muscular;
(ii) a segunda onda (Revolução Industrial), que teria iniciado há cerca de 300 anos,
predominantemente nos EUA e Europa, caracterizando-se pela produção industrial
manufatureira e o comércio, pela valoração tangível do patrimônio, pela produção
em massa padronizada e pelo trabalho físico; e (iii) a terceira onda (Revolução

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Informacional), que teria se iniciado no fim do século XX em países já no auge


do desenvolvimento industrial, como os EUA, caracterizando-se pela valorização
do patrimônio intangível, com primazia para o conhecimento, pela diversificação
e customização da produção, pelo trabalho criativo e crítico, pela integração e
rapidez, além da elevada essencialidade da tecnologia. Assim, as guerras poderiam
ser analisadas nesta mesma classificação como de: (i) primeira onda, em que a
massa humana seria o fator determinante na definição do poder de combate; (ii)
segunda onda, em que a mecanização seria o fator determinante, com o aumento
da velocidade pela invenção do motor a explosão e pelo aumento do poder de
fogo com as invenções de tanques, aviões e submarinos; e (iii) terceira onda, pela
guerra do conhecimento e da informação, empregando computadores e internet
(TOFFLER, 1980 e 1993), totalizando três paradigmas tecnológicos.
Na mesma tentativa de classificar as guerras, Lind, Nightengale, Schmitt,
Sutton e Wilson, em 1989, propuseram a existências de quatro gerações de guerras
modernas, cuja teoria evoluiu ao longo dos anos seguintes. Apesar de os autores
considerarem que os verdadeiros motores destas mudanças seriam os fatores
políticos, sociais e econômicos, a referida tipologia é normalmente associada às
mudanças tecnológicas. Assim, a guerra de 1ª geração (G1G) empregaria como
princípio de guerra fundamental a massa, com os Exércitos Absolutistas, sendo
acompanhado tecnologicamente dos mosquetes de alma lisa que permitiam a
formação em linha, aumentando o volume e a cadência de fogo. A guerra de 2ª
geração (G2G) enfatizaria o poder de fogo proporcionado, principalmente, pelo
avanço da tecnologia armamentista, citando-se o fuzil de alma raiada, o carregamento
pela culatra, as metralhadoras e as peças de fogo indireto, tudo isto amplamente
empregado na Primeira Guerra Mundial. A guerra de 3ª geração (G3G) empregaria
como princípio básico a manobra em busca a não linearidade do campo de batalha,
cuja tecnologia, nos setores de siderurgia, mecânica, energia e comunicações,
permitirá o uso de blindados e aviões controlados por rádio já na Primeira Guerra
Mundial (blitzkrieg), sendo intensificada na Segunda Guerra Mundial. A guerra de
4ª geração (G4G) enfatizaria o uso do computador, da internet, de armas de energia
direta, lasers, pulsos eletromagnéticos e robôs, além de fazer menção a conceitos
como guerra cibernética e espacial (LIND et al, 1989, 1994, 2004).
Atualmente, já se identifica um novo tipo de guerra, a de quinta geração
(G5G). Além das comunicações, da internet e de robôs, comuns à G4G, seus usos são
intensificados, sob novas formas e com novas tecnologias integradas, como drones.
Este tipo de guerra também abarcaria outras tecnologias como a biotecnologia e a
nanotecnologia (HAMMES, 2007).
Por último, fala-se em uma outra forma de guerra, a híbrida, mais ligada ao
terrorismo e insurgências. Em um primeiro momento, não teriam grandes alterações
que justificassem sua análise em função da tecnologia, contudo, cabe destaque para
o emprego massivo dos meios de comunicações para influenciar a opinião pública,

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como facebook, twitter e outros (MCCUEN, 2008).


Esta evolução da tecnologia militar é notória quando […] navios a remo e
muralhas de pedra não funcionam mais para atacar ou defender cidades, como na
Guerra do Peloponeso, na Grécia Antiga: conflitos recentes, como a Guerra do Golfo,
contaram com armamento sofisticado e a mais moderna tecnologia da informação.
(PINSKY, 2006, p. 7).
Por isso, não se pode negar a percepção visionária de pensadores da guerra,
como Liddel Hart, que se dedicou ao estudo da estratégia no emprego das novas
armas de guerra disponíveis, como o avião e o carro de combate (HART, 1956), e o
General André Beaufre, que estudou a estratégia nuclear (BEAUFRE, 1998). Assim,
Beaufre, além de considerar os efeitos do avanço tecnológico e das invenções bélicas
para desequilibrar o poder no campo de batalha, também desperta a atenção para
a importância dos investimentos nos gastos de uma Nação e do conhecimento para
se precisar o momento certo para se realizar os gastos militares, verbis:

Essas realidades incontestáveis da estratégia moderna... pelo


progresso exponencial da ciência, deveriam conduzir a uma
profunda reforma... O importante não mais é o presente, mas
o futuro... A preparação tem precedência sobre a execução...
Quer dizer que se tornou fútil despender milhões de francos
para uma defesa nacional cujo valor futuro seria incerto,
enquanto que é essencial ser informado e prever. (BEAUFRE,
1998, p. 54).

Relacionando tecnologia e gastos chega-se ao conceito de paradigma


tecnológico, um conceito tipicamente de economia. A referida definição pode
compreender as características médias dos produtos em um setor e em um
momento específicos, buscando soluções tecnológicas e econômicas (WIJNBERG,
1995). Outra possibilidade é definir paradigma tecnológico como uma infraestrutura
e procedimentos produtivos específicos que servem como guia para inovação e
mudança em uma base industrial (JENNER, 1991).
Assim como “empresas se apropriam de trajetórias de acumulação de
capacidades tecnológicas, que podem culminar em novos paradigmas”, um Estado
pode ter alterado seu paradigma tecnológico de imitativo para um inovador radical
ou incremental (LESKE, 2015, p. 40). Em específico, o Setor de Defesa também
sofre alterações de paradigma no nível nacional, gerando impactos econômicos
permanentes, como alterações nas estruturas industriais, sendo considerado um
setor estratégico por envolver tecnologias de ponta (LESKE, 2013). O impacto do
paradigma tecnológico é muito importante para a economia, ao ponto de ser
chamado também de paradigma tecnoeconômico (AROCENA; SUTZ, 2001).
Em se falando de paradigma tecnológico, é imprescindível citar a contribuição de
Schumpeter para se entender as mudanças tecnológicas, econômicas e sociais sofridas

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pelo capitalismo. Para ele, a tecnologia sozinha não é tudo, pois o empreendimento
capitalista seria a mola propulsora do progresso tecnológico, contudo a combinação
entre estes dois elementos produz efeitos produtivos diferentes (SCHUMPETER, 1961).
Assim, o desenvolvimento econômico seria, de certa forma, ditado pelas invenções
ou inovações tecnológicas, sendo a inovação a força motriz da evolução capitalista,
que exige a ação empreendedora para pôr em prática a inovação e torná-la relevante
socialmente, revolucionando a economia a partir de dentro (SCHUMPETER, 1982). Em
se falando das máquinas de guerra das nações capitalistas, essa evolução tecnológica
bélica também teria parcela de importância no progresso do sistema capitalista,
contribuindo para o status do país.
Assim, é importante lembrar que as trajetórias dos paradigmas tecnológicos
tendem, conforme estudo empírico de Jenner (1991), a ser irreversíveis, sendo o novo
sempre preferível aos anteriores. Logo, a cada novo armamento mais efetivo e eficiente
na ação de destruir e matar, o equilíbrio no poder relativo de combate em campo de
batalha estará alterado e o lado que se favorece não desejará regredir, sendo uma
possível explicação para a corrida armamentista no período da Guerra Fria.
Desta forma, conclui-se, parcialmente, que tanto a guerra como a tecnologia
evoluíram com o tempo e possuem íntima relação. Ainda, as inovações bélicas ao
longo dos séculos permitiram o surgimento de diversos paradigmas tecnológicos,
evoluindo a forma primitiva de fazer guerra para níveis cada vez mais avançados de
violência, com armamentos cada vez mais letais.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As guerras mais antigas eram ganhas em função do número de homens em


campo de batalha, sendo tal princípio de guerra denominado de massa. Entretanto,
com o passar dos anos, as inovações tecnológicas permitiram alcançar maior poder
destrutivo com menos homens em combate. Desta forma, verificaram-se, ao longo
deste trabalho, de forma sumária, evoluções tecnológicas como o uso do cavalo,
o emprego da pólvora, da arma automática, dos aviões e dos carros de combate,
entre tantas outras tecnologias tradicionalmente utilizadas nos conflitos até a
Segunda Guerra Mundial.
Independente da característica das guerras já travadas pela humanidade e dos
tipos classificáveis, não resta dúvida que os paradigmas tecnológicos tradicionais
dantes elencados, apesar de ainda pertinentes ao século XXI, não são mais suficientes
para se garantir a vitória em uma guerra. Em um ambiente globalizado, em que a
tecnologia da informação cresce de importância de forma exponencial, um novo
paradigma tecnológico militar se faz presente no contexto da guerra moderna.
Desta forma, o surgimento de robôs cada vez mais avançados, drones com
performance cada vez mais efetivas, o acesso a informações de forma cada vez mais
imediata pela grande cobertura satelital existente e a crescente ameaça de ataques

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Paradigma Tecnológico e Guerra: A Importância da Inovação Para o Poder de Combate

hackers, por exemplo, indicam o surgimento de novo ou novos paradigmas a serem


mais bem estudados. Exemplo disso é o surgimento de conceitos como Guerra
Tecnológica, Guerra Centrada em Redes e Guerra Cibernética (DOMBROWSKI;
GHOLZ, 2006; BERKOWITZ, 2003).
Com isso, fica evidente a importância da inovação tecnológica no campo
militar como forma de ampliar o poder de combate. Nesse contexto, da era do
conhecimento, não resta dúvida que o princípio da massa deve ser relativizado. Não
é mais o número de combatentes que garante a vitória, mas a letalidade tecnológica
empregada, envolvendo, em relação ao homem, não apenas sua capacidade de
matar, mas principalmente a capacidade de inovar no Setor Defesa e de utilizar as
referidas tecnologias bélicas.
Por fim, apesar de o objetivo proposto ter sido atingido, que é compreender
o atual paradigma tecnológico militar e a importância da inovação tecnológica no
Setor de Defesa para a formulação do poder de combate de uma Nação, grande
lacuna ficou evidenciada, pois só se identificou a existência de novo paradigma e
sua importância sem aprofundar o debate.
Assim, sugere-se que novos estudos sejam realizados a fim de compreender
de forma mais aprofundada o novo paradigma da guerra da era do conhecimento, a
importância da inovação no Setor Defesa e da capacidade de utilização da tecnologia
disponível pelos soldados para o incremento do poder de combate.

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Recebido em: 10 abr. 2017


Aprovado em: 27 set. 2017

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