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SAINT-PIERRE, H.; VITELLI, M.

(org). Dicionário de
segurança e defesa. São
Paulo: Editora Unesp, 2018.
ISBN: 978-85-9546-300-4

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Armamento
(Verbete)

Jonathan de Araújo de Assis


Mestre em Relações Internacionais (San Tiago Dantas - Unesp, Unicamp, PUC-SP)

Diego Lopes da Silva


Doutor em Relações Internacionais (San Tiago Dantas - Unesp, Unicamp, PUC-SP)

José Augusto Zague


Doutor em Relações Internacionais (San Tiago Dantas - Unesp, Unicamp, PUC-SP)

O ARMAMENTO, grosso modo, define-se pelo seu fim; como instrumento da


violência. É bem verdade, contudo, que a violência não depende do armamento para sua
manifestação. Em sua forma estrutural, a violência prescinde do armamento, uma vez que
sua materialização resulta da ação de componentes indiretos, como instituições e normas
sociais, por exemplo (Galtung, 1969). Entretanto, a violência, quando direta, fia-se ao
armamento para otimizar-se, de modo que o armamento é o instrumento tecnológico
utilizado para a maximização da capacidade de empreendimento da violência. Se restrito
a esses termos, o armamento é avaliado pelos efeitos que exerce na eficiência e eficácia da
intenção violenta.

Em larga medida, as modalidades de emprego e organização da violência


modificaram-se ao longo da história em resposta às modificações técnicas dos
armamentos. Fossem espadas ou lanças, os combatentes que as empunhavam executavam
funções relativamente similares no campo de batalha. No entanto, o industrialismo
emergente desde meados do século XVIII trouxe consigo a produção de armamentos mais
complexos. Após a terceira década do século XIX, pela primeira vez, os instrumentos da
guerra estavam integrados em sistemas (Van Creveld, 1991, p.153).

Os avanços na fabricação dos armamentos também contribuíram, ainda que


parcialmente, à construção do Estado moderno e ao estabelecimento do monopólio
legítimo da coerção que lhe condiz. À medida que o armamento se tornava mais custoso,
dada a intensificação do fator capital em sua produção, sua aquisição por indivíduos
ordinários restringia-se. Dessa forma, o Estado, cujas finanças permitiam a compra de
armamentos avançados de capital-intensivo, competia com larga vantagem contra
eventuais grupos insurgentes. Como Charles Tilly (1990, p.144) nos aponta, todos os
membros da nobreza no século XIII possuíam espadas; entretanto, nenhum indivíduo
possuiu um porta-aviões no século XX.

O desenvolvimento técnico do armamento passou a exigir dos efetivos militares


altos níveis de especialização, uma vez que a operação desses instrumentos passou a
demandar a coordenação de diversas atividades simultâneas. Seu desenvolvimento
requereu uma reformulação na organização social do combate. A profissionalização dos
efetivos militares, epitomada pelo modelo prussiano, é uma resposta a esses avanços.
Precipuamente, a vantagem garantida ao Exército prussiano em sua origem deveu-se à
adaptação célere de suas formas aos predicados aduzidos pelos novos tempos: o
crescimento do urbanismo, a gradativa industrialização e o progresso da tecnologia. Não
por outro motivo, Van Creveld (1991, p.137) afirmara que a organização militar, conquanto
tenha contravindo às vicissitudes da política e da economia, é em última instância
determinada pelo estágio tecnológico vigente.

Ainda que seja possível identificar seus primórdios na segunda metade do século
XIX, uma concepção mais madura sobre sistemas de armas emerge nas primeiras décadas
do século XX – impulsionada pela competição naval entre Inglaterra e Alemanha –, sendo
aperfeiçoada posteriormente pela Força Aérea estadunidense na década de 1950 (Kaldor,
1986, p.8). O conceito de sistemas de armas possui caráter tridimensional: desde uma
observação rasa, define-se pela sua materialidade pura e simples, isto é, por plataforma
(aeronave, lançador de míssil etc.) e munição (míssil, ogiva, projétil), em conjunção com
os meios de comunicação e comando; em um segundo nível de aproximação, o sistema de
armas representa o corpo de conhecimento técnico necessário ao seu desenvolvimento,
produção e operação. Nesse sentido, indica o estágio de desenvolvimento tecnológico
alcançado pela sociedade que o desenvolve (Kaldor, 1977, p.121). Por fim, em sua terceira
dimensão, é a expressão da organização social necessária à sua produção e utilização. O
conceito, ademais de uma classificação de material militar, é também uma classificação de
pessoas, implicando a existência de corporações que inventem, construam, utilizem e
reparem tais sistemas de armas (Kaldor, 1986, p.8).

Até aqui discutimos o armamento em seu valor de uso: como instrumento da


violência direta. Sem embargo, com vistas a compreender sua totalidade, é preciso tomá-
lo também como um produto econômico, haja vista que o armamento é uma mercadoria.
Se insistirmos nessa leitura, confrontar-nos-emos com uma consequência inescapável: por
ser um instrumento de capital-intensivo, a produção de armamentos será restrita àqueles
países onde o capital, se não em abundância, encontra-se ao menos em níveis modestos.
Decorre disto, portanto, que apenas um número restrito de países conseguirá produzir
armamentos em quantidade e qualidade suficiente para atender às demandas de suas
Forças Armadas nacionais.

Na década de 1970, observou-se um processo de difusão das capacidades de


produção de armamentos, de modo que o número de fornecedores dessa mercadoria
expandiu-se significativamente. Além disso, as importações de armamentos também
aumentaram sobremaneira. Para Gilpin (1981, p.181), o processo de transferência
tecnológica de sociedades avançadas para sociedades menos avançadas é um dos vetores
mais importantes na redistribuição de poder no sistema internacional. Segundo dados
organizados por Klare (1987, p.1259), entre os anos de 1970 e 1985, o nível das importações
de armamentos realizadas por países do Terceiro Mundo apresentou crescimento, ainda
que com pequenas variações ao longo do período. No entanto, a tendência do período foi
marcada mais pela sua natureza qualitativa do que pelo aspecto quantitativo; isto é, os
tipos de armamentos que foram importados por esses países. Como apontam Suchman e
Eyre (1992, p.138), armamentos convencionais de alta sofisticação tecnológica proliferaram
para além das economias industriais centrais, o que sugeriria uma dissociação entre a
modernização militar e o desenvolvimento econômico.

Do ponto de vista dos interesses econômicos, os elementos técnicocientíficos


envolvidos no desenvolvimento e na produção de armamentos são recorrentemente
percebidos como potenciais geradores de benefícios para a atividade industrial civil,
particularmente pelo denominado processo de spin-off. Do ponto de vista histórico, o
período que melhor representou os benefícios do spin-off foi o imediato pós-II Guerra
Mundial, em que o financiamento estatal a pesquisas no âmbito militar resultou em
ganhos para a indústria civil. Autores como Hartley (2007, p.9) endossam esse argumento,
mas as reflexões propostas por Dagnino (2010, p.9-10) questionam a ideia do impacto
econômico positivo produzido pelo spin-off. A esse respeito, parece haver um consenso na
literatura especializada de que, na incidência tecnológica entre o setor industrial civil e o
militar, o spin-in do setor civil para o militar é atualmente mais frequente que o spin-off
(Saint-Pierre; Zague, 2017, p.303).

Se tomado como uma mercadoria, o armamento também será passível dos mesmos
efeitos fetichistas aos quais todas as outras mercadorias igualmente se sujeitam. Ao menos
este é o argumento dos autores que trataram do tema desde o prisma marxista. Nessa
vertente, destacamos Robin Luckham (1984a, 1984b) e sua proposição de interpretar o
armamento a partir do conceito de fetichismo. A Luckham (1984b, p.5), a acumulação do
capital militar, bem como a industrialização da guerra e a apropriação da ciência em prol
do progresso técnico nos instrumentos da violência organizada, implica o fetichismo do
sistema de armas como mecanismo da relação entre os Estados. Nesse quadro, é
construída e difundida uma equivalência entre os distintos conceitos de segurança, defesa
e armamento, na qual este último é assumido como um fator imprescindível para o
exercício da defesa, que, por sua vez, garantiria a segurança do Estado. No limite, o
encadeamento de tais elementos orienta a percepção de que a segurança só pode ser
garantida por meio da superioridade militar, que, de acordo com a lógica do fetichismo,
expressa-se pela superioridade tecnológica dos armamentos (Luckham, 1984b, p.7; Harvey,
2003, p.9).

O foco no armamento enquanto “fetiche tecnológico” produziu uma distorção na


compreensão do conflito e no papel importante que a estratégia desempenha no seu
desenlace. Desde a década de 1980, desenvolveu-se o conceito de revolução em assuntos
militares (RAM), cujo principal objetivo é compreender as transformações no meio militar
advindas da aplicação de novas tecnologias nos armamentos (Gonçalves, 2015, p.12). No
pós-Guerra Fria, o conceito de RAM passou a ter importância ao revisitar o tema do
impacto da tecnologia na guerra (Buzan; Hansen, 2012, p.263). A Guerra do Golfo em 1991
contribuiu para a criação da falsa premissa de que o emprego de armamentos de alta
tecnologia pelos Estados Unidos e seus aliados geraria uma vantagem que não poderia ser
superada pelos adversários que lutavam de forma convencional (Gonçalves, 2015, p.12).

Não obstante, é necessário apontar que a concepção de fetiche atribuída aos


armamentos por Luckham difere daquela originalmente atribuída às mercadorias por
Marx (2013 [1867], p.147). A este último, o “feitiço” da mercadoria decorre do fato de ela
suportar trabalho abstrato – este é o aspecto que lhe permite ser intercambiável e guardar
relações de relativa equivalência com todas as outras mercadorias. Por sua vez, Luckham
(1984b) atribui o fetiche dos armamentos ao compartilhamento de uma determinada
cultura que interpreta tais petrechos como símbolos de superioridade militar e
garantidores da segurança. Atentemonos, portanto, que para Luckham o fetiche do
armamento não é tributário do trabalho socialmente necessário nele contido; ou seja,
conquanto utilize o mesmo termo, a acepção de fetiche utilizada por Luckham difere
daquela originalmente proposta por Marx.

Luckham (1984b, p.30) afirma que o armamento é uma representação


intersubjetiva da hegemonia global das grandes potências. De tal sorte, não é de todo
equivocado afirmar que a conotação de fetichismo atribuída pelo autor ao armamento
aproxima-se mais das interpretações construtivistas que daqu advindas do materialismo
histórico tradicional. Aos autores associados ao construtivismo e ao pós-positivismo, o
armamento carrega consigo um significado e um objetivo construídos socialmente que
não podem ser compreendidos de forma alheia ao contexto social mais amplo no qual se
inserem (Eyre; Suchman, 1996; Kaldor; Eide, 1979; Kaldor, 1986; Kinsella, 2013; O’Connell,
1983; Suchman; Eyre, 1992; Wendt; Barnett, 1993).

A produção e a aquisição de armamentos, tidas usualmente como processos


objetivos e racionais, respondem também a elementos intersubjetivos, valorados pelas
relações simbólicas entre os petrechos. Nesse sentido, o argumento fundamental assumido
por essa perspectiva é que a tecnologia não consiste em um objeto neutro, mas sim um
elemento que, por sua própria existência, pressupõe relações sociais constitutivas
(Feenberg, 2002, p.14-5; Novaes; Dagnino, 2004, p.193; Herrera, 2003, p.572).

A partir do reconhecimento coletivo sobre seu significado, os armamentos


constituem um tipo de objeto imbuído de valor social que extrapola as concepções
tradicionais de uso e troca. Ou seja, além de variarem em termos de capacidade
tecnológica, os armamentos variam em termos de integração institucional ou “peso
simbólico” que, quando considerados no quadro de um espaço de ação social, distinguem
os agentes sociais detentores daquela tecnologia (Eyre; Suchman, 1996; Suchman; Eyre,
1992, p.150).

A estrutura intersubjetiva que oferece significado e legitimidade a determinadas


modalidades de organização da violência manifesta-se no ambiente internacional como a
“ordem militar global” (Kaldor, 1986; Kinsella, 2013; Wendt; Barnett, 1993). A aquisição de
armamentos de capital intensivo é prática fundamental dessa ordem, uma vez que seu
valor simbólico está associado a formas políticas tidas como mais avançadas ou civilizadas.
Sobre o pano de fundo histórico dos processos de colonização, os países periféricos
emularam as formas de organização da violência encontradas nos países centrais.

Nesse processo de socialização, incorporaram o profissionalismo militar e o


“tecnologismo”, que, segundo Luckham (1984b, p.12-3), significa a crença difundida de que
para todo problema humano há uma solução pela tecnologia. A evolução do
profissionalismo militar no Terceiro Mundo pode ser observada, sobretudo, a partir da
instituição de exércitos no modelo europeu durante o período colonial. No entanto, com
o fim da colonização, o contínuo treinamento das forças armadas do Terceiro Mundo em
países compreendidos como centrais permanece um mecanismo de socialização e difusão
de interesses políticos e militares das potências (Wendt; Barnett, 1993, p.338).
Portanto, a manutenção de forças armadas modernas qu dispõem de armamentos
de alta intensidade tecnológica é também produto da crença de que representam o
emblema do Estado moderno (Kinsella, 2013, p.108; Wendt; Barnett, 1993, p.337). Na
mesma medida, esse tipo de armamento é assumido como invariavelmente superior do
ponto de vista militar em virtude da eficiência e eficácia que representa em termos do
empreendimento da violência. Dessa forma, organiza-se a relação simbiótica entre o
profissionalismo e o “tecnologismo”: enquanto o primeiro constitui as organizações
militares do Terceiro Mundo de acordo com os valores militares e padrões de consumo
das potências ocidentais, o “tecnologismo” atribui certos valores simbólicos aos
armamentos modernos que reforçam o profissionalismo (Wendt; Barnett, 1993, p.340).

Sob essa leitura, tanto as organizações militares quanto os armamentos podem ser
compreendidos como elementos que cumprem funções similares àquelas das bandeiras e
equipes olímpicas: parte do que os Estados creem necessário para legitimar-se como
Estados modernos (Sagan, 1996, p.74). Para além de seu valor de uso e troca, as tecnologias
militares de maior sofisticação transmutam-se em fator de status e modernidade na ordem
militar global. Nesse quadro, em particular por causa do conjunto de valores simbólicos
atribuídos aos armamentos modernos, as aquisições bélicas são adotadas como prática
essencial da provisão de segurança.

Assim, ao contrário do que sugerem as leituras tradicionais sobre o armamento,


que tendem a enfocar as qualidades técnicas que exercem efeitos sobre a eficiência e a
eficácia do empreendimento da violência, um corpo complexo da literatura discute como
esses armamentos não apenas incidem sobre elementos de ordem econômica, social e
política, mas também são afetados e constituídos por esses meios. Nesses termos, a
tecnologia militar não pode ser reduzida às suas funções instrumentais, isto é, enquanto
produto da técnica e objeto sujeito ao constante progresso tecnológico. O sistema de
armas não paira como um elemento exógeno, mas como um nó elementar na teia de
interações que articulam as questões de defesa, segurança e as relações internacionais de
um modo amplo.

Publicado no Dicionário de Segurança e Defesa (p.61-68)

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