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Liberalismo e Neoliberalismo

Liberalismo
Devemos começar entendendo a corrente que veio antes, o Liberalismo. Essa doutrina surgiu já na modernidade, mais
precisamente no século XVIII na Europa. Trata-se de uma corrente de pensamento econômico, politico e social que
apareceu para rebater o Mercantilismo, que foi um conjunto de medidas econômicas adotadas no continente europeu
logo após o fim do Feudalismo. O mercantilismo foi um sistema marcado pelas interações econômicas entre os
Estados. Contudo, foi marcado por uma forte intervenção estatal na economia, e o Liberalismo surgiu querendo
combater esse sistema estabelecido.
O Liberalismo político surgiu a partir das teorias de John Locke, um filósofo inglês adepto do Iluminismo. Locke
defendia que não havia poder que se originava de uma divindade e acreditava que todos os cidadãos eram livres, e
tinham direito natural à liberdade, à propriedade privada e à expressão. Além disso, defendia que um estado
absolutista deveria ser substituído por uma relação “contratual” entre os governantes e o povo, sendo estabelecido por
meio de uma constituição e leis escritas. Ou seja, o filósofo ia contra as ideias de Thomas Hobbes, que defendia um
estado absolutista. Dentre os dois, o Liberalismo econômico talvez seja o mais conhecido. Ele surgiu com Adam Smith,
economista considerado o pai dessa corrente de pensamento. Adam Smith, em sua obra “A Riqueza das Nações”
defendia que a divisão no trabalho é essencial para o crescimento do mercado. Suas teorias reforçam a importância da
livre concorrência, fazendo com que os donos de empresas ampliem a produção, melhorem seus produtos e baixem os
custos de produção ao máximo. O autor defendia a mão invisível, ou seja, que o Estado não deve intervir na economia
e no mercado, o qual deve se autorregular. Além de Adam Smith, outros pensadores surgiram depois.
Surgido para fazer oposição ao Mercantilismo e com acontecimentos que modificaram a economia mundial,
como a Revolução Industrial, o Liberalismo hoje é uma das correntes mais predominantes do mundo atual. Confira
agora as características que um estado liberal apresenta: defesa da liberdade e direitos individuais (não há
reconhecimento de direitos coletivos); liberdade de religião, reunião e imprensa; baixa ou nenhuma intervenção estatal
(Estado Mínimo); igualdade de direitos para todos; meritocracia (tudo deve ser conquistado por esforço próprio); direito
de propriedade privada (não há obrigação de objetivos sociais para a sociedade privada); livre mercado (funcionando
de acordo com a lei da oferta e demanda).
O Estado, nesse caso, só atuaria para fornecer as condições mínimas, que são essenciais para o livre
crescimento do cidadão. Assim, o Estado não seria assistencialista, pois o Liberalismo é o oposto de um Estado
paternalista, que interfere na vida dos indivíduos e, muito menos, na economia e no mercado.

Neoliberalismo
Pelo nome, é possível presumir que o Neoliberalismo tem fundamento no Liberalismo. Essa corrente defende,
principalmente, maior autonomia dos indivíduos na política e na economia e pouca intervenção estatal, apresentando
concepções particulares. Como dito, o Liberalismo clássico surgiu em oposição ao Mercantilismo e se fortaleceu com a
Revolução Industrial. No entanto, foi deixado de lado pelo surgimento de uma outra corrente de pensamento, o
Keynesianismo. De maneira resumida, o Keynesianismo defende uma atuação forte do Estado para proporcionar um
bem-estar para todos na sociedade, gastando mais com isso e, ainda, regulando um pouco a economia. O New Deal
ocorrido nos anos 30 após o crash da Bolsa de Nova Iorque é um grande exemplo. Após serem apontadas algumas
falhas, as ideias do economista John Maynard Keynes foram criticadas publicamente, dando margem para o regresso
de ideias mais voltadas ao Liberalismo econômico. Então, ocorre uma volta dessas concepções no século XX com
formulações peculiares à nova era, sendo denominado Neoliberalismo ou Neoliberalismo econômico. Ele é bastante
recente, começou a ganhar destaque a partir da década de 1970. O objetivo era retirar o modelo Keynesianista e dar
força para os princípios do capitalismo, estimulando o desenvolvimento econômico e defendendo a não interferência do
Estado na economia. As principais características de um estado que aplica o Neoliberalismo são: economia guiada
pelas forças do mercado para garantir um bom crescimento econômico e o desenvolvimento social de uma nação;
Política de privatização de empresas estatais; livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;
abertura da economia para a entrada de multinacionais; adoção de medidas contra o protecionismo econômico;
desburocratização do estado: leis e regras econômicas mais simplificadas para facilitar o funcionamento das atividades
econômicas; diminuição do tamanho do estado, tornando-o mais eficiente; posição contrária aos impostos; aumento da
produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico; contra o controle de preços dos produtos e
serviços por parte do estado, ou seja, a lei da oferta e demanda é suficiente para regular os preços; a base da
economia deve ser formada por empresas privadas; circulação livre de capital estrangeiro; privatização de empresas
estatais; abertura para entrada de empresas multinacionais; implementação de medidas contra o protecionismo
econômico; redução dos tributos cobrados, para os indivíduos mas principalmente, para as grandes empresas.

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