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História Social e

Econômica Moderna
Marcia Marisa
Aula 4
A Fase Clássica de 1850 a 1950
(continuação da aula 3).
Contextualizações sobre o Socialismo

• A história do século XX mostrou que o socialismo não é, e nem


será, ainda por muito tempo, um modo de produção competitivo
com o capitalismo.
• Os socialistas que lutaram por sua implantação foram tristemente
derrotados.
• Pode-se, entretanto, pensar no socialismo também como uma
ideologia, e, sob esse ângulo, não houve derrota.
• O socialismo é uma das cinco grandes ideologias (já evidenciadas
em aula anterior): as outras quatro são o liberalismo, o
nacionalismo, o eficientismo e o ambientalismo.
Principais Diferenças

• Enquanto o liberalismo e o nacionalismo são ideologias


burguesas por excelência, o ambientalismo é uma ideologia
geral, e o socialismo é a ideologia que representa os interesses
da classe trabalhadora e as aspirações de justiça de amplos
setores da classe profissional (BRESSER-PEREIRA, 2011).
• O capitalismo da segunda parte do século XX, presente na
parte mais desenvolvida da Europa, não foi apenas um
capitalismo dos profissionais. Foi também um capitalismo
social, que contou com um Estado social que garantiu os
direitos sociais, em boa parte devido à ideologia socialista
(BRESSER-PEREIRA, 2011).
Outras Contextualizações sobre o Socialismo

• De acordo com Bresser Pereira (2011), o Estado liberal


não era democrático porque não assegurava o sufrágio
universal.
• Só a partir do século XX é legítimo falar em Estado
democrático. No entanto, essa primeira democracia é uma
democracia liberal, é uma democracia de elites na qual as
eleições servem apenas para revezar elites no comando do
Estado.
Outras Contextualizações sobre o Socialismo

• Porém, a partir da segunda metade desse século,


principalmente na Europa do Oeste e do Norte, há um
processo de democratização, por meio do qual a
democracia torna-se social na medida em que as
demandas dos trabalhadores passam a ter importância e
alguma influência na definição das políticas públicas.
Sobre as Origens do Neoliberalismo

• Toda e qualquer doutrina deve ser entendida como


resultado de uma oposição. Ela é estruturada para combater
algum princípio que lhe desagrada, ao mesmo tempo em
que procura oferecer-lhe uma alternativa.
• Com o neoliberalismo não foi diferente. Suas raízes
teóricas mais remotas encontram-se na chamada escola
austríaca – reconhecida por sua ortodoxia no campo do
pensamento econômico.
Sobre as Origens do Neoliberalismo

• Trata-se, pois, de uma doutrina socioeconômica que retoma


os antigos ideais do liberalismo clássico ao preconizar a
mínima intervenção do Estado na economia, por meio de
sua retirada do mercado, que, em tese, autorregular-se-ia e
regularia, também, a ordem econômica.
Sobre o Neoliberalismo

• Pode-se definir o neoliberalismo como um conjunto de


ideias políticas e econômicas capitalistas que defende a não
participação do estado na economia.
• De acordo com essa doutrina, deve haver total liberdade de
comércio (livre mercado), pois este princípio garante o
crescimento econômico e o desenvolvimento social de um
país.
Sobre o Neoliberalismo

• O neoliberalismo surgiu na década de 1970, pela Escola


Monetarista do economista Milton Friedman, como uma
solução para a crise que atingiu a economia mundial em
1973, provocada pelo aumento excessivo no preço
do petróleo.
Principais características do Neoliberalismo

• Mínima participação estatal nos rumos da economia de um


país;
• Pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;
• Política de privatização de empresas estatais;
• Livre circulação de capitais internacionais e ênfase
na globalização;
• Abertura da economia para a entrada de multinacionais;
• Adoção de medidas contra o protecionismo econômico;
• Desburocratização do estado (leis e regras econômicas mais
simplificadas para facilitar o funcionamento das atividades
econômicas);
Principais características do Neoliberalismo
(continuação)
• Diminuição do tamanho do estado, tornando-o mais eficiente;
• Posição contrária aos impostos e tributos excessivos;
• Aumento da produção, como objetivo básico para atingir o
desenvolvimento econômico;
• Posição contrária ao controle de preços dos produtos e
serviços por parte do estado (a lei da oferta e demanda seria
suficiente para regular os preços);
• A base da economia deve ser formada por empresas privadas;
• Defesa dos princípios econômicos do capitalismo.
Críticas ao neoliberalismo

• Alguns críticos a esse sistema neoliberal afirmam que a


economia neoliberal só beneficia as grandes potências
econômicas e as empresas multinacionais.
• Os países pobres — ou em processo de desenvolvimento,
como o Brasil – sofrem com os resultados de uma política
neoliberal.
• Nesses países, são apontados como causas do
neoliberalismo: desemprego, baixos salários, aumento das
diferenças sociais e dependência do capital internacional.
Críticas ao neoliberalismo

• Os neoliberais combatem, principalmente, a política do


Estado de Bem-Estar Social, um dos preceitos básicos da
social democracia e um dos instrumentos utilizados pelo
Keynesianismo para combater a crise econômica iniciada
em 1929. Nessa política, apregoava-se a máxima
intervenção do Estado na economia, fortalecendo as leis
trabalhistas a fim de aumentar a potencialidade do mercado
consumidor, o que contribuía para o escoamento das
produções fabris.
Críticas ao neoliberalismo (continuação)

• A crítica direcionada pelo neoliberalismo a esse sistema é a


de que o “Estado forte” é oneroso e limita as ações
comerciais, prejudicando aquilo que chamam de liberdade
econômica.
• Além disso, a elevação dos salários e o consequente
fortalecimento das organizações sindicais são vistos como
ameaças à economia, pois podem aumentar os custos com
mão de obra e elevar os índices de inflação. Os neoliberais
defendem a máxima desregulamentação da força de
trabalho, com a diminuição da renda e a flexibilização do
processo produtivo.
Críticas ao neoliberalismo (continuação)

• Outra premissa básica do neoliberalismo é o


desaparelhamento do Estado, ou seja, as privatizações.
Defende-se a ideia de que o Estado é um péssimo gestor e
que atrapalha o bom andamento das leis do mercado,
defendidas pelo liberalismo clássico – lei da oferta e da
procura, bem como da livre concorrência. Assim, a função
do Estado é apenas garantir a infraestrutura básica para o
bom funcionamento e escoamento da produção de
mercadorias, assim como a intervenção na economia em
tempos de eventuais crises.
Nações Neoliberalistas

• Os Estados Unidos e a Inglaterra foram não apenas as primeiras


nações a implementarem essa doutrina como também foram
responsáveis por sua disseminação pelo mundo.
• Em alguns casos, como no Chile, o neoliberalismo foi imposto à
força, por meio do fortalecimento de um regime ditatorial local.
• Em outros casos, o neoliberalismo foi colocado como alternativa a
países extremamente dependentes, com economias em crise ou
fragilizadas, como o Brasil;
Nações Neoliberalistas

• No caso brasileiro, os anos 1990 foram marcantes para a


implementação do neoliberalismo, por meio da privatização da
maioria das estatais existentes no país: Vale do Rio Doce, Telebrás
e Embratel.
Nações Neoliberalistas (continuação)

• Além de se comportar como uma corrente econômica, o


neoliberalismo também age como um padrão social de
comportamento: sua implantação em associação ao regime
toyotista de acumulação flexível preconiza a
individualização do comportamento, sobretudo no campo
profissional, o que é amplamente difundido pelas
concepções do empreendedorismo.


Nações Neoliberalistas (continuação)

• O exemplo mais evidente dessa lógica neoliberalista são os


Tigres Asiáticos, países extremamente industrializados que
possuem mão de obra extremamente barata, fruto da ausência
de leis trabalhistas. Nesses países, os trabalhadores
praticamente não contam com férias e os benefícios são
limitados. Essas condições são colocadas para atrair empresas
estrangeiras e assegurar os respectivos lucros.
• Apesar da recente crise econômica que teve início em 2008 e
afetou, sobretudo, a União Europeia, o neoliberalismo é o
principal sistema econômico da atualidade, sendo adotado
pela maioria das economias nacionais atuais.
Pontos positivos do neoliberalismo

• Os defensores do neoliberalismo acreditam que este


sistema é capaz de proporcionar desenvolvimento
econômico e social a um país.
• Acreditam que o neoliberalismo deixa a economia mais
competitiva, proporcionando desenvolvimento tecnológico,
além de, por meio da livre concorrência, diminuir os preços
e a inflação.
Principais teóricos do Neoliberalismo

• Friedrich August von Hayek (Escola Austríaca);


• Leopold von Wiese;
• Ludwig von Mises;
• Milton Friedman (Escola Monetarista, Escola de Chicago).
Friedrich August von Hayek

• O economista Friedrich August von Hayek, ganhador do


Prêmio Nobel de Economia, em 1974, e defensor mais
conhecido da corrente conhecida como Escola Austríaca,
nasceu em 8 de maio de 1899, na cidade de Viena, Áustria,
e faleceu em 1992;
• Optou por estudar economia, embora tivesse interesse pela
psicologia. Formou-se Doutor em Direito, em 1921, pela
Universidade de Viena, e em Ciências Políticas, em 1923.
Cursou o pós-doutorado na New York University, entre
1923 e 1924;
Friedrich August von Hayek

• Hayek era um socialista moderado, o que criticou anos


depois em diversas obras, ao acreditar que a planificação
da economia não poderia funcionar. A partir de então,
defendeu o livre mercado, sem intervenções do Estado;
• Foi sua obra Caminho da Servidão que o tornou o maior
teórico liberal em uma época em que a teoria do Welfare
State (Estado de Bem-Estar Social), de John Maynard
Keynes (1983 – 1946), era a mais aceita;
• Após alguns anos, Hayek e alguns intelectuais da época,
entre eles Milton Friedman, formaram a Sociedade Mont
Pelerin.
Milton Friedman

• Milton Friedman (1912-2006) foi um dos economistas mais


influentes na segunda metade do século XX e um defensor
público dos livres mercados;
• Como líder da Chicago School of Monetary Economics, ele
reavivou o interesse pela teoria quantitativa da moeda, que
salienta a importância da quantidade de dinheiro como um
instrumento de política governamental e como
determinante dos ciclos econômicos e da inflação;
Milton Friedman

• Economista ganhador do Prêmio Nobel, Friedman deixou


um legado impressionante para a teoria econômica, além de
prescrições para políticas públicas, como o inovador livro
Uma História Monetária dos Estados Unidos, escrito em
conjunto com Anna Schwartz. Suas teorias revolucionaram
a organização de bancos centrais ao redor do mundo;
Milton Friedman (continuação)

• Desafiando os fundamentos teóricos da curva de Phillips –


que relacionava o aumento da taxa de juros para combater a
inflação com o aumento do desemprego – e prevendo a
estagflação, ele teve uma influência substancial sobre os
economistas;
• Seus escritos populares tiveram uma poderosa influência
também sobre aqueles que não se dedicavam à economia,
desafiando o consenso da época em favor do aumento da
intervenção estatal na economia;
Milton Friedman (continuação)

• Friedman demoliu a crença popular de que o capitalismo


do laissez-faire foi injusto e ineficiente com uma retórica
clara e linguagem acessível. Enquanto muitos de seus
pontos de vista foram encarados como utópicos e estranhos
naquela época, uma quantidade substancial de suas ideias
ganharam aceitação geral atualmente, incluindo o
casamento gay, a legalização das drogas, e voucher para
escolas.
Sobre a importância de David Harvey

• David Harvey é um geógrafo britânico marxista formado


na Universidade de Cambridge; é professor da City
University of New York e trabalha com diversas questões
ligadas à geografia urbana;
• Recentemente, Harvey tem defendido a tese do crescimento
zero para a economia global;
Sobre a importância de David Harvey

• Durante o Fórum Social Mundial, em 2010, afirmou: "Três


por cento de crescimento composto – geralmente
considerada a taxa de crescimento mínima satisfatória para
uma economia capitalista saudável – está se tornando cada
vez menos viável de se sustentar sem recorrer a toda sorte
de ficções, como aquelas que têm caracterizado os
mercados de ativos financeiros e o mundo dos negócios ao
longo das últimas duas décadas”;
• Há boas razões para acreditar que não há alternativa senão
uma nova ordem mundial de governança que, afinal, deverá
gerir a transição para uma economia de crescimento zero.
O Neoliberalismo sob a visão de David Harvey

• Harvey argumenta que se durante o século passado os


conflitos socias ocorriam no interior do local de trabalho,
ou seja, na esfera da produção, boa parte da resistência ao
neoliberalismo se dá agora por meio do que ele caracteriza
como “lutas ao redor da qualidade de vida cotidiana”;
• Isso, contudo, não significa dizer que esses movimentos
tenham deixado de se preocupar com problemas de
natureza estrutural do capitalismo. Ao contrário, apenas
deslocaram seu lócus de embate para a esfera do consumo;
O Neoliberalismo sob a visão de David Harvey

• Para Harvey, tais movimentos buscam interromper a


engrenagem de acumulação do capital não mais na esfera
da circulação mas, justamente, onde o capital realizaria o
seu valor, na esfera do consumo.
O Neoliberalismo sob a visão de David Harvey
(continuação)
Para Harvey: “o neoliberalismo era um projeto político lançado
pela classe capitalista no momento em que ela se sentiu
ameaçada política e economicamente, o que ocorreu entre o fim
dos anos de 1960 até os anos de 1970. Eles queriam
desesperadamente implementar um projeto político que
dizimasse a força da classe operária […]. A classe capitalista
sentiu realmente medo e se perguntou o que fazer. Ela não era
onisciente, mas sabia que havia certo número de frentes sobre as
quais ela deveria lutar: o projeto ideológico, o front político e,
acima de tudo, a necessidade de reduzir em todos os meios
possíveis o poder da classe operária. É a partir disso que emerge
o projeto político que eu, Harvey, chamaria de neoliberalismo”.
Alguns princípios básicos do Neoliberalismo

• Filosofia;
• Exclusão e pobreza;
• Os ricos;
• Crise;
• Inflação;
• Estado;
• Mercado;
• Socialismo;
• Regime Politico;
• Teóricos (já vistos nesta aula).
Filosofia

• Na teologia neoliberal, os homens não nascem iguais, nem tendem


à igualdade. Qualquer tentativa de suprimir com a desigualdade é
um ataque irracional à própria natureza das coisas.
• Deus, ou a natureza, dotou alguns com talento e inteligência, mas
foi avaro com os demais. Qualquer tentativa de justiça social
torna-se inócua, porque novas desigualdades fatalmente
ressurgirão.
Filosofia

• A desigualdade é um estimulante que faz com que os mais


talentosos desejem destacar-se e ascender ajudando, dessa forma,
o progresso geral da sociedade.
• Tornar iguais os desiguais é contraproducente e conduz à
estagnação. Para William Blake (pensador inglês): “a mesma lei
para o leão e para o boi é opressão!”
Exclusão e Pobreza

• A sociedade é o cenário da competição, da concorrência: ao


aceitarmos a existência de vencedores, devemos também
concluir que deve haver perdedores.
• A sociedade teatraliza em todas as instâncias a luta pela
sobrevivência: inspirados no darwinismo, que afirma a
vontade do mais apto, concluem que somente os fortes
sobrevivem cabendo aos fracos conformarem-se com a
exclusão natural. Estes, por sua vez, devem ser atendidos não
pelo Estado de bem-estar, que estimula o parasitismo e a
irresponsabilidade, mas pela caridade feita por associações e
instituições privadas, que ameniza a vida dos infortunados.
Exclusão e Pobreza

• Qualquer política assistencialista mais intensa joga os


pobres nos braços da preguiça e da inércia. Portanto, deve-
se abolir o salário-mínimo e os custos sociais, uma vez que
falsificam o valor da mão de obra encarecendo-a,
pressionando os preços para o alto, gerando inflação.

Os Ricos

• Os ricos são a parte dinâmica da sociedade.


• Deles é que saem as iniciativas racionais de investimentos
baseados em critérios lucrativos.
• São eles que irrigam, com seus capitais, a sociedade inteira,
assegurando sua prosperidade.
Os Ricos

• A política de tributação sobre eles deve ser amainada o


máximo possível para não lhes ceifar os lucros ou inibir
seus projetos.
• Igualmente, a política de taxação sobre a transmissão de
heranças deve ser moderada para não afetar seu desejo de
amealhar patrimônio e de legá-lo aos seus herdeiros
legítimos.
Crise

• Trata-se do resultado das demandas excessivas feitas pelos


sindicatos operários que pressionam o estado.
• Este, sobrecarregado com a política previdenciária e
assistencial, é constrangido a ampliar progressivamente os
tributos: aumento da carga fiscal sobre empresas e ricos,
redução das suas taxas de lucro e diminuição dos
investimentos gerais.
Crise

• Sem uma justa remuneração, o dinheiro é entesourado ou


enviado para o exterior.
• Somam-se a isso os excessos de regulamentação da
economia motivados pela contínua burocratização do
estado, que complicam a produção e sobrecarregam os seus
custos.

Inflação

• Resultado do descontrole da moeda.


• O descontrole ocorre devido ao aumento constante das
demandas sociais – previdência, seguro-desemprego,
aposentadorias especiais, redução da jornada de trabalho,
aumentos salariais além da capacidade produtiva das
empresas, encargos sociais, férias, etc. – que não são
compensadas pela produção geral da sociedade.
• Por mais que o setor produtivo aumente a riqueza, a gula
sindical vai na frente realizando sempre mais exigências.
Ocorre, então, o crescimento do déficit público que é
tapado com a emissão de moeda.
Estado

• Não há teologia sem demônio. Para o neoliberalismo ele se


apresenta na forma do ESTADO intervencionista.
• É do ESTADO que partem as políticas restritivas à
expansão das iniciativas. Incuravelmente paternalista, ele
tenta demagogicamente solucionar os problemas de
desigualdade e pobreza por meio de uma política tributária
e fiscal que acaba apenas por provocar mais inflação e
desajustes orçamentários.
Estado

• O zelo do ESTADO pelas classes trabalhadoras leva-o a


uma prática assistencialista que se torna um poço sem fim,
uma vez que as demandas por bem-estar e melhoria da
qualidade de vida não terminam nunca, fazendo com que os
custos sociais sejam cobrados dos investimentos e das
fortunas.
• Ao intervir como regulador ou mesmo como estado-
empresário, ele se afasta de suas funções naturais, limitadas
à segurança interna e externa, à saúde e à educação. O
estrago maior ocorre devido à sua filosofia
intervencionista.
Mercado

• Se há um demônio, existe também um céu. Para o


neoliberalismo, esse local divino é o mercado.
• O mercado regula tudo; faz os preços subirem ou baixarem,
estimula a produção, elimina o incompetente e premia o
sagaz e o empreendedor.
• Ele é o deus perfeito da economia moderna, tudo vê e tudo
ouve, é onisciente e onipresente. Seu poder é ilimitado e
qualquer tentativa de controlá-lo é visto como um crime de
heresia, já que ele fixa suas próprias leis e o ritmo em que
elas devem seguir.
Mercado

• O mercado é um deus, um deus calvinista que não encontra


espaço para o fracassado. A falência é sua condenação,
enquanto àquele que é bem-sucedido há um lugar reservado
no Éden.
Socialismo

• Trata-se do segundo demônio da teologia neoliberal.


• É um sistema político completamente avesso aos princípios
da iniciativa privada e da propriedade privada.
• É essencialmente demagógico na medida em que tenta
implantar a igualdade social entre homens de natureza
desigual.
• É, fundamentalmente, injusto, pois premia o capaz e o
incapaz, o útil e o inútil, o trabalhador e o preguiçoso.
Socialismo

• Reduz a sociedade ao nível de pobreza e, graças à


igualdade e à política de salários equivalentes, estimula a
inércia provocando a baixa produção.
• Ao excluir os ricos da sociedade, perde sua elite dinâmica e
seu setor mais imaginativo, passando a ser conduzido por
uma burocracia fiscalizadora e parasitária.
Regime Político

• O neoliberalismo se afina com qualquer regime que


assegure os direitos da propriedade privada. Para ele, é
indiferente se o regime é democrata, autoritário ou mesmo
ditatorial.
• O regime político ideal é aquele que consegue neutralizar
os sindicatos e diminuir a carga fiscal sobre os lucros e
fortunas, ao mesmo tempo em que desregula o máximo
possível a economia.
Regime Político

• Sua associação com regimes autoritários é tático e


justificada dentro de uma situação de emergência, como
evitar uma revolução social ou a ascensão de um grupo
revolucionário.
• A longo prazo, o regime autoritário, ao assegurar os
direitos privados, mais tarde ou mais cedo, dará lugar a
uma democracia.
Referências bibliográficas:

A Contrarrevolução Neoliberal. Disponível em:


https://movimentorevista.com.br/2017/07/contrarrevolucao-
neoliberal-harvey-acumulacao-capital/. Acesso em: nov. 2018.
BRESSER PEREIRA, Luis Carlos. As Duas Fases da História
e as Fases do Capitalismo. FGV-EESP - Escola de Economia
de São Paulo. Textos para Discussão 278, mai. 2011.
Um Pequeno Guia para Milton Friedman. Disponível em:
https://www.studentsforliberty.org/pequeno-guia-milton-
friedman. Acesso em: nov. 2018.
Neoliberalismo: Origens. Disponível em:
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/atualidade/neoliberalism
o.htm. Acesso em: nov. 2018.
PENA, Rodolfo Alves. O que é Neoliberalismo? Disponível
em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-
neoliberalismo.htm. Acesso em: nov. 2018.

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