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O Liberalismo em Portugal no séc XIX

Alexandra Santos
Maria Luiza de Souza
11ºF
História A

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Índice

1. O que é o liberalismo?________________________________________________3

1.1. Liberalismo político_____________________________________________4

1.2. Liberalismo económico__________________________________________5

2. Porque surgiu o liberalismo?____________________________________________7

4. O liberalismo em Portugal______________________________________________8

5. A vertente política do liberalismo em Portugal _____________________________12

6. Bibliografia_________________________________________________________15

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O que é o liberalismo

O liberalismo é uma corrente filosófica, política e econômica que surgiu na Europa no final
do século XVIII e início do século XIX. Os seus ideais fundamentais incluem a defesa da
liberdade individual, da igualdade perante a lei, da democracia, da propriedade privada, da
livre iniciativa econômica e do livre comércio.

Os liberais acreditam que a liberdade individual é o valor mais importante e que o papel do
estado deve ser limitado, garantindo apenas as condições necessárias para que as pessoas
possam exercer as suas liberdades sem interferências. Acreditam também que a economia
de mercado, com a livre concorrência e a ausência de barreiras comerciais, é a forma mais
eficiente de organizar a produção e distribuição de bens e serviços. O liberalismo é,
portanto, uma teoria individualista, pois entende que o indivíduo tem prioridade sobre o
coletivo.

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“O processo liberal, enquanto processo conducente à implantação dos liberalismos,
caracteriza-se pela sua complexidade, aliás comum a todo o evoluir político, quer esta
evolução decorra de movimentos revolucionários, quer se traduza em práticas reformistas.
Num caso e noutro, no final do século XVIII o ideal de liberdade invocado apresentava uma
dupla vertente: liberdade no sentido de libertação, e liberdade como expressão de ser livre.
Pretendia-se a libertação da sociedade do poder “excessivo” do monarca. E pretendia-se
igualmente a libertação do indivíduo enredado nas malhas da hierarquia social e anulado na
sua intervenção política. Para a sociedade, ser livre significava ser titular da soberania. Para
o indivíduo, significava ser cidadão, isto é, ser elemento essencial na fundamentação da
realidade sociopolítica, como ser dotado de razão e de vontade, e sendo assim, com direito
de intervir no governo da república.”
Zília Osório de Castro, “Cultura e Ideias do Liberalismo”, in Lusitania Sacra, 2ª S, 12,
Lisboa, 2000, pp. 18-19.

O liberalismo clássico pode ser dividido em liberalismo político e liberalismo económico.

Liberalismo político

O pensamento liberal, em geral, visava a acabar com a opressão estatal sobre a vida das
pessoas nos aspectos políticos e econômicos. Para tal coisa acontecer era necessário
abandonar a visão “medieval” do governo, que era baseada no poder absoluto de um
governante e no severo controle da economia por parte do Estado. Ao abandonar a visão
antiga de governo e economia, os liberais modernos adotaram uma visão política baseada
no republicanismo ou no parlamentarismo. Estes sistemas políticos permitiram a divisão dos
poderes, retirando das mãos de um monarca o poder absoluto.

O filósofo francês Charles de Montesquieu, um dos pensadores que influenciaram o


liberalismo e a Revolução Industrial, defendeu a divisão dos poderes estatais em três
partes: o poder legislativo, o poder executivo e o poder Judiciário, que atua quando algum
cidadão infringe as leis estabelecidas ou entra em conflito de interesses com outros
cidadãos ou com o Estado.

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“Liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem.” - Charles Montesquieu

Liberalismo económico

“Laissez Faire, Laissez Passer” (Deixai fazer, deixai passar).

No ramo económico, foram as ideias do filósofo e economista inglês Adam Smith que
predominaram para estabelecer as diretrizes deste novo pensamento económico.

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O liberalismo económico consiste no entendimento de que o Estado não deve interferir na
economia, por sua vez, a economia deve ser feita a partir da livre iniciativa dos cidadãos,
que devem ser livres para produzir e fazer comércio, sendo responsáveis por si mesmos.

Dentro do ramo económico, a livre concorrência, a propriedade privada, a redução de


impostos e a redução do controlo do governo são os pontos fundamentais. A meritocracia e
a valorização do esforço individual são marcantes no pensamento liberal, que coloca como
responsável pela riqueza e pelo sucesso, unicamente, o indivíduo.

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Porque surgiu o liberalismo?

O liberalismo surgiu no final do século XVII e início do século XVIII como uma reação às
políticas mercantilistas praticadas pelas monarquias europeias da época. O mercantilismo
era uma doutrina que defendia que a riqueza de um país estava diretamente ligada à
quantidade de metais preciosos que ele possuía, e, por isso, os governos adotaram
políticas protecionistas, como a imposição de altas tarifas alfandegárias e a concessão de
monopólios comerciais para empresas privadas. Outro fator que contribuiu para o
surgimento do liberalismo foi a Revolução Industrial, que trouxe consigo um aumento da
produção e da riqueza, mas também criou novas formas de exploração e desigualdade. Os
pensadores liberais viam a livre iniciativa e a competição como uma maneira de estimular o
crescimento econômico e diminuir as desigualdades sociais. Os primeiros teóricos do
liberalismo, como John Locke e Adam Smith, argumentavam que a riqueza de um país não
estava diretamente relacionada à quantidade de metais preciosos que ele possuía, mas sim
à sua capacidade de produzir bens e serviços. Eles defendiam a livre iniciativa e a livre
concorrência, bem como a liberdade individual, como a melhor forma de estimular a
produção e o comércio.

Com o passar do tempo, o liberalismo económico tornou-se cada vez mais associado à
ideia de que o governo deveria ter um papel mínimo na economia, limitando-se apenas a
proteger a propriedade privada e garantir a livre concorrência. Essa visão foi influenciada
pelas teorias econômicas de economistas como David Ricardo e Friedrich Hayek.

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O liberalismo em Portugal

O liberalismo em Portugal no século XIX foi um movimento político e ideológico que teve
uma grande influência na história do país. Esse período ficou conhecido como o "Período
Liberal" ou "Regeneração".
O movimento chegou a Portugal em meados do século XIX, através de intelectuais, políticos
e militares que viajaram para outros países europeus e que tiveram contato com as ideias
liberais.

Em 1820, foi proclamada a Revolução Liberal no Porto, que levou ao estabelecimento de


um governo constitucional em Portugal. Esse período foi marcado por mudanças políticas,
econômicas e sociais significativas, como a criação de uma constituição, a abolição do
sistema feudal, a liberdade de imprensa e a criação de instituições republicanas.

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No entanto, o liberalismo em Portugal enfrentou muitos desafios e conflitos internos ao
longo do século XIX. Em 1823, o rei D. Miguel I assumiu o trono e iniciou um período de
repressão política e religiosa, que ficou conhecido como a "Reação". Somente em 1834,
com a vitória das forças liberais na Guerra Civil, o liberalismo foi restaurado.

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Durante o reinado de D. Pedro V (1853-1861), Portugal passou por um período de reformas
políticas e econômicas, conhecido como "Regeneração". Nesse período, foram feitas
diversas mudanças na legislação, como a abolição da escravatura, a criação de um sistema
de ensino público e a modernização das infraestruturas do país.

No final do século XIX, o movimento republicano ganhou força em Portugal, contestando a


monarquia e defendendo a criação de uma república baseada nos princípios do liberalismo.
Em 1910, a monarquia foi derrubada e foi proclamada a República Portuguesa.

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Apesar de enfrentar muitos desafios e conflitos internos, o liberalismo foi responsável por
mudanças significativas na legislação, nas instituições e na sociedade portuguesa.

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A vertente política do liberalismo em Portugal

O liberalismo implantou-se em Portugal após uma guerra civil, entre 1832 e 1834. O
Miguelismo, a partir de 1828, perseguiu de uma forma feroz as ideias liberais. Os
defensores destes ideais emigraram para França e Inglaterra. A guerra entre liberais e
absolutistas durou dois anos e só terminou em maio de 1834.

Em Portugal, a vertente política do liberalismo surgiu no início do século XIX, como resposta
ao atraso econômico e político do país em relação a outros países europeus. Os liberais
portugueses defendiam a liberdade individual, a propriedade privada, a livre iniciativa e a
limitação do poder do Estado. Os liberais portugueses foram influenciados pelas ideias
iluministas e pela Revolução Francesa, que defendiam a liberdade individual, a igualdade
perante a lei e a separação dos poderes do Estado.

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A primeira Constituição portuguesa foi promulgada em 1822, durante o período conhecido
como "Vintismo", que foi marcado pela ascensão ao poder dos liberais e pela tentativa de
modernização do país. No entanto, a Constituição foi rapidamente suspensa pelos
conservadores, que temiam a perda de poder e privilégios.

Após a Revolução de 1828, os liberais retomaram o poder e iniciaram um processo de


modernização do país, com a abertura da economia ao comércio internacional, a criação de
infraestruturas modernas e a adoção de novas leis e instituições.

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Um dos principais líderes liberais portugueses foi Mouzinho da Silveira, que foi responsável
pela implementação de reformas administrativas e fiscais importantes durante o governo
constitucional de 1834-1836. Outro líder liberal foi Passos Manuel, que lutou por uma maior
participação política e eleitoral para a classe média.

Durante a segunda metade do século XIX, o liberalismo em Portugal evoluiu para uma
corrente mais conservadora, conhecida como "regeneração", que defendia uma maior
intervenção do Estado na economia e na sociedade, com o objetivo de promover a
modernização e o desenvolvimento do país.

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Bibliografia

Todos os sites que foram acessados para a realização deste trabalho encontram-se abaixo.

Para além disso, fizemos uso do nosso manual escolar.

(Esquecemo-nos de retirar o link de algumas fotos)

https://ensina.rtp.pt/explicador/invasoes-francesas-e-ideias-liberais-em-portugal-h63/

https://ensina.rtp.pt/explicador/a-guerra-civil-entre-liberais-e-absolutistas-h65/

https://www.publico.pt/2020/08/25/culturaipsilon/noticia/revolucao-maio-1828-exilio-liberal-19
29072

https://en.wikipedia.org/wiki/Montesquieu

https://en.wikipedia.org/wiki/Adam_Smith

https://www.todamateria.com.br/liberalismo-economico/#:~:text=O%20liberalismo%20econ%
C3%B4mico%20%C3%A9%20uma,livre%20e%20da%20propriedade%20privada.

https://www.parlamento.pt/Parlamento/Paginas/Constituicao-1822.aspx

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Xavier_Mouzinho_da_Silveira

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