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MÍDIA E DIREITOS HUMANOS

ESTUDO DIRIGIDO
NOMES DOS ALUNOS – VITOR MANOEL DA SILVA

Leiam o texto e respondam as questões que estão no final do texto:

OS DIREITOS HUMANO NO SISTEMA CAPITALISTA.

O sistema capitalista mundial é marcado por inúmeras contradições, e,


dentre essas, está a questão dos Direitos Humanos. No século XX, em
decorrência do liberalismo, houve a ascensão do capitalismo e a
ocorrência das guerras mundiais, que visavam atingir novos mercados e
a expansão produtiva. Nessas, ocorreram inúmeros crimes contra a vida
humana, o que explicitou a divergência existente entre essa e as
relações capitalistas, e resultou na criação de organismos como a
Organização das Nações Unidas, em 1945, que visava garantir a
preservação da vida dos seres humanos.
Com o mesmo objetivo, em 1948, foi estabelecida a Declaração
Universal dos Direitos Humanos (DUDH), a qual desde então tem sido o
principal mecanismo de garantia da proteção internacional dos Direitos
Humanos, legitimando a igualdade de direitos dos indivíduos inerente à
sua condição de ser. No entanto, mesmo tendo sido criados em uma
sociedade capitalista, a vigência dos Direitos Humanos na economia-
mundo capitalista é contraditória e conflitante. Segundo o autor Pedro
Vieira, três subsistemas da economia-mundo capitalista devem ser
considerados para que se entenda tal relação: o econômico, o
interestatal e o ideológico.
O econômico é o mais notável, uma vez que a dimensão econômica, que
envolve as cadeias mercantis e as relações de oferta e demanda, é a
base do sistema. Já o interestatal define-se pela hierarquização estatal,
que consiste na classificação dos estados no sistema universal de
acordo com sua detenção de lucro. O último, o ideológico, é definido
pelos valores e ideias que legitimam e sustentam o sistema capitalista.
Segundo o autor, a evolução da economia-mundo pode ser captada
através da constituição, interação e expansão temporal e espacial
desses três subsistemas (VIEIRA, 2016, p.162).
Os princípios do capitalismo advêm dos ideais da Revolução Francesa e
são incorporados pela DUDH, e a consolidação desses viabilizam a
ideologia liberal, com a defesa de valores que vão ao encontro da
perspectiva das liberdades individuais. No entanto, mesmo o liberalismo
tendo caráter político de manutenção das relações sociais e expansão
dos direitos de garantia de liberdade, podemos considerá-lo um projeto
de manutenção da estrutura social das classes dominantes. Desse
modo, o liberalismo legitima as reivindicações, mas também as limita e
não age em prol delas.
Nesse sentido, pode-se concluir que o sistema capitalista é desigual em
sua essência, o que, por si só, já contradiz os princípios dos direitos
humanos, uma vez que são pautados na universalidade.
“De fato, como o bem estar material e os produtos dos avanços da
ciência, os direitos humanos não podem ser universalizados pela simples
razão de que o motor da economia-mundo capitalista é a competição
interestatal e intercapitalista. E a competição, em essência, é o esforço
dos competidores para gerar desigualdade.” (VIEIRA, 2017, p. 168).
Assim, ao inserir os indivíduos em classes sociais desiguais e classificar
os estados de modo hierárquico, os dilemas nacionais também a
reproduzir a desigualdade intrínseca à economia-mundo capitalista. Além
disso, ao considerar o contexto do subsistema interestatal, a noção de
soberania, acentuada durante a Guerra Fria, não beneficia a defesa dos
Direitos Humanos e, principalmente, as ações humanitárias.
No entanto, com o desenvolvimento de novas tecnologias,
desregulamentação financeira e liberalização comercial, as ações pró
Direitos Humanos foram retomadas, na denominada “década das
intervenções humanitárias” (1990). Nesse momento, os Direitos
Humanos ascenderam no cenário internacional e, assim, acabaram, de
certo modo, relativizando a soberania nacional, uma vez que
transcendem fronteiras.
Segundo Vieira, o século XXI é um novo momento de atuação nos
Direitos Humanos, uma vez que, nesse momento, devido aos avanços
tecnológicos e à globalização, é fácil acompanhar a atuação dos países
perante as desigualdades advindas do sistema vigente. Além disso,
surgem as ONGs, que avançam na mobilização em prol das ações
humanitárias, ocupando lugares onde os estados estão ausentes ou
insuficientes.
Concluímos, desse modo, que a essência do sistema capitalista é a
desigualdade, e essa é a principal barreira para os Direitos Humanos,
uma vez que impede sua promoção para todos os seres humanos de
maneira igualitária, justa, plena e ideal. Logo, a promoção universal dos
direitos humanos é incompatível com a ordem econômica mundial atual,
mas necessária como sempre.

Depois da leitura do texto, responda as questões abaixo:

1. Qual a contradição indicada pelo Autor no início do texto do


sistema capitalista?
O autor destaca a contradição existente entre o sistema capitalista
mundial e os Direitos Humanos. Ele argumenta que, apesar de terem
surgido em uma sociedade capitalista, a aplicação e a vigência dos
Direitos Humanos na economia-mundo capitalista são contraditórias e
conflitantes, devido à desigualdade inerente ao sistema. O autor sugere
que, no âmbito do sistema capitalista, a competição, a hierarquização
estatal e os valores ideológicos que o sustentam acabam minando a
universalidade e a efetividade dos Direitos Humanos.
2. Para o Autor existe alguma incongruência entre o sistema
capitalista e a Declaração Universal dos Direitos Humanos
(DUDH)?
Sim, de acordo com o autor, há uma incongruência entre o sistema
capitalista e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH). Ele
destaca que, embora os princípios do capitalismo tenham sido
incorporados pelos ideais da Revolução Francesa e refletidos na DUDH,
a vigência desses direitos na economia-mundo capitalista é contraditória.
A desigualdade inerente ao sistema capitalista, baseada na competição
interestatal e intercapitalista, segundo o autor, entra em conflito com a
universalidade pretendida pelos Direitos Humanos. A competição,
essencial ao capitalismo, gera desigualdade, o que torna desafiador
alcançar a universalização dos direitos humanos no contexto econômico
atual.
3. Quais argumentos o Autor apresenta para conceituar o capitalismo
como um sistema desigual?
Competição como Geradora de Desigualdade, Limitações Inerentes ao
Liberalismo, Desigualdade Intrínseca ao Sistema, Competição como
Obstáculo à Universalização dos Direitos Humanos, Esses argumentos,
de acordo com o autor, indicam que a essência do sistema capitalista é a
desigualdade, o que representa uma barreira significativa para a
promoção igualitária e universal dos Direitos Humanos.

4. A desigualdade do Capitalismo e a universalidade dos Direitos


Humanos são contradições insuperáveis?
O autor sugere que as contradições entre a desigualdade inerente ao
capitalismo e a universalidade dos Direitos Humanos são desafios
significativos e, em certa medida, insuperáveis. Ele destaca que a
competição fundamental para o funcionamento do capitalismo gera
desigualdade, dificultando a universalização dos direitos humanos, que
pressupõe igualdade.

5. Para o Autor, como os subsistemas que formam o Capitalismo se


constituem em barreiras para implantação da DUDH?
O autor argumenta que três subsistemas da economia-mundo capitalista
- o econômico, o interestatal e o ideológico - constituem barreiras para a
plena implementação da Declaração Universal dos Direitos Humanos
(DUDH).

6. A sociedade dividida em classes, a exclusão social e a busca pelo


lucro são contraditórias com os princípios do Direitos Humanos?
Sim, o autor argumenta que a sociedade dividida em classes, a exclusão
social e a busca pelo lucro na economia-mundo capitalista são
contraditórias com os princípios dos Direitos Humanos. Esses elementos
fundamentais do sistema capitalista contribuem para a desigualdade
estrutural, A competição entre classes e a priorização do lucro podem
gerar condições sociais injustas, dificultando a realização dos ideais de
igualdade, liberdade e dignidade humana propostos pelos direitos
humanos.

7. Quais os elementos indicados pelo autor no sentido do


fortalecimento da DUDH no final do século passado e início do
século XXI?
O autor destaca o desenvolvimento de novas tecnologias, a
desregulamentação financeira, a liberalização comercial e as ações
humanitárias durante a "década das intervenções humanitárias" (1990)
como elementos que contribuíram para o fortalecimento da DUDH no
final do século passado. Além disso, o século XXI é caracterizado pelo
avanço tecnológico e pela globalização, tornando mais fácil acompanhar
as ações dos países diante das desigualdades decorrentes do sistema
vigente.

8. Você concorda com a afirmação do autor que a essência do


Capitalismo é a desigualdade?
A desigualdade social é um problema historio em nosso pais, se da
devido a má distribuição de renda entra a população. Ou seja,
determinados indivíduos se encontram em condições estruturalmente
mais vantajosas do que outros, permitindo assim o acumulo de riquezas.
O capitalismo precisa da desigualdade, uma vez que o sistema se
mantem com a acumulação de riquezas por uma pequena parte da
população. O capitalismo possui uma distribuição de renda desigual,
gerando ai a desigualdade.

9. Pesquise no texto as indicações que o liberalismo defende os


direitos humanos, porém não atua no sentido de sua implantação.
O autor destaca que, embora o liberalismo defenda os direitos humanos
e tenha caráter político de manutenção das relações sociais e expansão
dos direitos de garantia de liberdade, ele também pode ser considerado
um projeto de manutenção da estrutura social das classes dominantes. O
liberalismo legitima as reivindicações, mas também as limita, não agindo
necessariamente em prol da implementação plena desses direitos.

10. Como construir uma sociedade igualitária e fraterna no


sistema capitalista?
Construir uma sociedade igualitária e fraterna no sistema capitalista é um
desafio complexo, dada a natureza intrínseca do capitalismo, que
frequentemente promove a desigualdade. Algumas abordagens sugerem
a implementação de políticas públicas voltadas para a redução da
desigualdade, como programas sociais, educação acessível e medidas
de redistribuição de renda.
Observações:
a) Este trabalho é individual.
b) As respostas deverão ter, em média, cinco linhas.
c) O texto respondido deverá ser remetido para o e-mail:
coelhodebarros19@gmail.com até horas do dia 12.12 (terça
feira).
d) Este trabalho valerá 1,5 pontos na primeira nota.

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