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MEU CADERNO DE REPERTÓRIOS PARA

REDAÇÃO ENEM + MINHA REDAÇÃO


ENEM 2022 (NOTA 980)

POR DANIEL MUNIZ


[DANIEL MUNIZ] Redação ENEM 2022 NOTA 980 – “Desafios para a
valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil” *PS: devido o espelho da
redação ser liberado pelo INEP apenas em abril de 2023, pode haver pequenas
diferenças de ordem ou de sinônimos de palavras entre o rascunho e a folha oficial.

A antropóloga Lília Schwarcz afirmou que há no Brasil a prática de uma política de


eufemismos – a qual tende a suavizar determinados assuntos e problemas frequentemente
esquecidos pela sociedade. Sob esse viés, é possível observar que tal conceito está presente no
cenário brasileiro contemporâneo, visto que, entre outras adversidades, o país enfrenta
desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais. Dessa maneira, a
necessidade de promover visibilidade a esta questão decorre da falta de legislações inclusivas
e da neutralidade social, logo, é fundamental a participação governamental para superar tais
problemas que ferem os direitos destes grupos sociais minoritários.

Primordialmente, nesse contexto, a ausência de leis inclusivas é um dos fatores


agravantes da tese mencionada. Destarte, o filósofo John Rawls destacou que governos
legítimos são aqueles que promovem a igualdade e a liberdade a todos os indivíduos. Contudo,
o contexto brasileiro hodierno não se aproxima desta afirmação, uma vez que o Estado não
assegura integralmente estes direitos aos povos tradicionais devido a uma legislação defasada
e excludente. Por esse lado, há diversas comunidades que, em razão da falta de inclusão,
sofrem com a vulnerabilidade territorial – como a exploração ilegal em seus territórios e a
apropriação de suas terras – e com as identidades culturais invalidadas, por exemplo.
Consequentemente, tais graves ações que, fomentadas pelo poder público, acometem estes
grupos necessitam ser superadas.

Outrossim, é igualmente necessário apontar como problema os estigmas da sociedade


perante esses grupos tradicionais. Posto isso, o psicanalista Sigmund Freud afirmou que um
indivíduo, inserido em um corpo social alienado, perde as suas peculiaridades e adquire as
características predominantes do ambiente. Nesse panorama, é notório que este pensamento
se assemelha à população brasileira atual, visto que o preconceito contra os povos tradicionais
é resultado de um processo de massificação da opinião dos cidadãos. Nesse sentido, a falta de
informações – sobre a importância histórica e cultural que cada grupo tem na sociedade e
sobre a preservação necessária de suas identidades – resulta em uma população alienada que
julga e estigmatiza estas comunidades. Por conseguinte, é importante que tais pensamentos
sejam combatidos e mitigados da sociedade.

Portanto, medidas devem ser adotadas para valorizar as comunidades e os povos


tradicionais no Brasil. Deste modo, o Poder Legislativo deve, em conjunto com o Ministério de
Desenvolvimento Social, promover a inclusão integral de todos os povos tradicionais, por meio
de mudanças nas legislações que englobam estes grupos, de modo que sejam ampliados os
direitos responsáveis pela preservação e pelo reconhecimento destas identidades culturais.
Além disso, tais alterações legislativas deverão ser divulgadas em mídias sociais – como a
televisão e a internet – com a finalidade de proporcionar a igualdade a todos os grupos
tradicionais e combater o preconceito enraizado na população alienada. Feito isso, a sociedade
brasileira contemporânea poderá se afastar do pensamento da antropóloga Lília Schwarcz.
Repertórios utilizados preferencialmente na introdução:

- A filósofa Adela Cortina conceituou a “Aporofobia” como a aversão às pessoas


empobrecidas que, dentro de um sistema capitalista, têm as suas cidadanias invalidadas e
somente indivíduos que movimentam a economia têm direito ao acesso dos benefícios
normativos.

- No século XX ocorreu a Terceira Revolução Industrial, que por seu caráter


globalizador proporcionou a criação da internet e disseminou padrões consumistas,
transformando exageradamente as relações previamente previstas.

- O filósofo Émile Durkheim definiu o conceito de “Organismo Vivo” ao comparar tal


ideia com a sociedade que se comporta como um corpo biológico, o qual deveria viver em
harmonia, com a finalidade de conquistar o bem-estar geral.

- A antropóloga Lília Schwarcz afirmou que a negação de epidemias é comum na


sociedade brasileira porque não há o hábito de lidar com a morte e o luto.

- O escritor Thomas More, em seu livro “Utopia”, descreve uma república imaginária
perfeita governada pela razão – a qual não enfrenta adversidades com temas atuais como a
guerra, o poder e a economia.

- A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, defende a manutenção do


respeito entre os povos de uma mesma nação.

- O mito da caverna, de Platão, descreve a situação de pessoas que se recusavam a


observar a verdade em virtude do medo de sair de sua zona de conforto.

- Machado de Assis, em sua fase realista, despiu a sociedade brasileira e teceu críticas
aos comportamentos egoístas e superficiais que caracterizam essa nação.

- A filósofa Hannah Arendt afirmou que a essência dos Direitos Humanos é o direito a
ter direitos, assim, ela aponta para a importância de os direitos serem mantidos na sociedade.

- O filósofo francês Sartre defende que cabe ao ser humano escolher seu modo de agir,
pois este seria livre e responsável.

- O artigo 5º, da Constituição Federal de 1988, defende o direito pleno de qualquer


cidadão.

Repertórios utilizados com a tese de base educacional lacunar:

- O filósofo Paulo Freire, em sua obra “Pedagogia da Autonomia”, afirmou que as


escolas não devem fomentar somente o aprendizado mecanizado, mas também a formação de
cidadãos não alienados.
Repertórios utilizados com a tese de legislação insuficiente / negligência estatal:

- O sociólogo Henri Lefebvre afirmou que o “direito à cidade” – previsto na


Constituição Federal de 88, inclusive – visa garantir a todos os cidadãos o direito de participar
das decisões que digam respeito a ela, assim, tal conceito é fundamental para o exercício da
cidadania e para a construção de uma sociedade equânime.

- O sociólogo Zygmunt Bauman desenvolveu o conceito das “Instituições Zumbis”,


segundo o qual a esfera do Estado não deixou de existir, porém não cumpre sua função social
com eficácia.

- O escritor Lima Barreto, em sua obra “Os Bruzundangas”, ilustrou que no cerne das
problemáticas da nação estava a falta das garantias constitucionais.

- O economista Murray Rothbard pontuou que uma parcela dos representantes


governamentais, ao se orientar por um viés individualista e ao visar um retorno imediato de
capital político, negligencia a conservação de direitos sociais indispensáveis.

- O filósofo John Rawls destacou que governos legítimos são aqueles que promovem a
igualdade e a liberdade a todos os indivíduos.

- O filósofo Maquiavel defendeu que mesmo as leis sendo bem ordenadas, elas são
impotentes diante dos costumes.

- A filósofa alemã Hannah Arendt defende que o espaço público seja preservado para
que se assegurem as condições da prática da liberdade e da manutenção da cidadania.

Repertórios utilizados com a tese de preservação ambiental:

- O filósofo Hans Jonas, em seu conceito “Princípio de Responsabilidade”, afirmou que


não se pode sacrificar o futuro pelo presente, pois, caso a humanidade se preocupe apenas
com o presente, o futuro pode deixar de existir.

- O escritor Daniel Goleman, em sua obra “Inteligência Ecológica”, abordou a


capacidade de compreender o impacto das nossas ações sobre o meio ambiente e como uma
pessoa com pouca inteligência ecológica tem uma visão muito pobre das suas ações sobre o
ambiente.
Repertórios utilizados com a tese de comportamento social:

- O filósofo John Locke afirmou que o homem nasce como uma folha em branco, o qual
adquire conhecimento por intermédio de experiências e tem a sua vida como “páginas” em
branco, que são preenchidas com a educação.

- O sociólogo Sérgio Buarque, em sua obra “Raízes do Brasil”, define o individuo como
“homem cordial” – a figura brasileira na sua essência é egocêntrica, entretanto, é camuflada
por uma falsa cordialidade.

- Em “A Banalidade do Mal”, a filósofa Hannah Arendt refletiu sobre o resultado do


processo de massificação da sociedade, o qual formou indivíduos incapazes de realizar
julgamentos morais, tornando-se alienados e aceitando situações sem questionar.

- O filósofo Émile Durkheim definiu o “Fato Social Patológico” como o que se


desenvolve fora da norma, do mesmo modo que uma doença, assim, quando atinge uma
dimensão maior pode afetar negativamente a sociedade.

- O sociólogo Pierre Bourdieu, em sua obra “Teoria do Habitus”, pontuou que a


sociedade reproduz padrões naturalizados que, devido à massificação dos indivíduos,
sobrepõem o pensamento individual.

- O sociólogo Erving Goffman, em sua teoria “Mortificação do Eu”, afirma que, devido à
influência de fatores coercitivos, o cidadão perde o seu pensamento individual e se junta a
uma massa coletiva.

- O médico Augusto Cury afirmou que, devido ao afastamento social e à falta de


comunicação entre os parentes, a família moderna está cada vez mais inconstante e incapaz de
fornecer apoio adequado.

- O psicanalista Sigmund Freud afirmou que um indivíduo, ao ser inserido em um grupo


específico, tende a suprimir as suas peculiaridades para assumir as características
predominantes do ambiente.

- O filósofo Immanuel Kant conceituou o “Imperativo Categórico” como um princípio


no qual os indivíduos deveriam agir conforme o dever moralmente correto, levando em
consideração a existência do outro e criando uma lei universal.

- O filósofo Michel Foucault descreve o ser humano como agente de normalização, ou


seja, o certo e o errado são desconsiderados e a medida que uma determinada ação é feita
pela maioria, ela torna-se normal e aceitável.

- O filósofo Schopenhauer defende que os limites do campo de visão de uma pessoa


determinam seu entendimento a respeito do mundo.

- Zygmunt Bauman, em sua obra "Modernidade Líquida", defende que a sociedade


atual é fortemente influenciada pelo individualismo.
Repertórios utilizados com a tese de exclusão de grupos sociais minoritários:

- O poeta Manoel de Barros desenvolveu em suas obras a “Teologia do Traste”, cuja


principal característica reside em dar valor às situações frequentemente esquecidas ou
ignoradas.

- O filósofo Pierre Bourdieu afirmou que a “violência simbólica” ocorre quando uma
parcela de indivíduos sofre danos morais ou psicológicos ao não usufruir de seus direitos de
maneira integral

- A antropóloga Lília Schwarcz afirmou que há a prática de uma política de eufemismos


no Brasil – na qual determinados problemas tendem a ser suavizados e não recebem a atenção
necessária.

- O geógrafo Milton Santos, em seu conceito “Cidadanias Mutiladas”, pontuou que não
há uma integralidade na cidadania brasileira, pois mesmo com direitos previstos, as pessoas,
principalmente de classes econômicas mais baixas, não têm suas garantias asseguradas.

- O filósofo Foucault afirmou que, na sociedade pós-moderna, alguns temas são


silenciados para que as estruturas de poder sejam mantidas.

Repertórios utilizados com a tese de má influência tecnológica:

- O filósofo Theodor Adorno pontuou que as mídias, como a televisão e o rádio,


causavam danos à formação psíquica, moral e ética dos cidadãos, pois a máquina maliciosa de
entretenimento estava no controle das grandes corporações midiáticas.

- O sociólogo Zygmunt Bauman afirmou que o crescente desenvolvimento tecnológico,


somado ao incentivo ao consumo desenfreado, resulta em uma população que almeja
incessantemente itens novos e informações atualizadas.

- No século XX, a Escola de Frankfurt já abordava sobre a “ilusão de liberdade do


mundo contemporâneo”, afirmando que as pessoas eram controladas pela “indústria cultural”,
disseminada pelos meios de comunicação de massa.

- O sociólogo Pierre Bourdieu pontua que o que foi criado para ser instrumento de
democracia não deve ser convertido em mecanismo de opressão.

- O conceito de “sociedade de consumo” se torna bastante útil, pois é um termo


utilizado para designar o corpo social que se caracteriza pelo consumo massivo.
Repertórios utilizados com a tese de falta de ética e moral no sistema capitalista:

- O sociólogo Karl Marx afirmou que, em um sistema capitalista, a maximização dos


lucros ultrapassa os valores éticos e morais.

- O filósofo Achille Mbembe, em sua obra “Necropolítica”, questiona os limites da


soberania quando o Estado, baseado em premissas coloniais, racistas e capitalistas, escolhe
quem deve viver ou morrer.

- De acordo com Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano, em seu ensaio “Sociedade do


Cansaço”, vive-se a insana procura do ser humano pela alta produtividade em quaisquer
meios, mesmo que retire dele os prazeres e a sanidade física e mental.

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