Fundamentos da Administração de Empresas

1º Aula

A Administração

Prezados(as) alunos(as), nesta primeira aula, a proposta de

estudo é entender a Administração sob três aspectos: ciência,
tecnologia e arte, no sentido de compreender os conceitos
básicos das principais escolas administrativas, assim como as
funções da administração.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• conhecer as principais definições e conceitos sobre a Administração;

• reconhecer a Administração enquanto ciência;
• entender os conceitos básicos das diferentes escolas da Administração;
• perceber as funções administrativas.
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Seções de estudo
1- O que é Administração?
2- Administração enquanto Ciência
3- Conceitos Básicos das Várias Escolas Administração
4- Funções Administrativas: Planejamento, Organização,
Direção e Controle
1 - O que é Administração?
A administração é o ato de planejar, organizar, dirigir e
controlar uma instituição, ou parte dela. Para Drucker (2006,
p.65) “a administração é um processo multifuncional que
comanda negócios, conduz gerentes, governa trabalhadores e
administra trabalho”.
Haimann et al. (1985) conceituou administração como
uma determinação global de políticas, estabelecimento de
objetivos, identificação de propósitos e estabelecimento de
projetos para uma organização. Para ele, a Administração
é uma gestão de processos, de disciplina e de pessoas. Ou
seja, administrar nada mais é que orientar, liderar, controlar
esforços dos grupos em direção aos objetivos comuns de uma
instituição ou organização.
Na concepção de Chiavenato (2016), administração é a
ferramenta usada pelas organizações para orientar e atingir
excelência de ações e operações no alcance de resultados.
Administração tem um significado de processo que o gestor,
ao determina-lo, apresenta decisões que ao se tornarem
ações promovem melhorias nas organizações. Processo
administrativo, de acordo com Maximiano (2011), nada mais
é que as funções administrativas de planejar, organizar, liderar,
executar e controlar.
Portanto, Administração é a gestão e organização de
empresas de forma geral. Quando a empresa é do setor
privado, o propósito administrativo é promover o lucro
e bem-estar social, quando do setor público, a função
administrativa é promover excelência de produtos e serviços
para atender aos usuários. Tanto no setor público como no
privado, a administração tem como objetivo implementar
ações de planejamento, organização, coordenação e controle
de programas e políticas.
2 - Administração Enquanto Ciência
Quando se fala em Ciência, é importante defini-la a
partir da concepção da palavra, que deriva do latim scientia,
que quer dizer conhecimento, assim, Ciência é a descoberta de
novos conhecimentos. É um sistema organizado que produz
conhecimentos por meio de métodos estabelecidos. Nesse
sentido, a Ciência Administrativa é o conhecimento voltado
para o entendimento das organizações, independentemente
de sua propriedade ou área de atuação.
A administração converge fundamentos de várias
ciências, criando ferramentas que subsidiam o bem-estar
econômico e social. As organizações usam da Administração
para contribuir com a “geração de fonte de renda para a
estabilidade cíclica econômica da sociedade” (FREIRE et al.,
2015, p.11).
A ciência administrativa elabora os conceitos científicos
a partir de pesquisas aprofundadas nas organizações,
observando de forma direta e prática. Dessa, os conceitos
administrativos são testados e comprovados na prática,
formando assim as teorias. Estudiosos como Chiavenato
(2007) destacam que a Administração deve ser entendida sob
três aspectos: ciência, tecnologia e arte.
Figura 1 - Administração: ciência,
tecnologia e arte
Fonte: Pereira (2022)
O entendimento da administração como ciência ou arte
se deve ao fato de que as primeiras experiências administrativas
mesclavam o uso da intuição, palpites, bom senso para a gestão
dos processos e produtividade. Inicialmente, os gestores
não tinham altos conhecimentos científicos, nem eram
profissionais treinados, mas administravam seus negócios de
forma eficiente e obtinham lucros, por isso é caracterizada
como arte, e é ciência porque tem princípios universalmente
aceitos. Tanto como arte ou ciência requer perfeição por meio
da prática, conhecimento científico e prático, criatividade,
habilidade, sensibilidade etc. (CHIAVENATO, 2016).
Quando se fala da Administração como arte, refere-se
que o gestor, para empreender com excelência, necessita do
uso de princípios artísticos a fim de resolver os problemas
de gestão organizacional à luz da realidade das situações.
De acordo com Chiavenato (2016, p.2), a administração “é
arte porque administrar constitui-se em uma expertise que
requer elegância, beleza, estilo, competência, intuição e muita
sensibilidade”.
A administração, como técnica, fundamenta-se em
metodologias, práticas e conceitos. Assim, Administração
é um alinhamento de habilidades, conceitos e técnicas. Um
bom gestor é aquele que tem conhecimentos alinhados à
sensibilidade para criar, inovar e refletir.
Frederick Winslow Taylor foi um dos primeiros estudiosos
que pensou a administração como ciência. Taylor concentrou
seus estudos na produtividade e nos serviços, valorando
o empregado a partir da sua produtividade. Ele focou seu
estudo no tempo e no movimento, além de outras técnicas
para medir o trabalho. Além disso, Taylor também teve ideias
humanistas. Ele percebeu que os interesses dos trabalhadores,
gerentes e gestores são sincronizados dentro de fundamentos
humanos. Henri Fayol foi um engenheiro e técnico francês que
fundamentou a administração moderna. Sua teoria científica
da administração foi determinada nas bases da gestão de
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negócios. Ele criou princípios de gestão que são conhecidos
como fayolismo (BEZERRA, 2022).
3 - Conceitos Básicos das Várias
Escolas da Administração
3.1 Escola Clássica
Figura 2: Escola Clássica da Administração
Fonte: Adaptado de Maximiano (2009)
A Administração científica surgiu no final do século
XIX, início do século XX, esse tipo de gestão teve como
base a eficiência econômica. Foi-se configurando como parte
da ciência aplicada à produção, com estudos desenvolvidos
sobre tempo e movimento, que foi o eco cultural mais
amplo do gerenciamento de negócios dentro de conceitos
como: fordismo, gerência de operação, pesquisa operacional,
engenharia industrial, ciência de gestão, engenharia de
produção, logística, gestão de processos de negócios,
reengenharia de processos de negócios, manufatura enxuta
e seis sigma (um conjunto de técnicas e ferramentas para
melhoria de processos). A administração científica foi a base
para as escolas posteriores, assim como para as diferentes
abordagens, onde tudo mostra reflexos de compatibilidade
científica (HUANG et al., 2013).
Frederick W. Taylor, no curso de seus estudos empíricos,
examinou várias modalidades de trabalhos e a forma de atuação
dos trabalhadores, descobrindo conceitos importantes que
não foram aceitos em sua época. Por exemplo, ao observar os
trabalhadores, ele percebeu a necessidade do descanso durante
o trabalho para que a pessoa tivesse tempo de se recuperar
da fadiga, seja física (como na escavação ou levantamento)
ou mental (como no caso da inspeção). Comprovou que os
trabalhadores que descansavam durante o trabalho tinham
melhor produtividade. A contribuição de Taylor foi relevante,
pois por meio de sua teoria mostrou aos gestores de sua época
e posterior, que entender a natureza do trabalho e o ambiente
é a melhor forma de gerir as pessoas e garantir a produtividade
(DOWDING et al., 2021).
Taylor enfatiza, em sua abordagem científica, que existe
uma necessidade de fundir a gestão com a ciência, propondo
que o gestor de negócios e o engenheiro são pessoas que atuam
dentro dos mesmos princípios de produção. O pensamento
de Taylor era que a ciência gerencial garantiria a eficiência
do trabalho e do trabalhador em diferentes circunstâncias
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(DOWDING et al., 2021).
A teoria de Taylor possibilitou a padronização e o
aperfeiçoamento do trabalho e de equipamentos, garantindo
a uniformidade de bens e serviços produzidos e podendo
aumentar a demanda por esses produtos, pois tornam-se mais
atraentes para os clientes. Por meio da ciência, definiu regras
e regulamentos apropriados que deveriam ser adotados no
processo de criação de bens e serviços. Em segundo lugar,
a ciência pode promover o treinamento dos trabalhadores,
com isso facilitando a seleção de pessoas para cada função.
Na visão dele, o sucesso de qualquer organização dependia
da seleção adequada de pessoal para cada função dentro da
organização (GIANNANTONIO; HURLEY-HANSON,
2001).
A proposta científica de Taylor era mostrar que o papel
do gestor é orientar, treinar e desenvolver os trabalhadores
para desempenharem suas atividades diárias na organização.
O terceiro princípio exigia a formação e desenvolvimento
científico do trabalhador, para que a organização tivesse
lucratividade. A implicação desse princípio é que a eficiência
dos trabalhadores dependia de constantes treinamentos para
a execução das tarefas que lhes fossem atribuídas (BLAKE;
MOSELEY, 2010).
O quarto princípio da teoria de Taylor postulava a
cooperação entre os trabalhadores e gestores, explicando
a necessidade de uma clara divisão de trabalho, com gestão
específica para as equipe de trabalho. Na visão dele, com a
divisão de trabalho, os trabalhadores executariam as tarefas
com maior eficiência, e para que essa divisão fosse eficiente,
era necessário um estudo científico (DOWDING et al., 2021).
Com esses princípios, a teoria científica da administração
revolucionou o sistema de gestão em sua época, tanto em
nível local como internacional. Embora, muitas inovações
científicas tenham surgido após Taylor, sua contribuição no
campo da gestão de negócios e suas várias disciplinas ainda
são observadas. Observa-se que as contribuições de Taylor
sobreviveram à evolução da gestão que progrediu da era
industrial para a era da informação, e agora entra na era virtual,
ainda assim, muito da teoria de Taylor e seus princípios são
postos em prática (MYER JÚNIOR, 2011).
Henri Fayol foi um dos grandes colaboradores
da teoria clássica da administração, fundador da escola
normativa e influenciador da administração moderna e do
desenvolvimento da prática de gestão industrial ao longo
do século XX. Em 1916, publicou o livro “Administration
Industrielle et egénérale”, no qual defendeu a ideia de que
as organizações apresentam apenas seis funções, inovou o
conceito de administração, explicitou princípios gerais de
administração e influenciou o ensino da Administração Geral
(MAXIMIANO, 2009).
De acordo com a teoria de Henri Fayol, as funções
administrativas de uma organização são: planejamento,
organização, comando, coordenação e controle. A escola
normativa de Fayol dava ênfase ao papel da gestão
organizacional, associando a abordagem industrial aos
negócios, incluindo trabalhadores, que eram substituíveis,
funcionando tal como uma engrenagem dentro de uma
hierarquia rígida, com forte comando de alto nível (LEAL,
2007).
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A escola normativa de Henri Fayol focava no comando social dos indivíduos, sendo a organização do trabalho uma
exercido a partir do conhecimento amplo das normas da organização social, que tem como fundamento os valores
organização e dos subordinados, motivando a produtividade e normas do grupo, que influenciam no comportamento
individual, dialogando constantemente, otimizando o individual e coletivo no trabalho.
emprego do tempo e do material. O papel da gestão é manter
a unidade, buscando o equilíbrio entre custo/benefício, 3.3 Escola do Comportamento
atendendo às previsões das operações, adaptando os meios ao Humano
fim pretendido. O controle consistia na análise dos resultados,
para verificar se o processo ocorreu conforme o planejado, Figura 4: Escola do Comportamento
identificando falhas de operação, com o propósito de evitar Humano
a reincidência, envolvendo nessa análise todas as áreas da
organização (ARAÚJO, 2004).

3.2 Escola das Relações Humanas

Figura 3: Escola das Relações Humanas

Fonte: Pereira (2022)

Herbert Simon, ao estudar o comportamento humano,

compilou ideias e as transformou em um livro com o título
“Comportamento Administrativo”. As ideias transmitidas
nesse livro passaram a fazer parte da escola do comportamento
humano. No livro, ele detalha o comportamento humano
Fonte: Adaptado de Paixão (2017) dentro das organizações, definindo o ser humano como parte
dinâmica do processo organizacional, pensando, agindo e
A teoria da Escola das Relações Humanas foi criada pelo
tomando decisões (CHIAVENATO, 2016).
australiano George Elton, por meio de ideias sociológicas da
Em 1954, Maslow publicou o livro “Motivação e
administração, definindo que a ciência administrativa deveria
Personalidade”, no qual apresentou sua teoria sobre como as
ser considerada ciência aplicada ou ciência social. Assim,
pessoas satisfazem várias necessidades pessoais no contexto
enquanto a abordagem clássica buscava aumentar a produção
do ambiente de trabalho. Ele postulou, com base em suas
pela racionalização da organização do trabalho, o movimento
observações como psicólogo humanista, que existe um
das relações humanas apresentou a ideia de que a organização
padrão geral de reconhecimento e satisfação de necessidades
do trabalho deveria ser humanizada. A abordagem das relações
que as pessoas seguem, em geral na mesma sequência. Ele
humanas buscou uma maior compreensão das necessidades
também teorizou que uma pessoa não poderia reconhecer ou
psicológicas e sociais das pessoas no trabalho, bem como a
buscar a próxima necessidade mais alta na hierarquia, sem que
melhoria do processo de gestão (CHIAVENATO, 2003).
a necessidade atualmente reconhecida fosse substancialmente
A escola de relações humanas estuda a importância
ou completamente satisfeita (MIRANDA, 2015).
da satisfação humana para a produtividade. Mostra que
De acordo com a teoria desenvolvida por Maslow, as
os sentimentos, atitudes e relações interpessoais são
necessidades humanas obedecem a uma ordem de importância
fundamentais para o atingimento dos objetivos pretendidos
e podem ser dispostas em uma hierarquia em formato de
pela organização. O homem passou a ser visto como um ser
uma pirâmide, sendo que na base estão as necessidades
social, orientado pelas regras e valores do grupo informal.
básicas do organismo e no topo, as mais importantes. Assim,
Reconheceu a importância da organização informal, que estará
o comportamento humano depende da satisfação dessas
sempre presente dentro da estrutura formal. Essa organização
cinco necessidades que são: fisiológicas, de segurança, sociais,
informal irá influenciar a motivação dos funcionários, que
autoestima e de realização (WYSE, 2018).
verão a organização para a qual trabalham por meio dos
Ainda, dentro da escola comportamental, tem-se a
valores e atitudes de seus colegas. Sua visão da organização
contribuição de Herzberg, que construiu um paradigma
determina sua abordagem para o trabalho, e a extensão de
bidimensional de fatores que afetam as atitudes das pessoas
sua motivação para trabalhar bem ou não (CHIAVENATO,
em relação ao trabalho. Ele concluiu que fatores como política
2020).
da empresa, supervisão, relações interpessoais, condições de
As pessoas trabalham para satisfazer uma complexidade de
trabalho e salário são fatores motivadores ou não. De acordo
necessidades e não simplesmente pela recompensa monetária,
com a teoria de Herzberg, a ausência de alguns desses fatores
daí a importância de enfatizar uma ampla necessidade
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motivacionais podem gerar insatisfação no trabalho, no
entanto, a presença desses fatores não motiva ou cria satisfação.
E demonstrou cinco fatores que determinam a satisfação
no trabalho que são: realização, reconhecimento, o próprio
trabalho, responsabilidade e progresso (CHIAVENATO,
2016).
Herzberg desenvolveu a teoria dos dois fatores, que trata
da motivação do homem no trabalho. Os fatores são externos
e internos, os primeiros têm a ver com as condições de
trabalho, benefícios, salário, ambiente físico. Já o segundo tem
a ver com a responsabilidade, reconhecimento e realização.
O autor explica que a satisfação na função que desempenha
dentro da empresa depende desses dois fatores conjugados
(SILVA, 2021).
A escola do comportamento humano também foca
a teoria X e Y, elaborada por McGregor, que mostra que a
conduta dos administradores é fortemente influenciada por
suas suposições sobre o comportamento humano. A teoria X
tem uma visão pessimista da natureza humana, especificando
que a pessoa comum não gosta do trabalho, sempre o evitará,
se possível, prefere ser dirigida, evita responsabilidades e quer
segurança acima de tudo. Na teoria Y, o trabalho é visto como
uma coisa natural, tal como o lazer e o descanso. Ao contrário
da teoria X, considera que o homem não evita o trabalho,
que é uma satisfação, podendo ser fonte de recompensa ou
de punição, dependendo da situação (CHIAVENATO, 2003).
3.3 Escola Burocrática
Figura 5: Escola Burocrática
Fonte: Pereira (2022)
Para Max Weber, a burocracia pode ser agrupada em três
categorias: “formalidade, impessoalidade e profissionalismo”
(GIRALDI, 2020, p.3). Formalidade é porque a autoridade é
definida por lei, que busca sempre a racionalidade de coesão
entre meios e fins. Impessoalidade porque a obediência
é determinada pelas leis, portanto, as normas é que devem
ser obedecidas, não as pessoas. Profissionalismo porque
o trabalho deve ser executado por funcionários que se
caracterizam dentro de uma profissão (GIRALDI, 2020).
A escola burocrática foi fundamentada pela ideologia
do sociólogo alemão Max Weber, que mostrou especial
preocupação com o que chamou de estruturas, embora seu
trabalho nessa área tenha surgido quase como uma questão
paralela ao seu estudo principal sobre poder e autoridade. A
origem da escola burocrática se fundamenta essencialmente
na tradição das práticas sociais. As características da burocracia
10
dão ênfase na forma, especialização da tarefa e competência,
regras e normas, responsabilidades definidas e registro
(HILBERT, 1987).
Os três tipos de sociedade apresentadas por Max Weber
são: tradicional, carismática, legal, racional ou burocrática.
Tradicional é aquela que respeita os comandos, as orientações
que passam de gerações a gerações, crendo nas tradições que
existem há muitos anos e na legitimidade dos que herdam ou
são indicados a exercer a autoridade. Carismática é aquela que
aceita as ordens de um líder como legítimas, porque veem na
figura do líder qualidades que lhe dão credibilidade e o fazem
ser admirado. Legal, racional ou burocrática, é aquela que
obedece e respeita a hierarquia e a autoridade (WILLIAMS,
2022.
Para Max Weber, a burocracia administrativa segue seis
etapas:
1) divisão de trabalho: as atividades laborais devem
ser divididas de forma simplificada, dentro de uma
rotina bem estabelecida (GIRALDI, 2020);
2) hierarquia de autoridade: os cargos ou postos
devem seguir uma organização hierárquica, sendo
que cada um dos postos inferiores é controlado
e supervisionado por um posto mais elevado
(GIRALDI, 2020);
3) seleção formal: os trabalhadores devem ser
selecionados a partir da expertise técnica, levando
em consideração os treinamentos, os processos
educativos e as provas de qualificação (GIRALDI,
2020);
4) regras e regulamentos formais: a burocracia
compreende uniformidade e regulamentação das
ações dos funcionários, dessa forma os gerentes
podem recorrer às regras organizacionais formais
para identificar se os funcionários as estão seguindo
(GIRALDI, 2020);
5) impessoalidade: o propósito é que todos sigam as
regras e controles que são uniformes para todos, não
considerando personalidades e preferências pessoais
dos funcionários (GIRALDI, 2020);
6) orientações de carreira: tanto gerentes como
funcionários são considerados apenas como
trabalhadores da empresa, que recebem um salário
para desenvolver suas atividades. Dessa forma,
seguem uma carreira dentro da organização
(GIRALDI, 2020).
3.4 Escola Estruturalista
Figura 6: Escola Estruturalista
Fonte: Pereira (2022)

A escola estruturalista promove a imagem do homem
organizacional, que deve ter características cooperativistas e
coletivistas e estar preparado para as constantes mudanças
que ocorrem nas organizações. A ideia básica da escola
estruturalista é apresentar a organização como uma unidade
social ampla e complexa, que interage com diferentes grupos
sociais. Embora esses grupos compartilhem interesses
comuns, também têm interesses incompatíveis. Os diversos
grupos poderiam cooperar em certas esferas e competir em
outras (MOTTA, 1970).
Amitai Ezioni foi um dos autores mais destacados da
escola estruturalista. Na sua visão, “organizações são unidades
sociais”, que ao serem formadas têm como proposta alcançar
propósitos próprios, que se caracterizam pelo agrupamento
de relações sociais geradas com o intuito de obter acordos
regulares entre as pessoas, para atingir os propósitos
determinados (MOTTA, 1970).
4 - Funções Administrativas: Planejamento,
Organização, Direção e Controle
Figura 7: Funções Administrativas
Fonte: Pereira (2022)
Planejamento é a função básica da administração. Planejar
é programar ações futuras e apropriadas para alcançar objetivos
predeterminados, é decidir com antecedência - o que fazer,
quando fazer e como fazer - preenchendo a lacuna de onde
se está e onde se quer chegar. O planejamento é um exercício
de resolução de problemas e tomada de decisão. Assim, o
planejamento é um pensamento sistemático sobre formas e
meios para a realização predeterminada. O planejamento é
necessário para garantir a utilização adequada dos recursos
humanos e não humanos, é uma atividade intelectual e
também prática que ajuda a evitar confusões, incertezas,
riscos, desperdícios etc. (ARAUJO, 2004).
Segundo Drucker (2006, p.78):
[...] planejamento é o processo contínuo
de tomar decisões empresariais presentes
de forma sistemática e com o melhor
conhecimento possível de seu futuro,
organizando sistematicamente os esforços
necessários para realizar essas decisões e
medindo os resultados dessas decisões em
relação às expectativas por meio de feedback
organizado e sistemático.
Um planejamento eficiente identifica as consequências
11
de fatores externos e internos no projeto. Os fatores externos
podem ser a escassez de recursos, falta de capital e material,
tendência política e econômica em geral, tecnologias e
dinâmicas, regulamentações governamentais em relação aos
interesses da comunidade, ambientes políticos internacionais
instáveis, entre outros.
Já os fatores internos que podem afetar o planejamento
são as limitações de crescimento decorrentes de um ambiente
saturado que não diversifica, força de trabalho que não adere
às mudanças estabelecidas pelo planejamento, estruturas
organizacionais complexas e descentralizadas etc.
Organização é o processo que reúne recursos humanos
e financeiros no desenvolvimento de produtividade para
alcançar objetivos organizacionais. Na concepção de Fayol
(1990, p.38), “organizar uma empresa é dotá-la de tudo o
que é útil ou para o seu funcionamento, isto é, matéria-prima,
ferramentas, capital e pessoal”. Organizar um negócio envolve
determinar e fornecer recursos humanos e não humanos
para uma estrutura organizacional. A organização, como um
processo envolve: identificação de atividades, classificação do
agrupamento de atividades, atribuição de funções, delegação
de autoridade e criação de responsabilidade, coordenação das
relações de autoridade e responsabilidade (CHIAVENATO,
2016).
No que se refere à função administrativa de organizar
cinco pontos devem ser levados em consideração:
1) Identificar as tarefas que devem ser executadas e
agrupá-las sempre que necessário.
2) Atribuir essas tarefas ao pessoal, e, ao definir a
atribuição, promover autoridade e responsabilidade.
3) Delegar autoridade aos funcionários que executam
atividades com responsabilidade.
4) Estabelecer sempre uma relação entre autoridade e
responsabilidade.
5) Coordenar todas as atividades executadas pelos
subordinados.
Direção é a função gerencial que aciona os métodos
organizacionais para trabalhar eficientemente para a realização
dos objetivos organizacionais. A gestão direcional de uma
organização é que põe em movimento as ações das pessoas
para desenvolver o que foi planejado. A direção é responsável,
na administração, pelo funcionamento, supervisão e motivação
dos subordinados para a consecução dos objetivos.
Sendo a direção composta por: supervisão, motivação,
liderança e comunicação. A supervisão é o ato de observar
e dirigir o trabalho e os trabalhadores. Motivação significa
inspirar, estimular ou encorajar os subordinados com zelo
ao trabalho. A liderança é um processo pelo qual o gerente
orienta e influencia o trabalho dos subordinados na direção
desejada. Comunicações é o processo de passar informações,
experiências, opiniões, entre outras atividades de uma pessoa
para outra (SANTOS, 2018).
Controle tem como objetivo garantir que tudo está
em conformidade com as normas, dentro dos objetivos
propostos e do planejamento realizado. Controlar é o
processo de verificar se o desenvolvimento das atividades está
sendo em direção aos objetivos e metas. E agir, se necessário,
para corrigir qualquer desvio. O controle tem as seguintes
etapas: estabelecimento de desempenho padrão, medição do
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desempenho real, comparação do desempenho real com os
padrões e descobertas de desvios, se houver, e, ação protetora
(CHIAVENATO, 2004).
A função administrativa de controle envolve aspectos
que estão inter-relacionados. São eles:
1) Estabelecimento de desempenho padrão.
2) Medição do desempenho real.
3) A partir da medição do desempenho real de acordo
com o padrão predeterminado, descobrir os desvios.
4) Tomar medidas corretivas.
Embora cada um desses aspectos da função
administrativa de controle estejam interligados, são difíceis
de serem reconhecidos no ambiente de trabalho. Por isso,
é necessário analisar cada aspecto da função de controle de
forma separada, quando se for lidar com eles.
Retomando a aula
Chegamos, assim, ao final da primeira aula.
Vamos recordar alguns dos pontos principais
abordados:
1 – O que é Administração?
Vimos, nesta seção, que administração é o ato de planejar,
organizar, dirigir e controlar uma instituição, ou parte dela.
Sendo, então, a gestão e organização de empresas de forma
geral.
2 – Administração Enquanto Ciência
Constatou-se, nesta seção, que a Ciência Administrativa é o
conhecimento voltado para o entendimento das organizações,
independentemente de sua propriedade ou área de atuação. A
ciência administrativa elabora os conceitos científicos a partir
de pesquisas aprofundadas nas organizações, observando de
forma direta e prática. Assim, os conceitos administrativos
são testados e comprovados na prática, formando assim as
teorias. A Administração deve ser entendida sob três aspectos:
ciência, tecnologia e arte. Como arte, refere-se às habilidades
artísticas para resolver os problemas de gestão organizacionais
à luz da realidade das situações. Como técnica, fundamenta-se
em metodologias, práticas e conceitos. Assim, Administração
é um alinhamento de habilidades, conceitos e técnicas. Um
bom gestor é aquele que tem conhecimentos alinhados à
sensibilidade para criar, inovar e refletir.
3 – Conceitos Básicos das Várias Escolas da
Administração
Observou-se, nesta seção, que a escola clássica da
administração compreende as teorias das organizações, como
tipo ideal de burocracia, modelos e imagens das organizações
destacados por Max Weber. Observou-se, também, o processo
administrativo, papel dos gestores, grupos de processos
gerenciais, mostrados por Henri Fayol. Gestão de eficiência,
eliminação de desperdício, estudo do tempo, movimento
12
e processos evidenciados por Taylor e Ford. Na escola das
relações humanas, verificou-se que a administração deveria
ser considerada ciência aplicada à sociedade. Assim, enquanto
a abordagem clássica buscava aumentar a produção pela
racionalização da organização do trabalho, o movimento das
relações humanas apresentou a ideia de que a organização do
trabalho deveria ser humanizada. A escola do comportamento
humano apresentou ênfase nas pessoas e no ambiente de
trabalho, apresentando que a motivação deveria ser focada
nas necessidades das pessoas, dentro de um comportamento
organizacional. O foco da escola burocrática é a formalidade,
dando ênfase à impessoalidade e ao profissionalismo. A escola
estruturalista deu ênfase à estrutura organizacional nas pessoas
e no ambiente, identificando as organizações como formais e
informais, colocando o homem como um ser organizacional.
4 - Funções Administrativas: Planejamento,
Organização, Direção e Controle
Nesta seção, o foco foi nas funções administrativas, as
quais são planejamento, organização, direção e controle.
Vimos que planejamento é a função básica da administração. É
uma atividade intelectual e também prática que ajuda a evitar
confusões, incertezas, riscos, desperdícios etc. Organização
é o processo que reúne recursos humanos e financeiros no
desenvolvimento de produtividade para alcançar objetivos
organizacionais. Direção é a função gerencial que aciona os
métodos organizacionais para trabalhar eficientemente para
a realização dos objetivos organizacionais. E controle tem
como objetivo garantir que tudo está em conformidade com
as normas, dentro dos objetivos propostos e do planejamento
realizado.
Vale a pena
Vale a pena assistir
Vale a pena assistir aos vídeos do Youtube:
Administração é Arte ou Ciência: https://www.
youtube.com/watch?v=9LIRFKj69yc.
Teorias e escolas da administração: https://www.
youtube.com/watch?v=4xsxl3B5XT4.
Funções da Administração: https://www.youtube.
com/watch?v=un6pQxzpVos.
Minhas anotações