Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2
APRESENTAÇÃO
3
ADMINISTRAÇÃO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
Objetivos da Aprendizagem
“Administrar é o processo de dirigir ações que utilizam recursos para atingir objetivos”.
(Jucélio PAIVA – 2011)
“Administração é o ato de trabalhar com e através de pessoas para realizar os
objetivos tanto da organização quanto de seus membros”. (Patrick J. MONTANA e
Bruce H. CHARNOV – 1998)
“Administração é um processo distinto, que consiste no planejamento, organização,
atuação e controle, para determinar e alcançar os objetivos da organização pelo uso
de pessoas e recursos”. (George TERRY – 1953)
“Administração é simplesmente o processo de tomada de decisão e o controle sobre
as ações dos indivíduos, para o expresso propósito de alcance de metas
predeterminadas”. (PETER Ferdinand DRUCKER – 1989)
“Administração é um conjunto de atividades dirigidas à utilização eficiente e eficaz de
recursos, no sentido de alcançar um ou mais objetivos ou metas organizacionais”.
(Reinaldo Oliveira da SILVA – 2001)
4
Administração
A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister
(subordinação ou obediência) e significa aquele que realiza uma função sob o
comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a outro. No entanto, a
palavra administração sofreu uma radical transformação em seu significado original.
A tarefa da Administração passou a ser a de interpretar os objetivos propostos pela
organização e transformá-los em ação organizacional por meio de planejamento,
organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e
em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais
adequada à situação e garantir a competitividade em um mundo de negócios
altamente concorrencial e complexo. A Administração é o processo de planejar,
organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos
organizacionais. Tanto o significado como conteúdo da Administração sofreram uma
formidável ampliação e aprofundamento por meio das diferentes teorias que
abordaremos neste módulo. O conteúdo do estudo da Administração varia de acordo
com a teoria ou a escola considerada. Cada autor da Administração tende a abordar
as variáveis e assuntos típicos da orientação teórica de sua escola ou teoria. Com
isso, pretendemos apresentar não especificamente a abordagem e o conteúdo de uma
única corrente em detrimento das demais, mas uma visão ampla, comparativa e,
sobretudo, crítica de cada teoria da Administração. Cada uma destas seis variáveis -
tarefas, estrutura, pessoas, ambiente, tecnologia e competitividade - provocou ao seu
tempo uma diferente teoria administrativa, marcando um gradativo passo no
desenvolvimento da TGA (Teoria Geral da Administração). Cada teoria administrativa
privilegia ou enfatiza uma ou mais dessas seis variáveis
Habilidades do Administrador
Segundo Katz, o sucesso do administrador depende mais do seu desempenho e da
maneira como lida com pessoas e situações do que de seus traços particulares de
personalidade. Depende daquilo que ele consegue fazer e não daquilo que ele é. Esse
desempenho é o resultado de certas habilidades que o administrador possui e utiliza.
Uma habilidade é a capacidade de transformar conhecimento em ação e que resulta
em um desempenho desejado. Para Katz, existem três tipos de habilidades
importantes para o desempenho administrativo bem-sucedido: as habilidades
técnicas, humanas e conceituais.
Habilidades Técnicas
Envolvem o uso de conhecimento especializado e facilidade na execução de técnicas
relacionadas com o trabalho e com os procedimentos de realização. É o caso de
habilidades em contabilidade, em programação de computador, engenharia etc. As
habilidades técnicas estão relacionadas com o fazer, isto é, com o trabalho com
"coisas", como processos materiais ou objetos físicos e concretos. É relativamente
fácil trabalhar com coisas e com números porque eles são estáticos e inertes, não
contestam nem resistem à ação do administrador.
Habilidades Humanas
Estão relacionadas com o trabalho com pessoas e referem-se à facilidade de
relacionamento interpessoal e grupal. Envolvem a capacidade de comunicar, motivar,
coordenar, liderar e resolver conflitos pessoais ou grupais. As habilidades humanas
estão relacionadas com a interação com as pessoas. O desenvolvimento da
cooperação dentro da equipe, o encorajamento da participação, sem medos ou
receios, a motivação e o envolvimento das pessoas são aspectos típicos de
habilidades humanas. Saber trabalhar com pessoas e por meio das pessoas.
6
Habilidades Conceituais
Envolvem a visão da organização ou da unidade organizacional como um todo, a
facilidade em trabalhar com ideias e conceitos, teorias e abstrações. Um administrador
com habilidades conceituais está apto a compreender as várias funções da
organização, complementá-las entre si, como a organização se relaciona com seu
ambiente, e como as mudanças em uma parte da organização afetam o restante dela.
As habilidades conceituais estão relacionadas com o pensar, com o raciocinar, com o
diagnóstico das situações e com a formulação de alternativas de solução dos
problemas. Representam as capacidades cognitivas mais sofisticadas do
administrador e que lhe permitem planejar o futuro, interpretar a missão, desenvolver
a visão e perceber oportunidades onde ninguém enxerga nada. Na medida em que
um administrador faz carreira e sobe na organização, ele precisa, cada vez mais,
desenvolver as suas habilidades conceituais para não limitar a sua empregabilidade.
Conhecimento
Significa todo o acervo de informações, conceitos, ideias, experiências,
aprendizagens que o administrador possui a respeito de sua especialidade. Como o
conhecimento muda a cada instante em função da mudança e da inovação que
ocorrem com intensidade cada vez maior, o administrador precisa atualizar-se
constantemente e renová-lo continuamente. Isso significa aprender a aprender, a ler,
7
pesquisar, a ter contato com outras pessoas e profissionais e, sobretudo, reciclar-se
continuamente para não tornar-se obsoleto e ultrapassado em seus conhecimentos.
Todavia, as empresas estão repletas de profissionais com excelentes currículos e um
enorme cabedal de conhecimentos, mas que não são capazes de transformar a sua
bagagem pessoal em contribuições efetivas ao negócio e criar valor para a
organização. Eles têm o conhecimento para si e não disponível para a organização.
Têm o conhecimento, mas não sabem como utilizá-lo ou aplicá-lo. O conhecimento é
necessário e fundamental; mas não é suficiente para o sucesso profissional. Ele
precisa ser adicionado a duas outras competências duráveis: a perspectiva e a atitude.
Perspectiva é a condição pessoal que torna o administrador capaz de diagnosticar
situações e propor soluções criativas e inovadoras. É a perspectiva que dá autonomia
e independência ao administrador, que não precisa perguntar ao chefe o que deve
fazer e como fazer nas suas atividades. Contudo, o conhecimento e a perspectiva são
fundamentais, mas carecem de uma terceira competência durável, a atitude.
8
Falando em importâncias das competências do administrador, sem dúvida, a
competência pessoal mais importante para o administrador é a atitude. Defendemos
o ponto de vista de que o administrador precisa ser um agente de mudança dentro
das organizações. É ele que faz acontecer a mudança de mentalidade, de cultura, de
processos, de atividades, de produtos/serviços etc. Seu principal produto é a
inovação. É o administrador que torna as organizações mais eficazes e competitivas
e as orienta rumo ao sucesso em um complicado mundo de negócios cheio de
mudanças e competição. Mas, para que seja o paladino da mudança e da inovação
capazes de garantir e manter a competitividade organizacional, o administrador
precisa desenvolver certas características pessoais que o tornem um verdadeiro líder
na organização, como combatividade, assertividade, convicção profunda, não
aceitação do conformismo, inconformismo com a mediocridade e alta dose de espírito
empreendedor.
9
1. Papéis interpessoais. Representam as relações com outras pessoas e estão
relacionados às habilidades humanas. Mostram como o administrador interage com
as pessoas e influencia seus subordinados.
2. Papéis informacionais. Descrevem as atividades para manter e desenvolver uma
rede de informações. Um administrador no nível institucional passa em média cerca
de 75% do seu tempo trocando informações com outras pessoas dentro e fora da
organização. Mostram como o administrador intercambia e processa a informação.
3. Papéis decisórios. Envolvem eventos e situações em que o administrador deve
fazer uma escolha ou opção. Estes papéis requerem tanto habilidades humanas como
conceituais. Mostram como o administrador utiliza a informação em suas decisões. Na
verdade, administrar é muito mais do que uma mera função de supervisão de pessoas,
de recursos e de atividades.
Quando tudo muda e as regras são engolidas pela mudança, trata-se não apenas de
manter a situação, mas de inovar e renovar continuamente a organização. O papel do
administrador em épocas de mudança e instabilidade se centra mais na inovação do
que na manutenção do status organizacional.
https://www.youtube.com/watch?v=uSEOxOtp8Wg&t=135s
A Segurança do trabalho tem que dar lucro à empresa, e são os profissionais da área
que precisam deixar isso claro, assim como o setor de manutenção, ou montagem, o
setor de segurança é mais um que faz parte da formação do todo, e para termos bons
resultados, precisamos de uma boa administração. O profissional de Segurança do
Trabalho precisará colocar na ponta do lápis os prós e os contras de uma determinada
situação, por exemplo, a insalubridade.
10
Ele terá que calcular quanto a empresa gasta pagando em insalubridade, e depois
calcular quanto a empresa vai gastar para eliminar a insalubridade. Quanto à empresa
gasta comprando EPI todo mês, quanto à empresa gasta anualmente com
treinamentos, com acidentes, com ausência de trabalhadores devido à condição
insalubre para tratamento médico, etc.
Tudo isso tem que ser calculado na ponta do lápis e quem faz isso chega à conclusão
de que investir no controle do risco é o melhor caminho e é mais barato a médio e
longo prazo.
Sócrates, filósofo grego (470 a.c. - 399 a.c.), em sua discussão com Nicomaquides,
expõe seu ponto de vista sobre a Administração como uma habilidade pessoal
separada do conhecimento técnico e da experiência.
Platão (429 a.c. - 347 a.c.), filósofo grego, discípulo de Sócrates, analisou os
problemas políticos e sociais decorrentes do desenvolvimento social e cultural do povo
grego. Em sua obra, A República, expõe a forma democrática de governo e de
administração dos negócios públicos.
11
Aristóteles (384 a.c. - 322 a.c.), discípulo de Platão, deu o impulso inicial a Filosofia,
Cosmologia, Nosologia, Metafísica, Lógica e Ciências Naturais abrindo as
perspectivas do atual conhecimento humano. No livro Política, que versa sobre a
organização do Estado, distingue as três formas de administração pública:
1. Monarquia ou governo de um só (que pode redundar em tirania).
2. Aristocracia ou governo de uma elite (que pode descambar em oligarquia).
3. Democracia ou governo do povo (que pode degenerar em anarquia).
Durante os séculos que vão da Antiguidade ao início da Idade Moderna, a Filosofia
voltou-se para uma variedade de preocupações distanciadas dos problemas
administrativos.
12
É a chamada Revolução Industrial que se iniciou na Inglaterra e que pode ser dividida
em duas épocas distintas:
Em fins do século XVIII, com a máquina de fiar (inventada pelo inglês Hargreaves em
1767), o tear hidráulico (inventado por Arkwright em 1769), o tear mecânico (criado
por Cartwright em 1785) e o descaroçador de algodão (criado por Whitney em 1792),
que substituíram o trabalho do homem e a força motriz muscular do homem, do animal
ou da roda de água. Eram máquinas grandes e pesadas, mas com incrível
superioridade sobre os processos manuais de produção da época. O descaroçador
de algodão trabalhava mil libras de algodão, enquanto, no mesmo tempo, um escravo
conseguia trabalhar apenas cinco libras.
A força elástica do vapor descoberta por Dénis Papin no século XVII ficou sem
aplicação até 1776, quando Watt inventou a máquina a vapor. Com a aplicação do
vapor às máquinas, iniciam-se grandes transformações nas oficinas (que se
converteram em fábricas), nos transportes, nas comunicações e na agricultura.
O artesão e sua pequena oficina patronal desapareceram para ceder lugar ao operário
e às fábricas e usinas baseadas na divisão do trabalho. Surgem novas indústrias em
detrimento da atividade rural. A migração de massas humanas das áreas agrícolas
para as proximidades das fábricas provoca a urbanização.
A navegação a vapor surgiu com Robert Fulton (1807) e logo depois as rodas
propulsoras foram substituídas por hélices. A locomotiva a vapor foi aperfeiçoada por
Stephenson, surgindo a primeira estrada de ferro na Inglaterra (1825) e logo depois
nos Estados Unidos (1829) e no Japão (1832).
14
b) substituição da força do animal ou do músculo humano pela potência da máquina
a vapor (e depois pelo motor), permitindo maior produção e economia.
O operário foi substituído pela máquina nas tarefas em que se podia automatizar e
acelerar pela repetição. Com o aumento dos mercados, de corrente da redução de
preços e popularização dos produtos, as fábricas passaram a exigir grandes
contingentes humanos.
Alguns países passaram a intervir em alguns aspectos das relações entre operários e
fábricas, baixando leis trabalhistas. Em 1802, o governo inglês sancionou uma lei
protegendo a saúde dos trabalhadores nas indústrias têxteis, e a fiscalização de seu
cumprimento passou a ser feita voluntariamente pelos pastores protestantes e juízes
locais.
Outras leis esparsas foram impostas aos poucos, na medida em que os problemas
foram se agravando.
15
• O avanço tecnológico e a aplicação dos progressos científicos à produção, a
descoberta de novas formas de energia e a enorme ampliação de mercados;
• A substituição do tipo artesanal por um tipo industrial de produção.
16
O Surgimento das Organizações
A Revolução Industrial abriu as portas para o início da Era Industrial que passou a
dominar o mundo econômico até o final do século XX e que foi o divisor de águas
entre os países industrializados (os mais avançados) e os países não industrializados
(emergentes e subdesenvolvidos). E igualmente, as organizações mais bem
administradas e aquelas precariamente administradas.
17
A preocupação original foi eliminar o fantasma do desperdício e das perdas sofridas
pelas indústrias e elevar os níveis de produtividade por meio da aplicação de métodos
e técnicas da engenharia industrial.
Taylor observou alguns problemas que nos cercam até hoje. São eles:
1. a administração não tinha noção clara da divisão de suas responsabilidades
para com o trabalhador;
2. não havia incentivos para melhorar o desempenho do trabalhador;
3. muitos trabalhadores não cumpriam suas responsabilidades;
4. as decisões dos administradores baseavam-se na intuição e no palpite;
5. não havia integração entre os departamentos da empresa;
6. os trabalhadores eram colocados em tarefas para as quais não tinham aptidão;
7. os gerentes pareciam ignorar que a excelência no desempenho significava
recompensas, tanto para eles próprios quanto para a mão de obra;
8. havia conflitos entre capatazes e operários a respeito da quantidade da
produção.
Os períodos de Taylor
• O primeiro período de Taylor, corresponde à época da publicação de seu livro
Shop Management (1903), sobre as técnicas de racionalização do trabalho do
operário, por meio do Estudo de Tempos e Movimentos (Motion-time Study).
A partir daí, desenvolveu seus estudos sobre a Administração Geral, a qual denominou
Administração Científica, sem deixar de lado sua preocupação quanto à tarefa do
operário.
19
A esse tempo médio eram adicionados os tempos elementares e mortos (esperas,
tempos de saída do operário da linha para suas necessidades pessoais etc.) para
resultar o chamado tempo padrão.
Entre 1905 e 1910, Ford promoveu a grande inovação do século XX: a produção em
massa. Embora não tenha inventado o automóvel nem mesmo a linha de montagem,
Ford inovou na organização do trabalho: a produção de maior número de produtos
acabados com a maior garantia de qualidade e pelo menor custo possível. E essa
inovação teve maior impacto sobre a maneira de viver do homem do que muitas das
maiores invenções do passado da humanidade. Em 1913 já fabricava 800 carros por
dia. Em 1914, repartiu com seus empregados uma parte do controle acionário da
empresa. Estabeleceu o salário mínimo de cinco dólares por dia e jornada diária de
oito horas, quando, na época, a jornada variava entre dez e doze horas. Em 1926, já
tinha 88 fábricas e empregava 150.000 pessoas, fabricando 2.000.000 carros por ano.
20
Utilizou um sistema de concentração vertical, produzindo desde a matéria-prima inicial
ao produto final acabado, além da concentração horizontal através de uma cadeia de
distribuição comercial por meio de agências próprias. Ford fez uma das maiores
fortunas do mundo graças ao constante aperfeiçoamento de seus métodos e
processos de trabalho.
O Gênio do Marketing
Ford teve uma incrível intuição de marketing: concluiu que o mundo estava preparado
para um carro financeiramente acessível. Em seguida, buscou as técnicas de
produção em massa como a única forma de viabiliza-Io. Então definiu o preço de
venda e desafiou a organização a fazer com que os custos fossem suficientemente
baixos para garantir aquele preço. Assim, deu ao mercado o que ele queria: modelos
simples e acessíveis. O problema pipocou três décadas depois, quando os outros
fabricantes começaram a acrescentar opcionais aos carros enquanto Ford continuava
fabricando os mesmos modelos simples, básicos e de uma só cor: preta. O gênio do
marketing perdeu a percepção e a noção daquilo que os clientes passaram a aspirar.
Não estamos falando do conceito popular de burocracia, que se refere à uma estrutura
que não possibilita, geralmente encontrada em instituições públicas, estamos nos
referindo a outro conceito: o da burocracia como solução para que as organizações
evitem abusos. Estamos nos referindo ao termo cunhado pelo sociólogo, cientista
político e economista Max Weber (1864-1920).
A burocracia de que nos fala Weber não é vista sob um ponto de vista
necessariamente negativo, pois significa a organização racional e eficiente das
atividades coletivas, onde cada um exerce sua função específica e previamente
estabelecida de forma detalhada. Essa tendência à intensa racionalização, ainda que
positiva, é vista por Weber como algo que nos leva ao desencantamento do mundo,
quando as formas místicas e religiosas de pensar perdem espaço para a
burocratização. Pela importância deste e outros temas em sua obra, além de
sociólogos, Weber também influenciou administradores e economistas.
21
A teoria burocrática de Max Weber é uma espécie de organização humana baseada
na racionalidade, ou seja, os meios devem ser analisados e estabelecidos de maneira
totalmente formal e impessoal, a fim de alcançarem os fins pretendidos. Dessa forma,
na teoria burocrática há grande ênfase na eficiência. Estudos apontam que os
primeiros traços de burocracia tenham surgido ainda na antiguidade, com os códigos
de conduta e normatização de comportamento entre estado e população.
A teoria de Max Weber foi marcante em sua época e o é até os dias atuais, tendo em
vista o seu pioneirismo. Dessa forma, várias pesquisas posteriores reportam-se à
Teoria da Burocracia de Max Weber ou para apoiar-se nela, ou pela criticá-la.
Importante frisar, também, que a teoria da burocracia de Max Weber tem alguns traços
mais ligados à sociologia do que a administração em si.
22
competências e responsabilidades distintas. Cada membro do processo deve saber
exatamente qual posição ocupa e que trabalho realiza. Dessa maneira, as atribuições
administrativas são altamente especializadas e distribuídas de acordo com os fins que
se pretende alcançar.
23
Henri Fayol (1841-1915), o fundador da Teoria Clássica, nasceu em Constantinopla e
faleceu em Paris, vivendo as consequências da Revolução Industrial e, mais tarde, da
Primeira Guerra Mundial. Formou-se em Engenharia de Minas e entrou para uma
empresa metalúrgica e carbonífera, onde fez sua carreira. Fayol escreveu o livro
Administration Industrielle et Générale, publicado em 1916. Seu trabalho, antes da
tradução para o inglês, foi divulgado por Urwick e Gulick, dois autores clássicos.
24
Esses são os elementos da Administração que constituem o chamado processo
administrativo: são localizáveis no trabalho do administrador em qualquer nível ou
área de atividade da empresa. Em outros termos, tanto o diretor, o gerente, o chefe,
como o supervisor, cada qual em seu respectivo nível, desempenham atividades de
previsão, organização, comando, coordenação e controle, como atividades
administrativas essenciais.
25
2. Autoridade e responsabilidade. Autoridade é o direito de dar ordens e o poder de
esperar obediência. A responsabilidade é uma consequência natural da autoridade e
significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si.
3. Disciplina. Depende de obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito
aos acordos estabelecidos.
4. Unidade de comando. Cada empregado deve receber ordens de apenas um
superior. É o princípio da autoridade única.
5. Unidade de direção. Uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que
tenham o mesmo objetivo.
6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais. Os interesses gerais da
empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas.
7. Remuneração do pessoal. Deve haver justa e garantida satisfação para os
empregados e para a organização em termos de retribuição
8. Centralização. Refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da
organização.
9. Cadeia escalar. É a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo
em função do princípio do comando.
10. Ordem. Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material
e humana.
11. Equidade. Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal.
12. Estabilidade do pessoal. A rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência
da organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no cargo, tanto melhor
para a empresa.
13. Iniciativa. A capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu
sucesso.
14. Espírito de equipe. A harmonia e a união entre as pessoas são grandes forças
para a organização
Os autores clássicos pretendem criar uma teoria da administração baseada em
divisão do trabalho, especialização, coordenação e atividades de linha e de staff.
b. Unidade de direção. Todos os planos devem se integrar aos planos maiores que
conduzam aos objetivos da organização.
26
Elementos da Administração
Ao definir o que é Administração, Fayol definiu os elementos que a compõem:
previsão, organização, comando, coordenação e controle. Esses cinco elementos
constituem as chamadas funções do administrador.
A Teoria Clássica formula uma Teoria da Organização, tendo por base a Administração
como uma ciência. A ênfase na estrutura visualiza a organização como uma
disposição das partes (órgãos) que a constituem, sua forma e o inter relacionamento
entre essas partes. Essa teoria da organização restringe-se apenas à organização
formal. Para tratar racionalmente a organização, essa deve se caracterizar por uma
divisão do trabalho e correspondente especialização das partes (órgãos) que a
constituem. A divisão do trabalho pode ser vertical (níveis de autoridade) ou horizontal
(departamentalização). À medida que ocorre divisão do trabalho e especialização,
deve haver coordenação para garantir a harmonia do conjunto e, consequentemente,
a eficiência da organização. Além disso, existem órgãos de linha (autoridade linear) e
órgãos de staff (autoridade de staff para prestação de serviços e consultoria). Para
conceituar a Administração, os autores clássicos utilizam o conceito de elementos da
Administração (ou funções do Administrador), que formam o processo administrativo.
A abordagem normativa e prescritiva da Teoria Clássica se fundamenta em princípios
gerais de Administração, uma espécie de receituário de como o administrador deve
proceder em todas as situações organizacionais. Entretanto, as várias críticas
atribuídas à Teoria Clássica: a abordagem simplificada da organização formal,
deixando de lado a organização informal; a ausência de trabalhos experimentais para
dar base científica a suas afirmações e princípios; o mecanicismo da abordagem que
lhe valeu o nome de teoria da máquina; a abordagem incompleta da organização e a
visualização da organização como se fosse um sistema fechado, são críticas válidas.
Contudo, as críticas feitas à Teoria Clássica não empanam o fato de que a ela
devemos as bases de moderna teoria administrativa.
Por outro lado, a organização recruta pessoas na expectativa de que elas trabalhem
e desempenhem suas tarefas. Assim, surge uma interação entre pessoas
e organização, a que se dá o nome de processo de reciprocidade: a organização
espera que as pessoas realizem suas tarefas e oferece-lhes incentivos e
recompensas, enquanto as pessoas oferecem suas atividades e trabalho esperando
obter certas satisfações pessoais. As pessoas estão dispostas a cooperar desde que
suas atividades na organização contribuam diretamente para o alcance de seus
próprios objetivos pessoais.
Equilíbrio Organizacional
Ao estudar os motivos pelos quais as pessoas cooperam, os behavioristas visualizam
a organização como um sistema que recebe contribuições sob a forma de dedicação
ou trabalho e em troca oferece incentivos. Os conceitos básicos dessa teoria são:
Quando tudo muda e as regras são engolidas pela mudança, trata-se não apenas de
manter a situação, mas de inovar e renovar continuamente a organização. O papel do
administrador em épocas de mudança e instabilidade se centra mais na inovação do
que na manutenção do status organizacional.
Teorias Transitivas
Já em meio à Teoria Clássica e antecipando-se à Teoria das Relações
Humanas, surgiram autores que apesar de defenderem os princípios
clássicos iniciaram um trabalho pioneiro de revisão, de crítica e de
reformulação das bases da teoria administrativa. Embora, a rigor não
houvessem consolidado uma corrente e não dispusessem de uma conexão
teórica, alguns autores podem ser colocados nessa zona de transição entre o
classicismo e o humanismo na Administração, tais como:
1. Hugo Munsterberg (1863-1916). Foi o introdutor da psicologia aplicada nas
organizações e do uso de testes de seleção de pessoal.
2. Ordway Tead (1860-1933). Foi o pioneiro a tratar da liderança democrática
na administração.
3. Mary Parker Follett (1868-1933). Introduziu a corrente psicológica na
Administração. Rejeita qualquer fórmula universal ou única e introduz a lei da
situação: é a situação concreta que deve determinar o que é certo e o que é
errado. Toda decisão é um momento de um processo e se torna importante
conhecer o contexto desse processo.
4. Chester Barnard (1886-1961). Introduziu a teoria da cooperação na
organização. Como as pessoas têm limitações pessoais, biológicas, físicas e
psicológicas elas precisam superá-las por meio do trabalho conjunto. A
cooperação entre as pessoas surge da necessidade de sobrepujar as
limitações que restringem a ação isolada de cada uma. A necessidade de
cooperar entre si, leva as pessoas a constituírem grupos sociais e
organizações.
32
Assim, a organização é um sistema cooperativo racional. A racionalidade reside
nos fins visados pela organização, isto é, no alcance dos objetivos comuns. No
fundo, as organizações existem para alcançar objetivos que as pessoas
isoladamente não conseguem alcançar.
A experiência de Hawthorne
34
compreendidas, aceitas e participar, no intuito de atender a seus interesses e
aspirações pessoais. O comportamento humano é influenciado pelas atitudes
e normas informais existentes nos grupos dos quais participa. É dentro da
organização que surgem as oportunidades de relações humanas, devido ao
grande número de grupos e interações resultantes. A compreensão das
relações humanas permite ao administrador melhores resultados de seus
subordinados e a criação de uma atmosfera na qual cada pessoa é encorajada
a exprimir-se de forma livre e sadia.
e. Importância do Conteúdo do Cargo. A especialização não é a maneira mais
eficiente de divisão do trabalho. Embora não tenham se preocupado com esse
aspecto, Mayo e seus colaboradores verificaram que a especialização proposta
pela Teoria Clássica não cria a organização mais eficiente. Observaram que os
operários trocavam de posição para variar e evitar a monotonia, contrariando a
política da empresa. Essas trocas provocavam efeitos negativos na produção,
mas elevavam o moral do grupo. O conteúdo e a natureza do trabalho têm
influência sobre o moral do trabalhador. Trabalhos simples e repetitivos tornam-
se monótonos e maçantes afetando negativamente a atitude do trabalhador e
reduzindo a sua satisfação e eficiência.
e. Ênfase nos Aspectos Emocionais. Os elementos emocionais não planejados e
irracionais do comportamento humano merecem atenção especial da Teoria
das Relações Humanas. Daí a denominação de sociólogos da organização aos
autores humanistas.
36
Teorias das Relações Humanas (1932)
A Teoria das Relações Humanas surgiu nos Estados Unidos como consequência
imediata das conclusões obtidas na Experiência em Hawthorne, desenvolvida por
Elton Mayo e seus colaboradores. Foi basicamente um movimento de reação e de
oposição à Teoria Clássica da Administração.
Elton Mayo e equipe propuseram uma nova teoria da motivação antagônica à do homo
economicus: o ser humano é motivado, não por estímulos salariais e econômicos, mas
por recompensas sociais e simbólicas.
b. Esses fatos coexistentes têm o caráter de um campo dinâmico, no qual cada parte
do campo depende de uma relação com as demais partes. O comportamento humano
não depende do passado ou do futuro, mas do campo dinâmico atual e presente. Esse
campo dinâmico é "o espaço de vida que contém a pessoa e o seu ambiente
psicológico".
Necessidades Fisiológicas
São as necessidades primárias, vitais ou vegetativas, relacionadas com a
sobrevivência do indivíduo. São inatas e instintivas. Situadas no nível mais baixo, as
necessidades fisiológicas são também comuns aos animais. Exigem satisfação
periódica e cíclica. As principais necessidades fisiológicas são as de alimentação,
sono, atividade física, satisfação sexual, abrigo e proteção contra os elementos e de
segurança física contra os perigos. Se um indivíduo tem fome, procura alimento,
porém, quando come regularmente, a fome deixa de ser uma motivação importante.
As necessidades fisiológicas podem ser satisfeitas por antecipação, sem mesmo
atuarem sobre o comportamento humano.
38
Necessidades Psicológicas
São necessidades secundárias e exclusivas do homem. São aprendidas e adquiridas
no decorrer da vida e representam um padrão mais elevado e complexo de
necessidades. Raramente são satisfeitas em sua plenitude. A pessoa procura
indefinidamente maiores satisfações dessas necessidades, que vão se
desenvolvendo e se sofisticando gradativamente. As principais necessidades
psicológicas são:
Necessidades de autorrealização.
São as necessidades mais elevadas e decorrem da educação e da cultura da pessoa.
São raramente satisfeitas em sua plenitude, pois o ser humano procura maiores
satisfações e estabelece metas crescentemente sofisticadas. A necessidade de
autorealização é o corolário de todas as necessidades humanas, é o impulso de
realizar o próprio potencial e de estar em contínuo auto desenvolvimento.
A Liderança
A Teoria Clássica não se preocupou com a liderança e suas implicações. Os autores
clássicos apenas se referiram superficialmente à liderança pois ela não chegou a
constituir um assunto de interesse. A Teoria das Relações Humanas constatou a
influência da liderança sobre o comportamento das pessoas. Enquanto a Teoria
Clássica enfatizava a autoridade formal considerando apenas a chefia nos níveis
hierárquicos superiores sobre os níveis inferiores nos aspectos relacionados com as
atividades do cargo, a Experiência de Hawthorne teve o mérito de demonstrar a
existência de líderes informais que encarnavam as normas e expectativas do grupo e
mantinham controle sobre o comportamento do grupo, ajudando os operários a
atuarem como um grupo social coeso e integrado.
39
A Comunicação
A Comunicação é a troca de informações entre pessoas. Significa tornar comum uma
mensagem ou informação. Constitui um dos processos fundamentais da experiência
humana e da organização social.
40
Apesar das críticas, não resta dúvida de que a Teoria das Relações Humanas abriu
novos horizontes à teoria administrativa em duas orientações bem definidas. A
primeira orientação é a chamada equação humana: o sucesso das organizações
depende diretamente das pessoas. Hoje se reconhece que a maneira como a
organização trata e gerencia as pessoas é o segredo do seu sucesso e
competitividade. Atualmente, essa herança inestimável da abordagem humanística
está sendo assumida pelas organizações bem sucedidas do mundo todo. A segunda
orientação é o novo papel do administrador. O administrador deve saber comunicar,
liderar, motivar e conduzir as pessoas. Precisa deixar de ser o gerente autocrático e
impositivo para ganhar a aceitação das pessoas e seu comprometimento com a
organização. Como o sucesso da organização depende diretamente das pessoas, o
trabalho básico do administrador é lidar com as pessoas que fazem parte da
organização. Para Pfeffer a chave do sucesso organizacional está nas pessoas e na
liderança. O administrador deve ser um verdadeiro líder. Existem três princípios que
os líderes usam para transformar as organizações e obter comprometimento:
42
Na tipologia de Blau e Scott proposta no final da década de 70 do século XX, são
consideradas as comunidades onde se inserem as organizações, as relações entre
os membros destas, por um lado, e o público, os clientes e as instituições externas,
por outro lado. De acordo com estes autores, as organizações existem para
proporcionar benefícios ou resultados para a comunidade, pelo que a tipologia que
propõem baseia-se no beneficiário principal (princípio do «cui bono»), ou seja, quem
beneficia da organização, e que compreende: os próprios membros da organização;
os proprietários, dirigentes ou acionistas da organização; os clientes da organização;
e o público em geral. No quadro destas categorias de beneficiário principal que a
organização visa atender, Blau e Scott dizem existir quatro tipos de organização:
associações de benefícios mútuos, em que o beneficiário principal são os próprios
membros da organização; organizações de interesses comerciais, em que os
proprietários ou acionistas são os principais beneficiários da organização;
organizações de serviços, em que um grupo de clientes é o beneficiário principal; e
organizações de Estado, em que o beneficiário é o público em geral.
Por último, podemos acrescentar que a Teoria Estruturalista, com os seus aspectos
positivos e as suas restrições e limitações, se trata de uma teoria de transição em
direção à Teoria de Sistemas.
A TGS surgiu com os trabalhos do biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy. A TGS não
busca solucionar problemas ou tentar soluções práticas, mas produzir teorias e
43
formulações conceituais para aplicações na realidade empírica. Os pressupostos
básicos da TGS são:
c. A teoria dos sistemas constitui o modo mais abrangente de estudar os campos não-
físicos do conhecimento científico, como as ciências sociais.
Ainda dentro do conceito de Sistemas, Katz e Kahn salientam que "cada organização
cria sua própria cultura com seus próprios tabus, usos e costumes. A cultura do
sistema reflete as normas e os valores do sistema formal e sua reinterpretação pelo
sistema informal, bem como decorre das disputas internas e externas das pessoas
que a organização atrai, seus processos de trabalho e distribuição física, as
modalidades de comunicação e o exercício da autoridade dentro do sistema. Assim
como a sociedade tem uma herança cultural, as organizações sociais possuem
padrões distintivos de sentimentos e crenças coletivos, que são transmitidos aos
novos membros".
Pragmatismo
O pragmatismo e a busca de resultados concretos no exercício da administração é o
principal objetivo e utiliza os conceitos teóricos da administração.
Reafirmação
Os postulados clássicos anteriores são amplamente adotados pelos neoclássicos,
redimensionados e reestruturados de acordo com as novas realidades, a fim de dar
maior precisão e consistência à administração, para torná-la mais ampla e flexível.
Princípio
Os neoclássicos enfatizam os princípios gerais de administração, como planejamento,
organização, direção e controle do trabalho dos subordinados.
Resultados
A ênfase nos métodos e racionalização do trabalho proposto pela administração
científica foi deslocada pelos neoclássicos, que se concentraram na orientação aos
objetivos e na busca de resultados.
Eclético
Embora sejam baseados na teoria clássica, os neoclássicos apenas extraem dela e
de outras teorias o que consideram útil e verdadeiro.
47
O modelo ACME (para o acrônimo de Association of Consulting Managed or
Engineers) é outro bom exemplo de um modelo de estrutura organizacional criado
pelos neoclássicos.
O esquema proposto por este trabalho inclui todas as áreas básicas da administração:
pesquisa e desenvolvimento, produção, marketing, finanças e controle, secretariado
e jurídico, administração de pessoal e relações externas.
Harold Koontz
Foi consultor das maiores e mais importantes empresas norte-americanas da América
do Norte e co-autor, juntamente com Cyril J. O’Donnell do livro “Principles of
Management”, considerado uma pedra angular no estudo da administração moderna.
Ele baseou sua abordagem nas relações humanas, cujo princípio, segundo ele, é
“gerenciar com tato”.
Ernest Dale
Economista alemão nascido em 1917, desenvolveu o empirismo na administração que
determina que o exercício da profissão permite a correta tomada de decisões nos
momentos conjunturais.
• Escola Operacional
• Escola de Processo Administrativo
• Abordagem Universalista da Administração
48
NO INÍCIO DA DÉCADA DE 1950, a teoria administrativa passou por um período de
intensa remodelação. A Segunda Guerra Mundial já havia acabado e o mundo passou
a experimentar um notável surto de desenvolvimento industrial e econômico sem
precedentes. Em outras palavras, o mundo das organizações ingressou em uma etapa
de grandes mudanças e transformações. Com o surgimento da televisão, do motor a
jato e o esboço das telecomunicações, o mundo organizacional já não seria mais o
mesmo. As repercussões sobre a teoria administrativa não tardaram a acontecer.
Apesar da influência das ciências do comportamento sobre a teoria administrativa, os
pontos de vista dos autores clássicos nunca deixaram de subsistir. Apesar de todas
as críticas aos postulados clássicos e aos enfoques tradicionais da organização, os
princípios de Administração, a departamentalização, a racionalização do trabalho, a
estrutura linear ou funcional, enfim, a abordagem clássica nunca foi totalmente
substituída por outra abordagem. Todas as teorias administrativas posteriores se
assentaram na Teoria Clássica, seja como ponto de partida seja como crítica para
tentar uma posição diferente. A abordagem neoclássica nada mais é do que a
redenção da Teoria Clássica devidamente atualizada e redimensionada aos
problemas administrativos atuais e ao tamanho das organizações de hoje. Em outros
termos, a Teoria Neoclássica representa a Teoria Clássica colocada em um novo
figurino e dentro de um ecletismo que aproveita a contribuição de todas as demais
teorias administrativas. A abordagem neoclássica baseia-se nos seguintes
fundamentos:
49
5. Ecletismo nos conceitos.
2.13.6.1 Vejamos cada uma dessas características.
A Teoria Neoclássica caracteriza-se por uma forte ênfase nos aspectos práticos da
Administração, pelo pragmatismo e pela busca de resultados concretos e palpáveis,
muito embora não se tenha descurado dos conceitos teóricos da Administração. Os
autores neoclássicos desenvolvem seus conceitos de forma prática e utilizável,
visando principalmente à ação administrativa. A teoria somente tem valor quando
operacionalizada na prática. Quase todos os neoclássicos referem-se a essa prática
da Administração ou a essa ação administrativa, enfatizando aspectos instrumentais
da Administração. A Teoria Neoclássica representa a contribuição do espírito
pragmático americano.
Toda organização existe, não para si mesma, mas para alcançar objetivos e produzir
resultados. É em função dos objetivos e resultados que a organização deve ser
dimensionada, estruturada e orientada. Daí a ênfase colocada nos objetivos
organizacionais e nos resultados pretendidos, como meio de avaliar o desempenho
das organizações. Os objetivos são valores visados ou resultados desejados pela
organização. A organização espera alcançá-los por meio de sua operação eficiente.
Se essa operação falha, os objetivos ou resultados são alcançados parcialmente ou
simplesmente frustrados. São os objetivos que justificam a existência e a operação de
uma organização.
As teorias comportamentais
Para explicar o comportamento organizacional, a Teoria Comportamental fundamenta-
se no comportamento individual das pessoas. Para explicar como as pessoas se
comportam, estuda-se a motivação humana.
52
1. Necessidades de autorrealização: trabalho criativo e desafiante; diversidade e
autonomia; participação nas decisões;
2. Necessidade de estima: responsabilidade por resultados; orgulho e
reconhecimento; promoções;
3. Necessidades sociais: amizade e colegas; interação com clientes; gerente
amigável;
4. Necessidades de segurança: condições seguras de trabalho; remuneração e
benefícios; estabilidade no emprego;
5. Necessidades fisiológicas: intervalos de descanso; conforto físico; horário de
trabalho razoável;
53
Frederick Herzberg formulou a teoria dos dois fatores para explicar o comportamento
das pessoas em situação de trabalho. Para ele existem dois fatores que contribuem
para o comportamento das pessoas: fatores higiênicos e fatores motivacionais.
Esses dois fatores são independentes e não se vinculam entre si. Os fatores
responsáveis pela satisfação profissional das pessoas são totalmente desligados e
distintos dos fatores responsáveis pela insatisfação profissional. O oposto da
satisfação profissional não é a insatisfação, mas ausência de satisfação profissional.
Burocracia e Autoridade
A relações burocráticas são tipicamente autoritárias. Os subordinados aceitam as
ordens de seus superiores por admitirem a ideia de que tais ordens estão amparadas
por normas e preceitos legais. Dessa maneira, a obediência não deriva de nenhuma
pessoa em si, mas sim do conjunto de normas e regulamentos estabelecidos e aceitos
como legítimos por todos.
Em conceito mais amplo, a própria relação do povo com seus governantes baseia-se
em preceitos burocráticos. O povo aceita as leis como legítimas por acreditar que as
mesmas foram elaboradas em uma espécie de cooperação entre a própria população
e seus representantes políticos.
Com isso, toda a esfera administrativa, principalmente no serviço público, serve para
replicar a vontade da ideologia política em vigor. Os funcionários, ou burocratas,
devem agir de maneira estritamente prevista nas normas e regulamentos que os
regem. Normas e regulamentos esses foram criados por quem? Políticos. Concepção
essa, mais claramente ligada à sociologia do que à administração.
Teoria X e Teoria Y
McGregor compara dois estilos opostos e antagônicos de administrar: de um lado, um
estilo baseado na teoria tradicional, mecanicista e pragmática (a que deu o nome de
Teoria X), e, de outro, um estilo baseado nas concepções modernas a respeito do
comportamento humano (Teoria Y).
55
Teoria X
É a concepção tradicional de administração e baseia-se em convicções errôneas e
incorretas sobre o comportamento humano, a saber:
Teoria Y
57
a) Descentralização das decisões e delegação de responsabilidades;
b) Ampliação do cargo para maior significado do trabalho;
c) Participação nas decisões e administração consultiva;
d) Autoavaliação do desempenho.
Por outro lado, a organização recruta pessoas na expectativa de que elas trabalhem
e desempenhem suas tarefas. Assim, surge uma interação entre pessoas e
organização, a que se dá o nome de processo de reciprocidade: a organização espera
que as pessoas realizem suas tarefas e oferece-lhes incentivos e recompensas,
enquanto as pessoas oferecem suas atividades e trabalho esperando obter certas
satisfações pessoais. As pessoas estão dispostas a cooperar desde que suas
atividades na organização contribuam diretamente para o alcance de seus próprios
objetivos pessoais.
Equilíbrio Organizacional
Ao estudar os motivos pelos quais as pessoas cooperam, os behavioristas visualizam
a organização como um sistema que recebe contribuições sob a forma de dedicação
ou trabalho e em troca oferece incentivos. Os conceitos básicos dessa teoria são:
Poderíamos dizer que uma corrente considera o ambiente total vital para a
organização, e uma outra corrente que considera o ambiente de forma parcial. De
qualquer maneira é o ambiente que conduz a vida da organização.
Origens
A origem da Teoria da Contingência se deu pela pesquisa de Lawrence e Lorsch sobre
a confrontação da organização versus ambiente. Os dois pesquisadores, preocupados
com as características que devem ter as empresas para enfrentar com eficiência as
diferentes condições externas e tecnológicas, fizeram a pesquisa com dez empresas
em diferentes meios industriais. A pesquisa foi inicialmente imaginada com o sentido
de aplicação da teoria de sistemas abertos a problemas de estruturas organizacionais
59
e de prática administrativa. O resultado final do estudo encaminhou a problemática
organizacional para dois aspectos básicos: diferenciação e integração.
Surgiu, também, a partir dos resultados de várias pesquisas que procuraram verificar
os modelos de estruturas organizacionais mais eficazes em determinados tipos de
empresas. As pesquisas, cada qual isoladamente, pretendiam confirmar se as
organizações mais eficazes seguiam os pressupostos da Teoria Clássica. Os seus
resultados conduziram a uma nova concepção de organização: a estrutura da
organização e o seu funcionamento são dependentes das características do ambiente
externo. Não há um único e melhor jeito (the best way) de organizar.
As condições sob as quais as empresas trabalham são ditadas “de fora” delas, isto é,
do seu ambiente. As contingências externas oferecem oportunidades e imperativos ou
restrições e ameaças que influenciam a estrutura organizacional e os processos
internos das empresas.
61
• Sistemas rígidos de controle: a informação ascendente sobe através de uma
sucessão de filtros e as decisões descem através de uma sucessão de
amplificadores.
• Predomínio da interação vertical entre superior e subordinado.
• Amplitude de controle administrativos mais estreita.
• Maior confiança nas regras e procedimentos formais.
• Ênfase nos princípios universais da Teoria Clássica.
62
A adhocracia é um sistema temporário, variável, fluido e adaptativo, organizado em
torno de problemas a serem resolvidos por equipes de pessoas estranhas entre si e
dotadas de habilidades profissionais diversas.
Ambiente
Ambiente é o contexto que envolve externamente a organização (ou o sistema). É a
situação dentro da qual uma organização está inserida.
Ambiente geral
É o macroambiente, ou seja, o ambiente genérico e comum a todas as organizações.
Tudo o que acontece no ambiente geral afeta direta ou indiretamente todas as
organizações. O ambiente geral é constituído de um conjunto de condições
semelhantes para todas as organizações, como:
1. Condições Tecnológicas
2. Condições Legais
3. Condições Políticas
4. Condições Econômicas
5. Condições Demográficas
6. Condições Ecológicas
7. Condições Culturais
Ambiente de Tarefa
64
1. Fornecedores de Entradas
2. Clientes ou Usuários
3. Concorrentes
4. Entidades Reguladoras
Cada um desses elementos ambientais pode ser uma organização, grupo, instituição
ou indivíduo. Pode ser o governo ou outros países.
Tecnologia
Ao lado do ambiente, a tecnologia constitui outra variável independente que influencia
as características organizacionais (variáveis dependentes). Além do impacto
ambiental, existe o impacto tecnológico sobre as organizações.
A Tecnologia pode ser considerada, ao mesmo tempo, sob dois ângulos diferentes:
como uma variável ambiental e externa e como uma variável organizacional e interna.
Como uma variável ambiental (exógena) ela influencia a organização no sentido de
fora para dentro, como se fora uma força externa e estranha à organização e sobre a
qual a organização tem pouco entendimento com se fora um recurso próprio e interno
atuando sobre os demais recursos e propiciando melhor desempenho na ação e maior
capacidade para a organização defrontar-se com as forças ambientais.
A teoria administrativa tem pouco mais de cem anos. Essa jovem senhora é um
produto típico do século XX. No decorrer do século, ela passou por grandes
transformações. Agora, está enfrentando a forte turbulência da Era da Informação. o
começo da década de 1990 marca o surgimento da Era da Informação, graças ao
tremendo impacto provocado pelo desenvolvimento tecnológico e pela tecnologia da
informação. Na Era da Informação, o capital financeiro cede o trono para o capital
intelectual. A nova riqueza passa a ser o conhecimento, o recurso organizacional mais
valioso e importante. A Era da Informação surgiu graças ao impacto provocado pelo
desenvolvimento tecnológico e pela tecnologia da informação. A Tecnologia da
Informação (TI) - o casamento do computador com a televisão e as telecomunicações
- invadem a vida das organizações e das pessoas provocando profundas
transformações. Em primeiro lugar, ela permite a compressão do espaço. A Era da
Informação trouxe o conceito de escritório virtual ou não-territorial. Prédios e
escritórios sofreram uma brutal redução em tamanho. A compactação fez com que
arquivos eletrônicos acabassem com o papelório e com a necessidade de móveis,
liberando espaço para outras finalidades. A fábrica enxuta foi decorrência da mesma
ideia aplicada aos materiais em processamento e à inclusão dos fornecedores como
parceiros no processo produtivo. Os centros de processamento de dados (CPD) foram
enxugados (downsizing) e descentralizados por meio de redes integradas de
microcomputadores nas organizações. Surgiram as empresas virtuais conectadas
eletronicamente, dispensando prédios e reduzindo despesas fixas que se tornaram
desnecessárias. A miniaturização, a portabilidade e a virtualidade passaram a ser a
nova dimensão espacial fornecida pela TI. Em segundo lugar, a TI permite a
compressão do tempo. As comunicações tornaram-se móveis, flexíveis, rápidas,
diretas e em tempo real, permitindo maior tempo de dedicação ao cliente. A
instantaneidade passa a ser a nova dimensão temporal fornecida pela TI. O just-in-
time (JlT) foi o resultado da convergência de tempos reduzidos no processo produtivo.
A informação em tempo real e on-line permite a integração de vários processos
diferentes nas organizações e passou a ser a nova dimensão temporal fornecida pela
TI. Em terceiro lugar, a TI permite a conectividade. Com o microcomputador portátil,
multimídia, trabalho em grupo (workgroup), estações de trabalho (workstation), surgiu
o teletrabalho em que as pessoas trabalham juntas, embora distantes fisicamente. A
teleconferência e a tele reunião permitem maior contato entre as pessoas sem
necessidade de deslocamento físico ou viagens para reuniões ou contatos pessoais.
66
A TI modifica profundamente o trabalho dentro das organizações e fora delas. A
ligação com a Internet e a adoção da Intranet e redes internas de comunicação
intensificam a globalização da economia por meio da globalização da informação. A
Internet - com suas avenidas digitais ou infovias e a democratização do acesso à
informação - é um sinal disso. Nessa nova era, quanto mais poderosa a tecnologia da
informação, tanto mais informado e poderoso se torna o seu usuário, seja ele uma
pessoa, organização ou país. A informação torna-se a principal fonte de energia da
organização: seu principal combustível e o mais importante recurso ou insumo. A
informação direciona todos os esforços e aponta os rumos a seguir.
67
para discussões, faz test-drives em carros ou visualiza o cérebro de um paciente no
outro lado do mundo.
10. Imediatismo. Em uma economia baseada em bits, o imediatismo torna-se o
elemento propulsor da atividade econômica e do sucesso empresarial. A nova
empresa é uma empresa em tempo real. O intercâmbio eletrônico de dados (EDI =
electronic data interchange) interliga sistemas de computadores entre fornecedores e
clientes proporcionando concomitância de decisões e ações.
11. Globalização. A nova economia é uma economia global. Mundial e planetária. As
organizações globais e as empresas internacionais estão na pauta. Negócios e
conhecimento não conhecem fronteiras.
12. Discordância. Questões sociais sem precedentes estão emergindo provocando
traumas e conflitos que precisam ser administrados. A Era da Informação trouxe um
novo contexto e uma avalanche de problemas para as organizações. Pegou a maior
parte das organizações totalmente despreparadas para a nova realidade. A
velocidade e a intensidade das mudanças foram além do que se esperava. O
diferencial entre o que as organizações estão fazendo e o que elas deveriam fazer
tornou-se enorme e inultrapassável. A solução? Recorrer a medidas extremas e
rápidas para a busca da sobrevivência. E da excelência. Foi assim que começaram a
surgir modismos na Administração.
As Soluções Emergentes
Como a mudança chegou para valer, as organizações tatearam várias tentativas para
acompanhá-la ou, pelo menos, não ficar muito longe dela. A sobrevivência delas
estava em jogo. No final da era neoclássica, surgiram várias técnicas de intervenção
e abordagens inovadoras de mudança organizacional. Algumas lentas e incrementais
vindas da experiência japonesa (como a melhoria contínua e a qualidade total), outras
pedagógicas e baseadas no mercado (como o benchmarking) e outras rápidas e
revolucionárias como reação tipicamente americana (como a reengenharia). O filão
está em oferecer soluções práticas e que atendam às emergências impostas pelas
mudanças e transformações.
Melhoria contínua
A melhoria contínua teve seu início com autores vinculados com a Teoria Matemática.
Ela começou com os primeiros trabalhos de implantação do controle estatístico de
qualidade. Nenhum programa de melhoria organizacional decretado de cima para
baixo é bem-sucedido. Todos os processos de mudança desenvolvidos com sucesso
começaram pequenos. Na maioria dos casos, começaram apenas com uma equipe e
de baixo para cima, ou seja, da base para a cúpula. A melhoria contínua é uma técnica
68
de mudança organizacional suave e contínua centrada nas atividades em grupo das
pessoas. Visa à qualidade dos produtos e serviços dentro de programas a longo prazo,
que privilegiam a melhoria gradual e o passo a passo por meio da intensiva
colaboração e participação das pessoas. Trata-se de uma abordagem incrementaI e
participativa para obter excelência na qualidade dos produtos e serviços a partir das
pessoas. A filosofia da melhoria contínua deriva do kaizen (do japonês kai, que
significa mudança e zen, que significa bom). Kaizen é uma palavra que significava um
processo de gestão e uma cultura de negócios e que passou a significar
aprimoramento contínuo e gradual, implementado por meio do envolvimento ativo e
comprometido de todos os membros da organização no que ela faz e na maneira como
as coisas são feitas. O kaizen é uma filosofia de contínuo melhoramento de todos os
empregados da organização, de maneira que realizem suas tarefas um pouco melhor
a cada dia. Fazer sempre melhor. É uma jornada sem fim que se baseia no conceito
de começar de um modo diferente a cada dia e que os métodos de trabalho podem
ser sempre melhorados. Mas, a abordagem kaizen não significa somente fazer melhor
as coisas, mas conquistar resultados específicos (como eliminação do desperdício -
de tempo, material, esforço e dinheiro - e elevação da qualidade - de produtos,
serviços, relacionamentos interpessoais e competências pessoais) para reduzir custos
de fabricação, projetos, estoques e distribuição a fim de tornar os clientes mais
satisfeitos. Para o kaizen, nada é estático e nem há manutenção do status quo, pois
tudo deve ser revisto continuamente. As melhorias não precisam ser grandes, mas
devem ser contínuas e constantes. A mudança é endêmica.
As empresas que buscam por métodos que melhoram seu dia a dia, valorizam
funcionários e contribuem para uma boa imagem para o comprador, obtém melhores
resultados. Por exercer todas essas virtudes, o modelo japonês de administração
ainda é tão atual. É possível refletir sobre as suas táticas e analisar qual se aplica
melhor ao cotidiano da empresa em que você trabalha. É até possível refletir sobre a
atualização de algumas delas, já que a sociedade muda a todo tempo. Se for preciso,
adapte os métodos.
Ou seja, tudo ocorre no seu devido tempo, nem antes, nem depois.
Contudo, para que seja bem-sucedido, o processo de produção deve contar com
dados, que podem ser monitorados para otimizar os processos.
70
Afinal, para que o just in time funcione, é preciso que o gestor tenha total controle
sobre o fluxo da empresa — seus processos e as necessidades dos clientes.
O Toyotismo é tão eficiente que mesmo após tantos anos, muitas empresas ainda
seguem esse modelo e obtém bons resultados. Um exemplo disso são as técnicas
kanban, Círculo de Controle de Qualidade (CCQ), cédulas de produção,
Desdobramento da Função Qualidade (QFD) entre outras.
O trabalho e importância dos CCQs nunca tem fim, pois encontrados os erros, e
posteriormente solucionados, é necessário manter o controle dos processos, para que
as variabilidades não voltem acontecer.
Por fim, uma empresa que utiliza o CCQ se beneficia de diversas formas: produz com
mais qualidade, valoriza o trabalho dos colaboradores, trabalha com maior eficiência,
envolve os funcionários na qualidade e soluciona de forma mais rápida os problemas,
tornando-se uma organização que evolui constantemente.
71
Kaizen
A essência da prática Japonesa de administrar pode ser resumida há uma palavra
KAIZEN.
Kaizen é uma das ferramentas relevantes que são utilizadas para implementar
a melhoria contínua dentro de uma empresa.
Com origem japonesa, a palavra Kaizen é entendida como “melhoria”. Nesse sentido,
a sua adoção tem como objetivo melhorar:
• a qualidade das entregas para clientes;
• produtividade da equipe;
• segurança dos processos;
• cultura organizacional.
Dentro do método Kaizen, alguns princípios são fundamentais, como a busca por
medidas para conter e corrigir as causas dos problemas (e não apenas suas
consequências) e a análise de dados para fazer uma gestão baseada em fatos.
Para que tudo isso seja posto em prática, todos os envolvidos devem considerar ao
analisar um processo dentro de um projeto de melhoria contínua:
• condição atual;
• estado desejado;
• as etapas para alcançar esse estado ideal;
• o monitoramento de dados e resultados
72
Etapas da Metodologia Kaizen
Preparação
Essa fase ocorre em um período que pode variar de 3 a 8 dias antes do “evento”.
Evento
Nessa fase, o profissional que está alocado na equipe do projeto deve se dedicar
100% ao evento, durante 5 dias. Suas atividades diárias então, devem ser realocadas
para outros profissionais.
Follow-up
73
Após a implementação da mudança na fase do “evento” é necessário controlar a
mudança, alocando tempo e recurso para que a mudança seja mantida ao longo do
tempo. Essa é a etapa do follow-up.
O follow-up garante a manutenção das mudanças que foram planejadas e
implementadas.
Por isso, a fase de follow-up é fundamental para que sua empresa não volte ao estado
de qualidade anterior (resultado de um processo já enraizado).
REFERÊNCIAS
https://redeprocursos.com.br/docs/T%C3%89CNICO%20EM%20ADMINISTRA%C3
%87%C3%83O/M%C3%B3dulo/teoria-geral-da-administracao-chiavenato.pdf
https://www.infoescola.com/biografias/max-weber/
visitado em (16/05/2023)
https://www.coladaweb.com/administracao/teoria-comportamentaCHIAVENATO,
Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. In: Teoria Comportamental. 6.
ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.Por: Marcele Figueiredo
https://www.coladaweb.com/administracao/teoria-comportamental
visitado em (16/05/2023)
Introdução à Teoria Geral da Administração 7ª Edição – Idalberto Chiavenato – Editora
Elsevier – 2004 – Rio de Janeiro, RJ. Por: Frank da Silva Teixeira
https://www.coladaweb.com/administracao/teoria-da-contingencia
visitado em (16/05/2023)
74
WEBER, Max. Ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Pioneira,
1999.
WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret, 2001
https://www.totvs.com/blog/gestao-industrial/just-in-time/
(visitado em 12/05/2023)
https://ferramentasdaqualidade.org/circulos-de-controle-de-
qualidade/#:~:text=Basicamente%2C%20os%20C%C3%ADrculos%20de%20Control
e,do%20processo%20ou%20do%20produto
(visitado em 12/05/2023)
https://blogdaqualidade.com.br/circulos-de-controle-de-qualidade/
(visitado em 12/05/2023)
https://www.napratica.org.br/diagrama-de-ishikawa/
(visitado em 12/05/2023)
https://caetreinamentos.com.br/blog/melhoria-continua/o-que-e-
kaizen/?gclid=CjwKCAjwx_eiBhBGEiwA15gLNwMe8hIACeDN6VO1qRk0mTMCuqR
YdZUjPhLAtEENdBYm1i_dd_STohoCHwQQAvD_BwE
(visitado em 12/05/2023)
http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/teorias-organizacionais-teoria-
estruturalista-da-administracao-decada-de-1950
(visitado em 15/05/2023)
PARTE 2
Módulo 1
Administração
75
Métodos do Trabalho
Introdução
Como visto no conteúdo anterior, as organizações passam, frequentemente, por
transformações e precisam ter flexibilidade para acompanhá-las e sobreviver num
mercado de grande concorrência. Nesse cenário de recorrentes mudanças, elas
precisam gerir muito bem o seu pessoal e formar equipes consistentes; já os
colaboradores precisam cada vez mais serem e estarem preparados para interagirem
entre eles e formarem equipes de trabalho para juntos conquistarem os melhores
resultados e atingirem os objetivos que foram definidos.
76
Um grupo de pessoas que se constitui de forma organizada para atingir objetivos
comuns. Para que exista uma organização, é preciso que existam objetivos comuns,
divisão de trabalho, fonte de autoridade e relações entre as pessoas.
Investir no capital humano não é uma tarefa fácil, pois não basta o investimento por
si só, é necessário que o investimento e os esforços sejam direcionados de acordo
com os objetivos e as necessidades do pessoal e também da própria organização,
mas esses propósitos nem sempre estão em conformidade, sendo fundamental que
haja um gerenciamento do capital humano para que ele seja compreendido,
fortalecido e valorizado, permitindo que ambas as partes alcancem seus objetivos e
supram suas necessidades em sintonia.
77
Chiavenato (2020, p. 7) classifica os objetivos organizacionais e individuais da
seguinte forma:
78
Fonte: Chiavenato, 2020, p.7
A gestão de pessoas recruta e seleciona. Ela busca candidatos que possam vir a
colaborar para o desenvolvimento da organização e procura sempre selecionar os
melhores. O recrutamento pode ser feito internamente (com os próprios
colaboradores) ou externamente (recrutando pessoas de fora da equipe).
Chiavenato (2014, p. 11) também apresenta alguns dos variados objetivos da GP, são
eles: ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão,
proporcionar competitividade à organização, proporcionar à organização pessoas
bem treinadas e motivadas, aumentar a autoatualização e a satisfação dos
colaboradores no trabalho e construir a melhor equipe e a melhor empresa.
Desenvolver pessoas significa apenas dar-lhes informação e apoio suficiente para que
elas aprendam novos conhecimentos, habilidades e competências e se tornem mais
eficientes no que fazem. É, sobretudo, dar-lhes a formação básica para que aprendam
novas atitudes, soluções, ideias, conceitos e que mudem seus hábitos e
comportamentos e se tornem mais eficazes no que fazem. Formar é muito mais do
que simplesmente informar, pois representa um enriquecimento da personalidade
humana. (CHIAVENATO, 2014, p. 307).
Como exemplo de métodos que podem ser utilizados pelas organizações para
desenvolverem pessoas, podemos citar: participação em cursos, workshops,
seminários (internos e externos); mudanças de cargo (trocar os colaboradores de
80
cargo para que vivenciem novas experiências); jogos empresariais; participação em
comissões de trabalho; aprendizagem prática e centros de desenvolvimento interno.
LIDERANÇA X CHEFIA
Existe uma grande diferença entre líder e chefe. A chefia vem sendo substituída, há
alguns anos, pela liderança. Hoje, a figura do chefe já não é mais tão bem aceita nas
organizações; é um sinônimo de retrocesso, mas isso não significa que o uso de chefia
está sendo extinto, pois os líderes passarão por situações em que terão que ser
chefes.
De forma curta e simples, podemos diferenciar o líder do chefe com apenas duas
características (uma de cada), talvez as mais marcantes: o chefe comanda, o líder
conduz. A chefia está ligada ao cargo, já a liderança à postura. Um líder não precisa
ter um cargo de poder para influenciar pessoas, mas o chefe precisa do seu cargo
para ser reconhecido pelos demais.
81
pessoal e profissional. Ser um líder significa construir um compromisso para atingir
objetivos entre aqueles que estão sendo conduzidos, bem como ter um forte desejo
de que eles continuem a progredir. (ROBBINS, 2014, p. 249).
LÍDER CHEFE
Conduz Pessoas Comanda Pessoas
Dá orientações Dá ordens
Possui parceiros; uma equipe Possui subordinados
Direciona as pessoas Manda nas pessoas
Foca nas pessoas para alcançar resultados Foca apenas nos resultados
Compartilha conhecimentos Guarda conhecimentos para si
Incentiva Desestimula
Tem autoridade Tem poder
É respeitado É temido
Formando Líderes
Os líderes têm um papel muito importante para as organizações. Diferente do chefe,
eles agem como facilitadores no desenvolvimento de pessoas e equipes, o que faz
muitas organizações investirem na formação de lideranças, processo esse que
também fica sob responsabilidade da Gestão de Pessoas, já que estamos falando de
treinamento e desenvolvimento. Para Robbins (2014) bons líderes não surgem do
nada e, por isso, as empresas precisam cultivá-los para adquirirem as habilidades e
competências necessárias.
A mentalidade do integrante de uma equipe é e deve ser diferente para que a equipe
realmente exista e não seja apenas um grupo. O individualismo, o egoísmo, a
competição e o ego devem ser deixados para trás e substituídos pela cooperação,
ideia de coletivo, empatia e comprometimento com todos os envolvidos.
Outro ponto que deve ser considerado ao discorrer sobre equipes é a diversidade.
Quando falamos de diversidade, estamos falando de diferentes raças e etnias,
personalidades, idades, religião e cultura. Equipes precisam ter variedades de ideias,
conhecimentos e habilidades que são oriundos de pessoas diferentes. Além de
reconhecer o valor que tem a diversidade, os integrantes das equipes costumam
respeitá-la e utilizá-la de forma favorável para o fortalecimento do grupo.
Cultura Organizacional
Segundo Chiavenato (2015, p. 48):
84
alguma mudança na cultura da organização para que a mesma seja uma forte
incentivadora das equipes de trabalho.
Sobre a relação da cultura corporativa com as equipes, Lacombe (2011, p. 275) diz:
As Fases do Desenvolvimento
O desenvolvimento de equipes é uma técnica que tem como objetivo aproveitar, da
melhor forma, o capital intelectual das organizações. Equipes bem desenvolvidas
realizam melhor as atividades e proporcionam maior qualidade de produtos e serviços,
aumento da produtividade, redução de custos e a satisfação de seus integrantes. Para
isso, é necessário que haja todo um planejamento, ou seja, uma boa gestão, caso
contrário, os resultados poderão ser prejudiciais para a organização, pois equipes mal
gerenciadas têm um baixo desempenho e ainda desperdiçam energia, tempo e
recursos financeiros.
[…] equipes de alto desempenho não acontecem por acaso. É preciso treino,
disciplina e muito esforço. Transformar um grupo de indivíduos em uma equipe
altamente interdependente e produtiva, com um propósito comum, exige uma
abordagem de liderança de equipes eficaz. Para maximizar o trabalho em equipe, é
preciso construir equipes diversas, conectadas, motivadas e de alto desempenho. Isso
dá ao seu negócio uma vantagem importante para resolver novos problemas e atacar
projetos complexos. (BLANCHARD, 2019, p. 184).
85
Uma equipe que chegou à última etapa do seu desenvolvimento e alcançou a alta
performance possui características como as seguintes: atitude inclusiva (os membros
se sentem parte da equipe e faz questão que os demais também se sintam incluídos;
eles reconhecem a importância que cada um tem para o outro), conhecimento
compartilhado (os membros possuem maturidade suficiente para compreender que
seus conhecimentos devem ser compartilhados e não guardados para si), liderança
compartilhada (mesmo havendo um líder, os membros compartilham dessa liderança
e assumem as responsabilidades), flexibilidade (os membros estão abertos para
novidades e preparados para mudanças que possam surgir), crença em um padrão
de excelência e tomada de decisão por consenso.
Considerações Finais
A Gestão de Pessoas é essencial para as organizações e, especificadamente, para
as equipes de trabalho. Isso porque, sem uma cultura organizacional favorável
dificilmente haverá equipes. Sem treinamento e desenvolvimento de pessoas
dificilmente haverá equipes. Sem formação de líderes dificilmente haverá equipes.
86
Sem incentivos e reconhecimentos dificilmente haverá equipes. Sem avaliação de
desempenho e feedback dificilmente haverá equipes. Ou seja, sem Gestão de
Pessoas dificilmente haverá equipes. Dificilmente haverá, pois pode até haver, mas,
com certeza, não serão equipes de alto desempenho, equipes que atingirão os
melhores resultados e que irão impulsionar o sucesso da organização além de
sustentá-la durante os períodos de turbulência.
A princípio, pensar na disposição do arranjo físico pode parecer uma tarefa banal.
Pode-se imaginar que é necessário apenas “fazer com que tudo caiba no espaço que
tenho disponível”. Engana-se quem não leva em consideração alguns parâmetros
importantes para a definição do melhor layout para o seu empreendimento. Em outras
palavras, com um layout mal planejado, o empreendedor pode estar sujeito a uma
série de problemas em seu processo produtivo que culminarão em uma redução
da eficiência operacional.
87
O primeiro passo para a definição do layout de um ambiente deve consistir no
entendimento da finalidade do referido ambiente. Em outras palavras, ambientes cujo
uso é voltado para a prestação de serviços devem possuir um arranjo físico específico
direcionado a este fim.
88
realização da análise de layout. Então, um estudo prévio das normas
regulamentadoras para o tipo de ambiente ao qual se irá dimensionar o layout é
fundamental.
• Volume de produção;
• Volume de pessoas que ocuparão o ambiente;
• Tipos de processo produtivo utilizados;
• Listagem dos equipamentos produtivos que comporão o layout.
Enfim, como saída do projeto de layout teremos a definição do tipo de arranjo físico
adequado para o local analisado, o posicionamento ideal do maquinário e
equipamentos, juntamente com os fluxos de pessoas e materiais.
Layout Linear
Este tipo de arranjo consiste em instalar o maquinário lado a lado, como visto na
imagem abaixo, visando obter maior volume de produção. Nesse sistema, as linhas
de produção são geralmente dedicadas a um único tipo de produto favorecendo uma
única sequência de operações.
O Layout Linear é recomendado para indústrias que visam produção em larga escala
e com baixa variedade de produtos. Como desvantagem, é possível destacar a
dificuldade de realizar adaptações para dentro da sequência de operações, uma vez
que o sistema é caracterizado como engessado.
Layout Funcional
Já no Layout Funcional, o maquinário está dividido em setores de acordo com a área
destinada para cada tipo de operação. Esse sistema é indicado para produções em
lote, o que proporciona uma certa variabilidade de produtos, através da sequência de
operações e, consequentemente, de locais que serão estabelecidos.
90
Além disso, pode-se destacar também o agrupamento de funcionários que realizam
atividades similares, facilitando a troca de informações. Em contrapartida, devido ao
distanciamento entre os funcionários de diferentes setores, pode-se haver problemas
de comunicação, gerando erros de execução.
Layout Celular
O Layout Celular se caracteriza como uma mescla entre o Linear e o Funcional.
Assim, este tipo ao mesmo tempo que se organiza em setores, também segue
uma sequência de operação com o intuito de diminuir o tempo que o produto percorre
na linha de produção.
Layout Posicional
O Layout Posicional é indicado para projetos de estruturas complexas, como uma
aeronave ou um navio, no qual é necessário que o produto esteja parado e a
movimentação aconteça por parte dos funcionários. Neste sistema, o maquinário é
específico para o tipo de produção e deve favorecer a movimentação dos operadores.
91
Como o arranjo físico afeta o desempenho da sua empresa?
Partiremos da seguinte afirmação: o layout de determinado sistema de manufatura
influencia diretamente o fluxo de trabalho e os processos em uma empresa. Onde
entende-se “sistema de manufatura” como qualquer conjunto de pessoas,
procedimentos e equipamentos utilizados para a fabricação de um produto final. Logo,
um sistema produtivo pode ser desde uma padaria até uma montadora, ambos
fabricam um produto final, seja pães ou veículos.
Assim também, muitos destes relacionam-se entre si. Logo, podemos notar que tais
benefícios não se aplicam isoladamente, mas sim de forma simultânea.
De forma a pontuar o quão prejudicial pode ser para o seu empreendimento um arranjo
físico sem uma análise de layout adequada, temos:
• Dificuldades na gestão por processos provocando atrasos na produção.
• Congestionamentos frequentes e pausas na produção;
• Perda ou desperdício de matéria-prima;
• Danos ao ambiente instalado;
92
• Gargalos e ociosidade ocorrendo simultâneamente na produção em pontos
distintos;
• Acidentes de trabalho;
• Aumento dos custos;
• Ciclos prolongados de operação;
• Dificuldades no monitoramento e controle das atividades e mão de obra.
Para finalizar conclui-se que o arranjo físico está intimamente ligado ao desempenho
da sua organização.
REFERÊNCIAS
BLANCHARD, Ken. Liderança de Alto Nível: Como Criar e Liderar Organizações de
Alto Desempenho, 3ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2019.
CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando com as Pessoas: Transformando o Executivo
em um Excelente Gestor de Pessoas, 5ª edição. São Paulo: Manole, 2015.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: O Novo Papel dos Recursos
Humanos, 4ª edição. São Paulo: Manole, 2014.
CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à Administração de Recursos Humanos, 4ª
edição. São Paulo: Manole, 2010.
CHIAVENATO, Idalberto. O novo papel da Gestão do Talento Humano, 5ª edição. São
Paulo: Atlas, 2020.
HOUSEL, Debra J. Equipes: Gerenciando para o sucesso – Série Profissional –
SENAC, 1ª edição. São Paulo: Cengage Learning: Editora Senac Rio de Janeiro,
2012.
LACOMBE, Francisco José Masset. Recursos humanos: Princípios e Tendências, 2ª
edição. São Paulo: Saraiva, 2011.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Administração de projetos: Como Transformar
Ideias em Resultados, 5ª edição. São Paulo: Atlas, 2014.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração, 8ª edição. São
Paulo: Atlas, 2011.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração – Da Revolução
Urbana à Revolução Digital, 8ª edição. São Paulo: Atlas, 2018.
ROBBINS, Stephen P. A Nova Administração, 1ª edição. São Paulo: Saraiva, 2014.
ROBBINS, Stephen P. Lidere & Inspire – A Verdade Sobre a Gestão de Pessoas, 1ª
edição. São Paulo: Saraiva, 2016.
[1] Especialista em Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Gerencial. Bacharel em
Administração de Empresas.
[2] Orientador. Especialização em Teoria Psicanalítica.
PARTE 3
Módulo 1
Administração
Com o objetivo de reduzir o retrabalho e evitar acidentes nas indústrias, esse estudo
envolve abordagens variadas sobre questões preventivas e promoção da saúde e
qualidade de vida entre empregados e empregadores.
A regra serve para todos os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos
poderes Legislativo e Judiciário com profissionais atuantes pela Consolidação das
Leis Trabalhistas (CLT).
Apesar de ser vista como uma obrigação, nada de achar que o requisito é negativo
para a sua empresa — pelo contrário! É a Segurança do Trabalho que se
responsabiliza pela organização de atividades voltadas para a prevenção, além de
atuar para evitar acidentes e pela mudança cultural dentro da empresa.
Para ser categorizado como tal, ele deverá provocar lesão corporal ou perturbação
funcional do segurado. Como consequência, a perda ou a redução da capacidade
para o trabalho precisam atingi-lo de alguma forma para que seja considerado, de fato,
um acidente de trabalho.
95
Qual é a importância da Segurança do Trabalho?
Você já deve ter visto que a falta de preocupação com Segurança do Trabalho pode
gerar prejuízos aos empregadores, certo? Será que vale a pena pagar pelos impactos
dos acidentes de trabalho? A resposta sempre será a mesma: não.
Ao investir na seguridade das pessoas e dos processos, sua empresa não só estará
em cumprimento com as normas determinadas pelo MTE como também abrirá as
portas para as seguintes vantagens:
Diminuição de acidentes
A principal meta da Segurança do Trabalho é assegurar a prevenção dos acidentes
laborais que podem causar danos à integridade física e mental dos empregados.
Assim, é mantido um ambiente saudável e favorável para a saúde e o bem-estar de
todos os envolvidos, expressando um sentimento de cuidado e proteção.
Organização
Para aumentar os resultados na organização, o profissional responsável pela
Segurança do Trabalho deve implementar uma cultura organizacional, priorizando a
limpeza e a sistematização do ambiente.
Redução de custos
Um bom técnico em segurança do trabalho é aquele que sabe calcular de forma
estratégica. Os investimentos com a salvaguarda podem representar novos custos
com a contratação de um profissional e a compra de equipamentos.
Por outro lado, ele representa a diminuição de gastos e desgastes com afastamentos,
ações judiciais e com o reparo da imagem da empresa.
Credibilidade
Como mencionamos acima, uma empresa que pode atestar os investimentos na
redução de acidentes e ocorrências garante uma imagem mais forte diante do
mercado.
96
Essa credibilidade tem extrema importância para marcas que desejam se consolidar
em um mercado competitivo. A demanda por diferenciais é contínua, e a
demonstração de responsabilidade social conta muito pontos.
Oportunidades
O treinamento de segurança pode se revelar como uma grande chance de manter
todos os colaboradores integrados em uma única causa.
É claro que a quantidade de funcionários que integrarão a área deve variar conforme
o número de colaboradores e o grau de risco da atividade principal da organização.
Ela deve ser composta por empregados da empresa que desejam contribuir para a
prevenção de acidentes e de assédio, promovendo a saúde e o respeito dos
trabalhadores por meio de ações eficientes e coordenadas.
• atendimento à legislação;
• identificação de riscos e perigos entre as atividades da empresa,
possibilitando a atuação preventiva;
97
• conscientização de colaboradores quanto aos cuidados com a saúde e
integridade física de todos.
É possível que uma mesma organização seja obrigada a acompanhar mais de uma
Norma Regulamentadora. Tudo dependerá da atividade de trabalho.
As empresas precisam estar nos conformes das normas obrigatórias por conta da
fiscalização. A execução das normas geram consequências positivas, como o foco em
98
metas voltadas para a promoção, a manutenção, a prevenção, o acompanhamento e
a reabilitação da saúde do trabalhador.
Investir em um profissional capaz de ajustar a empresa aos padrões exigidos pela lei
é uma ação de extrema representação que garantirá alívio diante de auditorias e
avanço diante da consciência de segurança entre os processos e nós desejamos que
você ao término desse curso, seja esse profissional.
Vale lembrar que as NRs não trazem obrigações somente para a empresa, mas
também para os funcionários. Afinal de contas, a preocupação com saúde e
segurança deve partir de todos os lados.
Faça questão de elogiar tudo o que estiver sendo feito da forma certa. Busque manter
uma relação com os líderes para saber quais funcionários e setores demonstram mais
interesse por tais questões.
99
Observe os funcionários que se desempenham com a segurança e saúde de si e dos
colegas. O ato de parabenizá-los fará com que eles entendam que o procedimento
certo os torna uma referência a ser acompanhada.
Um ambiente de trabalho saudável e seguro para todos precisa ser visto como um
objetivo estratégico da corporação que deseja se destacar no mercado.
https://www.nomus.com.br/blog-industrial/seguranca-do-trabalho/
(visitado em 15/05/2023)
100
Certificações: Parâmetros de Qualidade
ISO
A sigla ISO denomina a International Organization for Standardization, ou seja,
Organização Internacional de Padronização.
Apesar desses dois conjuntos, o mais utilizado pelas organizações em todo o mundo
é a ISO 9001, que diz respeito ao conjunto de normas de padronização para um
produto ou serviço específico. Ela é uma ferramenta por meio da qual as empresas se
baseiam para desenvolver uma gestão de qualidade visando otimizar os processos de
funcionamento. Isto é, orienta a empresa ao especificar etapas, ações e maneiras de
se realizar atividades.
101
É necessário citar a versão da ISO 9001 que existe no Brasil, a ABNT NBR ISO 9001.
Assim como a versão original, ela tem o objetivo de, por meio do estabelecimento de
um conjunto de normas, assegurar que uma empresa forneça bens e serviços de
acordo com o que o cliente solicitou.
Como surgiu?
A ISO 9001 foi desenvolvida em 1987 com o propósito de ser um padrão internacional.
Ela tinha a finalidade de assegurar a qualidade de produtos e serviços ofertados por
uma organização. Durante a sua elaboração, usou-se como base a norma britânica
BS5750.
Foco no cliente
A satisfação dos clientes é um dos princípios mais importantes da ISO 9001. Sendo
assim, as empresas precisam desenvolver as melhores ações para alcançar isso,
como aquelas referentes à fabricação de um produto ou serviço.
Essa satisfação, porém, não quer dizer apenas que os consumidores sentiram que
tiveram as suas necessidades supridas ao comprar um produto; significa que eles
sentiram que receberam mais do que esperavam. A satisfação dos clientes, portanto,
está relacionada à superação de expectativas, pois é isso que os fará voltar a negociar
com a empresa.
Liderança
A liderança é outro princípio que deve estar estritamente ligado à criação de
processos inteligentes, que serão executados de modo eficaz por cada colaborador.
Ou seja, é a liderança que conduzirá os processos empresariais de modo que gerem
resultados promissores: ganho de produtividade, satisfação dos clientes e aumento
da lucratividade.
Abordagem de processo
Todo negócio é constituído de uma diversidade de processos industriais, cada um com
sequências particulares de etapas e atividades. Por isso, a abordagem de processo
também configura-se como um princípio da ISO 9001, já que possibilitará uma
compreensão sobre o funcionamento de cada processo e de todas as interações
envolvidas.
Melhoria contínua
A busca pela melhoria contínua é, definitivamente, um elemento vital para que
qualquer empresa tenha sucesso. É o que a faz identificar erros na execução de
processos, como quando a equipe de finanças não sabe bem como monitorar de
forma assertiva os indicadores financeiros ou quando a equipe de RH comete falhas
no processo de recrutamento e seleção.
Deve-se reunir dados sobre a causa do problema para que, somente após isso, seja
tomada alguma medida corretiva.
103
Gestão de relacionamento
Uma organização não consegue deixar os clientes satisfeitos apenas quando vende
produtos de qualidade. Isso porque a satisfação é mais complexa, pois envolve toda
a jornada de um cliente, o que significa que, mesmo após a venda, a empresa precisa
continuar gerenciando um bom relacionamento com ele.
Aprimoramento de serviços
Ao colocar em prática todas as normas da ISO 9001, o processo de produção é
melhorado, beneficiando a organização com o aprimoramento das soluções, afinal,
todos os processos de produção são mapeados. Desse modo, caso algum funcionário
104
falte, por exemplo, outro poderá substituí-lo para dar prosseguimento no fluxo de
trabalho.
Após isso, deve-se contratar um organismo de certificação para realizar uma auditoria
e emitir o selo de qualidade. O organismo certificador brasileiro é o Instituto Nacional
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, o Inmetro.
Entre os requisitos que a organização precisa cumprir para obter o certificado, estão
o CNPJ formalizado e o alinhamento com a legislação referente ao seu ramo de
atividade. Outro ponto importante é que o certificado vale por 3 anos, e a empresa
precisa passar por auditorias anuais para reafirmar a integridade do sistema de
gestão.
105
Há, ainda, as modificações referentes à gestão do conhecimento. Graças a elas, as
empresas agora são capazes de se proteger da perda de capital intelectual: a soma
do capital humano com o capital estrutural.
Para compreender a distinção entre elas, basta entender que a ISO 9000 é um
conjunto genérico de normas de gestão que pode ser implementado por qualquer
empresa, enquanto a ISO 9001 trata-se de um conjunto particular de normas de
gestão que só pode ser implementado por empresas que produzem produtos, serviços
ou ambos.
Conclusão
No decorrer da leitura deste conteúdo, esclareceu-se o que é a ISO, International
Organization for Standardization, e, em seguida, sobre um dos conjuntos de normas
que ela desenvolveu: a ISO 9001.
Mas lembre-se: para conseguir obter o certificado ISO 9001, isto é, o selo de qualidade
do Inmetro, é necessário implementar todas as diretrizes na empresa antes de
solicitar.
Vale ressaltar, ainda, que o ISO 9001 não é obrigatório, mas quando uma empresa é
certificada com ele, ela ganha vantagem competitiva.
106
Existem três categorias de membros, que são as seguintes:
⦁ Membros inscritos: mantêm-se à par do trabalho da ISO, mas não podem participar
dos encontros, vender ou adotar os padrões da ISO nacionalmente.
O Brasil é um dos membros de pleno direito, o que significa que a ABNT, que
representa a ISO no país, exerce influência nas votações e encontros realizados com
os demais.
OHSAS 18001
A OHSAS 18001 consiste numa norma internacional para sistema de
gestão de segurança e saúde ocupacional (SSO). É uma ferramenta que fornece
orientações para uma organização poder implantar e avaliar-se em relação aos seus
procedimentos de segurança e saúde ocupacional.
OHSAS é uma sigla em inglês para Occupational Health and Safety Assessment
Series, cuja melhor tradução é Série de Avaliação de Segurança e Saúde
Ocupacional.
O sistema de gestão proposto pela OHSAS pode ser integrado em outros sistemas de
gestão, mas o seu funcionamento é independente dos restantes.
ISO 45001
A ISO 45001 é a nova norma ISO para saúde e segurança ocupacional. Ela foi
estabelecida para melhorar drasticamente os níveis de segurança e produtividade no
local de trabalho. Com ênfase no compromisso de gerenciamento, envolvimento dos
trabalhadores e controle de riscos, a ISO 45001 visa prevenir lesões, doenças e
108
mortes relacionadas ao trabalho, especificando requisitos para um sistema de
gerenciamento de saúde e segurança ocupacional.
Essa nova norma, que substituirá a OHSAS 18001, segue a abordagem de outros
sistemas de gerenciamento, como a ISO 14001 e a ISO 90001. Embora a ISO 45001
se baseie em determinados aspectos da OHSAS 18001, ela é uma norma nova e
distinta, não uma revisão ou atualização. As empresas precisarão garantir que as
práticas atuais de pensamento e segurança no local de trabalho estejam em ordem
para manter a conformidade organizacional.
109
Essas diferenças representam uma mudança significativa na forma como a saúde e a
segurança são gerenciadas. Para ter sucesso, os negócios devem reavaliar seus
sistemas de gerenciamento atuais e se preparar para migrar para a ISO 45001.
Ferramentas de Qualidade
Se tem algo que não se deseja no cenário empresarial em nenhuma etapa de seu
processo são os resultados negativos. Sejam eles de origem operacional ou
administrativa, sejam falhas de equipamentos ou erro humano, podendo resultar em
paradas de produção, atrasos na entrega de um produto ou serviço, acidentes
pessoais, danos ambientais e prejuízos financeiros.
110
Diagrama de Causa e Efeito (ISHIKAWA)
O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como Diagrama Espinha de Peixe, é
uma ferramenta que ajuda as pessoas a identificar possíveis causas para problemas.
Ou seja, o método serve para que a gente encontre causas para problemas, mas
também nos ajuda a encontrar causas para bons resultados – tudo pela análise do
processo.
Dessa forma, sempre que vamos utilizar essa ferramenta, nós analisamos cada um
dos 6Ms para definir causas.
Os 6Ms são:
• Método
• Máquina
• Medida
• Meio Ambiente
• Material
• Mão de Obra
111
Não é à toa que o Diagrama de Ishikawa também é conhecido como Espinha de Peixe.
Ao representar o modelo contemplando as 6 áreas de análise de causas, temos a
imagem do esqueleto de um peixe fielmente representada.
Nesse esqueleto, cada um dos Ms está relacionado a um mesmo efeito, único, e que
está sob análise da equipe. Por isso, lembre-se: o Diagrama deve ser utilizado para
analisar um único efeito, claro e bem definido, e que pode ter raízes em várias causas.
Histograma
Histograma é um gráfico usado para análise de dados. Esse tipo de apresentação
facilita a observação dos valores.
112
Refazer o histograma acima
Tipos de histograma
Existem seis tipos de histograma, que são classificados pela forma de apresentação
das barras: simétrico, assimétrico, despenhadeiro, dois picos, achatado e pico isolado.
113
Esse tipo de histograma apresenta a frequência mais alta no centro e as mais
baixas ficam nos lados. É utilizado normalmente para representar dados médios
obtidos que são usados para fazer comparações com outras informações da pesquisa.
No histograma assimétrico existe um ponto central de destaque, bem mais alto que
os demais, o que indica uma grande variação entre os dados. As barras restantes são
irregulares e a assimetria pode ser à direita ou à esquerda.
114
Nesse tipo de histograma são representados dois pontos mais altos em pontos
diferentes do gráfico. Essa apresentação indica que existe mais de uma frequência
alta nos dados da pesquisa. Também é conhecido como histograma bimodal.
115
No pico isolado uma das barras tem muito destaque em relação às outras. Esse
tipo de apresentação pode indicar que existem falhas na coleta de dados da
estatística.
1. Reunir o conjunto de dados que vai ser usado no histograma e fazer uma tabela
de frequência.
2. Verificar a amplitude (diferença) entre o maior e o menor valor encontrado.
3. Definir quantas classes (barras) serão usadas de acordo com a quantidade de
dados. Basta dividir a amplitude pelo número de classes.
4. Montar o histograma utilizando as barras e os dados obtidos (maior e menor
valor de intervalos).
Esse gráfico é indicado para exibir uma grande quantidade de dados estatísticos,
principalmente quando a análise é focada em situações como essas:
Folha de Verificação
A folha de verificação é aparentemente muito simples de se aplicar e por isso é
considerada a mais utilizada entre as sete ferramentas da qualidade. Também
conhecida como lista de verificação, checklist, ou lista de recolhimento de defeitos, é
um formulário utilizado para padronizar e facilitar a coleta de dados além de
uniformizar a verificação e execução de processos.
116
Na indústria, dados registrados em folhas de verificação ajudam a entender se os
produtos tem as especificações exigidas. Por exemplo, é comum folhas de verificação
para:
• Localização de defeito
• Contagem de quantidades
• Classificação de medidas
• Existência de determinadas condições
• Tipos de reclamações
• Causas de efeitos
• Causas de defeitos
Exemplo
Outros IIIII 5
Total 78
Após o levantamento dos dados, pode se observar que nessa empresa o problema
que mais ocorre durante a produção é a cor diferente do desenho, assim a empresa
deve analisar a possibilidade de utilizar outras ferramentas para resolução dos
problemas identificados.
Gráfico de dispersão
O gráfico de dispersão é uma ferramenta gráfica que permite visualizarmos com
clareza a correlação entre duas variáveis nos negócios de uma empresa. Muito
118
utilizada como uma ferramenta de qualidade, o diagrama aponta tendências e
padrões.
Esse gráfico é uma ferramenta de qualidade que se utiliza de pontos para comparar
duas variáveis numéricas. Cada ponto representa determinado valor no eixo horizontal
e vertical, por isso, é possível compreender a correlação entre eles e traçar uma
relação de causa e efeito.
Gráficos deste tipo são úteis tanto na descoberta das causas de determinado
problema nos processos organizacionais quanto para validar hipóteses e soluções.
Os dados ideais são aqueles coletados de forma aleatória, porém, tendo em vista o
que exatamente a empresa pretende alcançar. Ou seja, mirando na hierarquia de
problemas e objetivos de seus negócios.
Os dados, para serem analisados, precisam estar ordenados. A cada ponto a ser
inserido no eixo horizontal corresponderá a outro ponto do eixo vertical e isso deve
ser feito ordenadamente.
Então, tomemos como exemplo um gráfico que avaliará duas variáveis ao longo de
um ano. Você precisará de uma tabela dividida em doze linhas e duas colunas – uma
linha para cada mês e uma coluna para X e outra para Y, respeitando a sequência de
meses.
119
Na construção do gráfico, você transfere os pontos correspondentes ao encontro de
X e Y em cada ocorrência. No exemplo acima, você marcará no gráfico um ponto de
encontro de X e Y a cada mês de referência.
Agora você avaliará a disposição dos pontos no gráfico para avaliar se há uma
correlação negativa, positiva ou nula, e qual a intensidade da relação. Portanto, é hora
de identificar um padrão visual.
Você vai notar que alguns diagramas ficam com pontos bem concentrados, como uma
enorme mancha escura, outros ficam com os pontos dispersos. Alguns parecem
obedecer a um padrão, outros parecem não ter padrão algum. Vamos analisar cada
uma dessas hipóteses mais adiante.
Para facilitar a identificação de um padrão, você pode traçar uma reta para ligar os
pontos no gráfico. Com a reta fica mais fácil visualizar correlações negativas e
positivas e sua intensidade, pois dependerá da maior ou menor concentração dos
pontos em relação à reta, como veremos a seguir.
120
Se uma variável do diagrama tende a diminuir enquanto a outra variável tende a
aumentar, então entre elas existe uma correlação negativa.
Ao traçar uma reta que ligue boa parte destes pontos, você vai verificar que ela é
decrescente, ou seja, ela se inicia lá no topo do gráfico e depois vai descendo.
Quanto maior for a ocorrência de um dos dados, menor a dos outros dados em análise.
Exemplo prático: a relação entre estoque e preço de um produto tende a ser negativa.
Quanto maior o estoque de um produto, menor o preço dele.
Ao traçar uma reta que ligue boa parte destes pontos, você vai verificar que ela é
crescente, ou seja, ela se inicia lá na base do gráfico e depois vai subir.
Exemplo: a relação entre valores gastos com marketing e número de peças de roupas
vendidas. Pode ser que essa relação seja positiva, caso suas campanhas de
marketing sejam efetivas.
121
Se há uma grande dispersão entre os pontos e você não consegue visualizar uma
tendência, significa que, aparentemente, não há correlação entre elas.
Exemplo: a relação entre a idade dos colaboradores e suas metas de vendas. Pode
ser que não haja um padrão aí, o que demonstra que a idade não influencia na
capacidade de um vendedor.
Pontos dispersos no entorno da reta traçada indicam correlação fraca. Ou seja, você
até verifica que há uma correlação, dada a linha que é possível traçar entre os pontos,
porém, os pontos ficam dispersos e não se avolumam próximo à reta.
122
Os pontos estão tão concentrados próximos à reta, de modo que é possível inferir que
há, sim, uma forte correlação entre os fatores. É possível visualizar uma mancha
gráfica escura próximo à reta.
A correlação perfeita é quando todos os pontos formam uma reta perfeita. Ou seja,
todos os pontos estão dentro da reta, com uma distância constante entre si, formando
um padrão perfeitamente identificável.
Fluxograma
O fluxograma de processo é uma representação gráfica que descreve os passos e
etapas sequenciais de um determinado processo. Além disso, esta ferramenta pode
ser utilizada para abordar os processos de qualquer organização.
123
Por meio de figuras geométricas e outros elementos similares, um fluxograma quando
bem elaborado consegue simplificar o fluxo de informações, o fluxo das atividades e
entre outros elementos que compõem cada tipo de processo em uma organização.
124
Refazer a tabela do fluxograma acima
125
Fluxograma de Processos Linear
126
Fluxograma de processo Funcional
127
principalmente, a sequência entre eles. Assim, você garantirá a criação de um
fluxograma de processos eficiente e fácil de compreender.
Sobre os símbolos, existem uma enorme variedade, porém quanto mais símbolos
forem usados, mais complexo ficará o fluxograma.
Segundo Peinado e Graeml (2007) uma técnica eficaz é fazer perguntas para cada
etapa desenhada. Veja o exemplo a seguir desenvolvido pelos autores.
Carta de Controle
A Carta de Controle é uma das 7 ferramentas da qualidade e é essencial para o
acompanhamento dos processos. Visto que, o seu uso demonstra informações
relevantes que permitem controlar a eficácia desses processos.
128
Em outras palavras, o objetivo dessa ferramenta é observar se o processo está dentro
dos padrões pré-estabelecidos e evidenciar quando há presença de desvios
ocasionados por causas comuns ou especiais.
Dessa forma, é possível aplicar medidas que evitam e/ou corrigem essas variações
indesejadas. Assim, evitam-se não conformidades, além de garantir um sistema de
gestão que implanta melhorias continuamente.
• Causas comuns
• Causas especiais
Por outro lado, as causas especiais são aquelas devem ser evitadas e/ou eliminadas.
129
Outro ponto importante é que os cálculos da LIC e LSC utilizam como base a
ferramenta Seis Sigma.
O ideal é manter as variações dentro do espaço onde está a “linha média”. Se essa
variação ultrapassar o “limite superior” ou o “limite inferior” significa que algo está fora
dos padrões.
Portanto, caso seja identificado algum desvio no gráfico, é necessário identificar suas
causas e aplicar as soluções necessárias para que as variações fiquem dentro da
média.
Existem dois tipos de gráficos de controle:
A medição da carta por atributos é mais indicada nos casos em que o objetivo é
identificar se o processo está conforme ou não.
Além de se tratar de uma opção mais simples, também permite aplicar ações
corretivas em casos de desvio de padrão.
130
Para finalizar, podemos notar que são inúmeros os benefícios que podemos alcançar
utilizando a carta de controle no sistema de gestão.
Diagrama de Pareto
O Princípio de Pareto foi formalizado no século XIX por Vilfredo Pareto, um
economista italiano que desenvolveu métodos para estudar e descrever a distribuição
desigual das riquezas no país. Como resultado de seus estudos, Pareto chegou à
conclusão de que 20% da população detinha 80% das riquezas produzidas (Relação
80/20).
https://www.youtube.com/watch?v=1XKzMz7wOw0&t=1175s
1.Liberação de espaço;
2. Eliminar materiais, equipamentos, prateleiras, ferramentas de trabalho e
instrumentos em desuso;
3.Eliminar dados de controle ultrapassados;
4.Eliminar itens fora de uso e sucatas.
3.8.2 2º SEITON – Senso de Arrumação
O nome “arrumação” já indica tudo, não é mesmo? Portanto, designar um local para
guardar os objetos de modo organizado e que todos saibam onde encontrá-los é o
segredo para que seja possível localizar, rapidamente, tudo que for preciso naquele
momento.
Isso porque o Senso de limpeza significa também, zelar pelos objetos e materiais de
trabalho individual ou coletivo. É senso da conservação e da preservação.
Sendo assim, devemos fazer o que tem que ser feito, de maneira como deve ser feito,
mesmo que ninguém veja. E isso é o que significa a disciplina do 5º Senso –
SHITSUKE.
Preparação
Nesse momento é preciso selecionar pessoas chave para integrar à equipe. É nesta
etapa que será realizada uma discussão com todos os membros da equipe para
obtenção do comprometimento e definição de objetivos. Portanto, defina a sua Equipe
e dê início a implantação.
Verificação do ambiente
É interessante que seja aplicado um questionário a todos os colaboradores para que
seja possível analisar a percepção do ambiente setorial quanto de toda a empresa,
ajudando no processo de preparação e definição de prioridades. Além disso, é
possível perceber se há descontentamento com o ambiente físico e/ou emocional na
empresa.
2ª etapa: Planejamento
Equipe de implantação pode ser a responsável pela elaboração de um cronograma,
um plano de orientação que determine quais ferramentas serão utilizadas, bem como
dividir as atividades em etapas.
É importante que a opinião de cada um seja ouvida, principalmente por que, cada um
da equipe pertence a áreas diferentes da organização. Além de que, a percepção de
um pode ser diferente do outro, e ideias diferentes podem gerar resultados melhores
quando se busca por melhorias.
4ª etapa: Reunião
A equipe pode convidar toda a organização para uma reunião, na qual serão
compartilhados todos os dados, mostrando a importância de que todos tenham
compromisso e disposição para implantar a metodologia 5S.
5ª Etapa: Implantação
Após a reunião de sensibilização com a organização, o programa começa a ser
efetivamente implantado.
135
As responsabilidades deverão ser divididas conforme as áreas de trabalho, bem como
os mapas de acompanhamento do trabalho. Em casa fase, as pessoas envolvidas
devem se reunir para definir as atividades, esclarecer dúvidas, citar exemplos, propor
metas e o que for necessário conforme as demandas.
6ª Etapa: Acompanhamento
A equipe organizadora precisa se planejar e se organizar para fazer visitas nas áreas
onde acontecerão as implantações da metodologia. Deve haver pelo menos dois
membros da equipe organizadora, supervisionando a visita.
É essencial que todos sigam o programa, desde os gerentes e diretores aos técnicos
de apoio.
Implantação do 1º S
Convide os colaboradores, estimulando-os a questionar a utilização de diferentes
objetos de uso diário, que fazem parte do ambiente de trabalho. Exemplo: materiais,
máquinas e ferramentas, copos, papel.
“Dia D”
Escolha um dia para que, em forma de mutirão, seja realizada “uma faxina” nos
espaços e de trabalho e no setor, colocando em pratica o 2º e 3º S (Arrumação e
Limpeza)
136
4º e 5º S
Faça “blits” na organização, vá aos dos setores e nas áreas específicas para apontar
possíveis não conformidades. Se não houver não conformidades, que tal pensar numa
premiação? Todo mundo gosta de receber elogios e ser lembrado.
Manutenção
Ciclo do PDCA
O Ciclo PDCA é um acrônimo para o ciclo de Deming, que é um método de execução
da melhoria contínua dos processos. As letras P, D, C e A representam as
quatro etapas do ciclo:
Plan (planejar) identificaçãp, observação e análise do problema, juntamente com o
planejamento de ação;
Do (fazer) mãos à obra;
Check (checar) verificação do plano de ação;
Act (agir) correção, padronização, execução.
Princípios da Metodologia 5S para você não se esquecer
Benchmarking
O benchmarking, que numa tradução forçada significa “marcação de banco”, mas é
mais comumente traduzido de forma mais dinâmica como “avaliação comparativa“, é
uma ferramenta de gestão que consiste em analisar casos de sucesso no mercado,
buscando identificar seus pontos positivos e fatores críticos de sucesso.
137
Benchmarking (Alvarenga, 2021)
Nos dizeres de Chiavenato, “O benchmarking é um processo contínuo para avaliar
produtos, serviços e práticas dos concorrentes mais fortes e das empresas que são
reconhecidas como líderes empresariais, com o propósito de aprimoramento
empresarial. Trata-se de uma fonte inesgotável de ideias e experiências alheias. O
termo significa um marco de referência, um padrão de excelência que precisa ser
identificado para servir de base para mudança e inovação” (CHIAVENATO, 2007, p.
196).
Assim, o benchmarking deve ser encarado como um processo contínuo que permite
identificar falhas no contexto empresarial, ao compará-la com outras organizações
(que são chamadas de benchmarks), proporcionando aprendizado organizacional e
melhoria contínua.
No entanto, o benchmarking não deve ser visualizado apenas como uma cópia, uma
imitação de outras empresas. Com efeito, o benchmarking deve proporcionar um
norte, uma referência mediante a análise das práticas de outras empresas.
Tipos de benchmarking
Neste tópico de benchmarking para concursos, analisaremos os tipos de
benchmarking. Quando se fala em benchmarking, pensa-se quase que
automaticamente em uma organização buscando as melhores práticas de suas
concorrentes no mercado. No entanto, este é apenas um dos tipos de benchmarking
(e também o mais difícil de ser executado na prática, o benchmarking competitivo).
138
Nesse sentido, sobre os tipos de benchmarking, temos os seguintes:
Estágios de benchmarking
Para que o benchmarking obtenha sucesso, não adianta simplesmente observar boas
práticas no mercado, sem um método e sem um propósito de aplicação. É necessário
planejamento e avaliação das melhorias que se pretendem alcançar, visando à
melhoria contínua, inovação e excelência operacional, tudo o que o benchmarking
permite obter.
139
Organograma
O organograma é uma importante ferramenta visual que permite aos colaboradores
entenderem melhor como a empresa está organizada e quem são seus superiores e
subordinados diretos.
Organograma vertical/clássico
Nele, os cargos são distribuídos por grau de importância, vindo de cima para baixo.
Desse jeito, quem está no topo é quem possui o cargo de maior hierarquia dentro da
organização.
As vantagens de utilizar esse tipo de organograma são que ele torna mais fácil o
desenvolvimento de um plano de cargos e carreiras e a compreensão do fluxo de
trabalho.
Organograma horizontal
142
Isso pois, nele, os colaboradores possuem mais autonomia, voz em processos de
tomada de decisão bem como podem exercer diferentes funções.
Organograma circular
143
No modelo circular, que também é chamado de radial, o foco da exposição de cargos
é ressaltar a importância do trabalho em equipe, já que os colaboradores são
colocados lado a lado em um formato de círculo.
Desse modo, é mais utilizado por negócios que desejam focar na colaboração entre
seus membros, e não na relação de hierarquia entre eles.
Organograma linear
144
Organograma em barras
145
Esse já um dos modelos com foco na hierarquização dos cargos da empresa. Porém,
diferente do clássico, neste os colaboradores são representados por meio de barras
dispostas verticalmente.
Cada uma dessas barras possui um tamanho que vai de acordo com o grau de
autoridade do funcionário dentro da organização, onde o maior cargo logicamente é
representado pela maior barra, e outros vão diminuindo à medida que perdem
autoridade.
Organograma matricial
146
Quando nos referimos a sua estrutura, o organograma matricial se assemelha ao
vertical, porém, ele é empregado em empresas que possuem maior flexibilidade, ou
seja, cargos e funções sem muita definição estrutural.
Normalmente, os negócios que fazem o seu uso são orientados pela execução de
projetos específicos, portanto possuem estruturas temporárias que misturam
departamentos e equipes diferentes.
Organograma Setorial
147
• Cargos e posições: é importante que o organograma apresente os cargos e as
posições de cada colaborador, para que seja possível entender as relações
hierárquicas e responsabilidades de cada um.
• Linhas de comunicação: o organograma deve mostrar as linhas de
comunicação entre os diferentes departamentos e equipes, para que todos
possam entender como as informações são transmitidas e quem é o
responsável de cada área.
• Fluxo de trabalho: é útil que o organograma apresente o fluxo de trabalho entre
as diferentes áreas, para que todos possam entender como os processos da
empresa se conectam e se complementam.
148
Por fim, é importante revisar e atualizar o organograma periodicamente, para garantir
que ele esteja sempre refletindo a realidade da empresa e suas mudanças
organizacionais.
Referências
ARAÚJO et. al. Sistema de gestão de segurança saúde ocupacional OHSAS 18.001
e ISM code comentados. GVC, 1 ed. 2006.
149
TAVARES, José da Cunha. Tópicos da administração aplicada à segurança do
trabalho. São Paulo: SENAC, 2019.
Disponível em:https://www.avetta.com/pt-br/blog/ohsas-18001-versus-iso-
45001#:~:text=A%20ISO%2045001%20foi%20projetada,final%20de%20mar%C3%A
7o%20de%202021 Visitado em 15 de mai. de 2023
151