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administração geral
Administração e o
Administrador – Funções
da Administração
Competências
Conhecer a Administração e seus conceitos.
Habilidades
Analisar a aplicação da administração e seus recursos, e
a melhor forma da aplicabilidade destas funções.
parte 1
A administração é uma ciência das mais abrangentes
existentes do conhecimento humano, ela interfere no
cotidiano do homem, das coisas, da produção, dos re-
cursos naturais e tudo que os cerca. O administrador é
o gestor, a cabeça pensante, o organizador, o analista de
causas e efeitos desta ciência; ao mesmo tempo, exige-
-se dele a constante integração do conhecimento com a
evolução e transformação de todos estes componentes.
Para Começar
Antes de falar de administração, quero levar você a uma
reflexão da atual conjuntura do planeta e do homem
que nele vive.
Sem considerar, nesta introdução, o passado recente,
mas a modernidade e pós-modernidade, em momento
de fluxos incomensuráveis de informações e o medo
com que convivemos no dia a dia da incerteza e ansieda-
de de um futuro desconhecido.
Tudo que acreditamos está alicerçado no conhecimen-
to empírico até então experimentado. No entanto, não
podemos deixar de lado a teoria, legado de pensadores
e grandes autores nesta ciência gratificante e estimula-
dora do crescimento e desenvolvimento social. Ciência
que estuda e retrata o homem, em seu comportamento,
suas habilidades, seus instrumentos e ferramentas na
ação de administrar.
As incertezas nos remetem a um túnel cuja luz fica dis-
tante, quando nos referimos ao futuro. Não só do homem
em si, mas em todo o universo que o cerca, na desen-
freada ânsia do novo, do consumismo e, consequente e
inconsequentemente, na destruição do meio ambiente.
O legado teórico dos pensadores na administração e
relacionamentos humanos, a modernização nos setores
produtivos aliados às inovações e tecnologia, nos leva a
uma reflexão mais profunda. Isso, no que se diz respeito
ao perfil profissional de administrador na atualidade, suas aptidões, no-
vos conceitos, quebras de paradigmas, conhecimentos, e acima de tudo,
preocupado com o bem-estar social e profissional das pessoas.
E isso tudo chega até você ou passa longe?
É uma preocupação que o aflige?
Existe uma receita pronta para este perfil profissional em especial ou
tende a curto ou médio prazo a mudar o que temos pronto hoje?
Você já analisou a administração do ponto de vista do seu dia a dia?
Façamos o seguinte: enquanto desenvolvemos a matéria, sempre se
imagine no foco da atenção, como o administrador de uma empresa fic-
tícia, partindo primeiramente da organização (arrumação) do seu quarto.
Esse é um departamento seu na empresa em que você trabalha (sua casa)
onde outras tantas pessoas (funcionários) fazem parte do seu cotidiano
(pais, irmãos e amigos).
Para começar, faça uma breve reflexão deste pequeno texto e guarde
com você, pois certamente servirá para outras situações:
Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o
que não se entende, não há sucesso no que não se gerencia. (Willian Edwards Deming)
Conceito
A administração está presente em todos os cenários de
uma sociedade, seja no lar, na empresa e em diversas orga-
nizações da sociedade.
A administração é universalizada com objetivos focados
a facilitar sua operacionalização não como um fim, mas um
meio conciliador, tanto no entendimento como de sua con-
dução, onde se buscam menores custos e maior qualidade
como resultados dentro do cenário proposto.
Fundamentos
Parece complicado tudo isso, não? Calma! Vamos ter mais conceitos e ex-
plicações a respeito.
Quando nos referimos a controles, planejamento e organização de coi-
sas, afazeres, compromissos, trabalhos, produções, prestação de serviços,
é comum e cotidiano utilizar a palavra administrar ou administração. Para
entender seus conceitos, é preciso aprofundar no papel do administrador,
das organizações e os processos de decisões.
Conceitos
Do Latim administratione, ação de administrar, princípios e normas para
ordenação dos fatores de produção.
parte 2
A habilidade de fazer, prever e buscar soluções faz do administrador o
interlocutor nas ações destas habilidades, atendendo às mudanças cons-
tantes que cerca o universo da administração geral. Estas e outras tantas
habilidades são funções exercidas na administração, sempre em busca da
harmonia do uso dos recursos disponíveis na empresa.
Para Começar
Alguma vez, você parou para pensar se é ou não competente no que faz?
Você usa de sua eficiência ou eficácia para realizar suas tarefas diárias
dentro ou fora de uma organização?
Podemos verificar a seguir, então você terá condições de avaliar e res-
ponder melhor tais questões.
Mais uma reflexão para iniciarmos esta unidade, aprofunde em seus
conceitos pessoais e expanda estas palavras em seu cotidiano:
Ouça mais aquilo que você costuma ouvir, isso permite corrigir aquilo que você costu-
meiramente ouve; não ouça somente aquilo que você nunca ouviu, pois com certeza
suscitará dúvidas frequentes. (Daltro O. Carvalho)
→→ Planejamento;
→→ Organização (estruturação);
→→ Direção;
→→ Controle.
Fundamentos e conceitos
Para que possamos entender mais a respeito, faz-se necessário aprofun-
darmos cada uma dessas funções, simples na teoria, mas complexas na
aplicabilidade.
Fayol foi o primeiro a definir as funções básicas do Administrador: pla-
nejar, organizar, controlar, coordenar.
Vamos por conceitos de cada uma delas:
Planejamento
Antes de iniciar qualquer processo, é necessário uma análise antecipada
de quais os objetivos propostos, independentes da atividade. O planeja-
mento dará sustentação à realização desse processo, avaliando custos,
tempo de execução, formas e operacionalização, bem como políticas a
serem adotadas para o resultado final ser o mais próximo ao esperado.
O planejamento é intimamente ligado à estratégia, deve-se saber os ob-
jetivos e os resultados, se preciso, recrutar o envolvimento, de todas ou
parte, das áreas da organização. A forma de obter resultados esperados
é fazê-los acontecer.
Para que seja possível a estratégia no planejamento é preciso alguns
cuidados e orientações. Como princípios básicos para seus efeitos são ne-
cessárias informações para criar uma espinha dorsal. Essa espinha nutrirá
toda sequência do planejamento, a interpretação e análises dos dados,
as habilidades nas decisões e o papel fundamental para isso. É a perfeita
junção da capacitação e conhecimento para o processo que direcionará
aos resultados esperados.
Tipos de Planejamento
Organização
É a alocação dos recursos existentes, a realização do processo de forma
equalizada. Conceitua-se também como a arrumação de forma cons-
ciente, ordenada, que se possa, dentro do tempo e operacionalidade,
estar a pronto para o perfeito andamento, de acordo com o planejado
para sua execução.
Considera-se a organização como um dos fatores principais para a
eficiência da operação como também, da eficácia em seus resultados.
Dispor da estrutura e este conjunto de recursos requer disciplina e oti-
mização em que se deve pautar coerência entre os fatores organizacio-
nais, recursos financeiros, políticas adotadas, hierarquia e a participação
da departamentalização, onde cada um terá papel preponderante no
sucesso organizacional.
Direção
A forma de se convergir aos resultados planejados e propostos é dirigir,
criar meios de orientações direcionadas, para que não se perca o rumo
ou não se atenda às normas especificadas para a realização do processo.
Nesse contexto, dirigir é moldar a cooperação entre todos e a utilização
correta das ferramentas dispostas, e também, a motivação das pessoas
envolvidas, a atmosfera ambiental, das potencialidades individuais com
o sincronismo à missão e tarefas voltadas à realização e apuração dos
objetivos propostos.
Para dirigir, quando os envolvimentos de vários fatores se entrelaçam,
faz-se necessário uma boa elaboração de planos, conscientes e exequíveis
Controle
O controle permite a segurança, facilita a verificação e avaliação nas me-
tas em andamento, se estão sendo cumpridas, através dos mecanismos
necessários para respostas aos padrões predeterminados e de decisões
que efetivem o andamento do processo. Nas situações anteriores, no con-
trole houve a peculiaridade do conhecimento, do todo no projeto elabora-
do, desde seu planejamento estratégico, para que, em caso de necessida-
des de situações corretivas, possa operar de forma imediata e inconteste,
evitando ocorrências fortuitas, imprevistas.
É possível, com o controle, abortar situações que conflitem com os
objetivos, fazer correções no andamento do processo, ajustes de custos,
retomarem a qualidade, normalmente se acompanha os fatos e aconteci-
mentos em dado momento até o processo finalizado. O controle possibi-
lita também a recondução à normalidade operacional e cumprimento das
metas propostas, em caso de desvios, do desempenho e principalmente,
o controle de atos e ações dos membros participantes.
Vários são os controles que podem ser adotados pela empresa, sempre
com a capacidade de gestão no processo, como operacional, estratégico,
administrativo, produtivo, de qualidade e ambiental.
Dica
Cada empresa ou organização tem formas mais ou menos
apuradas ou técnicas de fazer uso dessas funções, não fu-
gindo da base teórica que mencionamos anteriormente.
Atenção
A tecnologia, sistemas e softwares existentes e utilizados
atualmente somam cada vez mais para a eficiência de pa-
drões e resultados na organização.
E agora, José?
Bem, este foi um começo, mas as coisas não param por
aqui. Já temos os conceitos, que tal a gente conhecer, jun-
tos, as funções da administração, que são importantíssimas,
no resultado final de qualquer empreendimento, no suces-
so e resultado positivo, no empreendedorismo.
As funções da administração são...
Bem, isso você verá na próxima unidade.
Que tal uma revisão geral no conteúdo dado para facilitar
novos desafios?
Referências
AULETE, C. D
icionário contemporâneo da Lín- COELHO, M. A essência da administração –
gua Portuguesa. Versão Digital. Disponí- conceitos introdutórios. São Paulo: Sarai-
vel em: <http://www.auletedigital.com.br> va, 2008.
Acesso em 16 mai. 2010.
Competências
Analisar e criar parâmetros nas teorias da administração.
Habilidades
Descrever os conceitos históricos da administração.
Apresentação
É importante conhecer os meandros da ciência administra-
tiva, suas origens, precursores, pensadores e administrado-
res que fizeram da ciência administrativa uma verdadeira
arte. Conhecer um pouco de suas origens, capacita-nos a
entender a evolução histórica da administração, seus con-
ceitos, erros e acertos e, ao longo do tempo, e seus princi-
pais personagens, que marcaram época com suas teorias.
Para Começar
Para que possamos acompanhar essas transformações na
administração é necessária uma análise mais específica nas
abordagens que nortearam ao longo do tempo a adminis-
tração de forma geral, definindo as Teorias Gerais da Admi-
nistração, que aqui se elencam as mais representativas no
contexto geral deste estudo.
Idalberto Chiavenato
nova
administração
Geraldo Caravantes
Fundamentos
Vamos por etapas:
Teoria Clássica
As principais atividades do corpo empresarial:
2. Comportamental ou Humanística
O foco principal é o homem na organização e seu bem-estar. O compor-
tamento humano nas organizações levou vários autores, como Herbert
Alexander Simon (precursor da teoria humanística), seguido por G. M.
Stalker, Douglas MacGregor e Rensis Likert a estudar com mais profun-
didade o impacto no microambiente do trabalho sobre o operário, com
relação ao seu bem-estar e a produtividade.
Outro expoente na abordagem humanística foi Abraham Harold Mas-
low, nascido no Brooklyn, NY, em 1/4/1908 e falecido em 8/6/1970; foi
um dos fundadores da Psicologia Humanística nos anos de 1960, autor
da Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow, onde apresenta o
homem autorrealizado em suas necessidades básicas.
Dentre esses estudos, destacam-se também a preocupação da intera-
ção do homem no meio organizacional. A importância dada aos grupos,
sua interação, motivação em equipe, liderança, comunicações e dissemi-
nação de informações e dinâmica de grupo (Chiavenato, 2003).
3. Abordagem Neoclássica
O verdadeiro papel do administrador, sua prática, cumprimento de ob-
jetivos, propositura de realizações, foco de resultados, são as premissas
básicas nesta abordagem.
4. Abordagem Contingencial
Primeiramente, vamos definir a palavra contingência. Segundo o dicioná-
rio Aulete Eletrônico é eventual, temporário, contingente.
Os pioneiros da Teoria Contingencial são Alfred Chandler, Tom Burns
e G. M. Stalker, Paul Laurence e Jay Lorsch.
Segundo Chiavenato (2000, p. 498), “A abordagem contingencial salien-
ta que não se alcança a eficácia organizacional seguindo um único e exclu-
sivo modelo organizacional[...]”. Isso quer dizer que um modelo específico
de uma empresa X, não necessariamente será validado ou terá resultados
positivos pelo fato de ter dado certo na empresa Y, diz ainda: “Diferentes
ambientes requerem diferentes desenhos organizacionais”.
Cada empresa ou organização moldará seu próprio modelo, que aten-
da às necessidades operacionais, de acordo com seus recursos, sejam
tecnológicos, humanos e financeiros.
A teoria da Contingência realça a necessidade da responsabilidade am-
biental, a resposta do funcionário no que tange a capacidade evolutiva,
flexibilidade e facilidade de adaptação aos ambientes internos, focando
principalmente estas capacidades ante a evolução tecnológica e sua im-
plementação dentro da empresa.
5. Desenvolvimento Organizacional
Toda organização, seja de pequeno, médio ou grande porte, tende-se a
aprimorar e buscar o desenvolvimento e crescimento.
Para tanto, várias situações podem conflitar para se atingir tais objeti-
vos, como por exemplo, mudanças na cultura organizacional da empre-
sa, que passa a ser um processo lento e trabalhoso em sua implantação.
Para explorar a capacidade e potencialidade de seu conjunto interno
(recursos – pessoas) é necessário transpor tais obstáculos, senão há o
risco de fracasso.
A mudança organizacional planejada deve ser feita de forma participativa
e democrática, é importantíssima essa cooperação entre departamentos e
pessoas que participam da organização. Essa interação independe dos ní-
veis de seu servidor na empresa, onde se apresenta uma variedade muito
grande de culturas, desde crenças, lideranças, relacionamento e comporta-
mentos diversos; por isso, a necessidade de ser de forma participativa.
6. Nova Administração
Várias são as perspectivas da administração no futuro, em função da tec-
nologia e, cada vez mais, pela rapidez e fluidez da informação.
A capacidade de o homem interagir com as mudanças, com a tecnolo-
gia e, acima de tudo, a sustentabilidade social é o principal escopo para a
nova administração.
“A teoria administrativa tradicional não contempla o bem-estar das pes-
soas e parte dos executivos está voltada para eficiência e eficácia e esque-
cem o seu próprio bem-estar e das pessoas que estão ao redor, já a nova
administração tem três objetivos: viver, viver bem e viver melhor”, explica
1. Entrevista de
Geraldo Caravantes1.
Geraldo Caravantes,
disponível em No mundo global, fusões de empresas e a expansão do mercado exi-
http://www. gem cada vez mais a adequação de novas fórmulas para a organização.
mauriciodenassau.
A quebra de barreiras e fronteiras das comunicações e da velocidade
edu.br/noticia/listar/
rec/1175 acesso da informação requer contínua quebra de paradigmas organizacionais, e
em 17/5/2010. um posicionamento holístico com a realidade atual.
Caravantes é o No final deste livro, apresentaremos as tendências da nova adminis-
criador da Teoria da
Nova Administração
tração, de forma mais aprofundada, que após estudar o conteúdo deste
Moderna, Ph.D pela trabalho, você poderá ter uma concepção formatada do futuro da admi-
Universidade do nistração.
Sul da Califórnia.
dica
Assista antes ao filme Tempos modernos, de Charles Cha-
plin, que proporcionará a você uma noção exata, do mecani-
cismo, da fadiga humana, da capacitação operária da época, e
poderá fazer um juízo melhor das teorias da unidade de hoje.
Para que você possa se aprofundar mais nas teorias da Ad-
ministração Científica e Clássica, leia o capítulo III do livro de
Chiavenato: Introdução à Teoria Geral da Administração.
Atenção
O desafio está lançado. Você está pronto para quebrar pa-
radigmas, vencer as resistências e mudar sua própria cultura
organizacional?
E agora, José?
Bem, já vimos quase tudo de teorias administrativas, ago-
ra, que tal a gente se preparar para o próximo módulo.
O tema central é o Sistema Organizacional, onde re-
tornaremos o assunto de eficiência e eficácia, que já ti-
vemos uma pequena canja do assunto.
Vamos lá... Continue firme, não solte o leme do barco,
pois não há tempo para ficar à deriva.
Glossário
Abordagem: modo como é tratado determina- Paradigma: padrão que serve como modelo a
do assunto. ser imitado ou seguido.
Alicerce: aquilo em que algo se apoia; aquilo Perspicácia: qualidade de quem é perspicaz, de
que dá firmeza, segurança, solidez; base; quem é capaz de observar com argúcia, de
fundamento. compreender as coisas; argúcia; clarividên-
Aprimorar: fazer ou deixar melhor (qualidade cia; esperteza; lucidez.
de) algo ou alguém (inclusive si mesmo); Precursores: que antecipa, sinaliza ou dá início
tornar(-se) primoroso; aperfeiçoar(-se). a novos conceitos, situação, técnicas, com-
Delineamento: primeiro projeto de uma obra. portamentos.
Discernimento: capacidade de perceber, com- Premissas: ideia ou fato inicial de que se parte
preender com facilidade; perspicácia. para formar um raciocínio.
Disseminação: difusão, propagação, vulgariza- Propositura: ação ou resultado de propor; pro-
ção de ideologia, teoria, visão de mundo etc. posição.
Escopo: alvo, ponto que se pretende atingir; fi- Salientar: tornar(-se) saliente, destacado, ou
nalidade, objetivo; propósito; intuito. notável; destacar(-se).
Expoente: pessoa eminente em área profissional. Sustentabilidade: modelo de desenvolvimento
Formatar: estabelecer o formato de. que busca conciliar as necessidades econômi-
Fusões: união total, de agremiações, empresas, cas, sociais e ambientais de modo a garantir
formando uma só unidade. seu atendimento por tempo indeterminado
Implementação: executar, colocar em prática e a promover a inclusão social, o bem-estar
(plano, projeto). econômico e a preservação dos recursos na-
Interagir: desenvolver ação recíproca; inter- turais; desenvolvimento sustentável.
-relacionar-se. Tange: diz respeito a.
Nortear: orientar(-se), dirigir(-se), regular(-se). Turbulência: agitação intensa e desordenada
nos mercados, economia etc.
Referências
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da PORTAL FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU. Ca-
Administração. Rio de Janeiro: Campus El- ravantes discute Administração Mo-
sevier, 2004. derna. Disponível em <http://www.
MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administra- mauriciodenassau.edu.br/noticia/exibir/
ção. São Paulo: Atlas, 2007. cid/1/nid/1175>. Acesso em: 17 mai. 2010.
Competências
Analisar a organização a partir do conceito de sistema
organizacional.
Habilidades
Descrever os componentes de um sistema. Aplicar o
conceito de sistema à organização.
Apresentação
O conceito de sistema é amplamente utilizado para a
compreensão do mundo no qual vivemos. Sua aplicação
na ciência da Administração teve um impacto significa-
tivo. Nos primórdios do desenvolvimento desta ciência,
o conhecimento da organização e seu desenvolvimento
eram limitados, no entanto, como você verificará nesta
unidade, com a compreensão da organização como um
sistema vivo, complexo e probabilístico a gestão inclui
variáveis antes não consideradas, mas potencialmente
benéficas ou maléficas à organização.
Para Começar
Você reparou que a palavra “sistema” é utilizada em vá-
rios contextos?
Veja as seguintes manchetes de jornal:
1. Sistema solar;
2. Sistema educacional; e
3. Sistema respiratório.
Este módulo se inicia com o conceito de sistema que foi responsável por
uma mudança na maneira das pessoas verem o mundo e tem ajudado os
administradores a compreender como é a organização e como ela pode
ficar mais forte.
Fundamentos
Talvez a parte inicial deste assunto possa parecer um pouco abstrata.
Não se preocupe. Todo mundo que tem contato pela primeira vez com
o conceito de sistema apresenta as mesmas dificuldades. É um conceito
complexo, mas você vai ver que ele é muito útil para o entendimento das
organizações.
Para facilitar sua compreensão, serão apresentados os componentes
do sistema e vários exemplos de sistemas.
Além disso, recomendamos que você também procure pensar em ou-
tros exemplos.
Então, vamos às definições!
O sistema
Certo (2003) define sistema como: “um conjunto de partes interdependen-
tes que funcionam como um todo para algum propósito”. É uma combina-
ção de elementos que forma um todo unitário.
Chiavenato (2004) destaca que os elementos, as relações entre eles e
os objetivos (ou propósitos) constituem os aspectos fundamentais da de-
finição de um sistema.
Dica
Antes de prosseguir, leia novamente as definições de entra-
das, caixa-preta e saídas. E releia o exemplo dado.
Conseguiu entender?
Antes de prosseguir, que tal pensar em outro exemplo de sistema?
Uma televisão é um sistema. Para acontecer algo dentro dela, ou seja,
a TV mostrar imagem e som, é necessário que alguém ligue a TV, assim
como ela deve estar ligada a uma tomada para recebimento de energia. A
saída é fácil, são as imagens e o som emitidos pela TV.
Recapitulando, sistema TV:
A retroação
Para o exemplo que estamos avaliando (você), o que seria a retroação?
Suponha que você vá até a uma lanchonete e peça um sanduíche.
O sanduíche é uma entrada. A caixa-preta (ou processo) é o seu corpo
digerindo o sanduíche. As saídas são a sensação de saciedade e de prazer
por comer o sanduíche.
Estas são saídas desejadas? Sim. Todo mundo que come um sanduíche
espera matar sua fome e ter prazer, então a retroação neste caso é posi-
tiva, ou seja, você vai comer um sanduíche nesta lanchonete toda vez que
tiver vontade.
Pena que às vezes aconteçam saídas não desejadas. Ou seja, e se a
saída for outra?
Pense na possibilidade do sanduíche fazer mal e você acabar com uma
infecção intestinal angustiante.
Ninguém come um sanduíche para passar mal, não é? Então, nesse
caso a retroação será negativa, ou seja, você não deve voltar a comer esse
sanduíche e/ou não deve voltar a frequentar a lanchonete.
Resumindo, retroação é uma informação que o sistema tira das saídas
que lhe diz se deve (retroação positiva) ou não (retroação negativa) repetir
as entradas e/ou o processo.
Retroação é muito importante porque protege o sistema, não é? Ou
seja, impede que você repita uma tolice.
Vamos voltar aos exemplos do começo da unidade?
ambiente de tarefa
clientes fornecedores
produção recursos
recursos humanos resultados
marketing finanças
Atenção
Produção, Recursos Humanos, Marketing e Finanças preci-
sam trabalhar cooperativamente para que o sistema empre-
sa atinja seus objetivos.
Bem, por enquanto é só. Na próxima unidade vamos estudar com maior
profundidade a força exercida pelo ambiente geral e de tarefas.
lembre-se
O conceito de sistema influenciou o modo
de entender e explicar todas as ciências.
Para a Administração serviu para organi-
zar e simplificar o entendimento do siste-
ma organizacional (empresa).
E agora, José?
Vimos nesta etapa do curso o conceito de sistema e sua
aplicação na ciência da Administração.
Sistema é constituído de entradas, caixa-preta (pro-
cessos) e saídas.
Quase tudo na nossa existência pode ser caracteriza-
do pelo sistema, mas em particular as organizações são
sistemas.
As entradas do sistema organizacional se constituem
de recursos. São eles: recursos humanos, materiais, fi-
nanceiros, tecnológicos e outros.
A caixa-preta é constituída de processos. Dentre esses
processos há aquele que transforma materiais em produ-
tos e há aquele que transforma cliente em cliente aten-
dido, no caso das organizações prestadoras de serviços.
Como todo sistema precisa sobreviver em um am-
biente, que é tudo aquilo que cerca o sistema, a organi-
zação também precisa.
O ambiente da organização pode ser classificado em
duas categorias:
Referências
CERTO, Samuel C. Administração Moderna. MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da adminis-
São Paulo: Pearson Brasil, 2003. tração: da escola científica à competitivi-
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da dade na economia globalizada. São Paulo:
Administração. Rio de Janeiro: Campus El- Atlas, 2000.
sevier, 2004. ___________ Introdução à administração. São
COELHO, M. A essência da administração – Paulo: Atlas, 2007.
conceitos introdutórios. São Paulo: Sarai- SILVA, R. O. Teorias da Administração. São
va, 2008. Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2001.
Competências
Avaliar a influência do ambiente no futuro da organização.
Habilidades
Compreender a dinâmica do relacionamento da organi-
zação e seu ambiente. Explicar o valor da informação.
Apresentação
Uma vez que se compreende a organização como um
sistema vivo, deve-se avaliar o ambiente no qual este sis-
tema deverá se desenvolver e se fortalecer. Nesta Uni-
dade, você conhecerá a classificação dos ambientes da
organização, assim como reconhecerá as forças tecnoló-
gicas, econômicas, socioculturais que ao longo do tempo
moldam as características desses ambientes. A impor-
tância da informação será evidenciada pela necessidade
de acompanhar as mudanças desses ambientes.
Para Começar
Você conhece o produto da figura 1?
Figura 1. Laquê.
Fonte: Marlene,
Etsy <https://
www.etsy.com/
listing/151137410/
vintage-zotos-
can-zotos-hair-
spray-can>.
Figura 4. Brigitte
Bardot em Pois foi isso que aconteceu. Um novo modelo de elegância feminina emer-
coquetel, 1968.
Fonte: Michel
giu na década de 1960, como o da figura 4, e exigia cabelos soltos e lisos.
Bernanau, Wikimedia Alguns fabricantes de laquê devem ter insistido no produto e com o
Commons. tempo devem tê-lo modificado, talvez para os atuais hairsprays, de fixa-
ção mais leve.
Outros podem ter enxergado uma excelente oportunidade para mudar
e fabricar xampus, produto que passa a ser fundamental para manter
cabelos soltos e saudáveis.
Se algum empresário ficou apenas observando as mudanças e não re-
agiu, provavelmente observou passivamente a falência da sua empresa.
Fundamentos
Nesta segunda etapa, ressaltamos a influência do ambiente sobre a so-
brevivência e crescimento do sistema organizacional, destacando nesse
processo o papel da informação.
Coelho (2008) explica que de 1960 até os dias atuais, foram empreendi-
dos diversos estudos administrativos que buscaram formas para melho-
rar o desempenho da organização, aumentar a produtividade e os lucros.
Isso aconteceu porque as empresas nesse período se defrontaram com
significativas mudanças da sociedade e com diversos fatores resultantes
dessas mudanças.
Destaca Alvin Toffler, especialista em apontar tendências para o futuro
e autor dos best-sellers O Choque do Futuro e A Terceira Onda, que tanto
as pessoas como as organizações deverão enfrentar mudanças cada vez
mais rápidas e intensas.
Dicas
O problema atual das empresas é a incerteza. Entretanto, a
incerteza não está no ambiente. A incerteza está na percep-
ção e na interpretação dos administradores e não na realida-
de ambiental percebida (Chiavenato, 2004).
Tipologia de ambientes
O ambiente é único para todas as empresas. No entanto, cada organiza-
ção se relaciona com uma parcela do ambiente que apresenta caracterís-
ticas peculiares e necessárias ao seu negócio.
Há organizações que atuam em segmentos homogêneos nos quais for-
necedores, clientes e concorrentes são semelhantes e há aquelas que atu-
am em ambientes heterogêneos nos quais fornecedores, clientes e con-
correntes são diferentes, o que provoca uma diversidade de problemas.
Há ainda organizações que atuam em segmentos ambientais estáveis,
ou seja, caracterizado por pouca ou nenhuma mudança. Essas mudanças,
quando ocorrem, são lentas e previsíveis. Já outras atuam em ambiente
de tarefa em que os personagens e as condições do ambiente estão em
constantes mudanças, formando um campo dinâmico de forças.
Quanto mais estável o ambiente de tarefa, menores são as mudanças
impostas, o que pode transformar a organização em organismo burocrá-
tico e conservador. Mas, se o ambiente é instável, maiores são os proble-
mas que a organização enfrenta com as mudanças, isso a transforma em
uma organização mutável e inovadora.
Na síntese de Maximiano (2000, p. 383) temos:
O imperativo ambiental
Chiavenato (2004) destaca a pesquisa de Burns e Stalker em indústrias in-
glesas para verificar a relação entre práticas administrativas e o ambiente
externo dessas indústrias.
Os diferentes procedimentos adotados em cada uma delas permitiram
classificá-las em duas categorias: organizações mecanicistas e orgânicas,
cujas características estão sintetizadas na Tabela 1.
Tabela 1. Classificação
organização mecanicista organização orgânica
das organizações Estrutura burocrática e minuciosa Estrutura flexível e pouca
de acordo com divisão do trabalho divisão do trabalho
Burns e Stalker.
Decisões centralizadas Decisões descentralizadas
Fonte: Adaptado de
Chiavenato (2004). Cargos bem definidos e rígidos Cargos autodefinidos e mutáveis
Limitada capacidade de Grande capacidade de
processamento da informação processamento da informação
Ênfase nas regras e Maior confiabilidade nas
procedimentos formais comunicações informais
Indicada para empresas Indicada para empresas que
que buscam eficiência buscam a inovação
Indicada para empresas que Indicada para empresas que atuam
atuam em ambientes estáveis em ambientes dinâmicos
Atenção
O imperativo ambiental determina a estrutura e o funciona-
mento das organizações.
Eficiência
A eficiência de um sistema depende de como seus recursos são utilizados.
É o modo certo de fazer algo. Deve estar contida no trabalho do adminis-
trador para que ele atinja as metas esperadas. Consiste no melhor méto-
do de realizar uma tarefa sem despender desnecessariamente de tempo,
dinheiro, matéria-prima e recursos humanos.
Uma empresa pode esperar melhoria da eficiência quando fornece
treinamentos aos seus funcionários, adquirem máquinas modernas ou
escolhe um novo e melhor fornecedor. A eficiência é uma medida de de-
sempenho que envolve variáveis de dentro do sistema, veja a Figura 6.
As medidas de eficiência são os valores encontrados de produtividade
e qualidade.
recursos resultados
eficiência
materiais produtos
humanos serviços
financeiros funcionário demitido
tecnológicos lucro
informações prejuízo
e outros novas tecnologias
informações
e outros
eficácia
Eficácia
Em ambientes cada vez mais competitivos não basta ser eficiente. A orga-
nização precisa atingir os objetivos que planejou. Deve concluir as tarefas
atingindo as metas previstas.
De nada adianta aumentar ou melhorar a produção se as vendas caí-
rem. Em outras palavras, a eficácia é medida pelos resultados, mas esses
dependem de toda a cadeia produtiva, veja a Figura 6.
Para avaliar o grau de eficácia de um sistema, é necessário saber quais
são os objetivos e quais os resultados de fato encontrados.
Conceitos
Eficiência é realizar as atividades da maneira certa.
Eficácia é uma relação entre resultados e objetivos. Para
obter eficácia, o administrador deve compreender o ambien-
te da organização.
O valor da informação
Você já deve ter ouvido falar que estamos na Era da Informação.
Muitos teóricos acreditam que uma sucessão de fatos como as inven-
ções do microprocessador, a rede de computadores, a fibra óptica e o
computador pessoal justificam a passagem da Era Industrial para essa
nova Era.
Hoje, obter informação é fundamental para a empresa conhecer e utili-
zar novas tecnologias, aproveitar oportunidades e planejar suas atividades.
Em um contexto de crescente competição e de complexidade dos am-
bientes geral e de tarefa, a organização precisa conseguir melhores recur-
sos e maximizar sua utilização.
Poder contar com maiores e melhores informações reduzem a incerte-
za na tomada de decisão ao buscar esses objetivos.
Atualmente, uma empresa não funciona sem informação e mais impor-
tante ainda, não sobrevive sem sua correta utilização. A tomada de deci-
são depende da rapidez, suficiência e correção dos sistemas responsáveis
por obter e disseminar a informação.
Por isso, quando você for responsável pela administração de um ne-
gócio, deve entender que a organização é um sistema, e dependente das
forças do ambiente de tarefa e sujeita às incertezas de um ambiente geral
turbulento.
Para que a organização sobreviva e cresça, você terá que ser um pro-
fissional bem informado. Deverá haver em sua organização um sistema
de informações gerenciais que garanta a tomada de decisão eficiente e
eficaz. Neste curso você conhecerá como se desenvolvem esses sistemas
em disciplinas como Informática aplicada à gestão, Sistemas de informa-
ção e Sistemas Integrados de gestão.
clientes fornecedores
recursos Processo administrativo (gerencial): resultados
• Planejar • Dirigir
• Organizar • Controlar
Referências
CERTO, S. C. Administração Moderna. São Introdução à administra-
Paulo: Prentice Hall, 2003. ção. São Paulo: Atlas, 2007.
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da TOFFLER, A. O choque do futuro. Rio de Janei-
Administração. Rio de Janeiro: Campus El- ro: Record, 1970.
sevier, 2004.
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da adminis-
tração. São Paulo: Atlas, 2000.
Competências
Saber planejar antecipadamente e executar depois.
Habilidades
Usar o planejamento e a melhor forma de operaciona-
lizá-lo.
parte 1
Quando o confeiteiro se prepara para fazer um bolo, a
partir de sua receita, ele somente poderá fazê-lo após
certificar-se que todos os ingredientes necessários, cons-
tantes da sua receita, estão dispostos em quantidade e
disponibilidade para realizar sua produção. O planeja-
mento incide no estudo preliminar para que o objetivo
seja atingido com a maior praticidade, perfeição e efici-
ência possível.
Para Começar
Você já viu os técnicos de futebol fazer planejamentos
táticos para um jogo qualquer? Estuda o adversário,
atletas, preparação física, local, tempo, enfim, baseado
nestes conhecimentos elencados de seu adversário, ele
montará o seu time e o planejamento tático para enfren-
tá-los. Imagine se ele o enfrenta sem buscar informações
e nem mesmo avaliar sua equipe para o enfrentamento?
A partir daí, é fácil imaginar o planejamento em todos
os sentidos, desde no futebol, na vida doméstica, e na
organização, que é o foco do seu estudo neste módulo.
Fundamentos
Nada começa pronto. Onde quero chegar?
O planejamento deve
Os custos identificar antecipadamente. O que vai
Os benefícios ser feito
O planejamento deve
Os recursos identificar antecipadamente. Para fazer o
necessários que se deseja
Atenção
Os planos são as linhas mestras pelas quais:
Conceito
Atitudes em relação ao planejamento:
Proativa:
Dica
Conceito de Objetivos:
Objetivos: planejar, essencialmente, é definir objetivos e as
formas de realizá-los. Objetivos são resultados finais em di-
reção aos quais a atividade é orientada. São os fins que uma
pessoa ou organização procuram realizar, por meio de suas
atividades, operações e aplicação de recursos. Os objetivos
representam a parte mais importante do plano. (MAXIMIANO,
2000, p. 184).
Atenção
No planejamento, ou durante sua aplicabilidade (operacio-
nalização), os objetivos estratégicos podem ser desdobrados
em outros objetivos, não fugindo claro, do principal, que po-
demos nomeá-los de secundários e específicos.
c) Desconsideração dos
c) Funcionários ineficientes.
aspectos intuitivos.
d) Transposição direta do
planejamento de outra empresa.
e) Desassociação do processo
de administração.
b) Falhas no estabelecimento
b) Não esquematização do
de interligação dos vários
sistema de controle e avaliação.
itens considerados.
c) Excesso ou falta de
c) Desconhecimento da
simplicidade, formalidade
natureza do planejamento.
e flexibilidade.
f) Inadequada ou inexistente
gestão do conhecimento.
g) Dissociação com o
processo de inovação.
a) Inadequação ao tamanho
a) Descontinuidade no processo.
e recursos disponíveis.
d) Dificuldade de trabalhar
com o planejamento.
parte 2
São ferramentas essenciais para atingir os objetivos planejados. São es-
tas as ferramentas que o administrador disporá para ter a capacidade de
interagir com as pessoas envolvidas no projeto e levar adiante sua exe-
cução. Com elas é possível reorganizar, abortar se necessário, corrigir ou
mudar o curso em busca dos resultados esperados e planejados.
Com sua aplicação, prever o futuro em suas operações passa a ser menos
nebulosas, que em uma operação normal sem os atributos e aplicações
do APO.
Partindo da Administração por objetivos, complementamos com o Pla-
nejamento Estratégico e Planejamento Operacional, onde teremos uma
visão mais apurada de suas utilizações e da necessidade de sua implanta-
ção nas administrações, que perduram nos dias atuais.
Fundamentos
Administração por Objetivos
Os princípios e características básicas do APO como processo, está no tra-
balho conjunto entre gestores e colaboradores focados no objetivo princi-
pal, onde o comprometimento no resultado deverá ser monitorado sem-
pre, para que se necessários, sejam possíveis ajustes durante o processo.
A grande vantagem do APO é a integração entre os conjuntos gestores
e operacionais, onde cada função, atividade, no processo é antecipada-
mente determinada de forma a distribuir relativamente, a responsabilida-
de, que culmina no comprometimento no cumprimento das metas.
Chiavenato (2004, pp. 228-229) descreve o passo a passo da integração
e suas características entre gestor e subordinados, que de forma resumi-
da apresentamos a seguir.
A APO trabalha dentro do seguinte esquema:
Operacionalização
Características:
Atenção
APO – Administração por Objetivos
É uma técnica administrativa que enfatiza os objetivos, fi-
nalidades e resultados em lugar do processo administrativo
(meios). Em vez de como administrar enfatiza o porquê ou
para que administrar (Chiavenato, 2004 p. 2514).
Planejamento Estratégico
O planejamento estratégico (PE), em um mundo globalizado, é a ferra-
menta imprescindível ao gestor e administrador, imprescindível também
à necessidade de se conhecer as suas funções e os seus limites, para não
fazer dele uma ferramenta de gestão desvalida e que seja, ao mesmo
tempo, flexível para notar as mudanças à sua volta.
Seu objetivo maior é dar suporte municiando o administrador de infor-
mações precisas e diversas para as tomadas de decisões de forma a se
antecipar as mudanças que ocorrem no mercado e consequentemente,
Atenção
Conceito de Planejamento Estratégico:
Maximiano (2000, p. 203) conceitua: “O processo de PE
consiste em definir objetivos para a relação com o ambiente,
levando em conta os desafios e as oportunidades internos e
externos. O processo de PE afeta a empresa em longo prazo,
porque compreende as decisões sobre produtos e serviços
que a organização pretende oferecer e os mercados e clien-
tes que pretende atingir”.
Segundo Kotler (1992, p. 63), “planejamento estratégico
é definido como o processo gerencial de desenvolver e man-
ter uma adequação razoável entre os objetivos e recursos da
empresa e as mudanças e oportunidades de mercado”.
Atenção
Conceito de Planejamento Operacional:
Para realizar os objetivos estratégicos e administrativos, é
preciso definir atividades e recursos. Esse é o domínio do
PO. O processo de PO consiste em definir como realizar os
objetivos (maximiano, 2000, p. 248).
Ainda o mesmo autor, PO – “Definem as ações específi-
cas que permitem realizar os objetivos dos níveis anteriores
(estratégicos organizacionais e funcionais)” (Maximiano,
2000, p. 237).
E agora, José?
Acho que agora que vocês conhecem mais sobre o tema.
Podemos partir para o próximo módulo, falando ain-
da de planejamento estratégico e Operacional, e com-
pletando o módulo com o tema de administração por
objetivos.
Acho que agora que vocês conhecem mais sobre o
tema.
Legal, não? Agora você pode planejar estrategicamen-
te suas ações e implementá-las de forma táticas e ou
operacionais, com a possibilidade mínima de erros, e,
claro, com resultados mais reais e atingindo seus objeti-
vos mais claramente. Isso é muito bom.
Que tal agora, a gente partir para a organização for-
mal e informal, aprofundar mais nos conceitos de divi-
são do trabalho, autoridade e grupos informais.
Vamos em frente!
Glossário
Abrupto: que é inesperado; repentino. Mediato: que não se encontra em relação direta
Adversidade: aquilo que importuna, aborrece; com outra pessoa ou coisa; que depende de
aborrecimento, infortúnio. um intermediário (resultado mediato).
Alinhavado: combinar, encadear, ligar elemen- Mensuração: ato de medir; ação ou resultado
tos diversos, de modo frouxo ou apressado; de mensurar.
executar, formar ou compor (algo). Mestra: linhas principais, foco do estudo.
Amenizado: que se tornou ameno; abrandado. Monitorado: acompanhado continuamente.
Antever: ver antes, com antecedência, com an- Municiar: prover do necessário; abastecer;
tecipação; prever. guarnecer
Apregoar: indicar como bom ou útil; aconselhar. Nebuloso: perigoso; condição ou qualidade do
Atributo: aquilo que é próprio de alguém ou de que é nebuloso.
algo; apanágio; característica. Nortear: orientar (-se), dirigir (-se), regular (-se).
Crucial: de extrema importância para que algo Nutrir: fortalecer com informações.
aconteça, ocorra, ou exista; muitíssimo im- Perdurar: durar muito, subsistir, permanecer.
portante para algo ou alguém. Platônico: algo sonhado, porém difícil ou im-
Culminar: ter como ponto culminante; chegar ao possível de realizar, irreal.
ponto culminante, atingir o auge, o apogeu. Proativo: que, por antecipação, identifica pos-
Delinear: traçar um projeto; planejar; tramar. síveis desenvolvimentos, problemas ou si-
Desvalidar: o mesmo que invalidar. tuações, permitindo adoção de atitudes ou
Dissipar: fazer dispersar ou dispersar-se; espa- medidas adequadas.
lhar (-se), desfazer (-se). Reativo: que reage ou faz reagir; reagente.
Elencar: acrescentar (questão, problema, assun- Reciclagem: reaproveitamento de algo para a
to etc.) em meio a outros, para ser conside- elaboração de novos.
rado ou discutido. Rédeas: comando, direção.
Estratégia: arte de utilizar os meios de que se Sincronismo: ajuste de dois eventos, processos
dispõe para conseguir alcançar certos obje- etc., de modo que ocorram exatamente ao
tivos. mesmo tempo; sincronização.
Estratégico: em que há astúcia; ardiloso. Sinopse: resumo escrito de uma obra.
Imprescindível: que não pode faltar; indispen- Staff: conjunto de pessoas que compõem o
sável; insubstituível. quadro de pessoal de uma empresa, firma,
Integridade: qualidade ou estado do que é in- instituição etc.
teiro, do que não está menor do que era ou Tange: diz respeito a.
do que deveria ser. Tático: maneira hábil de conduzir, encaminhar
Ínterim: enquanto isso, entrementes; intervalo ou ajustar um negócio, uma empresa, uma
de tempo entre dois fatos ou entre dois mo- discussão etc.
mentos distintos. Trilhado: que já é bastante conhecido, experi-
Legado: qualquer coisa, conhecimento ou bens mentado.
materiais ou culturais, que se transmite às
gerações seguintes.
Macro: grande dimensão, tamanho ou exten-
são; de grande valor; de dimensão, tamanho,
extensão ou valor maior que o habitual; (que
tem algo) em grande quantidade ([aquilo] que
trata de, ou diz respeito a, ou constitui, repre-
senta ou abrange a) totalidade (de algo).
Competências
Saber organizar uma empresa.
Habilidades
Identificar os elementos da organização formal e com-
preender o papel da organização informal.
Apresentação
Esta é uma das três aulas dedicadas ao princípio da Ad-
ministração conhecido como “organizar”. Nesta unidade,
você verificará que organizar é tão necessário quanto
planejar. Ao organizar, o gerente deve decidir sobre os
recursos que tornarão possível a realização da missão
organizacional. Além da organização formal, cuja estru-
tura é decidida pelo gerente, você também deverá reco-
nhecer a importância da organização informal.
Para Começar
De quatro em quatro anos a nação brasileira saboreia a
Copa do Mundo de Futebol.
Como somos os maiores campeões do mundo nes-
ta modalidade de esporte, a meta planejada é sempre a
mesma: ganhar mais um título!
Como você viu nas aulas anteriores, para uma organi-
zação (empresa) atingir suas metas, é necessário plane-
jamento estratégico (de longo prazo) e operacional (de
curto prazo).
O mesmo acontece com uma equipe esportiva. Os
quatro anos que antecedem a Copa são marcados pelo
planejamento estratégico. Na medida em que se aproxi-
ma a data de realização do evento, o que era estratégico
passa a ser operacional: Onde a equipe vai se hospedar?
Quantos pares de meias devemos levar? Outras ques-
tões específicas como essas devem ser respondidas.
Entretanto, há algo de grande importância ainda a fa-
zer quanto aos jogadores (nossos recursos): como ga-
nhar a Copa do Mundo? Quem serão os responsáveis?
Quem fará o quê?
É aí que entra o outro princípio da Administração,
que torna possível que recursos se transformem em
resultados.
Além do planejamento, a organização (ou estrutura-
ção) também tem seu papel na realização de metas.
No caso da equipe de futebol, organizar é decidir quem será convocado
de acordo com os planos táticos para os diversos jogos.
Para cada equipe adversária, a organização dos jogadores deve ser
pensada, pois jogadores de futebol são especializados. Alguns jogam na
defesa, outros no ataque e em outros papéis.
Quando há dois times de futebol se confrontando, há o mesmo nú-
mero de jogadores que podem possuir quase as mesmas habilidades,
condições físicas e tecnologia (qualidade das chuteiras, esquema tático,
metodologia de treinamento etc.).
Agora, imagine que um desses times não está organizado, ou seja, não
há divisão clara das tarefas, nenhuma coordenação ou estrutura social.
Já o outro time é organizado, tem um treinador com autoridade, os jo-
gadores têm e sabem muito bem quais são seus papéis de ataque, defesa,
alas de esquerda e de direita, centroavante e outras divisões de tarefas.
Pergunto: Qual dos dois times ganhará o jogo?
Fundamentos
Já definimos que a empresa é um sistema onde entram recursos, que sob
o comando do processo administrativo (princípios de Administração), são
transformados em resultados. O processo administrativo é desempenha-
do pelo administrador (gerente) que deve saber como planejar, organizar,
dirigir e controlar.
Entretanto, antes de começarmos, tente se lembrar de como é um su-
permercado.
Já reparou que ele é dividido em setores? Há a padaria, o açougue, o
local onde se vendem laticínios e outros. Por que decidiram se organizar
desta maneira?
Agora, procure se lembrar de um Banco.
Há os caixas, há os gerentes e um aglomerado de equipamentos para
autoatendimento. Por que há essa separação?
As duas maneiras de organizar são diferentes? A resposta é não.
Ambos procuram organizar os serviços prestados de acordo com as
necessidades dos clientes!
conceito
Organizar é um princípio da Administração que inclui meto-
dologias que possibilitam a ordenação e a estruturação dos
recursos da empresa, cuja finalidade é alcançar os resultados
planejados.
Atenção
As estruturas que as organizações adotam têm a finalidade
de facilitar o desempenho do seu serviço por meio da melhor
alocação dos seus recursos humanos, financeiros e materiais.
Da missão às tarefas
Como as atividades desempenhadas pelo administrador (planejar, orga-
nizar, dirigir e controlar) estão interligadas, organizar representa a tra-
dução da missão da empresa (planejamento) em funções e essas em de-
partamentos.
Em outras palavras, a missão da empresa divide-se em funções, essas
dão origem aos departamentos.
Nos departamentos há um conjunto de pessoas que possuem cargos e
que executam tarefas adequadas aos cargos.
Isso é muito semelhante à formação de um time com atacantes e jo-
gadores de defesa que se organizam para vencer um jogo. Atacante é
um exemplo de cargo e vencer o jogo é o objetivo planejado. Da mesma
maneira, a empresa se organiza para ganhar, que no seu caso significa a
sobrevivência em seu ambiente.
Autoridade e responsabilidade
Os diferentes cargos possuem diferentes níveis de autoridade, que é alo-
cada no cargo e não nas pessoas. Mas, o que é ter autoridade?
Um administrador tem autoridade quando ele é aceito pelos subordi-
nados, em especial quando enxergam esse direito como legítimo.
A responsabilidade significa o dever de desempenhar a tarefa para a
qual a pessoa foi designada. O grau de autoridade é proporcional ao da
responsabilidade assumida pelo gerente.
Em algumas situações, algumas empresas encorajam a delegação de
autoridade aos níveis mais baixos da hierarquia para obter flexibilidade
em se adaptar ao ambiente.
Dica
A delegação de responsabilidade desacompanhada de autori-
dade gera problemas como expectativas não realistas de par-
te a parte, interrupções frequentes e conflitos interpessoais.
Figura 3.
Organograma com diretor
órgãos de linha e de
staff ou assessoria.
Assessor Jurídico
Figura 4. A
organização Objetivos
informal é maior Tecnologia
do que a formal. Estrutura
Fonte: Adaptado de Competências
Maximiano (2000). Equipamentos
Normas e condutas
Grupos informais
Cultura organizacional
Sentimentos e clima organizacional
Conflito e cooperação
Poder e política
Ética e valores
E agora, José?
Ao organizar, o gerente deve refletir sobre a necessida-
de de separar ou agrupar o trabalho de seus recursos
humanos.
Organizar é decidir sobre os recursos humanos, ma-
teriais, tecnológicos, de informações e outros que são
transformados em resultados.
Organizar também é transformar a missão organiza-
cional em departamentos e esses em tarefas.
A separação (descentralização) pode aumentar a efi-
ciência dos processos da empresa (divisão do trabalho)
e o agrupamento será necessário quando houver simi-
laridade de trabalhos ou necessidade de economia de
recursos.
As características do organograma formal são:
1. Cadeia de comando;
2. Unidade de comando;
3. Canais de comunicação formais;
4. Divisão do trabalho;
5. Níveis de hierarquia;
6. Departamentalização;
7. Amplitude da administração.
Referências
CERTO, S. C. Administração Moderna. São ____________. Introdução à administração. São
Paulo: Prentice Hall, 2003. Paulo: Atlas, 2007.
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da SOUZA, A. R.; FERREIRA, V. C. P. Introdução à
Administração. Rio de Janeiro: Campus El- administração – uma iniciação ao mun-
sevier, 2004. do das organizações. 7ª ed. Rio de Janeiro:
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria Geral da Adminis- Pontal, 2006.
tração. São Paulo: Atlas, 2000.
Competências
Saber organizar uma empresa.
Habilidades
Identificar os principais tipos de departamentalização,
suas vantagens e desvantagens e saber decidir quando
centralizar ou descentralizar as decisões.
Apresentação
Ao organizar, o gerente decide como ficará o agrupa-
mento dos recursos humanos, materiais e de informa-
ções. Esta é uma das atividades mais básicas do adminis-
trador, por isso nesta unidade você compreenderá como
agrupar recursos, quais critérios utilizar para criar depar-
tamentos e qual é o tipo de departamentalização mais
adequado de acordo com o ambiente da organização.
Para Começar
O organograma desta empresa é este da figura ao lado.
O Sr. Manoel é o Diretor-Presidente e o Sr. Paulo é o En-
carregado da Produção. Além deles há cinco funcioná-
rios operacionais.
Você conhece a fábrica de doces do Sr. Manoel da Vila
Mandioquinha?
Figura 1.
Organograma da diretor-presidente
fábrica de doces do
Sr. Manoel da V.
Mandioquinha.
Encarregado da Produção
Figura 2.
Organograma
comum.
Fundamentos
Já vimos que organizar é dispor recursos em uma estrutura que facilite a
realização de objetivos. Definir a estrutura organizacional é uma das prin-
cipais atribuições do administrador.
Montar uma estrutura organizacional é dividir as tarefas entre unida-
des de trabalho chamadas de departamentos.
De acordo com Maximiano (2007), a forma de dividir essas tarefas en-
tre os departamentos obedece aos critérios de departamentalização. Por
exemplo, um departamento pode ter o objetivo de atender um tipo espe-
cífico de cliente, ou de cuidar de determinada área geográfica explorada
pela empresa. Os critérios de departamentalização definem as responsa-
bilidades especializadas dos departamentos.
Além disso, as empresas podem utilizar um ou mais critério de depar-
tamentalização, mas para escolher é necessário saber qual a indicação,
as vantagens e as desvantagens de cada tipo. E é isso que vamos discutir
daqui para frente.
Departamentalização funcional
Esta é uma das mais antigas formas de se organizar a empresa e até hoje
continua sendo a mais adotada.
Trata-se da criação de departamentos por especialização do trabalho
ou áreas funcionais como Marketing, Produção, Finanças e Recursos Hu-
manos. Organizando assim, os administradores entendem que será mais
fácil realizar a missão da empresa.
É utilizada quando a empresa percebe circunstâncias estáveis em seu
ambiente e que aceitam principalmente tarefas rotineiras.
Outra condição para ser utilizada é a empresa possuir poucas linhas de
produtos/serviços e que permaneçam inalterados por longo tempo.
Empresas no começo de sua existência e as de pequeno porte também
utilizam este tipo de departamentalização.
Observe a figura 3.
Figura 3.
Organograma com diretor
departamentalização
funcional.
Dica
A Departamentalização funcional é utilizada quando é ne-
cessária a concentração de competências para resolver
problemas específicos e lidar com ambientes estáveis. Mas
cuidado com o feudalismo, ou seja, a falta de cooperação
interdepartamental.
Departamentalização territorial
Esta é uma opção quando a empresa necessita cobrir grandes distâncias
territoriais. Permite um melhor conhecimento e atuação em regiões onde
a empresa está localizada. Note o exemplo da figura 4.
Figura 4.
Organograma com diretor de
departamentalização operação
territorial.
Gerente da Gerente da
Região Sul Região Norte
Figura 5.
Organograma com diretor comercial
departamentalização
por clientes.
Figura 7.
Organograma com gerente de
departamentalização produção
por processo.
1. Novo tipo de Esta é a opção empregada por manufaturas que atuam em ambientes
organização do setor
estáveis de atuação das empresas.
produtivo introduzido
pela administração Nos últimos anos, as células de manufatura1 estão modificando este
japonesa. tipo de estrutura.
Figura 8. diretor de
Organograma com desenvolvimento
departamentalização
por projetos.
Com essa organização se obtém alta integração das equipes, o que pode
melhorar a qualidade técnica do produto, o atendimento a prazos e a sa-
tisfação das necessidades dos clientes.
Departamentalização matricial
Algumas empresas necessitam sobrepor a departamentalização funcional
com a departamentalização por projetos.
Desta maneira, podem unir a especialização com a flexibilidade no
atendimento às necessidades dos clientes. Este é o tipo matricial, figura 9.
Gerente do projeto X
Recursos humanos, Recursos humanos,
materiais, materiais,
financeiros financeiros
e outros e outros
Gerente do projeto Y
Centralização ou Descentralização
Além de decidir sobre o tipo adequado de departamentalização, o ad-
ministrador deve também se preocupar com o nível de centralização da
tomada de decisões.
A centralização das decisões significa concentração das decisões na alta
administração, deixando somente aquelas de caráter rotineiro sob res-
ponsabilidade dos departamentos de níveis mais baixos da hierarquia.
Dessa maneira a empresa pode se tornar inflexível e lenta na tomada de
decisões.
Conceito
A centralização e a descentralização referem-se ao nível hie-
rárquico no qual as decisões são tomadas. A decisão é cen-
tralizada quando a autoridade para tomar decisões se locali-
za nos departamentos do topo da organização.
E agora, José?
Há empresas de vários tamanhos e com variadas missões.
Para realizar a missão da empresa, o administrador
precisará organizar os recursos em departamentos.
Empresas pequenas costumam utilizar a Departamen-
talização funcional, pois é adequada quando se espera
obter eficiência com a especialização dos departamen-
tos. Ela é indicada também para empresas que atuam
em ambientes estáveis.
Já se a empresa cobre um extenso território de um
país, a departamentalização precisará acompanhar, daí
o mais comum é a departamentalização territorial ou ge-
ográfica, como alguns a chamam.
Se estamos organizando uma empresa comercial, a
departamentalização por clientes é a mais indicada.
Grandes empresas com linhas extensas de produtos
optam pela departamentalização por produto ou por
serviço.
Se for o caso de uma manufatura com vários estágios de
processo produtivo, a departamentalização será por pro-
cesso.
O ambiente mutável que exige o lançamento constan-
te de novos produtos ou serviços pode exigir a departa-
mentalização por projeto, que se combinado com outras
formas de departamentalização geram organizações hí-
bridas como a departamentalização matricial.
Ao decidir sobre qual a melhor maneira de agrupar os
recursos organizacionais, o gerente deve atender aos ob-
jetivos estratégicos da organização. Mas, se as mudanças
ambientais são constantes e profundas, isso resulta em
novas maneiras de agir para se manter competitiva.
Pode ser que o gerente tenha que optar em aumen-
tar o controle sobre as operações, então se iniciará um
processo de centralização. Ou o gerente pode confiar
em expandir a empresa com a criação de novos departa-
mentos com liberdade para a tomada de decisões. Isso é
típico de períodos de expansão econômica, quando tudo
favorece a descentralização das decisões.
A globalização da economia, a facilidade com que se
transporta materiais e informações acabaram por criar
novos modelos de organização que se adaptam melhor
a essas novas condições ambientais.
Na próxima unidade esses novos modelos de organi-
zação serão abordados.
Glossário
Centralização: decisões tomadas no topo da Departamentalização: criação de departamen-
organização. tos de acordo com algum critério de homo-
Descentralização: decisões delegadas aos ní- geneização para atender aos objetivos estra-
veis hierárquicos operacionais. tégicos da organização.
Referências
MAXIMIANO, A. C. A.Introdução à administra-
ção. São Paulo: Atlas, 2007.
Competências
Saber organizar uma empresa.
Habilidades
Identificar os principais tipos de departamentalização,
suas vantagens e desvantagens e saber decidir quando
centralizar ou descentralizar as decisões.
Apresentação
Nesta unidade você conhecerá os modelos de organi-
zação. Deverá entender que ao escolher o modelo isso
implicará nas decisões sobre cargos, responsabilidades
e atribuições. Um desses modelos é conhecido como or-
ganização burocrática. Ao reconhecer as características
deste modelo, o gerente deve ser capaz de avaliar suas
vantagens e desvantagens, assim como avaliar o modelo
adhocrático que também apresenta vantagens e desvan-
tagens.
Para Começar
Você já passou por uma situação semelhante a esta?
Fundamentos
As estruturas que as organizações adotam têm a finalidade de facilitar o
desempenho de suas atividades por meio da melhor alocação dos seus
recursos.
Grandes empresas apresentam estruturas complexas, pequenas e mi-
croempresas têm estruturas simples para determinar quem realiza quais
atividades.
Apesar das diferenças, as estruturas organizacionais apresentam simi-
laridades que permitem agrupá-las em modelos.
O modelo de estrutura organizacional deve ser estável, porém deve ser
capaz de atender às situações que podem variar.
atenção
Um administrador deve compreender as características dos
modelos organizacionais e as variáveis situacionais para de-
cidir sobre qual a melhor estrutura que apoia a estratégia da
empresa.
Tabela 1.
característica descrição
Características
da organização Caráter legal das normas As normas e regulamentos conferem às pessoas investidas
1
e regulamentos da autoridade um poder de coação sobre os subordinados.
burocrática de acordo
com Max Weber. As regras, decisões e ações são formuladas e
2 Caráter formal das comunicações registradas por escrito. Isso gera a criação de
formulários para facilitar a comunicação.
A divisão do trabalho atende ao objetivo de eficiência.
Caráter racional e Cada funcionário tem um cargo específico, funções
3
divisão do trabalho específicas e uma esfera de competência e responsabilidade.
Ninguém deve ultrapassar os limites de sua autoridade.
A distribuição das atividades depende dos
4 Impessoalidade nas relações cargos e funções e não de pessoas. As pessoas
são vistas como ocupantes de um cargo.
Cada cargo deve estar sob controle de um cargo superior.
A autoridade é inerente ao cargo e não ao indivíduo que
5 Hierarquia da autoridade desempenha a atividade. O conflito entre subordinados e
chefias é evitado porque as ações de se processam dentro
de um conjunto mutuamente reconhecido de regras.
Rotinas e procedimentos A burocracia fixa as regras e normas técnicas
6
padronizados para o desempenho do cargo.
A escolha das pessoas para ocupar os cargos é
7 Competência técnica e meritocracia baseada no mérito e na competência técnica
e não em preferências pessoais.
Os administradores da burocracia não são seus
8 Especialização da administração donos, acionistas ou proprietários. O funcionário
não pode vender, comprar ou herdar seu cargo.
Cada funcionário é um profissional especialista, assalariado,
9 Profissionalização dos participantes ocupante de um cargo, nomeado pelo supervisor hierárquico,
seu mandato é por tempo indeterminado e é fiel ao cargo.
Tudo na burocracia é estabelecido no sentido de
Completa previsibilidade prever antecipadamente todas as ocorrências e
10
do funcionamento ser possível criar uma rotina para a sua execução
para haver a maior eficiência possível.
Conceito
Para Weber, a divisão e distribuição de funções, a seleção de
pessoal especializado, os regulamentos e a hierarquia fazem
da burocracia o modo mais eficiente de administração.
As disfunções da burocracia
A imperfeição do modelo burocrático na prática se deve à imprevisibilida-
de do comportamento humano que não consegue se enquadrar em uma
organização totalmente racional e formal.
As disfunções da burocracia são:
dica
A organização informal surge como uma consequência im-
prevista da impossibilidade prática de bitolar e padronizar
o comportamento humano nas organizações. (Chiavenato,
2004, p. 290)
Figura 1. Os modelos
organizacionais.
organização organização
Fonte: Adaptado de
orgânica burocracia mecanicista
Maximiano (2007).
a. Modelo mecanicista
b. Modelo orgânico
atenção
As pesquisas mostram que a ênfase dada à estrutura flexível
ou rígida depende de fatores contingenciais de estratégia,
ambiente, tecnologia e recursos humanos.
Figura 2.
O downsizing.
Unidade de
Produção Unidade de RH
Lembre-se
As variáveis situacionais que influenciam a definição do mo-
delo organizacional são: a estratégia, o ambiente, a tecnolo-
gia e os recursos humanos.
Referências
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administra-
Administração. Rio de Janeiro: Campus El- ção. São Paulo: Atlas, 2007.
sevier, 2004.
Competências
Saber controlar.
Habilidades
Conhecer os elementos do processo de controle, distin-
guir os tipos de controle e obedecer aos critérios do con-
trole eficaz.
Apresentação
Até aqui você já sabe o que é planejar e organizar. Agora
você terá contato com o princípio da Administração que
complementa os princípios estudados. De nada adian-
ta planejar, se deixarmos de analisar se os resultados
encontrados estão de acordo com as metas almejadas.
Nesta unidade você aprenderá a controlar processos
após ter contato com a definição e os passos da ativida-
de de controle. E será convidado a refletir sobre a impor-
tância dos Sistemas Gerenciais de Informações que são
as bases para a atividade de controle.
Para Começar
• Planejar Liderar
• Organizar Decidir
• Dirigir Comunicar
• Controlar Motivar
Fundamentos
Controlar é algo que todo gerente aprende depressa: somente no céu
tudo é perfeito!
Atenção
No cotidiano de uma organização um fornecedor pode fa-
lhar, máquinas podem quebrar, pessoas podem se esquecer
ou se enganar... Por isso existe o controle.
Definição de controle
Maximiano (2007) explica que para entender o processo de controle, é
importante começar pelos princípios da cibernética. São eles:
Conceito
Portanto, controlar é manter o sistema organizacional den-
tro de um padrão com base em informações contínuas e pa-
drão de comportamento do próprio sistema. Sendo que o
padrão representa o critério de avaliação do desempenho do
sistema (Maximiano, 2007).
2. Aquisição de informações
Conhecidos os padrões de controle, a segunda etapa consiste em obter
informações sobre o comportamento do sistema.
A qualidade do controle depende do quanto são precisas as informações.
Para isso é necessário definir algumas variáveis:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
3. Comparação
A terceira etapa do controle é a comparação. Neste momento a informa-
ção sobre o desempenho real é comparada com os objetivos ou padrões.
Essa comparação pode resultar em três situações:
4. Ação corretiva
A ação corretiva consiste na implementação das soluções encontradas
diante dos desvios entre o desempenho real e o desempenho esperado.
Esta etapa torna o controle uma atividade flexível e permite que a or-
ganização se adapte às mudanças muitas vezes bruscas e inesperadas do
ambiente.
Quanto melhor forem realizadas as etapas anteriores, melhor será a
chance de uma ação corretiva ser eficiente para fazer com que o desem-
penho retorne ao curso esperado.
Mesmo que as informações sejam ótimas, a ação corretiva eficaz de-
pende de uma correta avaliação.
Por fim, a ação corretiva pode deixar o gerente num dilema entre bus-
car um melhor desempenho que iguale o planejado ou rever os padrões
adotados, também aqui uma correta avaliação é necessária.
b. Precisão da informação
A informação deve ser precisa para permitir uma tomada de decisão
correta. Imagine que um contador chegue a um resultado errado
como lucro líquido positivo quando o correto é prejuízo. A organiza-
ção pode gastar mais do que tem e não enxergar um problema que
precisa ser resolvido.
d. Objetividade
As informações devem ser claras e fáceis de interpretar. O gerente
não pode ter dúvidas ao decidir ou tomar ações corretivas.
e. Economia
Os benefícios de controle devem ser maiores do que os custos
para implantá-lo e mantê-lo. Um caso comum é a compra de um
sistema informatizado caro e superdimensionado para as necessi-
dades da empresa.
f. Aceitação
O controle precisa ser aceitável para as pessoas controladas, pois
elas podem resistir ou mesmo sabotar os sistemas de controle. No
caso de um sistema informatizado é aconselhável que as pessoas
que irão utilizá-lo participem do seu desenvolvimento.
g. Ênfase na exceção
Pelo simples fato de que é impossível controlar tudo, a ênfase dos
sistemas de controle deve estar nas exceções ou desvios do desem-
penho esperado.
Dica
Controle o que é importante e o que pode gerar maior prejuízo.
Trabalhe com informações claras, precisas e oportunas.
Dica
A Tecnologia de informação está provocando mudanças na
organização que tornam a empresa ainda mais dependente
do conhecimento, da aprendizagem e da tomada de decisão
individual dos empregados do que no passado (LAUDON e
LAUDON, 2001, p. 4).
Governança corporativa
O conceito de governança corporativa se relaciona com um conjunto de
regras sobre como as empresas devem ser administradas e controladas.
Segundo o site da IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporati-
va), a origem da governança data da primeira metade da década de 1990
como uma reação aos abusos da diretoria executiva de algumas empre-
sas norte-americanas, além da inércia de conselhos de administração ino-
perantes e das omissões das auditorias externas.
O objetivo da Governança Corporativa é recuperar e garantir a confia-
bilidade em uma determinada empresa para os seus acionistas.
Esse conceito surgiu a partir da separação entre a propriedade e a gestão
de empresas. Acontece que essa separação pode gerar o “conflito de agên-
cia” que surge da separação entre a propriedade e a gestão empresarial.
Como acontece o conflito?
O proprietário (acionista) delega a um agente especializado (executivo)
o poder de decisão sobre sua propriedade. No entanto, os interesses do
1. Definição de padrões;
2. Aquisição de informações;
3. Comparação;
4. Ação corretiva;
5. Revisão do planejamento.
1. Comportamento humano;
2. Finanças;
3. Produção ou Operações;
4. Informações.
Referências
COELHO, M. A essência da administração: ROBBINS, Stephen Paul. A
dministração: mu-
conceitos introdutórios. São Paulo: Sarai- danças e perspectivas. São Paulo: Saraiva,
va, 2008. 2000.
LAUDON, K. C; LAUDON, J. P. G
erenciamento de SOUZA, A. R.; FERREIRA, V. C. P. Introdução à
Sistemas de Informação. 3a ed. Rio de Ja- administração – uma iniciação ao mun-
neiro: LTC, 2001. do das organizações. 7ª ed. Rio de Janeiro:
MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administra- Pontal, 2006.
ção. São Paulo: Atlas, 2007.
Competências
Saber liderar.
Habilidades
Conhecer o que é liderar, saber escolher o melhor estilo
para cada situação.
Apresentação
Nesta unidade você conhecerá outro elemento do prin-
cípio da Administração, conhecido como dirigir. Reúne
ações do gerente: liderar, motivar, comunicar e outras.
Ao decidir como liderar, o gerente afetará os resultados
da organização, pois seus atos influenciam a qualidade
do trabalho e a satisfação dos subordinados no cargo.
Portanto, é importante conhecer quais são as bases da
autoridade do líder, os tipos de liderança e algumas te-
orias que explicam o que se deve esperar como resulta-
dos para cada maneira de liderar.
Para Começar
Quanto este chefe se parece com alguém que você co-
nhece?
Fundamentos
Já vimos que o gerente ou administrador é responsável pelo processo
administrativo, constituído de quatro atividades:
Conceito
Liderança é conseguir que as pessoas façam o que se espera
delas.
É necessário saber como persuadir as pessoas para que
atinjam uma meta comum.
Bases da Autoridade
De acordo com Maximiano (2007), os motivos pelos quais um líder é obe-
decido são:
Além das bases da autoridade, a maneira como o líder exerce sua autori-
dade é também um ponto importante no estudo sobre Liderança.
Tipos de Líderes
Uma classificação básica dos tipos de líderes é baseada no quanto o líder
divide ou não a responsabilidade sobre o processo de decisão, assim te-
mos o líder autocrata, democrata e liberal. Em Chiavenato (2004), pode-
mos verificar a pesquisa que White e Lippit fizeram em 1939 para analisar
o impacto causado por esses três estilos de liderança.
Foram analisados os desempenhos de meninos de 10 anos de idade
ao realizarem tarefas sob a liderança destes três tipos de líderes. Como o
líder se comportou e os resultados do comportamento desses meninos
são apresentamos a seguir:
Figura 1. Grid
alta
gerencial de Blake
e Mouton. 9
Fonte: Adaptado de 1,9 9,9
Chiavenato (2004). 8 Administração do tipo Administração do tipo
“Clube de Campo” “Gerência de Equipes”
7
6
5,5
Administração do tipo
5
“Moderada”
ênfase nas pessoas
3 1,1 9,1
Administração do tipo Administração do tipo
2 “Precária” “Autoridade-obediência”
1
baixa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 alta
ênfase na produção
→→ Líder orientado para pessoas (1,9): este líder demonstra tanta preo-
cupação com relacionamento e amizade que pode esquecer o interes-
se pela empresa, pela produção ou pelo compromisso com o cliente.
→→ Líder orientado para tarefas (9,1): este procura trabalhar com a
máxima eficiência e por isso apresenta características autocráticas.
É aquele líder preocupado com prazo, volume de produção e em
atingir as metas planejadas, custe o que custar.
→→ Líder liberal, que não se preocupa com tarefas nem pessoas
(1,1): aqui o líder desempenha seu papel a um mínimo para somen-
te permanecer no cargo. A liderança é ausente. Os subordinados fi-
cam perdidos, ansiosos e sem orientação. Não há preocupação com
prazos ou com clientes.
→→ Líder orientado simultaneamente para pessoas e tarefas (9,9): o
ideal a ser perseguido é este, cujo comportamento é considerado de
um líder de equipe que consegue equilibrar uma alta preocupação
com pessoas e com tarefas. Os prazos são cumpridos, os clientes
são bem tratados e o trabalho se desenvolve em um clima harmo-
nioso de amizade e respeito.
→→ Líder mediamente preocupado com tarefas e pessoas (5,5): este
é um líder que procura o equilíbrio, mas que pode melhorar para se
tornar um líder do tipo 9,9. Alguns autores se referem a ele como
um administrador comum que não tende acentuadamente para ne-
nhuma das duas orientações, porém é aquele que precisa trabalhar
seu desempenho porque precisa melhorar, tanto o relacionamento
com os subordinados quanto em assuntos que se referem à rotina
de trabalho.
A Teoria X e Y de McGregor
De acordo com Chiavenato (2004), para McGregor o estilo de liderança é
influenciado pelos pressupostos do líder acerca da natureza humana.
Figura 2. Régua de
continuum de liderança
estilo de liderança.
Fonte: Adaptado de
Chiavenato (2004). uso de poder do gestor
2. Modelo de Fiedler: esse autor afirma que são três características que
permitem avaliar o “grau de favorabilidade” da situação para o líder:
Tabela 1. Modelo de Dessa maneira, quanto mais maduro for o subordinado, menos necessá-
liderança situacional rio é o uso da autoridade pelo líder e maior a orientação para pessoas.
de Hersey e
Já a imaturidade exige muita autoridade e pouco relacionamento entre
Blanchard. Adaptado
de Chiavenato (2004). o líder e o subordinado. Observe a Tabela 1.
comportamento do subordinado
Estilo: Venda
Estilo: Participação
Dá muita atenção para tarefa e
Dá atenção ao
Muito orientado para relacionamento para tratar
relacionamento e
com pessoas imaturas, mas
pouco para a tarefa.
entusiasmadas em aprender.
Médio orientado
dicas
Todas as teorias sobre liderança recebem críticas quando
tentam estabelecer receitas e são elogiadas quando pro-
põem princípios.
O princípio que propõe que a liderança seja ajustada à
situação é sempre destacado, segundo Maximiano (2007).
As qualidades de um líder
Souza e Ferreira (2000) destacam algumas qualidades que deveriam ser
desenvolvidas nos gerentes para eles se tornarem líderes eficazes. As quali-
dades citadas incluem contribuições de autores antigos e contemporâneos.
Dica
Pessoas como Kennedy, Hitler, Mandela e Gandhi possuem
algo em comum? Sim, todos foram líderes eficazes. Todos
obtiveram aquilo que solicitaram de seus subordinados.
Atenção
Explicar a liderança é uma tarefa complexa. Indicar qual o
melhor estilo de liderança também é. Porém, o estilo de
liderança é uma variável, resultado que é influenciada por
inúmeras variáveis. Por isso, o melhor líder é aquele que se
ajusta bem à situação.
Referências
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administra-
Administração. Rio de Janeiro: Campus El- ção. São Paulo: Atlas, 2007.
sevier, 2004. SOUZA, A. R. e FERREIRA, V. C. P. Introdução à
COELHO, M. A essência da administração: administração: uma iniciação ao mundo
conceitos introdutórios. São Paulo: Sarai- das organizações. 7a ed. Rio de Janeiro:
va, 2008. Pontal, 2006.
Competências
Saber motivar e obter resultados com essa prática.
Habilidades
Conhecer várias modalidades de motivação.
Apresentação
Será que a nossa teoria, nosso modo de agir, de falar, de
exigir, de cobrar, é a forma correta de administrar? É im-
portante conhecer um pouco mais de motivação e algu-
mas teorias, onde poderemos notar, que sempre temos
que aprimorar o relacionamento humano, ter um tino
todo especial para motivar as pessoas a associarem-se
aos objetivos da empresa, ao planejamento, somando
com ideias e conhecimentos, e, assim sendo, entre várias
outras formas, estamos motivando pessoas a empreen-
der, buscar, lutar pelos objetivos da organização.
Para Começar
Fundamentos
A motivação, que trataremos aqui, diz respeito aos objetivos e metas, da
disposição de realizar uma tarefa. Essa realização apontará o desempe-
nho de como será ou foi realizada esta tarefa, é importante que seja ana-
lisada sob o ponto de vista da motivação, entender para propor ou mudar
os mecanismos que a alicerçam.
São variados, por autores, os conceitos, aspectos e influencias para a
motivação.
Maximiano (2000) apresenta dois grupos de motivos que influenciam
no desempenho:
Vemos, nesta definição bastante clara, que somos motivados pelas neces-
sidades que criamos e que buscamos realizá-las, podendo mudar nosso
comportamento para tal.
Os estágios ou níveis motivacionais, para o autor, correspondem às
necessidades fisiológicas (primárias para sobrevivência do ser humano
– comer, beber, atividades físicas), e psicológicas e de autorrealização (ex-
clusivas do homem, secundárias – segurança pessoal, participação com
outras pessoas, autoconfiança e necessidade de afeição).
Ciclo Motivacional
A Figura 1 demonstra a satisfação ligada com Equilíbrio, ligado com estí-
mulo ou incentivo, necessidades, tensão, ligado com comportamento ou
ação, ligado com satisfação, fechando o ciclo em satisfação das necessi-
Figura 1. Ciclo
motivacional dades.
resultando em
satisfação das estímulo ou
equilíbrio
necessidades. incentivo
Fonte: Chiavenato
2003, p. 119.
satisfação necessidades
comportamento
tensão
ou ação
comportamento
tensão
ou ação
Teorias da Motivação
As principais delas surgiram na segunda metade do século XX, partindo
do princípio do comportamento humano e suas necessidades, e o que as
motivam em seus objetivos, realização e cumprimento delas.
Vamos dividi-las em duas, com seus mentores e pontos básicos das
teorias:
Teorias de processos:
auto-estima, confiança,
estima conquista, respeito dos outros,
respeito aos outros
amizade, família,
sociais
intimidade sexual
Atenção
Se todas as necessidades estão insatisfeitas e o organismo é
dominado pelas necessidades fisiológicas, quaisquer outras
poderão tornar-se inexistentes ou latentes. Podemos então
caracterizar o organismo como simplesmente faminto, pois
a consciência fica quase inteiramente dominada pela fome.
Todas as capacidades do organismo servirão para satisfazer
a fome [...] (Maslow, 1975, p. 342)
Atenção
Douglas Macgregor – Nascido em Detroit em 1906 e falecido
em 1964, McGregor partilhou as suas ideias sobre as neces-
sidades do indivíduo com Maslow e Likert. Psicólogo social
especialista em comportamento humano, professor do MIT
e de Harvard, tornou-se famoso pela sua teoria X (gestão
autoritária) e teoria Y (gestão participativa) criada em 1960
(Portal História da Administração).
Tabela 1. Teoria
fatores que levam à insatisfação fatores que levam à satisfação
da Motivação por Falta de alinhamento com Crescimento na organização
Frederick Herzberg. a política da empresa (cargo/salários)
Falta de condições do Desenvolvimento pessoal
ambiente de trabalho (aprimoramento profissional)
Mau relacionamento com colegas Responsabilidade (cargos e funções)
Reconhecimento (méritos
Segurança e incapacidades pessoais
e aumento salário)
Salário Realização (conquistas)
Atenção
Professor de Psicologia Organizacional e diretor da Psy.D.
Programa em Psicologia Organizacional na Universidade
Rutgers University Graduate School of Applied Behavio-
ral Science. Editor do The Journal of Applied Behavioral
Science desde 1990. O professor Alderfer escreveu vários
livros e mais de cem artigos sobre organização, comporta-
mento e mudanças; ganhou diversos prêmios de investiga-
ção. Participa em conselhos editoriais de Family Business
Review e Journal of Organizational Behavior.
Atenção
David McClellad – Nascido em 1917 e falecido em 1998, foi
um americano, teórico da psicologia. Reconhecido por seu
trabalho em motivação do sucesso e consciência, teve par-
ticipação na criação do sistema de placar para o Thematic
Apperception Test (Portal História da Administração).
Teorias de processos:
Atenção
O funcionário desmotivado não executará
uma atividade ou tarefa dando o melhor
de si, poderá simplesmente cumpri-la,
porém, sem agregar o sentimento naquilo
que foi feito.
E agora, José?
Agora, motivados, vamos para Tomada de decisões. Uma
das responsabilidades de gestores e administradores.
Você já conhece o bastante sobre liderança e motivação.
Você se acha pronto para tomar decisões? Calma, va-
mos para o próximo módulo, depois, faça uma autoa-
valiação, e verifique se está apto ou não para tomadas
de decisões.
Glossário
Extrínseco: que é de fora, que não é inerente à Necessidade: o que é indispensável à vida;
essência de algo. Conveniência, utilidade; Qualidade ou condi-
Insatisfacente: que não satisfaz. ção do que é necessário.
Intrínseco: que se encontra no interior, no ínti- Personificação: ação ou resultado de personifi-
mo de alguém ou de algo. car; personalização.
Linear: que é claro, direto, simples, como uma Preconizar: aconselhar ou elogiar com entu-
linha reta. siasmo; recomendar.
Motivação: ação ou resultado de motivar, de Subserviência: qualidade, condição ou compor-
estimular, a si mesmo ou a outros; conjunto tamento de subserviente; servilismo.
de motivos que levam uma pessoa a agir de Surreal: que não corresponde à realidade ob-
determinado modo. jetiva; que não condiz com a razão, de tão
estranho, incongruente ou absurdo; que tem
o caráter ou a natureza do sonho.
Referências
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da P ortal história da aministração. Dou-
Administração. São Paulo: Campus, 2003. glas McGregor. http://www.historiada
LACOMBE, F. HEILBORN, Gilberto. Administra- administracao.com.br/jl/index.php?option
ção – princípios e tendências. São Paulo: =com_content&view=article&id=72:douglas-
Saraiva, 2006. mcgregor&catid=10:gurus&Itemid=10. Aces-
MASLOW, A. H. “Uma teoria da motivação hu- so em: jun. 2010.
mana”. In: BALCÃO, Y. F.; CORDEIRO, L. L. O ____________. David McClelland. Disponível em:
comportamento humano na empresa : uma http://www.historiadaadministracao.com.
antologia. Rio de Janeiro: FGV, 1975. p. 342. br/jl/index.php?option=com_content&view
MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administra- =article&id=201:david-mcclellan&catid=10:g
ção. São Paulo: Atlas, 2000. urus&Itemid=10. Acesso em: jun. 2010.
____________. Teoria Geral da Administração. São ____________ Frederick Herzberg. http://www.
Paulo: Atlas, 2000. historiadaadministracao.com.br/jl/index.
php?option=com_content&view=article&id=
65:frederick-herzberg&catid=10:gurus&Item
id=10. Acesso em: jun. 2010.
Competências
Compreender o processo de decisão.
Habilidades
Distinguir as fases do processo de decisão e perceber
os fatores que contribuem para a melhor tomada de
decisão.
Apresentação
Na atualidade, as organizações enfrentam situações a
cada dia mais adversas, o que exige do gerente a capa-
cidade de tomar decisões rápidas e precisas. Nesta uni-
dade você conhecerá o processo de tomada de decisão,
deverá ser capaz de distinguir os tipos de decisões e os
fatores que afetam a decisão. Além disso, nesta unidade
você aprenderá alguns métodos de resolução de proble-
mas que poderão ser úteis quando estiver no comando
de processos administrativos.
Para Começar
Tomar decisões é uma atividade crítica e constante no
desempenho da função de administrador.
Em muitos casos as decisões são tomadas em uma
condição de certeza, ou seja, o administrador conhece
antecipadamente o resultado da decisão.
No entanto, a condição mais comum é a situação de
risco. Essa condição exige que o tomador de decisão sai-
ba calcular a probabilidade de alternativas ou resultados.
Há ainda uma condição mais difícil: aquela na qual o
administrador se depara com a incerteza. Essa é a situa-
ção quando não há informações suficientes para se elen-
car as alternativas ou calcular o risco associadas a elas.
Infelizmente, a rapidez das transformações de nossa
sociedade tem intensificado as condições de incerteza
ao mesmo tempo em que não permite a indecisão.
Fundamentos
Há duas situações no cotidiano do administrador, se-
gundo Maximiano (2007), que exige dele uma tomada
de decisão:
→→ Quando há um problema;
→→ Quando se deseja aproveitar uma oportunidade.
Conceito
Decisão é o processo de análise e escolha entre as alterna-
tivas disponíveis de cursos de ação que a pessoa deverá se-
guir. (CHIAVENATO, 2004, p. 348)
Dica
Se a decisão deve ser tomada por um indivíduo ou pelo gru-
po depende da ponderação entre eficiência e eficácia. A de-
cisão individual é mais eficiente, porém a decisão em grupo,
por gerar mais alternativas, pode ser mais eficaz.
Atenção
Uma decisão errada significa uma oportunidade perdida,
uma ameaça não enfrentada, um objetivo não atingido e
perda de recursos.
Dica
Os gerentes trabalham no limite da racionalidade, tomam
decisões mediante a construção de modelos simplificados
que selecionam os elementos essenciais dos problemas sem
capturar toda a sua complexidade (Robbins, 2000).
máquina materiais
Desdobramento 1.1
Figura 4. Árvore Alternativa 1
de decisão. Desdobramento 1.2
Fonte: Adaptado de
Maximiano, 2007.
Alternativa 2 Desdobramento 2.1
problema
Desdobramento 4.1
Alternativa 4
Desdobramento 4.2
informação conhecimento
dado
comunicação
E agora, José?
Vimos nesta etapa do curso que o gerente é um tomador
de decisão.
Além de decidir qual o melhor estilo de liderança para
cada situação, ele precisa decidir o tempo todo. Aqueles
que se situam na alta administração tomam decisões es-
tratégicas. Quase sempre decisões não programadas. Ou
seja, decisões que precisam ser criadas a cada situação e
envolvem incerteza e risco, porque na maioria das vezes
se referem às mudanças do ambiente de tarefa ou geral.
Aqueles gerentes do nível operacional, ao contrário,
tomam decisões quase sempre programadas, ou seja,
que apresentam menor risco e incerteza por se tratar de
decisões rotineiras.
É bom que o gerente siga corretamente os passos na
tomada de decisão que são:
1. Identificação do problema;
2. Enumeração das alternativas possíveis para a solu-
ção do problema;
3. Seleção da alternativa de maior benefício;
4. Implementação da alternativa escolhida;
5. Avaliação dos resultados.
Referências
ANGELONI, M. T. Revista Ciência da Informa- MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administra-
ção. Vol. 32, nº 1, Brasília, jan./abr. 2003. ção. São Paulo: Atlas, 2007.
CERTO, S. C. Administração Moderna. São ROBBINS, S. P. Administração: mudanças e
Paulo: Prentice Hall, 2003. perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2000.
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da
Administração. Rio de Janeiro: Campus El-
sevier, 2004.
Competências
Ser capaz de se comunicar, se expressar e se fazer
entender.
Habilidades
Conhecer os efeitos na falta de comunicação.
Apresentação
Onde não existe comunicação, de forma ordenada, or-
ganizada e clara, não é possível existir uma linguagem
organizacional. A empresa está fadada ao fracasso, pois
onde há linguagem diferente, dificilmente chega-se aos
objetivos traçados; pior ainda, esses objetivos iniciam-se
ofuscados pela falta dela. A comunicação organizacional
é ferramenta indispensável dentro das organizações.
Para Começar
Muitos de vocês alunos, poderão não ter conhecido o
saudoso Abelardo Barbosa, o Chacrinha; ele tinha um
bordão que, perdura até hoje, inclusive nas salas de aula:
“Quem não se comunica se trumbica”.
Essa é uma realidade não só na vida pessoal, em equi-
pe, mas também, na organização, seja ela pequena, mé-
dia ou de grande porte, certamente os efeitos pela falta
da comunicação, podem ser devastadores.
Para que iniciemos a unidade, com o espírito de comu-
nicador, e para justificar este preâmbulo, leia atentamen-
te a história abaixo, que circula há anos pela internet:
Comunicação Organizacional
O ambiente organizacional não se limita mais intramu-
ros, sua extensão vai além de seu microambiente, esten-
dendo-se cada vez mais longe de seu centro operacional.
A comunicação organizacional, hoje um centro nervo-
so na empresa, exige cada vez mais rapidez, clareza e
exatidão nas informações, não tendo espaço para uma
comunicação lenta e precária, seja pública ou privada
onde os interesses se convergem em um mercado global
e competitivo.
Destaca-se neste tópico, a grande importância da co-
municação dentro dos processos decisórios, sem a qual
podem-se colocar em risco os objetivos estratégicos e a
condução na gestão de resultados. Não se institui aqui,
comunicação urgente, precisa, imprescindível ou prioritária, mas, “comuni-
cação” em qualquer circunstância, ela é importante, por isso se torna uma
ferramenta crucial nas tomadas de decisões e, acima de tudo, a condução e
gestão de objetivos, que tivemos oportunidade de ver no capítulo anterior.
A comunicação interna é o início do processo, se não for clara aqui,
dificilmente os resultados lá na frente serão ou estarão alinhados com o
plano estratégico; consequentemente, na parte externa poderá sofrer um
verdadeiro desastre, daí sua importância e a necessidade de mensurá-
-la em tempo real e constante, de forma a monitorar uma atividade cujo
comportamento pode ser medido e padronizado, não fugindo ao contex-
to anteriormente determinado.
As empresas devem se preocupar com seus modelos de comunicação
interno e externo, adaptando-os às suas necessidades, criando assim um
fluxo livre e rápido de informações, de forma a agilizar o sistema opera-
cional como um todo.
Nesta evolução vertiginosa que vislumbramos na atualidade, está a re-
volução tecnológica, que cumpre cada vez mais o papel de facilitadora no
âmbito da questão da comunicação organizacional, cuja atuação permeia
em todos os passos decisórios da gestão administrativa e organizacional.
Um exemplo não raro de comunicação truncada nas organizações:
Comunicação interna
De: Diretor
Para: Gerente
Comunicação interna
De: Gerente
Para: Supervisor
Comunicação interna
De: Supervisor
Para: Chefe de Produção
Comunicação interna
De: Chefe de Produção
Para: Mestre
Comunicação interna
De: Mestre
Para: Funcionário
Todo mundo nu, sem exceção, deve estar com segurança no pátio da fá-
brica, na próxima sexta-feira, às 17:00 horas, pois o manda chuva (o Di-
retor) e o senhor Halley, guitarrista famoso, estará lá para mostrar o raro
filme Dançando na Chuva. Caso comece a chover mesmo, é para ir para
o refeitório de capacete na mesma hora. O show será lá, o que ocorre a
cada 78 anos.
Tabela 1. Maximiano
meio de comunicação exemplos
(2000, p. 283). Apresentações formais
Conferências
Reuniões
Comunicação Pessoal
Conversação um a um
Convenções periódicas
Comemorações e solenidades
Memorandos, circulares
Cartazes
Revistas e jornais internos
Sistemas de sugestões
Comunicação escrita
ou impressa Administração visual (cartazes no local de
trabalho com informações sobre produção)
Murais
Relatórios
Cartas
Dica
Para que se tenha uma informação clara e não haja dúvi-
das, primeiramente, prepare-se para concebê-la – aprenda
a escutar.
Dica
A comunicação começa com o emissor codificando uma
mensagem e termina com o receptor decodificando a men-
sagem. Entre esses dois pontos a mensagem passa pelos
filtros tanto do emissor quanto do receptor e pelo ruído ex-
terno. (MONTANA, 1998, p. 287)
Termos-Chave
Atenção
A pressa de ouvir sem escutar leva a erros banais na comu-
nicação, não pela ferramenta ou maneira de propagá-la, mas
sim, pela ineficiência de sua interpretação.
E agora, José?
Veja, o Chacrinha tinha razão: “Quem não se comunica
se trumbica”. Se você não tiver uma comunicação cla-
ra e eficaz, certamente será uma carta fora do baralho
dentro da organização, da empresa ou no mercado que
você atua. Mas atenção: exigir clareza de uma informa-
ção o faz eficiente da mesma forma na sua transmissão
da informação. Não se esqueça disso. Agora, comple-
mentaremos essa necessidade de clareza, de eficácia e
de comprometimento com a seriedade da informação
e comunicação, estudando no próximo módulo, Ética e
Responsabilidade Social.
Vamos em frente.
Glossário
Aparato: conjunto de elementos com função investigar (algo) a respeito de alguém ou al-
específica. guma coisa.
Assimilado: compreendido, aprendido. Ineficácia: ausência de eficácia; insuficiência;
Atributo: aquilo que é próprio de alguém ou de inutilidade.
algo; característica. Integridade: estado do que não foi alterado.
Controvérsia: diferença de opiniões ou discus- Memorando: comunicação oficial escrita, geral-
são quanto a uma ação, afirmação, teoria, mente entre órgãos, departamentos ou se-
proposta ou questão; polêmica. ções de uma mesma instituição ou empresa.
Engajamento: envolvimento, participação ativa. Paradoxo: ideia, conceito, proposição, afirma-
Envidar: aplicar com afinco ou empenho; em- ção aparentemente contraditória a outra ou
pregar. ao senso comum.
Familiaridade: grande conhecimento sobre algo Preâmbulo: texto preliminar de escrito ou fala,
Feedback: retorno ou informação dos resulta- que apresenta ou anuncia o assunto principal.
dos. Universalizar: tornar (-se) universal; genera-
Implementação: executar, colocar em prática lizar (-se); estender (-se) a muitas pessoas,
(plano, projeto). tornar comum.
Indagação: ação ou resultado de indagar (-se),
perguntar (-se), de tentar descobrir ou
Referências
CHIAVENATTO, I. Introdução à Teoria Geral da MAXIMIANO, A. C. A. Teoria Geral da Admi-
Administração. São Paulo: Campus, 2003. nistração. São Paulo: Atlas, 2000. Relatório
FINANCIAL WEB. Problema de comunicação anual da UNESCO – 1999.
motiva o fracasso de projetos. Disponí- MONTANA, P. J.; CHARNOV, B. H. Administra-
vel em: <http://www.financialweb.com.br/ ção: um modo fácil de dominar os con-
noticias/index.asp?cod=67813>. Acesso em ceitos básicos. São Paulo: Saraiva, 2000.
jun. de 2010.
Competências
Ser ético e crítico para desenvolver o senso responsável
e sustentável.
Habilidades
Conhecer várias formas de sustentabilidade econômicas
e sociais.
Apresentação
No mundo conturbado atual, os vários sistemas de in-
formação e a tecnologia do conhecimento são funda-
mentais dentro da administração e dos administradores,
mais ainda: as questões da Ética e da Responsabilidade
Social. Cada vez mais, vemos os descalabros das institui-
ções, sejam políticas, privadas ou públicas no que tange
à falta de Ética e à falta de Responsabilidade Social. É
de suma importância que se interaja neste assunto, nas-
cendo no cerne da profissão a capacidade de preservar
ambas doutrinas para a sobrevivência da sociedade.
Para Começar
Nunca ouvimos tanto falar em Sustentabilidade, Respon-
sabilidade Social e Ética, como nos últimos anos no Brasil.
O mundo em transformação modifica não só o com-
portamento humano, mas a forma como ele é tratado
e dimensionado. Os fatores éticos é uma conotação em
todos os atos exercidos pelo homem, criando normas de
conduta e de convivência, cuja formalização é por cons-
cientização ou por normas e legislações.
Os setores empresarial e organizacional são os que
assumem a grande parcela de responsabilidade, por
constantes mudanças, incutindo nos perfis organiza-
cionais, uma nova cultura de ética, sustentabilidade e
responsabilidade social. No decorrer deste módulo te-
remos a oportunidade de discutir os conceitos e concep-
ções nutridas ao longo do tempo destes temas e abrire-
mos pontos para discussões.
Os três temas focados abordarão tanto do ponto de
vista geral como específico nas organizações, haja vista
que são as principais emanadoras responsáveis pelo de-
senvolvimento e crescimento sustentável do país.
Fundamentos
Neste módulo, apresentaremos os pilares na conduta para o desenvolvi-
mento e crescimento social de uma nação, que envolve todos os setores
socioeconômicos sem que a preocupação na atualidade não se restrinja
isoladamente na forma geográfica, mas sim, no todo do planeta.
Quando nos referimos à sustentabilidade, podemos fazê-lo em vários
aspectos e em vários segmentos, tais como o social, produtivo, meio am-
biente e econômico.
As organizações, com a exigência global, assumem paulatinamente a
sustentabilidade em suas operações e planejamentos estratégicos, de
forma a atender normas e ao mesmo tempo a responsabilidade social e
econômica, sem a qual, possivelmente poderá num futuro próximo ser
ignorada ou fadada ao fracasso.
Dica
Administração: O motor do progresso e do desenvolvimento.
Repetindo Drucker, não existem países desenvolvidos e
subdesenvolvidos, mas países bem administrados ou sub
administrados e mal geridos. O mesmo ocorre com as or-
ganizações. A administração constitui o motor principal dos
países e organizações e o seu desenvolvimento é a sua con-
sequência direta. Ela é a causa, não a consequência do de-
senvolvimento (Chiavenato, 2003, p. 612).
Atenção
A ética não é um valor acrescentado, mas intrínseco da ati-
vidade econômica e empresarial, pois esta atrai para si uma
grande quantidade de fatores humanos e os seres humanos
conferem ao que realizam, inevitavelmente, uma dimensão
ética (Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade So-
cial, 2001, p. 14).
Responsabilidade Social
Tem sua base na ética e, neste conceito, a organização interage com os
interesses da sociedade que atua, desde o micro ao macroambiente, onde
responsabilidade social é o resultado das relações humanas nesta socie-
dade, com objetivo maior, do seu bem-estar e desenvolvimento social.
Explicando melhor essa interação com os interesses da sociedade, no-
ta-se que os recursos da empresa – que afetam diretamente ou indireta-
mente a qualidade de vida da comunidade a ela ligada, por isso, a respon-
sabilidade da empresa –, operam sob a tutela da sociedade.
A organização em contrapartida aos benefícios que colhe dessa socie-
dade, que é seu ambiente de negócios e interesses, gera empregos, im-
postos, especialização de mão de obra, e é também gestora na distribui-
ção de renda.
Partindo dessa premissa de trocas, há uma grande responsabilidade
social por parte da empresa, onde em seus atos e decisões pesarão dire-
tamente na comunidade que ela faz parte.
É recente essa reciprocidade. Segundo Chiavenato (2003), não veio de
forma espontânea e sim conjugada por movimentos ecológicos, direitos
do consumidor que expõe este relacionamento da organização versus
sociedade.
O autor apresenta duas situações, que as chama de antagônicas de
responsabilidade social:
Conceito
Diz respeito ao cumprimento dos deveres e obrigações dos
indivíduos e empresas para com a sociedade em geral. Al-
guns sociólogos entendem como sendo responsabilidade
social a forma de retribuir a alguém, por algo alcançado ou
permitido, modificando hábitos e costumes ou perfil do su-
jeito ou local que recebe o impacto (Wikipédia).
Conceito
Segundo o Relatório de Brundtland (1987) – o documen-
to Our Common Future (Nosso Futuro Comum) ou, como
é bastante conhecido, Relatório Brundtland – Elaborado
pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvol-
vimento – disponível em http://www.un-documents.net/
wced-ocf.htm – sustentabilidade é: “suprir as necessidades
da geração presente sem afetar a habilidade das gerações
futuras de suprir as suas”.
Dica
O relatório da Unesco (1999, p. 28) diz:
[...] o maior problema talvez surja do equilíbrio que au-
tomaticamente estabelece-se entre os níveis mais altos de
produção – e por inferência, de consumo – e o desenvolvi-
mento. A economia e todas as outras disciplinas reconhecem
que, na melhor das hipóteses, trata-se de uma meia-verda-
de. O que é produzido e o fim que é dado ao produto têm
igual importância no processo que a quantidade fabricada.
Por outro lado, é evidente que o dólar que duplica a renda
de uma pessoa pobre, cumpre papel diferente do dólar de
acréscimo auferido por um milionário, para quem se trata de
Desta forma, o que apresentamos nesta unidade tem sua base principal
na ética, e as organizações, para o zelo de sustentabilidade, deve-se apoiar
e gerir com habilidade os padrões naturais e legítimos vigentes, e cada vez
mais cobrados pela sociedade, a verdadeira guardiã dos direitos do cida-
dão, do meio ambiente, o que não impede de forma alguma, o crescimen-
to da organização, que a faça rentável, sustentável e acima de tudo viável.
Conceito
Desenvolvimento
São processos de transformações complexas de cunho geral,
político, humana e social.
Referências
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da EthosWeb/arquivo/0-A-222reflexao%2004.
Administração. São Paulo: Campus, 2003. pdf>. Acesso em: jun. de 2010.
GUIMARÃES, R. P. “A ética da sustentabili- MAXIMIANO, A. C. A. Teoria Geral da Adminis-
dade e a formulação de políticas de de- tração. São Paulo: Atlas, 2000.
senvolvimento”. In: DINIZ, N. et al (org.). UNESCO. Educação para um futuro susten-
O Desafio da Sustentabilidade: um debate tável: uma visão transdisciplinar para
socioambiental no Brasil. São Paulo: Editora ações compartilhadas. Brasília: Ed. Ibama,
Fundação Perseu Abramo, 2001. 1999.
INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABI- WIKIPéDIA. Responsabilidade Social. Dispo-
LIDADE SOCIAL. A ética nas organizações. nível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
São Paulo: Coleção Reflexão, 2001. Dis- Responsabilidade_social>. Acesso em: jun.
ponível em: <http://www1.ethos.org.br/ de 2010.
Competências
Avaliar as contingências da atualidade.
Habilidades
Descrever conceitos e princípios atuais em Administra-
ção.
Apresentação
A ciência Administração está em constante desenvolvi-
mento, nas últimas décadas tem se acelerado devido
às mudanças na sociedade humana. Novas tecnologias,
novos conhecimentos, novas maneiras de agir e pensar
formam um imperativo ambiental instigante, que ora
se mostra ameaçador e ora estimulante. Nesta unidade
você conhecerá quais são as ameaças e oportunidades
da atualidade e o que os autores contemporâneos reco-
mendam aos gerentes a fim de obterem êxito na admi-
nistração de organizações.
Para Começar
Uma das coisas mais importantes que um administra-
dor deve saber é que o momento histórico, as forças
ambientais, o mercado, e outras variáveis que cercam
a sociedade humana em determinadas épocas influen-
ciam as variadas formas do conhecimento humano, da
Matemática à Biologia.
A Administração não é exceção. Veja a seguir a inte-
ressante análise feita por Robbins (2000).
Fundamentos
Você já deve ter ouvido falar que estamos vivendo uma nova era: a era
do conhecimento e da informação. Essa nova era na história da huma-
nidade é caracterizada por:
→→ Em nível de microambiente:
100
Figura 1. Distribuição
das ocupações de
% da população
1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990
As equipes de trabalho
Já vimos que o desempenho do funcionário depende de sua capacidade, da
sua motivação e dos processos sociais que ocorrem dentro da organização.
Um desses processos sociais é o relacionamento entre as pessoas nos
grupos de trabalho.
Ao analisar os grupos, Maximiano (2007) identifica quatro elementos
que condicionam o desempenho dos grupos, desempenho esse que o
gerente é responsável por melhorar. Para isso, é importante saber do que
o desempenho depende.
2. Objetivo
Todo grupo possui um objetivo. No entanto, o compromisso com
o objetivo pode variar de pessoa para pessoa. O compromisso, por
sua vez, varia de acordo com as expectativas que o indivíduo tem de
receber uma recompensa. Cabe ao gerente identificar essas expec-
tativas e cuidar para que elas sejam satisfeitas por meio do grupo.
3. Ambiente
Cada grupo é influenciado pelos outros grupos da organização. Os
diversos grupos que compõem a empresa podem disputar recursos
ou discordar quanto à prioridade de objetivos. Nessas situações é
possível haver conflitos entre eles. Nesses casos os líderes dos gru-
pos precisam saber como gerenciar conflitos.
4. Gerência e liderança
Já vimos que o gerente desempenha um importante papel sobre o
grupo. É ele que decide quem entra, quem sai, quais metas perse-
guir etc. O grupo depende de seu apoio e iniciativa para manter o
equilíbrio. A liderança é o elemento principal da qualidade do de-
sempenho do grupo. No entanto, a liderança não necessariamente
precisa se originar exclusivamente do gerente, mas, como vamos ver
nesta unidade, pode surgir de qualquer indivíduo do grupo sem que
o gerente perca sua autoridade.
a. Coesão
Quando um grupo compartilha valores, percepções, ideologias;
quando há respeito mútuo; quando o grupo obtém resultados posi-
tivos; e quando cada um do grupo entende que para alcançar seus
objetivos depende dos colegas, temos um grupo coeso e sua exis-
tência se prolonga por muito tempo.
b. Envolvimento psicológico
A afinidade que os membros do grupo possuem com a tarefa que
deve ser desenvolvida melhora o resultado do grupo. Essa afinidade
depende de quanto o trabalho desempenhado pelo grupo, é signifi-
cativo na vida de cada um.
c. Afinidade e confiança
O grupo melhora na medida em que as pessoas possuem afinida-
des umas com as outras. Se somado a isso os indivíduos do grupo
forem competentes, os resultados tendem a ser os melhores. Opi-
niões, valores e atitudes podem ser diferentes desde que haja um
clima de confiança.
e. Autorregulação
Em um grupo de alto desempenho não há necessidade de um líder
sempre presente. O grupo é capaz de se auto-orientar e de cobrir a
ausência de qualquer elemento, inclusive do líder. Como já foi men-
cionada, a liderança pode emergir de qualquer elemento do grupo.
ação requerida
Tabela 1. Os estágios estágio características problemas
do gerente
de desenvolvimento
Deve ser tolerante quanto
das equipes. Integrantes ficam a par do que
às discussões informais que
é esperado deles, que tipo de
podem levar muito tempo,
autoridade cada um terá dentro
1 Formação Incerteza e estresse. mas são necessárias para
da equipe, que tipo de pessoas
o equilíbrio do grupo.
irá trabalhar com eles e quais
Desenvolver comunicação
habilidades cada um possui.
eficiente.
Deve incentivar os
participantes a se sentirem
Integrantes ficam mais determinados Conflitos e à vontade para discordar e
2 Agitação
a esclarecer seus papéis individuais. desentendimentos. apresentar suas opiniões
de maneira honesta. E
minimizar conflitos.
Deve incentivar a
A agitação cessa. Os integrantes Somente haverá se definição de normas e
3 Normatização chegam a um acordo quanto a papéis, os integrantes não valores da equipe.
regras e comportamentos aceitáveis. chegarem ao consenso. Desenvolver
confiança mútua.
A gestão da qualidade
Segundo Maximiano (2007), a história da gestão da qualidade se confunde
com a história do modelo japonês de qualidade. Este autor afirma que o
modelo japonês é a síntese dos princípios e técnicas sobre qualidade acu-
muladas pelo ocidente somadas às tradições culturais japonesas.
Por sua vez, a história do modelo japonês de qualidade se confunde
com a história do Sistema Toyota de Produção, também conhecido como
Lean Manufacturing (Produção enxuta). Esse sistema foi desenvolvido por
três pessoas: Toyoda Sakichi, seu filho Toyoda Kiichiro e o engenheiro
Taiichi Ohno.
Dica
A Toyota logrou êxito com a Produção enxuta porque colo-
cou as pessoas no centro de todo o sistema!
a. Eliminação de desperdícios
Consiste na eliminação de estoques e perdas de materiais, da di-
minuição do tempo de produção, de transporte e processamento e
outras atividades que não agregam valor ao produto.
b. Produção enxuta
Numa explicação simples, a produção enxuta requer a participação
da alta administração na liderança dos processos, participação de
todos os funcionários, busca incessante da raiz dos problemas numa
lógica de melhoria contínua e produção com qualidade total, ou seja,
a qualidade entendida como responsabilidade de todos.
2. Planejamento da qualidade
Ao planejar o gerente deve identificar quem são os clientes externos
e internos (funcionários de outros departamentos); conhecer quais
são suas exigências; e estabelecer metas da qualidade.
3. Gerência participativa
O gerente precisa liderar e não impor suas opiniões. Liderar significa
motivar, ouvir opiniões, compartilhar objetivos, montar equipes de
alto desempenho.
O gerente deve delegar, ou seja, colocar o poder de decisão o mais
próximo da ação. Nas situações que envolvem os clientes, a rápida
tomada de decisão pode significar perda ou ganhos extraordinários.
4. Melhoria contínua
Como a filosofia oriental Kaizen, a organização deve buscar o aper-
feiçoamento contínuo.
8. Constância de propósito
Uma vez definidos os objetivos por meio do planejamento partici-
pativo, devemos obter o comprometimento e a perseverança em
atingi-los.
9. Garantia da qualidade
O gerente deve manter documentação relativa aos processos para
que seja possível a certificação de acordo com as normas ISO 9000,
por exemplo, que garantem a qualidade.
Conceito
Kaizen (do japonês, mudança para melhor) é uma palavra de
origem japonesa que significa melhoria contínua, gradual, na
vida em geral (pessoal, familiar, social e no trabalho).
A nova organização
Para finalizar nossa unidade, resta apontar mais uma consequência da
globalização e Era da Informação, que é o nascimento da adhocracia.
Apesar do objetivo da empresa ainda é obter maior eficiência, o modelo
burocrático tem sido substituído pela adhocracia, que significa organização
cuja composição, estrutura e processos são flexíveis e descentralizados.
Neste tipo de organização as normas escritas, descrições de cargos e
organogramas outrora valorizados pela burocracia são substituídas por
soluções inovadoras como operários polivalentes, trabalhadores tempo-
rários, normalmente contratados como pessoa jurídica e salários flexíveis.
Com esse modelo são evitadas a inflexibilidade, o formalismo, a falta
de comprometimento e a supervalorização dos meios, completa Souza e
Ferreira (2000).
E agora, José?
Vimos nesta unidade que cada época apresenta amea-
ças e oportunidades próprias daquele momento históri-
co da sociedade humana.
Isso exige que os administradores tomem decisões
que garantam a sobrevivência das organizações às quais
pertencem.
Isso é necessário, porque a organização é um ser vivo
constituído de pessoas que aprendem e que precisam
trabalhar em conjunto para fazer frente às contingências
do ambiente.
A era do conhecimento e da informação é caracteri-
zada por:
Referências
CERTO, S. C. Administração Moderna. São SENGE, P. M. A quinta disciplina: arte e práti-
Paulo: Prentice Hall, 2003. ca da organização que aprende. São Pau-
CHIAVENATO, I. Introdução a Teoria Geral da lo: Best Seller, 2008.
Administração. Rio de Janeiro: Campus El- SOUZA, A. R.; FERREIRA, V. C. P. Introdução à
sevier, 2004. administração – uma iniciação ao mundo
MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administra- das organizações. Rio de Janeiro: Pontal,
ção. São Paulo: Atlas, 2007. 2006.
ROBBINS, S. P. Administração: mudanças e
perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2000.
Competências
Gerenciar mudanças.
Habilidades
Detectar as mudanças e criar novos modelos de admi-
nistração.
Apresentação
Tivemos a oportunidade, em todas as unidades anterio-
res, de ter uma visão global da administração e do papel
do administrador ao longo dos tempos e nos dias de hoje.
Mas como vislumbrar um futuro nas organizações,
considerando a velocidade das mudanças que ocorrem
a cada instante, não só na vida das pessoas, como das
organizações? É importante acompanhar de perto es-
tas mudanças, possibilidades, expectativas, buscando
meios, métodos e novos conhecimentos, que fatalmente
será cobrado dos futuros profissionais, que se despon-
tam baseados na capacidade que tem de aglutinar todas
as informações possíveis para a gestão de negócios?
Para Começar
A melhor maneira de prever o futuro, é criá-lo. (Peter Drucker)
1. O futuro já chegou;
2. A nova administração;
3. Novos paradigmas na administração;
4. Administração sem fronteiras e sem distâncias;
5. Administração virtual e internet;
6. Administração e tendências.
Fundamentos
1. O Futuro já chegou
O princípio básico que sempre se propôs em toda e qualquer atividade,
foi a mudança e inovação, sempre centrada na velocidade da evolução
das coisas e do homem. Para isso, propunha-se o preparo e a compatibi-
lidade com o futuro.
Em todas as esferas do trabalho, da administração e do comportamen-
to humano, o foco sempre foi “o futuro”, como se ele fosse algo distante e
com tempo suficiente para se preparar para ele.
Desde os primórdios da civilização, a busca constante foi para o cum-
primento das necessidades básicas como meio de subsistência e perpe-
tuação da raça humana. Os avanços desde então, a passos lentos até as
grandes revoluções, a revolução e o manejo da agricultura, a revolução
industrial, a revolução tecnológica, a revolução na informação, a globali-
zação, e agora, bem... Já estamos nele: o futuro.
Vivemos um momento ímpar, somos testemunhas vivas e oculares da
imensa transformação ocorrida na humanidade em todos os sentidos
possíveis nos últimos vinte ou trinta anos: invenções, criações, transfor-
mações, adequações, enfim, mesmo o que não conhecemos ou temos
notícias, pode ter a certeza que seu aprimoramento ou transformação já
foi iniciado; resta somente o tempo necessário para que todos tenham
contato e a utilizem, tamanha é a velocidade com que acontecem as coi-
sas, ontem inimagináveis, hoje possíveis.
Dica
Em palestra realizada em 1959, o físico norte-americano Ri-
chard Feynman lançou ideias hoje consideradas a inspiração
da nanotecnologia e da nanociência. Hoje podemos estar
muito além do que Feynman imaginava na década de 1960.
Conceito
As Soluções Emergentes
Como a mudança chegou para valer, as organizações tatea-
ram várias tentativas para acompanhá-las ou, pelo menos,
2. A nova Administração
Geraldo Ronchetti Caravantes, o pai da nova administração, em suas re-
centes palestras, foca o profissional administrador como o centro desta
nova era de gestão. A capacitação e o conhecimento, aliados às questões
de bom senso e da análise e entendimento do comportamento do ho-
mem na organização, é o ponto crucial, quando se fala no modelo vigente
na atualidade quando se trata de administrar.
Quando se trata do homem e o seu comportamento na empresa, não
se pode deixar de levar em conta, o bem-estar do cidadão, tanto na or-
ganização como em sua vida em sociedade, o que não ocorria em outras
situações, da administração mecanicista, por exemplo.
A continuidade do comportamento do homem, por mais que tente des-
vencilhar do seu “eu” social e pessoal, ele tende a entrar na empresa sem
despojar destes preceitos.
Era comum usarmos o termo “deixe fora da empresa seus problemas,
e assuma aqui a empresa”. Ora, o sentimento, a personalidade do ser hu-
mano não pode e não há como, por mais que se tente fazer e agir desta
forma. Hoje, a organização deve zelar também, pelo bem-estar, cuidar o
“eu” do indivíduo, tendo em vista que em todos os momentos, dentro e
fora da empresa, ele não deixa de ser o ser humano completo que ele é.
A nova administração vê o homem como um ser completo, que merece
respeito, e que ao mesmo tempo, a organização deve se preocupar com
ele como um todo, e não parte dele somente “pertencente” a empresa.
Cada vez mais, fica claro que a condição do homem organizacional es-
pelhará o seu resultado produtivo, por isso faz-se necessário uma refle-
xão mais profunda, no comportamento humano.
A psicologia e a sociologia organizacional se preocupam e dão espaço a
este novo foco importantíssimo nos resultados empresariais.
Atenção
A nova Administração se baseia em uma visão sistêmica,
ampla dos problemas. Todos os aspectos estão interliga-
dos, não se pode priorizar um e desprezar outro. Não se
pode, por exemplo, querer fazer bem um fluxo de caixa e
Dica
Assim como ninguém aprende tanto sobre um assunto como
o homem que é obrigado a ensiná-lo, também ninguém se
desenvolve tanto como o homem que tenta ajudar os outros
a se autodesenvolverem (Drucker, 2000).
Atenção
Os conceitos básicos da teoria administrativa estão sendo
redefinidos e realinhados com a nova realidade. O conceito
sistêmico de equilíbrio está sendo substituído por um tipo
de circularidade entre ordem e desordem. A ideia de que
simples e complexos são dois polos opostos em uma espécie
hierárquica que vai do simples (como uma máquina) até o
mais complexo (sociedades humanas) está sendo substituído
por uma nova visão em que a simplicidade e complexidade
são conceitos complementares e conjugados (Chiavenato,
2003, p. 617).
Atenção
Aspectos fundamentais, na filosofia administrativa da cor-
poração virtual:
5. Administração e tendências
Como vimos nesta unidade e em outras, a palavra “mudança” é constante.
A tendência não deixa de ser diferente, ela persistirá continuamente na
sociedade e principalmente nas organizações.
Essas mudanças acentuam mais e menos, em quase todas as áreas que
atuam o ser humano, movido pela inovação tecnológica ou pela falta dela.
Eis algumas tendências temáticas na administração:
É importante lembrar que a cada ano, o número de pessoas que vão para
o mercado de trabalho, é crescente e contínuo, por isso a seleção passa
a ser natural.
Por outro lado, vislumbrando crescimento e desenvolvimento econô-
mico, esse mercado de trabalho passa a ser mais seletivo e ao mesmo
tempo, dando oportunidade a muitos, que em determinado momento,
são excluídos, criando um verdadeiro mercado de oportunidades.
Essas oportunidades dão às empresas, às organizações e ao país a sus-
tentabilidade entre o crescimento e o desenvolvimento econômico, crian-
do o equilíbrio e maior validade a aquele que agrega conhecimentos e
capacitação.
Na capacitação que nos referimos neste e em outros módulos, atin-
ge não só aqueles que iniciam no mercado de trabalho, mas todos, sem
exceção, desde gerência ao chão de fábrica ou em qualquer escala na
pirâmide social.
A força de trabalho, nos países em desenvolvimento, emergentes e de
primeiro mundo, é extraordinária e visível à diferença atual e a trinta anos
da força feminina produtiva. Sua expansão e ocupação de espaços ora
exclusivamente masculinos, mostra de forma clara, o valor da capacitação
e conhecimento, e tende cada vez mais, a não existir discriminações de
funções, cargos e atividades desenvolvidas no mercado de trabalho.
Consumo e sustentabilidade
Apesar de termos mencionado em alguns módulos sobre sustentabilida-
de é necessário reforçar esta ação.
A cultura mundial no consumo mudou consideravelmente nos últimos
anos e tende a mudar ainda mais. Não é possível dar o caminho preciso
desse passo, mas com certeza, produto e sustentabilidade, seja social ou
ambiental, será o ponto inicial na criação e proliferação de produtos com
consciência ecológica.
Nesse sentido, a mudança cultural de consumo é que condicionará
os rumos para produto e mercado. A busca do produto ideal, desde sua
concepção até as prateleiras do consumo, tenderá antes a passar pelo
crivo da sustentabilidade. Se assim for, essa cultura foi assimilada, do
contrário, as expectativas serão meramente conceitos teóricos sem en-
saios científicos; não se colocou à prova e nem em prática, com certeza
voltamos a estaca zero.
Se sabemos dos efeitos, caso não se faça alguma coisa, a ação é nula,
mas, se ao contrário, mesmo se errarmos ou não atingirmos plenamente
os objetivos, tentar com ações, um grande passo a ser dado para a solução
dos conflitos e problemas que podem afligir cada vez mais a humanidade.
Somente com o bom senso, pessoas de boa vontade e empreendedo-
res, será possível deixar um legado sustentável às gerações vindouras.
E agora, José?
Nosso objetivo nesta obra é levar a cada um de nossos
alunos, parte do conhecimento, de forma a despertar o
interesse e a necessidade do aprimoramento profissio-
nal, no conhecimento e na busca da especialização.
Mostramos um pouco da realidade no que tange as
inovações tecnológicas e ao mesmo tempo, da proativi-
dade às tendências no mundo atual.
Nesta disciplina, tentamos demonstrar que ela está
inserida em nosso cotidiano e é ferramenta crucial para
o desenvolvimento e sucesso das organizações.
Esperamos que esta introdução à Teoria Geral da Ad-
ministração tenha sido prazerosa e que torne mais fá-
cil sua trajetória pelo mundo da gerência quando você
estiver estudando suas especializações como a gerência
financeira, de marketing, de produção e de recursos hu-
manos.
Glossário
Advinda: proveniente, decorrente ou originá- Imbuídos: persuadido, convencido de.
rio de. Impar: momento sem igual, especial.
Afligir: sentir aflição, angústia, agonia, tormen- Inconteste: sem contestação.
to etc. Inexorável: rigoroso, severo, inflexível.
Âmbito: campo ou espaço em que se exerce ou Intramuro: dentro da fábrica, dentro do escri-
se insere uma atividade, uma ideia. tório, dentro de casa.
Antever: ver antes, ver com antecedência, com Just In Time: é um sistema de administração da
antecipação. produção que determina que nada deve ser
Árduo: dificuldade, com grande esforço. produzido, transportado ou comprado antes
Assimilado: compreendido, aprendido. da hora exata. Pode ser aplicado em qual-
Atravancar: impedir ou dificultar (uma ação). quer organização, para reduzir estoques e os
Auferido: obtidos. custos decorrentes.
Balizar: determinar os limites de. Kaizen: significado de melhoria contínua, gra-
Burilar: aprimorar, aperfeiçoar, retocar (o estilo, dual, na vida em geral (pessoal, familiar, so-
a linguagem etc.). cial e no trabalho).
Compilamento: reunir em um corpo, tirando de Kanban: em Administração da produção signifi-
uma e outra parte (leis, tratados, documen- ca um cartão de sinalização que controla os
tos etc. que estavam dispersos). fluxos de produção ou transportes em uma
Conjectura: presunção, juízo formado sobre indústria. O cartão pode ser substituído por
aparência, fundado em indícios, em proba- outro sistema de sinalização, como luzes,
bilidades; hipótese, suposição. caixas vazias e até locais vazios demarcados.
Conotação: ideia ou sentimento que uma pala- Legado: qualquer coisa, conhecimento ou bens
vra ou coisa pode sugerir; significado suple- materiais ou culturais, que se transmite às
mentar que se atribui a uma palavra, expres- gerações seguintes.
são ou objeto. Mercê: capricho, arbítrio.
Crucial: de extrema importância para que algo Mister: necessidade, precisão.
aconteça, ocorra, ou exista; muitíssimo im- Nomenclatura: lista de nomes de elementos
portante para algo ou alguém. que pertencem a um conjunto.
Delinear: traçar um projeto; planejar. Precursores: que antecipa, sinaliza ou dá início
Desvencilhar: desprender (-se), desembaraçar a novos conceitos, situação, técnicas, com-
(-se), livrar (-se). portamentos.
Dirimir: anular, suprimir; extinguir. Premissa: ideia ou fato inicial de que se parte
Downsizing: é uma redução no tamanho da para formar um raciocínio.
empresa, especialmente no número de em- Prestabilidade: qualidade, condição ou estado
pregados e no número de níveis hierárquicos daquilo que é prestável, que tem serventia;
na estrutura organizacional. prestância; valia; serventia; utilidade.
Esmaecer: perder a importância, a força; enfra- Primar: destacar-se, notabilizar-se por.
quecer. Primórdio: início, origem, princípio de algo.
Esmerar: empenhar-se (em realizar algo) da Proliferação: ação ou resultado de proliferar;
melhor maneira possível. multiplicação; propagação.
Explícito: tornar o assunto, o tema claro, apa- Propositura: ação ou resultado de propor; pro-
rente. posição.
Extramuros: fora da fábrica, fora do escritório, Sincronia: relação entre fatos.
fora de casa, no mercado.
Furtar: fugir ao dever, a obrigações.
Referências
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