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M672a Miranda, Claudia Maria Carvalho.

Administração e organizações [recurso eletrônico] : administração, sociedade e mer-


cado / Claudia Maria Carvalho Miranda. -- Fortaleza : Universidade de Fortaleza, [2021].

27 p. -- ( Percurso de Aprendizagem ; 1)

1. Administração. I. Título. II. Série.

CDU 65

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Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
ADMINISTRAÇÃO, SOCIEDADE E
MERCADO

Sumário

1. O marco da administração moderna

2. Atuação do gestor

3. Processo administrativo

4. Pessoas e times

Sumário clicável
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Olá, tudo bem com você? Seja bem-
vindo(a) ao primeiro percurso de
aprendizagem da disciplina de
Administração e Organizações.
Aqui iremos debater as ideias e as
informações sobre o surgimento da
administração no contexto moderno e
compreender o papel e a atuação de um
gestor organizacional, bem como sua
relevância na condução da liderança
de times e de pessoas para o sucesso
organizacional.
Olá
Nesta nota de aula, você
organizará suas ideias e conhecimentos
identificando o perfil de um gestor nas
condições e exigências que o mercado
espera.
Então, preparado(a)? Vamos lá!
Boa leitura, foco e sucesso!

1. O marco da administração moderna

O QUE VOCÊ SERÁ CAPAZ DE RESPONDER APÓS A LEITURA DESTE CIRCUITO DE ESTUDO:
1) Qual o conceito do termo Administração?
2) Qual o marco histórico para o surgimento da Administração como ciência?
3) Qual a importância da Administração para a modernidade?

Neste circuito de estudo será definido o marco da história da administração como


ciência e a sua relação com a sociedade e o mercado, a partir dos modelos organizacionais.

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Também serão apresentados um pouco da história da Administração, o seu

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surgimento, evolução e ideias durante o passar dos anos, bem como o passado e como
se entende atualmente a Profissão de Administrador de Empresas. Antes de iniciar a
história da administração, será conceituado o termo Administração.

Chiavenato (2020, p.10) explica que cada autor conceitua Administração em sua
ótica particular, no entanto, vale a pena comparar cada conceituação da Administração:
É o processo de alcançar objetivos pelo trabalho com e por intermédio de pes-
soas e outros recursos organizacionais.
Significa planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da orga-
nização e utilizar todos os recursos organizacionais disponíveis para alcançar
objetivos organizacionais definidos.
É o processo de planejar, organizar, liderar e controlar o uso de recursos para
alcançar objetivos de desempenho.
É o alcance de objetivos organizacionais de maneira eficaz e eficiente graças ao
planejamento, à organização, à liderança e ao controle dos recursos organizacio-
nais.
É o ato de trabalhar com e por intermédio de outras pessoas para realizar os ob-
jetivos da organização, bem como de seus membros.

Sabe-se então que administrar é muito mais do que simplesmente planejar,


organizar, dirigir e controlar. A administração envolve um complexo de decisões e ações,
aplicado a uma gama de situações em uma ampla variedade de organizações. Por isso,
ainda segundo Chiavenato (2020, p.10), o conceito de Administração admite várias
interpretações, tais como:
Administração:  é um processo contínuo e sistêmico que envolve uma
série de atividades impulsionadoras como planejar, organizar, dirigir e controlar
recursos e competências para alcançar metas e objetivos organizacionais.
Ela implica fixar objetivos a serem alcançados, tomar decisões no meio desse
caminho e liderar todo esse processo para o alcance dos objetivos a fim de
oferecer resultados aos públicos estratégicos da organização.
Administração:  envolve a articulação e aplicação de vários conjuntos
de recursos e competências organizacionais para alcançar objetivos. Ela é um
processo abrangente que envolve e põe em uso uma variedade de recursos:
humanos, financeiros, materiais, tecnológicos e uma torrente de dados e
informação.
Administração:  exige ações orientadas para alcançar objetivos fazendo
com que pessoas e órgãos trabalhem de maneira conjunta e integrada. Não
se trata de uma atividade randômica ou casual, mas uma abordagem proposi-
tal e direcionada para alvos previamente definidos, envolvendo objetivos indivi-
duais, grupais e organizacionais ou uma combinação deles. Inclui esforços para
completar atividades sequenciais e sucessivas a fim de alcançar níveis cada
vez mais elevados de excelência e competitividade. Administração:  envolve o
direcionamento de atividades executadas por todo o conjunto organizacional. É
um processo desenvolvido nos vários níveis das organizações por pessoas com
diferentes funções intencionalmente estruturadas e coordenadas para o alcance
de propósitos comuns.

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O que se conclui sobre a Administração?

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Para Chiavenato (2020), a Administração acontece exclusivamente dentro de
organizações, ou seja, administrar não acontece isoladamente. E todas as organizações,
independentemente de serem públicas ou privadas, e de todos os tamanhos, precisam
de uma boa gestão e, dessa maneira, bons administradores. O fato é que cada uma
dessas organizações tem suas singularidades e são diferentes umas das outras. Suas
características ímpares afetam tanto o administrador como todas as pessoas que com
ele interagem. É de primordial importância que o administrador conheça e compreenda a
organização que dirige, caso queira obter resultados positivos.
Para Chiavenato (2020, p. 11), a Administração requer fazer as coisas por meio
das pessoas: o papel do administrador não é o de executar, mas o de assessorar
as pessoas e desenvolver nelas capacidades e competências para que execu-
tem adequadamente suas atividades. Ele deve saber ajustar as capacidades e as
competências das pessoas aos requisitos da organização e dos objetivos a se-
rem alcançados por meio do esforço conjunto. Para isso, deve saber comunicar,
orientar, engajar, ensinar, liderar e motivar pessoas.

Administrar significa lidar simultaneamente com várias situações, algumas de


forma mais simples, outras bem complexas, algumas inesperadas e outras potencialmente
conflituosas. Significa dizer, assim, que a Administração é um processo complexo que
exige integração, articulação e visão de conjunto, principalmente quando as atividades
são divididas, diferenciadas e fragmentadas.

E o que esperar então de um Administrador? Talvez consistência e flexibilidade;


reflexão e ação; espírito analítico e sintético; e o olhar sistêmico para todas as mudanças
e tendências que ocorrem no mercado, de forma simultânea e integrada.

Como menciona Chiavenato (2020, p.11), isso requer uma perspectiva global e
uma compreensão local do mercado, dos clientes, dos concorrentes, da sociedade, do
governo e do mundo globalizado. O administrador trabalha sempre com o radar ligado
monitorando tudo ao seu redor.

Procurar, aproveitar e localizar novas oportunidades faz parte da busca constante


do Administrador. Principalmente, para desenvolver um comportamento empreendedor
e direcionado no compromisso para aprender novas habilidades, novos conhecimentos,
e adquirir novas competências. Como agente de mudança, inovação e transformação
devem fazer parte de seu perfil dentro das organizações.

A teoria e a prática deverão andar juntas com o objetivo de transformar as empresas.


A teoria sem a prática não leva a lugar nenhum. E o contrário também é verdade, pois,
sem prática, a teoria fica difícil de ser entendida.

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A Administração está envolta por assuntos abstratos e indefinidos. Da eficiência à

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eficácia foi o foco inicial dos estudos administrativos. Depois, a procura pela produtividade
e lucratividade foi o direcionamento. Em seguida, a visão no mercado, a excelência, a
competitividade, a sustentabilidade e a responsabilidade social fazem parte do sentido
da gestão.

Dessa forma, fica a pergunta: a Administração é ciência ou arte? Ou seria ciência,


arte e tecnologia e, assim, diferente das demais ciências?

Chiavenato (2020, p.12) deixa a seguinte indagação:


Como ciência:  a Administração repousa em fundamentos científicos, em
metodologias e em teorias sobre fatos e evidências que são frequentemente
analisadas, experimentadas e testadas na prática cotidiana. Como ciência, ela
define o que causa o quê, por que causa e quando causa, isto é, as relações de
causa e efeito. Isto é, quando uma determinada força fará algo andar e quando
fará algo parar.
Como tecnologia:  a Administração utiliza técnicas, modelos, práticas e
ferramentas conceituais baseadas em teorias científicas que facilitam e orientam
a vida do administrador. A Era Digital está mostrando isso.
Como arte: a Administração requer do administrador a leitura de cada situação
em uma visão abrangente, a intuição, a abordagem criativa e inovadora, e isso
não somente para resolver problemas, mas principalmente para melhorar, criar,
mudar, inovar e transformar as organizações.

Figura 1 – Administração como ciência, tecnologia e arte.

Fonte: Chiavenato, 2020

E o marco histórico? 
Como, onde e quando tudo começou? 
Quem foram os primeiros administradores? 

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De acordo com Maximiano (2015), a arte de administrar apareceu desde os

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primeiros agrupamentos humanos. As teorias e técnicas da administração surgiram
e vêm se aprimorando ao longo do tempo, desde que os administradores do passado
enfrentaram problemas práticos e precisaram de soluções para resolvê-los.

Tudo se iniciou no Oriente Médio, durante o período da Revolução Urbana.


Nessa época, as cidades surgiram, como também surgiu a necessidade de quem as
administrasse. Essencialmente, para a gestão de obras públicas, irrigações, agricultura
e abastecimento de água. A administração da época se formou dentro dos mesmos
princípios atuais, logicamente com outras ferramentas e tecnologias.

Da Revolução Urbana à Revolução Industrial, foi um momento histórico de


surgimento de muitas fábricas, transformando as cidades europeias em oportunidade
para os trabalhadores. Dessa forma, novos modelos e ideias de gestão foram essenciais
para a administração das fábricas. O que se tem de ideias e movimentos da administração
da atualidade começou a surgir à época da Revolução Industrial, precisamente no início
do século XIX.

No quadro abaixo, Maximiano (2015) expõe os grandes eventos históricos que


influenciaram o desenvolvimento da administração moderna:

Quadro 1 – Antecedentes da administração moderna

Fonte: Maximiano (2015)

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Dessa forma, entende-se que a Revolução Industrial foi o marco principal para a

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criação das teorias administrativas, tornando assim a Administração uma ciência. Cabe
ressaltar aqui a contribuição que Maximiano (2015, p.33) expõe sobre esse tema:
A Inglaterra do século XVIII é o berço da Revolução Industrial, que foi o resultado
da invenção das fábricas e das máquinas a vapor. O desenvolvimento da adminis-
tração, a partir desse momento, foi influenciado por um novo tipo de organização:
a empresa industrial.

A Inglaterra ficou conhecida como a precursora do sistema de fabricação e como


uma sociedade industrial, ou seja, o primeiro país a fazer a transição de uma sociedade
rural para uma sociedade industrial. Na produção da época, os capitalistas entregavam
matérias-primas e máquinas da produção têxteis para as famílias, que recebiam
pagamento por peça. O sistema de fabricação para fora existe até hoje, em todo o mundo.
No Brasil, a fabricação de roupas usando esse sistema chama-se de facção.

O sistema de fabricação para fora tinha grandes desvantagens para o comerciante.


Primeiro, o artesão é o detentor da tecnologia e o proprietário não pode interferir no
processo produtivo. Segundo, o artesão pode produzir de acordo com suas necessidades
de dinheiro. Os comerciantes do século XVIII já haviam observado que a produtividade
diminuía conforme o artesão ganhava o mínimo de que necessitava. Assim, os proprietários
são obrigados a fazer planos de produção com elevado grau de incerteza. Terceiro, os
artesãos, em situações de aperto financeiro, não hesitavam em reter e vender a matéria-
prima que não lhes pertencia.

A partir dessa realidade, alguns comerciantes começaram então a reunir


trabalhadores em galpões, para poder exercer maior controle sobre o seu desempenho.
Mesmo assim, no que pese o interesse em controlar os trabalhadores tenha contribuído
para o nascimento do sistema fabril, o que marca o nascimento da Revolução Industrial
é a invenção das máquinas e sua aplicação à produção de bens, especialmente
produtos têxteis. A concentração de trabalhadores usando máquinas aumentou muito
a produtividade. Ao mesmo tempo, aumentou a complexidade dos problemas, tanto nas
empresas como na sociedade.

Nesse contexto, no final do século XVIII, os trabalhadores eram continuamente


arregimentados na zona rural para as fábricas do interior da Inglaterra e da Escócia. A
emigração da área rural para os centros urbanos industriais fez crescer as cidades e a
necessidade de infraestrutura. As condições de trabalho nas fábricas dessa época eram
horríveis. Os trabalhadores ficavam totalmente à disposição do industrial e capitalista.
Os trabalhadores não podiam reclamar de salários, horários de trabalho, barulho e sujeira
nas fábricas e em suas casas. As crianças – a partir de cinco anos – eram obrigadas a
trabalhar 14 horas por dia. Após uma reforma, o número de horas caiu para “apenas” 12
horas.

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O artesão da época especializou-se e perdeu o controle sobre os meios de produção

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e a visão de conjunto dos bens que produzia. Transformou-se no trabalhador especializado
na operação de máquinas. A ênfase foi colocada na eficiência, não importava a que custo
humano e social. Os trabalhadores tornaram-se dependentes do emprego oferecido pelas
fábricas, numa cultura que aceitava e encorajava a exploração. A desconsideração em
relação aos fatores humanos era total.

Dessa forma, essas condições, associadas às grandes concentrações de


trabalhadores nas fábricas e cidades, facilitando a comunicação e a organização,
intensificaram o potencial de conflito com os empresários. No início dos anos 1800,
surgiram os primeiros sindicatos para proteger os salários dos artesãos. No começo,
os sindicatos foram cerceados, sendo apenas tolerados na Inglaterra, e sua aceitação
ocorreu lentamente. Em 1875, todas as restrições aos sindicatos haviam sido levantadas
na Inglaterra e, em 1884, na França. Na Alemanha, foram declarados ilegais em 1869.
Em 1890, foram legalizados nesse país. Diante dessa realidade, algumas experiências e
ideias inovadoras mostravam que, depois de muito tempo, a administração encontrava as
condições ideais para começar a se transformar num corpo organizado de conhecimentos,
alcançando a estatura de uma disciplina.

Dessa forma, as grandes fábricas e a importância com a eficiência atraíram a


atenção de estudiosos que lançaram as bases da ciência econômica e das teorias da
administração. Adam Smith foi um desses estudiosos, ao manifestar grande interesse
por questões de natureza administrativa. A análise da fabricação de alfinetes, com a
qual elogia a divisão do trabalho, é uma contribuição clássica para o entendimento das
características, vantagens e problemas criados pela Revolução Industrial. O mesmo autor
observou que, na fabricação de alfinetes, a produtividade do trabalhador individual havia
aumentado 240 vezes. No entanto, o trabalhador era ignorante e sem vontade.

Já o estudioso James Mill apontou a necessidade de reduzir ao mínimo o número


de tarefas de cada operário, a fim de aumentar a velocidade e a eficiência. Mill, da mesma
forma, se antecipou aos problemas que seriam atacados por Frederick Taylor, ao sugerir
que tempos e movimentos deveriam ser analisados e sistematizados para produzir a
combinação mais eficiente.

No que trata das experiências práticas, destaca-se a Fundição Soho, uma empresa
constituída para fabricar máquinas a vapor. Nessa empresa, podia-se observar, a partir de
1800, o pioneirismo de conceitos que se tornariam universais nos dois séculos seguintes,
como:

a) Padronização do funcionamento das máquinas, objetivando equilibrar o ritmo de


fabricação.

b) Fabricação de peças intercambiáveis.

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c) Detalhado planejamento das operações e do local de trabalho, visando a alcançar

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otimização do espaço físico e alto grau de precisão na fabricação de produtos,
com redução do esforço humano.

d) Planejamento e controle da produção baseados em estimativas da procura por


máquinas.

e) Cronometragem e estudo de tempos e movimentos.

f) Pagamento de incentivos salariais proporcionais à produção de peças.

g) Práticas de administração de pessoal, como lazer remunerado, manutenção de


locais de trabalho limpos, construção de casas para os operários e criação de uma
sociedade de auxílio mútuo.

Nesse contexto, o livro de Charles Babbage  sobre a economia das máquinas e


das fábricas, de 1832, é um marco na produção das ideias que foram exploradas no
século seguinte. Babbage foi um gênio que, entre suas muitas ideias relacionadas com a
administração, propôs as seguintes e as mais importantes, como:

• Estudos de tempos e movimentos para definir o modo mais eficiente de trabalho.

• Comparação entre as práticas de administração de diferentes empresas.

• Definição da demanda por produtos com base no estudo da distribuição da renda.

• Estudos de localização industrial, para definir o melhor local para instalação de


uma fábrica, levando em conta a proximidade de fontes de matérias-primas.

Dessa forma, já no século XVIII, o terreno estava pronto para a consolidação dos
conhecimentos e práticas administrativas em uma disciplina independente. A expansão
da Revolução Industrial pelo mundo todo, especialmente nos Estados Unidos, criou a
necessidade de administradores profissionais de grandes organizações. Esses gestores,
que são os gerentes modernos, por sua vez, criaram uma demanda grande por conceitos
e técnicas de administração.

Foram nos Estados Unidos que as condições se propagaram mais favoráveis para
essa tendência. Nesse país, a atividade e a tecnologia industrial desenvolveram-se mais
do que nos outros países. Em 1881, a Universidade da Pensilvânia criou a primeira escola
de administração do mundo. Na passagem para o século XX, a história da administração
entra em nova etapa. É quando surgem a administração científica e outras importantes
tendências da moderna administração. Essa é a história que você vai estudar a partir do
módulo 2 desta disciplina.

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E a importância da Administração para a modernidade?
Quais as perspectivas para a ciência da Administração?

Neste contexto, procurando entender a importância da Administração na atualidade


para o sucesso dos negócios e suas perspectivas, será estudado o autor Chiavenato
(2020), que contribui como referência de base sobre esse tema.

A Administração é um fenômeno organizacional e universal no mundo moderno.


Toda organização almeja o alcance de objetivos em um cenário de mudança e concorrência
competitiva por meio da tomada de decisões coerentes, coordenação de múltiplas
atividades, condução de diferentes pessoas, avaliação do desempenho dirigido a metas
previamente determinadas, obtenção e alocação dos recursos, geração de competências
e oferta de valor. Muitas atividades administrativas são desempenhadas por vários
administradores e orientadas para áreas com problemas específicos, precisando ser
realizadas e coordenadas de maneira integrada e coesa em cada organização ou empresa.

Dessa maneira, a tarefa do administrador é de lidar com as organizações ou com


parte delas. Assim, o gestor não é um mero executor de tarefas, mas o principal responsável
pelo trabalho das pessoas a ele subordinadas, sejam diretores, gerentes, supervisores,
equipes ou executores. O administrador não pode cometer erros ou arriscar recorrendo a
planos improvisados de ensaio e erro, já que implicaria conduzir seus subordinados pelo
caminho menos indicado.

O administrador é um profissional cuja formação é ampla e diversificada: o gestor


precisa conhecer disciplinas heterogêneas (como Matemática, Direito, Psicologia,
Sociologia, Estatística etc.); precisa lidar com pessoas que gerenciam ou executam
diferentes tarefas. Precisa de subordinados que planejam, organizam, controlam,
assessoram ou pesquisam, com conhecimento e competência, no mesmo nível ou acima
dele. O gestor tem necessidade de estar atento aos eventos passados e presentes, bem
como às previsões ou às tendências, pois seu horizonte temporal deve ser amplo, já que
é o responsável pela liderança de pessoas que seguem suas ordens e orientação. Precisa
saber lidar com eventos internos (localizados dentro da empresa) e externos (localizados
no ambiente que envolve externamente a empresa). Precisa ser capaz de ver mais longe
que os outros, pois está orientado para os objetivos que a empresa pretende alcançar por
meio da atividade conjunta de todos.

Não é que o administrador seja um herói que se pretende consagrar, mas é um


agente, não somente de condução ou manutenção, mas de mudança e transformação
das organizações, levando-as a novos rumos, estratégicas, a novos processos, a novas
tecnologias e a patamares cada vez mais elevados. Ele é também um agente educador e
orientador no sentido de que, com sua direção e orientação, modifica comportamentos

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e atitudes das pessoas. O administrador é um agente cultural na medida em que, com

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o seu estilo de gestão, modifica a cultura organizacional e a mentalidade existente nas
empresas.

Assim, o administrador deixa marcas profundas na vida das pessoas na medida


em que lida com elas e com seus destinos dentro das empresas. E na medida em que a
sua atuação como gestor influi também no comportamento dos consumidores, clientes,
fornecedores, concorrentes e demais organizações humanas, a sua influência é poderosa,
tanto interna como externamente na empresa.

Dessa forma, a Administração tornou-se fundamental na condução da sociedade


moderna. Não é um fim em si mesma, mas um meio de fazer com que as coisas sejam
realizadas da melhor forma, com o menor custo e com a maior eficiência e eficácia.

Ainda baseado no autor Chiavenato (2020, p.15), a exigência para uma efetiva
gestão dos negócios está pautada em:
a. Mudanças rápidas e inesperadas no mundo dos negócios: seja no campo do conheci-
mento e da explosão populacional, impondo novas e crescentes necessidades a que
as atuais organizações não têm condições de atender.

b. Crescimento e expansão das organizações: que se tornam cada vez mais complexas,


virtuais e globalizadas.

c. Atividades complexas que exigem diferentes pessoas com competências diversas e


especializadas: envolvendo problemas de coordenação e, principalmente, de capacita-
ção e constante atualização profissional em função das rápidas mudanças no mundo
dos negócios.

Dessa maneira, a tarefa administrativa nos próximos anos será incerta e desafiadora,
pois atingirá uma quantidade maior de variáveis, mudanças e transformações carregadas
de ambiguidades, volatilidades e incertezas. O administrador irá cruzar com problemas
multifacetados e cada vez mais complexos do que os do passado, e a sua atenção
será disputada por eventos e por grupos situados dentro e fora da organização, que
lhe proporcionarão informações contraditórias, as quais complicarão seu diagnóstico
levantado e sua visão dos problemas a resolver ou das situações a enfrentar. São as
exigências da sociedade, dos clientes, dos fornecedores e das agências regulamentadoras.
Esse contexto são os desafios dos concorrentes, as expectativas da alta Administração,
dos colaboradores, dos acionistas etc. Assim, essas exigências, desafios e expectativas
sofrem mudanças e transformações que tendem a aumentar com a inclusão de novas
variáveis, na medida em que o processo se desenvolve criando uma turbulência que
perturba e complica a tarefa administrativa de planejar, organizar, dirigir e controlar a
empresa de forma eficiente e eficaz, sendo o futuro cada vez mais desafiador.

Por outro lado, empresas bem administradas serão empresas bem-sucedidas, com
crescimento, ampliação e diversificação de suas atividades, seja em termos de tamanho,

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recursos, competências, expansão de mercados, como no volume de operações. O

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crescimento  da organização é uma decorrência inevitável do êxito organizacional. À
proporção que a empresa cresce, ocorre uma subdivisão interna e especialização dos
órgãos e, em decorrência, maior necessidade de coordenação e integração das partes
envolvidas para garantir a eficiência e a eficácia organizacional.

O ambiente externo da organização é caracterizado por mudanças rápidas e


frequentes e, para acompanhar tais mudanças, os administradores “generalistas”,
dotados de habilidades genéricas e variadas, terão perspectivas mais promissoras do
que os administradores “especialistas” e concentrados em poucas ou únicas habilidades
gerenciais na empresa. Na medida em que aumentam os mercados e os negócios,
crescem também a competição e os riscos da atividade empresarial. O desenvolvimento
de produtos ou serviços exigirá maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento,
aperfeiçoamento de tecnologias, dissolução de velhos departamentos e criação de
novos, busca incessante de novos mercados e necessidade de competir com outras
organizações, concorrendo com elas para sobreviver e crescer.

Diante dessa realidade, com o uso das telecomunicações, do computador e do


transporte, as organizações internacionalizaram suas operações e atividades em tempo
real. A tecnologia proporciona maior eficiência, precisão, incrível rapidez e a liberação
da atividade humana para tarefas mais complicadas que precisam de planejamento
e criatividade. A tecnologia também inseriu novos processos e ferramentas que
promoveram, e irão promover, profundos impactos sobre as organizações, como
automação, robotização, sensores, algoritmos, big data, análises preditivas, inteligência
artificial, realidade virtual, impressão em três dimensões, que transformaram subitamente
as organizações, cada vez mais virtuais e digitalizadas, em um mundo novo e exponencial
com uma velocidade incrível.

Dessa forma, as organizações, enquanto crescem, tornam-se competitivas,


sofisticadas, internacionalizam-se e, com isso, aumentam sua influência ambiental,
gerando também mais atenção do mercado e do público externo, e acabem sendo mais
visíveis e conhecidas pela opinião pública. A visibilidade da organização, ou seja, sua
capacidade de chamar a atenção dos outros, pode ocorrer de maneira positiva (imagem
positiva perante o público) ou negativa (imagem deteriorada). De qualquer forma, a
organização jamais passará despercebida pelos consumidores, fornecedores, imprensa,
política, governo etc., e isso influencia grandemente o seu sucesso ou fracasso.

Todos esses desafios proporcionarão consequência para a Administração das


organizações: a gestão da incerteza e da falta de poder. As mudanças rápidas e bruscas, o
crescimento organizacional, a concorrência das demais organizações, o desenvolvimento
tecnológico, os fenômenos econômicos, a visibilidade e a interferência da opinião pública
e a internacionalização das atividades, farão com que as organizações passem a lidar

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não apenas com a permanência, a previsibilidade, a continuidade e a estabilidade, mas

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com a mudança, a incerteza, a imprevisibilidade, a descontinuidade e a instabilidade em
todos os ramos de atividade. As novas formas e modelos de organização e uma nova
mentalidade dos administradores serão necessárias e imprescindíveis para os tempos
modernos.

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2.

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Atuação do gestor

O QUE VOCÊ SERÁ CAPAZ DE RESPONDER APÓS A LEITURA DESTE CIRCUITO DE ESTUDO:
1) O que faz um gestor dentro de uma organização?
2) Quais as competências necessárias para uma boa gestão?

Os administradores ou gestores têm como função tomar decisões e coordenar


o trabalho de outras pessoas de forma a alcançar os objetivos organizacionais. Dessa
maneira, segundo Chiavenato (2020), o administrador desempenha simultaneamente
muitos e diversos papéis, os quais foram apresentados por Henry Mintezberg como
sendo dez papéis do administrador divididos em três categorias básicas, como:
interpessoal, informacional e decisorial. Os papéis interpessoais desempenhados pelos
administradores são as relações com outras pessoas e estão focados nas habilidades
humanas e em como o administrador interage com as pessoas e influenciam seus
subordinados, clientes e fornecedores. Os papéis informacionais são as atividades que os
administradores desempenham para manter e desenvolver uma rede de informações, já
que o administrador passa a maior parte do seu tempo enviando e recebendo informações
dentro e fora das organizações. Por último, os papéis decisoriais estão relacionados às
situações em que se deve fazer escolhas ou opções que requerem tanto habilidades
humanas como conceituais, e dependem em grande parte sobre como o administrador
utiliza a informação em suas decisões.

Segundo Maximiano (2015), nas organizações, geralmente, os administradores


ou gerentes são as pessoas responsáveis pelo desempenho de outras pessoas, que
formam equipes.  A autoridade é um recurso que dá aos gerentes a capacidade ou o
poder de tomar decisões e acionar o trabalho de seus funcionários e outros recursos.
Resumindo, todos administram, nas mais variadas escalas de utilização de recursos para
atingir os objetivos organizacionais. Em uma equipe, todos precisam de competências
administrativas (ou competências gerenciais) para tomar decisões sobre a utilização de
recursos para realizar objetivos ou para trabalhar em situações nas quais essas decisões
são traçadas. As competências são conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias
para um indivíduo desempenhar atividades. As competências desenvolvem-se por meio
de experiência profissional, educação formal e informal, convivência familiar e social. As
competências mais importantes para o desempenho de tarefas gerenciais agrupam-se
em quatro categorias principais – intelectuais, interpessoais, técnicas e intrapessoais.
Essas categorías não são estagnadas, mas se relacionam entre si.

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Continuando com Maximiano (2015), o autor afirma que para produzir, processar

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e utilizar informações, os administradores utilizam suas competências ou habilidades
intelectuais. Em essência, as habilidades intelectuais abrangem todas as formas de
raciocinar. São as competências usadas para elaborar conceitos, fazer análises, planejar,
definir estratégias e tomar decisões. As competências interpessoais são as que os
gerentes utilizam para liderar sua equipe, trabalhar com seus colegas, superiores e
clientes e relacionar-se com todos os outros indivíduos de sua rede de contatos. Quanto
mais elevada a posição na carreira, e dependendo da atividade exercida, as competências
interpessoais podem ser muito mais importantes para os administradores do que as
competências técnicas.

A competência técnica direciona os conhecimentos sobre as atividades específicas


do gerente, da equipe e de sua organização. Dessa forma, Maximiano (2015) afirma
que se você é um administrador em um banco, por exemplo, a competência técnica
vai compreender os conhecimentos sobre o ramo bancário e sobre o banco específico
em que a pessoa trabalha. Mais se você é administrador em um hospital, nesse caso,
há grande probabilidade de ser médico e assim por diante. Algumas pessoas trazem
da escola as competências técnicas básicas de uma profissão, como: economistas,
advogados, engenheiros, por exemplo. Outros indivíduos adquirem no próprio trabalho os
conhecimentos e as técnicas de uma profissão. Em todos os casos, a competência técnica
é produto de alguma forma de aprendizagem e de experiência prática. A competência
intrapessoal compreende todas as relações e formas de reflexão e ação da pessoa a
respeito de si própria, como: autoanálise, autocontrole, automotivação, autoconhecimento,
capacidade de organização pessoal e administração do próprio tempo.

Assim sendo, Maximiano (2015) reforça que as organizações bem administradas


são importantes por causa do impacto sobre a qualidade de vida da sociedade, ou seja,
os administradores competentes são recursos sociais importantes. A predominância das
organizações e sua importância para a sociedade moderna, bem como a necessidade de
administradores competentes, justificam e fundamentam o desenvolvimento e o estudo
da teoria administrativa.

As organizações direcionam recursos para desenvolver e fornecer produtos e


serviços, com o objetivo de resolver problemas de seus usuários e das pessoas que
as criaram. Quando as organizações resolvem problemas e são eficientes no uso dos

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recursos, todos ficam satisfeitos: clientes, usuários, funcionários, acionistas, a sociedade

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de forma geral. Sendo assim, conclui-se que o desempenho de uma organização é aceitável
ou satisfatório, quando os problemas dos usuários são resolvidos por meio da utilização
correta dos recursos. Duas palavras são usadas para indicar que uma organização tem
desempenho de acordo com as expectativas dos usuários e das pessoas que mobilizaram
os recursos: eficiência e eficácia. A finalidade da administração é garantir a eficiência e a
eficácia de qualquer sistema de recursos. Assim, percebe-se o que significam essas duas
palavras, a seguir:

• Eficácia é a palavra usada para indicar que a organização realiza seus objetivos.
Quanto mais alto o grau de realização dos objetivos, mais a organização é eficaz.
Exemplo: no box de parada da corrida de Fórmula 1, o objetivo é trocar os pneus e
abastecer o carro no menor tempo possível – alguns segundos. A equipe que faz
esse trabalho é eficaz na medida em que cumpre esse objetivo.

• Eficiência é a palavra usada para indicar que a organização utiliza produtivamente,


ou de maneira econômica, seus recursos. Quanto mais alto o grau de produtivi-
dade ou economia na utilização dos recursos, mais eficiente será a organização.
Em muitos casos, isso significa usar menor quantidade de recursos para produ-
zir mais. Exemplo: no box de parada da Fórmula 1, os pneus são trocados com
eficiência máxima no uso do tempo. No entanto, a equipe tem uma ineficiência
intrínseca − é a quantidade de pessoas na equipe. Assim, a equipe é eficiente na
dimensão do uso do tempo; mas ineficiente no uso de recursos humanos.

As organizações podem ser eficientes e eficazes, ou ineficientes e ineficazes, e


criarem problemas em vez de resolver. Tudo vai depender da forma como as organizações
serão administradas – ou seja, depende da qualidade da gestão ou da competência de
seus gestores.

18
3.

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Processo Administrativo

O QUE VOCÊ SERÁ CAPAZ DE RESPONDER APÓS A LEITURA DESTE CIRCUITO DE ESTUDO:
1) Quais as funções gerenciais ou o processo administrativo que incumbem ao papel de um
administrador ou gestor?
2) Quais as áreas funcionais de atuação das funcões gerenciais?

A palavra administração significa, em primeiro lugar, ação. A administração é um processo


dinâmico de tomar decisões e realizar ações que compreendem quatro processos
principais e interligados, como: planejamento, organização, direção e controle. Os
processos administrativos são também chamados de funções administrativas ou funções
gerenciais. O importante é mencionar que o papel do líder tem uma função fundamental
para o funcionamento do ciclo administrativo, como na figura 3, a seguir:

Figura 3 – Processos de Gestão

Segundo Maximiano (2011), o processo de planejamento é a ferramenta para adminis-


trar as relações com o futuro. As decisões que procuram, de alguma forma, influenciar
o futuro, ou que serão colocadas em prática, são decisões de planejamento, sendo um
processo de definir objetivos, atividades e recursos. Já a organização é o processo de

19
dispor os recursos em uma estrutura que facilite a realização dos objetivos. O processo

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de organizar consiste no ordenamento dos recursos ou na divisão de um conjunto de
recursos em partes coordenadas, segundo algum critério ou princípio de classificação,
sendo o resultado desse processo chamado de estrutura organizacional.

O processo de execução consiste em realizar atividades planejadas, por meio da


aplicação de energia física e intelectual. O processo de controle procura assegurar a
realização de objetivos. Controlar é a função que consiste em comparar as atividades
realizadas com as atividades planejadas, para possibilitar a realização dos objetivos. É
o processo de assegurar a realização dos objetivos e de identificar a necessidade de
modificá-los.

Diante disso, Masiero (2015) menciona que, normalmente, os administradores


estão atentos às quatro funções da administração, enfatizando mais umas do que outras,
de acordo com sua formação, seu treinamento e sua experiência. O nível organizacional
em que o administrador está inserido vai influenciar suas habilidades e competências
para o desempenho das funções administrativas. Nas organizações existem basicamente
três tipos de administradores: estratégicos, táticos e operacionais.

Os administradores estratégicos são executivos que respondem pelo


desenvolvimento dos objetivos e planos da empresa, enfatizando questões de longo
prazo, além da sobrevivência, do crescimento e da eficácia. Esses administradores,
como: presidente, vice-presidente e diretor, estão, primordialmente, envolvidos nos
relacionamentos da organização com seu ambiente externo.

Os administradores táticos: traduzem os objetivos gerais e os planos da organização


em atividades específicas, envolvendo um horizonte temporal menor e a alocação de
recursos. Os administradores táticos, também chamados de gerentes, centralizam sua
atenção nos relacionamentos com outras pessoas e no alcance dos objetivos.

Os administradores operacionais pertencem aos níveis da base da pirâmide e têm


a incumbência de supervisionar as operações da empresa, bem como estar envolvidos
com o dia a dia do trabalho de implementação dos planos. Sua função é pôr “a mão na
massa”, não apenas tomando decisões e dando ordens, mas avaliando os resultados.

Nas pequenas e grandes empresas, os administradores assumem responsabilida-


des estratégicas, táticas e operacionais, e devem exercitar suas habilidades de se adap-
tar às mudanças para desempenhar diferentes funções organizacionais, alcançando os
resultados de forma eficaz. Para obter os resultados, devem traduzir as estratégias em
objetivos específicos, coordenar os recursos e produzir, com os demais trabalhadores,
produtos e serviços que satisfaçam as necessidades e os desejos dos consumidores. É
importante mencionar que o processo da administração deve ser aplicado em qualquer
função organizacional de que o gestor seja responsável.

20
O autor Maximiano (2011) afirma que as funções organizacionais são as tarefas

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especializadas que as pessoas e os grupos executam, para que a organização consiga
realizar seus objetivos. Todas as organizações possuem aproximadamente as mesmas
funções. As mais importantes de qualquer organização são: produção (ou operações),
marketing, pesquisa e desenvolvimento, finanças e recursos humanos. A coordenação
dessas funções específicas representa o papel da administração geral. A figura 4
representa essas funções:

Figura 4 – Funções organizacionais

Fonte: Maximiano (2011)

Dessa forma, segundo a figura 4, o objetivo básico da função operações (produção) é


transformar insumos para fornecer o produto ou serviço da organização aos clientes
usuários ou ao público-alvo. A produção é uma palavra genérica, que indica todos os
tipos de operações de fornecimento de bens ou serviços. No fornecimento de produtos,
matérias-primas são transformadas por meio da aplicação de esforços de pessoas e do
uso de máquinas. Por exemplo: fabricação de pães e automóveis. Na prestação de ser-
viços, os próprios clientes são processados e transformados. Por exemplo: pacientes
tratados em hospitais e alunos educados nas escolas. Já o objetivo básico da função
de Marketing é estabelecer e manter a ligação entre a organização e seus clientes,
consumidores, usuários ou público-alvo. Tanto as organizações lucrativas quanto as não
lucrativas realizam atividades de marketing. A função de marketing é ampla e abrange
atividades de pesquisa; desenvolvimento de produtos, inclusive seus nomes, marcas
e preços; desenvolvimento dos canais de distribuição e gestão dos pontos de venda;
determinação das políticas comerciais e estratégias de preço no mercado; comunicação
com o público-alvo, por meio de atividades, como propaganda, publicidade e promoção
nos pontos de venda.

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Continuando as atividades da figura 4, o objetivo básico da função de pesquisa e

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desenvolvimento (P&D) é transformar as informações de marketing, as ideias originais
e os avanços da ciência em produtos e serviços. A função de P&D tem também outras
tarefas, como a identificação e a introdução de novas tecnologias (novas matérias-primas
e fórmulas, por exemplo) e melhoramentos nos processos produtivos, para reduzir custos.
Já a função financeira cuida do dinheiro da organização, tem por objetivo a proteção e
a utilização eficaz dos recursos financeiros, o que inclui a maximização do retorno dos
acionistas. Ao mesmo tempo, a função financeira busca manter certo grau de liquidez,
para que a organização consiga cumprir seus compromissos. A função financeira
abrange as decisões de investimento, financiamento, acompanhamento e avaliação dos
resultados financeiros e seleção de alternativas para aplicação dos resultados financeiros
da organização.

Sendo assim, ainda sobre a figura 4, a função de recursos humanos, ou de gestão de


pessoas, tem como objetivos encontrar, atrair e manter as pessoas de que a organização
necessita. Isso envolve atividades que começam antes de uma pessoa ser empregada
da organização e vão até depois de a pessoa se desligar. A função de recursos humanos
tem como componentes outras funções, como: definição da quantidade de pessoas
necessárias para trabalhar na organização e das competências que elas devem ter;
recrutamento e seleção; treinamento e desenvolvimento; avaliação de desempenho;
remuneração ou compensação; higiene, saúde e segurança; administração de pessoal
e funções pós-emprego, como recolocação, aposentadoria e outros tipos de benefícios
para ex-funcionários.

22
4.

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Pessoas e times

O QUE VOCÊ SERÁ CAPAZ DE RESPONDER APÓS A LEITURA DESTE CIRCUITO DE ESTUDO:
1) Como as equipes podem contribuir para a eficácia de uma empresa?
2) Como construir uma equipe eficaz?
3) Qual o papel do gestor para desenvolver equipes de sucesso?

Atualmente, a tarefa do gestor requer habilidade para tratar de um grande número de


questões relacionadas às relações humanas, por exemplo: habilidade de motivar, acon-
selhar e desenvolver uma equipe, inspirar e transformar as organizações, comunicar em
diversos contextos culturais e espirituais, promover e construir com sucesso a cultura da
organização, pensar como membro da comunidade global, projetar e administrar equipes
de trabalho de alta performance e proporcionar estabilidade e harmonia em um ambiente
cada vez mais complexo, ambíguo e incerto. Dessa forma, espera-se que os gestores
possuam algumas qualidades de psicólogo, terapeuta e conselheiro ocupacional e, para
isso, precisam de um entendimento básico dos princípios e das teorias da psicologia para
ajudá-los na complexa tarefa de administrar pessoas.

Baterman (2015) afirma que abordagens de trabalho por equipes geram motivação.
Se bem usadas, as equipes podem ser eficazes e poderosas como elementos construtivos
da estrutura organizacional. As equipes também podem aumentar a produtividade,
melhorar a qualidade e reduzir os custos. As equipes podem aumentar a velocidade
e agir como poderosas forças em prol da inovação e da mudança. As equipes trazem
benefícios para seus membros, sendo um poderoso mecanismo de aprendizagem.
Os membros dessas equipes aprendem a respeito da organização e adquirem novas
competências e estratégias de alto desempenho. A equipe pode satisfazer importantes
necessidades pessoais, como as de afiliação e estima. Os membros das equipes podem
obter recompensas organizacionais tangíveis que seriam impossíveis de conquistar
se trabalhassem sozinhos e podem fornecer feedback uns aos outros, identificar
oportunidades de crescimento e desenvolvimento e agir como treinadores, coaches e
mentores.

Dessa forma, os gestores requerem que os grupos tornem‐se equipes eficazes. Para
isso, precisam entender como os grupos podem se transformar em equipes verdadeiras
e por que eles, às vezes, não conseguem realizar essas transformações. Os grupos
tornam‐se equipes de verdade por meio de atividades grupais básicas, com a passagem

23
do tempo, e por meio de atividades de desenvolvimento de equipe. Não é fácil construir

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equipes de alto desempenho. A equipe, muitas vezes, é um termo que a administração
usa para descrever o mero agrupamento de pessoas. Às vezes, criam‐se “equipes” com
pouco ou nada em termos de treinamento ou sistemas de apoio.

Baterman (2015) apresenta as principais barreiras ao sucesso das equipes,


conforme demonstrado na figura abaixo:

Fonte: Costesia da Allstate Insurance Company. Citado em E. E. Lawler III, treat People Right (San
Francisco: Jossey. Bassa, 2003).

No entanto, o que é necessário para que um gestor crie uma equipe realmente eficaz?

Para Baterman (2015, p. 260), a eficácia das equipes é definida por três critérios,
apresentados a seguir:
a. O resultado produtivo da equipe atende os padrões de quantidade e qualidade
ou os supera; o resultado da equipe é aceitável para os clientes, dentro ou fora
da empresa, que recebem os bens ou serviços que ela produz.

b. Os membros da equipe satisfazem suas necessidades pessoais, obtendo


grande orgulho e satisfação com seu trabalho.

c. Os membros da equipe permanecem comprometidos com novas oportuni-


dades de trabalho conjunto; ou seja, o grupo não se esgota e se desintegra
depois de um projeto desgastante. Em retrospecto, os membros ficam felizes
em ter participado. Ou seja, as equipes eficazes permanecem viáveis e trazem
boas perspectivas de sucesso repetido.

24
Diante disso, para ajudar a desenvolver essas qualidades, as equipes podem

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usar atividades de desenvolvimento de grupos ou trabalhar com um coach externo.
O desenvolvimento de equipes costuma envolver atividades voltadas para os
relacionamentos entre os membros. O evento de desenvolvimento de equipe deve ser
seguido de uma oportunidade para que os participantes avaliem o que aprenderam e
como irão aplicar as lições ao seu trabalho. Os gestores devem construir equipes coesas
e com normas de alto desempenho. Segundo Baterman (2015, p.. 265), as medidas que
podem ajudar a criar equipes são:
a) Recrutar membros com atitudes, valores e históricos parecidos. Pessoas pareci-
das têm maiores chances de se dar bem umas com as outras. Mas não devemos
fazer isso se a tarefa da equipe exigir habilidades e insumos heterogêneos. Pes-
quisas recentes demonstram que a diversidade educacional e de nacionalidade
podem criar mais benefícios do que limitações ao uso e à aplicação da informação
pelos grupos.

b) Manter elevados padrões de entrada e socialização. Equipes e empresas nas quais


seja difícil entrar desfrutam de mais prestígio. As pessoas que passam por um pro-
cesso difícil de entrevistas, seleção ou treinamento irão se orgulhar disso e sentir
uma ligação mais forte com a equipe.

c) Manter a equipe pequena (mas grande o bastante para realizar a tarefa). Quanto
maior o grupo, menos importantes seus membros irão se sentir. Equipes pequenas
fazem com que as pessoas sintam-se contribuintes importantes.

d) Ajudar a equipe a vencer e divulgar suas vitórias. Devemos ser líderes de caminho
objetivo que facilitam o sucesso; a experiência da vitória torna as equipes mais
unidas. Se informarmos os superiores do sucesso da equipe, os membros acredi-
tarão ser parte de uma unidade importante e prestigiada. Equipes que entram em
uma rota de bom desempenho continuam a se dar bem com o passar do tempo,
mas as que não encontram essa rota muitas vezes entram em parafuso, com acú-
mulo de problemas ao longo do tempo.

e) Ser líderes participativos. A participação na tomada de decisões aumenta o


envolvimento dos membros da equipe uns com os outros e os faz lutar para atingir
metas. Decisões excessivamente autocráticas vindas de cima podem afastar o
grupo da administração.

f) Apresentar um desafio externo à equipe. A competição com outros grupos faz


com que os membros da equipe se unam para derrotar o inimigo.

Por fim, ter uma liderança eficiente impacta diretamente no rendimento e na


produtividade dos colaboradores, no planejamento estratégico, na execução de metas
estabelecidas e na imagem externa que a empresa construiu.

Para que uma organização se desenvolva e conquiste espaço no mundo empresarial,


a participação de seus funcionários no processo de crescimento é fundamental, pois o
chamado grupo de colaboradores que compõem uma empresa é a alma do negócio, de

25
forma que é a partir deles que surgirão ideias, sugestões, melhorias e críticas para um

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trabalho de qualidade. A importância de se ter um bom líder em uma equipe de trabalho
é que o gestor sabe que o segredo de um trabalho em conjunto está na delegação de
funções, responsabilidades e não somente de tarefas, de forma que cada profissional,
dentro de seus conhecimentos e capacidades, possa desenvolver a etapa do processo
que lhe é designada. A condução desse processo deve ser realizada por um líder com
visão não apenas dos conhecimentos técnicos dos profissionais, mas também que saiba
trabalhar as habilidades e as competências de cada funcionário e entenda os aspectos
do comportamento humano.

Dessa maneira, os colaboradores engajados e felizes com o ambiente de trabalho


serão promotores da organização. Isso quer dizer que é necessário investir constantemente
para treinar essas pessoas, motivá-las e deixá-las realizadas com a profissão.

Resumo:

Aprendeu-se que Administrar é o ato de trabalhar com e por intermédio de outras


pessoas para realizar os objetivos da organização, bem como de seus membros. É um
processo que consiste na coordenação do trabalho dos membros da organização e na
alocação dos recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos de forma
eficaz e eficiente. A administração como ciência teve seu marco histórico na Revolução
Industrial, em resposta às suas consequências, dentre elas: crescimento vertiginoso e
desorganizado das empresas que passaram a exigir uma administração científica capaz
de substituir o empirismo e a improvisação; indispensabilidade de maior eficácia e produ-
tividade das empresas, para fazer face à intensa concorrência e competição no mercado.
Atualmente, a Administração se releva um campo de complexidades e desafios, no qual
cabe ao gestor estabelecer metas cruciais ao sucesso do negócio. Por meio do processo
de planejar, organizar, liderar e controlar e no desempenho das suas atividades, o gestor
define estratégias, efetua diagnósticos de situações, dimensiona recursos, planeja sua
aplicação, resolve problemas, gera inovação e competitividade aplicados em qualquer
função organizacional em que o gestor seja responsável. Para isso, é importante o desen-
volvimento de competências que irão além da atenção nos resultados a serem atingidos,
nos objetivos e no desenrolar das atividades. Os administradores devem construir equi-
pes competentes e com normas de alto desempenho, pois, só assim, a produtividade de
uma empresa pode ser alcançada, além da melhoria na qualidade e na redução de custos,
agindo como poderosas forças em prol da inovação e da mudança. Esse é o desafio de
qualquer administrador na atualidade: construir e gerir equipes de alto desempenho.

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Referências:

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BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. Administração. 2. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788580550825>.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abran-


gente da moderna administração das organizações. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2020.
Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597024234/
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MASIERO, Gilmar. Administração de empresas: teoria e funções com exercícios e casos.


3. ed. rev. E atualizada - São Paulo: Editora Saraiva, 2012. Disponível em

< h t t p s : // i n t e g r a d a . m i n h a b i b l i o t e c a . c o m . b r / # / b o o k s / 9 7 8 8 5 0 2 1 7 7 5 4 3 /
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MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Fundamentos de administração: introdução à teoria


geral e aos processos da administração. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-216-2751-7>.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à administração. 8. ed. São Paulo: Atlas,
2011. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788522475872>.

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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR)

Presidência
Lenise Queiroz Rocha

Vice-Presidência
Manoela Queiroz Bacelar

Reitoria
Fátima Maria Fernandes Veras

Vice-Reitoria de Ensino de Graduação e Pós-Graduação


Maria Clara Cavalcante Bugarim AUTORA
CLAUDIA MARIA CARVALHO MIRANDA
Vice-Reitoria de Pesquisa
José Milton de Sousa Filho
Possui graduação em Administração de Empresas pela
Vice-Reitoria de Extensão Universidade Estadual do Ceará (1988) e mestrado
Randal Martins Pompeu
em Administração de Empresas pela Universidade de
Vice-Reitoria de Administração Fortaleza (2001). Atualmente é Supervisora de Estágio
José Maria Gondim Felismino Júnior e Desenvolvimento de Carreiras dos Cursos de Gestão,
membro do NDE dos cursos de Administração e
Diretoria de Comunicação e Marketing
Ana Leopoldina M. Quezado V. Vale Marketing da Universidade de Fortaleza, professora dos
cursos de graduação em Administração e Marketing
Diretoria de Planejamento nas disciplinas Administração e Organizações, Branding,
Marcelo Nogueira Magalhães
Marketing e Empreendedorismo, além de assumir o
Diretoria de Tecnologia cargo de CEO da empresa NutriPoint. Tem experiência
José Eurico de Vasconcelos Filho na área de Administração, com ênfase em Marketing,
Empreendedorismo e Gerencia de Pequenas Empresas.
Diretoria do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão
Danielle Batista Coimbra

Diretoria do Centro de Ciências da Saúde


Lia Maria Brasil de Souza Barroso

Diretoria do Centro de Ciências Jurídicas


Katherinne de Macêdo Maciel Mihaliuc

Diretoria do Centro de Ciências Tecnológicas


Jackson Sávio de Vasconcelos Silva

RESPONSABILIDADE TÉCNICA

NÚCLEO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS (NTE)

Gerência
Douglas Royer Projeto Instrucional
Francisca Vânia dos Santos Silva
Coordenação
Andrea Chagas Alves de Almeida Revisão Gramatical
José Ferreira Silva Bastos
Supervisão de Ensino e Aprendizagem
Carla Dolores Menezes de Oliveira Identidade Visual / Arte
Emanoel Alves Cavalcante,
Supervisão de Planejamento Educacional Thiago Bruno Costa de Oliveira
Ana Flávia Beviláqua Melo
Editoração / Diagramação
Supervisão de Recursos Educacionais Rafael Oliveira de Souza
Josefa Braga Cavalcante Sales
Produção de Áudio e Vídeo
Assessoria Administrativa José Moreira de Sousa,
Mírian Cristina de Lima Pedro Henrique de Moura Mendes
Kauê Nogueira da Silva
Assessoria Pedagógica de Polo
Jéssica de Castro Barbosa Programação / Implementação
Francisca Natasha Q. Fernandes de Souza

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