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Administração

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Engenharia Segurança
Introdução à Administração

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Esp. Uerley Magalhães Franchi

Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Introdução à Administração

Fonte: iStock/Getty Images


Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Introdução ao Tema
• Leitura Obrigatória

Objetivos
• Apresentar ao aluno a teoria geral da administração e entender sua evolução.

Caro Aluno(a)!

Nesta unidade, faremos uma introdução à matéria de Administração aplicada à segu-


rança do trabalho falando um pouco de como surgiu e sua importância crescente nos
dias de hoje.

Não se esqueça de acessar o material didático, onde encontrará o conteúdo e as atividades


propostas para esta unidade, assim como o material complementar, que foi escolhido
com muito cuidado para agregar e otimizar seu aprendizado.

Caso tenha dúvidas, entre em contato com o Tutor; seja objetivo(a) e direto(a) para que
receba a resposta o quanto antes.

Bons Estudos!
UNIDADE
Introdução à Administração

Introdução ao Tema
Conceituaremos neste módulo o que é a Administração e quais são as atividades do
administrador e suas habilidades necessárias para ter um bom desempenho.

A capacidade do homem de administrar remonta desde há 3.000 anos, quando na


construção das pirâmides do Egito, a eficiência de trabalho dos gestores e líderes da
época, foi capaz de organizar o trabalho de milhares de pessoas. Não somente esse, mas
existem muitos outros exemplos na história do mundo onde a capacidade de organizar
os processos de trabalho gerou resultados imensos.

Antes do século XX, a maior parte dos textos sobre administração abordava a prática
e não a teoria da administração. Mas obteve grande influência da filosofia e de grandes
pensadores que acreditavam mais no pensamento crítico, como René Descartes: 1596-
1650 - Fundador da filosofia moderna (trabalha com a lógica). Criador das coordenadas
cartesianas. Autor do livro: O discurso do Método (método indutivo e dedutivo).

Um dos primeiros textos sobre administração é do século XVIII, no início da Revolução


Industrial. O autor dele, Charles Babbage (1792-1871) prenunciou que o surgimento da
era industrial iria pedir um estudo ordenado do gerenciamento de tarefas e da criação de
um modelo das operações de trabalho.

Administração pode ser definida de várias formas, como ciência ou como arte de
gerenciamento. Mas em geral, todas compartilham o mesmo conceito.

Entre os fundamentos da administração está o conceito de organização que consiste


em uma entidade que possui uma origem jurídica e que é formada por uma coletividade
de pessoas, que se unem de forma estruturada para o alcance de um objetivo ou objeti-
vos específicos.

A sociedade dos dias atuais é composta por cada uma dessas organizações, que ne-
cessitam ser administradas e geridas. São formadas por vários tipos de recursos, como
recursos físicos, humanos, financeiros, de capital, tecnológicos e assim por diante. Nas
organizações, ocorre toda produção de bens e serviços.

As organizações se diferenciam entre si, de acordo com tamanhos, estruturas e


objetivos. Podem mudar com o avançar do tempo e nunca são iguais; pois estão sempre
em processo de transformação.

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Leitura Obrigatória
O Administrador
A profissão de administrador no Brasil é relativamente nova e foi regulamentada em
1965, no dia 9 de setembro em que se comemora o Dia do Administrador. Segundo
o Decreto-Lei nº 4.769 a atividade profissional de Administrador será exercida como
profissão, mediante:

»» Preparar relatórios, projetos, planos e laudos, para que se faça a prática das teo-
rias referentes às técnicas de organização e administração.

»» Pesquisar, planejar e implantar projetos no âmbito da administração geral, que


abranja todos os setores da organização, como os de RH, métodos de marketing,
campanhas de orçamento, redução de gastos, relações com fornecedores, e mui-
tos outros assuntos que se relacionem com administração e estejam interligados.

Deu para perceber que são várias as atividades possíveis do administrador, mas quais
as habilidades necessárias para ser ocupar essa função? Várias habilidades são destacadas
nesse processo, como: a capacidade de Liderança, Objetividade, Pensamento Analítico,
Flexibilidade, Comunicação, Resistência entre muitas outras que podem ser identificadas
e classificadas entre três categorias de habilidades básicas:

»» Habilidade Técnicas: Habilidade relacionada a conhecimento técnico da execução


do trabalho e conhecimento específico. Saber utilizar as ferramentas administrati-
vas, aliando conhecimento teórico com prática para decidir e solucionar os mais
diversos problemas.

»» Habilidades Humanas: É a habilidade do criar e manter um bom relacionamen-


to com a equipe de trabalho. Através do bom direcionamento dessas habilidades
humanas se dá a boa liderança. É o saber lidar com pessoas, conduzindo as mu-
danças, comunicando-se, solucionando conflitos e influenciando comportamentos.

»» Habilidades Conceituais: Essa habilidade inclui o pensamento criativo, capacida-


de de formulação de idéias. É parte da visão sistêmica do administrador, conside-
rada uma habilidade essencial por se tratar da capacidade de resolver problemas e
lidar com situações adversas.

Quanto mais suas habilidade são treinadas, melhores serão os resultados alcançados
pelo profissional e pela a organização em que atua.

O administrador tem a missão de solucionar problemas eventuais, escolher os re-


cursos específicos, planejar a aplicação de cada projeto, formar estratégias eficazes, e
verificar o resultado de cada situação específica para a organização onde se encontra.
Antes de planejar, o administrador monta a equipe ideal para atingi-lo, determinando as
tarefas e os responsáveis por elas e os procedimentos esperados de cada um. Somente
desta forma poderá controlar e liderar o processo.

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UNIDADE
Introdução à Administração

Segundo o autor Theodore Levitt, Ele não é apenas analisado pelas organizacões por
seus conhecimentos tecnológicos de Administracão, mas, principalmente, por seu modo
de agir, suas atitudes, personalidade e filosofia de trabalho.

O conceito de organização pode ser muito diversificado. Muda de acordo com a época vivida
pelo autor que a estuda, como também de que forma a viveu e de qual ponto de vista ele tira
suas conclusões.

Introdução à Teoria Geral da Administração (TGA)


Princípios da Administração
A sociedade dos dias atuais é composta por cada uma dessas organizações, que ne-
cessitam ser administradas e geridas. São formadas por vários tipos de recursos, como
recursos físicos, humanos, financeiros, de capital, tecnológicos e assim por diante. Nas
organizações, é onde toda produção de bens e serviços são realizadas.

As organizações se diferenciam entre si, de acordo com tamanhos, estruturas e


objetivos. Podem mudar com o avançar do tempo, e nunca são iguais pois estão sempre
em processo de transformação.

A Teoria Geral da Administração (TGA) compreende o campo do conhecimento da administra-


ção de forma geral, podendo ser aplicada em diversas áreas não específicas, pois trata de uma
visão a global.

O papel da TGA é servir de instrumento conceitual para que o administrador tenha


condições pessoais de sucesso em qualquer organização independentemente do nível
hierárquico ou da área de atuação profissional.

Por exemplo: a Organização para O´Brien (1994), é um sistema sociotécnico; para Alter (1992), elas podem
ser sistemas próprios, interagindo entre si para alcançar objetivos

Para o nosso estudo sobre organizações, podemos definir que: Organizações são ins-
tituições, entidades ou empresas com propósitos definidos, constituído por processos,
sistemas e métodos de trabalho, onde pessoas e recursos interagem na busca e realizações
de objetivos junto à sociedade.

As organizações têm tamanhos, características, estruturas e objetivos diferentes e


diferem umas das outras em sua forma de conduzir suas atividades. Podem existir
na forma de organizações lucrativas e não lucrativas.

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Organizações Não Lucrativas
São as organizações dos quais os propósitos ou objetivos são de natureza social, ou
seja, prestação de serviços comunitários, segurança pública, entidades filantrópicas, que
não visam lucro, mas que obtém seus resultados sob o ponto de vista social e pelo “bem”
que realizam para a sociedade. São subsidiadas por verbas governamentais ou por doa-
ções da própria sociedade.

Por exemplo: Exército, Marinha, polícias federais, estaduais e municipais, militares ou civis; Igrejas; ONGs –
organizações não governamentais; hospitais públicos; fundações; entre outros.

Organizações Lucrativas
Geralmente essas organizações são empresas criadas com o fim de gerar bens ou
serviços, vendendo-os com uma margem de lucro que contrabalance o investimento,
cobrindo com sobra, os custos de produção para os acionistas.

Juridicamente, existem basicamente duas formas de organizações lucrativas: Sociedades


Anônimas (SAs) e as Sociedades por Cotas Limitadas (Ltda). As Sociedades Anônimas
podem ter títulos de ações negociadas em Bolsas de Valores ou não. Nos dois casos, as
contas resultantes de sua administração têm por obrigação serem divulgados nos principais
veículos de comunicação, enquanto as de cota limitada não são obrigadas. Mas por lei, os
dois tipos são obrigados a elaborar balanços e demonstrações de resultado anualmente.

Derivada do latim, a palavra Administrar: ad, que quer dizer, tendência para, direção
e também junto; e minister, que quer dizer obediência ou ato de servir, alguém que está
sob a supervisão de outro. Nos dicionários, podemos encontrar os seguintes significados.
“Administrar: v.t. Ato de inspecionar, de tomar conta, de servir. (Grande dicionário
etimológico prosódico da língua portuguesa).”

“Administrar: v.t. Ato de Gerir (bens públicos ou privados), dar, administrar um remédio
(Dicionário contemporâneo da língua portuguesa).”

No entanto, seu sentido original teve uma imensa modificação. A administração tem
a missão apontar os objetivos da organização e transformar esses objetivos em ações
práticas, planejando, organizando e controlando o processos adotado.

No início da Revolução Industrial, no século XVIII, foi quando começaram a surgir os


primeiros textos sobre administração. O autor, Charles Babbage (1792-1871) prenunciou
que o surgimento da era industrial iria pedir um estudo ordenado do gerenciamento de
tarefas e da criação de um modelo das operações de trabalho.

Em meados do século XIX a sociedade se desenvolvia de forma totalmente diferente.


Somente poucos comércios e empresas de tamanho pequeno, como oficinas, artesãos,
profissionais autônomos e pequenas escolas.

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Introdução à Administração

De acordo com o presidente da American Management Association, em 1980, “Ad-


ministrar é realizar coisas por intermédio de outras pessoas”. Nos dias atuais Administrar
tem outra definição pelo AMA, onde Administração é: “O trabalho com e por intermédio
de outras pessoas para realizar os objetivos da organização, bem como de seus membros”.

A segunda definição, mais atual:

1. Maior destaque ao ser humano nas organizações;

2. Concentração nos resultados a serem atingidos e nos objetivos, ao invés das


normas e burocracia.

3. Mostra um conceito de auto-realização da equipe, que deve ser integrada com a


realização dos objetivos da organização.

Uma definição mais completa abrangendo uma realidade mais atual do papel das
organizações na sociedade e de seus administradores.

A capacidade do homem de administrar remonta desde há 3.000 anos, quando na


construção das pirâmides do Egito, a eficiência de trabalho dos gestores e líderes da época,
foi capaz de organizar o trabalho de milhares de pessoas. Mas o estudo da administração
pode ser encontrado nas teorias dos principais filósofos e estudiosos, que abordavam em
seus estudos aspectos políticos e sociais.

A Influência da Filosofia
Iremos abordar a filosofia, que desde antiguidade, foi uma grande influenciadora das
teorias iniciais de administração e organização, tendo seus conceitos estudados e utiliza-
dos no cenário sócio-político da época, pois já se tinha idéias sobre a hierarquia, funções
e habilidades.

No que se refere à Administração, herda elementos conceituais, com seu marco teó-
rico no ventre da filosofia, que se inicia com os primeiros filósofos gregos. 

O Filósofo grego Sócrates (470 a.C.-399 a.C.) desenvolveu um método de argumenta-


ção chamado dialética, e usava esse método nas conversas com seus discípulos e adversá-
rios, esclarecendo os debates com princípios básicos. Esse métodos envolvia uma enorme
análise conceitual e pensamento analítico. Na sua visão, a habilidade de administrar é
separada do conhecimento teórico e também da experiência. Como registrado em um
texto, a discussão com Nicomaquides, narrando o seu ponto de vista:
“...sobre qualquer coisa que um homem possa prescindir, ele será se souber do que
precisa e se for capaz de provê-lo, um bom presidente, quer tenha a direção de um
coro, uma família, uma cidade ou um exército.

Não é também uma tarefa punir os maus e honrar os bons? Portanto, Nicomaquides,
não desprezeis homens hábeis em administrar seus haveres; pois os afazeres privados
diferem dos públicos somente em magnitude; em outros aspectos, são similares; mas
o que mais se deve observar é que nenhum deles pode ser gerido sem homens, nem
os afazeres privados são geridos por uma espécie de homem e os públicos por outra:
pois aqueles que conduzem os negócios públicos não utilizam homens de naturezas

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diferentes daqueles empregados pelos que geram negócios privados; e os que sabem
empregá-lo conduzem tanto os negócios públicos, quanto os privados, judiciosamente,
enquanto aqueles que não sabem, errarão na administração de ambos.”

Platão (429 a.C.-347 a.C.) em sua obra A República, a forma democrática de governo
e de administração das atividades públicas. Por exemplo, postula a divisão do povo grego
em três grupos: o primeiro seria constituído de pessoas com alma de bronze, as quais
deveriam se ocupar à agricultura, ao comércio e às tarefas manuais; o segundo grupo
seria constituído de pessoas com alma de prata, as quais deveriam servir à guerra e a
defesa da cidade; por fim, o terceiro grupo seria constituído de pessoas com alma de
ouro, as quais deveriam a governar a cidade. 

É importante destacar a importância de Platão para  a Administração Científica, pois


por meio de seus estudos sobre distintos tipos de governo, podemos identificar os três
princípios básicos dos Fundamentos da Administração:

»» Princípio do Preparo – este princípio consiste na seleção científica dos profissionais


a partir de suas aptidões e prepará-los para as tarefas com treinamento e com objeti-
vo voltado para produção em maior volume e melhor qualidade.

»» Princípio do Controle – este princípio consiste no maior controle do trabalho para


que as tarefas sejam executadas de acordo com normas e planos estabelecidos.

»» Princípio da Execução – execução a fim de distribuir as tarefas de acordo com a


capacidade dos envolvidos e assim extrair os melhores resultados dos colaboradores

Logo depois, Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), que era discípulo de Platão, teve grande
influência na história da administração clássica e no conceito de administração, seu
pensamento era estimulado pelo conhecimento da Filosofia, Cosmologia, Metafísica,
Lógica e Ciências Naturais. Em seu livro chamado “Política”, que fala sobre a organização
do Estado, diferenciando as três formas de administração pública.; Aristocracia,
Oligarquia e Democracia.

Francis Bacon (1561 – 1626): filósofo, fundador da lógica moderna, influenciou nos
paradigmas científicos que marcaram a sociedade industrial, Bacon defendeu em seus
trabalhos o uso da experiência e do método indutivo como critérios válidos para a acei-
tação de qualquer conhecimento.

Na sua visão, dava grande mérito ao método indutivo e da experimentação, e citou as


duas operações básicas por onde a indução deve passar: a negativa, onde há a liberação
dos erros e contradições causadas pela sociedade enraizada de preconceitos e tradições.
E a construtiva, baseada na descoberta das verdades que podem ser comprovadas
cientificamente, e não apenas em suposições vazias.

Dava prioridade para o uso da razão nos atos do dia a dia, e ao método indutivo tendo
o pensamento de que todo conhecimento tem por que ser posto em prática, formando
assim os princípios da obra de Francis Bacon, que marcou a sociedade e influenciou a
construção da abordagem científica da administração.

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Introdução à Administração

René Descartes (1596 – 1650): filósofo, fisiologista e matemático francês, foi o respon-
sável pela criação das coordenadas cartesianas, impulsionando a Matemática e a Geome-
tria da época. No âmbito da filosofia, foi famoso pela sua obra “O Discurso do Método”,
onde narra detalhadamente os principais fundamentos do seu método filosófico, hoje de-
nominado “método cartesiano”.

O método cartesiano é composto por 4 princípios:

» Princípio da Evidência, que trata de investigar a veracidade e a procedência da


informação, aceitando somente aquilo que é evidente;

» Princípio da Decomposição, onde cada tema ou questão é dividido em quantas


partes forem possíveis e necessárias, tendo uma visão separada do melhor resultado.

» Princípio da Síntese da Composição que faz a síntese de forma ordenada para


que conduza nossos pensamentos e raciocínio, gradualmente à uma conclusão.
Abordados primeiramente os objetivos e assuntos mais fáceis e simples de com-
preender para gradualmente se passar aos mais difíceis.

» Princípio da Enumeração ou da Verificação, que consiste em recontar, numerar


e revisar cautelosamente as conclusões e revisões, de modo coerente à fim de que
assegure-se que nenhuma informação foi omitida ou deixada de lado.

Hoje podemos observar quão grande foi a influência do método cartesiano para a
administração, que teve muitos de seus princípios, como a administração científica,
teorias clássicas e neoclássicas, baseados nele. (CHIAVENATO, 2000, p.27)

Thomas Hobes (1588 – 1679): filósofo e teórico político inglês que demonstrou
convicção ao defender um governo absoluto, isso, por causa de sua visão pessimista
da humanidade.

Hobes acreditava que, sem a presença do governo, o homem tende a viver em per-
manente guerra e em intermináveis situações de conflito, isso, apenas, para manter-se
em uma situação de sobrevivência.

Leviatã, sua obra mais famosa narra a renuncia de um povo a seus direitos naturais
em nome de um governo que coloca a ordem, organiza a vida social e assegura a paz,
detendo grande poder. Esse pacto entre Estado e povo o faz crescer de tamanha dimen-
são, que no fim coloca em risco a liberdade de todos. (CHIAVENATO, 2000, p.27)

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo iluminista, tratou o tema ao desenvol-


ver a teoria do contrato social afirma: só é possível a existência do Estado pelo acordo
de vontades, firmado pelo contrato social, entre o povo ou sociedade que o reconhecem
como autoridade sobre todo o conjunto de regras que forma o regime político. Na fala
de Rousseau prediz, o homem é bom e afável por natureza e a vida em sociedade o
corrompe. (SANTOS, 2002, p.1)

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Com o evento da Revolução Industrial, a Administração foi influenciada pela filosofia
moderna, que preconiza a relação de empregado e empregador, e os direitos de cada um,
assim como seus papéis.

Assim que a máquina do progresso começou a soltar vapor, logo vieram as más
condições de trabalho, e com elas as revoltas sociais e políticas.

Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) revelam a teoria da origem


econômica, onde poder político do Estado é resultado da dominação econômica do
homem, imposto por aquele que detém mais capital. Disso surgem as classes sociais e a
exploração. Na obra, O Manifesto Comunista, afirmam que a história da humanidade é
baseada em uma história da luta de classes.

Influências Religiosas e da Igreja


Há indícios da Administração nos primórdios da sociedade, e era uma fase dita, teo-
crática. E apesar de não existir muitos relatos sobre esta fase, havia apenas um mundo
de origem divina. Mas podemos nos apoiar no fato, de quando existimos em forma de
tribos e aldeias, mesmo que pequenas, a gestão já existia.

Nesta fase, destaca-se Hamurabi, rei dos Amoritas, tribo semita que dominou e for-
mou o grande império babilônico. Sua legislação influência 15 séculos no oriente médio;
Preconizou o salário profissional, as férias, o tabelamento de preços e seguro saúde para
os trabalhadores da mesopotâmia; Estabelecia, em contrato, relações entre empregados
e empregadores.

Pode-se notar no decurso dos tempos, a importância da organização e administração


da burocracia pública desde o Antigo Egito e Babilônia. Sabemos que as ferramentas
administrativas já eram utilizadas há muito tempo, pois os povos antigos utilizavam o
planejamento para a caça, liderança, poder e influência, aplicação da organização e
previsão de fatores ambientais nos processos produtivos, como as cheias do rio Nilo,
e muitas outras que, intuitivamente, eram usadas. Com o desenvolvimento de técnicas
e máquinas, a humanidade começa a necessitar de maior conhecimento e capacidades
para acompanhar as demandas e as tendências dos mercados.

Existiu também a fase empírico-prática: de onde podemos identificar os principais lí-


deres que conhecemos na nossa história. Salomão, no Século IX a.C, Confúcio, no Século
VI a.C , Alexandre o Grande em Século IV a.C e Carlos Magno Século VIII/IX d.C. Na
sua grande maioria eram religiosos; agiam de forma empírico-prática, isto é, experimen-
tavam e repetiam o que dava certo, e eliminavam os insucessos. ( DURANT, 1995)

De forma lenta, progressivamente as normas que se faziam a administração na época,


e os princípios de administração pública foram se modificando e passando por entre as
entidade estatais e finalmente a Igreja. Isso se deu de forma gradativa, mas muito bem
sucedida. Isso porque os princípios fundamentais da organização eclesiástica e militar
não eram compartilhados pela política, e se fez uma contradição de partidos e classes
sociais dominantes.

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Introdução à Administração

E então, a Igreja Católica foi estruturando sua organização, se hierarquizando e formando


seu estado-maior e sua coordenação.

A necessidade por resultados positivos em suas organizações, esse modelo começou a


ser muito utilizado, que passaram a incorporar vários princípios e normas da Igreja Católica.

Na idade média as corporações de ofício eram estruturadas em três categorias


profissionais: Mestre, Companheiro e Aprendiz.

Eventos que marcaram essa fase: A organização dos Estados Unidos e a Revolução Fran-
cesa em 1789, que pela Assembléia Nacional da Declaração dos Direitos do Homem, que
democratizou as oportunidades de emprego, tanto para o setor público como para o setor
privado, dando início à era da competição pelo mérito para o trabalho.

Da Influência Militar
Idêntica a inspiração da Igreja, com as competências delimitadas pela hierarquia.
A disciplina é um requisito básico para uma boa organização. Surgimento do pensa-
mento estratégico. Mais importantes são:

» Princípio da Unidade de Comando - que tem por função limitar poderes aos
líderes de comando, e centralizar as tomadas de decisões.

É chamado de Escala hierárquica, os níveis de comando relativos ao grau de autoridade


e responsabilidade de um cargo.

O termo “Estado maior” nasceu no século XVIII na Prússia, com o Imperador Frederico
II, o Grande (1712-1786). Que para aumentar a eficiência de seu exército, criou oficiais de
assessoria que planejavam, e também os de linha, que executavam as operações de guerra.

» Princípio de Direção - através do qual todo subordinado deve saber o que se espera
dele e aquilo que ele deve fazer
» A Disciplina – aceitação das normas e correto seguimento , mantendo as decisões
cientificas e não somente intuitivas, e que vão de acordo com os objetivos propostos.

Fundamentos da Administração
Através do planejamento, organização, direção e controle de todas as atividades es-
pecíficas, é quando ocorre a Administração. Assim, a Administração é fundamental para
a existência, sobrevivência e sucesso das organizações. Em seus fundamentos estão as
mais diferentes teorias e correntes de pensamentos, que compõem uma base para a
construção de ferramentas para o ato de administrar e gerir uma organização.

Ao correr da história, as teorias da administração surgem no meado do século XIX


com o surgimento do modelo capitalista a revolução industrial. A ideologia capitalista
tem no lucro a força motriz do sistema. E, para entendermos seu surgimento e evolução,
devemos ter em mente uma imagem: a máquina.

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Desta época podemos citar Adam Smith (1723-1790), preconizou o estudo dos tem-
pos e movimentos, mais tarde desenvolvido por Taylor. Foi considerado um liberalista,
que acreditava no poder livre de mercado para desenvolver a sociedade.

Grandes idéias foram a marca da Revolução Industrial, como a máquina a vapor,


de James Watt (1736 – 1819), na Inglaterra, que teve sua aplicação imediata das li-
nhas de produção das indústrias, transformando o conceito de trabalho e a sociedade
comercial da época.

Foi dada em dois períodos:

A Primeira Revolução Industrial - 1780 a 1860, também conhecida como Revolução


do Carvão ou do Ferro. Esta fase foi caracterizada por diversas invenções e inovações no
mundo da produção, vários tipos de ferramentas, equipamentos que revolucionaram o cená-
rio da época e a forma de administrar as organizações. E podemos identificar quatro fases:

Logo na primeira fase, ocorre a mecanização da indústria e da agricultura com a máquina


de fiar de Hargreaves em 1767, e com o tear hidráulico de Arkwright em 1769, Em 1972,
o descaroçador de algodão de Whitney, e o tear mecânico por Cartwright em 1785.

Na segunda fase acontece a força motriz aplicada à indústria, com a introdução


máquina a vapor.

Já na terceira fase surgiram fábricas e operários, e a evolução do sistema fabril.

E na quarta fase, a aceleração dos transportes e das comunicações:

A introdução da navegação a vapor por Denis Papin, locomotiva a vapor, construção


de estradas de ferros em meados de 1825. Samuel Morse inventa o telégrafo 1835,
Graham Bell o telefone (1876), Daimler e Benz constroem o primeiro automóvel em
1880, Santos Dumont voa em Paris com o 14 Bis em 1906.

Dentre as grandes transformações que houve nessa época, foi na segunda fase que
vemos as mudanças que tem mais influência no mundo moderno que vemos hoje.

Do mundo moderno podemos ressaltar a substituição do ferro pelo aço na indústria


básica; a introdução da eletricidade e do petróleo como fontes de energia; maquinaria
automática e alto grau de especialização. A ciência passa a dominar na indústria, há o
melhoramento das vias férreas e a criação de automóveis.

Novas formas de organização capitalista foram surgindo, como as ações, trustings


holding companies, entre outros. A queda das estruturas corporativas da idade média e
o avanço tecnológico, com as novas formas de energia e ampliação dos mercados foi a
grande contribuição da Revolução Industrial. Um novo mundo estava aparecendo, com
a criação de novas teorias científicas de administração.

Com a criação das fábricas, e o trabalho assalariado, as cidades neste momento


também estavam crescendo, o que culminava em um processo social que afetou a vida
das pessoas, impulsionando assim o governo para que se buscassem medidas para
problemas referentes a novas necessidades desta nova sociedade, como moradia, saúde,
educação... e automaticamente a Revolução Industrial desencadeia uma nova tendência,
que se dará via desenvolvimento de novos aspectos da administração pública.

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Introdução à Administração

A administração, enquanto ciência, data do início do século XX. Esta teoria desenvolvida
por Frederick Winslow Taylor, um engenheiro norte-americano, que com o seu livro “Prin-
cípios da Administração Científica” em 1911, procurava a racionalização do trabalho
operário; Em seu trabalho analisou a divisão do trabalho operário, como sendo a peça fun-
damental da organização para as tarefas do cargo e para o próprio operário. Com a publica-
ção de seu livro, “Administração de Oficinas” em 1903, Taylor apresentou a padronização
do método de trabalho, e a ferramentas usadas, racionalizando o trabalhando e estudando
o tempo e movimento.

Esse estudo concentrou toda a atenção para os métodos de trabalho, movimentos


necessários para a realização de tarefas, abordando o todo por suas partes. Isso causou
a especialização do operário, e reagrupamento dos cargos, hierarquia, tarefas e funções,
formando assim a ORT (Organização Racional do Trabalho).

O trabalho pragmático, enfatizando as tarefas, foi baseado em uma corrente de


pensamento desenvolvida por engenheiros, que buscavam a eliminação do desperdício,
o fim da ociosidade operária e redução dos gastos com a produção.

Seus princípios científicos são:

» Princípio de Planejamento: substituir a improvisação através do planejamento


do método.

» Princípio de Preparo, onde há uma preparação e treinamento dos operários, com o


fim de produzirem mais e melhor conforme o planejamento e também fazer a manu-
tenção das máquinas e equipamentos, preparando o ambiente físico e organizando
racionalmente ferramentas e materiais.

» Principio de Controle, onde há o controle de execução do trabalho, certificando-se


que tudo está conforme as normas e planos previstos.

» Princípio de Execução, onde há divisão de responsabilidades específicas para a


execução do trabalho para que haja disciplina e eficácia.

A aplicação dessa metodologia aos problemas da administração, para alcançar uma


maior eficiência na indústria: eram Observação e Mensuração.

Conceito de “Homus Economicus”


A Administração Científica via o homem como um “Indivíduo materialista, limitado e
mesquinho, que só trabalha por recompensas salariais, preguiçoso e vadio, tendo que ser
constantemente controlado através do trabalho e racionalizado pelo tempo padrão”.

A Escola Clássica considerava a Administração uma ciência com princípios próprios,


baseados, de um lado, na experiência científica, no trabalho, e de outro, no método lógico-
dedutivo. Esses princípios, porém, estavam baseados na idéia do “homo economicus”.
(Chiavenato, 2000.)

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Outra orientação seguida pela abordagem clássica da administração, é a teoria
de Henry Fayol (1841-1925) engenheiro francês, onde tinha preocupação básica
era aumentar a eficiência da empresa por meio da inter-relação de suas estruturas
organizacional. Essa teoria é chamada de Teoria Clássica da Administração, e sua
corrente de pensamento é focada em estrutura e funcionamento. E propõe um modelo
cartesiano de organização e gerenciamento, que conhecemos como organograma.

Ele também denominou em sua teoria, as diferentes funções de um administrador


dentro da organização e também departamentos com diferentes objetivos funcionais.

Quanto à funções na empresa:

»» Funções Técnicas, área onde se concentra a administração da produção de bens


ou serviços da empresa.

»» Funções Comerciais, setor onde é feito o controle das compras, vendas ou


trocas dos bens ou serviços da empresa.

»» Funções Financeiras, que é o gerenciamento de capitais, e procura de investimento.

»» Funções de Segurança, proteção e preservação os bens e pessoas.

»» Funções Contábeis, onde os inventários, registros, balanços, custos e estatísticas,


são controlados.

»» Funções Administrativas, que tem o objetivo de integrar todas as funções anterio-


res. Coordenando as demais funções da organização, com eficiência e autoridade.

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Introdução à Administração

Com essa teoria há também a formação de 14 princípios, que são dispostos na teoria
clássica, que são seguidos a fim de se obter uma administração mais eficiente e eficaz.
Esses princípios se tornaram uma espécie de prescrição global. São eles:

Autoridade e
Responsabilidade
Disciplina Divisão de
Trabalho

Ordem Remuneração
do Pessoal

Espírito
de Equipe Teoria Clássica Estabilidade
da Administração
14 Princípios de Fayol

Cadeia
Escalar Iniciativa

Equidade Unidade
de Direção
Unidade
Centralização
de Comando

Figura 1

Esses dois estudiosos marcaram o nascimento da hoje chamada, administração cien-


tífica. Depois desses passos iniciais, muitos começaram a investigar o mundo organiza-
cional e as inter-relações de diversas variantes importantes nesse meio.

Ao passar do tempo, o tema administração começou a ganhar mais espaço na socie-


dade e no campo dos estudos científico-sociais. As empresas foram crescendo numa escala
grandiosa, e esse crescimento espantoso do mundo organizacional teve influência direta na
sociedade e no modo em como as pessoas vivem, independentemente se estão ligadas à
elas, direta indiretamente.

As mudanças sociais radicais iniciaram uma ‘nova era’ na humanidade. A administração


foi influenciada por um novo paradigma, adotando uma filosofia concebida por um
mundo puramente objetivo. Isso ainda está presente até os dias de hoje.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
Teoria Geral da Administração
Antonio Cesar Amaru Maximiano. Teoria Geral da Administração. Editora Atlas, 2012.

 Leitura
As Escolas da Administração - A evolução do pensamento da Ciência da Administração e
suas Escolas
https://goo.gl/kREz6I

Principais Teorias e Escolas da Administração


https://goo.gl/XRaB7G

Principais Escolas da Administração


https://goo.gl/zjo44R

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UNIDADE
Introdução à Administração

Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração - 6. ed. - Rio
de Janeiro : Campus, 2000.

Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira. Teoria Geral Administração. Ed. Atlas 2º


edição.2012.

DURANT, Will. A História da Civilização. São Paulo: Record, 1995.

FARIA, Antônio Nogueira de. Chefia e Liderança. Rio de Janeiro: LTC, 1982.

FERREIRA, Victor Claudio P. Modelos de Gestão 2ª Ed. – Rio de Janeiro : FGV, 2006.

HAMEL, Gary; PRAHALAD, C.K. Competindo pelo Futuro: estratégias inovadoras


para obter o Controle do seu setor e criar os mercados do amanhã. Rio de Janeiro:
Campus, 1995.

HAMPTON, David R.. Administração: processos administrativos. São Paulo: Mac


Graw-Hill, 1990.

LACOMBE, Francisco José Masset; HEILBORN, Gilberto Luiz J.. Administração:


princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003.

LODI, João Bosco. A história da Administração. São Paulo: Pioneira, 1987.

MAXIMIANO, Amaru. Teoria Geral da Administração. Atlas, 2012.

Patrimônios do Conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

ROBBINS, Stephen P.; DECENZO, David A. Fundamentos de Administração: concei-


tos essenciais e aplicações. 4. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

SCHWARTZ, Peter. Cenários. As surpresas inevitáveis. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

SUN TZU, século VI a.C. A arte da guerra, 500 a.C. 26. ed. Rio de Janeiro: Record,
2001.

SVEIBY, Karl Erik. A Nova Riqueza das Organizações: gerenciando e avaliando

TAYLOR, Frederick W. Princípios de Administração Cientifica. 8. ed. São Paulo:


Atlas, 1990.

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