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Apontamentos Teóricos
Rui Nunes - Dezembro de 2012
Programa
1. A Gestão e a sua evolução
1.1. Funções da Gestão
1.2. Níveis de Gestão
1.3. As Organizações e a Gestão: história e tendências
2. Planeamento e Estratégia
2.1. Missão e Objectivos
2.2. Planos
2.3. Níveis de Planos
2.4. Gestão por Objectivos
3. Planeamento
3.1. Planeamento Estratégico
3.2. Análise SWOT
3.3. Matriz de BCG
3.4. Estratégias Genéricas
4. Gestão da Inovação
4.1. Fundamentos e actual importância
4.2. Modelos e estratégias de inovação – “Open Innovation”
4.3. Estratégia de implementação de novos produtos/serviços – Norma
Portuguesa
5. Transferência de Tecnologia e Propriedade Intelectual
5.1. Fundamentos de transferência de tecnologia
5.2. Propriedade industrial
5.3. Gestão e licenciamento de tecnologias
1. A Gestão e a sua evolução
O factor mais significativo na determinação do desempenho de uma organização é a
qualidade da sua gestão. A gestão pode ser definida como o processo de obtenção de
resultados (bens ou serviços) através do esforço de outros, e pressupõe a existência de uma
organização.
Uma organização define-se como um colectivo que desenvolve uma actividade em
conjunto para melhor atingir os seus objectivos semelhantes, sendo o tipo de organização
mais comum a empresa. A Gestão, além do processo de orientação e coordenação de
pessoas, pressupõe a afectação e o controlo de recursos financeiros e materiais.
Esta vertente da gestão surgiu devido aos avanços na área relacionados com a estrutura
da organização. Entidades empregadoras mais produtivas, eficientes e exigentes
conduziram a uma maior insatisfação dos trabalhadores, a par com a sua resistência às
mudanças, momento em que os investigadores começaram a focar as suas atenções na
vertente humana das organizações (relações humanas, dinâmica de grupos e teoria da
liderança).
Liderança: Teoria que divide os líderes em dois tipos: o líder de tarefa (foca-se
na produtividade) e o líder social (foca-se na coesão do grupo). McGregor
desenvolveu ainda as teorias X e Y, dividindo a forma de as pessoas encararem
o trabalho em optimistas e pessimistas: a teoria X defende que as pessoas vêem
o trabalho como um sacrifício, preferindo ser controladas e conduzidas, e a
teoria Y defende que as pessoas vêem o trabalho como um prazer, preferindo
ter controlo sobre a forma como o executam.
2.1.2. Objectivos
Vantagens da GPO:
Problemas da GPO:
Por vezes falha, devido à falta de suporte e empenho dos gestores de topo, revela uma
tendência para o planeamento a curto-prazo em detrimento do planeamento a longo-prazo,
consome demasiado tempo em planeamento/reuniões/produção de relatórios e
regulamentos e pode levar à criação excessiva de burocracia.
3. Planeamento
3.1. Planeamento estratégico
Dos três níveis de planeamento (estratégico, táctico e operacional), revela-se o mais
importante definindo as linhas orientadoras dos restantes níveis. Visa antecipar o futuro da
empresa a longo-prazo, envolvendo a maioria ou todos os seus recursos, afectando todas as
suas actividades e revelando-se crucial para o sucesso da organização. Pode-se dividir no
nível corporativo e no nível estratégico de cada unidade de negócio.
O planeamento estratégico tem início com a definição da missão, seguindo-se a análise
do ambiente interno e externo da empresa que consiste na detecção das suas competências
em comparação com a concorrência, e dos seus pontos fracos. A componente externa é de
natureza social, política, económica, técnica, legal, demográfica e ecológica, além das
componentes constituintes do ambiente operacional: os clientes, fornecedores, força laboral
e concorrentes. A análise PEST corresponde à análise das variáveis políticas, económicas,
socioculturais e tecnológicas.
A terceira etapa do processo consiste em, dadas as informações adquiridas, serem
estabelecidos os objectivos específicos, formulando-se uma estratégia clara e objectiva para
ser perfeitamente compreendida entre todos os intervenientes nos níveis intermédios e
operacionais.
C D
Cada quadrante tem a sua interpretação específica, de acordo com a sua mais-valia para
a empresa. No quadrante superior esquerdo estão situados os negócios estrela, no quadrante
superior direito as interrogações, no inferior esquerdo as vacas leiteiras e no inferior direito
os cães rafeiros.
Um negócio classificado como estrela desenrola-se num mercado de elevado
crescimento, representa uma elevada parcela de mercado e representa a melhor
oportunidade de investimento.
Os negócios interrogações têm reduzida quota relativa de mercado, pertencendo ainda
assim a um mercado em crescimento. Uma interrogação geralmente requer uma injecção
de capital, de forma a ultrapassar a concorrência directa e tornar-se líder de mercado.
As vacas leiteiras são negócios saturados em mercados que não crescem, mas que se
mantêm em maioritária quota relativa de mercado. Não requerem investimento adicional,
servindo apenas para gerar lucros que poderão ser aplicados nas interrogações.
Os cães rafeiros são geradores de prejuízo, localizando-se num mercado fraco e numa
fraca posição relativamente aos concorrentes directos. Consomem mais recursos que
aqueles que geram e devem ser abandonados.
O método de análise estratégica através da Matriz de BCG é uma análise de carteira,
pois pressupõe um portfólio de negócios alargado de modo a poder cobrir com uns as
necessidades de outros. Contém ainda, implicitamente, o ciclo de vida de um negócio,
começando como interrogação, passando a estrela, reduzindo-se a vaca leiteira, e
extinguindo-se como cão rafeiro, este último pelo menor tempo possível.
Uma carteira equilibrada deverá conter o seu volume de negócios acima da bissectriz
dos quadrantes interrogação e vaca leiteira.
3.4. Estratégias Genéricas
Globais:
Crescimento:
o Concentração;
o Integração vertical;
o Diversificação.
Estabilidade;
Defensivas:
o Turnaround;
o Desinvestimento;
o Liquidação.
Combinadas.
Áreas de negócios:
No grupo das estratégias globais, uma estratégia de crescimento pode ter várias
vertentes: a concentração consiste no crescimento da organização focando-se num grupo
de produtos ou serviços relacionados entre si; a integração vertical representa um
crescimento a montante, caso a organização passe a integrar sectores próprios dos seus
fornecedores, ou a jusante, casos esses sectores sejam próprios dos seus clientes; e a
diversificação, traduz-se no crescimento para outras áreas de negócios que não a sua área
nativa. As estratégias de estabilidade traduzem-se por poucas ou nenhumas alterações à
actuação da empresa.
Quanto às estratégias defensivas temos o turnaround que significa literalmente “dar a
volta” ao problema, invertendo a tendência negativa do negócio, quer através da redução de
custos operacionais, através da redução da dimensão da actividade ou do aumento da
eficiência; o desinvestimento representa uma venda dos activos do negócio e a liquidação
ocorre quando a empresa é dissolvida ou vendida na sua totalidade. As estratégias
combinadas resultam da combinação de algumas estratégias acima definidas.
Na área de estratégias de negócios, a liderança pelo custo define como a empresa
compete no seu mercado, produzindo e distribuindo, e reduzindo custos em comparação
com os concorrentes; a diferenciação consiste na singularidade de produtos/serviços
oferecidos, estando num mercado sem concorrentes, ainda que isto possa ocorrer apenas a
um nível perceptual para o cliente; e o foco refere-se à direcção de todos os esforços para
um segmento de mercado, área geográfica, grupo de clientes, etc., em particular.
Existe ainda outro tipo de definição de estratégias empresariais, agrupando-as em 4
tipos: defensiva (a empresa procura manter os seus domínios defendendo-se da
concorrência; ofensiva (a empresa, recorrendo a riscos, procura novas oportunidades de
mercado); analítica (embora defenda o seu mercado, procura novas oportunidades de
negócio) e reactiva (reage com atraso às ocorrências do ambiente, de forma improvisada,
sendo característico de empresas envelhecidas e sem dinamismo).
4. Gestão da Inovação
4.1. Fundamentos e actual importância
A inovação, segundo Schumpeter, pode ser identificada como a chave para as
alterações económicas, pois estas apenas ocorrem devido à inovação, ao empreendedorismo
e ao marketing. Contrastando com invenção (ideia ou projecto, melhorado e não
comercializado), a inovação corresponde a uma invenção colocada no mercado e
comercializada, envolvendo a definição de processos, sistemas e dispositivos – é uma
invenção concretizada.
Schumpeter defende ainda que as alterações tecnológicas são o maior determinante para
as alterações industriais, sendo a inovação uma faca de dois gumes: se por um lado introduz
novos produtos e serviços, servindo de base de sustentação da economia a longo-prazo por
outro lado destrói o poder das empresas e organizações estabelecidas a curto-prazo; definiu
inovação como um processo de destruição criativa, inventando o conceito de creative
destruction.
Dividiu as alterações tecnológicas em três processos distintos:
Actividades de Projecto:
Estes quatro parâmetros chave resultaram num novo mercado, em que o conhecimento
já não reside na empresa, mas sim nos seus empregados, nos clientes, nos fornecedores, na
concorrência e nas universidades.
A Inovação Aberta gera a necessidade das organizações patentearem as suas invenções
e inovações em todas as áreas, sendo por um lado uma garantia de que os seus produtos,
serviços e propriedades intelectuais ficam protegidos (não podendo assim ser utilizados,
sem licença, por terceiros) e garantindo que os investimentos efectuados não se tornem
infrutuosos.
5.2.2. Marcas
Utilizá-la exclusivamente;
Formar uma aliança estratégica;
Licenciar, de modo a obter lucros da exploração por terceiros.