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Curso Técnico em Contabilidade

Disciplina : Administração de empresas


Prof.: Fabiana Rodrigues da Silva

III - OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO:


Segundo Maximiano (2004), para entender o que significa Administração, é
preciso ir além da interpretação da palavra. É preciso compreender o papel que a
administração desempenha para as organizações e para a sociedade.
Conforme Maximiano (2004), podemos definir Administração a partir de
objetivos, decisões e recursos, estas são palavras-chave. Administração é o
processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e utilização de
recursos. O processo administrativo abrange quatro tipos principais de decisões,
também chamados de processos ou funções: planejamento, organização, execução
e controle. As decisões resumem os Princípios de Administração. Acredita-se que, a
partir do conhecimento das Teorias da Administração, haja condições para a análise
dos Princípios de Administração. Convêm destacar, inicialmente, que os princípios
fundamentais de administração vieram se consolidando através de todas as teorias,
com o decorrer do tempo.
A palavra administração tem sua origem no latim ad: (direção, tendência
para) isto é, aquele que realiza uma função sob o comando de outra pessoa, aquele
que presta um serviço a outro e significa subordinação e serviço.

Dessa origem decorre que a palavra administração significa função que


se desenvolve sob o comando de outro, ou um serviço que se presta a
outro.

Esse conceito de administração foi desenvolvido para aplicação em


empresas, mas ele pode ser estendido a qualquer outra situação onde ocorra
trabalho, seja no âmbito empresarial, em atividades autônomas, em órgãos públicos
ou até em atividades domésticos. Portanto, sempre que se mencionar a palavra
empresa, deve ser entendido trabalho.
A tarefa da administração é interpretar os objetivos propostos pela empresa e
transformá-los em ação empresarial através de planejamento, organização, direção
e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis
da empresa, a fim de atingir tais objetivos. Planejamento, organização, controle e
direção são as quatro principais funções administrativas.
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Por englobar atividades dinâmicas, a administração é um processo, inerente a
qualquer situação em que haja recursos que procuram atingir algum tipo de objetivo.
Assim sendo, as quatro funções administrativas, que transcorrem em ordem
aproximadamente seqüencial, constituem o chamado Processo Administrativo.
Frederick Taylor, já na escola de Administração Científica, utilizava quatro
princípios básicos: planejamento, preparo (hoje, organização), controle e execução.
Como veremos a seguir, estes princípios eram considerados em relação à tarefa.
Henry Fayol empregava, embora em relação às tarefas administrativas, os princípios
previsão, organização, comando, coordenação e controle. A evolução das teorias
trouxe, naturalmente, uma evolução na conceituação dos princípios de
administração. Assim sendo, hoje, quatro princípios são considerados de
fundamental importância nas Teorias da Administração. Planejamento, Organização,
Direção e Controle.

Princípio do Planejamento: O planejamento é a função administrativa que


determina antecipadamente o que se deve fazer e quais objetivos devem ser
alcançados, e visa dar condições racionais para que se organize e dirija a empresa
ou seus departamentos ou divisões a partir de certas hipóteses a respeito da
realidade atual e futura.
A elaboração do planejamento evita a adoção de ações improvisadas,
casuais, contribuindo para reduzir o nível de incerteza e possibilitando maior
segurança quanto ao desempenho da empresa. O planejamento apresenta as
seguintes características:
a) é um processo permanente e contínuo, pois é realizado de forma
sistemática dentro da empresa e não se esgota na simples montagem de um plano
de ação;
b) é sempre voltado para o futuro e está intimamente ligado com a previsão,
embora não se confunda com ela. O conceito de planejamento inclui o aspecto de
temporalidade e futuro: o planejamento é uma relação entre coisas a fazer e o tempo
disponível para fazê-las;
c) se preocupa com a racionalidade da tomada de decisões, pois ao
estabelecer esquemas para o futuro funciona como um meio de orientar o processo

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decisório, dando-lhe maior racionalidade e subtraindo incerteza subjacente a
qualquer tomada de decisão;
d) visa relacionar, entre várias alternativas disponíveis, um determinado curso
de ação, em função de suas conseqüências futuras e das possibilidades de sua
execução e realização. O curso de ação escolhido pode ter uma duração variável -
desde curto à longo prazo - e pode ter uma amplitude igualmente variável -
abrangendo a empresa como um todo até uma determinada unidade de trabalho;
e) é sistêmico, pois deve considerar a empresa ou o órgão ou a unidade
como uma totalidade. O planejamento deve considerar tanto o sistema como os
subsistemas que o compõem, bem como as relações e compromissos internos e
externos;
f) é interativo. Como o planejamento se projeta para o futuro, ele deve ser
suficiente e prudentemente flexível para aceitar ajustamentos e correções.
Pressupõe avanços e recuos, alterações e modificações em função de eventos
novos, ou diferentes que ocorram tanto no ambiente interno quanto externo da
empresa;
g) é uma técnica de alocação de recursos de forma antecipadamente
estudada e decidida. Deverá refletir a otimização na alocação e dimensionamento
dos recursos com os quais a empresa ou o órgão dela poderá contar no futuro para
suas operações;
h) é uma técnica cíclica. A medida que é executado, passa a ser realizado.
Conforme vai sendo executado e realizado, permite condições de avaliação e
mensuração para novos planejamentos, com informações e perspectivas mais
seguras e corretas;
i) é função administrativa que interage dinamicamente com as demais. Está
intimamente relacionado com as demais funções administrativas, como a
organização, o controle e a avaliação, influenciando e sendo influenciado por elas, a
todo o momento e em todos os níveis da empresa;
j) é uma técnica de coordenação. Permite a coordenação de varias atividades
no sentido da realização dos objetivos desejados e de maneira eficaz; l) é uma
técnica de mudança e inovação. O planejamento é uma das melhores maneiras de
se introduzir deliberadamente mudança e inovação dentro de

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uma empresa, sob uma forma previamente definida e escolhida e devidamente
programada.

Princípio da organização: a organização é uma função administrativa através


da qual a empresa reúne e integra os seus recursos, define a estrutura de órgãos
que deverão administrá-los, estabelece a divisão de trabalho através da
diferenciação, proporciona os meios de autoridade e de responsabilidade e, assim
por diante. A organização representa, no fundo, todos aqueles meios que a empresa
utiliza para por em prática o planejamento, o controle e a avaliação para atingir os
seus objetivos. Como já foi enfatizado, a função administrativa organizacional
depende do planejamento, do controle e da direção. Há uma estreita inter relação
entre todas estas funções.
Princípio da Direção: a direção vem após o planejamento e a organização.
Assim, enquanto o planejamento estabelece o que fazer e como fazer e para quem,
a organização estabelece a estrutura, os meios para a execução, a direção se
preocupa com a execução das operações propriamente ditas, tendo em vista o
alcance dos objetivos. A Direção é, inegavelmente, uma das complexas funções da
administração. Isto se deve à sua abrangência e ao fato de estar intimamente
relacionado às pessoas. A execução de qualquer ação envolve sempre pessoas e
grupos. Toda a implementação do planejamento e da organização é efetuada por um
conjunto de pessoas, normalmente, são os recursos mais complexos existentes nas
empresas. A Direção é a função que envolve a maior interação humana, é a função
que exige a maior dose de flexibilidade, de amortecimento de impactos e,
principalmente, de orientação das pessoas quanto ao rumo certo no alcance dos
objetivos pretendidos”. A Direção é extremamente dinâmica, ocorre em todos os
níveis da empresa e está relacionada ao planejamento, à organização e ao controle.
Como a função Direção diz respeito ao processo de interação entre pessoas, três
assuntos inerentes a ela são de capital importância: comunicação, liderança e
motivação. Assim sendo, para dirigir pessoas são necessários profundos
conhecimentos a respeito do processo de comunicação, das teorias de liderança e
da motivação. Como nas funções planejamento e organização, a direção pode ser
considerada em função dos níveis da empresa: institucional, intermediário e
operacional.
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Princípio do Controle: O termo controle tem muitos significados e, não raro, se
associa a atitudes coercitivas, principalmente quando envolve pessoas. O controle
deve ser entendido como uma função administrativa, como o planejamento, a
organização e a direção. É a função administrativa que consiste em medir e corrigir o
desempenho de colaboradores para assegurar que os objetivos da empresa e os
planos delineados para alcançá-los sejam realizados. É, pois, a função segundo a
qual cada administrador, do presidente ao supervisor, certifica-se de que aquilo que
é feito está de acordo com o que se tencionava fazer. O controle também está
intimamente relacionado com o planejamento, a direção e a organização. Os
controles podem ser classificados de acordo com o nível da empresa onde ocorrem.

IV – AS ESCOLAS TRADICIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO:

a) A Escola de Administração Científica surge com o americano Frederick


Taylor, a partir da segunda metade do século XIX. Segundo Taylor, o principal
objetivo da administração deve ser assegurar o máximo de prosperidade ao patrão
e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao empregado. Ele buscava ter um
maior rendimento do serviço do operariado da época, o qual era desqualificado e
tratado com desleixo pelas empresas. Não havia, à época, interesse em qualificar o
trabalhador, diante de um enorme e supostamente inesgotável “exército industrial de
reserva”. O estudo de “tempos e movimentos” mostrou que um “exército” industrial
desqualificado significava baixa produtividade e lucros decrescentes, forçando as
empresas a contratarem mais operários. Taylor pretendia defi nir princípios
científicos para a administração das empresas. Tinha por objetivo resolver os
problemas que resultam das relações entre os operários, como conseqüência
modifica-se as relações humanas dentro da empresa, o bom operário não discute as
ordens, nem as instruções, faz o que lhe mandam fazer. A gerência planeja e o
operário apenas executa as ordens e tarefas que lhe são determinadas. “No futuro
prevalecerá a ideia de que nossos líderes devem ser tão bem treinados quanto bem
nascido e que nenhum homem, embora excelente, poderá competir com homens
comuns, mas que forem organizados...” Sempre que dermos a um operário uma
tarefa bem definida e ser executada, numa forma pré-estabelecida e dentro de um
tempo também definido, terá um aumento de produção. Taylor observou que, “em
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todos os ofícios, os operários aprendiam a maneira de executar as tarefas do
trabalho por meio da observação dos companheiros vizinhos, o que levava a
diferentes maneiras e métodos para fazer a mesma tarefa em cada ofício, e uma
grande variedade de instrumentos e ferramentas diferentes em cada operação.” Esta
diferença conduzia diferentes índices de produtividade em diferentes operários,
desse modo, Taylor concluiu que deveriam ser os administradores, e não os
operários a fixar a melhor maneira de realizar um trabalho. Para Taylor, o operário
não tem capacidade, nem formação, nem meios para analisar cientificamente o seu
trabalho e estabelecer racionalmente qual o método ou processo mais eficiente.
Geralmente, o supervisor comum deixava ao arbítrio de cada operário a escolha do
método ou processo para executar o seu trabalho, para encorajar sua iniciativa.
Porém, com a Administração Cientifica ocorre uma repartição de responsabilidades:
a administração (gerência) fica com o planejamento (estudo minucioso do trabalho
do operário e o estabelecimento do método de trabalho) e a supervisão (assistência
contínua ao trabalhador durante a produção), e o trabalhador fica com a execução
do trabalho, pura e simplesmente. Para Taylor, as bases de aplicação da
Administração Científica são: Estudo de tempo e padrões de produção; Supervisão
funcional; Padronização de ferramentas e instrumentos; Planejamento das tarefas e
cargos; Princípio da execução; Utilização da régua de cálculo e de instrumentos para
economizar tempo; Fichas de instruções de serviços; Prêmios de produção pela
execução eficiente das tarefas; Definição de rotina de trabalho

b) Henry Fayol: A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri


Fayol. Caracteriza-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do Homem
Econômico e pela busca da máxima eficiência. Sofreu críticas como a manipulação
dos trabalhadores através dos incentivos materiais e salariais e a excessiva unidade
de comando e responsabilidade. A visão de Fayol, ao contrário da visão de Taylor
(trabalhador) e do olhar de Henry Ford (dono), foi a de um gerente ou diretor. Henri
Fayol foi um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento do saber
administrativo contemporâneo, tendo como uma das principais contribuições da
teoria criada e divulgada por ele, a abordagem conhecida como Gestão
Administrativa ou processo administrativo, onde pela se escutou pela primeira vez a
palavra administração enquanto como disciplina e profissão, que por
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sua vez, poderia ser ensinada através de uma Teoria Geral da Administração.
Segundo Fayol, a administração é uma função distinta das outras funções, como
finanças, produção e distribuição, e o trabalho do gerente está distinto das
operações técnicas das empresas. Com este traço de especificidade Fayol
colaborou para que se torne mais nítido o papel dos executivos. Identificou quatorze
princípios que devem ser seguidos para que a Administração seja eficaz:

1. Divisão do trabalho: dividir o trabalho em tarefas especializadas e


destinar responsabilidades a indivíduos específicos;
2. Autoridade e responsabilidade: a autoridade sendo o poder de dar
ordens e no poder de se fazer obedecer. Responsabilidade resumindo na
obrigação de prestar contas, ambas sendo delegadas mutuamente;
3. Disciplina: tornar as expectativas claras e punir as violações; 4.
Unidade de Comando: cada agente, para cada ação só deve receber ordens,
ou seja, se reportar à um único chefe/gerente;
5. Unidade de direção: os esforços dos empregados devem centra-se
no atingimento dos objetivos organizacionais;
6. Subordinação: prevalência dos interesses gerais da organização; 7.
Remuneração do pessoal: sistematicamente recompensar. os esforços que
sustentam a direção da organização. Deve ser justa, evitandose a exploração;
8. Centralização: um único núcleo de comando centralizado, atuando
de forma similar ao cérebro, que comanda o organismo. Considera que
centralizar é aumentar a importância da carga de trabalho do chefe e que
descentralizar é distribuir de forma mais homogênea as atribuições e tarefas;
9. Hierarquia: cadeia de comando (cadeia escalar). Também
recomendava uma comunicação horizontal, embrião do mecanismo de
coordenação);
10. Ordem: ordenar as tarefas e os materiais para que possam auxiliar
a direção da organização.
11. Eqüidade: disciplina e ordem juntas melhoram o comportamento
dos empregados.

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12. Estabilidade do pessoal: promover a lealdade e a longevidade do
empregado. Segurança no emprego, as organizações devem buscar reter
seus funcionários, evitando o prejuízo/custos decorrente de novos processos
de seleção, treinamento e adaptações;
13. Iniciativa: estimular em seus liderados a inciativa para solução dos
problemas que se apresentem.Cita Fayol: “ o chefe deve saber sacrifi car,
algumas vezes, o seu amor próprio, para dar satisfações desta natureza a
seus subordinados”;
14. Espírito de equipe (União): cultiva o espírito de corpo, a harmonia e
o entendimento entre os membros de uma organização. Consciência da
identidade de objetivos e esforços. Destinos interligados.

c) Henry Ford (1863-1947) – Engenheiro – Fundou a Ford Motor Co.


Revolucionou a estratégia comercial da sua época. Fabricou o primeiro carro popular
e criou um plano de vendas. Criou a assistência técnica de grande alcance. Repartiu,
em 1914, parte do controle acionário da empresa com os funcionários. Estabeleceu
salário mínimo de US 5,00 por dia de trabalho com jornada diária de 8 horas. Em
1926 empregava 150.000 pessoas e fabricava 2.000.000 de carros por ano.
Produzia desde a matéria prima inicial ao produto final acabado. Criou a distribuição
através de agências próprias. Idealizou a linha de montagem, com produção em
série, padronizada e de custo mais baixo. O Fordismo é um modelo de produção em
massa que revolucionou a indústria automobilística na primeira metade do século
XX. Ford utilizou à risca os princípios de padronização e simplificação de Frederick
Taylor e desenvolveu outras técnicas avançadas para a época. Suas fábricas eram
totalmente verticalizadas. Ford criou o mercado de massa para os automóveis. Sua
obsessão foi atingida: tornar o automóvel tão barato que todos poderiam comprá-lo.
Uma das principais características do Fordismo foi o aperfeiçoamento da linha de
montagem. Os veículos eram montados em esteiras rolantes que se movimentavam
enquanto o operário ficava praticamente parado, realizando uma pequena etapa da
produção. Desta forma, não era necessária quase nenhuma qualificação dos
trabalhadores. Ford adotou três princípios básicos: 1- Princípio da intensificação:
Consiste em diminuir o tempo de produção com o emprego imediato dos
equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação do
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produto no mercado. 2 - Princípio da economicidade: Consiste em reduzir ao mínimo
o volume do estoque da matéria-prima em transformação. Assim, Ford conseguiu
fabricar um trator ou um automóvel, vendê-lo e recebe-lo antes do vencimento da
matéria prima empregada na fabricação e do pagamento dos salários. Segundo
Ford, a velocidade de fabricação deve ser rápida. O minério sai da mina sábado e
entregue sob forma de carro na terça-feira a tarde. 3 - Principio de produtividade:
Consiste em aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período
através da especialização da linha de montagem.

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