Desafios, Tecnologias

e Inovação Aberta
Report Indústria 5.0
Sumário Editorial
Introdução: Indústria 5.0 e seu propósito...................................04 Por Luís Felipe Carvalho
CEO na AEVO
Pesquisa com Startups IndTechs...................................................07
A Indústria 4.0 revolucionou o setor industrial global
ao integrar diversas tecnologias disruptivas, como
Entrevista com a ArcelorMittal..................................................... 15
Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT),
computação em nuvem, visão computacional, en-
As impressões da Hannover Messe 2023..................................... 16 tre outras, às operações. Seu principal objetivo foi
transformar plantas industriais em espaços inte-
ligentes, a partir de dispositivos que poderiam ser
A Importância da Inovação Aberta para a Indústria 5.0............18
automaticamente controlados, reduzindo a inter-
venção humana no processo de maquinofatura, por
Soluções tecnológicas de destaque na Indústria...................... 19 meio da automação de processos.
Entretanto, surge agora a necessidade de se pen-
Entrevista com a BASF................................................................... 30
sar em como essa tecnologia pode colaborar para
impulsionar características intrinsecamente huma-
Entrevista com a Veracel................................................................31 nas como a criatividade e a capacidade cognitiva
única, que não são elementos reproduzíveis por
tecnologias. Como utilizar o avanço tecnológico
Entrevista com a BlueScope......................................................... 32
para alavancar as habilidades das pessoas a partir
de máquinas altamente inteligentes, poderosas e
Conclusão: O termo ainda divide opiniões................................. 34 precisas? Muitos especialistas defendem que esse
processo, já em curso em diversas indústrias ao
redor do mundo, representa uma nova revolução,
Equipe técnica................................................................................. 36
que vem sendo chamada de Indústria 5.0.
A Indústria 5.0 tem o potencial de aumentar signifi-
cativamente a eficiência das indústrias ao defender
a interação entre pessoas e tecnologias como uma
evolução natural das coisas. Nessa nova realidade,
ficam às máquinas/robôs a responsabilidade de
executar tarefas repetitivas e monótonas, enquan-
to as pessoas exercem a nobre responsabilidade
de atuar com sua capacidade analítica às questões
mais críticas de um processo. Desse modo, a pro-
dução em massa, defendida na Indústria 4.0, dá lu-
gar à personalização em massa, impulsionada pela
Indústria 5.0, com foco na satisfação do cliente.
Neste Report, iremos explorar a fundo quais são
as características da Indústria 5.0, como o ecos-
sistema industrial brasileiro encara esse movi-
mento e de que forma essa transição de atitude e
pensamento vem de fato acontecendo. Todos os
conteúdos aqui reproduzidos foram construídos a
partir de pesquisas extensas conduzidas por pro-
fissionais das organizações AEVO, SENAI-SP e
Timenow que, nos últimos meses, se dedicaram a
investigar essa temática e descobrir os contornos
desse novo movimento.
Apaixonados pelo conhecimento que essa cami-
nhada de pesquisas nos trouxe, agora apresenta-
mos a você o resultado de nossos esforços. Espe-
ramos que aproveite o conteúdo e que ele sirva de
inspiração para impulsionar uma indústria cada vez
mais humana, tecnológica, sustentável e inovadora!
2
Report Indústria 5.0

Introdução
A pesquisa
Entrevistas
Conclusão

3
Report Indústria 5.0
Indústria 5.0 e seu
propósito: visão
dos especialistas
A transformação digital e a inovação, impulsionadas pela cha-
mada quarta Revolução Industrial, ou Indústria 4.0, têm gerado
impactos significativos em setores produtivos em todo o mundo.
Esse processo, apesar de oferecer oportunidades de maximi-
zar a eficiência e a competitividade das organizações, também
apresenta uma série de desafios técnicos e organizacionais. A
transição para a Indústria 5.0 apresenta mais uma camada de
complexidade, enfatizando a necessidade de uma abordagem
focada no humano e na sustentabilidade.
Os desafios de transição da Indústria 4.0 para a Indústria 5.0
vão além da mera integração de tecnologias emergentes com
os sistemas legados. Eles englobam também a necessidade de
mudanças culturais significativas, desenvolvimento de novas
habilidades entre os colaboradores e fortalecimento da segu-
rança cibernética. Para investigar esses temas de forma apro-
fundada, realizou-se uma série de entrevistas com profissionais
do Serviço de Aprendizagem Industrial (SENAI) de São Paulo,
que possuem uma rica experiência na gestão de projetos de
inovação e na superação dos desafios associados à implemen-
tação dessas tecnologias avançadas.
O resultado está a seguir e representa a opinião pessoal de cada
um deles sobre os diferentes tópicos que permeiam o tema, não
representando o posicionamento da Instituição envolvida.
Os especialistas também concordam que a Indústria 5.0 tem o
potencial de trazer uma gama de benefícios para as organiza-
ções. Colocar as pessoas no centro dos processos, auxiliado por
A experiência em projetos de Indústria 4.0
e seus desafios
tecnologias como robôs colaborativos, pode resultar em tomadas
de decisão mais ágeis e análises mais precisas, facilitando a cons-
Bruno Araújo, coordenador do Instituto SENAI de Inovação (ISI)
em Manufatura Avançada, discutiu o papel central das pessoas
trução de novos cenários de produção e negócios. Além disso, a
incorporação de práticas sustentáveis e responsáveis pode gerar
impactos positivos para as organizações e para o meio ambiente.
na transformação da Indústria 4.0 para a Indústria 5.0. Ele enfati-
zou que a comunicação e engajamento entre os colaboradores foi
Sobre a implementação da Indústria 5.0, Araújo identificou a
um dos principais desafios no pioneiro projeto de transformação
conectividade, a digitalização e a inteligência artificial como ele-
digital do SENAI São Paulo. A conscientização, a formação e o
mentos cruciais. Sória, por sua vez, destacou a importância da
engajamento de todos os níveis organizacionais foram identifica-
interação entre humanos e tecnologia, equilibrando a adoção de
dos como elementos-chave para o sucesso desse tipo de projeto.
tecnologia com a abordagem centrada nas pessoas.
Felipe Sória, Agente de Inovação no Instituto SENAI de Tecnolo-
É evidente o consenso entre os especialistas que, a transição
gia (IST) em Metalmecânica, expressou preocupações similares.
para a Indústria 5.0 representa um passo significativo na evolu-
Ele enfatizou a importância de envolver a alta gestão na adoção
ção da indústria global, trazendo consigo uma série de desafios,
efetiva das tecnologias da Indústria 4.0 e na transição para a
oportunidades e benefícios. A implementação bem-sucedida
Indústria 5.0.
desta fase da revolução industrial exigirá um foco renovado nas
pessoas, uma compreensão aprofundada das tecnologias emer-
Da mesma forma, Ricardo Castilho, Supervisor de Projetos e
gentes e um compromisso contínuo com a sustentabilidade.
Tecnologia no SENAI São Paulo, destacou a importância de con-
siderar múltiplos stakeholders e promover a sustentabilidade e
A Indústria 5.0 e o futuro das
circularidade para enfrentar os desafios técnicos, financeiros e
fábricas inteligentes
humanos que a implementação da Indústria 4.0 impõe.
“A Indústria 5.0 se trata da continuidade da Indústria 4.0, com
Em relação à Indústria 5.0, a opinião dos especialistas conver- um foco ainda maior nas pessoas, na colaboração e na susten-
ge para a ideia de que ela representa uma evolução natural da tabilidade”, destaca Sória. Ele complementa ainda a importância
Indústria 4.0, com um foco renovado nas pessoas, colaboração de considerar os impactos sociais e ambientais, bem como a
e sustentabilidade. Isso implica na necessidade de ponderar os utilização mais eficiente de recursos.
impactos sociais e ambientais das tecnologias de produção e de
utilização mais eficiente dos recursos. Para Castilho, a Indústria 5.0 é uma evolução natural da Indústria
4
Report Indústria 5.0
4.0 e, embora seja um conceito relativamente novo, foi introdu-
zido no Japão e abordado em uma conferência de Hannover em
2022. Para ele, a Indústria 5.0 envolve a harmonia entre robôs e
humanos, permitindo a produção de diferentes produtos simul-
taneamente, incluindo os personalizados.
Os benefícios da Indústria 5.0
para as organizações
A Indústria 5.0 traz consigo uma gama de benefícios ao apro-
ximar e estabelecer uma estreita relação entre as pessoas e a
tecnologia, colocando-as no centro dos processos. Eles concor-
dam que isso resulta em uma tomada de decisão mais ágil, além
de facilitar a análise e construção de novos cenários, abrindo
caminho para um futuro próspero e eficiente.
Os entrevistados também destacam a importância do protago-
nismo das pessoas na Indústria 5.0, onde conceitos como robôs
colaborativos e experiência do usuário desempenham um papel
crucial. Eles ressaltam que colocar as pessoas no centro da tec-
nologia promove a interação e a colaboração entre seres huma-
nos e máquinas, gerando resultados mais precisos e eficazes.
Outro ponto em comum entre as opiniões é a necessidade de
otimizar recursos e promover a eficiência ambiental. A Indústria
5.0 traz consigo práticas sustentáveis e responsáveis, garantin-
do resultados positivos tanto para as empresas quanto para o
meio ambiente.
As tecnologias são essenciais para a
implementação da Indústria 5.0?
Araújo diz: “para implementar a Indústria 5.0 algumas tecnolo-
gias essenciais são requeridas e a conectividade é a mais desta-
cada, incluindo a internet, a conectividade local e a infraestrutura
necessária para suportar a digitalização e a inteligência artificial.
Além disso, tecnologias habilitadoras como serviços em nuvem,
computação em nuvem, computação de bordo e machine lear-
ning também desempenham um papel crucial nesse contexto”.
Sória tem uma visão diferente, acredita que a chave para imple-
mentar a Indústria 5.0 não está apenas na tecnologia, mas sim em
colocar as pessoas no centro, integrando-as com as tecnologias.
Ele enfatiza a importância de trabalhar com foco nos usuários,
buscando utilizar menos recursos. Um exemplo disso seria a au-
tomação modular, que causa baixo impacto no meio ambiente, ao
mesmo tempo em que proporciona alta eficiência para o proces-
so. Sória destaca a necessidade de equilibrar a tecnologia com a
abordagem centrada nas pessoas, visando alcançar um resultado
satisfatório na implementação da Indústria 5.0.
Castilho destaca que a implementação da Indústria 5.0 envolve
a adoção de tecnologias como robótica colaborativa (Cobots),
inteligência artificial e internet das coisas (IoT). Segundo ele,
o objetivo é realizar as atividades de forma segura, intuitiva e
harmoniosa, promovendo o bem- estar e um bom clima orga-
nizacional. Castilho ressalta a importância de garantir que as
tecnologias empregadas na Indústria 5.0 proporcionem uma
interação eficiente entre humanos e máquinas, visando a otimi-
zação dos processos e o melhor ambiente de trabalho.
Os desafios e resistências na implantação
da Indústria 5.0 nas organizações
Ainda de acordo com especialistas do setor, Araújo destaca a
falta de conhecimento e informação como um dos principais
obstáculos, até mesmo antes da questão financeira. Ele ressalta
o papel fundamental do SENAI como fonte de inovação e tec-
nologia para suprir essa lacuna, fornecendo conhecimento e im-
pulsionando projetos de digitalização. Araújo enfatiza a neces-
sidade de parcerias entre indústrias, provedores de tecnologia e
instituições de ensino para promover a capacitação e alcançar o
sucesso na implementação da Indústria 5.0.
Para garantir uma implementação bem-sucedida da Indústria
5.0, superar os desafios de engajamento dos colaboradores, in-
vestir em capacitação e buscar parcerias estratégicas são fun-
damentais. Essa é a visão compartilhada por Sória, que destaca
a cultura organizacional como o principal desafio na transição,
incluindo a necessidade de aculturamento das pessoas e a ado-
ção de uma mentalidade de melhoria integrada.
Castilho aponta para desafios financeiros, culturais e educacio-
nais como os principais obstáculos na implementação da Indús-
tria 5.0. Ele destaca a necessidade de desenvolver profissionais
capacitados para atuar nesse cenário em constante evolução,
além de questões governamentais e políticas públicas. Castilho
enfatiza a importância de não depender exclusivamente do cená-
rio macroeconômico e geopolítico para impulsionar as indústrias,
defendendo a construção de um ambiente de maior estabilidade.
Os especialistas concordam que superar esses desafios é essen-
cial para alcançar uma implementação bem-sucedida da Indústria
5.0, envolvendo ações como o fortalecimento do conhecimento,
a promoção de parcerias estratégicas e a adaptação cultural das
organizações. A busca por soluções financeiras e educacionais
adequadas, juntamente com políticas governamentais favoráveis,
também são fundamentais para impulsionar o desenvolvimento
do setor industrial nessa nova era tecnológica.
5
Report Indústria 5.0

Introdução
A pesquisa
Entrevistas
Conclusão

6
Report Indústria 5.0

1 ano

A visão das nologias podem, e devem, convergir em busca

de um futuro mais sustentável, com maior qua-
lidade de vida e inclusão.
2 anos

Startups A primeira menção ao que está sendo debatido 3 anos

Tempo de
neste material surgiu em 2017, em uma forma fundação:
de entendimento da vida em geral iniciada no
1 ano: 9%;
As IndTechs são empresas de tecnologia, ge- Japão: a Sociedade 5.0, que propõe um mode-
2 anos: 6%;
ralmente constituídas sob o modelo de negócio lo de organização social em que tecnologias
3 anos: 10%;
padrão das Startups, que oferecem soluções como Big Data, Inteligência Artificial, IOT, entre
4 anos: 15%
voltadas a transformar operações produtivas diversas outras, são utilizadas para criar solu-
4 anos Mais de 5 anos: 60%
tradicionais em espaços verdadeiramente in- ções com foco nas necessidades humanas.
teligentes e conectados. Esse é, sem dúvida,
um dos segmentos tecnológicos que mais Se a Indústria 4.0 trouxe a revolução digital para mais de
crescem no Brasil, ao mesmo passo em que o a maquinofatura, a 5.0 procura posicionar o ser 5 anos
setor industrial busca inserir o país em um pa- humano no centro da inovação e transformação
tamar de protagonismo na representatividade tecnológica. O enfoque desta quinta revolução
econômica mundial. é a colaboração e integração entre pessoas
e sistemas inteligentes. Ou seja, ela não veio
Entre os meses de março a junho de 2023 bus- para substituir a 4.0, mas para unir tudo que há
camos entender como esse mercado, atual- de novo à capacidade criativa e cognitiva única Sul Sudeste
mente representado por mais de 200 empresas
que se identificam como IndTechs, de acordo
das pessoas.
Distribuição
com o Ranking 100 Open Startups, está se de- Mas como as IndTechs, que estão na vanguarda geográfica:
senvolvendo em torno da temática da Indústria do fornecimento de novas tecnologias à Indús-
Sudeste: 61%
5.0, que é o foco da discussão deste relatório. tria, por meio da Inovação Aberta, enxergam esse Centro-
Nordeste: 10%
A pesquisa contou com a participação de 68 movimento? Qual é, na visão dessas empresas, Oeste
Centro-Oeste: 4%
pessoas gestoras de Startups IndTechs. o papel das pessoas nas operações industriais?
Sul: 25%

A Indústria 5.0 é um novo jeito de pensar do É o que a nossa pesquisa buscou responder. Nordeste
setor, impulsionado pela necessidade de explo- Acompanhe os resultados nas próximas páginas!
rar, cada vez mais, sobre como humanos e tec-

7
Report Indústria 5.0

Pergunta 1 A sua empresa possui contratos com grandes indústrias do país?

(Considere grandes indústrias aquelas com pelo menos 1.000 colaboradores.)
Pergunta 2 Em sua visão, qual deve ser o papel das pessoas na operação
das Indústrias?

23%
Atendemos somente
12%
Não temos contratos com
6%
Para nós, as pessoas devem estar
grandes indústrias. grandes indústrias; distantes da operação, com as
máquinas cuidando do processo
produtivo;

15%
Realizamos contratos
19%
Algumas pessoas devem
esporádicos com estar presentes no
grandes indústrias; processo produtivo das
indústrias, mas o foco deve
ser a automatização;

65%
A tecnologias nas indústrias precisam estar
10%
Pessoas são parte essencial

29%
As grandes indústrias são a
21%
Parte do nosso faturamento é
a serviço das pessoas, para que elas possam
desempenhar um papel central na produção,
com mais eficiência e proteção à vida. As
do processo produtivo, mas
elas devem estar distantes da
operação, que deve ser conduzida
maioria dos nossos contratos proveniente de parcerias com vantagens e capacidades humanas nas de forma automatizada;
atualmente; grandes indústrias; operações são irreplicáveis por tecnologias.

8
Report Indústria 5.0

Pergunta 3 Na sua visão, como as soluções das Startups devem contribuir

para a geração de sustentabilidade nas grandes indústrias?
Pergunta 4 Você considera que o seu produto pode ser personalizado para
diferentes realidades e desafios das grandes indústrias, e das
pessoas que fazem parte dela?

0% 4%
Não deve ser o papel das
Startups prover soluções de
Se solicitado, os(as) gestores(as)
das Startups podem dar dicas às
1%
Não, nosso produto é único e não
4%
Apesar de único e não
sustentabilidade às indústrias; grandes indústrias de como ter mais
há possibilidade de personalização personalizável, nosso produto pode
sustentabilidade em suas operações
para diferentes realidades atender a diferentes realidades

32,3%
Ser sustentável é papel de
24%
Com poucas alterações,
todos(as), e cada empresa nosso produto pode se tornar
em sua realidade deve totalmente personalizável,
entender como tornar a com o contratante nos
operação mais alinhada apontando como pretende
aos conceitos de proteção utilizá-lo em suas operações
ao meio ambiente

50,6%
Toda Startup deve buscar a promoção da
13,1%
As soluções das Startups, quando
47%
Temos um produto totalmente personalizável, para
24%
Nosso produto permite uma
sustentabilidade por meio de seu produto, contratadas pelas indústrias, devem diferentes realidades, e, ao fechar um contrato, personalização em massa, mas
logo na ideação, e ter contribuição direta para buscar entender o seu papel na realizamos juntamente com a indústria todas as mantendo as suas características,
o impacto positivo ao meio ambiente nas promoção da sustentabilidade adequações necessárias para a sua operação a que são similares em todas as
indústrias quando presente nas operações para as pessoas que fazem parte dela operações que estamos presentes

9
Report Indústria 5.0

Pergunta 5 A sua empresa já está familiarizada com o conceito da Indústria 5.0?

Pergunta 6 O seu produto está adequado aos conceitos da Indústria
5.0? Foco nas pessoas, sustentabilidade e com alto grau de
personalização na solução oferecida ao cliente.

28%
A indústria 5.0 faz parte
12%
Nunca ouvimos falar
34%
Sim, temos um produto que
7%
Não, não temos familiaridade
do nosso planejamento em Indústria 5.0; está totalmente alinhado aos com os conceitos da Indústria 5.0
estratégico. conceitos da Indústria 5.0. e, portanto, nosso produto está
totalmente desalinhado a eles;

23%
Já ouvimos falar em
Indústria 5.0, mas não
22%
Nosso foco é a Indústria 4.0,
nos aprofundamos;
mas queremos adaptar o
nosso produto para o futuro;

18%
Indústria 5.0 já é um tema que
19%
Temos pessoas já buscando
22%
Estamos no caminho para
15%
Acreditamos que, com poucas
permeia constantemente a nossa se aprofundar nos conceitos tornar nossa empresa
modificações, nosso produto estará
operação; da Indústria 5.0; aderente à Indústria 5.0;
totalmente alinhado à Indústria 5.0;

10
Report Indústria 5.0

Pergunta 7 O seu produto possui alguma dessas características/tecnologias?

(Pode marcar mais de uma)

80%

70% 68%

60%
56%
50%

43%
40%
37%
31%
30% 28%

20%
16% 16%
10% 9% 7%
0%

Inteligência IOT Visão BIG Data Foco em Realidade 5G Drones Blockchain Biotecnologia
Artificial Computacional Sustentabilidade Virtual

11
Report Indústria 5.0

Análise da
pesquisa com
12%
dos gestores das Startups
nunca ouviram falar no

Startups IndTechs conceito da Indústria 5.0

23%
De acordo com a pesquisa apresentada neste documento, ape-
nas 12% dos gestores das Startups que participaram do levan-
tamento nunca ouviram falar no conceito da Indústria 5.0. Além
disso, 23% afirmaram que, apesar de já terem ouvido falar, ainda
dos gestores das Startups já
não buscaram se aprofundar nesta temática.
ouviram falar no conceito da
Indústria 5.0, mas ainda não
Isso demonstra que 65% das IndTechs que responderam ao
buscaram se aprofundar
nosso questionário, das quais 88% realizam algum tipo de ne-
gócio com Grandes Indústrias, já estão se aprofundando neste
universo, em diferentes níveis de maturidade. Mas não há dúvi-
das de que, se a pergunta fosse “Você já ouviu falar na Indústria
4.0?”, as respostas seriam 100% afirmativas.

Dados como esse deixam claro que, apesar de surgente e ainda

não totalmente difundida no Brasil como a Indústria 4.0, a 5.0
já é uma realidade no dia a dia das Startups que dominam as
65%
dos gestores das Startups
tecnologias habilitadoras deste movimento. Por isso, é essencial já ouviram falar no conceito
debater quais serão os impactos desta nova evolução na reali- da Indústria 5.0 e já estão se
dade da Indústria brasileira. aprofundando neste tema

12
Report Indústria 5.0
Tecnologia a serviço
das pessoas
É interessante observar que, quando falamos sobre o papel das
pessoas na operação das Indústrias, 65% dos gestores esco-
lheram a opção que diz: “As tecnologias nas indústrias precisam
estar a serviço das pessoas, para que elas possam desempenhar
um papel central na produção, com mais eficiência e proteção à
vida. As vantagens e capacidade humanas nas operações são
irreplicáveis por tecnologias”.
De fato, essa era a opção, em nossa pesquisa, que mais repre-
sentava a essência da Indústria 5.0 e foi apresentada a esses
gestores mesmo antes de perguntarmos sobre sua maturidade
em relação ao tema. Isso mostra que, conforme afirmam alguns
especialistas sobre o tema, a 5.0 não é necessariamente uma
revolução, mas sim um complemento, ou uma correção, da In-
dústria 4.0.
O movimento da Indústria 5.0 aproveita o que de melhor surgiu
durante a sua antecessora, para novamente colocar as pessoas
em um papel central das operações nas empresas. Nessa in-
dústria, soluções que estejam alinhadas a esses princípios cer-
tamente estarão em destaque.
Startups IndTechs de mãos
dadas com a sustentabilidade
Na Indústria 5.0, sensores coletam dados e computadores com
recursos de IA processam e analisam essas informações. As
pessoas passam a usar esses dados e algoritmos para auxiliar
na tomada de decisões, incorporando valores como prosperida-
de, sustentabilidade, ética e preservação da vida.
E quando falamos em sustentabilidade, de acordo com 50,6%
dos respondentes à pesquisa, “toda Startup deve buscar a pro-
moção da sustentabilidade por meio do seu produto, logo na
ideação, e ter contribuição direta para o impacto positivo ao meio
ambiente pelas indústrias, quando presente nas operações”.
É importante destacar que, na Indústria 5.0, o foco não deve ser
somente a redução dos impactos negativos, mas sim concentrar
maiores esforços em trazer impacto positivo ao meio ambiente,
como escolhido pela maioria das respostas da pesquisa. Trata-
-se de um tópico em que o objetivo deve ser transformar o mun-
do em um lugar melhor, com as empresas se tornando grandes
representantes da solução, e não do problema.
Inteligência Artificial e IoT
na liderança das tecnologias
Quando falamos das IndTechs, que idealizam e fornecem tecno-
logias para habilitar o desenvolvimento da Indústria, esse foi um
mercado muito impulsionado pela Indústria 4.0, que, de fato, trou-
xe a transformação digital para milhares de empresas que produ-
zem a grande maioria dos bens de consumo do nosso dia a dia.
Tanto que, de acordo com o resultado da pesquisa, duas das
principais tecnologias habilitadoras desta revolução, a Inteligên-
cia Artificial e a IoT, estão entre as mais presentes, com 65% e
56%, respectivamente.
No cenário da Indústria 5.0, essas tecnologias servirão para au-
xiliar os seres humanos a trabalhar melhor e mais rapidamente,
deixando de lado a necessidade de executar tarefas repetitivas,
diariamente, para explorar um cenário de colaboração com má-
quinas poderosas, inteligentes e precisas.
Com base na pesquisa intitulada “Industry 5.0: Um Estudo so-
bre Tecnologias Facilitadoras e Possíveis Aplicações”, de 2022,
é evidente que a Indústria 5.0 está promovendo uma aborda-
gem inovadora, sustentável e centrada no ser humano em várias
aplicações emergentes. Por exemplo, podemos observar esse
conceito sendo aplicado nas fábricas do futuro e na sociedade
digital, citadas no artigo.
13
Report Indústria 5.0

Introdução
A pesquisa
Entrevistas
Conclusão

14
Report Indústria 5.0
Entrevista com
a ArcelorMittal
Tubarão
João Paulo Meneguelli Campos
Gerente de Área de
Implementação de Projetos
Ao se tratar desta 5ª onda de industrialização, dificilmente é pos-
sível começar esta discussão sem antes rememorar a Indústria
4.0: focada na digitalização, automação, conexão e integração de
sistemas, esta fase da industrialização não chegou a conquistar
seu resultado fim devido a barreiras no processo, porém, ocasio-
nou o surgimento de um novo período de evolução das indústrias.
Desta vez, voltada para a interação e colaboração entre humanos
e máquinas, além da personalização dos modos de produção. A
Indústria 5.0 vem para preencher as lacunas deixadas pela onda
anterior e aprimorar a automação das máquinas, equilibrando os
avanços tecnológicos com as necessidades das mesmas, crian-
do um ambiente personalizado e propício ao desenvolvimento.
Para entender melhor como esta transição vem acontecendo,
conversamos com o engenheiro mecânico e mestre em enge-
nharia metalúrgica e materiais, João Paulo Meneguelli Campos
- Gerente de Área de Implementação de Projetos na Arcelor-
Mittal - para contar o seu ponto de vista deste movimento da
operação dentro das indústrias.
Em sua visão, esta transição é feita a partir de bons agentes
de comunicação com a comunidade tecnológica, por exemplo
o INO.VC (programa de Inovação Digital para o segmento de
aços planos da ArcelorMittal), onde é buscado juntamente com
as startups aproximar a empresa de projetos que podem tra-
zer algum tipo de inovação e tecnologia, além de um centro de
pesquisa consolidado e conectado à rede global de centros de
pesquisas da ArcelorMittal, trazendo um refresh e provocando
a comunidade interna a evoluir.
Para o presente, João Paulo Campos revela que vem sendo cada
vez mais aplicadas pela engenharia tecnologias como a modela-
gem 3D, discutidas a integração dos modelos no planejamento
dos projetos a fim de gerar cronogramas e também buscando
ferramentas ágeis para otimizar procedimento de desenvolvi-
mento e verificação de engenharia, além das ferramentas de
gestão de obras.
João Paulo Campos acredita que ainda temos diversas oportuni-
dades a serem exploradas dentro das indústrias em função das
ferramentas que já estão estabelecidas, ressaltando que acre-
dita que teremos um inteligência artificial muito mais atuante,
visando ainda mais a otimização de processos, principalmente
em termos de gestão e controles.
Outro fator essencial destacado pelo mesmo a ser desenvolvido
nesta nova fase é a segurança. A necessidade de preservação
da integridade das pessoas e dos processos, impulsionará a in-
dústria a buscar nas novas tecnologias formas de trabalho ino-
vadoras, tais como a operação por máquinas autônomas em es-
paços inteligentes, a fim de potencializar a eficiência e precisão
das tarefas, evitando falhas e aumentando o controle, tornando
o ambiente das obras mais seguro.
Tal perspectiva auxilia não só no aumento da segurança do pró-
prio colaborador, como, também, que ele desenvolva atividades
mais analíticas, agregando mais valor a suas funções. Por isso,
ele acredita que as pessoas estão animadas com todas as opor-
tunidades de desenvolvimento que a Indústria 5.0 pode trazer
e como poderão utilizá-las a favor da organização, fator muito
influenciado pela Jornada de Evolução Cultural na qual os mes-
mos vêm passando, que fomenta comportamentos chave como
simplicidade, transparência e o pensamento no futuro, associa-
dos ao processo de inovação.
Foram destacados fatores essenciais para a evolução: conhecer
bem o negócio, estudar o ambiente interno e externo, estabe-
lecer canais de comunicação com a comunidade e buscar tor-
nar ideias em projetos implementados. Por fim, a simplicidade,
transparência, pensamento no futuro e sustentabilidade integral,
foram apontados como comportamentos chave na evolução da
Cultura de Inovação dentro da empresa para que, alinhados com
as ferramentas, se interliguem e torne o ambiente favorável à 5ª
onda de industrialização e, assim, colher os resultados.
15
Report Indústria 5.0
Da Alemanha para o
Brasil: impressões da
Hannover Messe 2023
O SENAI-SP participou da Hannover Messe 2023, a
maior feira mundial de tecnologias industriais realizada
anualmente em Hannover Alemanha. Essa iniciativa faz
parte da estratégia de inteligência e vigilância tecno-
lógica da instituição, visando monitorar as tendências
e tecnologias emergentes que impactarão o futuro da
indústria.
Segundo as percepções de Bruno Huffenbaecher, atu-
almente Agente de Inovação do SENAI São Paulo, que
esteve em três edições da feira, embora o termo “In-
dústria 5.0” tenha sido pouco mencionado nos stands
da Hannover Messe, uma conclusão evidente é que os
avanços tecnológicos têm objetivos além do simples
aumento de produtividade e eficiência.
Um dos destaques do evento na Alemanha foi sobre a
rápida evolução da inteligência artificial (IA) e como sua
ampla adoção pela indústria tem alterado a dinâmica
entre pessoas, equipamentos e sistemas. Tanto o ope-
rador quanto o cliente final se beneficiam com recursos
e ferramentas que colocam o ser humano em posição
central, tornando tarefas repetitivas mais convenientes
e fornecendo insights que ultrapassam a capacidade de
processamento e criação humana.
Um exemplo notável é a IA Generativa em destaque atu-
almente. Além do renomado ChatGPT, essa tecnologia
está sendo incorporada aos softwares de engenharia e
supera as limitações atuais do design de produtos, ao
criar rapidamente diversas possibilidades de projetos
para o usuário, sem ser influenciada por sua experiên-
cia ou vícios. Embora o resultado gerado não seja ne-
cessariamente o design final, ele serve como ponto de
partida para edição e desenvolvimento posteriores.
A construção de um futuro sustentável também se mos-
tra como uma grande prioridade nos países europeus.
Investimentos massivos em alternativas para a produ-
ção de energias renováveis, liderados pelo Hidrogênio
Verde, reforçam a preocupação das lideranças gover-
namentais e empresariais em relação a uma indústria
sustentável e produção livre de carbono.
Digitalização, metaverso industrial, materiais inovado-
res, novos modelos de negócios e projetos de pesquisa
disruptivos – a indústria que conhecemos jamais será a
mesma. O evento em Hannover mostrou que o desen-
volvimento tecnológico é elemento chave para habilitar
o futuro mais sustentável e centrado nas pessoas. Cha-
mando de Indústria 5.0 (ou não), o caminho para uma
nova era ressignificará o propósito da indústria perante
a sociedade e a economia.
16
Report Indústria 5.0
Os cases de sucesso
da indústria no Brasil
Electrolux: Simulação para correção
de problemas em tempo real
Marcos R. Righetti atua em projetos de tecnologia e Indústria 4.0,
com formação em ciência da computação e pós-graduação em
logística e produção. Possui 28 anos de experiência na Electrolux,
atualmente é o Embaixador Digital e responsável pelo EluxLab.
Em projeto na empresa, foram coletados dados em tempo real
em parte da linha de produção com mais de 10 mil variáveis. Os
dados foram utilizados em simulações e correções de proble-
mas e um dos principais obstáculos foi o de integrar tecnologias
antigas a um historiador de dados moderno.
Righetti define a Indústria 5.0 como a evolução da robótica e da
robótica colaborativa, onde humanos, máquinas e inteligência
artificial trabalham juntos. Porém, destaca que aplicabilidade
varia entre os setores da indústria.
Com a vivência em projetos de Indústria 4.0, observou a rápida
adaptação aos processos automatizados e a criação de solu-
ções inovadoras com o uso de dados como impactos positivos.
Em contraponto, também enfrentou obstáculos como a falta de
preparo das áreas de tecnologia da informação (TI) e a resistên-
cia das pessoas às mudanças.
A gestão da mudança e capacitação dos funcionários são tópi-
cos primordiais e destaca a necessidade de programas para lidar
com a mudança cultural. Entre os muitos desafios cita a escas-
sez de mão de obra qualificada e a resistência cultural, que pode a uma máquina digitalizada, facilita tanto a vida deles que eles
ser superada com laboratórios de conceitos e comprovação da não querem outra coisa. Na verdade, a necessidade de trans-
eficácia das tecnologias. formação cultural é mais proeminente na liderança do que no
chão de fábrica”. Mwosa enfatiza que a transição da Indústria
Conclui que a Indústria 5.0 possibilita a combinação de habili- 4.0 para a Indústria 5.0 ocorreu por necessidade e se tornou
dades humanas e tecnologias avançadas, como a inteligência indispensável para as fábricas digitalizadas.
artificial para melhorar processos e garantir a segurança das
pessoas. Destaca ainda que a transição para a Indústria 5.0 será Um dos desafios é garantir que as empresas aproveitem rapi-
gradual e dependente de cada setor específico da indústria. damente o ambiente digitalizado. Luiz destaca a importância de
desenvolver a estrutura da Indústria 5.0 (ou 4.0), não apenas
Paranoá Indústria de Borracha: focando em projetos específicos. A extração e integração de da-
Criação da Startup DataWake dos na base da indústria são fundamentais para aproveitar os
aspectos mais atrativos.
Luiz Gustavo Kass Mwosa, atualmente presidente do Conselho
da Paranoá Indústria de Borracha e sócio fundador da startup
Ressalta também a necessidade de considerar a cadeia de for-
DataWake, compartilha sua visão sobre a transformação digital
necimento como um todo, pois a transformação de uma única
e a Indústria 5.0. Ao invés de investir no aumento da capacida-
empresa não será suficiente. A colaboração entre empresas e
de de produção, a Paranoá optou pela transformação digital em
fornecedores é essencial, sendo fundamental a inclusão de pe-
2017, alcançando resultados surpreendentes. Essa experiência
quenas e médias empresas nesse processo de transformação.
levou à criação da startup DataWake, que introduz tecnologias
alinhadas com a Indústria 5.0.
“Considero o Brasil o terreno mais fértil do mundo para a Indús-
tria 5.0, pois não temos volume, o que nos torna mais criativos.
Para Mwosa, a Indústria 5.0 se baseia na implementação de in-
Precisamos canalizar essa criatividade, consolidá-la e multipli-
teligência artificial e sistemas que maximizam a capacidade hu-
cá- la. O futuro da indústria no Brasil vai depender dessa nossa
mana e das máquinas existentes. Destaca que essa abordagem
capacidade. Acredito que estamos no caminho certo, mas ainda
é especialmente adequada para o Brasil, onde a automação da
há desafios a serem superados.”
Indústria 4.0 pode não ser viável devido a custos e perda de fle-
xibilidade. A Indústria 5.0 permite potencializar o ser humano e
as máquinas existentes com um investimento mínimo, obtendo
resultados iguais ou superiores.
“O sistema digital deve se adaptar a nós, não nós a ele. Há um
medo inicial, mas os operadores adoram isso. Quando chegam
17
Report Indústria 5.0
A importância da
inovação aberta na
indústria 5.0
Por Flávio Marques
Diretor de Inovação
Para iniciar uma reflexão a respeito do tema, primeiro quero con-
ceituar o que é inovação, para que possamos falar sobre a sua
importância para a indústria 5.0. Gosto de usar a definição que
diz que: a inovação é uma ideia implementada que gera valor
positivo para o negócio. Portanto, quando falamos de Inovação
Aberta na Indústria, estamos nos referindo àquelas implementa-
ções de novas ideias que geram maior produtividade, aumentam
a capacidade produtiva, geram economia ou tornam a empresa
mais competitiva, por meio da parceria com empresas externas,
geralmente Startups ou organizações de base tecnológica.
É natural que empresas nativamente digitais consigam acompa-
nhar o fluxo de inovação mercadológica de maneira mais rápida e
são favorecidas por esta agilidade na adaptação. Porém, isso não
quer dizer que empresas tradicionais, que estão há mais tempo no
mercado, não possam alcançar tais feitos. Uma solução para isso
é a tão falada inovação aberta, que, de forma resumida, aconte-
ce quando uma empresa busca uma ideia, solução ou produto já
existente no mercado para agregar em sua operação e/ou produto.
As empresas que estão mais voltadas à inovação aberta tendem
a ter mais resultados em seu funil de inovação, porque, assim, é
possível aumentar a assertividade através da colaboração com
especialistas do assunto e também a acelerar a velocidade por
pular as etapas iniciais do funil e diminuindo a curva de aprendi-
zagem sem perder qualidade. Ou seja, com a inovação aberta o
potencial inovador não está limitado às bordas do seu negócio.
Assim, o ecossistema e as parcerias tornam-se geradores de
valores e resultados para a empresa e seus clientes.
Por exemplo, atualmente, na Timenow, trabalhamos em con-
junto com um ecossistema de indtechs e construtecs através
da Platt, nosso hub de inovação, onde nos conectamos e ace-
leramos startups. Realizamos também parcerias com centros
de pesquisa para P&D. Temos também a Timenow Ventures,
nosso fundo de CVC para investimento em Startups. Com isso,
incorporamos mais rápido as soluções, tanto olhando para a
operação da nossa empresa quanto dentro de nossos clientes,
buscando aprimorar o serviço prestado.
A conexão entre indústrias e startups é uma relação que tem mui-
to a contribuir para ambas as partes. Estamos indo da indústria
4.0, onde o foco eram as novas tecnologias e automações, para
a indústria 5.0 que traz consigo toda a bagagem tecnológica
e desenvolvimentos ocorridos na fase anterior, mas acrescenta
um olhar humano focado nas pessoas, em saúde e segurança,
ESG e nas ODS da ONU. Essa nova etapa do desenvolvimento
industrial traz o direcionamento para que as indústrias de base
se adaptem às demandas da nova economia, que tem foco no
resultado sustentável.
Trabalhar essa pauta de indústria 5.0 é mandatório para in-
dústrias que queiram se manter relevantes na dinâmica atual
do mercado, onde o maior ponto de atenção e investimentos
está voltado para o capital humano, focado no desenvolvimento
pessoal e profissional dos colaboradores. Tais práticas também
transportam a organização para a nova fase da indústria, con-
tribuindo para a melhora da sua imagem e propósito, além de
fortalecer o seu employer branding e, claro, garantir melhores
resultados financeiros.
A abordagem de inovação aberta traz mais que benefícios na ope-
ração da sua empresa, ela também permite ser líder na adoção de
novas tecnologias que vão manter o negócio competitivo. Além
disso, trabalhar com a inovação aberta faz com que a sua organi-
zação contribua para o desenvolvimento de todo o setor no qual
está inserida. Quando cuidamos do ecossistema que estamos in-
seridos, a chance de sucesso de todos os negócios envolvidos nele,
inclusive o seu, é maior. Contudo, é válido ressaltar que isso não
significa que todas as atividades e desenvolvimento de soluções
tecnológicas e de P&D devam ser terceirizadas: neste momento
de tomada de decisão é importante fazer uma diferenciação.
Por fim, podemos afirmar que, no contexto da Indústria 5.0, a
inovação aberta permite maior velocidade de desenvolvimento
das indústrias e maior assertividade no processo de adoção de
novas tecnologias e ferramentas que a tornarão mais competiti-
va, influenciando diretamente tanto na qualidade do produto e na
experiência do cliente final, quanto na sua operação interna ge-
rando mais produtividade, eficiência e acessando novos modelos
de negócio e de distribuição. Esta permite que os colaboradores
realizem mais tarefas que necessitam do intelecto humano e me-
nos práticas manuais e que podem ser automatizadas.
18
Report Indústria 5.0

Soluções de destaque Autaza

na indústria 5.0
CUBi Energia AMPLIE SUA CAPACIDADE DE INOVAR
Como já mencionado neste Report, a Indústria 5.0 coloca nova-
mente o foco ao papel das pessoas nas operações, reconhecendo Conheça a Central de Startups da AEVO
sua essencialidade e capacidades intrínsecas, que não são repro-
Dersalis e conecte-se com nossa base com mais
duzíveis. Neste contexto, a colaboração entre seres humanos e de 15 mil organizações. Tenha apoio de
máquinas se torna fundamental para impulsionar uma produção Inteligência Artificial para encontrar as
mais eficiente, sustentável e personalizada, pavimentando o ca-
GreenPlat soluções certas que vão impulsionar
minho para uma nova era de produtividade e inovação. os seus resultados

Quando se trata de tecnologia, as Startups estão na vanguar-

PIX Force
da do fornecimento tecnológico à indústria. Sem dúvida, esse
papel é essencial para impulsionar as novas soluções e ideias
Tractian
CENTRAL DE
Startups
que têm ajudado as empresas a se tornarem mais eficientes. O
impacto das empresas de base tecnológica na Indústria é tão FUNIS (10)

significativo que, até mesmo em operações mais tradicionais,

há uma crescente na adoção de processos mais ágeis para se
IndustriALL
adaptarem à realidade desse tipo de negócio. Entrar no desafio

SciCrop
Descrição

Uma abordagem comum é a criação de hubs de Inovação Aberta Problemas

em suas instalações, visando fomentar a adoção de soluções dis-

Soluções esperadas

ruptivas. Nesta seção, você irá conhecer algumas das Startups que
vêm fazendo a diferença por meio da Inovação Aberta na Indústria,
IDK Digital Inscreva-se até

oferecendo tecnologias que se integram a alguns dos principais

conceitos da Indústria 5.0: eficiência, personalização, sustentabili-
dade, segurança e interação entre pessoas e máquinas.
TCX
SAIBA MAIS
19
Report Indústria 5.0
Site: autaza.com/pt
Sede: São José dos Campos – SP
Ano de fundação: 2016
Tecnologias: Visão Computacional
Startup de São José dos
Campos que leva tecnologia de
ponta à indústria automotiva
Sete anos são o que separam a fundação da Autaza do seu
momento atual, hoje posicionada como uma Startup referência
no fornecimento de tecnologias para o mercado automotivo. A
Inteligência Artificial
empresa foi fundada por seus sócios, que trabalhavam no Insti-
tuto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), e nasceu no Parque Tec-
nológico Nexus, em São José dos Campos (SP).
Seu principal produto, o Autaza Paint, é um robô que atua para
auxiliar na inspeção de superfícies pintadas de automóveis, ga-
rantindo a qualidade por meio de Visão Computacional. Foi a
partir da Inovação Aberta, ainda dentro do Nexus, que a Star-
tup pôde negociar e se conectar com Grandes Indústrias como
Volkswagen, General Motors, Scania, entre outras.
“As Grandes Indústrias do país têm cada vez mais se adaptado
para se conectar com Startups e contratar produtos inovadores
que contribuam para sua operação. Antes, esse era um contex-
to mais engessado, no qual o foco era trazer soluções com o
menor preço, de empresas já consolidadas. A criação de áreas
de inovação dentro das indústrias permitiu que empresas como
a Autaza estivessem mais inseridas nesse contexto, mostrando
os benefícios de contar com um produto verdadeiramente ino-
vador e as vantagens de investir em tecnologia”, conta Bianca
Ussifatti, Diretora Comercial na Autaza.
Atualmente, a empresa conta com 40 funcionários, distribuí-
dos no Brasil e, também, nos Estados Unidos, onde já começa
a expandir suas operações. A Autaza tem planos ambiciosos
de crescimento, tornando seu produto principal cada vez mais
robusto e investindo no lançamento de outras soluções. “Em ja-
neiro deste ano, lançamos a plataforma ‘Treine sua IA’, na qual
nossos clientes têm acesso a um software automatizado e intui-
tivo, que lhes permite ter a liberdade de realizar o treinamento
da sua própria Inteligência Artificial para auxiliar na detecção de
máquinas e peças com defeitos, peças fora do padrão de quali-
dade, rotulagem, entre outros usos”, acrescenta Bianca.
Para se preparar às novas tendências de futuro, a Autaza pas-
sou, há pelo menos um ano, impulsionar o debate em torno da
Indústria 5.0 entre seus colaboradores, com foco na cultura
organizacional e valorização do capital humano. “Independen-
temente da tecnologia, ela não caminha sozinha, as pessoas
precisam descobrir e se sentirem integradas a elas, tomar de-
cisões sabendo da importância do seu uso. As tecnologias não
podem existir com foco em substituir pessoas, mas para permitir
a criação de ambientes de trabalho cada vez mais integrados,
que facilitem a vida dos profissionais para tomadas de decisões
melhores, caminhando lado a lado. Nossa visão como empresa
está alinhada aos preceitos defendidos pela Indústria 5.0, de uma
sinergia plena entre pessoas e todo o potencial da tecnologia”,
completa Bianca Ussifatti..
Para o futuro, as operações da Autaza devem continuar expan-
dindo, com foco em estabelecer novas parcerias com Grandes
Indústrias do Brasil, mas também já olhando para o fechamento
de negociações em estágio avançado em empresas de países
como Argentina e Estados Unidos. “Buscamos continuar cres-
cendo, alcançando novos níveis de faturamento, além de manter
em operação 24/7 os sistemas já presentes em nossos clientes,
garantindo suporte contínuo e satisfação”, conclui Bianca.
20
Report Indústria 5.0
Do Mestrado à revolução da
gestão energética no Brasil
Uma empresa que começou com a abertura de CNPJ somente
para atender a uma Grande Indústria, a Bosch. Essa é a histó-
Site: cubienergia.com ria inicial da CUBi Energia, que deu os seus primeiros passos a
Sede: São Paulo – SP partir do projeto de mestrado de seus fundadores no Rochester
Ano de fundação: 2016 Institute of Technology, nos Estados Unidos. O trabalho reali-
Tecnologias: IoT BIG Data zado na academia tinha o foco de realizar a gestão de energia
elétrica com o uso de tecnologias avançadas.
Deu tão certo que o objetivo deles, desde então, foi de aplicar
a metodologia no Brasil. Logo depois, a parceria com a Bosch,
por meio da Inovação Aberta, teve seu início, no ano de 2017,
quando o CNPJ foi aberto. O projeto serviu para validar tudo o
que precisavam e mostrar o potencial da tecnologia que estava
sendo desenvolvida: uma ferramenta de auxílio para escalar a
eficiência energética em segmentos como mineração, constru-
ção civil, gestoras de energia, entre outros.
“A partir do nosso primeiro projeto de Inovação Aberta, nun-
ca paramos de acompanhar a evolução desta forma de fazer
negócio com grandes indústrias. Inclusive, desenvolvemos um
Playbook interno para provas de conceito de Inovação Aberta,
pois esses desafios conduzidos pelas equipes de inovação faci-
litam muito o primeiro contato, nos abrindo muitas portas e pos-
sibilitando inúmeras oportunidades. Como a Inovação Aberta é
algo impulsionado pela alta diretoria, que está diretamente en-
volvida nos projetos, as conversas evoluem e se mantêm”, conta
Rafael Turella, um dos fundadores da CUBi.
Rafael também destaca a importância das pessoas em todos os
projetos no qual a tecnologia da CUBi Energia é contratada. “Não
é uma caixinha mágica em que você contrata e obtém economia
instantânea no gasto energético. A tecnologia da CUBi é uma bi-
cicleta que precisa de alguém para pedalar, é necessário sempre
existir alguém capacitado para conduzir. Em nosso discurso de
vendas, ou nas POC’s (Provas de Conceito), sempre queremos
saber: quem é quem, quem vai decidir, quem estará conosco e
como essas pessoas serão capacitadas para o uso da nossa fer-
ramenta. Inclusive, o termo Indústria 5.0 congrega algo que já
fazíamos desde o início, a integração entre pessoas e tecnologia”.
A CUBi possui, atualmente, dois produtos principais, que se
mesclam em um só, e vão desde a coleta e tratamento de mi-
lhares de contas de energia do Brasil inteiro até a aplicação de
IoT para coleta de dados em tempo real.Todos os dados são
reunidos em uma única plataforma, digital e automatizada, que
fornece informações aos gestores e indica o caminho correto
para a tomada de decisões, evitando perda de tempo e dinheiro
na busca pela eficiência energética. Ao ano, a empresa já acu-
mula R$ 1.5 bilhão em contas de energia avaliadas.
“Acreditamos muito na Inovação Aberta e na revolução que ela
tem trazido às indústrias. Seguimos crescendo a passos largos
desde a nossa fundação e queremos continuar ajudando nos-
sos clientes a terem economia, promover a sustentabilidade e
ajudá-los a operacionalizar cada vez mais a gestão energética.
Para crescer, focamos durante algum período em algum seg-
mento para construir as soluções adequadas, pois quanto mais
se aprofunda, mais a complexibilidade aumenta. Nosso objetivo
é sempre expandir, mas fazer isso de maneira sólida”, completa
Rafael Turella.
21
Report Indústria 5.0
Site: dersalis.com.br
Sede: Vitória – ES
Ano de fundação: 2018
Tecnologias: Inteligência Artificial
Pessoas e o seu bem-estar no
centro de toda a evolução
“Como de fato integrar e cuidar das pessoas que estão expostas
a ambientes de alto risco na indústria?”. Essa foi a pergunta que
Pedro Guizardi, fundador da Startup Dersalis, fez a si mesmo
ao idealizar a criação da empresa. Mesmo antes do conceito da
Indústria 5.0 começar a ser amplamente debatido, seu principal
objetivo era impulsionar as pessoas por meio da tecnologia, ga-
rantindo um ambiente de trabalho seguro e preservando a sua
saúde e bem-estar.
“A Indústria sempre dependerá de pessoas, não há realidade
em que a substituição por tecnologia é possível. Precisamos
assegurar que esses profissionais estejam em boas condições
para desempenhar suas atividades, independentemente de qual
sejam, e não somente tratá-las após o surgimento de sintomas
evidentes de problemas de saúde”, ressalta Pedro.
Na Dersalis, como CEO, ele lidera o desenvolvimento de uma
pulseira inteligente que utiliza Inteligência Artificial para moni-
torar, em tempo real, níveis críticos de fadiga dos profissionais,
verificando se estão aptos para realizar suas tarefas, além de
monitorar o nível de sono, entre outros benefícios. A tecnologia,
presente atualmente em indústrias nacionais e multinacionais,
tem como objetivo garantir que pessoas possam executar as
suas atividades com qualidade, garantindo a sua segurança e a
eficácia das operações.
O trabalho desempenhado pela Dersalis tem sido reconhecido,
rendendo o Prêmio Gartner Internacional, na categoria “People
Breakthroug of the Year”, após um projeto realizado em parceria
com a Shell. “Tudo que fazemos envolve muita ciência. Nosso foco
é entender o corpo humano e suas particularidades. Pessoas de
30 anos não são todas iguais, nosso organismo precisa se adaptar
a diferentes condições, climas, processos, entre outros fatores. A
coleta de dados realizada pela nossa solução consegue se adap-
tar a esses tipos diferentes de ambientes. Dessa forma, trazemos
às empresas variáveis de análises para prevenir acidentes e ou-
tros problemas que possam acontecer a essas pessoas, tanto em
ambientes on-shore quanto off-shore”, acrescenta Pedro.
Pedro também destaca o papel essencial da Inovação Aberta na
evolução da tecnologia das pulseiras inteligentes, pois a colabora-
ção com grandes indústrias permitiu compreender os dados das
pessoas que representam a realidade da indústria. “Criamos tudo
do zero, sem saber no início como a tecnologia iria operar no dia a
dia, mas precisávamos do apoio dessas empresas para aprimorar
continuamente a nossa inteligência e evoluir de forma satisfató-
ria. E deu certo. Hoje, temos um produto maduro o suficiente para
escalar e implementar de forma ativa em todo o setor industrial”.
E democratizar a sua solução é o próximo objetivo da Dersalis,
em uma realidade em que a tecnologia deve, cada vez mais, ser-
vir de motor ao impulso às capacidades humanas que, como já
abordamos anteriormente, são insubstituíveis. “Até o final deste
ano, lançaremos uma nova versão do equipamento e vamos co-
meçar a expandir as nossas operações, até mesmo para fora do
país. Além disso, abrimos uma frente de pesquisa colaborativa
com universidades e centros de pesquisa, a fim de compreender
os riscos enfrentados pessoas que trabalham em ambientes re-
motos”, finaliza Pedro.
22
Report Indústria 5.0
Expoente na gestão de resíduos
por meio da tecnologia
Uma empresa que nasceu em 2016, mas que é fruto de mais
de 20 anos de experiência de um de seus fundadores, Francis-
Site: greenplat.com
co Miguel de Sousa, no mercado de reciclagem. Essa é a Gre-
Sede: São Paulo – SP
enPlat, uma plataforma que facilita a logística reversa, gestão
Ano de fundação: 2016
de resíduos e rastreio para indústrias, já tendo sido, inclusive,
Tecnologias: Blockchain
reconhecida pelo Fórum Econômico Mundial, em 2018.
“Como sociedade, enfrentamos um problema enorme, que já es-
calou de formas inimagináveis: os resíduos gerados diariamente
por pessoas, empresas e governos. Isso leva à aceleração das
mudanças climáticas, causa impactos sociais, entre diversas
outras consequências de não fazer uma gestão ambiental efi-
ciente. E, muitas vezes, isso ocorre porque os próprios analistas
ambientais das organizações não conseguem lidar com todos
os processos, muitas vezes manuais, e a alta administração não
tem visibilidade da magnitude do problema”, comenta Anauyla
Batista, Diretora Comercial e Cofundadora da GreenPlat.
A partir do uso da plataforma oferecida pela empresa, as or-
ganizações conseguem realizar a digitalização da gestão de
resíduos com base no cumprimento das regulamentações am-
bientais, utilizando a tecnologia Blockchain para garantir toda a
conformidade do processo, atendimento eficaz e ganhos com
eficiência e tomada de decisões melhores. A GreenPlat tem
contribuído diretamente para o aumento significativo das taxas
de reciclagem nas indústrias em que atua e na busca pelo selo
“aterro zero”, o que é muito importante nos dias atuais.
“Desde 2020, estamos escalando a nossa solução e o papel da Ino-
vação Aberta é essencial em todo esse processo, pois nos conec-
ta com as demandas do mercado, diretamente em conversa com
tomadores de decisões dessas empresas, permitindo que a gente
evolua continuamente. Quando falamos em novas tecnologias, há
sempre o risco de algo dar errado, mas conseguimos desenvolver
um produto realmente disruptivo e que tem feito a diferença ao aju-
dar na digitalização de processos que costumavam ser feitos manu-
almente, em papel ou em planilhas de excel”, acrescenta Anauyla.
Com faturamento atual na casa das dezenas de milhões, a Gre-
enPlat tem possibilitado uma conexão ampla entre pessoas e
o uso da tecnologia, trazendo confiabilidade, segurança e exe-
cução em um processo que contribui, diretamente, para gerar
mais sustentabilidade nas operações industriais. Esse é um dos
pilares da Indústria 5.0 e, na visão de Anauyla, as oportunidades
para evoluir ainda mais neste papel são infinitas, inculindo pro-
jetos para desenvolver a sua própria tecnologia IOT, para pos-
sibilitar a conexão com hardwares de seus clientes, e expandir
incrementalmente o produto atual.
“Queremos ganhar cada vez mais escala, aprender, crescer e
pulverizar o nosso impacto positivo para as empresas e ao meio
ambiente. Temos muito orgulho do nosso produto e do seu papel
para aprimorar a logística reversa de centenas de organizações.
Estamos dispostos a continuar inovando e tornando as áreas
ambientais de Grandes Indústrias cada vez mais inteligentes.
Temos empreendedores dispostos a ralar muito para alcançar
os nossos objetivos”, completa Anauyla.
23
Report Indústria 5.0
Site: pixforce.com.br
Sede: Porto Alegre – RS
Ano de fundação: 2016
Tecnologias: Visão Computacional
Referência em Inteligência
Artificial para grandes indústrias
Utilizar a Inteligência Artificial para aprimorar o potencial humano
dentro das empresas é o principal objetivo da Pix Force, Startup
fundada no Rio Grande do Sul. Atualmente, a empresa fornece a
tecnologia às operações de algumas das maiores indústrias em
setores como o de alimentos, siderurgia, óleo e gás, elétrico, entre
outros. Muito desse crescimento, na visão de Daniel Moura, um
Inteligência Artificial de seus fundadores, é resultado do desenvolvimento em conjunto
com seus clientes, principalmente por meio da Inovação Aberta.
“Quem tem a dor é o cliente, preciso dele comigo para fazer com
que as nossas soluções sejam aderentes às suas necessidades.
Somos especialistas em Inteligência Artificial e em como ela pode
ser benéfica nas mais diferentes realidades da indústria, mas são
as pessoas que enfrentam as dificuldades diárias, nas quais a IA
pode ser um fator determinante para a solução”, afirma Daniel.
A PIX Force oferece quatro tipos diferentes de soluções em In-
teligência Artificial para as indústrias em que atua: contagem de
inventário, para auxiliar no entendimento da linha de produção ao
identificar a quantidade de produtos em estoque, por meio de câ-
meras fixas ou, até mesmo, pelo celular. Há também a utilização
de drones, para controle de qualidade, permitindo a identificação
de defeitos na linha de produção e facilitando o trabalho de ins-
petores.
A segurança na Indústria também é aprimorada pela PIX Force
por meio da aplicação da Inteligência Artificial. Dispositivos moni-
toram, por meio de câmeras, a existência de situações inseguras,
como cargas suspensas sobre pessoas, ambientes com risco de
explosão, aumento térmico repentino, entre outras funcionalida-
des. Por fim, a Startup também fornece uma tecnologia que trans-
forma imagens de documentos em textos, identificando todas as
informações e extraindo os dados relevantes como documentos,
certificados, entre outros.
Para Daniel, o papel das Startups na indústria tem se tornado
cada vez mais essencial, diante de um cenário de velocidade nas
mudanças e necessidade de adaptação. “Se a indústria deseja
ser competitiva, ela precisa ser ágil no lançamento de produtos,
e adotar novas formas de atuação. As Startups trabalham com
metodologias que trazem a possibilidade de acelerar aquilo que é
necessário fazer e que, uma hora ou outra, vai acontecer no mer-
cado. A Inteligência Artificial é um ótimo exemplo”, acrescenta.
E os planos para o futuro da PIX Force envolvem continuar uti-
lizando essa velocidade para expandir cada vez mais os seus
negócios. “Quando fundamos a empresa, tivemos um timing per-
feito ao trazer a tecnologia de IA em um momento de necessi-
dade da indústria, o que acelerou o nosso crescimento de forma
expressiva. Agora, nosso próximo passo é internacionalizar, levar
nossas soluções para além do Brasil e impactar o mundo. O Brasil
é um celeiro de talentos e queremos deixar a nossa marca nessa
corrida chamada globalização”, completa Daniel.
24
Report Indústria 5.0
Expoente em análise preditiva
para prever falhas em
equipamentos industriais
Site: tractian.com
Sede: São Paulo – SP
“As pessoas que são sérias em relação ao software devem fazer
Ano de fundação: 2019
seu próprio hardware”. Essa frase de Steve Jobs, dita no contexto
Tecnologias: IoT Inteligência Artificial
da gigante Apple, foi mencionada por Leonardo Vieira, Co-fun-
dador e CEO México da Tractian, logo no início da entrevista reali-
zada para produção deste texto. Afinal, esse foi um dos principais
ensinamentos que levaram ao momento atual de sua empresa,
hoje posicionada como uma das maiores IndTechs do Brasil.
“Nossa ideia inicial era ter um software que antecipasse falhas
nas máquinas presentes nas plantas industriais de grandes em-
presas. A inspiração veio em uma dor que eu e meu sócio, Igor
Gabriel, vivemos ainda na infância, já que nossas famílias são for-
madas por colaboradores das indústrias que, às vezes, tinham
que se ausentar de momentos importantes para resolver a para-
da inesperada desses equipamentos”, conta Leonardo.
Ao iniciar o desenvolvimento da plataforma, o time da Tractian
esbarrou na dificuldade de coletar de dados por meio de terceiros
ou, até mesmo, de forma manual. “Foi aí que entendemos que era
necessário construir uma empresa de hardware, não somente de
software. Equipamentos nossos conectados às máquinas, que
nos enviassem dados sobre vibração, temperatura, horas traba-
lhadas, que hoje chamamos de Smart Trac”, acrescenta Vieira.
Mas a jornada de desenvolvimento do produto não foi simples, já
que, para desenvolver um hardware próprio, muito dinheiro era
necessário para a compra dos componentes eletrônicos. “IndTe-
chs não têm o mesmo apelo de outras Startups em mercados
como o de Fintechs, mas ao apresentar nossa solução a CEO’s de
grandes indústrias, que viviam a dor de ver uma máquina parar de
forma inesperada, conseguimos nossos primeiros investimentos.
E o jogo virou quando fomos aportados pelo maior fundo early
stage do mundo, o ICombinator, nos tornando a primeira Startup
industrial da América Latina a ser investida por eles”.
Desde então, a Tractian já captou mais de R$ 100 milhões e tem
aprimorado seu produto, além de investir na ampliação do es-
copo da empresa, que hoje se posiciona como um “All in One
Industrial”, nas palavras de Leonardo.
“Qualquer situação que um engenheiro de manutenção na indús-
tria vivencie pode ser solucionado por alguma de nossas solu-
ções, o que traz um ganho expressivo em qualidade de vida para
esses profissionais. Hoje posso afirmar que nossa empresa ajuda
a solucionar problemas em máquinas industriais de forma muito
mais efetiva do que era feito há 10/20 anos. Nossas soluções
são capazes de reduzir o tempo gasto na manutenção, antecipar
falhas e garantir que o dinheiro não seja deixado na mesa dentro
das operações em que estamos presentes. Temos clientes que já
economizaram na faixa de R$ 10 milhões/anuais”, explica.
Com o objetivo de se tornar a “Apple do setor industrial”, a Trac-
tian já possui operações no Brasil e no México, conta com mais
de 200 colaboradores, e tem planos ambiciosos de expansão na-
cional e internacional. “Escutamos os anseios de nossos clientes
e evoluímos com base em suas necessidades. O principal foco da
nossa cultura é a obsessão para entregar a eles a melhor solução
possível. Inclusive, já temos um novo produto para ser lançado ao
mercado, com expectativas de muitas novidades para este ano e
o próximo”, completa Leonardo.
25
Report Indústria 5.0
Site: industriall.ai
Sede: Vitória – ES
Ano de fundação: 2020
Tecnologias: Inteligência Artificial
Inteligência Artificial a serviço
da Inovação Aberta na Indústria
Uma Startup relativamente nova, com 3 anos de fundação, mas
que concentra 15 anos de experiência de seu fundador, Rodrigo
Dal Moro, na Indústria. A IndustriALL tem como principal pilar
tecnológico a Inteligência Artificial, com uma plataforma que
agrega mais de 10 módulos, tanto na rotina quanto na manu-
tenção industrial, com foco na diminuição de perda de produção
e aumento da eficiência.
“Desde a fundação da empresa, temos participado ativamente
de desafios de Inovação Aberta, desde hubs à grandes empre-
sas, que hoje possuem os seus próprios ambientes para apoiar
o crescimento de Startups. A participação em desafios de Open
Innovation nos ajudou a desenvolver nosso produto até o es-
tado em que ele está hoje, nos apoiando para atingir o nível de
maturidade atual da empresa”, explica Rodrigo Dal Moro.
Muito dessa evolução também está aportada nos principais va-
lores da empresa, que são: Go Beyond (Ir Além), Be Innovative
(Ser Inovador), Working Together (Trabalhar Juntos) e EnjoyAll
(Aproveitar Tudo). A partir dessas premissas, todos os colabora-
dores entendem que as pessoas nunca estão sozinhas e devem
apreciar a jornada de crescimento, impulsionando a vivência e a
interação entre as elas.
Cada vez mais, o objetivo da equipe da IndustriALL é consolidar
a sua presença como um dos principais players de Inteligência
Artificial na Indústria e, na visão de Rodrigo, o movimento da
Indústria 5.0 terá um papel fundamental nesse sentido. “Nossa
visão como empresa é utilizar a IA para resolver problemas re-
ais, e essa evolução coloca as pessoas no centro, apostando em
tecnologias que tragam benefícios a elas. Nesse sentido, a Inte-
ligência Artificial desempenha um papel muito nobre, pois ajuda
a otimizar tarefas que antes eram muito manuais, as permitindo
exercer um papel mais estratégico e central nas operações. É
uma jornada que busca extrair o melhor do ser humano”.
Entre os produtos que hoje são ofertados pela empresa por
meio da Plataforma iALL, como é chamada a solução, está uma
tecnologia que auxilia na otimização da programação semanal
de manutenção, o iOptimum. "A partir dos mesmos recursos e
critérios que a empresa já possui, a ferramenta consegue emitir
o melhor cronograma de execução de ordens de manutenção
possível. Dessa forma, otimiza o processo de programação e
proporciona um expressivo ganho de produtividade, o que pode
gerar uma redução de até 15% nos custos anuais de manuten-
ção", relata Rodrigo.
Como já mencionado anteriormente, a Inovação Aberta teve um
papel muito importante na evolução da IndTech, mas, segundo
Rodrigo, esse é um movimento de transformação de todo um
ecossistema, o que ele enxerga de forma muito positiva. “O fato
de uma Startup ser ágil fez com que a indústria também pas-
sasse a adotar processos mais ágeis, com foco na proposta de
valor e não apenas no menor preço. Quando você entra em um
hub de inovação na indústria, que está fisicamente dentro das
plantas, parece que está em outro lugar. Estamos desenvolven-
do algo que traz ganhos em escalas para todos os envolvidos
no processo”, finaliza.
26
Report Indústria 5.0
De olho na sustentabilidade e nos
dados do agronegócio brasileiro
O Brasil é uma potência mundial em fornecimento de alimentos, o
Site: scicrop.com que torna o setor de agronegócio um dos grandes expoentes da
Sede: São Paulo – SP economia nacional. São milhões de hectares em ritmo acelerado
Ano de fundação: 2015 de produção e muitos dados a serem analisados. E é aí que entra
Tecnologias: Big Data Inteligência Artificial o trabalho da SciCrop, Startup que fornece tecnologia para cole-
ta, mensuração e transformação de dados em resultados efetivos
para o segmento.
“A inovação está intimamente ligada à análise de dados, e as em-
presas na indústria do agro entenderam que a nova fronteira de
sucesso depende disso. Entretanto, este é um meio que envolve
muitas variáveis, com operações que acontecem em áreas de di-
fícil acesso, expostas ao clima, entre outras questões. Esse cená-
rio faz com que não existam soluções de prateleira de analytics
para o agronegócio e, é aí que a SciCrop se destaca, fornecendo
uma plataforma de analytics por serviço, com Inteligência Artifi-
cial, chamada de Scicrop Agro API”, conta José Damico, um dos
fundadores da Startup, fundada em 2015.
Por meio do uso da plataforma de análise de dados da SciCrop,
gigantes do setor conseguiram ter resultados como aumento na
produtividade, na receita, otimizações no uso de pivôs, previsão
de inadimplência, redução na emissão de gases do efeito estufa,
no consumo de energia e no uso de defensivos, além do aumento
da acurácia em estradas rurais. São infinidades de módulos de
Inteligência Artificial e integração de dados hoje presentes na so-
lução da empresa, que se integram com sistemas de ERP, CRM,
máquinas, entre outros, para a coleta de informações.
“Não somos uma empresa de agro, somos uma empresa de tec-
nologia 100% focada nessa indústria e, atualmente, estamos pre-
sente em quase todos os Estados do Brasil. Cada cliente nosso
tem um tipo de produção diferente, o que faz com que a constru-
ção do nosso produto seja contínua, de pessoas para pessoas. E
são as pessoas que irão consumir o resultado de toda essa cadeia,
por isso acreditamos em nosso papel de ajudar a pensar, cada
vez mais, em questões comuns aos seres humanos, com principal
foco em sustentabilidade na produção rural”, acrescenta José.
Para o fundador da Scricrop, olhar para dados de forma tão efe-
tiva é uma das principais conquistas que a Transformação Digital
trouxe ao setor industrial brasileiro e, cada vez mais, essa análise
será necessária para compreender melhor os processos e seus
impactos.
“Inovação, Indústria 4.0 e 5.0, tudo está ligado à tecnologia de
análise de dados. Durante muito tempo, o objetivo era produzir
mais, sem muita responsabilidade em entender os efeitos e para
que estávamos fazendo aquilo. Agora, é cada vez mais importan-
te olhar para a sustentabilidade, tanto ambiental quanto de pro-
cessos. Precisamos nos questionar como podemos fazer melhor e
entender que resolver esses problemas não é mais tão simplista.
Colocar o foco nas pessoas muda completamente a visão de como
enxergamos o problema e de como vamos construir, prototipar e
testar as soluções”, completa.
Para o futuro, a Scicrop quer seguir evoluindo de forma con-
tínua a construção do Agroapi, por meio da participação em
desafios de Inovação Aberta. “A cada cliente que entra, en-
tendemos uma nova necessidade e nossa plataforma se torna
mais eficiente", conclui José.
27
Report Indústria 5.0
Proteção à vida em ambientes
de alto risco por meio da
tecnologia RTLS
Fornecer tecnologia com foco em segurança para pessoas em am-
Site: idk.digital/pt_br
biente de alto risco é o objetivo da IDK Digital, Startup focada no
Sede: Rio de Janeiro – RJ
desenvolvimento de dispositivos vestíveis que monitoram o bem-
Ano de fundação: 2018
-estar de funcionários. “Nossa missão é trazer mais segurança às
Tecnologias: RTLS
pessoas que trabalham em grandes indústrias. Claro que nosso
produto também traz ganhos na operação e em sua eficiência,
porém o nosso propósito principal é proteger os colaboradores”,
conta Pedro Cláudio, sócio da Startup.
A empresa se destacada por ter sido uma das primeiras a trazer
ao Brasil a tecnologia de RTLS, capaz de localizar pessoas que
estão em ambientes fechados, em tempo real. Por meio de visão
computacional, utilizando um dispositivo instalado no capacete,
o sistema consegue identificar e notificar, de forma instantânea,
as equipes de resgate em caso de acidentes, que podem aconte-
cer a qualquer momento em operações de alto risco. Tanto que,
para testar a viabilidade da tecnologia, a primeira operação da IDK
aconteceu no ramo de óleo e gás.
“O movimento da Indústria 4.0 trouxe a transformação por meio
da tecnologia a esse setor, com a adoção de dispositivos que co-
meçaram a executar trabalhos repetitivos antes realizados pela
manufatura, o que ocasionou muita resistência. No entanto, a vi-
são humana jamais será substituída pela máquina, o que permite
ao funcionário se enxergar em consonância com a tecnologia e
entender como ela pode impulsionar o seu trabalho e o seu valor
na indústria. Vemos com muitos bons olhos que o setor agora co-
meça a olhar para essa relação como sendo uma nova revolução,
que é a Indústria 5.0”, acrescenta Pedro.
De acordo com Pedro, no caso da IDK, a resistência à tecnologia
ainda ocorre em ambientes industriais, até no caso de sua solu-
ção, voltada às pessoas, uma vez que ela mapeia em tempo real
a presença desses profissionais no local de trabalho. “Fazemos
questão de conversar com as pessoas, dos mais diversos cargos,
sobre como nossa tecnologia funciona de fato e como ela ajuda a
cuidar das suas vidas. Se o(a) profissional não está na área opera-
cional, a tecnologia nem realiza a captação, o que foi resultado de
muito estudo para termos essa abordagem. O que importa para
nós é o bem-estar e a proteção à vida nas áreas em que eles estão
operando”.
Para evoluir a tecnologia, desde a ideia ao ponto de maturidade
atual, a IDK contou, e ainda conta, com a Inovação Aberta, grande
impulsionar de sua sustentabilidade. “Não é possível desenvol-
ver uma tecnologia como essa sem estar imerso em operações
de alto risco e, ao longo de nossa história, que começou em 2018,
vivenciamos as mais diversas realidades. Em um dos projetos que
conduzimos, a empresa nos desafiou a mapear não só aciden-
tes, mas aqueles momentos em que eles quase aconteceram, os
riscos aos quais os(as) funcionários(as) foram expostos, o que é
um passo além de só evitar. A Inovação Aberta traz ferramentas
e pessoas para desenvolver novos produtos, mas só funciona de
verdade quando aliada com o know how e as necessidades reais
das empresas”, conclui Pedro.
28
Report Indústria 5.0
Do spin-off à resolução de
desafios complexos da Indústria
Uma Startup que nasceu a partir da operação de uma empresa já
tradicional no mercado de automação industrial. Essa é a história
de partida da TCX, spin-off da TCS Industrial, que atua com foco
Site: tcsindustrial.com.br/tcx em pesquisa, inovação e oferta de tecnologias baseadas em visão
Sede: Belo Horizonte – MG computacional e inteligência artificial para solucionar desafios en-
Ano de fundação: 2019 frentados por grandes indústrias brasileiras.
Tecnologias: IoT Visão Computacional/IA
Ao se concentrar em resolver desafios, a empresa encontrou na
Inovação Aberta uma das principais portas de entrada nas gran-
des indústrias onde está presente. “Ter a oportunidade de traba-
lhar com soluções mais específicas, trazendo holofote ao nosso
papel como empresa capaz de atender a encomendas tecnológi-
cas, nos permite trabalhar com ofertas de maior valor agregado,
promovendo um aprendizado contínuo”, destaca Fernando Sousa,
Diretor de Tecnologia da TCS Industrial.
Com um foco total em inovação, a TCX possui soluções já con-
solidadas em sistemas de visão e Inteligência Artificial, que tive-
ram ponto de partida por meio da relação com grandes indústrias.
“Apesar de ser uma spin-off, com CNPJ próprio, a TCX se tornou um
grande insumo para a oferta de novos produtos pela TCS. A partir
dos desafios recebidos pela Startup, trabalhamos para alcançar o
sucesso e, quando há aderência e interesse do mercado, consoli-
damos essas soluções como produtos”, acrescenta Fernando.
Segundo o executivo, já são três casos de projetos de Inovação
Aberta conduzidos pela TCX que foram consolidados como pro-
duto pela TCS. “Um desses produtos, que desenvolvemos em
parceria com a Suzano, por meio da Visão Computacional, faz a
inspeção das cargas que entram na fábrica, identificando a quali-
dade do material coletado em ambiente industrial. Isso resulta em
ganho de produtividade, na redução de emissões e otimização do
uso de materiais no processo de fabricação. Agora, nosso objetivo
é levar essa solução para as próprias máquinas que fazem a ex-
tração da madeira”.
A decisão de construir uma empresa totalmente nova, com abor-
dagem de Startup, como é o caso da TCX, trouxe uma revolução
à realidade da TCS. “Foi uma virada sair do tradicional para o mo-
delo de negócios de uma Startup. Éramos uma empresa de enge-
nharia, mais conservadora, que passou a ser vista pelo mercado
como inovadora. Isso foi possível porque adotamos uma cultura
de “tenta, testa rápido e, se não der certo, pivota”. Para tornar tudo
isso possível, procuramos impulsionar muito o fator humano em
nosso negócio, com uma equipe que caminha na mesma direção,
com os mesmos princípios e valores”, conta Fernando.
Para o futuro, o objetivo da TCX é continuar participando ativa-
mente de projetos de Inovação Aberta, com foco em grandes in-
dústrias de setores como o automotivo e siderúrgico, as ajudando
a solucionar seus desafios. “Queremos seguir no ritmo de expan-
são da TCX, aproveitando o impulso e projeção que conquistamos
para continuar essa avançando. No momento, estamos focados
em estabelecer parcerias e temos ótimas expectativas de nos tor-
nar grandes referências no mercado de inovação”, conclui o Diretor
de Tecnologia.
29
Report Indústria 5.0
Entrevista
com a BASF
Mirella Lisboa
AgroStart Latam Lead
Open Innovation Manager
Parte fundamental da jornada de inovação dentro das indústrias
é solucionar dores reais, tanto internas quanto dos clientes e con-
sumidores finais da organização. Engenheira química de forma-
ção, Mirella Lisboa atualmente atua no ramo da inovação. Ingres-
sou na Basf em 2017 para liderar um projeto de estruturação da
estratégia de Inovação Aberta e, após isso, assumiu a liderança
dos projetos de inovação com clientes da empresa e junto com
a gestão do espaço físico do hub da organização, o Onono. Hoje
lidera o programa de Inovação Aberta no Agro, o AgroStart.
A BASF é uma empresa alemã com mais de 150 anos de atua-
ção no mercado, com uma diversidade de negócios muito gran-
de, operando em toda cadeia do agronegócio e em toda cadeia
química. O Onono é um espaço físico criado para reunir os agen-
tes externos da Inovação Aberta com o time interno da Basf
para cocriar trabalhos em conjunto. Busca solucionar desafios
de inovação dos seus clientes, mas, também, olhando para a
transformação digital da empresa em seus processos internos,
visando alcançar mais eficiência e agilidade.
Mirella Lisboa acredita que o agro é um dos setores que vem
trabalhando as discussões e desenvolvimentos da indústria 5.0.
Ela conta que, internamente, o AgroStart está dentro da direto-
ria de Digital e para empresa esta é uma geradora de negócios.
Até por isso, a mesma possui muita proximidade com o dia a dia
da operação, facilitando os desenvolvimentos feitos com o foco
de trazer produtividade para o campo.
Internamente, a organização trabalha a indústria 5.0 como uma
evolução da fase anterior, mudando apenas a ênfase que é dada
à tecnologia. A fase atual é a união do melhor dos dois mundos,
quando esta ênfase é trazida para a colaboração homem-má-
quina para criar soluções que sejam de fato inovadoras e perso-
nalizadas para se adaptar aos processos da empresa que está
inserida.
“Você só vai identificar como a tecnologia vai gerar valor para
seu negócio se você trouxer o lado humano. Desta forma, é pos-
sível pensar, compreender e conectar com a com a estratégia
do negócio para definir como esta relação trará resultados. Ou
seja, a integração harmoniosa entre humanos e máquinas no
ambiente de trabalho é essencial para os negócios, não adianta
ter o drone se não tiver uma pessoa preparada para usá-lo”, ar-
gumenta Mirella.
Outro exemplo usado pela líder do AgroStart, foi o desenvolvi-
mento de uma IA generativa para sanar dúvidas dos clientes da
BASF: se por trás não houver profissionais responsável por pensar
na inteligência que será inserida na IA buscando entender quais
dúvidas os usuários teriam, ir a campo, validar os dados e prototi-
par, seria uma tecnologia que não resolveria o cerne do problema.
“A BASF está em um nível de maturidade que enxerga o digital
como negócio, por ser uma forma de levar uma solução comple-
ta para o cliente. Ou seja, o foco não é apenas vender produtos,
mas também vender soluções, assim criando relacionamentos
de longo prazo com o produtor, entregando a otimização neces-
sária para que ele possa produzir mais, tendo uma rentabilida-
de maior e conseguindo ampliar sua capacidade de produção a
longo prazo”, acrescenta.
É neste raciocínio que é destacada a importância da Inovação
Aberta, porque em muitos casos é mais interessante trabalhar com
quem já sabe desenvolver a tecnologia do que desenvolver tudo
dentro da empresa, quando não se há expertise, gerando um vo-
lume de investimento alto. O AgroStart, a plataforma de inovação
aberta, trabalha entendendo as demandas do negócio - a inova-
ção conectada com a estratégia - vai ao mercado buscar parceiros
que possuem aderência e que vão auxiliar no desenvolvimento
das soluções. Este processo traz maturidade para o negócio.
“A utilização destas novas tecnologias também auxilia para re-
alizar uma oferta mais personalizada e assertiva para o cliente,
visto que ao extrair e analisar os dados pode-se entender e até
mesmo prever as dores presentes e futuras do consumidor”,
finaliza Mirella.
30
Report Indústria 5.0
Entrevista
com a Veracel
Ari Medeiros
Diretor Industrial
Parte importantíssima da Indústria 5.0 é a sinergia entre pesso-
as e tecnologia, onde o fator humano entra em foco não apenas
como o operador da máquina mas também como a inteligência
por trás da mesma, conseguindo assim desenvolvê-la a ponto
de realizar trabalhos mecânicos enquanto o indivíduo se ocupa
com outras atividades.
Ao longo dos seus 40 anos de experiência no ramo industrial,
Ari Medeiros conta sua vivência na evolução das indústrias, prin-
cipalmente em relação à adoção da inovação e suas ferramen-
tas. Ele atua na Veracel desde 2003, inicialmente como Gerente
de Projetos. Foi responsável pelo startup da fábrica em 2005,
como Gerente de Comissionamento, e hoje atua como Diretor
de Operações Industriais. Formado em Engenharia Química, fez
três MBAs em gestão de carreira e gestão estratégica, além de
especialização em meio ambiente na Suécia, e um curso de Li-
derança Avançada (TBL – Transformation for Business Leader-
ship) no IMD da Suíça, em 2018.
Ari destaca que a Veracel é uma das pioneiras em transformação
digital no setor e já trabalham com inovação, Indústria 4.0, IoT e
realidade aumentada, por exemplo, há mais de 6 anos. De acor-
do com ele, existem mais de mil sensores instalados nas plantas
para realizar medições online e enviar os dados por SAP. Outra
tecnologia de destaque em atividade na organização é a Sala de
Confiabilidade, que já está operando há um ano e meio, onde a
Timenow participa em parceria, e nesta sala é possível ter todo
o controle da planta e visualização em realidade aumentada.
Por isso, Ari Medeiros garante que a empresa já está na fase da
Indústria 5.0, que, em suas palavras, é justamente envolver o
conhecimento e capacitação das pessoas com a transformação
digital. Recentemente, a organização realizou um mapeamen-
to de diagnóstico para entender em qual nível de maturidade
está e qual os seus próximos passos dentro do planejamento
estratégico. Neste estudo, constataram que a mesma está como
referência no setor, logo, inovação e transformação digital são
temas prioritários para a empresa.
Medeiros conta que participou da 1° implantação de um sis-
tema digital no Brasil, em 1988, quando o sistema ainda era
analógico. Para ele, a evolução do 4.0 para o 5.0 é quanto mais
o processo controlar a operação mais o operador fica livre para
realizar outras atividades. “Hoje estamos saindo da automati-
zação para a operação autônoma, onde os sistemas trabalham
sozinhos e o operador só entra em ação quando é detectada
alguma anomalia”, acrescenta.
Contudo o diretor ressalta que as indústrias não estão redu-
zindo mão de obra - ideia que o mesmo é totalmente contrá-
rio - mas sim capacitando seus colaboradores para operarem
neste novo modelo de trabalho. Afinal, o 5.0 é usar toda a tec-
nologia da transformação digital e aumentar a capacitação do
ser humano, redirecionando funções. Em sua concepção, Ari
Medeiros entende que os colaboradores também veem esta
evolução com bons olhos, por ser uma oportunidade de se
qualificar e também crescer.
Além disso, a sustentabilidade, outro fator de extrema importân-
cia na Indústria 5.0, é também um dos pilares da Veracel, que já
em 2004 se preocupava com a sustentabilidade, que era dividi-
da, à época, em três horizontes: econômico, social e ambiental.
Hoje, a empresa não fala mais em sustentabilidade e sim ESG,
que envolve os conceitos sociais, ambientais e governança.
Por isso, há 4 anos cada uma das diretorias da Veracel é res-
ponsável por um pilar do processo de diversidade e inclusão: o
Presidente da empresa é responsável pelo pilar gênero, o Diretor
Florestal é responsável pelo pilar PCD, o Diretor Administrativo
Financeiro é focado no pilar LGBTQIA+, o Diretor de ESG é res-
ponsável pelo pilar de etnias e Ari Medeiros, Diretor Industrial,
cuida do pilar geracional.
Por fim, o diretor aconselha que para haver mudanças no cresci-
mento e fortalecimento das indústrias, é necessário que ele seja
top and down, de cima para baixo, as diretorias e gerências devem
abraçar a causa para também incentivarem seus colaboradores.
31
Report Indústria 5.0
Entrevista com
a BlueScope
Rafael La Porta de Castro
Director Business Development North America
A tecnologia desempenha um papel fundamental no desen-
volvimento das indústrias, tanto na otimização dos processos
internos como na melhora da qualidade de serviços e produtos
entregues. No entanto, é importante salientar que esse cresci-
mento não ocorre de forma linear e uniforme em todas as in-
dústrias, pois diferentes mercados se fortalecem de acordo com
suas próprias velocidades e condições.
Para obter uma compreensão mais aprofundada deste tema,
entrevistamos Rafael La Porta de Castro, Diretor de Desenvolvi-
mento de Negócios na BlueScope, com mais de 17 anos de ex-
periência no setor de siderurgia e, nos últimos 5 anos, atuando
com dedicação exclusiva ao setor de inovação no Vale do Silício,
engajando-se em Inovação Aberta, Venture Capital e parcerias
com startups.
A BlueScope, uma empresa australiana dedicada ao segmento
de aços planos, está passando por um período de transforma-
ção cultural e embarcando em uma jornada de inovação. Ela tem
se concentrado em melhorias de processos, redução de custos,
aumento de produtividade e segurança e recentemente lançou
o seu venture capital, o BlueScopeX, com o fundo de aproxima-
damente 80 milhões de dólares e programas de investimentos
e acelerações.
De acordo com Rafael, o contexto do ecossistema de inovação
no mercado americano e brasileiro apresenta diferentes níveis
de maturidade e abertura. No mercado americano, todos os
stakeholders têm papéis bem definidos, oferecendo uma ampla
área de suporte ao empreendedor, abrangendo aspectos aca-
dêmicos, recursos financeiros e recursos humanos.
“Um dos traços de cultura relevante é a percepção de falhas
como oportunidades de aprendizado, sem resultar em escassez
de capital caso o projeto precise se adaptar (pivotar). No Vale
do Silício, uma lição de destaque é a importância do ambiente
colaborativo, onde o desejo de auxiliar os outros impulsiona a
evolução de todo o ecossistema”, destaca.
No Brasil, a evolução do ecossistema segue um caminho se-
melhante ao dos Estados Unidos, mas ainda apresenta menor
maturidade e oportunidades. Quanto à adaptação às novas tec-
nologias, as indústrias mais maduras estão em estágios avan-
çados de desenvolvimento da jornada de inovação.
A maioria dos "big players" já estão avançando em suas ini-
ciativas e colhendo resultados. Parte das médias e pequenas
empresas do segmento industrial, ainda não tiveram tempo de
monetizar os benefícios que essa jornada pode proporcionar, já
que essas organizações estão começando a se estruturar para a
transformação digital. Rafael La Porta enfatiza que o foco prin-
cipal das empresas é solucionar problemas enraizados em seus
processos chave de negócios.
De acordo com a vivência de Rafael, as startups normalmente
oferecem soluções que precisam ser customizadas, muitas ve-
zes desenvolvendo APIs personalizadas ou integrando tecnolo-
gias específicas para atender às necessidades do cliente.
“Os casos de maior sucesso estão associados a elementos bá-
sicos, mas cruciais, como o suporte eficiente da área de TI, que
deve ter capacidade para desenvolver rapidamente as conexões
necessárias e acesso a dados de qualidade, e a necessidade de
um gerente de projeto na área de negócios para conectar às
equipes internas. Além disso, é fundamental possuir um progra-
ma de treinamento adequado para garantir que os receptores
da tecnologia estejam capacitados para utilizá-la, e estar dis-
posto a investir constantemente em pilotos durante as fases de
projeto para validar teses”, conta o executivo.
Outros fatores fundamentais destacados por Rafael La Porta
incluem o acesso a um repositório de informações, permitindo
que as startups extraiam dados necessários, clareza no enten-
dimento dos KPIs e a definição precisa do escopo do projeto.
“É essencial que as empresas estejam cientes de seus objetivos
ao tomar decisões. Se desejam realizar transformações apenas
em seu core business, a inovação aberta pode ser suficiente.
Porém, se a meta é atrair soluções complementares para abrir
novos negócios, é importante considerar outras ferramentas,
como aceleração e venture capital, a fim de obter benefícios em
setores adjacentes e tangentes, finaliza Rafael.
32
Report Indústria 5.0

Introdução
A pesquisa
Entrevistas
Conclusão

33
Report Indústria 5.0
O termo ainda
divide opiniões
O termo “Indústria 5.0” tem sido objeto de discussões e debates,
dividindo opiniões dentro do cenário industrial. Enquanto alguns
veem essa nova abordagem como um avanço promissor, outros
expressam dúvidas e ressalvas em relação à sua aplicabilidade
e impactos. Essa divisão de opiniões reflete a complexidade e
os desafios inerentes a qualquer transformação industrial de
grande escala.
Existem argumentos que trazem o termo Indústria 5.0 como pre-
maturo ou exagerado, considerando que a Indústria 4.0 ainda
está sendo implementada e explorada em muitas organizações
ao redor do mundo. Há questionamentos sobre a necessidade
de um novo termo e se as mudanças propostas são realmente
distintas o suficiente para justificar uma nova era industrial.
Apesar dessas divisões e opiniões divergentes, é inegável que a
tecnologia continuará a desempenhar um papel fundamental na
indústria. A adoção de tecnologias avançadas, como a IoT, a IA e
a robótica, está transformando os processos produtivos e crian-
do oportunidades para maior eficiência e inovação. A discussão
em torno da Indústria 5.0 serve como um reflexo da importância
de avaliar cuidadosamente os desafios, oportunidades e impac-
tos que acompanham qualquer avanço tecnológico na indústria.
A indústria 4.0 não está totalmente explorada
Para Elias Aoad Neto, atualmente Agente de Inovação no Insti-
tuto SENAI de Tecnologia (IST) em Metalmecânica, ainda exis-
tem barreiras na disseminação da Indústria 4.0, especialmente
pela falta de conhecimento e a incerteza em relação ao retorno
de investimentos, destacando que os resultados da implemen-
tação podem levar tempo para serem identificados, além da im-
portância do engajamento de todos os envolvidos.
Menciona o receio das pessoas em serem substituídos por tec-
nologia, tanto em níveis operacionais quanto em gestão, além da
necessidade de mostrar que a tecnologia pode ser uma oportu-
nidade para tomadas de decisão mais eficientes, sem necessa-
riamente substituir os seres humanos. Segundo Elias, a falta de
engajamento ocorre devido ao medo de não serem mais neces-
sários, mas vê a tecnologia como uma oportunidade de acelerar
processos e desenvolver novas capacidades.
Aoad Neto expressa sua opinião de que a Indústria 5.0 não repre-
senta uma revolução significativa em relação à Indústria 4.0, argu-
mentando que muitos dos conceitos e tecnologias discutidos na
Indústria 5.0 já fazem parte da Indústria 4.0, e está ainda possui
um grande potencial a ser explorado onde as melhorias nos pro-
cessos e na condição das pessoas podem ser alcançadas por meio
de uma implementação adequada das tecnologias existentes.
Por fim, destaca a capacidade insubstituível da tecnologia para li-
dar com a tomada de decisões complexas e o processamento de
grande quantidade de dados. Acredita que a tecnologia oferece
atalhos para processos industriais, enquanto os seres humanos
são essenciais nas questões operacionais e de execução.
Conceitos semelhantes
Ricardo Moura, da empresa FPF Tech, tem experiência na in-
dústria desde 1993 e trabalha com pesquisa e desenvolvimen-
to. Esteve envolvido em vários projetos de automação industrial
usando tecnologias da Indústria 4.0, incluindo a criação de um
gêmeo digital em máquina de embalagem, apresentando como
principal desafio a capacitação das pessoas para lidar com as
novas tecnologias.
Também discute as diferenças entre Indústria 4.0 e Indústria
5.0, destacando que a Indústria 5.0 enfatiza a reinserção das
pessoas e a preocupação com o meio ambiente. Como grandes
desafios, pontua a importância da capacitação das pessoas,
mencionando os benefícios da combinação de habilidades hu-
manas e tecnologias avançadas.
Além disso, Moura elenca barreiras culturais para essa transição,
relacionados à mudança de mentalidade e à inserção da indústria
no ecossistema local. Para ele, o Brasil ainda não está preparado
para uma disseminação massiva da Indústria 4.0, pois muitas in-
dústrias ainda nem sequer atingiram uma maturidade 3.0.
Conclui relatando que não há diferenças significativas em ter-
mos de tecnologias entre a Indústria 4.0 e a Indústria 5.0, mas
as soluções precisam ser adaptadas às necessidades específi-
cas de cada empresa.
Desafios maiores além do 5.0
Fábio Andreosi, Head de inovação e Indústria 4.0 na PTC Group,
enfatiza a importância da análise de maturidade e estratégia
clara para a implementação de tecnologias.
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Report Indústria 5.0

A implementação da Indústria 4.0 teve impactos significa-

tivos nas pessoas, incluindo uma visão mais atrativa das Um futuro promissor
fábricas, a necessidade de requalificação e aprendizado au-
A contínua metamorfose das estruturas industriais, que
toguiado, remanejamento de funcionários devido à redução
transpassam da Indústria 4.0 à 5.0, sinaliza a cristalização de
de atividades e desafios contínuos de reskilling e upskilling.
um novo panorama. Nesta arquitetura emergente, compo-
A resistência aos projetos foi observada principalmente en-
nentes cruciais como inovação, cooperação e versatilidade
tre gestores não envolvidos inicialmente e trabalhadores de
emergem como os pilares para o êxito empresarial. O enfren-
chão de fábrica preocupados com a perda de emprego.
tamento destas mudanças não só capacita as organizações
a lidar com desafios de maneira eficiente, mas também as
Andreosi relata que os desafios da implantação da Indústria
habilita a tirar vantagem das oportunidades emergentes.
5.0 incluem evitar a adoção errônea de tecnologias, adaptar
o conceito à realidade de cada empresa e enfrentar a baixa
Esta jornada progressiva e inexorável rumo ao futuro não
maturidade da Indústria 4.0. É importante trabalhar na iden-
apenas consolida um alicerce robusto para uma indústria
tificação do que é relevante, trazer clareza e operacionalizar
mais eficaz e sustentável, mas também prenuncia uma era
a Indústria 5.0 em um mundo complexo e não linear.
em que a interação e a simbiose entre seres humanos e
máquinas tornam-se a norma. Na verdade, esta interseção
No que diz respeito às tecnologias essenciais para a imple-
de humanidade e tecnologia, ancorada pela Indústria 5.0,
mentação da Indústria 4.0, são destacadas a conectividade,
redefine a maneira como concebemos e conduzimos os ne-
linguagem única, plataformas de tomada de decisão, senso-
gócios, abrindo portas para novos níveis de eficiência, sus-
res avançados, simulação de processos, processamento de
tentabilidade e prosperidade compartilhada. Estamos dian-
larga escala, conectividade de baixa latência, aprendizado de
te de uma era de mudanças sem precedentes, em que os
máquina e capacidade de adaptação. A interoperabilidade
limites entre o trabalho humano e o tecnológico estão cada
de sistemas é apontada como um desafio, com a necessida-
vez mais interligados, promovendo um cenário empresarial
de de lidar com a diversidade de sistemas e linguagens.
mais inteligente e um futuro industrial mais promissor.

Para Andreosi, a gestão da mudança é considerada fun-

damental na implementação da Indústria 4.0, envolvendo
o acompanhamento próximo para lidar com resistências e
impactos nas pessoas. Já a capacitação dos funcionários
enfrenta desafios como baixo grau de literacia digital, cur-
va de aprendizado tecnológica e lacunas entre a academia
e a indústria.

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Report Indústria 5.0

A Timenow é líder no desenvolvimento de soluções de gestão
de projetos e consultoria. Sua expertise vai do planejamento
à implementação de megaprojetos, gestão de paradas indus-
triais, gestão de portfólio de projetos, projetos de engenharia,
consultoria e transformação digital de indústrias e de grandes
empresas. A empresa é a soma de diferentes sotaques e cul-
turas dos milhares de colaboradores que estão espalhados por
todo país, com um time que atua diariamente com Comprome-
timento, Originalidade e Integridade.
Mais informações em timenow.com.br
A AEVO é uma empresa brasileira de tecnologia para a ges-
tão da inovação e estratégia, que ajuda a quebrar as barreiras
que impedem os colaboradores de inovarem diariamente nas
empresas. Com uma solução completa, oferta aos seus clientes
produtos e serviços que visam suportar o desenvolvimento das
suas iniciativas de inovação e execução da estratégia. Em 2022,
a empresa foi selecionada para o programa Scale-Up Endeavor
e escolhida como uma das Startups mais promissoras do Brasil,
no ranking 100 Startups to Watch.
Mais informações em aevo.me
O SENAI São Paulo conta com o UpLab, sua frente de Empreen-
dedorismo Industrial, dedicada a impulsionar e disseminar a cul-
tura da inovação aberta, atuando como uma ponte facilitadora,
que conecta startups e indústrias, para gerar negócios de alto
impacto socioeconômico. Por meio de trilhas estruturadas para
o desenvolvimento mercadológico e tecnológico das startups,
além de suporte especializado e recursos de ponta, o UpLab
fortalece a competitividade industrial e desempenha um papel
fundamental no desenvolvimento de projetos e soluções, con-
tribuindo para a transformação do setor industrial.

Pessoas envolvidas no projeto

Alexandre Pagung Guilherme Rodrigues de Carvalho Castellini Caio Henrique Silva de Oliveira Brunela Brunetti
Diretor de Marketing e Vendas na AEVO Supervisor de Empreendedorismo Industrial no SENAI-SP Especialista em Tecnologia no SENAI-SP Analista de Inovação e Cultura na Timenow
Fernando Correia Lívia Luize Marengo Bruno Henrique H. Marques de Oliveira Geovanna Ferreira
Coordenador de Comunicação na AEVO Agente de Inovação no SENAI-SP Agente de Inovação no SENAI-SP Estagiária de Inovação na Timenow
Iasmin Torres Filipi Martins da Silva Santos Guilherme Cavallini Duarte Sophia Rossetto
Estagiária de Marketing na AEVO Especialista em Tecnologia no SENAI-SP Designer no SENAI-SP Designer

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Report Indústria 5.0

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