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Sumário
INTELIGÊNCIA COMPETITIVA, INOVAÇÃO E PERFORMANCE:
PROPOSTA DE MODELO TEÓRICO ................................................................ 4
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 4
METODOLOGIA .................................................................................... 11
UNIDADE II ............................................................................................ 18
Metodologia ........................................................................................... 32
Amostragem ....................................................................................... 33
Análise ............................................................................................... 34
Resultados ............................................................................................. 34
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Metodologia Empregada nos Trabalhos............................................. 34
Contribuições à Teoria ....................................................................... 39
Considerações Finais ............................................................................ 41
Introdução .............................................................................................. 43
UNIDADE IV .......................................................................................... 55
Introdução .............................................................................................. 55
A inteligência ......................................................................................... 56
O sucesso .............................................................................................. 65
Metodologia ........................................................................................... 67
Resultados ............................................................................................. 69
Conclusão .............................................................................................. 75
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 78
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NOSSA HISTÓRIA
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INTELIGÊNCIA COMPETITIVA, INOVAÇÃO E
PERFORMANCE: PROPOSTA DE MODELO TEÓRICO
INTRODUÇÃO
De acordo com Zangoueinezhad e Moshabaki (2009), nas últimas duas
décadas, a utilização de novos sistemas de informações torna as ações sobre
pressões externas ou de mercado mais dinâmicas e isso inclui a presença
constante de novos competidores em todo o mundo. Segundo Miller (2002), as
informações devem ser sistemáticas de modo a questionar e desafiar a
estratégia da organização, na perspectiva de fornecer informações rápidas e
seguras, reduzindo incertezas e riscos nas tomadas de decisões. Assim, as
organizações devem aplicar a inteligência competitiva (IC) como uma ferramenta
estratégia capaz de levar adiante as decisões (Nasri, 2011; Strauss & Du Toit,
2010; Weiss & Naylor, 2010; Wright & Calof, 2006), de modo antecipado, para
se adaptar ou estabelecer novas estratégias (Du Toit, 2013; Fleisher &
Bensoussan, 2007), visando garantir melhor performance e permanência no
mercado assediado pela concorrência (Khezerloo, 2012; Lagat & Frankwick;
Sulo, 2015).
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significativamente acima da média apresentada pela Organização de
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, 2015). E segundo um
levantamento do Fórum Econômico Mundial, a Suíça é o país com o maior nível
de competitividade do mundo (Switzerland, 2012). O Brasil, nesse ranking,
segundo a The Global Innovation Index 2013, ocupa a 64a posição, caindo seis
posições em relação ao ano de 2012, antes ocupando o 58° lugar (Dutta &
Lanvin, 2014).
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que a queda e falta de competitividade está relacionada à burocracia e conflitos
existentes por diversas agências reguladoras de produtos industrializados. De
Toni (2015) salienta que essa queda de produção não esta somente associada
ao avanço das exportações chinesas e também à ausência de políticas de
inovação industrial. Como proposto por Freund et al. (2007), deve-se buscar
formas de analisar setores industriais e sua performance operacional ao longo
de vários anos com foco em examinar variáveis que possam gerar benefícios e
valor como uma forma de proteger a indústria de determinado país, avançando,
assim, em políticas públicas ou setoriais eficazes.
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inovação, visando maior competitividade a um setor e troca de conhecimentos
entre os profissionais e a sociedade.
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Conforme demonstrado nos resultados de estudos relacionando IC e
inovação, pode-se perceber que os esforços em ambas as abordagens são
focados num mesmo sentido, complementando-se, e podem acelerar os
resultados almejados (Fleisher & Benssoussan, 2007). Neste sentido, os autores
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ainda afirmam que há benefícios para ambos os lados, uma vez que a IC auxilia
as organizações na antecipação de mudanças no mercado e na capacidade
inovativa da organização.
INOVAÇÃO E PERFORMANCE
Como resultado de várias pesquisas, o tema inovação vem sendo
associado a variáveis que buscam avaliar ou explicar seus impactos e
possibilidades, tais como: competitividade, P&D, aprendizagem, conhecimento
e produtividade (Fagerberg & Sapprasert, 2011). Ou seja, a gestão da inovação
contribui para a melhoria da performance de uma organização (Carrincazeaux &
GAschet, 2015; Mothe & Thi, 2010; Schubert, 2010). Tanto na literatura
econômica como na literatura de estratégia, o envolvimento de inovação e
performance nas organizações tem sido extensivamente estudada e uma série
de estudos aborda o estabelecimento e justificativa para essa relação (Cappellin
& Wink, 2009; Kemp et al., 2003; Kleinknecht & Mohnen, 2002; Hall, 2011; entre
outros). Pode-se, portanto, dizer que o processo de inovação se esforça para
criar valor econômico para as organizações (Nunes & Lopes, 2015).
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bases de artigos citadas, onde foi verificado através do resumo e selecionado
apenas os artigos que abordaram a relação dos dois construtos pesquisados.
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Conforme demonstrado nos resultados de estudos relacionando inovação
e performance, pode-se notar uma relação consistente entre os construtos,
apontando que organizações com práticas inovadoras apresentam
sistematicamente uma melhor performance (Czarniewski, 2015; Therrien et al.,
2011; entre outros). A partir desta confirmação dos dois binômios: IC e inovação
e inovação e performance buscou-se construir um modelo que agrupasse o
objetivo central da pesquisa.
METODOLOGIA
O foco desta pesquisa foi construir um modelo que confirmasse que a
inteligência competitiva gera inovação que gera performance, sob o olhar
setorial. De acordo com Schiffman e Kanuk (2000), um modelo pode ser definido
como uma representação da realidade designada para mostrar relacionamentos
entre vários elementos de um sistema ou processo sob investigação. Assim,
compreendendo que a ciência da administração é um processo no qual o teste
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de teorias é necessário para o desenvolvimento de modelos válidos e com o
intuito de contribuir para o cenário atual da modelagem em gestão, este projeto
desenvolveu um modelo teórico, elaborado a partir da revisão de literatura
acerca de definições, teorias relativas aos construtos e resultados de estudos
teóricoempíricos e às variáveis associadas a tais construtos.
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elaboração de uma proposta uma consideração explícita de prioridades relativas
aos construtos pesquisados. A escolha dos especialistas foi baseada no método
de amostragem não probabilística intencional, que de acordo com Gil (1988) é
um tipo de amostragem que consiste em selecionar um subgrupo da população
que, com base em informações disponíveis, possa ser considerado
representativo de toda a população. Como critério para escolha dos
especialistas, definiu-se acadêmicos doutores com atuação na área de inovação
e estratégia, pertencentes ao Porgrama de Pósgraduação em Administração da
Universidade Fumec e do College of Business Administration da The University
of Texas in El Paso (UTEP), uma vez que, uma das autoras estudou em ambas
as instutuições as quais teve facilidade de acesso a esses especialistas.
Estes foram contatados por e-mail sendo que cinco dos doze especialistas
selecionados aceitaram o convite. Foi enviado a cada um deles o desenho do
modelo e um survey que continha as variáveis de cada construto. A partir da
análise, somente um especialista fez menção a melhorias e adequações em
relação à operacionalização da coleta das informações contidas nas variáveis
envolvidas que foram incorporadas no modelo final. Desta forma pode-se além
de validar teoricamente a relação entre os construtos do modelo proposto,
ressaltar variáveis de mensuração para cada um deles com foco em viabilizar
estudo setorial e teste empírico em fase subsequente a esta pesquisa.
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Figura 1. Modelo teórico proposto – CIIP - Competitive Intelligence,
Inovation & Performance
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Tabela 3. Variáveis do construto Inteligência Competitiva envolvidas no
modelo proposto
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Assim, com intuito de avançar nas propostas realizadas pelo modelo
teórico, este trabalho instiga a construção de survey para validação empírica das
relações comprovadas teoricamente e propostas no modelo, onde essas
variáveis poderão ser tratadas a partir de questionamentos diretos, por meio de
questionário, tendo como unidade de análise a organização, que muito podem
contribuir na análise de performance setorial e de países.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo principal deste trabalho foi construir um modelo teórico de
análise do envolvimento dos três construtos: inteligência competitiva, inovação
e performance, sendo a hipótese central de que ação de IC gera inovação que
gera performance. Abordou-se a inteligência competitiva como um processo de
obtenção e análise de informações para auxiliar as organizações na sua
capacidade em antecipar alterações de seu ambiente socioeconômico, dirigindo-
se a uma melhor performance nas tomadas de decisões estratégicas. Para
atingir esse objetivo, utilizando-se as bases de dados EBSCO e EMERALD, foi
realizada uma validação bibliográfica do modelo teórico proposto, onde foram
expostos estudos teóricoempíricos da relação dos construtos da pesquisa em
relatos científicos e sobre organizações distintas.
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incrementem a capacidade de inovar das organizações e, consequentemente,
sua capacidade competitiva. Têm-se, portanto, a relevância e o envolvimento da
IC como metodologia capaz de apoiar o desenvolvimento dos processos na
gestão de inovação nas organizações (Corsatto & Hoffmann, 2013; Huber, 2012;
Panizzon & Oliveira, 2013; Yap & Rashid, 2011; Zabala-Iturriagagoitia, 2014;
entre outros). E como forma de mensurar resultados, buscou-se discutir os
resultados da relação de inovação e performance, ponderando acerca da
influência da inovação sobre variáveis que podem avaliar ou explicar impactos e
possibilidades, tais como: competitividade, P&D, aprendizagem, conhecimento
e produtividade. Compreende-se, assim, que a gestão da inovação gera
melhoria de performance de uma organização (Carrincazeaux & Gaschet, 2015;
Fagerberg & Sapprasert, 2011; Nunes & Lopes, 2015; Schubert, 2010; Tidd,
2001; entre outros).
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estratégias de médio e longo prazos, que são significativas para sistema de
inovação de países em desenvolvimento.
UNIDADE II
INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL
Para Drucker (1988), as empresas não terão outra escolha a não ser
lastrear toda sua atividade na informação. Drucker afirma que esta condição é
reflexo de uma série de fatores entre os quais a transferência do centro de
gravidade operacional dentro das empresas, passando rapidamente dos
trabalhadores manuais aos trabalhadores intelectuais O mercado exige,
também, que a empresa, para sobreviver, tenha uma postura empreendedora e
adote uma estratégia de inovação. Podemos perceber o perfil desta organização
e indicar os problemas centrais de seus valores, estrutura e comportamento. Mas
a tarefa de construir ainda está por se realizar. É o grande desafio administrativo
dos próximos anos.
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Terceiro, a concorrência, além de global é muito mais agressiva e
sofisticada. Verbas maiores para pesquisa e desenvolvimento, alianças e
parcerias estratégicas com o objetivo de conquistar parcelas de mercado,
acirrada competição em preço e qualidade, são algumas das características
desta nova realidade e para qual a inteligência empresarial é um instrumento de
acompanhamento destas mudanças, quando não ela própria uma forma de
atuação competitiva. Ela permite que as empresas definam suas estratégias
mercadológicas a partir de um melhor entendimento de seus próprios produtos,
mantendo-se ligadas aos mais novos desenvolvimentos de seu setor.
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a partir de mudanças demográficas e de estilo de vida, mudanças tecnológicas
e crescentes preocupações ambientais. E por fim, arranjos organizacionais
antiquados estão sofrendo nas mãos de organizações especializadas mais ágeis
e empreendedoras.
INTELIGÊNCIA COMPETITIVA
São nítidas as evidências da proliferação da Inteligência de Mercado no
ambiente corporativo, conforme os dados da pesquisa realizada pelo Ibramerc
(2009). Entretanto, mesmo com o avanço do tema no mundo corporativo, a
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Inteligência ainda encontra dificuldades para o desenvolvimento de uma teoria
consistente do ponto de vista acadêmico. Por isso, Saayman et al. (2008)
afirmam que ainda é necessário o desenvolvimento de uma visão holística sobre
o tema. De acordo com Tarapanoff & Gregolin (2001), a IC pode ser considerada
uma nova síntese teórica no tratamento da informação para a tomada de
decisão. Essas informações de caráter tecnológico, sobre o ambiente, clientes,
concorrentes, o mercado e os produtos, são "[...] o processo de estudar qualquer
coisa que possa tornar a organização mais competitiva e posicioná-la melhor no
mercado".
Nesse sentido, Charity & Joseph (2013) identificam que as empresas com
um processo bem-sucedido de Inteligência respondem mais rapidamente e de
modo mais assertivo às mudanças no mercado, incluindo ações estratégicas dos
concorrentes, e por isso tendem a ter maior sucesso no longo prazo. Por outro
lado, Nemutanzhela (2013) apurou que o papel atual da Inteligência na inovação
de produtos e serviços está limitado a informar à gestão estratégica sobre as
necessidades dos clientes, além de prover informações sobre os concorrentes,
ajudando as empresas a se localizarem na escala competitiva. Por isso, o autor
conclui que o poder revolucionário da Inteligência é subestimado, pois muitas
vezes os alertas gerados não se transformam em ações da empresa. Nesse
sentido, o estudo de Samtani & Capatina (2012) mostra que a teoria de
Inteligência Competitiva ainda não está desenvolvida, com práticas bem
definidas que permitam lidar com os insights do negócio.
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Performance Financeira Corporativa e Performance
Social Corporativa:
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variável CFP. Mas novamente, qual a síntese destes resultados? Ou, ainda,
vários estudos investigaram especificamente que variáveis de controle podem
ser empregadas nesta relação, e.g.: gestão de stakeholders (Berman, Wicks,
Kotha, & Jones, 1999), tamanho da empresa (Orlitzky, 2001), indústria (Waddock
& Graves,1997), composição do conselho (Shao, 2010). Mas qual então o
conjunto de variáveis de controle que foram testadas e potencialmente são
apropriadas para esta relação?
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lucros. Todavia, a maximização do lucro requer definição mais específica, se
contábil ou econômico, se de curto ou longo prazo, entre outras características.
Jensen (2001) esclarece que, para os economistas, o objetivo da firma deve
buscar a maximização do valor de mercado de longo prazo, resultante da
capacidade desta de geração de caixa ao longo do tempo. Afinal, maximizando-
se o valor da empresa, maximiza-se a riqueza do acionista.
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como os administradores podem identificar e classificar os stakeholders para
poder gerenciá-los. Neste sentido Mitchell, Agle, e Wood (1997) argumentam
que apenas a caracterização dos stakeholders entre primários e secundários não
é suficiente para tal e estabelecem uma tipologia para revelar a saliência dos
stakeholders, classificando-os por três atributos: poder, legitimidade e urgência
de suas reivindicações. Pela dimensão instrumental, a teoria postula que a firma
terá performance superior se empregados os preceitos normativos (Berman et
al., 1999). Jones (1995), por exemplo, sugere que empresas com
relacionamentos suportados por confiança com seus stakeholders desenvolvem
vantagem competitiva sobre as demais.
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Performance Financeira Corporativa: Conceito e
Mensuração
Embora não esteja em debate na literatura uma definição para CFP, há
uma discordância da melhor forma de mensurá-la (Cochran & Wood, 1984).
Segundo Orlitzky, Schmidt, e Rynes (2003), um levantamento na literatura
demonstra que a CFP vem sendo mensurada basicamente de três formas:
medidas de mercado, contábeis e surveys. Orlitzky, Schmidt, e Rynes (2003)
ainda explicam que a primeira abordagem reflete o grau de satisfação dos
acionistas, a segunda captura uma ideia da eficiência interna da empresa e a
última provê uma estimativa subjetiva de sua performance financeira.
Cabe pontuar que, assim como há uma relação entre a CSP e a teoria dos
stakeholders, há uma associação entre a CFP e a teoria da firma, uma vez que
buscar a maximização da CFP liga-se ao objetivo da firma decorrente desta
segunda teoria. Nos estudos empíricos envolvendo CSP e CFP, os
pesquisadores, com a finalidade de mensurar a CFP, lançam mão de diversos
tipos de variáveis. Exemplos de variáveis empregadas para este fim são: retorno
sobre ativos (ROA) (Berman et al., 1999; Choi & Wang, 2009); retorno sobre o
patrimônio líquido (ROE) (Preston & O’Bannon, 1997; Agle, Mitchell, &
Sonnenfeld, 1999); crescimento de vendas (Mahoney, Lagore, & Scazzero,
2008; Fauzi & Idris, 2009); retorno sobre as vendas (ROS) (Graves & Waddock,
1999; Callan & Thomas, 2009); margem operacional (Ogden & Watson, 1999;
Hammann, Habisch, & Pechlaner, 2009) e Q de Tobin (Choi & Wang, 2009;
Rose, 2007).
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Performance Social Corporativa: Conceito e
Mensuração
O conceito de CSP, de acordo com Ullmann (1985), se refere a como uma
organização responde às demandas sociais, um conceito originalmente proposto
por Strand (1983). Surroca e Tribó (2008) esclarecem que o conceito de CSP
está relacionado à teoria dos stakeholders, pois buscar a maximização da CSP
liga-se ao objetivo de atender os interesses dos stakeholders. Waddock e Graves
(1997) operacionalizam o conceito de CSP explicando que este se constitui em
um constructo multidimensional, cujo comportamento varia em função de suas
entradas (e.g.: investimentos em controle de poluição e outras estratégias
ambientais), processamento (e.g.: tratamento dispensado a minorias ou
natureza de produtos fabricados) e saídas (e.g.: relações com a comunidade ou
programas filantrópicos).
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Convém ainda esclarecer que o conceito de stakeholder proposto por
Freeman (1984), referindo-se a um indivíduo ou grupo, posteriormente, na
literatura de CSP se estendeu para sociedade e meio ambiente (Carroll &
Buchholtz, 2000; Irwin, 2002). Considerar o meio ambiente um stakeholder
implica em uma extensão do conceito original da teoria dos stakeholders.
Turcotte, Bellefeuille, e Hond (2007) explicam que esta extensão é aceita em
função de que as questões do meio ambiente são de interesse de vários
stakeholders, a exemplo de clientes, investidores, organizações não
governamentais e governo, e as empresas, por sua vez, respondem a estas
questões em função da pressão destes stakeholders e daí é possível considerar
o meio ambiente como variável de CSP.
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desvantagem competitiva, uma vez que incorrem em custos que poderiam ser
evitados ou repassados a outros agentes (e.g.: clientes ou governo). Ou seja, de
acordo com esta linha de raciocínio, há poucos benefícios econômicos para um
comportamento social responsável, ao mesmo tempo em que há muitos custos
associados a este comportamento, assim, este tipo de comportamento resulta
em queda da performance financeira da empresa (Friedman, 1970).
Gestão de Stakeholders
A gestão de stakeholders se constitui em um dos princípios da teoria dos
stakeholders, mais especificamente em sua dimensão instrumental. De acordo
com Freeman (1984, p.53), a gestão de stakeholders resume-se na habilidade
da organização em identificar quem são seus stakeholders e respectivos
interesses, objetivos e capacidade de influenciar a organização, entender os
processos que podem ser usados para a organização se relacionar com estes
stakeholders e deduzir quais as decisões que melhor permitam alinhar os
interesses dos stakeholders com os processos da organização. Invariavelmente
as organizações assumem um extenso rol de obrigações com múltiplos
stakeholders cujas demandas não podem ser atendidas em sua totalidade.
Nesse particular, Harrison e John (1996) argumentam que a gestão de
stakeholders pode minimizar os efeitos negativos de conflito de interesses entre
stakeholders. Segundo Berman et al. (1999), a gestão de stakeholders faz parte
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da estratégia da empresa e seus estudos empíricos atestam que a gestão de
stakeholders constitui-se em uma variável que influencia a CFP.
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Estudos de Consolidação de Pesquisas Empíricas
Periodicamente, encontram-se na literatura trabalhos com objetivos
semelhantes ao presente estudo, que buscam consolidar o conhecimento
acumulado por pesquisas empíricas em determinado campo do conhecimento.
No campo dos estudos entre CSP e CFP, destacam-se alguns trabalhos cuja
contribuição é abordada a seguir. Ullmann (1985) avaliou 13 estudos empíricos,
entre estudos de caso e quantitativos, publicados entre 1970 e 1984 e não
encontrou uma tendência nos resultados dos estudos analisados. Segundo
Ullmann (1985), as razões para este resultado foram: falta de fundamentação
teórica, definição inapropriada de termos e deficiências nos dados empíricos.
Dez anos após,Wood e Jones (1995) analisaram 50 estudos empíricos, entre
estudos de caso e quantitativos, publicados entre 1970 e 1994. Segundo Wood
e Jones (1995), muitos estudos empíricos eram carentes de fundamentação
teórica, ocorriam problemas de stakeholder mismatching (descasamento entre o
stakeholder relevante estudado e a respectiva variável de mensuração) e a
relação entre CSP e CFP apresentava-se ambígua.
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variáveis de CSP. O estudo ainda revelou que, entre 15% e 100% das variações
de resultados dos trabalhos empíricos analisados, são explicados por
stakeholder mismatching, erros de amostragem e erros de mensuração.
Margolise Walsh (2003) investigaram as evidências empíricas da relação CSP-
CFP a partir de 127 artigos empíricos publicados entre 1972 e 2002. Destes
artigos, 109 pressupunham CFP como dependente de CSP e 54 deles revelaram
uma relação positiva, 7 relação negativa, 28 relação não significante e 20 não
haver relação.
Metodologia
O conceito de meta-análise pode ter ao menos duas definições. Na
primeira, a exemplo do entendimento de Beurden e Gössling (2008), a meta-
análise pode avaliar diversos estudos, com o emprego de estatística descritiva,
em que cada estudo avaliado se constitui em uma unidade de análise. Em uma
segunda definição, como para Orlitzky, Schmidt, e Rynes (2003), meta-análise
consiste em uma técnica estatística capaz de corrigir para um determinado
número de estudos anteriores, com seus respectivos conjuntos de dados, erros
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de amostragem e mensuração. O presente estudo classifica-se como do primeiro
tipo.
Amostragem
O conjunto união das duas etapas produziu uma amostra de 198 artigos.
A amostra desejada consiste em artigos empíricos que investiguem a relação
CSP e CFP que tenham sido publicados nos últimos 15 anos, mais
especificamente entre 1996 e 2010. Neste sentido, a partir deste conjunto inicial
de artigos, aplicaram-se os seguintes critérios de exclusão para se encontrar a
amostra desejada: estudo de outro assunto que não relação CSP-CFP, uma
definição para mensurar a variável CSP inadequada ao framework teórico, uma
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definição para mensurar a variável CFP inadequada ao framework teórico,
ensaios teóricos, estudos de caso ou multicasos (estudos de casos são mais
apropriados para explorar um campo de estudo que para validar resultados para
grandes populações), artigos anteriores a 1996 e artigos posteriores a 2010. Tal
critério de exclusão permitiu encontrar uma amostra de 58 artigos, que estão
relacionados no Anexo 1.
Análise
Com base na amostra selecionada, os artigos foram examinados com
profundidade para serem extraídos os fatores que influenciaram a relação entre
CSP e CFP. Especificamente, foram considerados fatores que influenciam estas
relações: as variáveis independentes empregadas para compor CSP e CFP, a
relação de causalidade entre CSP e CFP e o inverso, a defasagem temporal na
relação de causalidade e as variáveis intervenientes na relação CSP e CFP. O
exame acima aludido foi sumarizado em uma matriz, cuja síntese encontra-se
na Tabela 4, onde para cada artigo há colunas indicando: Interdependência entre
CSP e CFP, Tipo de Relação (Positiva, Negativa ou Não Relacionada),
Composição de CSP e CFP.
Resultados
A análise dos dados divide-se em duas seções: 1)Metodologia empregada
nos trabalhos – tem o propósito de analisar como está se desenvolvendo a
pesquisa empírica quantitativa neste campo sob a ótica de seus métodos; 2)
Contribuições à teoria - visa revelar como estes estudos empíricos de forma
agregada vêm contribuindo para o desenvolvimento da teoria.
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a variável ROA, de natureza contábil, é a mais utilizada. Este fato deve ser
observado com cautela, na medida em que esta variável representa o
desempenho de curto prazo, mas não reflete o desempenho de longo prazo. As
variáveis de mercado e associadas ao desempenho de longo prazo (CAR –
cumulative abnormal return, RAP – risk adjusted performance) estão sendo
utilizadas, mas de maneira menos expressiva que as de natureza contábil,
conforme se pode constatar na Figura 1.
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2. Observa-se a predominância dos stakeholders: meio ambiente, funcionários,
comunidade, clientes, fornecedores e acionistas. Cabe esclarecer que não há
uma forma padrão de se mensurar o atendimento dos interesses para cada
stakeholder. Esta falta de padronização é uma das importantes limitações das
formas empíricas de mensuração do CSP.
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risco empresa, Pesquisa e Desenvolvimento (P & D), idade, região, ano,
intensidade de competição, intensidade de trabalho, indústria e propaganda.
Todavia, as variáveis mais empregadas foram: indústria e tamanho. O tamanho
da firma foi medido de diferentes formas e foi utilizado em 34% dos artigos da
amostra, setor industrial em 14%, alavancagem financeira em 9% e intensidade
de P & Dem 7%. O tamanho é uma variável relevante porque existem evidências
de que pequenas firmas não exibem explicitamente comportamentos que
expressam o “socialmente responsável”. O setor de igual forma é uma variável
relevante, na medida em que diferentes setores possuem diferentes níveis de
investimento em P & D, consequentemente podendo confundir o resultado, e,
ainda, dependendo de suas características, o setor pode conviver ou não com
problemas de natureza social não solucionados (Waddock & Graves, 1997).
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Tabela 2 Técnicas Estatísticas
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g) Evolução no volume destas publicações
Contribuições à Teoria.
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estas variáveis foi negativa (-). A variação em termos de relação entre CSP e
CFP, em alguns casos foi obtida apenas com a mudança de variáveis
independentes ou de controle no modelo estatístico em teste.
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(Waddock & Graves, 1997), que se voltam à explicação da relação de
dependência entre CSP e CFP. Neste particular, registra-se que a maioria dos
pesquisadores tem se inclinado à opção da teoria da good management como
pressuposto conceitual, em contrapartida à teoria do slack resource, embora,
conforme salienta Gujarati (2006, p.17), a relação de causalidade entre variáveis
seja uma opção conceitual do pesquisador. Outra proposta teórica apoiada pelos
estudos empíricos refere-se à dimensão instrumental da teoria dos stakeholders
(Donaldson & Preston, 1995) que dá suporte ao conceito de gestão de
stakeholders. Diversos estudos empíricos deram respaldo a esta proposta
teórica, a exemplo de Berman et al. (1999) e Van der Laan, Van Ees, e Van
Witteloostuijn (2008).
Considerações Finais
Conforme apontam Atkinsons, Banker, Kaplan, e Young (2000), é uma
função da contabilidade gerencial fornecer informações entre o desempenho
financeiro e outros fatores (não-financeiros). Neste sentido, a contribuição dos
estudos das relações entre a performance financeira e social das empresas é de
interesse da contabilidade na medida em que pode prover subsídios para a
tomada de decisão. Os resultados encontrados demonstraram que, de fato, há
um crescimento na publicação de artigos empírico-quantitativos nos últimos
anos, uma vez que, dos 15 anos analisados (1996 a 2010), 58,7% (34 artigos)
são referentes aos 3 últimos anos (2008 a 2010). Observe-se ainda que o último
estudo encontrado sobre revisão de artigos empíricos nesta temática, o de
Beurden e Gössling (2008), não computou a maior parte destas pesquisas, pois
analisou apenas artigos publicados até 2007, o que reforça a justificativa deste
estudo. A associação entre CSP e CFP mostrou-se predominantemente positiva
e alinhada a trabalhos anteriores da natureza deste, como os de Orlitzky (2001),
Margolis e Walsh (2003), Orlitzky, Schmidt, e Rynes (2003) e Beurden e Gössling
(2008). Esta evidenciação, que se contrapõe a levantamentos mais antigos,
como os de Ullmann (1985) e Wood e Jones (1995), não é suficiente para um
convencimento pleno da comunidade científica acerca desta relação.
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está sendo superada, visto não ter sido mais esta uma deficiência apontada
pelos estudos posteriores de Margolis e Walsh (2003), Orlitzky, Schmidt, e Rynes
(2003) e Beurden e Gössling (2008). O presente estudo corrobora esta assertiva
ao relatar que os avanços teóricos na teoria dos stakeholders observados
principalmente no curto espaço de tempo entre 1995 e 1997, em especial:
perspectivas descritiva, instrumental e normativa (1995), instrumental
stakeholder theory (1995), saliência dos stakeholders (1997), good management
theory (1997), e slack resources theory (1997), deram suporte conceitual à
pesquisa teórico-empírica analisada neste período de 1996 a 2010. Como
sugestão de estudos futuros para a continuidade desta pesquisa, propõe-se o
desenvolvimento de um estudo de meta-análise estatístico, conforme Orlitzky,
Schmidt, e Rynes (2003), para se investigar pontos ainda obscuros neste campo
de pesquisa. Exemplos destes pontos são: as características comuns de estudos
que indicam uma associação negativa entre CSP e CFP, a busca de explicações
para o comportamento de algumas variáveis de comportamento discutível no
constructo de CSP (e.g.: meio ambiente), ou ainda explicações sobre a
interferência da defasagem de tempo na relação de causalidade entre CSP e
CFP.
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UNIDADE III
Introdução
Percebe-se que a instabilidade de mercado gerada por rápidas mudanças
tecnológicas, o acirramento da competição nos mais diversos setores produtivos,
a crescente desregulamentação e a maior abertura dos mercados internacionais
tem sido uma preocupação comum para a maioria dos gestores organizacionais.
D’Aveni (1995) aponta que não são apenas os setores de alta tecnologia e rápido
crescimento ou aqueles atingidos pela desregulamentação que estão se
deparando com um cenário de concorrência mais agressivo, há realmente
poucos segmentos industriais que não tenham sofrido uma grande mudança em
seu ambiente competitivo. Para Kelly (1998, p.161) “como a turbulência e a
instabilidade estão se tornando norma no mundo dos negócios, a estratégia mais
eficaz de sobrevivência é a constante e altamente seletiva busca por rupturas,
as quais denominamos de inovações”. Desta forma, observa-se que os desafios-
chave da administração de empresas, neste momento, estão na busca pelo
aumento de qualidade e de produtividade em um mercado que requisita
características inovadoras de produtos com ciclos de vida cada vez mais curtos,
maior pressão por parte dos concorrentes e também ampliação das
preocupações sociais e com o meio-ambiente (MICHALSKA, 2005). Esta
crescente complexidade gerada em um ambiente mais permeável, integrado,
volátil e competitivo tem tornado a tarefa de administrar empresas ainda mais
difícil. Neste contexto, o administrador vê-se, muitas vezes, sobrecarregado de
dados, mas com pouca informação relevante para um melhor conhecimento
sobre a gestão do negócio, controle da produção, análise de mercado, avaliação
dos recursos e competências organizacionais (HAN; KAMBER, 2001). Esta
sobrecarga de informações, que acontece devido a restrições na capacidade de
processamento por parte de uma pessoa ou organização (SIMON 1997 apud
RODRIGUES, 2001), dificulta o processo de tomada de decisão no nível
estratégico.
43
Todavia, o aumento na quantidade de dados advindos da crescente
complexidade do ambiente de mercado não elimina a necessidade de busca por
informações relevantes para a gestão estratégica. Argumenta-se que a principal
diferença em relação ao processo de elaboração e implementação da estratégia
em um ambiente mais complexo e volátil está no fato de que, para que a
estratégia permaneça válida, é preciso um acompanhamento mais próximo por
parte dos gestores quanto à sua evolução, com o objetivo de efetuar ajustes e
reformulações no posicionamento de mercado ou nos recursos da empresa.
Para Tapscott (1997), a nova empresa tende a funcionar em tempo real, algo
que passa a ser um recurso de base na competição entre elas. Desta forma,
evidencia-se que na maioria dos setores industriais onde impera a nova dinâmica
empresarial, incluindo a indústria de transporte de cargas, o modelo gerencial
tradicional, baseado em fluxos de informações lentos e fragmentados, pode se
tornar uma fonte de desvantagem competitiva. Surge assim o desafio de
operacionalizar um processo dinâmico de gestão estratégica com o apoio de
business intelligence (BI). Neste sentido, o objetivo deste artigo é analisar até
que ponto uma interface de monitoria e análise de performance, baseada em
business intelligence, pode beneficiar a gestão por meio de fatores críticos de
sucesso numa transportadora de cargas.
44
atividades como o provimento de informações para a análise do ambiente
externo e interno, o qual servirá de base para a declaração de missão ou intento
estratégico, assim como para a formulação e posterior implementação da
estratégia visando a obtenção de competitividade e retornos superiores à média
da indústria. Por fim, os resultados e ações estratégicas servirão de insumo de
informação para os devidos ajustes competitivos (Figura 1). A gestão de
performance do negócio, business performance mangement (BPM),
representada pela elipse na Figura 1, contempla com maior ênfase a análise do
ambiente interno e externo, influencia na formulação da estratégia e possibilita
uma melhor implementação e monitoria em termos de competitividade mediante
a constante mensuração balanceada do retorno sobre o investimento, servindo
também como importante apoio as ações estratégicas e insumos informacionais.
45
Gestão de Performance Empresarial baseada em
Business Intelligence
O conceito de gestão de performance empresarial, Bussiness
Performance Management (BPM) não surgiu com a Tecnologia de Informação
(TI). A preocupação em monitorar, analisar e gerenciar o desempenho de uma
organização não é algo recente no mundo empresarial. No entanto, observa-se
que a forma com que a BPM pode ser operacionalizada por meio da TI, traz
novos horizontes para a gestão estratégica das ganizações, por desempenhar
um papel não só de automação de processos existentes, mas de subsidiar a
reconcepção destes processos ou até mesmo do próprio negócio. Os recursos
de TI, em seu conjunto de hardware e software, relacionados à monitoria, análise
e gestão da performance empresarial têm sido nomeados pela literatura de
mercado como inteligência de negócios ou Business Intelligence (ECKERSON,
2006b). Segundo Golfarelli, Rizzi e Cella (2004), BI incorpora, de inúmeras
formas, uma série de tecnologias como consulta estruturada (structured query),
base de dados relacionais, Data Warehouse (DW) e Online Analytical Processing
(OLAP) e em sua vertente tecnológica atua como ferramenta de apoio à
operacionalização de uma ferramenta de BPM. BI funciona como base para a
gestão da performance empresarial, a estrutura de TI subjacente que contempla
as aplicações embutidas na infra-estrutura de armazenagem, integração e
acesso aos dados. As interfaces de performance formam a parte visível,
consistindo nos scorecards e nas telas relativas ao painel de controle
(dashboards), as quais apresentam a performance utilizando indicadores
históricos, de diagnóstico e de tendência (ECKERSON, 2006b). Verifica-se
assim, que os benefícios da BPM, por meio de interfaces para acompanhamento
e análise de performance, não podem ser alcançados em sua plenitude sem o
apoio tecnológico de BI.
46
interagir com as informações teve por base as necessidades de monitoria e
análise percebidas pelos gestores de uma indústria de transportes. Um sistema
de gestão de performance baseado em BI tem como objetivo final o aumento da
lucratividade do negócio mediante a criação e manutenção de vantagem
competitiva (ECKERSON, 2006b).
47
fonte as informações advindas de sistemas transacionais, exigindo grande
esforço de integração dos dados.
Surgiu assim mais um entrave, fazendo com que a maioria dos gestores
mantivesse o foco nos sistemas transacionais, principalmente em termos de
qualidade e integração dos dados, adiando a implementação de ferramentas
para geração de informações analíticas e de inteligência de negócios.
48
Esta redução de custo poderia ser obtida em função do menor preço das
licenças de uso e da facilidade de implementação, ainda que mais restrita, por
meio de planilhas eletrônicas. Desta maneira, mesmo com potencial perda
devido a restrições relativas ao volume de dados e a menor profundidade de
análise, as soluções poderiam ter preços mais acessíveis às pequenas e médias
empresas, categoria na qual se inclui a empresa objeto de estudo. Sabe-se que,
de alguma forma, qualquer solução de BI visa a apresentar informações
numéricas, gráficas ou textuais relativas ao desempenho da empresa
(ECKERSON, 2006b).
49
entre variáveis. Por fim, a informação de gestão serve de apoio à gestão de
pessoas e processos com o objetivo de melhorar as decisões, otimizar a
performance e guiar a organização na direção desejada (ECKERSON, 2006b).
A ocorrência segregada deste nível de informação com esta qualidade não é
usual em PME. Em reforço, supõe-se que a ausência de uma interface de gestão
de performance apoiada por BI causa perda de eficiência no processo gerencial,
fruto da ausência de monitoria do desempenho do negócio e perda de
profundidade e totalidade na análise das informações. Com o intuito de ampliar
a quantidade de dados a serem visualizados pelos gestores, é preciso alterar a
forma, mas também simplificar o conteúdo das interfaces, mediante uma
definição prévia dos FCS e ICP.
Indicadores-Chave de Performance
Os indicadores-chave de performance ou Key Performance Indicators
(KPI) são um conjunto de métricas que visa a quantificação dos FCS embutidos
na estratégia competitiva. Em verdade, medidas de performance vêm sendo
utilizadas há centenas de anos para avaliar o desempenho operacional corrente
versus o desempenho planejado ou projetado (MCNEENEY, 2004). A diferença
50
da proposta atual está na conexão dessas medidas com a estratégia da
organização por meio de um sistema integrado de medição, assim como a
relação de hierarquia e influência existentes entre os ICP (KAPLAN; NORTON,
1997). Para Parmenter (2007), os ICPs representam um conjunto de medidas
com enfoque nos aspectos da gestão de performance que são mais críticos para
o sucesso atual e futuro da organização. Ainda que a área financeira,
tradicionalmente, tenha se utilizado de indicadores de desempenho econômico-
contábeis, os mesmos consistem basicamente de um retrato do desempenho
passado, precisando-se desta forma de indicadores complementares que
prenunciem a performance futura (KAPLAN; NORTON, 1997). Kaplan e Norton
(1997) afirmam que os ICP precisam possuir características previsionais para
que possam gerar comportamento proativo por parte dos gestores nos mais
diversos níveis, ou seja, a empresa precisa não só de medidas de resultados,
mas de vetores de desempenho.
51
das análises contábeis/financeiras. Um dos atrativos do procedimento de BPM
está na busca por neutralizar tal viés, especialmente em relação às ferramentas
gerenciais que sugerem a implantação de indicadores financeiros e não-
financeiros para avaliar de forma balanceada o desempenho das diversas
esferas organizacionais (KAPLAN; NORTON, 1997). Uma vez determinados os
FCS e os respectivos ICPs, fruto do planejamento da estratégia, torna-se mais
fácil entender como a performance de cada tarefa estará conectada ao
desempenho global da organização. Portanto, para a implementação eficaz de
um sistema de BPM baseado em BI, torna-se necessário a definição dos
indicadores que são críticos para o desempenho da organização em um
determinado momento ou contexto, o que pressupõe a disponibilidade atualizada
e facilidade de acesso aos valores correntes destes indicadores.
52
individual) do processo de tomada de decisão no nível estratégico, ambos com
quatro etapas: atenção, codificação, armazenagem/recuperação e ação. A
primeira etapa objetiva a seleção dos dados que serão processados e quais
serão ignorados, algo similar ao que se propõe na abordagem por meio dos FCS
para o negócio. Na etapa subseqüente de codificação, Corner, Kinicki e Keats
(1994) propõem a construção estruturada ou moldura comum de interpretação
dos dados, o que pressupõe a busca pelo significado dos FCS por meio de
categorias. Este processo de codificação tem por objetivo final definir os ICP. O
processo de BPM contemplado nesta pesquisa envolve justamente a monitoria
dos resultados organizacionais apresentado na parte superior da Figura 2. Por
fim, em termos de apoio a tomada de decisão, as interfaces de BPM atuam como
a parte visível da interação entre o agente decisor e o sistema.
53
coletiva das ações mais apropriadas de resposta (latência de decisão) e, por
último, o tempo de resposta que consiste no tempo necessário para agir com
base na decisão tomada e monitorar os resultados pretendidos, o que inclui a
comunicação da decisão tomada como uma ordem ou sugestão, ou a execução
de uma ação de negócio para alcançar uma meta fixada (latência de resposta)
(HACKATHORN, 2002). Conclui-se então que o valor para o negócio é
inversamente proporcional ao tempo (Figura 3).
54
UNIDADE IV
Introdução
55
soerguimento de empresas como a Intel e a Microsoft, para não citar muitas
outras (D´AVENI, 1995; CARROLL, 1994). Num caso brasileiro, o incentivo a
veículos de baixa cilindrada permitiu o grande crescimento da Fiat, além do
estabelecimento de uma importante vantagem competitiva.
A inteligência
A inteligência é uma capacidade tão antiga quanto a humanidade, ela
existe desde o surgimento da civilização, mas, mesmo apesar de todo esse
tempo, não existe um consenso e são muitas as controvérsias quanto a sua
definição (ALMEIDA, 1994; BUTCHER, 1972; EYSENCH e KAMIL, 1981;
SHAKER e GEMBICKI, 1999). Essa diversidade ficou clara quando, em 1921,
foram convidadas as dezessete principais autoridades de psicologia norte-
americanas para escreverem sobre o que eles pensavam que seria a
inteligência. Algumas se tornaram conhecidas, “a capacidade para realizar
pensamento abstrato”, de Terman; “a capacidade de adquirir capacidade”, de
Woodrow; “a capacidade de boas respostas, do ponto de vista da verdade ou do
fato” de Thorndike (BUTCHER, 1972, p. 25). Fatores como a época, a região, a
cultura ou mesmo o estágio de evolução da sociedade contribuíram para estas
56
divergências e modificações da definição da inteligência. No entanto, Gardner
(1995) acredita que elas convergem para um mesmo fim, ou seja, a luta pela
sobrevivência.
57
aprofundou os estudos no sentido de consolidar e adicionar outras inteligências
a esse grupo, a exemplo das inteligências naturalista, existencial e espiritual.
58
Enquanto o foco das preocupações com a inteligência nos indivíduos está na
capacidade e nas habilidades individuais, nos negócios o foco parece estar nas
atividades empresariais, como reflexo das capacidades individuais e
organizacionais aplicadas ao campo dos negócios.
59
Machiavelli (1680) e Clausewitz (2002), envolvem alguns aspectos da essência
conceitual do que hoje se entende como inteligência empresarial. A inteligência
empresarial começou a se popularizar quando, na metade da década de 1980,
várias empresas americanas estavam sendo derrotadas pelas japonesas.
Shaker e Gembicki (1999) acreditam que talvez as empresas americanas
tenham sido arrogantes demais ou não souberam desenvolver a mesma
inteligência e estratégia superiores que levou o governo dos Estados Unidos a
ganhar a Segunda Guerra Mundial contra os japoneses. A necessidade iminente
das empresas americanas, diante do tropeço para as japonesas, somada a
outros fatos tais como o final da Guerra Fria e o conseqüentemente
desaquecimento das agências de inteligência, provocou a transferência de
profissionais e de técnicas de inteligência para a área empresarial, até então
aparentemente só utilizadas nas esferas governamental e militar.
60
Um detalhe importante a considerar é que esses esforços não devem se
limitar à captura do ambiente, mas também à emissão destes na tentativa de
fingir movimentos ou situações que possam atrapalhar ou confundir os
oponentes, levar alguma mensagem para clientes ou outros agentes ambientais.
O objetivo é trazer alguma vantagem ou benefício para a organização. Essa
atividade é conhecida como desinformação e pode ser aplicada em várias áreas
da organização: marketing, finanças, vendas, compras e até em outras
operações tais como fusões e aquisições. Na área de marketing, esse tipo de
sinal pode ser o anúncio de um produto fantasma, ou seja, relacionado a algo
que ainda não se dispõe efetivamente. Essa prática foi muito utilizada na década
de 1970 e ficou conhecida como vaporware (DISHMAN, 1999). Um exemplo
dessa natureza foi protagonizado por Bill Gates, CEO da Microsoft, ele fez o seu
vaporware quando anunciou produtos de software que ainda não existiam, numa
tentativa de prejudicar concorrentes e afetar o comportamento de clientes e
acionistas a seu favor (BLACK, 2001). Stanat (1990) afirma que essa nova forma
de gestão vem suprir deficiências anteriores, como foi o caso do planejamento
estratégico, que geralmente falha, por não ser um processo contínuo e, também,
pela dificuldade em amarrar o plano com os resultados operacionais.
61
Identificar o que não é inteligência empresarial é igualmente importante. A
espionagem, embora amplamente praticada no meio militar e governamental, é
uma prática condenável na concepção empresarial. Atitudes de coleta que não
atendam aos preceitos éticos, morais e legais, assim como bisbilhotar, subornar
e coagir, estão incluídos no rol das práticas condenáveis e são passíveis de
punição por lei, a exemplo da Lei americana The Economic Espionage Act.
Apesar disso, Penenberg e Barry (2000) afirmam que essa é uma prática
regularmente adotada pelo mundo empresarial. Por comparar os contextos de
inteligência empresarial, militar e governamental, Miller (2000) aponta uma outra
diferença: enquanto o foco da inteligência no ambiente governamental/ militar
são as ameaças, no ambiente empresarial o foco maior são as oportunidades.
Sawka (2000) complementa afirmando que enquanto as atividades de
inteligência no ambiente governamental/militar devem ser cobertas de segredo,
no ambiente empresarial devem ser completamente visíveis.
62
A inteligência é relevante, e na opinião de Herring (1999), Prescott e Miller
(2001) todos os membros da empresa devem ser treinados a fim de ficarem
aptos e atentos para desenvolverem as atividades de coleta em qualquer
circunstância. Barclay e Kaye (2000) ressaltam ainda que o conhecimento é um
dos ingredientes a ser adicionado à inteligência a ser gerada. Quanto às
terminologias utilizadas, a inteligência na perspectiva dos negócios envolve a
inteligência competitiva (PRESCOTT e MILLER, 2001; BREEDING, 2000;
VEZMAR, 1996; FLYNN, 1994; COMBS e MOORHEAD, 1992; McGONAGLE e
VELLA, 1990; BEHNKE e SLAYTON, 1998), inteligência do concorrente
(BREEDING, 2000; TYSON, 1988), inteligência estratégica (JOHANNESSON,
1994; McGONAGLE e VELLA, 1999; STANAT, 1990), inteligência técnica
(BREEDING, 2000; BUDD, 2000; TESSUN, 1997; McGONAGLE e VELLA,
1990), inteligência concorrente (PORTER, 1986; FULD, 1985), inteligência
industrial e inteligência de mercado (BREEDING, 2000; McGONAGLE e VELLA,
1999), inteligência dos parceiros (BREEDING, 2000) e inteligência corporativa
(PEPPER, 1999; GILAD e GILAD, 1988).
63
profissionais de inteligência e os executivos. Os teóricos, assim como os
profissionais de inteligência estão mais preocupados com o processo ou com os
aspectos técnicos, enquanto os executivos estão mais interessados nos
resultados das atividades de inteligência (PRESCOTT e MILLER, 2001;
HERRING, 1999). Esse ponto parece crucial para o sucesso das atividades de
inteligência na organização. O relacionamento entre o profissional de inteligência
e o executivo (usuário) guarda algumas semelhanças com o outrora,
relacionamento entre o profissional de O&M/ analista de sistemas e o executivo,
evidenciado durante a época do surgimento e o posterior desenvolvimento da
informática. O principal motivo dos vários problemas existentes entre o
profissional de O&M/analista de sistemas e o executivo talvez tenha sido
exatamente a distância e o pouco entrosamento entre esses dois grupos de
profissionais. Quanto a isso, Breeding (2000), Marceau e Swaka (1999) parecem
preocupados em tentar corrigir essa falha, sugerindo que os profissionais de
inteligência empresarial devem estar em estreita sintonia com os executivos.
64
O sucesso
O sucesso é o mínimo que qualquer organização pode almejar. Afinal,
sucesso no mercado e nos seus indicadores de desempenho justifica os seus
esforços de atuação. Isso tem motivado uma eterna busca por fórmulas de
sucesso nos negócios. Infelizmente essa busca continua sendo um desafio para
a ciência da administração.
65
apenas como o início de uma nova partida, nada mais que isso (CLAUSEWITZ,
2002).
66
se o nível de agressividade da empresa em termos estratégicos for inferior ao
nível de turbulência ambiental. Dessa forma, baseada nessas e em várias outras
evidências, foi formulada a primeira hipótese: a inteligência empresarial está
positivamente relacionada com o sucesso nos negócios (H01). A segunda
hipótese: a influência da inteligência empresarial para o sucesso nos negócios é
atribuída de forma equilibrada entre a inteligência do consumidor, a inteligência
de mercado, a inteligência ambiental e a inteligência organizacional (H02).
Metodologia
O método de pesquisa escolhido para o estudo foi o
exploratório/descritivo, por envolver relativa escassez de conhecimento na área
assim como a necessidade de estudar o relacionamento e descrever o fenômeno
(MALHOTRA, 2001; SELLTIZ e COOK, 1976). A abordagem envolveu os
aspectos quantitativos e qualitativos, por permitir mais criatividade ao
pesquisador e a descoberta de aspectos inovadores no estudo das organizações
(MILES e HUBERMAN, 1994; MARSHALL e ROSSMAN, 1995; JICK, 1979). A
forma para coleta de dados foi a entrevista em profundidade por permitir maior
riqueza na coleta (MALHOTRA, 2001). O modelo de Cavalcanti (2002) e Oliveira
e Cavalcanti (2002) foi utilizado para mensurar o nível das atividades o qual é
composto pelas seguintes variáveis:
67
produção, pesquisa e desenvolvimento, finanças, recursos humanos,
administração geral;
Assim, a hipótese H01 pôde ser analisada por outros sete ângulos
diferentes, sempre envolvendo a formulação básica, ou seja, as variáveis:
inteligência e sucesso. O propósito foi reforçar os resultados encontrados. As
hipóteses secundárias derivadas foram: A inteligência empresarial das empresas
brasileiras está positivamente relacionada com o sucesso nos negócios (Heb) e
assim sucessivamente para: as empresas estrangeiras (Hee); a inteligência
68
ambiental (Hia); a inteligência de mercado (Him); a inteligência do consumidor
(Hic); a inteligência organizacional (Hio); e a inteligência externa (Hix).
Resultados
Os resultados encontrados para a hipótese H01 foram: r = 0,695, rho =
0,692, tau-b = 0,517 e uma significância de p < 0,0005. A análise destes
resultados sugere que há evidência estatística de que essa hipótese não deve
ser rejeitada. Assim a hipótese H01 foi aceita. Os testes sugerem que a
inteligência empresarial está positivamente relacionada com o sucesso nos
negócios. Os resultados apresentaram uma intensidade de relacionamento de
moderado a forte entre as variáveis. Esses resultados corroboram com os
estudos de Prescott e Miller (2001), Miller (2000), McGonagle e Vella (1999),
Shaker e Gembicki (1998), Kahaner (1996), Vezmar (1996) e Flynn (1994). As
hipóteses Hio, Him, Hic, Hia, e Hix, também foram aceitas. O relacionamento
com o sucesso nos negócios foi positivo e significativo em relação à: inteligência
organizacional (muito forte), inteligência de mercado (moderado), inteligência do
consumidor (moderado), inteligência ambiental (fraco), inteligência externa
(moderado), ver Tabela 1.
69
essas variáveis e concluíram que a inteligência de mercado é um imperativo para
o sucesso e para a vantagem competitiva. Analoui e Karami (2002) encontraram
um forte relacionamento entre o monitoramento ambiental e o sucesso das
empresas. Constataram que os executivos geralmente também estão envolvidos
com atividades de monitoração. Além disso, constataram também que existe um
forte relacionamento entre o tamanho da empresa e as análises ambientais, ou
seja, quanto maior a empresa maior a probabilidade de envolvimento com
atividades desse tipo. Por sua vez, Hart, Tzokas e Saren (1999) sugerem que o
conhecimento do mercado é o principal dos fatores críticos de sucesso no
desenvolvimento de um novo produto. Um aspecto importante a considerar e
que não pode ser esquecido, entre a inteligência empresarial e o sucesso
organizacional, é quanto ao nível de turbulência ambiental. A variação do nível
de turbulência poderá afetar sobremaneira as atividades de inteligência. Como
afirmam Ansoff e McDonnell (1993), enquanto um baixo nível de turbulência
pode não requerer um alto nível de administração de sinais fracos, o mesmo
provavelmente não ocorrerá em ambientes com níveis mais altos de turbulência
ambiental.
70
desses, todos demais índices também foram desfavoráveis às empresas
brasileiras, ver Tabela 4. Isso pode ser reflexo de um maior grau de estruturação,
organização e desenvolvimento das empresas estrangeiras.
71
hipótese H02 foi rejeitada, ou seja, a contribuição para o sucesso não
demonstrou ser equilibrada entre a inteligência organizacional, inteligência do
consumidor, inteligência de mercado e inteligência ambiental. Assim, os
resultados dessas análises apresentaram a variável inteligência organizacional
como a que melhor explica o sucesso nos negócios.
72
poderia justificar o maior desenvolvimento dos aspectos que envolvem a
inteligência organizacional. Terceiro, o elemento crucial para a empresa, o
cliente, está no ambiente externo, não no interno. Como afirma Vezmar (1996),
entender as necessidades do cliente e satisfazê-lo é o único caminho para o
sucesso. A inteligência organizacional envolve apenas parte do que a
organização necessita sobre os clientes. Sendo assim, parece um equívoco
interpretar esses resultados favoráveis à inteligência organizacional em termos
de grau de importância dessa em relação às demais.
73
estruturada, sendo, portanto, a que é mais facilmente controlada, a partir das
transações da organização, não por ser mais importante que as demais. Esta
interpretação pode ser reforçada com o comentário de um dos executivos:
74
Conclusão
Ao que tudo indica, a inteligência empresarial é amplamente relacionada
com o sucesso nos negócios. A incidência desse relacionamento esteve
presente em todas as oito diferentes perspectivas analisadas. Os novos
paradigmas gerenciais impostos pelas mudanças ambientais talvez sejam o que
melhor explica o forte e significativo relacionamento encontrado. Como sugerido
por vários autores, as organizações estão diante de um imperativo, ou seja,
estão diante da necessidade de encontrar mecanismos que proporcionem a
melhor sintonia possível com o ambiente, sob pena de terem o seu sucesso ou
até a sobrevivência ameaçados. Assim, a inteligência empresarial se apresenta
como uma opção para enfrentar essa necessidade, talvez a melhor delas.
75
Além do mais, a inteligência organizacional atende algumas necessidades
gerenciais sobre os clientes, é verdade, mas numa dimensão histórica. Pode
possibilitar projeções para o futuro, também é verdade, mas sempre numa
perspectiva de evolução do passado. Enquanto isso, a inteligência do
consumidor e a inteligência de mercado abordam o presente, permitindo uma
ampliação, abrangência e ainda possibilitando visualizar o futuro sem que esse
se constitua em meras projeções do passado. Em suma, é com a inteligência do
consumidor, a inteligência de mercado e a inteligência ambiental que os
executivos poderão ser mais bem alimentados com produtos da inteligência. Isso
pode possibilitar a “visão de futuro”, necessária para a consecução do sucesso
na ‘competição pelo futuro’ que Hamel e Prahalad ressaltam como fundamentais
no cenário competitivo atual. Além das lacunas empresariais existentes em
outras áreas e detectados por outros estudos, o gap de inteligência é
considerável e pode estar indicando o caráter emergente do fenômeno, além de
representar uma vulnerabilidade.
76
de inteligência empresarial da organização. Assim, como lembrou o fundador da
Matushita Electric, a sobrevivência dos negócios parece depender da
mobilização diária de cada grama de inteligência.
77
REFERÊNCIAS
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business. New York: Amacom, 2000
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78
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Paraíba. CLAUSEWITZ, C. Clausewitz e a estratégia. Rio de Janeiro: Campus,
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79
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Intelligence Function. Competitive Intelligence Review, v. 11, n. 1, p. 17–27,
2000.
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81