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GESTÃO DE PESSOAS NAS

ORGANIZAÇÕES
I. CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, RELAÇÃO COM
OS OUTROS SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO.
1. INTRODUÇÃO
A expressão "Gestão de Pessoas" visa substituir
"Administração de Recursos Humanos", que, ainda mais
comum entre todas as expressões utilizadas nos tempos
atuais para designar os modos de lidar com as pessoas
nas organizações. Os argumentos em prol desta mudança
na nomenclatura ressaltam que o termo "Administração
de Recursos Humanos" é muito restritivo, pois implica a
percepção das pessoas que trabalham numa organização
apenas como recursos, ao lado dos recursos materiais e
financeiros.
Administração de Recursos Humanos é uma área
da qual todo mundo pensa entender, pois qualquer
pessoa que pertença ou não a uma organização trabalha
com ela. Na seleção de um trabalhador para o serviço
doméstico, na compra de café numa padaria, na
educação dos filhos, em tudo isso está envolvida uma
série de conteúdos afetos ao conhecimento
administrativo.
Desde os primórdios das chamadas ―teorias da
administração‖, entre os princípios de Henri Fayol, há o de
pagar a cada um segundo a tarefa que realiza e o de
tratar igual o que é igual e diferente o que é diferente,
ambos entre as consideradas primeiras leis da
Administração de Recursos Humanos. Mesmo
representando conceitos derivados do senso comum,
nenhum deles é tão aplicado quanto deveria atualmente,
nem (ou principalmente) no setor da saúde.
A Administração de Recursos Humanos trata com
e de pessoas; nesse campo, nada é fácil e,
decididamente, pouco é objetivo. A ideia de tratar igual o
que é igual para um administrador traz como premissa a
discriminação adequada entre o bom e o mau, o certo e o
errado. No entanto, não existe qualquer garantia de que a
percepção – pessoal – desse administrador seja
partilhada por outrem, menos ainda por aqueles que estão
sendo objeto dessa discriminação.
A Administração de Recursos Humanos tem um
componente de ―leis e normas‖ de caráter razoavelmente
objetivo, mas, ao mesmo tempo, se assenta sobre
relações interpessoais, que, em qualquer caso (e não
apenas se e quando se está numa organização), se
baseiam em sensações e percepções. Em qualquer
circunstância é difícil aceitar o grau emocional contido nas
relações e reações humanas. Isso se torna
particularmente delicado quando se discute gestão, diante
do conteúdo de conhecimento (mesmo que não científico)
atribuído a essa área. Nos anos 90 o conceito de
―inteligência emocional‖ busca fornecer conteúdo de
conhecimento ao que antigamente se chamava
pejorativamente de ―emocional‖.
A Administração de Recursos Humanos é uma
base para a criação das políticas sociais da empresa.
Está voltada ao fator principal que garante o
funcionamento de qualquer organização: as pessoas.
Toda instituição deve preocupar-se com a motivação de
seus funcionários, uma vez que eles colaboram para a
manutenção e funcionamento diário da empresa. Os
empresários não devem deixar de dar atenção aos seus
colaboradores, principalmente pelo possível reflexo direto
nos lucros da empresa. Treinamentos, avaliações,
bonificações, políticas de cargos e salários são recursos

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que podem ser utilizados para o melhoramento para o estímulo ao envolvimento e ao desenvolvimento
motivacional. dessas pessoas. A falta de atenção às práticas da gestão
de pessoas é um grande problema para implementação
da gestão pela qualidade. (Anal.Jud.STF/CESPE/2008)
1.2. DEFINIÇÃO:
Desenvolvimento tecnológico, atuação com novos
Administrar recursos humanos é zelar, por meio de
produtos e serviços e novos processos de trabalho em
variadas formas de ação, pelas relações humanas na
uma organização são situações que promovem mudanças
organização. A ARH auxilia a organização a alcançar
nos requisitos da sua força de trabalho e geram impacto
seus objetivos, por meio de pessoas.
no planejamento de RH (Ag.Adm.UEPA/CESPE/208)
Em seu trabalho, cada administrador — seja ele,
Douglas MacGregor desenvolveu as teorias X e Y.
um diretor, gerente, chefe ou supervisor — desempenha
Segundo tal conceituação, a teoria X parte do
as quatro funções administrativas que constituem o
pressuposto de que as pessoas teriam aversão ao
processo administrativo: planejar, organizar, dirigir e
trabalho e à responsabilidade, preferindo ser dirigidas,
controlar. A ARH está relacionada a todas essas funções
demandando, portanto, um tipo de liderança que privilegia
do administrador. A ARH refere-se às políticas e práticas
o controle, ao passo que o pressuposto da teoria Y seria
necessárias para se administrar o trabalho das pessoas, a
de que as pessoas são criativas, têm propensão a gostar
saber:
do trabalho e, portanto, rendem melhor quando
1. Análise e descrição de cargos. submetidas a um tipo de liderança que incentive a
2. Desenho de cargos. motivação e a perspectiva de valorização profissional e
3. Recrutamento e seleção de pessoal. pessoal. (Tec.Adm.ANAC/CESPE/2009)
4. Admissão de candidatos selecionados.
5. Orientação e integração de novos funcionários. 1.3 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE PESSOAS
6. Administração de cargos e salários. A Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela
7. Incentivos salariais e benefícios sociais. excelência de organizações bem-sucedidas e pelo aporte
de capital intelectual que simboliza, mais do que tudo, a
8. Avaliação do desempenho dos funcionários. importância do fator humano em plena Era da Informação.
9. Comunicação aos funcionários. Com a globalização dos negócios, o desenvolvimento
10. Treinamento e desenvolvimento de pessoal. tecnológico, o forte impacto da mudança e o intenso
11. Desenvolvimento organizacional. movimento pela qualidade e produtividade, surge uma
eloquente constatação na maioria das organizações: o
12. Higiene, segurança e qualidade de vida no
grande diferencial, a principal vantagem competitiva das
trabalho.
empresas decorre das pessoas que nelas trabalham.
13. Relações com empregados e relações Surge, portanto, uma nova visão: as pessoas como
sindicais. agentes proativos e empreendedores. São as pessoas
que geram e fortalecem a inovação e que produzem,
1.2. CONCEITOS GERAIS E APLICAÇÕES vendem, servem ao cliente, tomam decisões, lideram,
ESPECÍFICAS NA VISÃO DO CESPE/UNB motivam, comunicam, supervisionam, gerenciam e
dirigem os negócios das empresas. No fundo, as
A administração de recursos humanos é definida
organizações são conjuntos de pessoas.
como a função organizacional destinada a prover, treinar,
desenvolver, motivar e manter os recursos humanos.
1.4 RELAÇÃO COM OS OUTROS SISTEMAS DE
A administração de recursos humanos tem como ORGANIZAÇÃO.
finalidades alcançar o equilíbrio entre os objetivos da
organização e as necessidades dos empregados e manter Sistema é um conjunto de partes interrelacionadas
baixos índices de rotatividade. que compõe um todo (um sistema maior) e de sua
interação emerge um resultado. Essas partes comunicam-
Na área de recursos humanos, o modelo de se e se afetam mutuamente, como no corpo humano: um
recompensar pessoas baseia-se em metas e valores mau funcionamento nos rins pode afetar o sistema
variáveis e flexíveis. (Tec.Adm.ANTAQ/CESPE/2009) circulatório, que pode afetar o sistema cardíaco, que pode
A administração de recursos humanos passou a afetar o sistema respiratório e assim por diante. Como o
ser chamada de administração de pessoal e, corpo humano, a organização é um grande sistema
posteriormente de gestão de pessoas.(Anal.Gestão- composto de sistemas menores: sistema de marketing,
HEMOBRÁS/CESPE/2008) sistema financeiro, sistema de Gestão de Pessoas.
Na era da informação, é crescente a importância Na comparação com o sistema orgânico humano, a
do capital intelectual da organização, no qual se insere o Gestão de Pessoas seria o sistema circulatório e as
denominado capital humano, constituído com os talentos, pessoas, o sangue que oxigena as células, faz o coração
as competências, a experiência das pessoas. Enquanto o bater, que dá vida à empresa. Sem as pessoas a empresa
capital físico se desgasta, se deteriora, o conhecimento se seria um corpo inerte.
valoriza e sedimenta a cada dia. (Anal.Jud.STF/ E quais são as partes de um sistema de Gestão de
CESPE/2008) Pessoas, ou sistema de RH? Seleção: recrutar, avaliar,
No enfoque comportamental na administração, de selecionar, contratar, integrar. Capacitação: desenvolver,
acordo com a teoria da expectativa, acredita-se que o treinar, preparar. Gestão do desempenho: gerenciar
esforço produz o desempenho e este, o resultado, ao qual desempenhos dar feedback, orientar. Remuneração e
as pessoas atribuem valores. Desse modo, a motivação recompensa: remunerar, reconhecer, recompensar.
estaria assim representada: motivação = expectativa (de Gestão de clima: pesquisar, analisar, adequar.
que o esforço produz o resultado) × valor atribuído ao Essas partes compõem o sistema. Integram um
resultado. (Anal.Jud.STF/CESPE/2008) conjunto de processos que se inter-relacionam, que
envolvem políticas, normas e procedimentos. Para gerar
Nos tempos atuais, a ênfase na gestão de pessoas bons resultados, é preciso que as partes estejam
se deslocou do controle, da padronização, da rotinização, alinhadas entre si e que o conjunto esteja alinhado com

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os objetivos e estratégias da empresa. No entanto, é é essencial que o treinamento e reciclagem sejam
muito comum as empresas cometerem o equívoco de constantes, permitindo que os colaboradores incorporem
tratarem cada uma dessas partes de forma isolada e novos conhecimentos que permitam analisar criticamente
desconectadas de seus objetivos e direcionamentos o seu trabalho e seu ambiente, permitindo que busquem a
estratégicos. melhoria contínua como indivíduo.
As pessoas são recursos presentes em todas as Temos então o cenário propício para o
áreas das empresas e assim a gestão de pessoas, direta desenvolvimento de estruturas auto-reguladoras a partir
ou indiretamente, se relaciona com todos outros sistemas de indivíduos autônomos e participantes. Desta forma, as
da organização, contribuindo decisivamente para que a equipes possuem a capacitação necessária para gerir
empresa tenha pessoas qualificadas e motivadas capazes seus próprios recursos de forma otimizada.
de conduzir o empreendimento ao sucesso.
Nesta escala, a gestão de RH está plenamente
disseminada pela empresa, sendo cada líder um gestor
II. A FUNÇÃO DO ÓRGÃO DE GESTÃO DE das pessoas sob a sua responsabilidade. A área de
recursos humanos atua então como órgão consultivo,
PESSOAS: ATRIBUIÇÕES BÁSICAS E constantemente sintonizado com as tendências do
OBJETIVOS, POLÍTICAS E SISTEMAS DE mercado e introduzindo novas ideias à estrutura vigente.
INFORMAÇÕES GERENCIAIS. Assim, os profissionais de Recursos Humanos devem
Tradicionalmente são atribuídos 4 objetivos à área evitar os vícios internos, buscando sempre novos
de Recursos Humanos: patamares de desempenho através da aplicação de
―benchmarkings‖.
a) Recrutamento e seleção de indivíduos capazes
de atender aos desejos e expectativas da
empresa; - Políticas e Sistemas de Informações Gerenciais
b) Manutenção dos colaboradores na empresa; O Banco de Dados de Recursos Humanos é uma
c) Desenvolvimento das pessoas; poderosa ferramenta para a empresa, pois com um banco
de dados bem implantado e integrado os gestores serão
d) Folha de pagamento, admissão, demissão e capazes de tomar decisões mais adequadas. O sucesso
demais rotinas inerentes ao Departamento de de um programa de Recursos Humanos depende
Pessoal. basicamente de como o sistema é planejado e
Entretanto, observa-se nos últimos anos uma desenhado.
mudança neste cenário. A gestão de Recursos Humanos Um Banco de Dados de RH tem que ser capaz de
passou a ser exercida não mais por uma área específica, prover informações gerenciais para subsidiar decisões da
mas constitui um atributo de qualquer líder de equipe. administração, bem como suas metas e objetivos.
Esta mudança de perspectiva levou à Também se espera que ele disponibilize informações
descentralização dos objetivos acima citados, que estratégicas para a área de RH e que tenha uma fácil
passaram a ser absorvidos pelas diversas áreas da visualização e utilização por parte dos usuários.
empresa, sendo responsabilidade de cada líder, a gestão Atualmente o Banco de Dados de RH deixou de
dos colaboradores sob a sua responsabilidade. Cabe ser utilizado apenas pelo administrativo e passou a ser
então à nova área de RH, atuar como um agente uma ferramenta indispensável a vários membros de uma
facilitador do processo de gestão de pessoas, propiciando organização. Ele dá um suporte aos gerentes de linha e
as áreas da empresa os recursos e instrumentos aos funcionários, permitindo a visualização de
necessários a este novo desafio. desempenho e escolha de melhores decisões; e ao
É importante salientar que a área de Recursos administrativo, redução dos custos e tempo de
Humanos deve estar totalmente alinhada com a cultura da processamento da informação.
empresa. A compreensão dos vínculos construídos dentro Para a área de recursos humanos, é importante
do ambiente de trabalho é a etapa inicial para o desafio que o Sistema de Informações de Recursos Humanos
de gerir as pessoas. Através do entendimento dos (SIRH) utilizado forneça informações (sejam elas sobre
elementos constituintes da cultura, é possível cargos, cadastro médico, remuneração, por exemplo)
compreender os mecanismos de interação entre os para os demais órgãos sobre as pessoas que nela
colaboradores e as tarefas que executam. trabalham. Para Chiavenato (1997, p. 111), ―um sistema
Conhecidos estes aspectos, o passo seguinte é o de informações recebe entradas (inputs) que são
desenvolvimento de lideranças capazes de alinhar as processadas e transformadas em saídas (outputs)‖.
expectativas do grupo com os objetivos da empresa, Assim, o SIG se constitui numa ferramenta importante
criando as condições de reciprocidade essenciais para para o gestor de recursos humanos.
atingir um desempenho que atenda às pressões internas
e externas da organização. As lideranças devem ser
legitimadas tanto pelo enfoque do empregado quanto pelo III. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
da empresa, para que possam efetivamente atuar como Campo de estudos que visa compreender, prever,
elos entre estes dois pólos, buscando atuar de maneira explicar e, se necessário, alterar os comportamento das
conciliatória na resolução dos conflitos surgidos. pessoas dentro das organizações (Lacombe, 2004, p. 69).
Asseguradas as condições anteriores, parte-se em Comportamento Organizacional é o estudo dos
busca da melhoria da eficiência dos grupos, calcada nos comportamentos dos indivíduos e de seus impactos no
atributos pessoais, cooperação intra e inter-equipes, ambiente de uma empresa. Visa trazer maior
capacidade de adaptação e desenvolvimento de entendimento sobre as lacunas empresariais para o
compromisso entre colaboradores e empresa. Para que desenvolvimento contínuo e assertivo de soluções, afim
estes objetivos possam ser alcançados, é fundamental de: reter talentos, evitar o turnover e promover
que haja um livre fluxo de informações, tendo cada engajamento e harmonia entre os stakeholders.
componente do grupo plena consciência da relação de Segundo Robbins (2002, p.6):
causa e efeito existente nas tarefas executadas. Também

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"O comportamento organizacional é um campo disposição estratégica com que são definidas as
de estudos que investiga o impacto que contribuições dos funcionários.
indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o Nas relações indivíduo-organização é necessário
comportamento dentro das organizações, com que se estabeleça uma linguagem adequada na
o propósito de utilizar esse conhecimento para comunicação daquilo que se espera dos funcionários e
promover a melhoria da eficácia das condições e ferramentas para atingir um
organizacional". desempenho; esta situação pode ser obtida mediante a
busca de um comportamento ético que garanta um
Principais variáveis que afetam o comportamento ambiente sadio de trabalho.
Os indivíduos querem contribuir para o
crescimento sustentado das organizações, pois nelas
trabalham, passando a maior a parte de suas vidas, mas
as organizações, em contrapartida, devem também
contribuir para o crescimento pessoal e profissional de
seus colaboradores ou parceiros internos.

TESTE SEU CONHECIMENTO


01. (Anvisa/CESPE/2004) O relacionamento indivíduo-
organização é marcado por trocas e reciprocidades.
Percepções individuais favoráveis acerca da
reciprocidade do relacionamento indivíduo-organização
Entre os Níveis de Estudos dos estão associadas positivamente a satisfação e
Comportamentos Organizacionais, destacamos: comprometimento afetivo no trabalho.
▪ Nível Individual – Estuda as expectativas, Comentário:
motivações, as habilidades e competências que Item certo. Percepções favoráveis terão uma série de
cada colaborador demonstra individualmente consequências positivas para o indivíduo. Este item nos trouxe
através de seu trabalho. dois conceitos pertinentes à relação entre indivíduo e
▪ Nível Grupal – Estuda a formação das equipes, organização: o de satisfação e o de comprometimento.
grupos, as funçõesdesempenhadas por estes, Em linhas gerais, podemos entender satisfação com o
a comunicação e interação uns com os outros, trabalho como um estado psicológico positivo, favorável, ao
além da influência e o poder do líder neste trabalho em si.
contexto. Inúmeros estudos têm comprovado que a satisfação dos
O entendimento do Comportamento funcionários com o trabalho traz diversos benefícios para a
Organizacional possibilita também mapear os organização, tais como diminuição da rotatividade e
profissionais que necessitam de aprimoramento e absenteísmo e melhoria do desempenho.
desenvolvimento em alguns quesitos, como também Entender este fenômeno, e adotar ações para promover a
identificar aqueles que se destacam em suas funções. satisfação, é uma prioridade importante de qualquer
Essa abordagem e visão sistematizada garante tanto o organização.
amadurecimento, como o melhor aproveitamento das
Vejamos uma figura que pode nos ajudar a entender este
competências de ambos.
tema.
Entender o comportamento organizacional é
fundamental na dinâmica de manutenção e melhoria da
gestão de pessoas, pois baliza o trabalho dos líderes e
confere a estes a possibilidade de prever, e
especialmente evitar problemas individuais ou coletivos
entre os colaboradores.

III.1 RELAÇÕES INDIVÍDUO/ORGANIZAÇÃO,


MOTIVAÇÃO, LIDERANÇA, DESEMPENHO.
Na relação indivíduo-organização existem
elementos conflitantes que produzem inadequações na
organização funcional do trabalho e, consequentemente, À esquerda, temos as variáveis antecedentes da
criam ambientes desfavoráveis para o desempenho. A satisfação: características individuais e condições de trabalho.
identidade de um individuo caracteriza-se, principalmente, Ou seja, a satisfação no trabalho depende de como o indivíduo
por um conjunto de valores adquiridos no decorrer da sua percebe estas duas condições. À direita, temos as consequências
existência. Entretanto, a organização funciona na base de da satisfação, e ao centro temos variáveis correlatas à satisfação.
princípios, valores e políticas que definem o seu papel no Comprometimento organizacional, por sua vez, é o
mercado de participação. nome dado ao vínculo entre o trabalhador e a organização. Ele é
Valores como a responsabilidade, a ética fortemente estudado porque há relações entre o
profissional e o respeito poderiam ser causas de conflitos comprometimento e a expressão de comportamentos desejados.
entre os indivíduos e a organização ou poderiam ser os
alicerces de uma relação harmoniosa das equipes que
02. (Banco da Amazônia/CESPE/2006) O
integram a organização. Essa situação depende do nível
de maturidade com que são administradas as diferenças e comprometimento organizacional diz respeito ao vínculo
as diversidades do indivíduo no ambiente de trabalho e da do indivíduo com o seu trabalho. O estudo desse
fenômeno revela uma multiplicidade de tipos de

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comprometimento com o trabalho, o emprego, a carreira,
a equipe, o sindicato e com a organização.
Comentário:
Item certo. O tipo de comprometimento influenciará o
tipo de vínculo do indivíduo com a organização

1. MOTIVAÇÃO
Não é possível compreender as relações com e
entre as pessoas sem o mínimo conhecimento da
motivação de seu comportamento. É difícil definir o
conceito de motivação que tem sido utilizado com
diferentes sentidos. De modo geral, motivo é tudo aquilo
que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou,
pelo menos, que dá origem a uma propensão a um Enquanto Maslow fundamenta sua teoria da
comportamento específico. Esse impulso à ação pode ser motivação nas diferentes necessidades humanas
provocado por um estímulo externo (provindo do (abordagem intra-orientada), Herzberg alicerça sua teoria
ambiente) e pode também ser gerado internamente nos no ambiente externo e no trabalho do indivíduo
processos de raciocínio do indivíduo. Nesse aspecto, a (abordagem extra-orientada).
motivação está relacionada com o sistema de cognição do Para Herzberg, a motivação das pessoas depende
indivíduo. de dois fatores:
Na prática, toda essa teoria pode ser aplicada a) Fatores Higiênicos: referem-se às condições
através dos fatores de Motivação. Os fatores de que rodeiam o empregado enquanto trabalha,
Motivação mais importantes são: englobando as condições físicas e ambientais
• Trabalho interessante e que propicie desafios de trabalho, o salário, os benefícios sociais, as
para a pessoa; políticas da empresa, o tipo de supervisão
• Remuneração adequada ao trabalho executado; recebido, o clima de relações entre a direção e
• Oportunidades de progresso na Empresa; os empregados, os regulamentos internos, as
oportunidades etc.
• Projeção e prestígio social decorrente do
trabalho feito; b) Fatores Motivadores: referem-se ao conteúdo
do cargo, as tarefas e aos deveres
• Reconhecimento pelo superior e colegas de
relacionados com o cargo em si.
trabalho.
Douglas Mc Gregor criou duas teorias opostas,
para explicar a importância da motivação no
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO comportamento das pessoas, dentro da organização. Ele
As teorias mais populares sobre a motivação são deu o nome a essas teorias X e Y, afirmando que a
as relacionadas às necessidades humanas. É o caso da motivação ou a sua falta, seriam lados opostos de uma
teoria de Maslow sobre a hierarquia das necessidades mesma moeda.
humanas. A hierarquia das necessidades segundo
Maslow abrange:
Características da Teoria X:
 Necessidades Fisiológicas (ar, comida, repouso  O ser humano tem uma aversão natural ao
etc); trabalho;
 Necessidades de Segurança (proteção contra o  A maioria das pessoas precisa ser controlada,
perigo ou privação); dirigida, coagida e punida, para que finalmente trabalhe;
 Necessidades Sociais (amizade, inclusão em  O ser humano não consegue assumir
grupos etc); responsabilidades;
 Necessidades de Estima (reputação,  A participação dos funcionários é um instrumento
reconhecimentos, auto-respeito, amor etc); de manipulação dos mesmos;
 Necessidades de Auto-Realização (realização  O líder adota um estilo autocrático.
do potencial, utilização plena dos talentos
individuais etc).
Características da Teoria Y:
 Abaixo temos a pirâmide das necessidades de
 Integração entre objetivos individuais e
Maslow, onde as duas primeiras (fisiológicas e
segurança) são chamadas de necessidades organizacionais; querer se esforçar fisicamente e
primárias e as demais (sociais, estima e auto- mentalmente no trabalho é uma atitude tão natural,
realização) são chamadas de necessidades quanto querer descansar;
secundárias.  A maioria das pessoas busca naturalmente se
auto-corrigir, para atingir os objetivos que propuseram
alcançar;
 O compromisso com um objetivo depende das
recompensas que se espera receber com sua
consecução;
 O ser humano não só aprende a aceitar as
responsabilidades, como passa a procurá-las;
 A participação dos funcionários é uma forma
de valorizar suas potencialidades intelectuais como:
imaginação, criatividade e engenhosidade;

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 O líder adota um estilo participativo. O reforço é o elemento-chave na teoria S-R de
Skinner. Um reforço é qualquer coisa que fortaleça a
resposta desejada. Pode ser um elogio verbal, uma boa
A teoria de Mc Clelland – Estudando os fatores
nota, ou um sentimento de realização ou satisfação
motivacionais, Mclelland dividiu-os em três categorias:
crescente. A teoria também cobre reforços negativos -
 necessidade de realização: desenvolver tarefas e uma ação que evita uma consequência indesejada.
vencer desafios;
O conceito-chave do pensamento de Skinner é o
 necessidade de poder: influenciar pessoas e de condicionamento operante, que ele acrescentou à
sistemas organizacionais; noção de reflexo condicionado, formulada pelo cientista
 necessidade de afiliação: pertencer a um grupo, russo Ivan Pavlov. Os dois conceitos estão
ser amado. essencialmente ligados à fisiologia do organismo, seja
animal ou humano. O reflexo condicionado é uma reação
- A TEORIA DA EXPECTATIVA (VROOM) a um estímulo casual. O condicionamento operante é um
mecanismo que premia uma determinada resposta de um
Para Victor Vroom, motivação é o processo que indivíduo até ele ficar condicionado a associar a
governa a escolha de comportamentos voluntários necessidade à ação. É o caso do rato faminto que, numa
alternativos. experiência, percebe que o acionar de uma alavanca
O quadro inicial seria aquele de uma pessoa que levará ao recebimento de comida. Ele tenderá a repetir o
poderia escolher entre fazer A, B ou C. movimento cada vez que quiser saciar sua fome.
Segundo Vroom, a motivação da pessoa para A diferença entre o reflexo condicionado e o
escolher uma das alternativas dependeria de 3 fatores: condicionamento operante é que o primeiro é uma
. do valor que ela atribui ao resultado advindo de resposta a um estímulo puramente externo; e o segundo,
cada alternativa (que ele chama de "valência"); o hábito gerado por uma ação do indivíduo. No
. da percepção de que a obtenção de cada comportamento respondente (de Pavlov), a um estímulo
resultado está ligada a uma compensação (que segue-se uma resposta. No comportamento operante (de
ele chama de "instrumentalidade") e Skinner), o ambiente é modificado e produz
consequências que agem de novo sobre ele, alterando a
. da expectativa que ela tem de poder obter cada
probabilidade de ocorrência futura semelhante.
resultado (que ele chama de "expectativa").
O condicionamento operante é um mecanismo de
Assim, para que uma pessoa esteja "motivada" a
aprendizagem de novo comportamento - um processo que
fazer alguma coisa é preciso que ela, simultaneamente:
Skinner chamou de modelagem. O instrumento
. atribua valor à compensação advinda de fazer fundamental de modelagem é o reforço.
essa coisa;
Skinner era determinista. Em sua teoria não havia
. acredite que fazendo essa coisa ela receberá a nenhum espaço para o livre-arbítrio, pois afirmar que os
compensação esperada e seres humanos são capazes de livre escolha seria negar
. acredite que tem condições de fazer aquela sua suposição básica de que o comportamento é
coisa. controlado pelo ambiente e os genes.
Em termos de uma equação, essa definição Nos usos que propôs para suas conclusões
poderia ser escrita da seguinte forma: motivação = científicas — em especial na educação —, Skinner pregou
(expectativa) X (instrumentalidade) X (valor), o que a eficiência do reforço positivo, sendo, em princípio,
significa que todos os termos têm que ser maiores do que contrário a punições e esquemas repressivos, sugeria que
zero (nenhum dos fatores pode estar ausente). o uso das recompensas e reforços positivos da conduta
correta era mais atrativo do ponto de vista social e
pedagogicamente eficaz.
- A TEORIA DE SKINNER
No campo da aprendizagem escolar Skinner tentou
Skinner baseou suas teorias na análise das
demonstrar que, mediante ameaças e castigos se
condutas observáveis.
conseguem resultados positivos muito mais baixos e com
Trabalhou sobre a conduta em termos de reforços efeitos secundários muito piores do que com o sistema de
positivos (recompensas) contra reforços negativos reforços positivos. Seu princípio para o máximo
(castigos). aproveitamento das classes baseia-se na atividade dos
Nenhum pensador ou cientista do século 20 levou alunos; sua aplicação mais conhecida é o ensino
tão longe a crença na possibilidade de controlar e moldar programado em que os sucessos em determinadas
o comportamento humano como o norte-americano tarefas atuam como reforço para aprendizagens
Burrhus Frederic Skinner. posteriores.
A teoria de B.F. Skinner baseia-se na ideia de que
o aprendizado ocorre em função de mudança no - Administração por Objetivos (APO)
comportamento manifesto. As mudanças no
.é uma técnica participativa de planejamento e
comportamento são o resultado de uma resposta
avaliação;
individual a eventos (estímulos) que ocorrem no meio.
Uma resposta produz uma consequência, bater em uma .através da qual superiores e subordinados,
bola, solucionar um problema matemático. Quando um conjuntamente, definem aspectos prioritários e
padrão particular Estímulo-Resposta (S-R) é reforçado .estabelecem objetivos (resultados) a serem
(recompensado), o indivíduo é condicionado a reagir. A alcançados, num determinado período de tempo e em
característica que distingue o condicionamento operante termos quantitativos, dimensionando as respectivas
em relação às formas anteriores de behaviorismo (por contribuições (metas);
exemplo: Thorndike, Hull) é que o organismo pode emitir .e acompanham sistematicamente o desempenho
respostas, em vez de só obter respostas devido a um (controle) procedendo às correções necessárias.
estímulo externo.

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- TEORIA DA EQUIDADE sequencial, mas sim simultânea, com base em dois
Também chamada de Teoria do Equilíbrio, tem princípios:
por base a crença de que as recompensas devem ser - mais de uma necessidade pode funcionar ao
proporcionais ao esforço e iguais para todos. Se duas mesmo tempo; na hipótese de uma
pessoas realizam o mesmo esforço, a recompensa deve necessidade na parte superior permanecer
ser igual à da outra. insatisfeita;
A contribuição desta teoria no ambiente - aumenta o desejo de satisfazer a uma
organizacional reside na possibilidade de se aferir o clima necessidade da parte inferior.
no trabalho, por permitir a compreensão quanto à reação
das pessoas diante de recompensas oferecidas ao grupo. Frustração
É consenso entre as teorias, que as necessidades
Postulados básicos desta teoria: humanas atuam de diferentes formas no comportamento.
 Uma organização é um sistema de Em um primeiro plano, a própria manifestação das
comportamentos sociais inter-relacionados de numerosas necessidades, conforme sua intensidade e natureza
pessoas, que são os participantes da organização; impulsiona as pessoas a procurar objetivos como
empregos, realização pessoal ou outros interesses
 Cada participante e cada grupo de participantes
individuais.
recebe incentivos (recompensas) em troca dos quais faz
contribuições à organização; Em um segundo plano, a incapacidade de
satisfazer uma necessidade produz um sentimento de
 Todo o participante manterá sua participação na
frustração, que também pode nascer da falta de equidade.
organização enquanto os incentivos que lhe são
oferecidos forem iguais ou maiores do que as A necessidade insatisfeita gera outras
contribuições que lhe são exigidos; manifestações do comportamento humano como fuga,
compensação, agressão ou deslocamento. A seguir
 As contribuições trazidas pelos vários grupos de
analisam-se os efeitos da frustração:
participantes constituem a fonte na qual a organização se
supre e se alimenta dos incentivos que oferece aos a) Compensação – forma alternativa de satisfação
participantes; de uma necessidade ou busca da satisfação de
uma necessidade alternativa.
 A organização continuará existindo somente
enquanto as contribuições forem suficientes para b) Resignação – estado de desânimo.
proporcionar incentivos em qualidade bastante para c) Agressão – comportamento de fundo
induzirem os participantes à prestação de contribuições. emocional, ataques físicos ou verbais,
associados aos sentimentos de ira e
hostilidade.
Tipos de participantes
d) Substituição ou Deslocamento –
Os participantes da organização são todos aqueles
impossibilidade de descarregar a agressão
que dela recebem incentivos e que trazem contribuições
contra o objeto ou pessoa que a provocou.
para sua existência. Existem cinco classes de
participantes: empregados, investidores, fornecedores, Daí a importância de o líder conhecer a si próprio,
distribuidores e consumidores. Nem todos os participantes saber identificar o que causaria frustração em sua equipe,
atuam dentro da organização, mas todos eles mantém conhecendo o ambiente, os temperamentos das pessoas
uma relação de reciprocidade com ela. com quem convivem e procurar harmonizar estes fatores.
O quadro abaixo representa a adaptação que
Cleyton Alderfer fez na teoria das necessidades de
- TEORIA ERG
Maslow para criar a teoria ERC:
A Teoria ERG, denominada ERC em português,
tem sua origem nos estudos de Clayton Alderfer segundo
o qual existem três grupos de necessidades: existence (E)
ou existência, equivalente às necessidades básicas,
fisiológicas e de segurança de Maslow; relatedness (R) ou
relacionamento, correspondente às necessidades de
relações pessoais e as de estima de Maslow; e o growth
(G) ou crescimento (C).
A Teoria ERC (ERG) contrapõe a de Maslow na
ideia da rigidez hierárquica, segundo a qual o ser humano
segue linearmente a satisfação de suas necessidades,
mudando de um nível inferior para outro superior quando
o mesmo foi substancialmente satisfeito.
Para Alderfer, a transferência de um nível para o
outro não ocorre somente após a satisfação do nível
inferior:
Uma pessoa pode, por exemplo, estar registrando
crescimento mesmo que as necessidades de existência
ou de relacionamento não estejam satisfeitas ou todas as Percebam que o quarto nível da hierarquia de
três categorias de necessidade podem estar operando ao Maslow é divido em dois na teoria de Alderfer. Existem,
mesmo tempo. ainda, duas outras diferenças fundamentais entre as duas
Neste sentido, a proposta de Alderfer aproxima-se teorias.
mais de uma versão revista da teoria de Maslow, onde A primeira diferença refere-se à simultaneidade
acredita que a satisfação das necessidades não é nas necessidades.

7
Vimos, no tópico anterior, que, para Maslow, as Julgava-se que qualidades pessoais inerentes,
necessidades não podem ser simultâneas. Para Alderfer, como traços de personalidade, eram transferíveis de uma
porém, as necessidades de todos os níveis podem existir situação para outra. Como nem todos os indivíduos
de maneira simultânea e complexa. possuem essas qualidades, somente aqueles que as
A segunda diferença refere-se a um componente tinham eram considerados líderes potenciais (HERSEY e
de regressão das necessidades. Para Alderfer, quando BLANCHARD,1986).
uma necessidade de nível mais alto não é atendida, o
indivíduo aumenta a necessidade dos níveis mais baixos. A TEORIA DOS TRÊS ESTILOS DE LIDERANÇA
DICA DE CONCURSO: Ao considerar a teoria da Uma das primeiras abordagens sobre liderança
equidade como forma de maximizar o desempenho enfoca os três estilos diferentes de decisão, que foram
dos colaboradores que lhe estão subordinados, o identificados nos estudos de Ralph White e Ronald Lippitt
gestor público deve levar em conta que qualquer (1939), onde se procurava verificar a influência causada
injustiça sentida em relação às recompensas pode por três diferentes estilos de liderança nos resultados de
motivar essas pessoas a agirem de forma a desempenho e no comportamento das pessoas.
restaurar o senso de equidade percebida.
(AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - 2009) ESTILOS DE LIDERANÇA:
Outra abordagem, no que diz respeito à liderança,
2. LIDERANÇA concentrava-se mais especificamente no modo como os
Liderança é a influência interpessoal exercida líderes tomavam decisões, e o efeito que isso produzia
numa situação e dirigida através do processo da nos índices de produtividade e satisfação geral dos
comunicação humana à consecução de um ou de subordinados.
diversos objetivos específicos (Tannenbaum). As teorias sobre estilos de liderança enfocam três
José Carlos Faria conceitua o líder como uma abordagens: os três estilos de liderança, a liderança
pessoa capaz de unir outras através de esforços orientada para tarefas ou pessoas e a grade gerencial
combinados para atingir determinado objetivo. (―managerial grid‖).
Liderar é, pois, a capacidade de dirigir, coordenar
e motivar indivíduos ou grupos para alcançar - TRÊS ESTILOS
determinados fins. A primeira destas três abordagens enfoca os três
estilos diferentes de decisão, que foram identificados nos
PRINCIPAIS ATITUDES DE UM LÍDER estudos de Ralph White e Ronald Lippitt (1939), onde se
procurava verificar a influência causada por três diferentes
As principais atitudes de um líder são: estilos de liderança nos resultados de desempenho e no
 Empatia: capacidade de colocar-se na posição comportamento das pessoas.
de outrem, experimentando os sentimentos, preconceitos
e escala de valores dessa outra pessoa.
▪ Autocrática:
 Objetividade: atitude para encarar as causas dos
- Diretrizes fixadas pelo líder, sem a participação
efeitos, sem se deixar se influenciar por emoções
do grupo.
pessoais.
- O líder determina as providências e as técnicas
 Auto-análise: conhecimento de si mesmo, para
para a execução das tarefas, uma de cada vez, conforme
superar as próprias limitações.
a necessidade, sendo assim, imprevisíveis para o grupo.
- O líder determina a tarefa a ser executada e qual
TEORIAS SOBRE LIDERAÇÃO o companheiro de trabalho de cada um.
Mencionaremos algumas das principais teorias - O líder é dominador e pessoal, tanto nos elogios
sobre liderança: quanto nas críticas ao trabalho de cada membro.

Teorias dos Traços de Personalidade ▪ Democrática:


As primeiras abordagens para explicar a liderança - Diretrizes debatidas e decididas pelo grupo com a
concentraram-se nos traços de personalidade, na assistência e estímulo do líder.
suposição de que havia certas características, tais como a
- O grupo esboça as providências e técnicas para
força física ou a amabilidade, que eram essenciais para
a execução das tarefas, solicitando ao líder
uma liderança eficaz. O pressuposto era que se poderia
aconselhamento quando necessário. Sempre que
encontrar um número finito de características pessoais,
solicitado o líder oferece duas ou mais alternativas,
intelectuais, emocionais e físicas que identificassem os
provocando o debate no grupo.
líderes de sucesso.
- A divisão de tarefas fica a cargo do grupo e cada
Estas características eram (CHIAVENATO 1999):
membro escolhe seus companheiros de trabalho.
- Habilidade de interpretar objetivos e missões;
- O líder é um membro normal do grupo, porém
- Habilidade de estabelecer prioridades; sem encarregar-se muito das tarefas. É objetivo e limita-
- Habilidade de planejar e programar atividades da se aos fatos em suas críticas e elogios.
equipe;
- Facilidade em solucionar problemas e conflitos; ▪ Liberal
- Facilidade em supervisionar e orientar pessoas; - O grupo tem toda a liberdade para decidir, o líder
- Habilidade de delegar responsabilidade aos participa minimamente.
outros.

8
- O líder tem uma participação limitada nos
debates, apresentando materiais variados ao grupo, e O líder é O líder é um O líder não avalia
dominador e membro normal do nem regula o
fornecendo alguma informação se solicitada. pessoal, tanto nos grupo, porém sem curso dos
- O líder não participa; tanto a divisão das tarefas elogios quanto nas encarregar-se acontecimentos.
quanto a escolha de companheiros fica a cargo do grupo. críticas ao trabalho muito das tarefas. Quando
- O líder não avalia nem regula o curso dos de cada membro. É objetivo e limita- perguntado, faz
se aos fatos em comentários
acontecimentos. Quando perguntado, faz comentários suas críticas e irregulares sobre
irregulares sobre as atividades dos membros. elogios. as atividades dos
As experiências demonstram que grupos membros.
submetidos à liderança autocrática apresentam uma
maior quantidade de trabalho produzido, os grupos As experiências demonstram que grupos
submetidos à liderança liberal não se saíram bem nem submetidos à liderança autocrática apresentam uma
quanto à quantidade nem quanto à qualidade e os grupos maior quantidade de trabalho produzido, os grupos
submetidos à liderança democrática apresentaram uma submetidos à liderança liberal não se saíram bem nem
melhor qualidade do trabalho, porém com uma quantidade quanto à quantidade nem quanto à qualidade e os grupos
inferior ao grupo submetido à liderança autocrática. submetidos à liderança democrática apresentaram uma
Os resultados de estudos sobre estilos de decisão melhor qualidade do trabalho, porém com uma quantidade
dos líderes sugerem que, (...) a maioria dos grupos inferior ao grupo submetido à liderança autocrática.
prefere um líder democrático. Nesses estudos, membros Os resultados de estudos sobre estilos de decisão
de grupos conduzidos por um líder autoritário eram dos líderes sugerem que, (...) a maioria dos grupos
extremamente submissos ou extremamente agressivos prefere um líder democrático. Nesses estudos, membros
em sua interação. Também eram os mais propensos a de grupos conduzidos por um líder autoritário eram
deixar a organização (...) (WAGNER III e HOLLENBECK, extremamente submissos ou extremamente agressivos
1999, p.248). em sua interação. Também eram os mais propensos a
Já na liderança liberal (―laissez-faire‖) o líder deixar a organização (...) (WAGNER III e HOLLENBECK,
permite total liberdade para a tomada de decisões 1999, p.248).
individuais ou grupais, enquanto na liderança democrática Já na liderança liberal (―laissez-faire‖) o líder permite total
o líder age como um facilitador, orientando o grupo e liberdade para a tomada de decisões individuais ou
sugerindo ideias. Os grupos submetidos à liderança liberal grupais, enquanto na liderança democrática o líder age
(―laissez-faire‖) apresentaram sinais de individualismo, como um facilitador, orientando o grupo e sugerindo
insatisfação e pouco respeito com relação ao líder e na ideias. Os grupos submetidos à liderança liberal (―laissez-
liderança democrática, os grupos apresentaram boa faire‖) apresentaram sinais de individualismo, insatisfação
qualidade de trabalho, nítido sentido de responsabilidade e pouco respeito com relação ao líder e na liderança
e comprometimento das pessoas. democrática, os grupos apresentaram boa qualidade de
trabalho, nítido sentido de responsabilidade e
AUTOCRÁTICA DEMOCRÁTICA LIBERAL comprometimento das pessoas.

Diretrizes fixadas Diretrizes O grupo tem toda LIDERANÇA SITUACIONAL


pelo líder, sem a debatidas e a liberdade para
participação do decididas pelo decidir, o líder O conceito de liderança situacional é bem simples,
grupo. grupo com a participa esse tipo de liderança é voltado para situações diferentes,
assistência e minimamente. ou seja, ela se adequa a diferentes tarefas propostas; é o
estímulo do líder. estilo que tem de se ajustar à situação. O principal
problema que essa teoria busca resolver é descobrir qual
O líder determina O grupo esboça as O líder tem uma estilo deve ser usada em cada situação.
as providências e providências e participação
as técnicas para a técnicas para a limitada nos
execução das execução das debates, A Liderança Orientada para as Tarefas ou para as
tarefas, uma de tarefas, solicitando apresentando Pessoas
cada vez, ao líder materiais variados Outros estudos procuraram abordar a liderança
conforme a aconselhamento ao grupo, e identificando grupos de características que pareciam
necessidade, quando fornecendo relacionadas entre si. Os estudos definiram dois
sendo assim, necessário. alguma informação
conceitos, que foram denominados de orientação para o
imprevisíveis para Sempre que se solicitada.
o grupo. solicitado o líder empregado e orientação para a produção.
oferece duas ou Segundo os estudos da Universidade de Michigan
mais alternativas, os líderes orientados para o empregado acentuam o
provocando o aspecto de relacionamento da sua função. Acham que
debate no grupo. cada empregado é importante e se interessam por cada
um, aceitando sua individualidade e suas necessidades
O líder determina A divisão de O líder não pessoais. Já a orientação para a produção enfatiza a
a tarefa a ser tarefas fica a cargo participa; tanto a produção e os aspectos técnicos da função; os
executada e qual o do grupo e cada divisão das tarefas empregados são vistos como instrumentos pelos quais se
companheiro de membro escolhe quanto a escolha
atingem os objetivos da organização. Essas duas
trabalho de cada seus de companheiros
um. companheiros de fica a cargo do orientações são paralelas aos conceitos do
trabalho. grupo. comportamento do líder autoritário (tarefa) e democrático
(relacionamento) (HERSEY e BLANCHAD, 1986, cap.4,
p.109).

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A GRADE GERENCIAL TEORIAS SITUACIONAIS DE LIDERANÇA
Blake e Mouton (citados por CHIAVENATO, 1999) As teorias situacionais de liderança procuram
criaram uma grade gerencial para mostrar que a incluir a liderança no contexto ambiental em que ela
preocupação com a produção e a preocupação com as ocorre, levando em conta o líder, os liderados, a tarefa, a
pessoas são aspectos complementares e não situação, os objetivos etc.
mutuamente excludentes. Para eles, os líderes devem ...vários estilos de comportamento de líder podem
unir essas duas preocupações, a fim de conseguir ser eficazes ou ineficazes, dependendo dos elementos da
resultados eficazes das pessoas. No grid gerencial, cinco situação. Não se trata de descobrir o melhor estilo, mas o
tipos diferentes de liderança baseados na preocupação estilo mais eficaz para uma determinada situação
com a produção (tarefa) e pessoas (relacionamento) são (HERSEY e BLANCHARD, 1986, cap.4, p.117).
dispostos em dois eixos: o eixo horizontal se refere à
As principais teorias situacionais são: a escolha
preocupação com a produção, isto é, com o trabalho a ser
dos padrões de liderança, o modelo contingencial e a
realizado, enquanto que o eixo vertical se refere à
teoria do caminho - meta. (CHIAVENATO, 1999).
preocupação com as pessoas, isto é, com sua motivação,
liderança, satisfação, comunicação etc. Cada eixo está
subdividido em nove graduações. A graduação mínima é - A Escolha dos Padrões de Liderança
1 e significa pouquíssima preocupação por parte do Tannenbaum e Schmidt (citados por
administrador. A graduação máxima é 9 e significa a CHIAVENATO, 1999) consideram que o líder deve
máxima preocupação possível. A Figura abaixo ilustra a escolher os padrões de liderança mais adequados para
grade gerencial. cada situação em que ele se encontra. Para os autores, a
liderança é um fenômeno situacional, pois se baseia em
três aspectos:
- Força no gerente, ou seja, a motivação interna do
líder e outras forças que agem sobre ele como
seu sistema de valores e convicções pessoais,
sua confiança nos subordinados, suas
inclinações pessoais a respeito de como
liderar, seus sentimentos de segurança em
situações incertas, sua tolerância para a
ambiguidade e a facilidade de comunicação;
-Força nos subordinados, ou seja, a motivação
externa fornecida pelo líder e outras forças que
agem sobre os subordinados como:
necessidade de autonomia ou de orientação
superior, disposição de assumir
responsabilidade, tolerância para a incerteza,
...o administrador deve avaliar o seu estilo de interesse pelo problema ou pelo trabalho,
liderança e verificar onde está situado na grade gerencial. compreensão e identificação do problema,
O objetivo é tentar gradativamente movê-lo para atingir o conhecimento e experiência para resolver o
estilo 9.9, que constitui o estilo da excelência gerencial: a problema, desejo e expectativa da participação
ênfase na produção e nos resultados, simultaneamente em decisões;
com a ênfase nas pessoas e nas atitudes e -Força na situação, ou seja, as condições dentro
comportamentos (CHIAVENATO, 1999, cap. 16, p 569). das quais a liderança é exercida como o tipo de
empresa, seus valores e tradições, suas
políticas e diretrizes, a eficiência e eficácia do
A LIDERANÇA SERVIDORA
grupo de subordinados, a tarefa a ser
James C. Hunter trouxe uma nova tendência de executada ou a complexidade do trabalho e o
liderança que certamente será o modelo mais utilizado tempo disponível para executar determinada
nas próximas décadas, a liderança servidora. Surgido há tarefa.
apenas alguns anos, esse modelo vem ganhando força a
Diante dessas três forças, o líder pode escolher
cada dia nas organizações e na vida de executivos de alta
um padrão de liderança adequado para cada situação, de
direção das mais variadas empresas.
modo a ajustar suas forças pessoais com as forças dos
A liderança servidora na administração consiste subordinados e as forças da situação. Trata-se de
em aplicar o pensar não somente nos negócios, mas encontrar a sintonia certa entre essas três forças
também nas pessoas. Essa é talvez a mais importante interativas (CHIAVENATO, 1999).
mudança que deve ocorrer nas empresas para torná-las
mais competitivas no mercado.
- O Modelo Contingencial de Fiedler
LACERDA (2005) relata que o maior propósito dessa
liderança é ajudar a sua equipe a se desenvolver, é estar O Modelo Contingencial de Liderança
mais preocupado em servir os seus liderados, do que desenvolvido por Fred E. Fiedler demonstra que três
apenas dar ordens. É aquele que percebe que o seu variáveis situacionais principais parecem determinar se
sucesso depende diretamente de sua equipe. Pensando e uma dada situação é favorável aos líderes (HERSEY e
agindo assim, recebe mais retornos que os outros tipos de BLANCHARD, 1986).
liderança. Trata-se de um líder espiritualizado, que ajuda 1ª - Suas relações pessoais com os membros do
em vez de ser servido e acima de tudo é ético. grupo (relações líder-membros). O
relacionamento interpessoal pode envolver
sentimentos de aceitação mútuos, confiança e
lealdade que os membros depositam no líder

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ou sentimentos de desconfiança, reprovação, liderança diretiva, encorajadora, participativa e orientada
falta de lealdade e amizade entre as partes. para a realização, conforme quadro abaixo.
2ª - O grau de estruturação da tarefa que o grupo Quadro:
deve realizar, ou seja, o grau em que a tarefa Os Quatro estilos de Comportamento da Teoria do
dos subordinados é rotineira e programada (em Caminho-Objetivo (WAGNER III e HOLLENBECK, 1999,
um extremo) ou é vago e indefinível (em outro cap.9, p.262)
extremo).
O líder é autoritário. Os subordinados Liderança
3ª - O poder e a autoridade que sua posição lhe sabem exatamente o que é esperado Diretiva
confere (poder de posição) refere-se à deles, e o líder fornece direções
influência inerente à posição ocupada pelo específicas. Os subordinados não
líder, ao volume de autoridade formal atribuído participam da tomada de decisões.
ao líder, independentemente de seu poder
O líder é amistoso e acessível e Liderança
pessoal.
demonstra uma preocupação genuína Encorajadora
...os líderes orientados para a tarefa enfatizam a com os subordinados.
execução satisfatória das tarefas, mesmo que em
detrimento das relações interpessoais. O líder pede e usa as sugestões dos Liderança
subordinados, mas ainda toma as Participativa
Por outro lado, os líderes orientados para a decisões.
relação, de acordo com Fiedler (citado por WAGNER III e
HOLLENBECK, 1999), são permissivos, atenciosos e O líder fixa metas desafiadoras para Liderança
conseguem manter boas relações interpessoais, mesmo os subordinados e demonstra Orientada para
com trabalhadores que não estão contribuindo para a confiança em que eles atingirão essas a Realização
realização do grupo. metas.
A análise feita por Fiedler (citado por WAGNER III
e HOLLENBECK, 1999) sugeriu que os líderes orientados OUTRAS TEORIAS
para a tarefa são mais eficazes em situações que sejam Mencionamos ainda as seguintes teorias:
extremamente favoráveis ou extremamente - Modelo Transacional
desfavoráveis; líderes orientados para a relação, segundo
ele, eram muito bem-sucedidos em situações Edward Hollander (citado em WAGNER III e
moderadamente favoráveis. HOLLENBECK, 1999) sugeriu que o processo de
liderança é melhor compreendido como a ocorrência de
A situação mais favorável para um líder influenciar transações mutuamente gratificantes entre líderes e
seu grupo é aquela em que ele é estimado pelos seguidores em um determinado contexto situacional.
membros (boas relações líder-membros), tem uma
posição de grande poder (alto poder de posição) e dirige A liderança no modelo transacional encontra-se na
um trabalho bem definido (alta estruturação da tarefa). junção desses três vetores: líderes, seguidores e
Por outro lado, a situação mais desfavorável para um líder situações. Neste caso, pode-se entender a liderança
é aquela em que ele não é estimado, tem pouco poder de apenas por meio de uma avaliação das características
posição e enfrenta uma tarefa não-estruturada (HERSEY importantes dessas três forças e dos modos pelos quais
e BLANCHARD, 1986). se interagem.
Segundo Moscovici (2000) e baseado nas teorias
exploradas anteriormente, percebe-se que o
- A Teoria do Caminho - Meta ou Teoria voltada para os conhecimento de liderança é amplo e ao mesmo tempo
Objetivos deficiente para uma compreensão completa e utilizável na
No cerne dessa teoria encontra-se a noção de que prática. Muitas teorias têm sido elaboradas a respeito de
o propósito primordial do líder é motivar os seus liderança a partir de um foco de atenção ou abordagem
seguidores, esclarecendo as metas e os melhores predominante. Moscovici (2000) ressalta que se deve
caminhos para alcançá-las. Essa abordagem está fazer distinção entre ―líder‖ e ―estilo de liderança‖. Um
baseada na teoria da expectativa da motivação, que líder é a pessoa no grupo à qual foi atribuída, formal ou
enfatiza as três variáveis motivacionais que os líderes informalmente, uma posição de responsabilidade para
podem influenciar por seus comportamentos ou estilos de dirigir e coordenar as atividades relacionadas à tarefa.
decisão: valências, instrumentalidade e expectativas Sua maior preocupação prende-se à consecução de
(fatores já estudados anteriormente) algum objetivo específico do grupo. Por outro lado, o
O trabalho do líder, de acordo com a teoria ―estilo de liderança‖ é a maneira pela qual uma pessoa,
caminho – objetivo é manipular esses três fatores de numa posição de líder, influencia as demais pessoas no
maneiras desejáveis. Primeiro, os líderes precisam grupo.
manipular as valências dos seguidores, identificando ou Quando o foco principal de atenção é a figura do
despertando necessidades de resultados que os líderes líder, os estudos foram feitos em torno das características
podem controlar. Segundo, os líderes também são pessoais, procurando-se uma diferenciação de atributos
responsáveis pela manipulação das instrumentalidades entre ―líderes‖ e ―não-líderes‖, com o intuito de demonstrar
dos seguidores, certificando-se de que o desempenho que existem características pessoais que podem facilitar o
elevado gere resultados satisfatórios para os seguidores. desempenho do líder em determinadas circunstâncias, e
Terceiro, os líderes precisam manipular as expectativas não em outras, e que podem ser desenvolvidas para
dos seguidores por meio da redução de barreiras maior eficácia no seu desempenho.
frustrantes do desempenho (WAGNER III e Estudos mais recentes (GOFFEE e JONES, 2001)
HOLLENBECK, 1999). demonstram que os verdadeiros líderes possuem, além
A teoria do caminho-objetivo propõe quatro estilos de visão abrangente, energia, autoridade e direção
de comportamento que, segundo Robert House (citado estratégica, quatro outras características, que podem ser
por WAGNER III e HOLLENBECK, 1999), podem permitir descritas como:
aos líderes manipularem as três variáveis motivacionais:

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. Os líderes mostram seus ―pontos fracos‖, mas de
maneira seletiva. Ao deixar transparecer certa QUESTÕES DE CONCURSOS
vulnerabilidade, admitem que são acessíveis e
humanos; 01. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Técnico Ministerial - Área
. Líderes ―confiam em sua intuição‖ para detectar o Administrativa - Cargo 10) Acerca de objetivos,
momento ideal e o curso mais adequado para desafios e características da gestão de pessoas e de
suas ações. Sua capacidade de coletar e comportamento organizacional, julgue os próximos
interpretar dados percebidos de forma não- itens.
racional (dados ―soft‖) ajuda-os a saber quando A liderança contemporânea é caracterizada pela
e como agir; capacidade de o líder conduzir a equipe na direção de
. Os líderes possuem ―empatia sem concessões‖ objetivos sob a autoridade do cargo.
por seus subordinados. Líderes influentes ( ) Certo ( ) Errado
realmente sentem forte empatia pelas pessoas
e se interessam verdadeiramente pelo trabalho 02. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Técnico Ministerial - Área
de seus subordinados; Administrativa - Cargo 10) O equilíbrio organizacional
. Líderes ―mostram suas diferenças‖, costumam pode ser alcançado mediante a troca de contribuições
capitalizar aquilo que têm de especial, usando e incentivos na relação entre as pessoas e as
e enfatizando essas diferenças de forma empresas. Nessa troca, as pessoas colaboram para
positiva. facilitar o alcance dos objetivos organizacionais, e as
Porém, quando o estudo é focado nos estilos de empresas fornecem para esses colaboradores os
liderança, o objetivo principal passa a ser a incentivos que proporcionam a realização de seus
relação, o comportamento interpessoal entre objetivos pessoais.
líderes e liderados, entre a pessoa que ( ) Certo ( ) Errado
influencia e as pessoas que são influenciadas.
Portanto, esse aspecto dual indica a
03. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Técnico Ministerial - Área
característica dinâmica da liderança, pois sem
Administrativa) De acordo com a teoria dos dois
liderados não há líderes, enfatizando o ponto
fatores — motivação e higiene —, o oposto de
principal do problema, a relação entre as
satisfação não é a insatisfação. Ainda segundo essa
pessoas.
teoria, a eliminação dos aspectos de insatisfação de
um trabalho não o torna necessariamente satisfatório.
- Modelo Transformacional (Burns) ( ) Certo ( ) Errado
O líder transformacional apela à consciência dos
liderados no sentido de alcançarem elevados ideais e
04. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Técnico Ministerial - Área
valores, induz os liderados a ultrapassarem os seus
Administrativa - Cargo 10) Entre as teorias
interesses particulares em favor dos interesses do grupo
motivacionais focadas em necessidades, uma das
ou da organização.
mais importantes é a de McClelland, que trata das
necessidades individuais de realização, de poder e de
- A Teoria de Ritter associação
A teoria do autor citado se refere aos talentos do ( ) Certo ( ) Errado
líder. Segundo ele o líder eficaz deve combinar quatro
talentos: o cognitivo, o social e político, intrapsíquico e
05. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - 2004) Tendo em
ético.
vista aspectos da administração relativos a processo e
O talento cognitivo abrange a capacidade do líder comportamento organizacional, julgue os itens a
de interpretar o mundo para entender os objetivos da seguir.
empresa onde atua. O talento social e político envolve a 1 Do ponto de vista motivacional, referir-se a
capacidade entender a empresa como um sistema social. condicionamento é equivalente a referir-se ao controle
O talento intrapsíquico está vinculado a capacidade de do indivíduo na organização.
perceber sua importância como líder, seu poder e os 2 No âmbito do controle de desempenho, os padrões de
perigos ocasionados pelas suas paixões e ambições e o desempenho podem ser utilizados para medir
telento ético se refere à capacidade de discernir o certo resultados, mas não com fins motivacionais.
do errado visando o sucesso da organização.
06. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - 2009) Julgue os
- A Teoria de Richard W. Wallen itens a seguir, acerca do comportamento
Esta teoria estabelece três tipos de personalidade organizacional.
dos líderes nas organizações: o Batalhador, o Auxiliador e 1 Segundo a teoria dos dois fatores de Herzberg, uma vez
o Crítico. disponibilizados, os fatores ligados ao ambiente do
 Caracterísitcas do Batalhador: usa de trabalho garantem, de forma duradoura, a satisfação e
intimidação, ênfase no poder, é carente de afeto a consequente motivação para um bom desempenho
e teme pela dependência. do funcionário em seu trabalho.
2 Ao considerar a teoria da equidade como forma de
 Características do Auxiliador: ênfase na maximizar o desempenho dos colaboradores que lhe
afetividade, é compreensivo, teme a rejeição, estão subordinados, o gestor público deve levar em
falta-lhe mais firmeza. conta que qualquer injustiça sentida em relação às
 Características do Crítico: ênfase na aptidão dos recompensas pode motivar essas pessoas a agirem
liderados, uso da argumentação, teme pelas de forma a restaurar o senso de equidade percebida.
emoções e necessita de conscientização dos
sentimentos.

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07. (MTE) A respeito das teorias administrativas e da descritos na análise de cargos. As pessoas precisam
dinâmica das organizações, julgue os itens.. entender como estão sendo avaliadas e o que está sendo
1 Segundo o modelo de Vroom, a motivação para produzir considerado.
em uma entidade está calcada estritamente nas Os padrões servem para que os gerentes possam
recompensas ofertadas pela organização. comunicar aos funcionários, de maneira precisa, os
2 Segundo a teoria proposta por Hezberg, o aumento critérios de avaliação qualitativa e quantitativa de sua
salarial dado a uma categoria de servidores públicos, produção. É importante lembrar que esses critérios devem
por exemplo, não seria um fator motivacional. estar redigidos de maneira clara e devem estar expressos
3 O managerial grid (grade gerencial) proposto por Blake de forma a serem mensuráveis e quantificados.
e Mouton pressupõe que o administrador deva se Para que se estabeleçam padrões confiáveis,
preocupar apenas com os resultados. devemos considerar, segundo BOHLANDER (2003):
4 A reunião anual que tradicionalmente é realizada pela - Relevância estratégica: diz respeito à extensão
diretoria para apresentar resultados e homenagear em que os padrões se relacionam com os
aqueles que alcançaram ou superaram as metas objetivos estratégicos da organização;
propostas pela organização pode ser citada como - Deficiência de critério: refere-se a conseguir
exemplo de artefato da cultura organizacional. captar todas as responsabilidades dos
funcionários. Ou seja, não ter como foco
Gabaritos: 1-E; 2-C; 3-C; 4-C; 5-C-E; 6-E-C; 7-E-C-E-C somente um critério, para que as demais
dimensões do desempenho não fiquem
3. DESEMPENHO prejudicadas;
- Contaminação de critério: os critérios podem
GESTÃO DO DESEMPENHO estar contaminados quando fatores que
Um conceito mais amplo que o de avaliação de fogem ao controle do funcionário influenciam
desempenho é o de gestão do desempenho, que se seu desempenho. Exemplo: funcionários da
apresenta atualmente como o modelo mais completo para área de produção que trabalham com
o acompanhamento do desempenho dos colaboradores, máquinas novas serem comparados com
por abranger o planejamento, acompanhamento e aqueles que trabalham com maquinário mais
avaliação do desempenho, com o intuito de melhorar o antigo.
trabalho, objetivando estimular o alcance de metas O ―Instrumento de medida‖ descreve o mecanismo
organizacionais e a promoção do desenvolvimento dos utilizado para se obter valores de um atributo particular.
recursos humanos. O planejamento, a partir da missão, Deve ser quantitativo, isto é, poder ser medido
visão, análise do ambiente interno e externo da empresa, numericamente. No entanto, a medida pode ser objetiva
identifica as metas a serem alcançadas. Em seguida vem ou subjetiva. A medida objetiva se refere às medidas
o acompanhamento das ações, para verificar se as quantitativas do desempenho observável do avaliado
mesmas estão de acordo com as metas estabelecidas, durante a realização de tarefas e a medida é subjetiva
identificar as discrepâncias entre as ações realizadas e quando baseada em opiniões.
esperadas e então desenhar as ações de
desenvolvimento e capacitação. 2 – Acompanhamento:
A gestão do desempenho envolve não só a É a etapa do ciclo do processo de gestão do
avaliação de desempenho, mas todo o ciclo para que ela desempenho que objetiva a sustentação do foco das
ocorra. Ela é fundamental, pois só assim a organização demandas essenciais do cliente, refletida no plano
sabe o valor que cada um esta agregando a organização, estratégico e, portanto, assegurando a conexão entre
quais os resultados e como aproveitá-lo melhor. objetivos e resultados. Caracteriza-se pela orientação do
O ciclo de desempenho é estruturado para trabalho, principalmente, a partir de feedback a respeito
permitir à organização conhecer e avaliar qual a do desempenho observado.
contribuição de cada colaborador e de cada equipe para o O principal desta etapa são as avaliações
bom desempenho da empresa, como acompanhar intermediárias, insumos ao aperfeiçoamento do processo
eficazmente estes desempenhos e que instrumentos de avaliação, dos resultados obtidos, do perfil de
utilizar para avaliar seu desempenho. Para isso, a gestão competência e, fundamentalmente, da parceria liderança-
de desempenho possui as seguintes etapas: equipe.

ETAPAS DA GESTÃO DE DESEMPENHO 3 – Avaliação:


1 – Planejamento: Etapa que formaliza periodicamente o diagnóstico
A partir do plano estratégico da organização é do desempenho individual e da equipe. É o momento do
realizado o diagnóstico da situação atual que constitui ciclo de desempenho destinado a identificar, analisar e
uma fonte de informação relevante à definição de objetivo, avaliar a discrepância entre desempenho esperados e
resultados e metas. Objetivos e metas devem ser obtidos e verificar os respectivos impactos no
definidos de modo compartilhado entre a liderança e os desempenho organizacional.
liderados. A identificação e a construção de medidas para
verificação do grau de afastamento ou de aproximação do AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
desempenho desejado também é realizada nessa etapa. A Avaliação de Desempenho foi originalmente
A validade das medidas é uma questão crítica em estruturada para mensurar o desempenho e o potencial
qualquer sistema dessa natureza. Quanto maior o do funcionário, tratando-se de uma avaliação sistemática,
alinhamento entre as medidas construídas para mensurar feita pelos supervisores ou outros hierarquicamente
o desempenho humano e aquelas modeladas para superiores familiarizados com as rotinas e demandas do
mensurar o desempenho organizacional, maior a validade trabalho. Ela é tradicionalmente definida como o processo
das informações geradas. que busca mensurar objetivamente o desempenho e
Os critérios de avaliação de desempenho devem fornecer aos colaboradores informações sobre a própria
ser claros e objetivos e estar baseados nos requisitos atuação, de forma que possam aperfeiçoá-la sem diminuir

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sua independência e motivação para a realização do habilidades e com a mudança de atitudes e interesses,
trabalho. O desempenho reflete-se no sucesso da própria por meio de treinamento, educação, interação social ou
organização e talvez por isso é característica mais óbvia a da experiência trazida pela passagem do tempo.
ser medida. Atualmente, a habilidade de trabalhar em equipe e o uso
Observa-se que em muitas empresas o de experiências e conhecimentos múltiplos são fortes
desempenho e a produtividade da equipe são muito indicadores para um desempenho satisfatório das
valorizados, porém poucos funcionários parecem pessoas nas organizações.
apresentar o perfil e o desempenho esperado. Segundo
GIL, é necessário para uma organização que ela OBJETIVOS GERAL DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
mantenha um sistema de Avaliação de Desempenho O objetivo geral da avaliação de desempenho é
tecnicamente elaborada. Sendo esta, uma maneira de melhorar os resultados dos recursos humanos da
evitar que a avaliação seja feita de forma superficial e empresa. São objetivos intermediários: adequação do
unilateral, do chefe em relação ao supervisionado. indivíduo ao cargo, treinamento, promoções, incentivo
No entanto na visão de SCOTT, a Avaliação de salarial, melhores relações entre superiores e
desempenho deveria preocupar-se com o nível habitual subordinados, auto-aperfeiçoamento do empregado,
de desempenho no trabalho atual, em determinado informações básicas para pesquisa de recursos humanos,
período, a contar desde a ultima avaliação. estimativa do potencial de desenvolvimento dos
Avaliação do pessoal é a apreciação sistemática empregados, estímulo a maior produtividade,
de um subordinado segundo um trabalho feito, suas oportunidade de conhecimento dos padrões de
aptidões e outras qualidades necessárias à boa execução desempenho da organização, retroação (feedback) de
de seu trabalho; está ligada, frequentemente, mas não informações ao próprio indivíduo avaliado.
necessariamente, às vantagens financeiras a titulo de
encorajamento. MÉTODOS
CHIAVENATO coloca que a Avaliação de ▪ Método da Escala Gráfica
Desempenho é uma sistemática de apreciação de Aparentemente é o método mais simples, daí ser
desempenho do indivíduo no cargo e de seu potencial de um dos mais utilizados. Contudo, sua aplicação requer
desenvolvimento. uma multiplicidade de cuidados, a fim de neutralizar a
Em muitas organizações a Avaliação de subjetividade e prejulgamento do avaliador, que podem
Desempenho é tratada como um procedimento de grande ter enorme interferência. Trata-se de um método que
importância na gestão de recursos humanos. Muitos avalia o desempenho das pessoas através de fatores de
gestores vêem na avaliação de desempenho um conjunto avaliação (produção, conhecimento do trabalho,
de vantagens proveitosas para a melhoria da qualidade, cooperação, criatividade etc.) previamente
produtividade, sendo um meio para desenvolver os definidos e graduados (ótimo, bom, regular, insatisfatório
recursos humanos da organização, pois torna possível etc.).
identificar o grau de contribuição de cada empregado para São vantagens do método: permite aos
organização, identificar os empregados que possuem avaliadores um instrumento de avaliação de fácil
qualificação superior à requerida pelo cargo, identificar em entendimento e aplicação simples; permite uma visão
que medida os programas de treinamento têm contribuído integrada e resumida dos fatores de avaliação, ou seja,
para a melhoria do desempenho dos empregados, das características de desempenho mais realçadas pela
promover o auto-conhecimento e o auto-desenvolvimento empresa e a situação de cada funcionário frente a elas; e
dos empregados, além de fornecer subsídios para definir proporciona pouco trabalho ao avaliador no registro da
o perfil requerido dos ocupantes dos cargos, remuneração avaliação, simplificando-o enormemente.
e promoção, e também para elaboração de planos de São desvantagens: não permite muita flexibilidade
ação para desempenhos satisfatórios. ao avaliador, que deve ajustar-se ao instrumento e não
Segundo CHIAVENATO através da avaliação este às características do avaliado; sujeita a distorções e
podem ser observadas e avaliadas competências como: interferências pessoais dos avaliadores, que tendem a
visão estratégica, planejamento, organização, generalizar sua apreciação sobre os subordinados para
responsabilidade, acompanhamento, liderança, todos os fatores de avaliação (hallo effect): se o
delegação, tomada de decisão, solução de problemas, subordinado é bom em produção, a tendência é avaliá-lo
iniciativa, proatividade, criatividade e inovação, orientação como bom em todos os outros fatores; tende a rotinizar e
a resultados, auto-desenvolvimento, administração de bitolar os resultados das avaliações; e necessita de
conflitos, capacidade de negociação, flexibilidade e procedimentos matemáticos e estatísticos para corrigir
adaptação a mudanças, competências interpessoais e distorções e influência pessoal dos avaliadores que
trabalho em equipe. tendem a apresentar resultados condescendentes ou
A avaliação de desempenho é a técnica que nos exigentes para todos os seus subordinados.
auxilia a ter uma visão mais objetiva do desempenho e do
potencial de um funcionário. ▪ Método da Escolha Forçada
A avaliação de desempenho visa medir o É um método de avaliação do desempenho
desempenho do funcionário no exercício do cargo, desenvolvido por uma equipe de técnicos americanos,
durante certo período de tempo. Por seu intermédio, a durante a Segunda Guerra Mundial, para a escolha de
empresa toma conhecimento da conduta do trabalhador, oficiais das Forças Armadas Americanas que deveriam
ou seja, se corresponde ou não às expectativas que a ser promovidos. O exército americano estava preocupado
empresa teve com relação a ele, por ocasião da seleção, em obter um sistema de avaliação que neutralizasse os
oferecendo ao administrador informações sobre as ações efeitos de hallo, o subjetivismo e o protecionismo típicos
do indivíduo no cargo. do método da escala gráfica, e que permitisse resultados
O desempenho está vinculado à relação existente de avaliação mais objetivos e válidos. Os métodos até
entre as necessidades e a motivação. O limite do então utilizados não permitiam resultados eficientes, e o
desempenho não é estático e altera-se com a aquisição método da escolha forçada aplicado experimentalmente
de novos conhecimentos, com o aprimoramento das possibilitou resultados amplamente satisfatórios, sendo

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posteriormente adaptado e implantado em várias ▪ Método de Avaliação por Resultados: liga-se aos
empresas. programas de Administração por Objetivos. Este método
O método da escolha forçada consiste em avaliar o baseia-se numa comprovação periódica entre os
desempenho dos indivíduos por intermédio de frases resultados fixados (ou separados) para cada funcionário e
descritivas de determinadas alternativas de tipos de os resultados efetivamente alcançados. As conclusões a
desempenho individual. Em cada bloco, ou conjunto respeito dos resultados permitem a identificação dos
composto de duas, quatro ou mais frases, o avaliador pontos fortes e fracos do funcionário, bem como as
deve escolher forçosamente apenas uma ou duas frases providências necessárias para o próximo período. É
que mais se aplicam ao desempenho do funcionário considerado um método prático, embora seu
avaliado. Daí a denominação escolha forçada. funcionamento dependa sobremaneira das atitudes e dos
Vantagens: proporciona resultados mais pontos de vista do supervisor a respeito da avaliação do
confiáveis e isentos de influências subjetivas e pessoais, desempenho.
pois elimina o efeito de generalização (hallo effect); sua
aplicação é simples e não exige preparo intenso ou ▪ Frases descritivas: técnica que utiliza blocos de frases
sofisticado dos avaliadores. descritivas. Não há obrigatoriedade de escolha. Usa o
Desvantagens: sua elaboração e montagem são mesmo bloco da Técnica de Escolha Forçada, mas o
complexas, exigindo um planejamento muito cuidadoso e avaliador pode escolher quantas frases quiser.
demorado; é um método fundamentalmente comparativo
e discriminativo e apresenta resultados globais; discrimina QUESTÕES DE CONCURSOS
apenas os funcionários bons, médios e fracos, sem
01. (TST) As organizações públicas têm investido em
informações maiores, e quando utilizado para fins de
sistemas de avaliação de desempenho de seus
desenvolvimento de recursos humanos, necessita de uma
funcionários, visando atender orientação do governo
complementação de informações sobre necessidades de
treinamento, potencial de desenvolvimento etc; deixa o federal. Quanto a esse tema, julgue os itens que se
seguem.
avaliador sem noção alguma do resultado da avaliação
1 O processo de avaliação de desempenho é composto
que fixa a respeito de seus subordinados.
de etapas que implicam, além da própria avaliação, o
planejamento e o acompanhamento do desempenho
▪ Método de Comparação aos Pares dos funcionários para que esse desempenho possa
É um método de avaliação de desempenho que ser efetivamente gerenciado.
compara dois a dois funcionários, de cada vez e se anota 2 O funcionário deve ser avaliado pelo seu chefe
na coluna da direita aquele que é considerado melhor imediato, por ser este o indivíduo que tem a visão
quanto ao desempenho. Neste método, podem-se completa do seu desempenho.
também utilizar fatores de avaliação. Recomenda-se a 3 A avaliação focada em traços busca verificar se o
aplicação deste método apenas quando os avaliadores avaliado apresenta o comportamento necessário para
não têm condições de usar outros métodos de avaliação. o alcance das metas que estão sob sua
responsabilidade, o que implica o estabelecimento de
▪ Auto-avaliação um perfil desejado e o acompanhamento das ações
É um método onde o próprio funcionário se avalia. que expressam esse perfil,
Deve ser usada em organizações com pessoal de elevado 4 Em um órgão, a área designada para coordenar o
nível de instrução e com equilíbrio emocional, capaz de sistema de avaliação de desempenho deve realizar
tornar o mais imparcial possível o processo. seu trabalho com foco no que foi planejado, buscando
preservar as fronteiras da sua área em relação às
▪ Incidentes Críticos outras que compõem o sistema de recursos humanos,
Uma técnica sistemática, por meio da qual o e atuando dentro dessas fronteiras
supervisor imediato observa e registra os fatos
excepcionalmente positivos e os fatos excepcionalmente 02. (FINEP) No que se refere a métodos de administração
negativos a respeito do desempenho dos seus do desempenho, julgue os itens abaixo.
subordinados. Focaliza tanto as exceções positivas como 1 A avaliação do desempenho deve estar associada a
as negativas no desempenho das pessoas. metas e resultados esperados.
2 Um sistema de administração de desempenho deve
▪ 360 Graus concentrar-se na definição e na obtenção de
Eficiente instrumento de apoio à gestão de indicadores de desempenho.
pessoas, a 360 graus avalia o profissional em vários 3 A utilização do método da escolha forçada permite
aspectos do seu desempenho em uma organização. reduzir o efeito da generalização, também
Comparando sua própria avaliação com a opinião de denominado efeito de halo.
outras pessoas envolvidas no estudo, fornece base para 4 O método do incidente crítico, com base na atuação em
mudanças de comportamento, atitudes, habilidades e situações extremas, é pouco utilizado pela dificuldade
conhecimentos do colaborador, identificando seus pontos de reproduzir essas situações no ambiente controlado
fortes e os que precisam ser desenvolvidos. de um processo de avaliação.
5 Na avaliação 360 graus, o desempenho é avaliado
pelos superiores, pares e subordinados.
▪ Método de Pesquisa de Campo: é feito pelo chefe,
com assessoria de um especialista (staff) em Avaliação 03. (TST) Acerca da administração de recursos humanos
de Desempenho. O especialista vai a cada sessão para no âmbito de organizações, julgue os itens a seguir.
entrevistar a chefia sobre o desempenho de seus
1 Na avaliação de desempenho, o método dos incidentes
respectivos subordinados. Embora a Avaliação seja
críticos deve ser empregado quando a organização
responsabilidade de cada chefe, há uma ênfase na função
busca avaliar características extremas relacionadas a
de staff em assessorar da maneira mais completa. desempenhos altamente positivos ou altamente
negativos de empregados.

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2 O efeito halo deve ser evitado no processo de avaliação DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994
de desempenho, por se tratar de generalização de Aprova o Código de Ética Profissional do
comportamentos positivos ou negativos observados Servidor Público Civil do Poder Executivo
em relação a um empregado. Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das
04. (CPD-RJ) Avaliação de Desempenho é um
atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e
instrumento gerencial que permite ao administrador
ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da
mensurar os resultados obtidos por um empregado ou
Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n°
por um grupo, em período e área específicos. O
8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e
método que consiste em avaliar o desempenho ou
12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992,
atuação dos indivíduos por meio de frases descritivas
de determinado tipo de desempenho do empregado,
em relação às tarefas que lhe foram atribuídas, DECRETA:
chama-se: Art. 1°. Fica aprovado o Código de Ética
a) escolha forçada Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
b) incidentes críticos Federal, que com este baixa.
c) escalas gráficas Art. 2°. Os órgãos e entidades da Administração
d) 360 graus Pública Federal direta e indireta implementarão, em
e) comparativo sessenta dias, as providências necessárias à plena
vigência do Código de Ética, inclusive mediante a
05. (MPU) Julgue os itens seguintes, relativos a avaliação Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada
de desempenho. por três servidores ou empregados titulares de cargo
1 A opção pelo método de escolha forçada para a efetivo ou emprego permanente.
avaliação do desempenho profissional em uma
organização possibilita alta probabilidade de Parágrafo único. A constituição da Comissão de
ocorrência do efeito Halo. Ética será comunicada à Secretaria da Administração
2 A avaliação de desempenho bem estruturada deve ter Federal da Presidência da República, com a indicação
como objetivo a apreciação sistemática do dos respectivos membros titulares e suplentes.
desempenho dos colaboradores no exercício do cargo Art. 3°. Este decreto entra em vigor na data de sua
bem como a do seu potencial de desenvolvimento. publicação.
3 A técnica de incidentes críticos constitui método de Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e
avaliação pautado nos fatos excepcionalmente 106° da República.
negativos e excepcionalmente positivos relacionados ITAMAR FRANCO
ao desempenho do avaliado. Romildo Canhim
4 Considere que, em determinada organização, o Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.6.1994.
coordenador de uma equipe de trabalho utilize a
técnica de frases descritivas para avaliar o
ANEXO
desempenho dos membros dessa equipe. Nessa
situação, o referido coordenador está livre para Código de Ética Profissional do
escolher e avaliar, entre as frases disponibilizadas, as Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
que sejam mais representativas do comportamento CAPÍTULO I
dos avaliados.
Seção I
5 A ocorrência de prejulgamento e subjetividade constitui
uma das desvantagens da adoção do método da Das Regras Deontológicas
escala gráfica para a avaliação de desempenho dos I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a
profissionais em uma organização. consciência dos princípios morais são primados maiores
que devem nortear o servidor público, seja no exercício do
Gabarito: 01/CECE; 02/CEEEE; 03/CC; 04/A; 05/E-C-C- cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício
C-C da vocação do próprio poder estatal. Seus atos,
comportamentos e atitudes serão direcionados para a
preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
DECRETO Nº 1.171/1994 (CÓDIGO DE Comentários:
ÉTICA PROFISSIONAL DO Regras Deontológicas inicia afirmando que os
funcionários em geral devem agir com dignidade, decoro, zelo
SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO e eficácia, mostrando, assim, a intenção de preservar a honra e a
PODER EXECUTIVO FEDERAL). tradição do serviço público, revelando o compromisso que
precisa ter com quem o paga e precisa dele.
ATITUDES E PRIORIDADE EM SERVIÇO
As atitudes de um profissional no exercício de suas II - O servidor público não poderá jamais
funções devem ser pautadas no seu comportamento desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim,
ético. A prioridade no serviço deve ser a satisfação e o não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o
bem-estar do atendido. Nesse contexto, o decreto N° justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o
1.171 de 22/ de junho de 1994 (aprova o código de ética oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o
profissional do servidor público civil do poder executivo honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no
3
federal) pontua o padrão ético do servidor público. art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
O Código de Ética trás as chamadas Regras
Deontológicas, ou seja, os valores que devem nortear
tanto o servidor quanto o serviço público. 3
A administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do DF e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,

16
Comentários: constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando
Ao servidor público não basta saber o que é legal ou sua omissão comprometimento ético contra o bem
ilegal, mas o que é justo ou injusto, honesto ou desonesto. comum, imputável a quem a negar.
Isto é necessário porque a moral e o direito não são a Comentários:
mesma coisa, embora ambos procurem regulamentar a conduta e O artigo item chama atenção para a necessidade de
as relações das pessoas. divulgação de qualquer ato administrativo, excetuando-se os de
O direito se impõe pela exigência do cumprimento das caráter sigiloso, afirmando que a publicidade constitui um
leis. A moral requer a identificação da pessoa com as normas. requisito de eficácia e moralidade.
Estas somente serão cumpridas se internalizadas pelo indivíduo. VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O
III - A moralidade da Administração Pública não se servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que
limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer
comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do
conduta do servidor público, é que poderá consolidar a erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam
moralidade do ato administrativo. até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma
Nação.
Comentários:
Comentários:
No artigo III o código fala dos fins, enfatizando que
além da distinção entre o bem e o mal, a administração pública O crescimento pessoal e de uma nação só serão
precisa ter como prioridade a ideia de que a sua finalidade é o possíveis com a prática da transparência. A corrupção, o hábito
bem comum. do erro, da opressão ou da mentira aniquilam a dignidade
humana e impedem o crescimento do país.
Orienta que a conduta ética do servidor público precisa
ser a mesma no trabalho e na vida particular, afirmando que a É por isso que, no artigo VIII (abaixo), o código fala do
conduta da vida particular do indivíduo pode aumentar ou direito à verdade que toda pessoa tem. A omissão da verdade
diminuir o seu conceito na vida profissional. não deve ser praticada nem que contrarie os interesses da pessoa
envolvida e os da Administração Pública.
IV - A remuneração do servidor público é custeada
pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até Podemos concluir que, dentro da transparência, são
por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, exigidos do servidor público.
que a moralidade administrativa se integre no Direito, CUIDADO! interesse e competência, que se traduzem:
como elemento indissociável de sua aplicação e de sua • na agilidade do serviço prestado;
finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de • na cortesia para com os clientes;
legalidade.
• na preservação dos equipamentos;
Comentários: • no respeito à hierarquia;
O item IV trata da exigência da moralidade por parte • na coerência entre os princípios do servidor e os da
do servidor, considerando que a sua remuneração é custeada instituição.
pelos títulos pagos por todos e até por ele próprio.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público tempo dedicados ao serviço público caracterizam o
perante a comunidade deve ser entendido como esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como seus tributos direta ou indiretamente significa causar-
cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a
pode ser considerado como seu maior patrimônio. qualquer bem pertencente ao patrimônio público,
Comentários: deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui
O Código, no item V, refere-se ao trabalho do apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou
servidor, considerando-o como seu maior patrimônio e ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que
chamando atenção de que deve ser um acréscimo ao seu dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças
bem-estar. e seus esforços para construí-los.
VI - A função pública deve ser tida como X - Deixar o servidor público qualquer pessoa
exercício profissional e, portanto, se integra na vida à espera de solução que compete ao setor em que
particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos exerça suas funções, permitindo a formação de longas
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou
funcional. ato de desumanidade, mas principalmente grave dano
moral aos usuários dos serviços públicos.
Comentários:
Comentários:
A conduta ética do servidor público precisa ser a mesma
no trabalho e na vida particular, atentando que "os fatos e atos O item X faz menção à formação de longas filas em
verificados na conduta do dia-a-dia, em sua vida privada, decorrência de atrasos na prestação do serviço, caracterizando
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida isso como um ato de desumanidade, um grave dano moral, além
funcional". de uma atitude antiética.

VII - Salvo os casos de segurança nacional, XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às
investigações policiais ou interesse superior do Estado e ordens legais de seus superiores, velando atentamente
da Administração Pública, a serem preservados em por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta
processo previamente declarado sigiloso, nos termos da negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de
lei, a publicidade de qualquer ato administrativo desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e
caracterizam até mesmo imprudência no desempenho
da função pública.
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
(LIMPE) Comentários:

17
O item XI fala da conduta negligente que deve ser i) resistir a todas as pressões de superiores
evitada, não acumulando erros e orienta, também, que o servidor hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que
deve acatar as ordens superiores. visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens
indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou a
XII - Toda ausência injustificada do servidor de
éticas e denunciá-las;
seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço
público, o que quase sempre conduz à desordem nas j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas
relações humanas. exigências específicas da defesa da vida e da segurança
coletiva;
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a
estrutura organizacional, respeitando seus colegas e l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza
cada concidadão, colabora e de todos pode receber de que sua ausência provoca danos ao trabalho
colaboração, pois sua atividade pública é a grande ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;
oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da m) comunicar imediatamente a seus superiores
Nação. todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público,
Comentários: exigindo as providências cabíveis;
Faltar ao trabalho sem justificativa e sem dar satisfação n) manter limpo e em perfeita ordem o local de
é um desrespeito à sua chefia imediata e aos seus colegas. trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua
Lembre-se de que a sua presença é importante. organização e distribuição;
Com base nisso, os dois últimos itens XII e XIII o) participar dos movimentos e estudos que se
relacionem com a melhoria do exercício de suas funções,
(ambos abaixo) tratam das faltas injustificadas ao
tendo por escopo a realização do bem comum;
trabalho, considerando-as um motivo para a desordem
das relações humanas e do respeito à estrutura p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas
organizacional e aos companheiros de trabalho. adequadas ao exercício da função;
Seção II q) manter-se atualizado com as instruções, as
Dos Principais Deveres do Servidor Público normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão
onde exerce suas funções;
Comentários:
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e
Baseando-se na premissa de que o ser humano precisa as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou
obedecer a determinadas regras de conduta, de bem viver, para função, tanto quanto possível, com critério, segurança e
poder ser aceito na sociedade, no seu ambiente de trabalho e, rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.
assim, ser feliz, é que o código de ética prevê os principais
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços
deveres do servidor público.
por quem de direito;
XIV - São deveres fundamentais do servidor t) exercer com estrita moderação as prerrogativas
público: funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários
cargo, função ou emprego público de que seja titular; do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;
b) exercer suas atribuições com rapidez, u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua
perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao
prioritariamente resolver situações procrastinatórias, interesse público, mesmo que observando as
principalmente diante de filas ou de qualquer outra formalidades legais e não cometendo qualquer violação
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor expressa à lei;
em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano v) divulgar e informar a todos os integrantes da
moral ao usuário; sua classe sobre a existência deste Código de Ética,
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando estimulando o seu integral cumprimento.
toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, Seção III
quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais Das Vedações ao Servidor Público
vantajosa para o bem comum;
XV - E vedado ao servidor público;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas,
condição essencial da gestão dos bens, direitos e a) o uso do cargo ou função, facilidades,
serviços da coletividade a seu cargo; amizades, tempo, posição e influências, para obter
qualquer favorecimento, para si ou para outrem;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços
aperfeiçoando o processo de comunicação e contato b) prejudicar deliberadamente a reputação de
com o público; outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,
princípios éticos que se materializam na adequada conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou
prestação dos serviços públicos; ao Código de Ética de sua profissão;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e d) usar de artifícios para procrastinar ou
atenção, respeitando a capacidade e as limitações dificultar o exercício regular de direito por qualquer
individuais de todos os usuários do serviço público, sem pessoa, causando-lhe dano moral ou material;
qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, e) deixar de utilizar os avanços técnicos e
sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes atendimento do seu mister;
dano moral; f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias,
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
temor de representar contra qualquer interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados
comprometimento indevido da estrutura em que se administrativos ou com colegas hierarquicamente
funda o Poder Estatal; superiores ou inferiores;

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g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber QUESTÕES DE CONCURSOS
qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio,
comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para (CESPE/Unb – Agente Administrativo – MTE/2008) A
si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da busca da gestão socialmente responsável tem exigido
sua missão ou para influenciar outro servidor para o maior transparência das instituições, sejam públicas,
mesmo fim; sejam privadas, nas relações com seus fornecedores,
funcionários e clientes. Tal atributo tem sido
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que
fundamental para a reputação das organizações, que
deva encaminhar para providências;
devem explicitar à sociedade seus valores e a seu
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que corpo funcional os padrões éticos e de conduta
necessite do atendimento em serviços públicos; considerados adequados.
j) desviar servidor público para atendimento a Nesse contexto e à luz do Código de Ética Profissional
interesse particular; do Servidor Público do Poder Executivo Federal, julgue
l) retirar da repartição pública, sem estar os itens seguintes.
legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem 01. O agente público tem o dever de buscar o equilíbrio
pertencente ao patrimônio público; entre a legalidade e a finalidade na tentativa de
proporcionar a consolidação da moralidade do ato
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas
administrativo praticado.
no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de
02. O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante
parentes, de amigos ou de terceiros;
a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora seu próprio bem-estar, já que, como cidadão,
dele habitualmente; integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que ser considerado como seu maior patrimônio.
atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da 03. De acordo com o referido código de ética, tratar mal
pessoa humana; uma pessoa que paga seus tributos direta ou
p) exercer atividade profissional a ética ou ligar o indiretamente significa causar-lhe dano moral.
seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. 04. Um servidor que permite que um processo não seja
CAPÍTULO II solucionado a contento pode ser acusado de usar de
DAS COMISSÕES DE ÉTICA artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício
regular de direito por qualquer pessoa.
XVI - Em todos os órgãos e entidades da 05. O referido código serve primordialmente para punir o
Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e comportamento não-ético do Servidor público, já que
fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que possui caráter de obrigatoriedade.
exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá
ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de (CESPE/Unb – Administrador MTE/2008) Considerando
orientar e aconselhar sobre a ética profissional do os preceitos do Código de Ética Profissional do
servidor, no tratamento com as pessoas e com o Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal,
patrimônio público, competindo-lhe conhecer julgue o item que se segue.
concretamente de imputação ou de procedimento 06. As ordens de superiores hierárquicos devem ser
susceptível de censura. sempre atendidas, sem questionamento, em respeito à
XVII - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) hierarquia nas relações de trabalho.
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos
organismos encarregados da execução do quadro de (CESPE/Unb – Agente Administrativo - Ministério do
carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta Esporte /2008) Julgue os itens que se seguem,
ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e acerca da ética no serviço público.
para todos os demais procedimentos próprios da carreira 07. São deveres do servidor público a manutenção da
do servidor público. limpeza e a organização do local onde executa suas
XIX (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) funções.
08. A rapidez de resposta ao usuário pode ser
XX. (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
caracterizada como uma atitude ética na
XXI (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) administração pública.
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela 09. Documentos encaminhados para providências podem
Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação ser alterados em situações específicas.
constará do respectivo parecer, assinado por todos os 10. Informações privilegiadas obtidas no serviço, desde
seus integrantes, com ciência do faltoso. que não sejam utilizadas em benefício próprio, devem
XXIII (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) ser fornecidas pelo servidor quando solicitadas por
pessoas idôneas.
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento
11. É desnecessária a autorização legal para a retirada de
ético, entende-se por servidor público todo aquele
documentos que pertençam ao local de trabalho do
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato
servidor no órgão público.
jurídico, preste serviços de natureza permanente,
temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição
(CESPE/Unb – Técnico Judiciário – STJ/2008) No
financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a
serviço público, o funcionário deve-se guiar pela
qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as
conduta ética, que abrange aspectos da atuação e da
fundações públicas, as entidades paraestatais, as
relação com os públicos externo e interno. Julgue os
empresas públicas e as sociedades de economia mista,
itens a seguir, acerca do comportamento ético do
ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do
servidor público e suas implicações.
Estado.
12. O funcionário, ao atender o usuário de seu serviço,
XXV (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) deve ser cortês e interessado, mesmo que este
usuário apresente comportamento irritado e

19
indelicado, ou seja, de classe socioeconômica inferior não pode ser considerada imprópria ao serviço
à sua ou, ainda, ostente símbolos religiosos diferentes público, pois envolve uma atividade que não guarda
de sua religião. relação direta com as atribuições do seu cargo.
13. O funcionário que, no exercício de suas funções, 24. Marcos é servidor público e, todos os dias, sai para
deixa o usuário de seu serviço à espera enquanto bares com amigos e ingere grande quantidade de
atende ligação telefônica particular por 20 minutos bebidas alcoólicas. Por conta disso, Marcos é
causa danos morais a esse usuário. conhecido pro embriagar-se habitualmente, e, ainda
14. Caso o chefe de um órgão público determine a seu que isso não interfira na sua assiduidade ao serviço,
subordinado a execução de ato vetado pelo código de tem afetado reiteradamente a sua pontualidade,
ética no serviço público, o servidor deverá obedecer situação que Marcos busca compensar trabalhando
prontamente à determinação, pois é seu dever além do horário de expediente.
respeitar a hierarquia em todas as situações. Nesse caso, o comportamento de Marcos não pode
15. Caso ocorra uma tentativa de suborno por parte do ser considerado incompatível com o serviço público.
usuário, compete ao funcionário recusar a proposta e 25. Há algum tempo, Bruno, servidor público responsável
registrar a ocorrência, omitindo a identificação do pelo controle do material de expediente do setor em
usuário porque, mesmo nessas condições, o que trabalha, observa que Joana, servidora pública
funcionário tem o compromisso ético de preservar a lotada nesse mesmo setor, utiliza recursos materiais
idoneidade moral do usuário. da repartição em atividades particulares. Em razão de
16. Em situações únicas, se o servidor necessitar de mão- seu espírito de solidariedade e da amizade que nutre
de-obra, equipamento ou material do órgão público por Joana, Bruno se abstém de levar ao conhecimento
para atender necessidades de superiores ou do chefe do setor os atos praticados por sua colega de
imprevistos pessoais, estará impedido pelo código de trabalho.
ética, mas poderá pedir auxílio à colega prestador de Nessa situação, Bruno age de forma correta, pois
serviço temporário e não-remunerado, pois, nessa compete ao chefe detectar, por si mesmo, quaisquer
categoria, o trabalhador não é considerado servidor irregularidades no setor, caracterizando ofensa à ética o
público e não está submetido às mesmas restrições servidor público denunciar colega de trabalho.
éticas.
26. Ricardo, servidor público, enquanto participava da
(CESPE/Unb – Agente Administrativo preparação de um edital de licitação para contratação
SEPLAG/DFTRANS/2008) Julgue os itens a seguir, de fornecimento de refeições para o órgão em que
que versam sobre a ética no serviço público. trabalha, antecipou algumas das regras que iriam
17. Uma das formas de se avaliar se é ético um fazer parte do edital para Carlos, dono de uma
comportamento profissional é verificar como o servidor empresa de fornecimento de marmitas, famosa pela
contribui para que a população tenha uma visão qualidade e os ótimos preços dos seus produtos, a fim
positiva a respeito da organização. de que esse pudesse adequar alguns procedimentos
18. A adequada prestação dos serviços públicos está de sua empresa ao edital. A iniciativa de Ricardo
relacionada à questões de ordem técnica, sem, deveu-se somente ao fato de que ele conhecer bem
necessariamente caracterizar-se por uma atitude ética os produtos da empresa de Carlos, não lhe trazendo
no trabalho. qualquer vantagem pecuniária.
Nessa situação, é correto afirmar que Ricardo agiu em
(CESPE/Unb – Técnico Judiciário – TST/2008) Com prol do interesse coletivo e que a sua atitude não fere a
relação à ética no serviço público, julgue os itens a ética no serviço público.
seguir.
19. O respeito à hierarquia e a disciplina não impede que (CESPE/Unb - Técnico em Regulação de Serviços
o servidor público represente contra ato que Público de Telecomunicações - ANATEL /2006)
caracterize omissão ou abuso de poder, ainda que Com relação ao Código de Ética Profissional do
esse ato tenha emanado de superior hierárquico. Servidor Público, julgue os itens que se seguem.
20. O servidor público deve abster-se de exercer sua 27. É vedado ao servidor público receber qualquer tipo de
função, poder ou autoridade com finalidade estranha ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão,
ao interesse público, mesmo não cometendo qualquer doação ou vantagem de qualquer espécie, para o
violação expressa à lei. cumprimento da sua missão ou para, com a mesma
21. É dever do servidor público guardar sigilo sobre finalidade, influenciar outro servidor.
assuntos da repartição que envolvam questões 28. Em todos os órgãos e entidades da administração
relativas á segurança da sociedade. pública federal direta, deve existir uma comissão de
22. O servidor público pode retirar da repartição ética encarregada de orientar e aconselhar sobre a
documento pertencente ao patrimônio público, sem ética profissional do servidor, no tratamento com o
prévia autorização da autoridade competente, se patrimônio público; de julgar infrações e determinar
exercer cargo de confiança ou função à qual esse punições, advertências e censuras administrativas
documento esteja relacionado. cabíveis; bem como de aplicar multas e de executar a
liquidação extrajudicial do patrimônio particular dos
O servidor público deve ter consciência de que seu indiciados.
trabalho é regido por princípios éticos que se materializam
na adequada prestação dos serviços públicos. Em cada GABARITO COMENTADO
item a seguir é apresentada uma situação hipotética, QUEST COMENTÁRIO
seguida de uma assertiva que deve ser julgada 1. C Conforme Regras Deontológicas no inciso III - A
considerando os princípios éticos do serviço público. moralidade da Administração Pública não se limita
23. Cláudio é servidor público e, para aumentar a sua à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
renda, comercializa, em seu ambiente de trabalho, acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem
mas fora do horário normal de expediente, cópias de comum. O equilíbrio entre a legalidade e a
CDs e DVDs. Nessa situação, a conduta de Cláudio finalidade, na conduta do servidor público, é que

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poderá consolidar a moralidade do ato procurando prioritariamente resolver situações
administrativo. procrastinatórias, principalmente diante de filas ou
2. C Conforme Regras Deontológicas no inciso V - O de qualquer outra espécie de atraso na prestação
trabalho desenvolvido pelo servidor público perante dos serviços pelo setor em que exerça suas
a comunidade deve ser entendido como acréscimo atribuições, com o fim de evitar dano moral ao
ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, usuário.
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode 14. E Conforme Deveres (letra h) ter respeito à
ser considerado como seu maior patrimônio. hierarquia, porém sem nenhum temor de
3. C Conforme Regras Deontológicas no inciso IX - A representar contra qualquer comprometimento
cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo indevido da estrutura em que se funda o Poder
dedicados ao serviço público caracterizam o Estatal; e Regras Deontológicas inciso XI - O
esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens
paga seus tributos direta ou indiretamente significa legais de seus superiores, velando atentamente por
causar-lhe dano moral. seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta
4. C Conforme Deveres (letra b) exercer suas atribuições negligente.
com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou 15. E De fato compete ao funcionário recusar a proposta
procurando prioritariamente resolver situações e registrar a ocorrência, porém neste caso deverá
procrastinatórias, principalmente diante de filas ou ser identificado o usuário.
de qualquer outra espécie de atraso na prestação 16. E Conforme Decreto 6.029/2007 - no artigo 11 –
dos serviços pelo setor em que exerça suas parágrafo único: Entende-se por agente público,
atribuições, com o fim de evitar dano moral ao para os fins deste Decreto, todo aquele que, por
usuário. força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico,
5. E O referido código não serve primordialmente para preste serviços de natureza permanente, temporária,
punir o comportamento não-ética do Servidor excepcional ou eventual, ainda que sem retribuição
Público, mais para conscientizá-lo e norteá-lo, seja financeira, a órgão ou entidade da administração
no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já pública federal, direta e indireta.
que refletirá o exercício da vocação do próprio 17. C A visão positiva a respeito da organização por parte
poder estatal. da população depende do comportamento ético-
6. E Conforme Regras Deontológicas inciso XI - O profissional do servidor público no exercício do
servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens cargo ou função ou fora dele.
legais de seus superiores, velando atentamente por 18. E Não somente de questõe de ordem técnica, mas
seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta também se caracteriza por uma atitude ética no
negligente Os repetidos erros, o descaso e o trabalho.
acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de 19. C Conforme Deveres (letra h) ter respeito à
corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no hierarquia, porém sem nenhum temor de
desempenho da função pública. representar contra qualquer comprometimento
7. C Conforme Deveres (letra n) manter limpo e em indevido da estrutura em que se funda o Poder
perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os Estatal;
métodos mais adequados à sua organização e 20. C Conforme Deveres (letra u) abster-se, de forma
distribuição. absoluta, de exercer sua função, poder ou
8. C Conforme Deveres (letra b) exercer suas atribuições autoridade com finalidade estranha ao interesse
com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou público, mesmo que observando as formalidades
procurando prioritariamente resolver situações legais e não cometendo qualquer violação expressa
procrastinatórias, principalmente diante de filas ou à lei.
de qualquer outra espécie de atraso na prestação 21. C Conforme Regras Deontológicas inciso VII - Salvo
dos serviços pelo setor em que exerça suas os casos de segurança nacional, investigações
atribuições, com o fim de evitar dano moral ao policiais ou interesse superior do Estado e da
usuário. Administração Pública, a ser preservados em
9. E Conforme Vedações (letra h) alterar ou deturpar o processo previamente declarado sigiloso, nos
teor de documentos que deva encaminhar para termos da lei, a publicidade de qualquer ato
providências. administrativo constitui requisito de eficácia e
10. E Conforme Vedações (letra m) fazer uso de moralidade, ensejando sua omissão
informações privilegiadas obtidas no âmbito comprometimento ético contra o bem comum,
interno de seu serviço, em benefício próprio, de imputável a quem a negar. Podemos entender
parentes, de amigos ou de terceiros. segurança da sociedade como segurança nacional.
11. E Conforme Vedações (letra l) retirar da repartição 22. E Conforme Vedações (letra l) retirar da repartição
pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer
documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio
público. público.
12. C Conforme Deveres (letra g) ser cortês, ter 23. E Conforme Vedações (letra p) exercer atividade
urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando profissional aética ou ligar o seu nome a
a capacidade e as limitações individuais de todos os empreendimentos de cunho duvidoso.
usuários do serviço público, sem qualquer espécie 24. E Conforme Vedações (letra n) apresentar-se
de preconceito ou distinção de raça, sexo, embriagado no serviço ou fora dele habitualmente.
nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e 25. E Conforme Vedações (letra c) ser, em função de seu
posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar- espírito de solidariedade, conivente com erro ou
lhes dano moral. infração a este Código de Ética ou ao Código de
13. C Conforme Deveres (letra b) exercer suas atribuições Ética de sua profissão.
com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou 26. E Conforme Vedações (letra m) fazer uso de

21
informações privilegiadas obtidas no âmbito I - lista dos bens, com identificação dos respectivos
interno de seu serviço, em benefício próprio, de valores estimados ou de aquisição, que poderá ser
parentes, de amigos ou de terceiros. substituída pela remessa de cópia da última declaração
27. C Conforme Vedações (letra g) pleitear, solicitar, de bens apresentada à Secretaria da Receita Federal do
provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda Ministério da Fazenda;
financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação II - informação sobre situação patrimonial
ou vantagem de qualquer espécie, para si, específica que, a juízo da autoridade, suscite ou possa
familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento eventualmente suscitar conflito com o interesse público e,
da sua missão ou para influenciar outro servidor se for o caso, o modo pelo qual pretende evitá-lo.
para o mesmo fim Art. 2° As informações prestadas na forma do
28. E Conforme Regras Deontológicas inciso XVI - Em artigo anterior são de caráter sigiloso e, uma vez
todos os órgãos e entidades da Administração conferidas por pessoa designada pela CEP, serão
Pública Federal direta, indireta autárquica e encerradas em envelope lacrado.
fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que Art. 3° A autoridade deverá também comunicar à
exerça atribuições delegadas pelo poder público, CEP as participações de que for titular em sociedades de
deverá ser criada uma Comissão de Ética, economia mista, de instituição financeira ou de empresa
encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética que negocie com o Poder Público, conforme determina o
profissional do servidor, no tratamento com as art. 6o do Código de Conduta.
pessoas e com o patrimônio público, competindo- Art. 4° O prazo de apresentação de informações
lhe conhecer concretamente de imputação ou de será de dez dias, contados:
procedimento susceptível de censura. As comissões I - da data de publicação desta Resolução, para as
de ética não determinam punições, advertências, autoridades que já se encontram no exercício do cargo;
multas e execução de liquidação extrajudicial do II - da data da posse, para as autoridades que
patrimônio particular dos indiciados, como vierem a ser doravante nomeadas.
afirmado. A ÚNICA PENALIDADE Art. 5° As seguintes autoridades estão obrigadas a
APLICADA É A CENSURA. prestar informações (art. 2o do Código de Conduta):
29. E Conforme Capítulo II – Comissões de Ética / I - Ministros e Secretários de Estado;
Decreto 1.171/94 II - titulares de cargos de natureza especial,
XXIII - A Comissão de Ética não poderá se eximir secretários-executivos, secretários ou autoridades
de fundamentar o julgamento da falta de ética do equivalentes ocupantes de cargo do Grupo-Direção e
servidor público ou do prestador de serviços Assessoramento Superiores - DAS, nível seis;
contratado, alegando a falta de previsão neste III - presidentes e diretores de agências nacionais,
Código, cabendo-lhe recorrer à analogia, aos autarquias, inclusive as especiais, fundações mantidas
costumes e aos princípios éticos e morais pelo Poder Público, empresas públicas e sociedades de
conhecidos em outras profissões. economia mista.
(Revogação pelo DECRETO Nº 6.029 / 1º.02.2007) Art. 6° As informações prestadas serão mantidas
Art. 16. As Comissões de Ética não poderão em sigilo, como determina o § 2º do art. 5º do referido
escusar-se de proferir decisão sobre matéria de sua Código.
competência alegando omissão do Código de Art. 7° As informações de que trata esta Resolução
Conduta da Alta Administração Federal, do Código deverão ser remetidas à CEP, em envelope lacrado,
de Ética Profissional do Servidor Público Civil do localizada no Anexo II do Palácio do Planalto, sala 250 -
Poder Executivo Federal ou do Código de Ética do Brasília-DF.
João Geraldo Piquet Carneiro
órgão ou entidade, que, se existente, será suprida
Presidente
pela analogia e invocação aos princípios da Publicado no D.O de 14.09.2000
legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência. RESOLUÇÃO Nº 2, DE 24 DE OUTUBRO DE 2000.
Regula a participação de autoridade pública
abrangida pelo Código de Conduta da Alta
RESOLUÇÕES 1 A 10 DA COMISSÃO Administração Federal em seminários e
DE ÉTICA PÚBLICA DA outros eventos
Comissão de Ética Pública, com fundamento no
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. art. 2º, inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, adota
RESOLUÇÃO N° 01, 13 DE SETEMBRO DE 2000. a presente resolução interpretativa do parágrafo único do
Estabelece procedimentos para art.7º do Código de Conduta da Alta Administração
apresentação de informações, sobre Federal.
situação patrimonial, pelas autoridades 1. A participação de autoridade pública abrangida
submetidas ao Código de Conduta da Alta pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal
Administração Federal. em atividades externas, tais como seminários,
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de congressos, palestras e eventos semelhantes, no Brasil
suas atribuições, e tendo em vista o disposto no art. 4° do ou no exterior, pode ser de interesse institucional ou
Código de Conduta da Alta Administração Federal, pessoal.
R E S O L V E: 2. Quando se tratar de participação em evento de
Art. 1° O cumprimento do disposto no art. 4o do interesse institucional, as despesas de transporte e
Código de Conduta da Alta Administração Federal, que estada, bem como as taxas de inscrição, se devidas,
trata da apresentação de informações sobre a situação correrão por conta do órgão a que pertença a autoridade,
patrimonial das autoridades a ele submetidas, será observado o seguinte:
atendido mediante o envio à Comissão de Ética Pública - I - excepcionalmente, as despesas de transporte e
CEP de: estada, bem como as taxas de inscrição, poderão ser
custeadas pelo patrocinador do evento, se este for:

22
a) organismo internacional do qual o Brasil faça tornar mais clara e detalhada a aplicação da norma
parte; constante do Código de Conduta.
b) governo estrangeiro e suas instituições; A presente Resolução, de caráter interpretativo,
c) instituição acadêmica, científica e cultural; visa justamente afastar dúvidas sobre a maneira pela qual
d) empresa, entidade ou associação de classe que a autoridade pública poderá participar de determinados
não esteja sob a jurisdição regulatória do órgão a que eventos externos, dentro dos limites éticos constantes do
pertença a autoridade, nem que possa ser beneficiária de Código de Conduta. Os dois princípios básicos que
decisão da qual participe a referida autoridade, seja orientam a resolução ora adotada são a transparência,
individualmente, seja em caráter coletivo. assegurada pela publicidade, e a inexistência de
II - a autoridade poderá aceitar descontos de interesse do patrocinador dos referidos eventos em
transporte, hospedagem e refeição, bem como de taxas decisão da autoridade pública convidada.
de inscrição, desde que não se refira a benefício pessoal. A Resolução, para fins práticos, distinguiu a
3. Quando se tratar de evento de interesse pessoal participação da autoridade em dois tipos: a de
da autoridade, as despesas de remuneração, transporte e interesse institucional e a de interesse pessoal. Entende-
estada poderão ser custeadas pelo patrocinador, desde se por participação de interesse institucional aquela que
que: resulte de necessidade e conveniência identificada do
I - a autoridade torne públicas as condições órgão ao qual pertença a autoridade e que possa
aplicáveis à sua participação, inclusive o valor da concorrer para o cumprimento de suas atribuições legais.
remuneração, se for o caso; Quando a participação for de interesse pessoal, a
II - o promotor do evento não tenha interesse em cobertura de custos pelos promotores do evento somente
decisão que possa ser tomada pela autoridade, seja será admissível se: 1) a autoridade tornar públicas as
individualmente, seja de caráter coletivo. condições aplicáveis à sua participação; 2) o promotor do
4. As atividades externas de interesse pessoal não evento não tiver interesse em decisão da esfera de
poderão ser exercidas em prejuízo das atividades normais competência da autoridade; 3) a participação não resulte
inerentes ao cargo. em prejuízo das atividades normais inerentes ao seu
5. A publicidade da remuneração e das despesas cargo.
de transporte e estada será assegurada mediante registro Em se tratando de participação de autoridade em
do compromisso na respectiva agenda de trabalho da evento de interesse institucional, não é permitida a
autoridade, com explicitação das condições de sua cobertura das despesas de transporte e estada pelo
participação, a qual ficará disponível para consulta pelos promotor do evento, exceto quando este for: 1) organismo
interessados. internacional do qual o Brasil faça parte; 2) governo
6. A autoridade não poderá aceitar o pagamento estrangeiro e suas instituições; 3) instituição acadêmica,
ou reembolso de despesa de transporte e estada, científica ou cultural; 4) empresa, entidade ou associação
referentes à sua participação em evento de interesse de classe que não tenha interesse em decisão da
institucional ou pessoal, por pessoa física ou jurídica com autoridade. Da mesma forma, as despesas poderão ser
a qual o órgão a que pertença mantenha relação de cobertas pelo promotor do evento quando decorrente de
negócio, salvo se o pagamento ou reembolso decorrer de obrigação contratual de empresa perante a instituição da
obrigação contratual previamente assumida perante autoridade.
aquele órgão. Não será permitida, tampouco, a aceitação do
24 de outubro de 2000 pagamento ou reembolso de despesa de transporte e
João Geraldo Piquet Carneiro estada por empresa com a qual o órgão a que pertença a
Presidente da Comissão de Ética Pública autoridade mantenha relação de negócio. É o caso, por
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 27.10.2000
exemplo, de empresa que forneça bens ou serviços ao
NOTA EXPLICATIVA referido órgão, a menos que tal pagamento ou reembolso
Participação de autoridades submetidas ao Código de decorra de obrigação contratual por ela assumida.
Conduta da Alta Administração Federal em A publicidade relativa à participação das
seminários, congressos e eventos semelhantes autoridades em eventos externos será assegurada
mediante registro na agenda de trabalho da autoridade
O Código de Conduta da Alta Administração
das condições de sua participação, inclusive
Federal estabeleceu os limites que devem ser observados
remuneração, se for o caso. A agenda de trabalho ficará
para a participação de autoridades a ele submetidas em
disponível para consulta por qualquer interessado. O
seminários, congressos e eventos semelhantes (art. 7º,
acesso público à agenda deve ser facilitado.
parágrafo único).
Em síntese, por meio desta resolução
A experiência anterior ao Código de Conduta
interpretativa, a Comissão procurou fixar os balizamentos
revela um tratamento não uniforme nas condições
mínimos a serem observados pelas autoridades
relativas à participação das autoridades da alta
abrangidas pelo Código de Conduta, sem prejuízo de que
administração federal nesses eventos. Com efeito, diante
cada órgão detalhe suas próprias normas internas sobre a
das conhecidas restrições de natureza orçamentária e
participação de seus servidores em eventos externos.
financeira, passou-se a admitir que as despesas de
viagem e estada da autoridade fossem custeadas pelo
promotor do seminário ou congresso. RESOLUÇÃO Nº 3, DE 23 DE NOVEMBRO DE
Tal prática, porém, não se coaduna com a 2000.
necessidade de prevenir situações que possam Regras sobre o tratamento de presentes e
comprometer a imagem do governo ou, até mesmo, brindes aplicáveis às autoridades públicas
colocar a autoridade em situação de constrangimento. É o abrangidas pelo Código de Conduta da Alta
que ocorre, por exemplo, quando o patrocinador tem Administração Federal
interesse em decisão específica daquela autoridade. A Comissão de Ética Pública, com fundamento
Após o advento do Código de Conduta, diversas no art. 2º, inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, e
consultas sobre o tema chegaram à Comissão de Ética considerando que:
Pública, o que demonstrou a inequívoca necessidade de

23
a) de acordo com o art. 9º do Código de Conduta ou cultural, desde que não ultrapassem o valor unitário de
da Alta Administração Federal, é vedada a aceitação de R$ 100,00 (cem reais);
presentes por autoridades públicas a ele submetidas; II – cuja periodicidade de distribuição não seja
b) a aplicação da mencionada norma e de suas inferior a 12 (doze) meses; e
exceções requer orientação de caráter prático às referidas III – que sejam de caráter geral e, portanto, não se
autoridades, destinem a agraciar exclusivamente uma determinada
Resolve adotar a presente Resolução de caráter autoridade.
interpretativo: 6. Se o valor do brinde ultrapassar a R$ 100,00
Presentes (cem reais), será ele tratado como presente, aplicando-se-
1. A proibição de que trata o Código de Conduta se lhe a norma prevista no item 3 acima.
refere ao recebimento de presentes de qualquer valor, em 7. Havendo dúvida se o brinde tem valor comercial
razão do cargo que ocupa a autoridade, quando o de até R$ 100,00 (cem reais), a autoridade determinará
ofertante for pessoa, empresa ou entidade que: sua avaliação junto ao comércio, podendo ainda, se julgar
I – esteja sujeita à jurisdição regulatória do órgão a conveniente, dar-lhe desde logo o tratamento de presente.
que pertença a autoridade; Divulgação e solução de dúvidas
II – tenha interesse pessoal, profissional ou 8. A autoridade deverá transmitir a seus
empresarial em decisão que possa ser tomada pela subordinados as normas constantes desta Resolução, de
autoridade, individualmente ou de caráter coletivo, em modo a que tenham ampla divulgação no ambiente de
razão do cargo; trabalho.
III – mantenha relação comercial com o órgão a 9. A incorporação de presentes ao patrimônio
que pertença a autoridade; ou histórico cultural e artístico, assim como a sua doação a
IV – represente interesse de terceiros, como entidade de caráter assistencial ou filantrópico
procurador ou preposto, de pessoas, empresas ou reconhecida como de utilidade pública, deverá constar da
entidades compreendidas nos incisos I, II e III. respectiva agenda de trabalho ou de registro específico
2. É permitida a aceitação de presentes: da autoridade, para fins de eventual controle.
I – em razão de laços de parentesco ou amizade, 10. Dúvidas específicas a respeito da
desde que o seu custo seja arcado pelo próprio ofertante, implementação das normas sobre presentes e brindes
e não por pessoa, empresa ou entidade que se enquadre poderão ser submetidas à Comissão de Ética Pública,
em qualquer das hipóteses previstas no item anterior; conforme o previsto no art. 19 do Código de Conduta.
II – quando ofertados por autoridades estrangeiras, Brasília, 23 de novembro de 2000
nos casos protocolares em que houver reciprocidade ou João Geraldo Piquet Carneiro
em razão do exercício de funções diplomáticas. Presidente da Comissão
3. Não sendo viável a recusa ou a devolução Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
imediata de presente cuja aceitação é vedada, a 1.12.2000
autoridade deverá adotar uma das seguintes
providências: RESOLUÇÃO Nº 4, DE 7 DE JUNHO DE 2001
I – tratando-se de bem de valor histórico, cultural Aprova o Regimento Interno da omissão de
ou artístico, destiná-lo ao acervo do Instituto do Ética Pública
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN para que A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com
este lhe dê o destino legal adequado; o
fundamento no art. 2 , inciso VII, do Decreto de 26 de
II - promover a sua doação a entidade de caráter maio de 1999,
assistencial ou filantrópico reconhecida como de utilidade RESOLVE:
pública, desde que, tratando-se de bem não perecível, se o
Art. 1 Fica aprovado na forma desta Resolução o
comprometa a aplicar o bem ou o produto da sua Regimento Interno da Comissão de Ética Pública.
alienação em suas atividades fim; ou(Redação dada pela CAPÍTULO I
Resolução nº 6, de 25.7.2001) DA COMPETÊNCIA
o
III - determinar a incorporação ao patrimônio da Art. 2 Compete à Comissão de Ética Pública
entidade ou do órgão público onde exerce a (CEP):
função.(Incluído pela Resolução nº 6, de 25.7.2001)" I - assegurar a observância do Código de Conduta
4. Não caracteriza presente, para os fins desta da Alta Administração Federal, aprovado pelo Presidente
Resolução: da República em 21 de agosto de 2000, pelas autoridades
I – prêmio em dinheiro ou bens concedido à públicas federais por ele abrangidas;
autoridade por entidade acadêmica, científica ou cultural, II - submeter ao Presidente da República
em reconhecimento por sua contribuição de caráter sugestões de aprimoramento do Código de Conduta e
intelectual; resoluções de caráter interpretativo de suas normas;
II – prêmio concedido em razão de concurso de III - dar subsídios ao Presidente da República e
acesso público a trabalho de natureza acadêmica, aos Ministros de Estado na tomada de decisão
científica, tecnológica ou cultural; concernente a atos de autoridade que possam implicar
III – bolsa de estudos vinculada ao descumprimento das normas do Código de Conduta;
aperfeiçoamento profissional ou técnico da autoridade, IV - apurar, de ofício ou em razão de denúncia,
desde que o patrocinador não tenha interesse em decisão condutas que possam configurar violação do Código de
que possa ser tomada pela autoridade, em razão do cargo Conduta, e, se for o caso, adotar as providências nele
que ocupa. previstas;
Brindes V - dirimir dúvidas a respeito da aplicação do
5. É permitida a aceitação de brindes, como tal Código de Conduta e deliberar sobre os casos omissos;
entendidos aqueles: VI - colaborar, quando solicitado, com órgãos e
I –que não tenham valor comercial ou sejam entidades da administração federal, estadual e municipal,
distribuídos por entidade de qualquer natureza a título de ou dos Poderes Legislativo e Judiciário; e
cortesia, propaganda, divulgação habitual ou por ocasião VII - dar ampla divulgação ao Código de Conduta.
de eventos ou datas comemorativas de caráter histórico CAPÍTULO II

24
DA COMPOSIÇÃO II - pedir vista de matéria em deliberação pela
o
Art. 3 A CEP é composta por seis membros CEP;
designados pelo Presidente da República, com mandato III - solicitar informações a respeito de matérias
de três anos, podendo ser reconduzidos. sob exame da Comissão; e
o
§ 1 Os membros da CEP não terão remuneração IV - representar a CEP em atos públicos, por
e os trabalhos por eles desenvolvidos são considerados delegação de seu Presidente.
prestação de relevante serviço público. Art. 10. Ao Secretário-Executivo compete:
o
§ 2 As despesas com viagens e estada dos I - organizar a agenda das reuniões e assegurar o
membros da CEP serão custeadas pela Presidência da apoio logístico à CEP;
República, quando relacionadas com suas atividades. II - secretariar as reuniões;
CAPÍTULO III III - proceder ao registro das reuniões e à
DO FUNCIONAMENTO elaboração de suas atas;
o
Art. 4 Os membros da CEP escolherão o seu IV - dar apoio à CEP e aos seus integrantes no
presidente, que terá mandato de um ano, permitida a cumprimento das atividades que lhes sejam próprias;
recondução. V - instruir as matérias submetidas à deliberação;
o
Art. 5 As deliberações da CEP serão tomadas por VI - providenciar, previamente à instrução de
voto da maioria de seus membros, cabendo ao presidente matéria para deliberação pela CEP, nos casos em que
o voto de qualidade. houver necessidade, parecer sobre a legalidade de ato a
o
Art. 6 A CEP terá um Secretário-Executivo, ser por ela baixado;
vinculado à Casa Civil da Presidência da República, que VII - desenvolver ou supervisionar a elaboração
lhe prestará apoio técnico e administrativo. de estudos e pareceres como subsídios ao processo de
o
§ 1 O Secretário-Executivo submeterá anualmente tomada de decisão da CEP;
à CEP plano de trabalho que contemple suas principais VIII - solicitar às autoridades submetidas ao
atividades e proponha metas, indicadores e dimensione Código de Conduta informações e subsídios para instruir
os recursos necessários. assunto sob apreciação da CEP; e
o
§ 2 Nas reuniões ordinárias da CEP, o Secretário- IX - tomar as providências necessárias ao
o
Executivo prestará informações sobre o estágio de cumprimento do disposto nos arts. 8 , inciso VII, e 12
execução das atividades contempladas no plano de deste Regimento, bem como outras determinadas pelo
trabalho e seus resultados, ainda que parciais. Presidente da Comissão, no exercício de suas
o
Art. 7 As reuniões da CEP ocorrerão, em caráter atribuições.
ordinário, mensalmente, e, extraordinariamente, sempre CAPÍTULO V
que necessário, por iniciativa de qualquer de seus DAS DELIBERAÇÕES
membros. Art. 11. As deliberações da CEP relativas ao
o
§ 1 A pauta das reuniões da CEP será composta Código de Conduta compreenderão:
a partir de sugestões de qualquer de seus membros ou I - homologação das informações prestadas em
por iniciativa do Secretário-Executivo, admitindo-se no cumprimento às obrigações nele previstas;
início de cada reunião a inclusão de novos assuntos na II - adoção de orientações complementares:
pauta. a) mediante resposta a consultas formuladas por
o
§ 2 Assuntos específicos e urgentes poderão ser autoridade a ele submetidas;
objeto de deliberação mediante comunicação entre os b) de ofício, em caráter geral ou particular,
membros da CEP. mediante comunicação às autoridades abrangidas, por
CAPÍTULO IV meio de resolução, ou, ainda, pela divulgação periódica
DAS ATRIBUIÇÕES de relação de perguntas e respostas aprovada pela CEP;
o
Art. 8 Ao Presidente da CEP compete: III - elaboração de sugestões ao Presidente da
I - convocar e presidir as reuniões; República de atos normativos complementares ao Código
II - orientar os trabalhos da Comissão, ordenar os de Conduta, além de propostas para sua eventual
debates, iniciar e concluir as deliberações; alteração;
III - orientar e supervisionar os trabalhos da IV - instauração de procedimento para apuração
Secretaria-Executiva; de ato que possa configurar descumprimento ao Código
IV - tomar os votos e proclamar os resultados; de Conduta; e
V - autorizar a presença nas reuniões de pessoas V - adoção de uma das seguintes providências em
que, por si ou por entidades que representem, possam caso de infração:
contribuir para os trabalhos da CEP; a) advertência, quando se tratar de autoridade no
VI - proferir voto de qualidade; exercício do cargo;
VII - determinar o registro de seus atos enquanto b) censura ética, na hipótese de autoridade que já
membro da Comissão, inclusive reuniões com autoridades tiver deixado o cargo; e
submetidas ao Código de Conduta; c) encaminhamento de sugestão de exoneração à
VIII - determinar ao Secretário-Executivo, ouvida a autoridade hierarquicamente superior, quando se tratar de
CEP, a instauração de processos de apuração de prática infração grave ou de reincidência.
de ato em desrespeito ao preceituado no Código de CAPÍTULO VI
Conduta da Alta Administração Federal, a execução de DAS NORMAS DE PROCEDIMENTO
diligências e a expedição de comunicados à autoridade Art. 12. O procedimento de apuração de infração
pública para que se manifeste na forma prevista no art. 12 ao Código de Conduta será instaurado pela CEP, de
deste Regimento; e ofício ou em razão de denúncia fundamentada, desde que
IX - decidir os casos de urgência, ad haja indícios suficientes, observado o seguinte:
referendum da CEP. I - a autoridade será oficiada para manifestar-se
o
Art. 9 Aos membros da CEP compete: por escrito no prazo de cinco dias;
I - examinar as matérias que lhes forem II - o eventual denunciante, a própria autoridade
submetidas, emitindo pareceres; pública, bem assim a CEP, de ofício, poderão produzir
prova documental;

25
o
III - a CEP poderá promover as diligências que Art. 2 Estão obrigados à apresentação da DCI
considerar necessárias, assim como solicitar parecer de ministros, secretários de estado, titulares de cargos de
especialista quando julgar imprescindível; natureza especial, secretários executivos, secretários ou
IV - concluídas as diligências mencionadas no autoridade equivalentes ocupantes de cargos do Grupo-
inciso anterior, a CEP oficiará à autoridade para nova Direção e Assessoramento Superiores - DAS, nível seis,
manifestação, no prazo de três dias; presidentes e diretores de agências nacionais, autarquias,
V - se a CEP concluir pela procedência da inclusive as especiais, fundações mantidas pelo Poder
denúncia, adotará uma das providências previstas no Público, empresas públicas e sociedades de economia
inciso V do art. 11, com comunicação ao denunciado e ao mista.
o
seu superior hierárquico. Art. 3 A autoridade pública comunicará à CEP, no
CAPÍTULO VII mesmo prazo, quaisquer alterações relevantes nas
Art. 13. Os membros da CEP obrigam-se a informações prestadas, podendo, para esse fim,
apresentar e manter arquivadas na Secretaria-Executiva apresentar nova DCI.
o o
declarações prestadas nos termos do art. 4 do Código de Art. 4 Dúvidas específicas relativas ao
Conduta. preenchimento da DCI, assim como sobre situação
Art. 14. Eventuais conflitos de interesse, efetivos patrimonial que, real ou potencialmente, possa suscitar
ou potenciais, que possam surgir em função do exercício conflito com o interesse público, serão submetidas à CEP
das atividades profissionais de membro da Comissão, e esclarecidas por sua Secretaria Executiva.
deverão ser informados aos demais membros. João Geraldo Piquet Carneiro
Parágrafo único. O membro da CEP que, em Presidente da Comissão
razão de sua atividade profissional, tiver relacionamento Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
específico em matéria que envolva autoridade submetida 8.6.2001
ao Código de Conduta da Alta Administração, deverá
abster-se de participar de deliberação que, de qualquer
modo, a afete.
Art. 15. As matérias examinadas nas reuniões da
CEP são consideradas de caráter sigiloso até sua
deliberação final, quando a Comissão deverá decidir sua
forma de encaminhamento.
Art. 16. Os membros da CEP não poderão se
manifestar publicamente sobre situação específica que
possa vir a ser objeto de deliberação formal do Colegiado.
Art. 17. Os membros da CEP deverão justificar
eventual impossibilidade de comparecer às reuniões.
CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 18. O Presidente da CEP, em suas ausências,
será substituído pelo membro mais antigo da Comissão.
Art. 19. Caberá à CEP dirimir qualquer dúvida
relacionada a este Regimento Interno, bem como
promover as modificações que julgar necessárias.
Parágrafo único. Os casos omissos serão
resolvidos pelo colegiado.
Art. 20. Esta Resolução entra em vigor na data de
sua publicação.
João Geraldo Piquet Carneiro
Presidente da Comissão
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
8.6.2001

RESOLUÇÃO Nº 5, DE 7 DE JUNHO DE 2001


Aprova o modelo de Declaração Confidencial
de Informações a ser apresentada por
autoridade submetida ao Código de Conduta
da Alta Administração Federal, e dispõe sobre
a atualização de informações patrimoniais
o
para os fins do art. 4 do Código de Conduta
da Alta Administração Federal.
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com
fundamento no art. 2º, inciso V, do Decreto de 26 de maio
o
de 1999, e nos termos do art. 4 do Código de Conduta da
Alta Administração Federal,
RESOLVE:
o
Art. 1 A autoridade pública nomeada para cargo
abrangido pelo Código de Conduta da Alta Administração
Federal, aprovado pelo Presidente da República em 21 de
agosto de 2000, encaminhará à Comissão de Ética
Pública, no prazo de dez dias da data de nomeação,
Declaração Confidencial de Informações - DCI, conforme
modelo anexo.

26
16. Informar se salário, pró-labore, remuneração,
rendimento de capital etc.
17. Informar a fonte pagadora.
18. Indicar a remuneração mensal a que faz jus
pelas atividades relacionadas no item 15. Caso não seja
atividade de exercício permanente, indicar média mensal
com base nos últimos seis meses .
19. Relacionar os bens e direitos que compõem o
patrimônio próprio, da esposa e dos dependentes.
20. Indicar o dia, mês e ano (DD/MM/AA) da
aquisição ou constituição do bem ou direito.
21. Indicar a quem cabe a responsabilidade pela
administração do bem ou direito indicado no item 19, caso
outro que não a própria autoridade, sua esposa ou
dependente. Não se aplica a bens de uso próprio, como
casa onde reside a familia, automóvel de uso da mesma
etc.
22. Indicar o valor de mercado estimado, no mês
da posse no cargo público, dos respectivos bens ou
direitos relacionados no item 19.
23. Informar situações que, efetiva ou
potencialmente, possam suscitar conflitos de interesse
entre o exercício da função pública e a gestão de
interesses privados assim como a forma como pretende
evitá-los. De acordo com o parágrafo 2º do art. 5º do
Código de Conduta, uma vez conferida, esta declaração
será encerrada em envelope lacrado. Em caso de dúvida,
INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO consulte a Comissão de Ética Pública.
1. Nome completo, sem abreviações.;
2.Informar se é integrante, na qualidade de RESOLUÇÃO Nº 6, DE 25 DE JULHO DE 2001
servidor, do quadro permanente de instituição do Dá nova redação ao item III da Resolução
Executivo Federal, seja de Administração Direta ou o
n 3, de 23 de novembro de 2000.
Administração Indireta A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de
3. Indicar o cargo público, conforme seja: suas atribuições, e tendo em vista o disposto no art. 2 ,
o

inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, que a


instituiu, adotou a seguinte
RESOLUÇÃO:
o o
Art. 1 O item 3 da Resolução n 3, de 23 de
novembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte
redação:
"3. Não sendo viável a recusa ou a devolução
imediata de presente cuja aceitação é vedada, a
4. Data da posse autoridade deverá adotar uma das seguintes
5. Órgão onde a autoridade exerce a função providências:
6. Nome completo do cônjuge, sem abreviações. I - ...............................................
7. Profissão do cônjuge. Se mais de uma, II - promover a sua doação a entidade de caráter
identificar apenas aquela responsável pela maior parcela assistencial ou filantrópico reconhecida como de utilidade
dos seus rendimentos. pública, desde que, tratando-se de bem não perecível, se
8. Endereço onde mantém sua residência comprometa a aplicar o bem ou o produto da sua
permanente, incluindo cidade, estado e código de alienação em suas atividades fim; ou
endereçamento postal. III - determinar a incorporação ao patrimônio da
9. Indicar endereço para correpondência, caso entidade ou do órgão público onde exerce a função."
o
diferente do endereço residencial. Art. 2 Esta Resolução entra em vigor na data de
10. Número do telefone, precedido do código de sua publicação.
João Geraldo Piquet Carneiro
área.
Presidente da Comissão
11. Endereço de correio eletrônico que seja de uso Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
sistemático, para receber comunicados da Comissão de 31.7.2001
Ética.
12. Informar atividades que exerceu nos 6 meses RESOLUÇÃO Nº 7, DE 14 DE FEVEREIRO DE
anteriores à posse no cargo. 2002
13. Informar nome do respectivo Órgão ou
Empresa onde exerceu a atividade indicada no item 12. Regula a participação de autoridade pública
14. Informar o rendimento recebido nos últimos submetida ao Código de Conduta da Alta
seis meses anteriores à posse no cargo dos órgãos Administração Federal em atividades de
relacionados. natureza político-eleitoral.
15. Informar atividade concomitante com o A Comissão de Ética Pública, com fundamento no
exercício do cargo público. Conselheiro em empresas, art. 2º, inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, adota
docência. Locação, investimento etc a presente resolução interpretativa do Código de Conduta
da Alta Administração Federal, no que se refere à

27
participação de autoridades públicas em eventos político- Para facilitar a compreensão do cumprimento das
eleitorais. referidas normas, são prestados os esclarecimentos que
Art. 1º A autoridade pública vinculada ao Código seguem.
de Conduta da Alta Administração Federal (CCAAF) Art. 1º O dispositivo enfatiza o direito da
poderá participar, na condição de cidadão-eleitor, de autoridade de participar de eventos eleitorais, tais como
eventos de natureza político-eleitoral, tais como convenções partidárias, reuniões políticas e outras
convenções e reuniões de partidos políticos, comícios e manifestações públicas que não contrariem a lei. O
manifestações públicas autorizadas em lei. importante é que essa participação se enquadre nos
Art. 2º A atividade político-eleitoral da autoridade princípios éticos inerentes ao cargo ou função da
não poderá resultar em prejuízo do exercício da função autoridade.
pública, nem implicar o uso de recursos, bens públicos de Art. 2º A norma reproduz dispositivo legal
qualquer espécie ou de servidores a ela subordinados. existente, aplicando-o de maneira específica à atividade
Art. 3º A autoridade deverá abster-se de: político-eleitoral. Assim, a autoridade pública, que
I – se valer de viagens de trabalho para participar pretenda ou não candidatar a cargo eletivo, não poderá
de eventos político-eleitorais; exercer tal atividade em prejuízo da função pública, como,
II – expor publicamente divergências com outra por exemplo, durante o horário normal de expediente ou
autoridade administrativa federal ou criticar-lhe a em detrimento de qualquer de suas obrigações funcionais.
honorabilidade e o desempenho funcional (artigos 11 e Da mesma forma, não poderá utilizar bens e
12, inciso I, do CCAAF); serviços públicos de qualquer espécie, assim como
III – exercer, formal ou informalmente, função de servidores a ela subordinados. É o caso do uso de
administrador de campanha eleitoral. veículos, recursos de informática, serviços de reprodução
Art. 4º Nos eventos político-eleitorais de que ou de publicação de documentos, material de escritório,
participar, a autoridade não poderá fazer promessa, ainda entre outros. Especial atenção deve ser dada à vedação
que de forma implícita, cujo cumprimento dependa do ao uso de funcionários subordinados, dentro ou fora do
cargo público que esteja exercendo, tais como realização expediente oficial, em atividades político-eleitorais de
de obras, liberação de recursos e nomeação para cargos interesse da autoridade. Cumpre esclarecer que esta
ou empregos. norma não restringe a atividade político-eleitoral de
Art. 5º A autoridade, a partir do momento em que interesse do próprio funcionário, nos limites da lei.
manifestar de forma pública a intenção de candidatar-se a Art. 3º, I O dispositivo recomenda que a autoridade
cargo eletivo, não poderá praticar ato de gestão do qual não se valha de viagem de trabalho para participar de
resulte privilégio para pessoa física ou entidade, pública eventos político-eleitorais. Trata-se de norma de ordem
ou privada, situada em sua base eleitoral ou de seus prática, pois seria muito difícil exercer algum controle
familiares. sobre a segregação entre tais atividades e as inerentes ao
Art. 6º Para prevenir-se de situação que possa cargo público.
suscitar dúvidas quanto à sua conduta ética e ao Esta norma não impede que a autoridade que
cumprimento das normas estabelecidas pelo CCAAF, a viajou por seus próprios meios para participar de evento
autoridade deverá consignar em agenda de trabalho de político-eleitoral cumpra outros compromissos inerentes
acesso público: ao seu cargo ou função.
I – audiências concedidas, com informações sobre Art. 3º, II A autoridade não deve expor
seus objetivos, participantes e resultados, as quais publicamente suas divergências com outra autoridade
deverão ser registradas por servidor do órgão ou entidade administrativa federal, ou criticar-lhe a honorabilidade ou o
por ela designado para acompanhar a reunião; desempenho funcional. Não se trata de censurar o direito
II eventos político-eleitorais de que participe, de crítica, de modo geral, mas de adequá-lo ao fato de
informando as condições de logística e financeiras da sua que, afinal, a autoridade exerce um cargo de livre
participação. nomeação na administração e está vinculada a deveres
Art. 7º Havendo possibilidade de conflito de de fidelidade e confiança.
interesse entre a atividade político-eleitoral e a função Art. 3º, III A autoridade não poderá aceitar encargo
pública, a autoridade deverá abster-se de participar de administrador de campanha eleitoral, diante da
daquela atividade ou requerer seu afastamento do cargo. dificuldade de compatibilizar essa atividade com suas
Art. 8º Em caso de dúvida, a autoridade poderá atribuições funcionais. Não haverá restrição se a
consultar a Comissão de Ética Pública. autoridade se licenciar do cargo, sem vencimentos.
Brasília, 14 de fevereiro de 2002. Art. 4º É fundamental que a autoridade não faça
promessa, de forma explícita ou implícita, cujo
COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA cumprimento dependa do uso do cargo público, como
O Presidente da República aprovou realização de obras, liberação de recursos e nomeação
recomendação no sentido de que se regule a participação para cargo ou emprego. Essa restrição decorre da
de autoridades submetidas ao Código de Conduta da Alta necessidade de se manter a dignidade da função pública
Administração Federal em atividades de natureza político- e de se demonstrar respeito à sociedade e ao eleitor.
eleitoral. Art. 5º A lei já determina que a autoridade que
A Resolução CEP Nº 7, publicada no Diário Ofícial pretenda se candidatar a cargo eletivo peça exoneração
da União de 25.2.2002, é interpretativa das normas do até seis meses antes da respectiva eleição. Porém, se ela
Código de Conduta da Alta Administração Federal e tem antes disso manifestar publicamente sua pretensão
duplo objetivo. Primeiro, reconhecer o direito de qualquer eleitoral, não poderá mais praticar ato de gestão que
autoridade, na condição de cidadão-eleitor, de participar resulte em algum tipo de privilégio para qualquer pessoa
em atividades e eventos políticos e eleitorais; segundo, ou entidade que esteja em sua base eleitoral. É
mediante explicitação de normas de conduta, permitir que importante enfatizar que se trata apenas de ato que gere
as autoridades exerçam esse direito a salvo de críticas, privilégio, e não atos normais de gestão.
desde que as cumpram adequadamente. Art. 6º Durante o período pré-eleitoral, a
autoridade deve tomar cautelas específicas para que seus
contatos funcionais com terceiros não se confundam com

28
suas atividades político-eleitorais. A forma adequada é que vede a participação da autoridade em qualquer
fazer-se acompanhar de outro servidor em audiências, o decisão de investimento assim como o seu prévio
qual fará o registro dos participantes e dos assuntos conhecimento de decisões da instituição administradora
tratados na agenda de trabalho da autoridade. quanto à gestão dos bens e direitos;
O mesmo procedimento de registro em agenda d) na hipótese de conflito de interesses específico
deve ser adotado com relação aos compromissos político- e transitório, comunicar sua ocorrência ao superior
eleitorais da autoridade. E, ambos os casos os registros hierárquico ou aos demais membros de órgão colegiado
são de acesso público, sendo recomendável também que de que faça parte a autoridade, em se tratando de decisão
a agenda seja divulgada pela internet. coletiva, abstendo-se de votar ou participar da discussão
Art. 7º Se por qualquer motivo se verificar a do assunto;
possibilidade de conflito de interesse entre a atividade e) divulgar publicamente sua agenda de
político-eleitoral e a função pública, a autoridade deverá compromissos, com identificação das atividades que não
escolher entre abster-se de participar daquela atividade sejam decorrência do cargo ou função pública.
ou requerer o seu afastamento do cargo. 4. A Comissão de Ética Pública deverá ser
Art. 8º A Comissão de Ética Pública esclarecerá as informada pela autoridade e opinará, em cada caso
dúvidas que eventualmente surjam na efetiva aplicação concreto, sobre a suficiência da medida adotada para
das normas. prevenir situação que possa suscitar conflito de
João Geral Piquet Carneiro – Presidente interesses.
Adhemar Palladini Ghisi 5. A participação de autoridade em conselhos de
Celina Vargas do Amaral Peixoto administração e fiscal de empresa privada, da qual a
União seja acionista, somente será permitida quando
RESOLUÇÃO Nº 8, DE 25 DE SETEMBRO DE resultar de indicação institucional da autoridade pública
2003 competente. Nestes casos, é-lhe vedado participar de
Identifica situações que suscitam conflito deliberação que possa suscitar conflito de interesses com
de interesses e dispõe sobre o modo de o Poder Público.
preveni-los 6. No trabalho voluntário em organizações do
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com o objetivo terceiro setor, sem finalidade de lucro, também deverá ser
de orientar as autoridades submetidas ao Código de observado o disposto nesta Resolução.
Conduta da Alta Administração Federal na identificação 7. As consultas dirigidas à Comissão de Ética
de situações que possam suscitar conflito de interesses, Pública deverão estar acompanhadas dos elementos
esclarece o seguinte: pertinentes à legalidade da situação exposta.
1. Suscita conflito de interesses o exercício de Brasília, 25 de setembro de 2003
atividade que: João Geraldo Piquet Carneiro
a) em razão da sua natureza, seja incompatível Presidente
com as atribuições do cargo ou função pública da
autoridade, como tal considerada, inclusive, a atividade RESOLUÇÃO Nº 9, DE 20 DE MAIO DE 2005
desenvolvida em áreas ou matérias afins à competência O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ÉTICA
funcional; PÚBLICA, no uso de suas atribuições e tendo em vista o
o
b) viole o princípio da integral dedicação pelo disposto no art. 2 , inciso V, do Decreto de 26 de maio de
ocupante de cargo em comissão ou função de confiança, 1999, que cria a Comissão de Ética Pública, e nos termos
o
que exige a precedência das atribuições do cargo ou do art. 4 do Código de Conduta da Alta Administração
função pública sobre quaisquer outras atividades; Federal,
c) implique a prestação de serviços a pessoa física RESOLVE:
o
ou jurídica ou a manutenção de vínculo de negócio com Art. 1 Fica aprovado o modelo anexo da
pessoa física ou jurídica que tenha interesse em decisão Declaração Confidencial de Informações de que trata a
o
individual ou coletiva da autoridade; Resolução n 5, de 7 de junho de 2001.
o
d) possa, pela sua natureza, implicar o uso de Art. 2 A autoridade ocupante de cargo público
informação à qual a autoridade tenha acesso em razão do vinculado ao Código de Conduta da Alta Administração
cargo e não seja de conhecimento público; Federal deverá apresentar a Declaração Confidencial de
e) possa transmitir à opinião pública dúvida a Informações, devidamente preenchida:
respeito da integridade, moralidade, clareza de posições e I - pela primeira vez, até dez dias após a posse; e
decoro da autoridade. II - sempre que ocorrer alteração relevante nas
2. A ocorrência de conflito de interesses independe informações prestadas, até trinta dias da ocorrência.
o
do recebimento de qualquer ganho ou retribuição pela Art. 3 Esta Resolução entra em vigor na data de
autoridade. sua publicação.
o o
3. A autoridade poderá prevenir a ocorrência de Art. 4 Fica revogado o Anexo à Resolução n 5,
conflito de interesses ao adotar, conforme o caso, uma ou de 7 de junho de 2001.
mais das seguintes providências:
a) abrir mão da atividade ou licenciar-se do cargo, RESOLUÇÃO Nº 10, DE 29 DE SETEMBRO DE
enquanto perdurar a situação passível de suscitar conflito 2008
de interesses;
b) alienar bens e direitos que integram o seu A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de
patrimônio e cuja manutenção possa suscitar conflito de suas atribuições conferidas pelo art. 1º do Decreto de 26
interesses; de maio de 1999 e pelos arts. 1º, inciso III, e 4º, inciso IV,
c) transferir a administração dos bens e direitos do Decreto nº 6.029, de 1º de fevereiro de 2007, nos
que possam suscitar conflito de interesses a instituição termos dos Decretos nos 1.171, de 22 de junho de 1994,
financeira ou a administradora de carteira de valores Decreto nº 4.553, de 27 de dezembro de 2002 e tendo em
mobiliários autorizada a funcionar pelo Banco Central ou vista a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999,
pela Comissão de Valores Mobiliários, conforme o caso, RESOLVE
mediante instrumento contratual que contenha cláusula

29
Art. 1º Ficam aprovadas, na forma desta c) sugerir ao dirigente máximo a remessa de
Resolução, as normas de funcionamento e de rito expediente ao setor competente para exame de eventuais
processual, delimitando competências, atribuições, transgressões de naturezas diversas;
procedimentos e outras providências no âmbito das d) adotar outras medidas para evitar ou sanar
Comissões de Ética instituídas pelo Decreto nº 1.171, de desvios éticos, lavrando, se for o caso, o Acordo de
22 de junho de 1994, com as alterações estabelecidas Conduta Pessoal e Profissional - ACPP;
pelo Decreto nº 6.029, de 1º de fevereiro de 2007.
XVI - arquivar os processos ou remetê-los ao
CAPÍTULO I órgão competente quando, respectivamente, não seja
DAS COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES comprovado o desvio ético ou configurada infração cuja
Art. 2º Compete às Comissões de Ética: apuração seja da competência de órgão distinto;
I - atuar como instância consultiva do dirigente XVII - notificar as partes sobre suas decisões;
máximo e dos respectivos servidores de órgão ou de XVIII - submeter ao dirigente máximo do órgão ou
entidade federal; entidade sugestões de aprimoramento ao código de
II - aplicar o Código de Ética Profissional do conduta ética da instituição;
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, XIX - dirimir dúvidas a respeito da interpretação
aprovado pelo Decreto nº 1.171, de 1994, devendo: das normas de conduta ética e deliberar sobre os casos
a) submeter à Comissão de Ética Pública - CEP omissos, observando as normas e orientações da CEP;
propostas de aperfeiçoamento do Código de Ética XX - elaborar e propor alterações ao código de
Profissional; ética ou de conduta próprio e ao regimento interno da
b) apurar, de ofício ou mediante denúncia, fato ou respectiva Comissão de Ética;
conduta em desacordo com as normas éticas pertinentes; XXI - dar ampla divulgação ao regramento ético;
c) recomendar, acompanhar e avaliar o XXII - dar publicidade de seus atos, observada a
desenvolvimento de ações objetivando a disseminação, restrição do art. 14 desta Resolução;
capacitação e treinamento sobre as normas de ética e
XXIII - requisitar agente público para prestar
disciplina;
serviços transitórios técnicos ou administrativos à
III - representar o órgão ou a entidade na Rede de Comissão de Ética, mediante prévia autorização do
Ética do Poder Executivo Federal a que se refere o art. 9º dirigente máximo do órgão ou entidade;
do Decreto nº 6.029, de 2007;
XXIV - elaborar e executar o plano de trabalho de
IV - supervisionar a observância do Código de gestão da ética; e
Conduta da Alta Administração Federal e comunicar à
XXV - indicar por meio de ato interno,
CEP situações que possam configurar descumprimento
representantes locais da Comissão de Ética, que serão
de suas normas;
designados pelos dirigentes máximos dos órgãos ou
V - aplicar o código de ética ou de conduta próprio, entidades, para contribuir nos trabalhos de educação e de
se couber; comunicação.
VI - orientar e aconselhar sobre a conduta ética do CAPÍTULO II
servidor, inclusive no relacionamento com o cidadão e no DA COMPOSIÇÃO
resguardo do patrimônio público;
Art. 3º A Comissão de Ética do órgão ou entidade
VII - responder consultas que lhes forem dirigidas; será composta por três membros titulares e respectivos
VIII - receber denúncias e representações contra suplentes, servidores públicos ocupantes de cargo efetivo
servidores por suposto descumprimento às normas éticas, ou emprego do seu quadro permanente, designados por
procedendo à apuração; ato do dirigente máximo do correspondente órgão ou
IX - instaurar processo para apuração de fato ou entidade.
conduta que possa configurar descumprimento ao padrão § 1º Não havendo servidores públicos no órgão ou
ético recomendado aos agentes públicos; na entidade em número suficiente para instituir a
X - convocar servidor e convidar outras pessoas a Comissão de Ética, poderão ser escolhidos servidores
prestar informação; públicos ocupantes de cargo efetivo ou emprego do
quadro permanente da Administração Pública.
XI - requisitar às partes, aos agentes públicos e
aos órgãos e entidades federais informações e § 2º A atuação na Comissão de Ética é
documentos necessários à instrução de expedientes; considerada prestação de relevante serviço público e não
enseja qualquer remuneração, devendo ser registrada nos
XII - requerer informações e documentos
assentamentos funcionais do servidor.
necessários à instrução de expedientes a agentes
públicos e a órgãos e entidades de outros entes da § 3º O dirigente máximo de órgão ou entidade não
federação ou de outros Poderes da República; poderá ser membro da Comissão de Ética.
XIII - realizar diligências e solicitar pareceres de § 4º O Presidente da Comissão será substituído
especialistas; pelo membro mais antigo, em caso de impedimento ou
vacância.
XIV - esclarecer e julgar comportamentos com
indícios de desvios éticos; § 5º No caso de vacância, o cargo de Presidente
da Comissão será preenchido mediante nova escolha
XV - aplicar a penalidade de censura ética ao
efetuada pelos seus membros.
servidor e encaminhar cópia do ato à unidade de gestão
de pessoal, podendo também: § 6º Na ausência de membro titular, o respectivo
suplente deve imediatamente assumir suas atribuições.
a) sugerir ao dirigente máximo a exoneração de
ocupante de cargo ou função de confiança; § 7º Cessará a investidura de membros das
Comissões de Ética com a extinção do mandato, a
b) sugerir ao dirigente máximo o retorno do
renúncia ou por desvio disciplinar ou ético reconhecido
servidor ao órgão ou entidade de origem;
pela Comissão de Ética Pública.

30
Art. 4º A Comissão de Ética contará com uma IV - desenvolver ou supervisionar a elaboração de
Secretaria-Executiva, que terá como finalidade contribuir estudos e subsídios ao processo de tomada de decisão
para a elaboração e o cumprimento do plano de trabalho da Comissão de Ética;
da gestão da ética e prover apoio técnico e material V - coordenar o trabalho da Secretaria-Executiva,
necessário ao cumprimento das atribuições. bem como dos representantes locais;
§ 1º O encargo de secretário-executivo recairá em VI - fornecer apoio técnico e administrativo à
detentor de cargo efetivo ou emprego permanente na Comissão de Ética;
administração pública, indicado pelos membros da
VII - executar e dar publicidade aos atos de
Comissão de Ética e designado pelo dirigente máximo do
competência da Secretaria-Executiva;
órgão ou da entidade.
VIII - coordenar o desenvolvimento de ações
§ 2º Fica vedado ao Secretário-Executivo ser
objetivando a disseminação, capacitação e treinamento
membro da Comissão de Ética.
sobre ética no órgão ou entidade; e
§ 3º A Comissão de Ética poderá designar
IX - executar outras atividades determinadas pela
representantes locais que auxiliarão nos trabalhos de
Comissão de Ética.
educação e de comunicação.
§ 1º Compete aos demais integrantes da
§ 4º Outros servidores do órgão ou da entidade
Secretaria-Executiva fornecer o suporte administrativo
poderão ser requisitados, em caráter transitório, para
necessário ao desenvolvimento ou exercício de suas
realização de atividades administrativas junto à
funções.
Secretaria-Executiva.
§ 2º Aos representantes locais compete contribuir
CAPÍTULO III
com as atividades de educação e de comunicação.
DO FUNCIONAMENTO
CAPÍTULO V
Art. 5º As deliberações da Comissão de Ética
DOS MANDATOS
serão tomadas por votos da maioria de seus membros.
Art. 11. Os membros da Comissão de Ética
Art. 6º As Comissões de Ética se reunirão
cumprirão mandatos, não coincidentes, de três anos,
ordinariamente pelo menos uma vez por mês e, em
permitida uma única recondução.
caráter extraordinário por iniciativa do Presidente, dos
seus membros ou do Secretário-Executivo. § 1º Os mandatos dos primeiros membros e dos
respectivos suplentes serão de um, dois e três anos,
Art. 7º A pauta das reuniões da Comissão de Ética
estabelecidos em portaria designatória.
será composta a partir de sugestões do presidente, dos
membros ou do Secretário-Executivo, sendo admitida a § 2º Poderá ser reconduzido uma única vez ao
inclusão de novos assuntos no início da reunião. cargo de membro da Comissão de ética o servidor público
que for designado para cumprir o mandato complementar,
CAPÍTULO IV
caso o mesmo tenha se iniciado antes do transcurso da
DAS ATRIBUIÇÕES
metade do período estabelecido no mandato originário.
Art. 8º Compete ao presidente da Comissão de
§ 3º Na hipótese de o mandato complementar ser
Ética:
exercido após o transcurso da metade do período
I - convocar e presidir as reuniões; estabelecido no mandato originário, o membro da
II - determinar a instauração de processos para a Comissão de Ética que o exercer poderá ser conduzido
apuração de prática contrária ao código de ética ou de imediatamente ao posterior mandato regular de 3 (três)
conduta do órgão ou entidade, bem como as diligências e anos, permitindo-lhe uma única recondução ao mandado
convocações; regular.
III - designar relator para os processos; CAPÍTULO VI
IV - orientar os trabalhos da Comissão de Ética, DAS NORMAS GERAIS DO PROCEDIMENTO
ordenar os debates e concluir as deliberações; Art. 12. As fases processuais no âmbito das
V - tomar os votos, proferindo voto de qualidade, e Comissões de Ética serão as seguintes:
proclamar os resultados; e I - Procedimento Preliminar, compreendendo:
VI - delegar competências para tarefas específicas a) juízo de admissibilidade;
aos demais integrantes da Comissão de Ética. b) instauração;
Parágrafo único. O voto de qualidade de que trata c) provas documentais e, excepcionalmente,
o inciso V somente será adotado em caso de desempate. manifestação do investigado e realização de diligências
Art. 9º Compete aos membros da Comissão de urgentes e necessárias;
Ética: d) relatório;
I - examinar matérias, emitindo parecer e voto; e) proposta de ACPP;
II - pedir vista de matéria em deliberação; f) decisão preliminar determinando o arquivamento
III - fazer relatórios; e ou a conversão em Processo de Apuração Ética;
IV - solicitar informações a respeito de matérias II - Processo de Apuração Ética, subdividindo-se
sob exame da Comissão de Ética. em:
Art. 10. Compete ao Secretário-Executivo: a) instauração;
I - organizar a agenda e a pauta das reuniões; b) instrução complementar, compreendendo:
II - proceder ao registro das reuniões e à 1. a realização de diligências;
elaboração de suas atas; 2. a manifestação do investigado; e
III - instruir as matérias submetidas à deliberação 3. a produção de provas;
da Comissão de Ética;
c) relatório; e

31
d) deliberação e decisão, que declarará retribuição financeira, a órgão ou entidade da
improcedência, conterá sanção, recomendação a ser Administração Pública Federal direta e indireta.
aplicada ou proposta de ACPP. Art. 20. O Procedimento Preliminar para apuração
Art. 13. A apuração de infração ética será de conduta que, em tese, configure infração ao padrão
formalizada por procedimento preliminar, que deverá ético será instaurado pela Comissão de Ética, de ofício ou
observar as regras de autuação, compreendendo mediante representação ou denúncia formulada por
numeração, rubrica da paginação, juntada de documentos quaisquer das pessoas mencionadas no caput do art. 19.
em ordem cronológica e demais atos de expediente § 1º A instauração, de ofício, de expediente de
administrativo. investigação deve ser fundamentada pelos integrantes da
Art. 14. Até a conclusão final, todos os Comissão de Ética e apoiada em notícia pública de
expedientes de apuração de infração ética terão a conduta ou em indícios capazes de lhe dar sustentação.
chancela de ―reservado‖, nos termos do Decreto nº 4.553, § 2º Se houver indícios de que a conduta
de 27 de dezembro 2002, após, estarão acessíveis aos configure, a um só tempo, falta ética e infração de outra
interessados conforme disposto na Lei nº 9.784, de 29 de natureza, inclusive disciplinar, a cópia dos autos deverá
janeiro de 1999. ser encaminhada imediatamente ao órgão competente.
Art. 15. Ao denunciado é assegurado o direito de § 3º Na hipótese prevista no § 2º, o denunciado
conhecer o teor da acusação e ter vista dos autos no deverá ser notificado sobre a remessa do expediente ao
recinto da Comissão de Ética, bem como de obter cópias órgão competente.
de documentos.
§ 4º Havendo dúvida quanto ao enquadramento da
Parágrafo único. As cópias deverão ser solicitadas conduta, se desvio ético, infração disciplinar, ato de
formalmente à Comissão de Ética. improbidade, crime de responsabilidade ou infração de
Art. 16. As Comissões de Ética, sempre que natureza diversa, a Comissão de Ética, em caráter
constatarem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, excepcional, poderá solicitar parecer reservado junto à
de improbidade administrativa ou de infração disciplinar, unidade responsável pelo assessoramento jurídico do
encaminhará cópia dos autos às autoridades competentes órgão ou da entidade.
para apuração de tais fatos, sem prejuízo da adoção das Art. 21. A representação, a denúncia ou qualquer
demais medidas de sua competência. outra demanda deve conter os seguintes requisitos:
Art. 17. A decisão final sobre investigação de I - descrição da conduta;
conduta ética que resultar em sanção, em recomendação
II - indicação da autoria, caso seja possível; e
ou em Acordo de Conduta Pessoal e Profissional será
resumida e publicada em ementa, com a omissão dos III - apresentação dos elementos de prova ou
nomes dos envolvidos e de quaisquer outros dados que indicação de onde podem ser encontrados.
permitam a identificação. Parágrafo único. Quando o autor da demanda não
Parágrafo único. A decisão final contendo nome e se identificar, a Comissão de Ética poderá acolher os
identificação do agente público deverá ser remetida à fatos narrados para fins de instauração, de ofício, de
Comissão de Ética Pública para formação de banco de procedimento investigatório, desde que contenha indícios
dados de sanções, para fins de consulta pelos órgãos ou suficientes da ocorrência da infração ou, em caso
entidades da administração pública federal, em casos de contrário, determinar o arquivamento sumário.
nomeação para cargo em comissão ou de alta relevância Art. 22. A representação, denúncia ou qualquer
pública. outra demanda será dirigida à Comissão de Ética,
Art. 18. Os setores competentes do órgão ou podendo ser protocolada diretamente na sede da
entidade darão tratamento prioritário às solicitações de Comissão ou encaminhadas pela via postal, correio
documentos e informações necessárias à instrução dos eletrônico ou fax.
procedimentos de investigação instaurados pela § 1º A Comissão de Ética expedirá comunicação
Comissão de Ética, conforme determina o Decreto nº oficial divulgando os endereços físico e eletrônico para
6.029, de 2007. atendimento e apresentação de demandas.
§ 1º A inobservância da prioridade determinada § 2º Caso a pessoa interessada em denunciar ou
neste artigo implicará a responsabilidade de quem lhe der representar compareça perante a Comissão de Ética, esta
causa. poderá reduzir a termo as declarações e colher a
§ 2º No âmbito do órgão ou da entidade e em assinatura do denunciante, bem como receber eventuais
relação aos respectivos agentes públicos a Comissão de provas.
Ética terá acesso a todos os documentos necessários aos § 3º Será assegurada ao denunciante a
trabalhos, dando tratamento específico àqueles comprovação do recebimento da denúncia ou
protegidos por sigilo legal. representação por ele encaminhada.
CAPÍTULO VII Art. 23. Oferecida a representação ou denúncia, a
DO RITO PROCESSUAL Comissão de Ética deliberará sobre sua admissibilidade,
Art. 19. Qualquer cidadão, agente público, pessoa verificando o cumprimento dos requisitos previstos nos
jurídica de direito privado, associação ou entidade de incisos do art. 21.
classe poderá provocar a atuação da Comissão de Ética, § 1º A Comissão de Ética poderá determinar a
visando a apuração de transgressão ética imputada ao colheita de informações complementares ou de outros
agente público ou ocorrida em setores competentes do elementos de prova que julgar necessários.
órgão ou entidade federal. § 2º A Comissão de Ética, mediante decisão
Parágrafo único. Entende-se por agente público fundamentada, arquivará representação ou denúncia
todo aquele que por força de lei, contrato ou qualquer ato manifestamente improcedente, cientificando o
jurídico, preste serviços de natureza permanente, denunciante.
temporária, excepcional ou eventual, ainda que sem § 3º É facultado ao denunciado a interposição de
pedido de reconsideração dirigido à própria Comissão de

32
Ética, no prazo de dez dias, contados da ciência da servidores do quadro permanente para acompanhar o
decisão, com a competente fundamentação. processo, sendo-lhe vedada conduta contrária aos
§ 4º A juízo da Comissão de Ética e mediante interesses do investigado.
consentimento do denunciado, poderá ser lavrado Acordo Art. 29. Concluída a instrução processual e
de Conduta Pessoal e Profissional. elaborado o relatório, o investigado será notificado para
§ 5º Lavrado o Acordo de Conduta Pessoal e apresentar as alegações finais no prazo de dez dias.
Profissional, o Procedimento Preliminar será sobrestado, Art. 30. Apresentadas ou não as alegações finais,
por até dois anos, a critério da Comissão de Ética, a Comissão de Ética proferirá decisão.
conforme o caso. § 1º Se a conclusão for pela culpabilidade do
§ 6º Se, até o final do prazo de sobrestamento, o investigado, a Comissão de Ética poderá aplicar a
Acordo de Conduta Pessoal e Profissional for cumprido, penalidade de censura ética prevista no Decreto nº 1.171,
será determinado o arquivamento do feito. de 1994, e, cumulativamente, fazer recomendações, bem
§ 7º Se o Acordo de Conduta Pessoal e como lavrar o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional,
Profissional for descumprido, a Comissão de Ética dará sem prejuízo de outras medidas a seu cargo.
seguimento ao feito, convertendo o Procedimento § 2º Caso o Acordo de Conduta Pessoal e
Preliminar em Processo de Apuração Ética. Profissional seja descumprido, a Comissão de Ética dará
§ 8º Não será objeto de Acordo de Conduta seguimento ao Processo de Apuração Ética.
Pessoal e Profissional o descumprimento ao disposto no § 3º É facultada ao investigado pedir a
inciso XV do Anexo ao Decreto nº 1.171, de 1994. reconsideração acompanhada de fundamentação à
Art. 24. Ao final do Procedimento Preliminar, será própria Comissão de Ética, no prazo de dez dias, contado
proferida decisão pela Comissão de Ética do órgão ou da ciência da respectiva decisão.
entidade determinando o arquivamento ou sua conversão Art. 31. Cópia da decisão definitiva que resultar
em Processo de Apuração Ética. em penalidade a detentor de cargo efetivo ou de emprego
Art. 25. Instaurado o Processo de Apuração Ética, permanente na Administração Pública, bem como a
a Comissão de Ética notificará o investigado para, no ocupante de cargo em comissão ou função de confiança,
prazo de dez dias, apresentar defesa prévia, por escrito, será encaminhada à unidade de gestão de pessoal, para
listando eventuais testemunhas, até o número de quatro, constar dos assentamentos do agente público, para fins
e apresentando ou indicando as provas que pretende exclusivamente éticos.
produzir. § 1º O registro referido neste artigo será cancelado
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo após o decurso do prazo de três anos de efetivo exercício,
poderá ser prorrogado por igual período, a juízo da contados da data em que a decisão se tornou definitiva,
Comissão de Ética, mediante requerimento justificado do desde que o servidor, nesse período, não tenha praticado
investigado. nova infração ética.
Art. 26. O pedido de inquirição de testemunhas § 2º Em se tratando de prestador de serviços sem
deverá ser justificado. vínculo direto ou formal com o órgão ou entidade, a cópia
da decisão definitiva deverá ser remetida ao dirigente
§ 1º Será indeferido o pedido de inquirição,
máximo, a quem competirá a adoção das providências
quando:
cabíveis.
I - formulado em desacordo com este artigo;
§ 3º Em relação aos agentes públicos listados no §
II - o fato já estiver suficientemente provado por 2º, a Comissão de Ética expedirá decisão definitiva
documento ou confissão do investigado ou quaisquer elencando as condutas infracionais, eximindo-se de
outros meios de prova compatíveis com o rito descrito aplicar ou de propor penalidades, recomendações ou
nesta Resolução; ou Acordo de Conduta Pessoal e Profissional.
III - o fato não possa ser provado por testemunha. CAPÍTULO VIII
§ 2º As testemunhas poderão ser substituídas DOS DEVERES E RESPONSABILIDADES DOS
desde que o investigado formalize pedido à Comissão de INTEGRANTES DA COMISSÃO
Ética em tempo hábil e em momento anterior à audiência Art. 32. São princípios fundamentais no trabalho
de inquirição. desenvolvido pelos membros da Comissão de Ética:
Art. 27. O pedido de prova pericial deverá ser I - preservar a honra e a imagem da pessoa
justificado, sendo lícito à Comissão de Ética indeferi-lo investigada;
nas seguintes hipóteses:
II - proteger a identidade do denunciante;
I - a comprovação do fato não depender de
III - atuar de forma independente e imparcial;
conhecimento especial de perito; ou
IV - comparecer às reuniões da Comissão de
II - revelar-se meramente protelatório ou de
Ética, justificando ao presidente da Comissão, por escrito,
nenhum interesse para o esclarecimento do fato.
eventuais ausências e afastamentos;
Art. 28. Na hipótese de o investigado não requerer
V - em eventual ausência ou afastamento, instruir
a produção de outras provas, além dos documentos
o substituto sobre os trabalhos em curso;
apresentados com a defesa prévia, a Comissão de Ética,
salvo se entender necessária a inquirição de VI - declarar aos demais membros o impedimento
testemunhas, a realização de diligências ou de exame ou a suspeição nos trabalhos da Comissão de Ética; e
pericial, elaborará o relatório. VII - eximir-se de atuar em procedimento no qual
Parágrafo único. Na hipótese de o investigado, tenha sido identificado seu impedimento ou suspeição.
comprovadamente notificado ou citado por edital público, Art. 33. Dá-se o impedimento do membro da
não se apresentar, nem enviar procurador legalmente Comissão de Ética quando:
constituído para exercer o direito ao contraditório e à I - tenha interesse direto ou indireto no feito;
ampla defesa, a Comissão de Ética designará um
defensor dativo preferencialmente escolhido dentre os

33
II - tenha participado ou venha a participar, em
outro processo administrativo ou judicial, como perito,
testemunha ou representante legal do denunciante,
denunciado ou investigado, ou de seus respectivos
cônjuges, companheiros ou parentes até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente
com o denunciante, denunciado ou investigado, ou com
os respectivos cônjuges, companheiros ou parentes até o
terceiro grau; ou
IV - for seu cônjuge, companheiro ou parente até o
terceiro grau o denunciante, denunciado ou investigado.
Art. 34. Ocorre a suspeição do membro quando:
I - for amigo íntimo ou notório desafeto do
denunciante, denunciado ou investigado, ou de seus
respectivos cônjuges, companheiros ou parentes até o
terceiro grau; ou
II - for credor ou devedor do denunciante,
denunciado ou investigado, ou de seus respectivos
cônjuges, companheiros ou parentes até o terceiro grau.
CAPÍTULO IX
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35. As situações omissas serão resolvidas por
deliberação da Comissão de Ética, de acordo com o
previsto no Código de Ética próprio, no Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal, no Código de Conduta da Alta Administração
Federal, bem como em outros atos normativos
pertinentes.
Art. 36. O Regimento Interno de cada Comissão
de Ética poderá estabelecer normas complementares a
esta Resolução.
Art. 37. Fica estabelecido o prazo de seis meses
para que as Comissões de Ética dos órgãos e entidades
do Poder Executivo Federal possam se adequar ao
disposto nesta Resolução.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo
poderá ser prorrogado, mediante envio de justificativas,
nos trinta dias que antecedem o termo final, para
apreciação e autorização da Comissão de Ética Pública.
Art. 38. Esta Resolução entra em vigor na data de
sua publicação.
JOSÉ PAULO SEPÚLVEDA PERTENCE
Presidente da Comissão de Ética Pública

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