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recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter

público e entidades privadas, em decorrência do exercício


de atividades específicas, bem como por pessoa física,
qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza
dos documentos. (Lei 8.159/1991)

- Documento e documento de arquivo


Podemos entender como documento o objeto que
transpõe uma informação. Um documento é formado
necessariamente por dois objetos: o suporte (papel, CD,
fita, microfilme) mais o conteúdo ou informação nele
registrado. Caso não exista um ou outro desses objetos,
não há que se falar em documento.
Consideram-se documentos de arquivo aqueles
produzidos no cumprimento de uma atividade
administrativa ou de gestão, seja pública ou privada.

- Princípios
 Princípio da Proveniência: princípio básico da
arquivologia segundo o qual os arquivos gerados por uma
instituição ou pessoa não devem ser misturados aos de
outros geradores.
 Princípio da Territorialidade: também
conhecido como Princípio da Proveniência Territorial.
Trata-se de uma derivação do Princípio da
Proveniência, segundo o qual os arquivos devem ser
conservados em serviços de arquivo do território em que
foram produzidos, exceto os documentos elaborados
pelas representações diplomáticas ou resultantes de
operações militares.
Para que os arquivos permaneçam vivos, sejam
utilizados e melhor entendidos, devem ser conservados o
mais próximo possível do local emanado ou que
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA influenciaram a sua produção. Esse local pode ser
Teoria, dicas, Legislação, dicionário de nacional, regional e institucional.
termos técnicos e exercícios. Assertiva de concurso: A proveniência
territorial deu origem ao princípio da
territorialidade, segundo o qual os arquivos
ARQUIVOLOGIA: CONCEITOS devem ser conservados em serviços de arquivo
IMPORTANTES do território onde foram produzidos. (Arqiv.
Anal.Jud. TRE-ES/CESPE/2011)
- Arquivologia
Em síntese, a Arquivologia é um rol de  Princípio do Respeito à Ordem Original:
conhecimentos teóricos e práticos voltados para a princípio que, levando em conta as relações estruturais e
organização e gestão dos arquivos, tais como: funcionais que presidem a gênese dos arquivos, garante
organização e direção de arquivos, gestão de sua organicidade.
documentos, recuperação da informação, microfilmagem,  Princípio da Pertinência: os documentos devem
conservação, preservação e restauração de documentos, ser reclassificados por assunto sem levar em
etc. consideração a proveniência e a classificação original.
Trata-se da Ciência e disciplina que objetiva Praticamente não é mais utilizado.
gerenciar todas as informações que possam ser
registradas em documentos de arquivos. Para tanto, - Classificação dos Arquivos
utiliza-se de princípios, normas, técnicas e procedimentos A Lei nº 8.159, de 08/01/1991 estabelece como
diversos, que são aplicados nos processos de tipos de arquivo os arquivos públicos e privados (Ver
composição, coleta, análise, identificação, organização, Anexo Nº 01).
processamento, desenvolvimento, utilização, publicação,
fornecimento, circulação, armazenamento e recuperação Dependendo do aspecto sob o qual os arquivos
de informações. são estudados, eles também podem ser classificados
segundo:
- entidades mantenedoras: em face das
- Arquivo características das organizações, os arquivos
 O conjunto de documentos que, independente da por elas produzidos podem ser públicos
natureza ou do suporte, são reunidos por acumulação (federal, estadual, municipal), institucionais
natural ao longo das atividades de pessoas físicas ou (igrejas, associações, entidades sem fins
jurídicas. lucrativos), comerciais (firmas, corporações,
 Art. 2º Consideram-se arquivos, para os fins companhias), familiais ou pessoais.
desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e

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- estágios de sua evolução: arquivo de 1ª idade Arquivo Intermediário: São os Arquivos que
ou corrente, arquivo de 2ª idade ou guardam os documentos menos utilizados pela instituição.
intermediário e arquivo de 3ª idade ou No Arquivo Intermediário os documentos possuem baixa
permanente. frequência de uso, mas ainda possuem fim administrativo.
- extensão de sua atuação: arquivos setoriais DICA:
(cumprem funções de arquivo corrente) e É a fase em que os documentos ainda têm
arquivos gerais (recebem os documentos valor administrativomas são pouco consultados;
correntes, centralizando as atividades de
arquivo corrente). - Permite que os setores otimizem seu
espaço;
- natureza dos documentos: arquivo especial
(aquele que em sob sua guarda documentos de - Não há necessidade de serem
formas físicas diversas, como fotografias, conservados próximos aos setores;
discos, fitas, cd-room, disquetes, microformas - Nesta fase, os documentos aguardam sua
etc.) e arquivo especializado (é o que tem sob destinação final (eliminação ou guarda
sua custódia os documentos resultantes da permanente);
experiência humana num campo específico, - É também chamado de limbo ou
independentemente da forma física que purgatório.
apresentem, como por exemplo, os arquivos
Arquivo Permanente: São os Arquivos que
médicos, de imprensa, de engenharia etc.).
guardam os documentos que, já tendo cumprido seu fim
Assertiva de concurso:No que se refere aos administrativo, sua função administrativa, agora são
arquivos, a classificação tanto pode significar a preservados, conservados, pelo seu valor histórico para
organização de documentos de acordo com um Instituição.
plano de classificação ou quadro de arranjo como
DICA:
a atribuição de graus de sigilo a documentos ou às
informações neles contidas.(Tec.Desenv.Fisc.Ag. É a fase em que os documentos já
SEAPA/CESPE/2009) perderam seu valor administrativo e são guardados
pelo seu valor histórico, probatório ou informativo;
- Os documentos desta fase JAMAIS serão
Entidade Mantenedora: Podem ser Público ou eliminados.
Privado:
ATENÇÃO!!
Público: Órgãos dos Poderes Executivo,
Documentos de Arquivo Permanente
Legislativo e Judiciários, nas esferas Federal, Estadual,
JAMAIS poderão ser eliminados
Municipal e do DF. Também são considerados públicos os
Arquivos das Fundações Públicas e Empresas Públicas.
Privado: São aqueles mantidos por instituição de Extensão de sua atuação:
caráter particular. Ex: arquivo do Bradesco, Arquivo das Arquivos Setoriais: São aqueles instalados nos
Lojas Renner, arquivo da TV Brasília. setores que utilizam os documentos, onde ficam os
documentos do uso do dia a dia.
Natureza dos documentos Arquivos Centrais: São aqueles localizados fora
Especiais: São arquivos em que os documentos do local de trabalho, e acumulam em um único local,
cuja forma física (suporte) exija cuidado especial, documentos de provenientes dos diversos setores da
diferenciado, por causa da sua preservação ou manuseio. instituição, de forma centralizada.
Relacionado a forma física do documento,
relacionado ao suporte do documento. Ex: Foto, Filme, CICLO VITAL DOS DOCUMENTOS (ESTÁGIOS DE
Negativo, Microfilme. EVOLUÇÃO)
Especializados: São aqueles que mantêm em sua O ciclo vital dos documentos compreende as
guarda documentos de determinada área do fases pelas quais um documento ou um conjunto destes
conhecimento. passam dentro de uma organização, desde a sua criação
Relacionado a assunto específico, relacionado a até a sua destinação final. Tais fases são definidas de
uma área do conhecimento. Ex: Arquivo Médico, Arquivo acordo com a frequência de uso dos documentos dentro
Cartográfico, Arquivos de Engenharia. da instituição (pessoa física ou jurídica, pública ou
privada) e são divididas em: primária, intermediária e
permanente. Esse ciclo também é conhecido como
Estágio de Evolução: “teoria das três idades”. A seguir veremos cada uma
Arquivo Corrente: São os Arquivos que guardam delas.
os documentos mais novos e mais utilizados pela
1ª idade C Corrente
instituição. No Arquivo Corrente os documentos possuem
grande frequência de uso, possuem fim administrativo. 2ª idade I Intermediário
DICA: 3ª idade P Permanente
É a fase em que os documentos são Arquivos de 1ª idade ou correntes:
criados;
Constituídos de documentos em curso ou
- Nesta fase os documentos tramitam
consultados frequentemente, conservados nos escritórios
bastante e são muito consultados;
ou nas repartições que se recebem e os produziram em
- Os arquivos correntes se localizam nos dependências próximas de fácil acesso.
próprios setores que produzem/recebem os Arquivos de 2ª idade ou intermediários:
documentos (Arquivos Setoriais) ou em locais
próximos a estes (Arquivo Central/Geral).

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Constituídos de documentos que deixara de ser  ARQUIVO INTERMEDIÁRIO
frequentes consultados, mas cujos órgãos que os Conjunto de documentos originários de arquivos
receberam e os produziram podem ainda solicita-los. A correntes, com uso pouco frequente, que aguardam, em
permanência dos documentos nesses arquivos é depósito de armazenamento temporário, sua destinação
transitória. final.
Arquivos de 3ª idade ou permanentes: O arquivo intermediário corresponde à segunda
Constituído de documentos que perderam do todo idade do ciclo vital dos documentos. Consiste em depósito
valor de natureza administrativa e que conservam em de armazenamento temporário para aqueles que ainda
razão de seu valor histórico (probatório e informativo) os dispõem de valor administrativo, embora sem uso
meios de conhecer o passado e sua evolução. Estes são frequente, e para a documentação de órgãos extintos,
os arquivos propriamente ditos. suprimidos e desativados.
A cada uma dessas fases, corresponde uma É importante lembrar que num arquivo municipal
maneira diferente de conservar e tratar os documentos e, de pequeno porte o armazenamento intermediário pode
consequentemente, uma organiza organização adequada. ser realizado mediante o estabelecimento de uma
Assertiva de concurso: De acordo com a atividade, sem que seja imprescindível a existência de
chamada teoria das três idades, há uma clara unidade organizacional especificamente criada para esse
diferenciação entre arquivos correntes, fim. Suas ações básicas são:
(9)
intermediários e permanentes, em que a descrição - aplicação da tabela de temporalidade , com o
nestes últimos é usada para permitir a pesquisa. devido acompanhamento dos prazos nela
(Assessor Espec.IPEA/FCC/2004) estabelecidos;
- promoção de medidas necessárias à efetivação
do recolhimento de documentos ao arquivo
 ARQUIVO CORRENTE
permanente;
Conjunto de documentos estreitamente vinculados
- manutenção da organização dos documentos
aos objetivos imediatos para os quais foram produzidos
(1) pelos respectivos órgãos de origem.
ou recebidos no cumprimento de atividades-fim e
(2)
atividades-meio e que se conservam junto aos órgãos Os depósitos de arquivamento intermediário
produtores em razão de sua vigência e da frequência com deverão ser de fácil acesso, localizando-se, de
que são por eles consultados. preferência, em imóveis e bairros menos valorizados, com
instalações e equipamentos de baixo custo.
Ao arquivo corrente devem ser encaminhados não
só os documentos cujas questões tenham sido
solucionadas, como os que, embora ainda em curso,  ARQUIVO PERMANENTE
precisam aguardar o cumprimento de formalidades, onde Conjunto de documentos cujo potencial de uso
sobressaem as de caráter administrativo, jurídico, técnico para a instituição e/ou a sociedade recomenda devam ser
ou científico. preservados.
Nesta etapa, tendo em vista a frequência de uso No arquivo permanente ficam os documentos cuja
do documento pelo órgão que o produziu, são práticas guarda definitiva foi indicada no processo de avaliação.
rotineiras: Tais documentos, uma vez recolhidos, passam a integrar
- inspeção: verificação não só da presença do o chamado patrimônio arquivístico municipal, em virtude
competente despacho de arquivamento, como de seu valor permanente.
também da existência de antecedentes, Uma das principais características do arquivo
providenciando-se a devida reunião, se for o permanente é a de ser acessível a todos. Ao contrário das
caso. fases precedentes, quando o acesso é apenas facultado
- análise: confirmação ou não da codificação aos órgãos produtores (ou a outros interessados,
adotada pelo protocolo (se o documento chegar mediante concessão especial), a terceira idade significa
ao arquivo corrente sem classificação, este é o que os arquivos são públicos por excelência. Por essa
momento de classificá-lo); complementação da razão, os documentos só podem ser consultados no local,
classificação por outros métodos de não havendo mais qualquer modalidade de empréstimo.
arquivamento (nome, local, data), se Dentre as atividades típicas do arquivo
necessária; estabelecimento de referências permanente, destacam-se o arranjo, a descrição e a
cruzadas. conservação de documentos.
- ordenação: disposição física dos documentos, de -arranjo: disposição física dos documentos de
acordo com a codificação. (12)
arquivo, com base na sua classificação .
- arquivamento: inserção do documento na -descrição: conjunto de procedimentos que, a
unidade de arquivamento pré-estabelecida, partir de elementos formais e de conteúdo,
utilizando pastas adequadas e sinalização permitem a identificação de documentos e a
visível (projeções, etiquetas etc.). elaboração de instrumentos de pesquisa .
(13)

- empréstimo e consulta: retirada do documento do -conservação: conjunto de medidas e


arquivo para tais fins, utilizando-se, nessa procedimentos destinados a assegurar a
operação, guias-fora (para assinalar a remoção proteção física dos arquivos contra agentes de
temporária de documentos) e recibos de deterioração.
empréstimo devidamente preenchidos.
Como atuação do arquivo corrente, inclui-se
(3) _____________
também participação nos processos de avaliação e na
(4)
produção de documentos, esta última no que concerne (1) atividades-fim: conjunto de encargos desenvolvidos por uma
ao uso de suportes adequados. instituição para o desempenho de suas competências
específicas.

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(2) atividades-meio: conjunto de encargos desenvolvidos por PROTOCOLO
uma instituição para auxiliar e viabilizar o desempenho de Conceito
suas competências específicas.
Protocolo é o serviço encarregado de recebimento,
(3) avaliação: processo de análise de documentos, visando a registro, distribuição, controle da tramitação e expedição
estabelecer sua destinação(5) de acordo com os valores que de documentos. Caso faça parte de um sistema de
lhes forem atribuídos. 1
arquivos , o protocolo pode, também, identificar os
(4) produção: entende-se por produção a emissão de documentos documentos de acordo com a classificação arquivística.
capazes de constituir elementos de prova de direitos ou de
informação.
Unidade Protocolizadora
(5) destinação: encaminhamento dos documentos, em
A expressão unidade protocolizadora identifica
decorrência da avaliação, à guarda temporária ou
qualquer unidade organizacional, sendo irrelevante seu
permanente, à eliminação(6) e/ou à mudança de suporte(7).
nome ou posição na hierarquia do órgão, desde que,
(6) eliminação: é o procedimento de destruição física daqueles entre suas competências, exista a de autuar/numerar
documentos que, esgotados os valores primários(8), não processos e(ou) documentos. (Ag.Adm. MPS -
apresentam interesse histórico-cultural para a Administração CESPE/2010)
ou para a sociedade.
(7) suporte: material sobre o qual as informações são
Procedimentos
registradas: papel, filme, fita magnética, disco ótico,
disquete etc. Como a entrada do documento na instituição deve
ser realizada pela unidade orgânica de protocolo, é
(8) valor primário: também chamado de valor imediato ou
preciso dar realce a esse patamar inicial, em que estão
administrativo, é a qualidade inerente às razões de criação
compreendidas as operações/atividades de
de todo documento, em decorrências das atividades-fim e
das atividades-meio de uma instituição.  Recebimento
(9) tabela de temporalidade: instrumento de destinação,  Registro
aprovado pela autoridade competente, que determina prazos  Autuação
para transferência(10), recolhimento(11), eliminação e  Classificação
mudança de suporte de documentos.  Expedição/Distribuição
(10) transferência: passagem de documentos para o arquivo  Controle/Movimentação
intermediário. A frequência de uso é um dos elementos
considerados para a definição dessa passagem. Dica de concurso: Uma das atividades realizadas
(11) recolhimento: passagem de documentos para o arquivo pelo serviço de protocolo é a classificação de
permanente. documentos, no caso de instituições que possuam
um código ou plano de classificação de
(12) classificação: sequência de operações que, de acordo com documentos. (Assit.Serv. Adm. EMBRASA -
as diferentes estruturas organizacionais, funções e atividades CESPE/ 2010)
da entidade produtora, visam a distribuir em classes os
documentos de um arquivo.
(13) instrumento de pesquisa: meio pelo qual se identificam, - Recebimento
localizam, resumem ou transcrevem, em diferentes graus e Na fase do recebimento, há de ser preliminarmente
amplitudes, fundos(14), grupos, séries(15) e peças documentais verificado se o documento deve ter entrada naquele
existentes num arquivo permanente, com a finalidade de protocolo. Em seguida, procede-se à autuação, se for o
controle e de acesso ao acervo. Os principais instrumentos caso, garantindo-se ao interessado o devido comprovante
de pesquisa são: de recebimento, habitualmente denominado cartão de
- guia, que fornece informações básicas sobre um ou protocolo. Os requerimentos e outros documentos de
mais arquivos e seus fundos; andamento breve, ou seja, de trato e efeito imediato, não
são objeto de autuação, devendo haver normas a esse
- inventário, em que a descrição exaustiva ou parcial de
respeito por parte dos órgãos de origem.
um fundo ou de uma ou mais de suas subdivisões toma por
unidade a série, respeitada ou não a ordem do arranjo. Os documentos não sigilosos ou de natureza
ostensiva serão em seguida lidos e analisados, não só
- catálogo, em que a descrição exaustiva ou parcial de
para as operações de juntada, anexação ou apensação,
um fundo ou de uma ou mais de suas subdivisões toma por
quando for o caso, mas também para a classificação do
unidade a peça documental, respeitada ou não a ordem do
assunto de que tratam.
arranjo.
- catálogo seletivo, também conhecido como repertório,
que toma por unidade documentos previamente selecionados, - Registro
pertencentes a um ou mais fundos ou arquivos, segundo um O registro se refere às anotações que servem de
critério temático. base para o controle da tramitação (fichas, guias de
- edição de textos, em que os documentos são transcritos remessa etc.), operação que poderá ser realizada em
na íntegra, de preferência acompanhados de estudos tantas vias quantas forem necessárias para o tipo de
introdutórios e notas. informação requerida.
(14) Fundo: a principal unidade de arranjo estrutural
nos arquivos permanentes, constituída dos documentos - Autuação
provenientes de uma mesma fonte geradora de arquivos.
(15) série: sequência de documentos de um mesmo tipo. 1
Conjunto de arquivos de uma mesma esfera governamental ou
de uma mesma entidade, pública ou privada, que,
independentemente da posição que ocupam nas respectivas
estruturas administrativas, funcionam de modo integrado e
articulado na consecução de objetivos técnicos comuns.

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 Documentos são transformados em processo –  Localização do assunto no plano, utilizando o
abertura de processo índice, se necessário;
 Inserção de capa específica  Anotação do respectivo código no documento e
 Numeração das páginas seus anexos, em espaço previamente
convencionado.
 Atribuição de nº de identificação do processo
*Dicas de concursos:
- Distribuição
A abertura de um processo denomina-se
Na distribuição, preparam-se os documentos para
autuação. O processo é formado por um ou mais
o devido encaminhamento aos respectivos destinatários,
documentos que exijam estudos e(ou)
inclusive para expedição. Note-se que a distribuição não
procedimentos expressos em despachos,
deve ser feita antes de se verificar se não faltam folhas,
pareceres técnicos, instruções, entre
anexos, numeração, data e encaminhamento de cópias
outros.(Assit.Serv.Adm. EMBRASA/CESPE/2010)
do documento à unidade de arquivo.
A autuação do processo deve ser feita,
preferencialmente, a partir de um documento
original; no entanto, pode-se utilizar uma cópia de - Expedição
documento, autenticada por alguém dotado de fé Refere-se ao encaminhamento dos documentos.
pública. Documentos transmitidos por fax,
entretanto, não podem constituir peças de - Tramitação (Movimentação)
processo. (Assit. Serv. Adm. EMBRASA -
CESPE/2010) A movimentação consiste no controle dos
documentos em tramitação, visando garantir não só a sua
A formação de processo deve incluir as imediata localização, mas, sobretudo o acesso às
seguintes ações: prender toda a documentação informações neles contidas durante essa fase.
dentro de uma capa, obedecendo à ordem
cronológica do documento mais antigo para o mais Destaque-se que as operações de protocolo
recente; colocar uma etiqueta na capa com o podem ser informatizadas. Nesse caso, deverão ser
número de protocolo; numerar as folhas do estabelecidos normas e procedimentos adequados à
processo em ordem crescente e sem rasuras; adoção dessa tecnologia.
identificar, na capa, a unidade para a qual o
processo será encaminhado.(Assit.Serv.Adm. GESTÃO, CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE
EMBRASA/CESPE/2010) DOCUMENTOS
Gestão de documentos é um conjunto de
- Classificação medidas e rotinas que garante o efetivo controle de todos
Numa conceituação simples, classificar consiste os documentos de qualquer idade desde sua produção
em distribuir as matérias tratadas nos documentos em até sua destinação final (eliminação ou guarda
classes e/ou grupos segundo o sistema de classificação permanente), com vistas à racionalização e eficiência
adotado (por assunto, geográfico, numérico) admitidas as administrativas, bem como à preservação do patrimônio
necessárias subdivisões, hierarquicamente coordenadas. documental de interesse histórico-cultural.
Ao longo do processamento arquivístico podem “É um instrumento gerencial e um instrumento
ser usados diversos métodos de classificação, numéricos de preservação da memória institucional” (Renato
ou alfabéticos, subordinada a escolha ao tipo de Tarciso Barbosa de Sousa, 2007)
informação visada. Elementos como nome, local, data e “Conjunto de procedimentos e operações técnicas
assunto podem determinar essa opção. O assunto, no referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e
entanto, constitui um fator de recuperação dos mais arquivamento em fase corrente e intermediária, visando à
importantes. sua eliminação ou ao recolhimento para guarda
A classificação começa a ter relevância desde a permanente.” (Art. 3º, Lei 8.159/91)
fase inicial do protocolo, ligada que está às atividades de A gestão de documentos pode ser definida como o
recebimento, tramitação, expedição, arquivamento e conjunto dos procedimentos e das operações técnicas
recuperação das informações contidas nos documentos. voltadas para produção, tramitação, uso, avaliação e
Ela é efetuada mediante leitura e interpretação do arquivamento de documentos, na primeira e na segunda
conteúdo do documento, visando ao enquadramento do idades, visando à eliminação ou à guarda permanente.
mesmo no plano de classificação previamente elaborado. (Tec.Sup.IPAJM-ES/CESPE/2010)
Nessa operação é preciso distinguir se há assunto
principal e assuntos(s) secundário(s), recorrendo-se, se SÃO OBJETIVOS DA GESTÃO DOCUMENTAL:
for o caso, a referências cruzadas.
 Garantir, assegurar, de forma eficiente: a
Como o plano de classificação é um instrumento
produção, administração, manutenção e destinação de
básico e começa a ser aplicado na fase corrente, torna-se
documentos;
indispensável tecer aqui alguns comentários a seu
respeito.  Garantir que a informação estará disponível no
momento necessário ao usuário (instituição, estado,
A elaboração desse instrumento exige trabalho
pessoa);
criterioso de equipe multidisciplinar – arquivistas,
administradores e técnicos ligados aos temas dos  Eliminação de documentos que não possuem
assuntos da instituição. É conveniente chamar a atenção administrativo, fiscal, legal ou para fins de pesquisa
para as seguintes operações: científica ou histórica;
 Leitura, para verificar em que item do plano de  Assegurar uso adequado da micrográfica,
classificação se enquadra o assunto processamento automatizado de dados, e outras técnicas
identificado; da gestão da informação;

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 Contribui para o acesso e a preservação dos
documentos que deverão ser guardados e preservados  Espécie
por seus valores históricos, científicos, valores
Espécie documental é a divisão de gênero
secundários.
documental, que reúne tipos documentais por suas
características comuns de estruturação da informação.
FASES BÁSICAS Quanto à espécie os documentos podem ser:
A Gestão Documental acontece em 3 fases - Ata: documento que relata os acontecimentos de
básicas: uma reunião ou sessão;
 Produção: otimizar a criação de documentos; - Aviso: correspondência entre Ministros ou
controle da produção e da difusão de documentos. governadores;
Acontece na fase corrente - Carta: forma de correspondência entre entidades
 Utilização: envolve métodos de controle e particulares;
relacionados às atividades de protocolo e às técnicas - Certidão: documento que atesta que algo
específicas para classificação, organização e elaboração aconteceu de acordo com o que já se
de instrumentos de recuperação da informação. É encontrava registrado em outro documento;
referente ao fluxo percorrido pelos documentos,
necessários ao cumprimento de sua função - Circular: correspondência;
administrativa, assim como sua guarda após o trâmite. É - Despachos: manifestação escrita de autoridade
desenvolvida a gestão de arquivos correntes e sobre assuntos de sua competência,
intermediários submetidos a sua apreciação;
 Destinação: envolve as atividades de análise, - Edital: ordem oficial ou traslado de postura
seleção e fixação de prazos de guarda dos documentos, afixado nos locais públicos;
ou seja, implica decidir quais os documentos a serem - Exposição de Motivos: documento demonstrativo
eliminados e quais serão preservados permanentemente. dos Ministros para o chefe de Estado de fatos
ou motivos que justifiquem a necessidade de
OBS.: Entende-se por produção a emissão de
medidas ou providências para a solução de
documentos capazes de constituir elementos de
problemas de interesse público ou privado;
prova de direitos ou de informação. Para atender
a esse propósito, seria ideal planejar a emissão - Memorando: forma de correspondência interna
com vistas à adequação do formato, do suporte, de um órgão;
da frequência de consultas, do prazo de - Mensagem: correspondência entre poderes;
validade, do uso de tecnologias etc. - Ofício: correspondência oficial entre autoridades;
- Ordem de serviço: documento que autoriza a
- CLASSIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS execução de um serviço;
 Gênero - Portaria: ato escrito por meio do qual o Ministro
de Estado ou outra autoridade competente
Gênero documental é a reunião de espécies determina providências de caráter
documentais que se assemelham por seus caracteres administrativo, dá instruções sobre a execução
essenciais, particularmente o suporte e a forma de de uma lei, nomeia e designa funcionários e
registro da informação. aplica medidas de ordem disciplinar a
Quanto ao gênero, os documentos podem ser: subordinados que incidem em faltas;
- escritos ou textuais: documentos manuscritos, - Relatório: descrição de fatos e acontecimentos
datilografados ou impressos; relativos à determinada execução de tarefa
- cartográficos: documentos em formatos e especial, destinados a um nível hierárquico
dimensões variáveis, contendo representações superior.
geográficas, arquitetônicas ou de engenharia Dicas de concursos
(mapas, plantas, perfis);
Correspondência é o nome dado a todas
- iconográficos: documentos em suportes as espécies de comunicação escrita que circulam
sintéticos, em papel emulsionado ou não, nos órgãos ou nas entidades, exceto os
contendo imagens estáticas (fotografias, processos. Classifica-se em interna ou externa,
diapositivos, desenhos, gravuras); oficial ou particular, recebida ou expedida.
- filmográficos: documentos em películas Considera-se correspondência interna
cinematográficas e fitas magnéticas de imagem aquela trocada entre órgãos de uma mesma
(tapes), conjugados ou não a trilhas sonoras, instituição, tais como memorandos, despachos e
com bitolas e dimensões variáveis, contendo circulares. (Tec.Des. Fisc.Agrop.SEAPA-
imagens em movimento (filmes e fitas DF/CESPE/2009)
videomagnéticas);
- sonoros: documentos com dimensões e rotações
variáveis, contendo registros fonográficos (discos  Natureza do Assunto
e fitas audiomagnéticas); Quanto à natureza do assunto os documentos
- micrográficos: documentos em suporte fílmico podem ser ostensivos ou sigilosos.
resultantes da microreprodução de imagens, A classificação de ostensivo é dada aos
mediante utilização de técnicas específicas (rolo, documentos cuja divulgação não prejudica a
microficha, jaqueta, cartão-janela); administração, ou seja, pode ser de livre conhecimento.
- informáticos: documentos produzidos, tratados Consideram-se sigilosos os documentos que, por
ou armazenados em computador (disquete, disco sua natureza, devam ser de conhecimento restrito e,
rígido, disco óptico). portanto, requeiram medidas especiais de salvaguarda

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para sua custódia e divulgação. A Lei 12.527/2011 Melhor conservação dos documentos de guarda
estabelece: permanente;
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à Racionalização da produção e do fluxo de
segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, documentos (trâmite);
passíveis de classificação as informações cuja
Liberação de espaço físico;
divulgação ou acesso irrestrito possam:
Incremento à pesquisa.
I - pôr em risco a defesa e a soberania
nacionais ou a integridade do território nacional;
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de Valoração de documentos
negociações ou as relações internacionais do País, Distinguir o valor primário e secundário dos
ou as que tenham sido fornecidas em caráter documentos é primordial na avaliação. O primeiro decorre
sigiloso por outros Estados e organismos do interesse que o documento tem para a instituição de
internacionais; que se originou, destacando-se o valor administrativo. Já
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a o valor secundário se refere à ligação com os usuários
saúde da população; externos, para fins probatórios e informativos, estes,
principalmente, os de pesquisa.
IV - oferecer elevado risco à estabilidade
financeira, econômica ou monetária do País;
V - prejudicar ou causar risco a planos ou Tabela de temporalidade
operações estratégicos das Forças Armadas; Como uma das consequências da avaliação dos
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de documentos, temos a criação da tabela de temporalidade.
pesquisa e desenvolvimento científico ou Esse instrumento de trabalho dos arquivistas permite
tecnológico, assim como a sistemas, bens, distinguirmos as informações essenciais das supérfluas,
instalações ou áreas de interesse estratégico permite o reaproveitamento do espaço físico e garante a
nacional; preservação e recuperação das informações cuja guarda
decorra de exigência legal ou que seja de valor
VII - pôr em risco a segurança de instituições
permanente para a instituição.
ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras
e seus familiares; ou Assim, a tabela de temporalidade tem por
objetivo definir e demonstrar para os profissionais
VIII - comprometer atividades de inteligência,
envolvidos na gestão de documentos, o tempo de vida útil
bem como de investigação ou fiscalização em
dos documentos na instituição sob o ponto de vista legal,
andamento, relacionadas com a prevenção ou
técnico, administrativo, fiscal e histórico/permanente. Esse
repressão de infrações.
tempo de vida útil, geralmente, é definido com base na
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e legislação vigente, embora outros critérios intrínsecos à
entidades públicas, observado o seu teor e em instituição possam estabelecer os prazos.
razão de sua imprescindibilidade à segurança da
sociedade ou do Estado, poderá ser classificada
como ultrassecreta, secreta ou reservada. ORGANIZAÇÃO, PLANEJAMENTO,
o
§ 1 Os prazos máximos de restrição de SISTEMAS E MÉTODOS DE
acesso à informação, conforme a classificação ARQUIVAMENTO
prevista no caput, vigoram a partir da data de sua Conceito:
produção e são os seguintes:
Dica de concurso: Métodos de arquivamento ou
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
de ordenação são aqueles usados para organizar
II - secreta: 15 (quinze) anos; e os documentos de um arquivo ou coleção, uns
III - reservada: 5 (cinco) anos. em relação aos outros, dentro das unidades de
armazenamento (pastas, caixas, gavetas
- AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS etc.).(Assist.Ser. Adm.EMBRASA -CESEP/2010)
Trabalho interdisciplinar que consiste em Modernamente, o arquivo de informações tornou-
identificar valores para os documentos (imediato e se uma atividade que pode ser realizada eletronicamente
mediato) e analisar seu ciclo de vida, com vistas a através de computadores.
estabelecer prazos para sua guarda ou eliminação, O importante é que a decisão quanto ao método
contribuindo para a racionalização dos arquivos e leve em consideração o tamanho, a estrutura
eficiência administrativa, bem como para a preservação organizacional e os objetivos da empresa ou do órgão
do patrimônio documental. público; as pessoas normalmente envolvidas; os serviços
A avaliação consiste fundamentalmente em prestados; as informações comumente solicitadas; e os
identificar valores e definir prazos de guarda para os tipos de documentos que devem ser arquivados.
documentos de arquivo, independentemente de seu A tarefa de classificar documentos para um arquivo
suporte ser o papel, o filme, a fita magnética, o disquete, o exige do classificador conhecimentos não só da
disco óptico ou qualquer outro. A avaliação deverá ser administração a que serve, como da natureza dos
realizada no momento da produção, paralelamente ao documentos a serem classificados. Cada ramo de
trabalho de classificação, para evitar a acumulação atividade exige um método diferente, adequado às suas
desordenada. finalidades. Daí o problema difícil, quando se quer
São objetivos da avaliação de documentos: organizar um arquivo, da escolha de um método ideal de
classificação para que a finalidade precípua do arquivo,
Redução da massa documental;
que é o acesso aos documentos, seja plenamente
Agilidade na recuperação dos documentos e das atendida.
informações;
Eficiência administrativa;

7
O método de arquivamento é determinado pela qualquer documento. Nesse método, as fichas ou pastas
natureza dos documentos a serem arquivados e pela são dispostas na ordem rigorosamente alfabética,
estrutura da entidade. respeitadas as normas gerais para a alfabetação, através
de guias divisórias, com as respectivas letras.
Tipos: As notações nas guias podem ser abertas ou
fechadas, conforme indiquem o limite inicial ou os limites
Pode-se dividir os métodos de arquivamento em
inicial e final. Notações simples abertas: A, B, C, Ab, Ac
duas classes: básicos e padronizados
etc.; notações compostas ou fechadas: Aa-Al, Am-Az etc.
 Alfabético O arquivamento de nomes obedece a 13 regras,
Geogra´ fico chamadas regras de alfabetação, e que são as seguintes:

 1) Nos nomes de pessoas físicas, considera-se o
Simples
  último sobrenome e depois o prenome.
 Numéri cos Cronológic o Ex.: João Barbosa
  Dígito  ter min al
  Paulo Santos

Básicos    Enciclopéd ico Arquivam-se: Barbosa, João
  Alfabéti cos  Santos, Paulo
  Dicionário
  OBS.: Quando houver sobrenomes iguais,
 Ideogra´ fi cos   Duplex prevalece a ordem alfabética do prenome.
  Numéri cos  Decimal
   Ex.: Aníbal Teixeira
  Uniterno
 Marilda Teixeira
Arquivam-se: Teixeira, Aníbal
Variadex Teixeira, Marilda
 Automático
 2) Sobrenomes compostos de um substantivo e
Padronizados Soundex um adjetivo ou ligados por hífen não se separam.
Mnemônico Ex.: Camilo Castelo Branco
 Paulo Monte Verde
 Rôneo Arquivam-se: Castelo Branco, Camilo
Estes métodos pertencem a dois grandes Monte Verde, Paulo
sistemas: direto e indireto.
Sistema direto é aquele em que a busca do 3) Os sobrenomes formados com as palavras
documento é feita diretamente no local onde se acha Santa, Santo ou São seguem a regra dos sobrenomes
guardado. compostos por um adjetivo e um substantivo.
Sistema indireto é aquele em que, para se Ex.: Waldemar Santa Rita
localizar o documento, é preciso antes consultar um
Carlos São Paulo
índice ou um código.
Arquivam-se: Santa Rita, Waldemar
O código alfanumérico - Combinação de letras e
números – não se inclui nas classes de métodos básicos São Paulo, Carlos
e padronizados e é considerado do sistema semi indireto.
Quando se trata de planejar a organização de um 4) As iniciais abreviativas de prenomes têm
arquivo ou fichário, os elementos constantes de um precedência na classificação de sobrenomes iguais.
documento a considerar são: nome (do remetente, do Ex.: J. Vieira
destinatário, ou da pessoa a quem se refere o Jonas Vieira
documento); local, número, data e assunto. De acordo
com o elemento mais importante e mais frequentemente José Vieira
procurado, em cada caso, pode-se organizar os fichários Arquivam-se: Vieira, J.
ou arquivos em: Vieira, Jonas
a) ordem alfabética; Vieira, José
b) ordem geográfica;
c) ordem numérica (simples ou cronológica) 5) Os artigos e preposições, tais como a, o, de, d’,
d) ordem de assunto. da, do, e, um, uma, não são considerados.
Com referência à ordem numérica, a data Ex.: Pedro de Almeida
geralmente é precedida por número de ordem, como Ricardo d’ Andrade
também pode ser considerada elemento subsidiário nas Arquivam-se: Almeida, Pedro de
outras ordenações.
Andrade, Ricardo d’

1. MÉTODOS BÁSICOS
6) Os sobrenomes que exprimem grau de
a) Método alfabético parentesco como Filho, Júnior, Neto, Sobrinho são
É o mais simples, desde que o elemento principal considerados parte integrante do último sobrenome, mas
a ser considerado seja o nome. É um método direto, não são considerados na ordenação alfabética.
porque a pesquisa é feita diretamente, não sendo Ex.: Antônio Almeida Filho
necessário se recorrer a um índice auxiliar para localizar
Paulo Ribeiro Júnior

8
Arquivam-se: Almeida Filho, Antônio apresentam, não se considerando, porém, para fins de
Ribeiro Júnior, Paulo ordenação, os artigos e preposições que os constituem.
Admite-se, para facilitar a ordenação, que os artigos
Obs.: Os graus de parentesco só serão iniciais sejam colocados entre parênteses após o nome.
considerados na alfabetação quando servirem
de elemento de distinção. Ex.: Embratel
Álvaro Ramos & Cia
Ex.: Jorge de Abreu Sobrinho
Fundação Getúlio Vargas
Jorge de Abreu Neto
A Colegial
Jorge de Abreu Filho
Arquivam-se: Álvaro Ramos & Cia
Arquivam-se: Abreu Filho, Jorge de
Colegial (A)
Abreu Neto, Jorge de
Embratel
Abreu Sobrinho, Jorge de
Fundação Getúlio Vargas

7) Os títulos não são considerados na alfabetação.


São colocados após o nome completo, entre parênteses. 13) Nos títulos de congressos, conferências,
reuniões, assembleias e assemelhados, os números
Ex.: Ministro Milton Campos
arábicos, romanos ou escritos por extenso deverão
Professor André Ferreira aparecer no fim, entre parênteses.
Arquivam-se: Campos, Milton (Ministro) Ex.: II Conferência de Pintura Moderna
Ferreira, André (Professor) Quinto Congresso de Geografia
3º Congresso de Geologia
8) Os nomes estrangeiros são considerados pelo Arquivam-se: Conferência de Pintura Moderna
último sobrenome, salvo nos casos de nomes espanhóis e (II)
orientais.
Congresso de Geografia (Quinto)
Ex.: Georges Aubert
Congresso de Geologia (3º)
Winston Churchill
Arquivam-se: Aubert, Georges
Vantagens do método alfabético: rápido, direto,
Churchill, Winston fácil e barato.
Desvantagens: os erros de arquivamento tendem a
9) As partículas dos nomes estrangeiros podem ou predominar no arquivamento alfabético, quando o volume
não ser consideradas. O mais comum é considerá-las de documentos é muito grande, devido ao cansaço visual
como parte integrante do nome quando escritas com letra e à variedade de grafia dos nomes.
maiúscula. Dica de concurso:
Ex.: Giulio di Capri Um dos métodos de ordenação mais
Esteban De Penedo usados é o alfabético. Ao usar a ordem alfabética
Charles Du Pont para nomes é preciso seguir regras. Nesse
Arquivam-se: Capri, Giulio di sentido, considere a lista alfabética seguinte.
Quando o método alfabético é adotado, devem-
De Penedo, Esteban
se utilizar etiquetas e guias divisórias com letras
Du Pont, Charles para organizar e facilitar a localização dos
documentos, fichas ou pastas. As anotações
10) Os nomes espanhóis são registrados pelo podem ser simples e abertas - por exemplo: A, B,
penúltimo sobrenome, que corresponde ao sobrenome de Ab, Ac -, compostas ou fechadas, indicando os
família do pai. limites inicial e final, por exemplo: A-C, Ba-Bi.
Ex.: José de Oviedo y Baños (Assist.Ser.Adm.EMBRASA/CESEP/2010)
Francisco de Pina de Mello
Angel del Arco y Molinero b) Geográfico
Antonio de los Rios O método geográfico é do sistema direto. A busca
é feita diretamente ao documento. Este método é
Arquivam-se: Arco y Molinero, Angel Del
preferido quando o principal elemento a ser considerado
Oviedo y Baños, José de em um documento é a procedência ou local. As melhores
Pina de Mello, Francisco de ordenações geográficas são:
Rios, Antonio de los - Nome do estado, cidade e correspondente.
Quando se organiza um arquivo por estados, as capitais
11) Os nomes orientais – japoneses, chineses e devem ser alfabetadas em primeiro lugar, por estado,
árabes – são registrados como se apresentam. independentemente da ordem alfabética em relação às
demais cidades, que deverão estar dispostas após as
Ex.: Al Ben-Hur capitais.
Li Yutang Ex.:
Arquivam-se: Al Ben-Hur
Estado Cidade Correspondente
Li Yutang
Amazonas Manaus Sobreira, Luísa
12) Os nomes de firmas, empresas, instituições e Amazonas Itacoatiara Santos, Antônio
órgãos governamentais devem ser transcritos como se

9
Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rodrigues, Isa com a ordenação alfabética, já que o método exige um
índice alfabético remissivo. O método numérico simples,
Rio de Janeiro Campos Almeida, José de feitas algumas adaptações, tem ampla aplicação nos
- Nome da cidade, estado e correspondente. arquivos especiais (discos, fotografias, filmes, fitas
Quando o principal elemento de identificação é a cidade e sonoras) e especializados (projetos de engenharia,
não o estado, deve-se observar a rigorosa ordem projetos de financiamento, prontuários médicos, cadastros
alfabética por cidades, não havendo destaque para as de funcionários).
capitais.
Ex.: - Método Numérico Cronológico
Cidade Estado Correspondente Neste método, além da ordem numérica, tem-se
de observar a data. Esta modalidade é a adotada em
Campos Rio de Janeiro Almeida, José de quase todas as repartições públicas. Numera-se o
Itacoatiara Amazonas Santos, Antônio documento e não a pasta. É o único método que dispensa
o uso de pastas miscelânea, uma vez que cada
Manaus Amazonas Sobreira, Luísa documento recebe seu próprio número de registro,
Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rodrigues, Isa constituindo-se num processo único, ordenado em
rigorosa ordem numérica.
Vantagens do método numérico cronológico: maior
OBS.: Quando se trata de correspondências com grau de sigilo, menor possibilidade de erros por ser mais
outros países, alfabeta-se em primeiro lugar o fácil lidar com números do que com letras. Desvantagem:
país, seguido da capital e do correspondente. As é um método indireto, obrigando duplicidade de pesquisa.
demais cidades serão alfabetadas em ordem
alfabética, após as respectivas capitais dos - Dígito-terminal
países a que se referem.
Este método surgiu em decorrência da
necessidade de serem reduzidos erros no arquivamento
de grande volume de documentos, cujo elemento principal
de identificação é o número. Entre as instituições de
grande porte que precisam arquivar parte considerável
dos seus documentos por número podemos mencionar,
entre outras, o INSS, as companhias de seguro, os
hospitais, os bancos.
Os documentos são numerados sequencialmente,
mas sua leitura apresenta uma peculiaridade que
caracteriza o método: os números, dispostos em três
grupos de dois dígitos cada um, são lidos da direita para a
esquerda, formando pares.
Decompondo-se, por exemplo, o número 829.319,
tem-se os seguintes grupos: 82-93-19.
Como a leitura é feita sempre da direita para a
esquerda, chama-se o grupo 19 de primário, o grupo 93
Ainda falando do método geográfico devemos de secundário e o grupo 82 de terciário.
identificar como sendo: O arquivamento dos documentos, pastas ou fichas
Vantagens: é direto e de fácil manuseio. é feito considerando-se em primeiro lugar o grupo
Desvantagens: exige duas classificações – local e primário, seguindo-se o secundário e finalmente o
nome do correspondente. terciário.
Assim, para se localizar a pasta 162.054 (16-20-
c) Métodos Numéricos 54), o arquivista deve verificar, em primeiro lugar, onde se
encontram as pastas terminadas em 54; em seguida,
Quando o principal elemento a ser considerado em
localiza as pastas cujo grupo secundário é o grupo 20 e,
um documento é o número, a escolha deve recair sobre
finalmente, a pasta desejada, de número 16.
um dos seguintes métodos: simples, cronológico ou
dígito-terminal. Vantagens do método dígito-terminal: redução de
erros de arquivamento; rapidez na localização e
Tais métodos são indiretos, uma vez que, para se
arquivamento, uma vez que trabalha com grupos de dois
localizar um documento ou pasta, há que se recorrer a um
dígitos; expansão equilibrada do arquivo distribuído em
índice alfabético (em fichas), que fornecerá o número sob
três grandes grupos; possibilidade de divisão equitativa do
o qual o documento ou pasta foram arquivados.
trabalho entre os arquivistas.
A numeração obedece somente à ordenação
Desvantagens: leitura não convencional dos
sequencial, embora a disposição física das pastas, nas
números; disposição física dos documentos de acordo
gavetas ou estantes, possa apresentar peculiaridades
com o sistema utilizado na leitura.
próprias a cada método.

d) Ideográficos (Métodos por Assunto)


- Método Numérico Simples
Quase toda organização dispõe de certo número
O método numérico simples constitui-se na
de documentos que devem, com vantagem ser
atribuição de um número a cada correspondente ou
arquivados por assunto, os referentes à administração
cliente, pessoa física ou jurídica, obedecendo-se à ordem
interna e suas atividades-fim.
de entrada ou de registro, sem qualquer preocupação

10
Dependendo do volume de documentos a serem O método decimal apresenta as seguintes
guardados por assunto, pode-se escolher métodos mais vantagens: - todos os assuntos relacionados com
ou menos complexos, capazes de atender às determinado tópico ficam reunidos em grupos; - os
necessidades. números classificadores formam verdadeiras
O método de arquivamento por assunto não é, nomenclaturas fáceis de reter na memória; - expansão
porém, de fácil aplicação, pois depende de interpretação ilimitada para as subdivisões dos assuntos.
dos documentos sob análise, além de amplo São desvantagens deste método: limitação de 10
conhecimento das atividades institucionais, no entanto, é números para a classificação; necessidade de se prever o
o mais aconselhado nos casos de grandes massas desenvolvimento das atividades da instituição, bem como
documentais e variedade de assunto. preparo e muita atenção do arquivista.
Dica de concurso: No sistema decimal de
- Alfabéticos codificação, mais utilizado pelas empresas,
Quando o volume e a diversidade de assuntos da admite-se que somente a utilização das três
documentação a ser arquivada são pequenos, deve-se classificações (geral, individualizadora e
adotar o método alfabético, que poderá obedecer à ordem definidora) pode evitar enganos de
dicionária ou à ordem enciclopédica. movimentação de itens nos estoques. (Anal.Adm.
FHS/CESPE/2009)
Na ordem dicionária, os assuntos isolados são
dispostos alfabeticamente, obedecendo-se somente à
sequência das letras. ▪ Unitermo ou Indexação Coordenada
Exemplo: Cursos de Doutorado O método unitermo ou indexação coordenada foi
Cursos de Especialização desenvolvido por Mortimer Taube, nos EUA, em princípios
Cursos de Formação de 1950.
Na ordem enciclopédica, os assuntos correlatos Embora não se recomende sua aplicação nos
são agrupados sob títulos gerais e dispostos arquivos convencionais, a indexação coordenada vem
alfabeticamente. Com a ordenação enciclopédica surgem sendo utilizada, com grande êxito, principalmente nos
os primeiros esboços de esquemas de classificação. arquivos especiais e especializados.
Exemplo: Cursos O método consiste em se atribuir a cada
documento, ou grupo de documentos, um número em
Especialização ordem crescente, de acordo com sua entrada no arquivo.
Formação Esse número, denominado número de registro, controlado
Pós-Graduação através de livro próprio, deve ser assinalado no
Doutorado documento, em lugar visível e previamente determinado.
Mestrado Sua finalidade é identificar e localizar o documento
quando solicitado. Os elementos identificadores do
documento são transcritos em uma ficha-índice, sob a
- Numéricos forma de palavras-chave.
Os métodos numéricos ideográficos ou de
assuntos mais conhecidos são o duplex, o decimal e o
2. MÉTODOS PADRONIZADOS
unitermo, também conhecido como indexação
coordenada. a) Variadex
É um método alfabético e muito conhecido, de uso
direto e que deve ser aumentado de acordo com a
▪ Método duplex
necessidade. Consiste em dar cores aos diversos grupos
Nesse método a documentação é dividida em de letras, o que auxilia muito a localização e o manuseio.
classes, conforme os assuntos, partindo-se do gênero A cor das guias é dada pela segunda letra da palavra-
para a espécie e desta para a minúcia. Exemplo: chave.
0 Administração Geral
1 Pesquisas b) Automático
1.1 Psicologia É uma variedade do método alfanumérico. Não
1.1.1 Aplicada ao Trabalho tem aplicação prática no Brasil.
1.1.2 Aplicada à Educação
1.2 Ciência Política c) Soundex
1.3. Administração Não tem aplicação prática nos arquivos
brasileiros.
▪ Método decimal
O método decimal empregado nos arquivos é d) Mnemônico:
baseado na técnica do Sistema Decimal de Melvil Dewey, É um método alfabético que procura combinar as
ex-presidente da Associação dos Bibliotecários letras do alfabeto de forma a auxiliar a memória. Ex.: A –
Americanos. Este sistema foi aceito pelo Instituto Aluguel. Encontra-se praticamente obsoleto no Brasil.
Bibliográfico de Bruxelas, que o ampliou. Hoje, é
universalmente conhecido.
e) Rôneo:
Consiste na distribuição hierárquica dos
Praticamente não se usa no Brasil.
documentos em 10 grandes classes, cada uma das quais
se reparte em 10 subclasses e assim por diante. Dica de concurso: O método temático tem
como eixo a identificação de temas ou assuntos

11
presentes, explicitamente ou não, nos anos). A partir da microfilmagem – salvo raras exceções –
documentos. Esse método deve ser utilizado o documento estará disponível para consulta apenas
combinado com o alfabético, que serve para através do rolo de microfilme, preservando-se, dessa
ordenar os temas elencados. (Assist.Ser.Adm.E forma, o original.
MBRASA/CESE P/2010) Os defensores da microfilmagem apontam razões
para microfilmar:
ARQUIVÍSTICA E INFORMÁTICA - Confiabilidade: O microfilme é uma mídia de
arquivamento. Atualmente os documentos
Não é fácil definir informação. Iremos adotar a
filmados há 70 anos são recuperáveis e
definição segundo a qual informação é o “termo que
legíveis. Que outro tipo de mídia pode oferecer
designa o conteúdo de tudo aquilo que trocamos com o
a mesma confiabilidade?
mundo exterior e que faz com que nos ajustemos a ele de
forma perceptível”. - Norma ISO: O microfilme é uma mídia
compatível. As informações armazenadas em
A palavra informática surge da contração das
microfilme estão protegidas quanto a possíveis
palavras informação e automática. Logo, informática é a
mudanças tecnológicas.
ciência que estuda os métodos e modos de
processamento e transmissão da informação. (MONTE, - Baixo Custo: O microfilme propicia um
2004) armazenamento eficiente, ocupando pouco
espaço a um custo muito baixo por imagem.
Suas qualidades de arquivamento o tornam a
MICROFILMAGEM melhor opção para armazenamento em longo
Uma das questões mais importantes em prazo.
Arquivologia reside na impossibilidade de se armazenar - Reproduzível: É muito econômico reproduzir um
tudo o que é produzido nas atividades de administração microfilme. Pode-se distribuir de modo rápido e
da vida moderna. Mesmo com o auxílio da informática e conveniente grandes quantidades de
do armazenamento de dados, é impossível guardar todos informações para as pessoas que desejam
os documentos que são produzidos. acessá-las.
Foi com o surgimento dos processos - Digitalizável: O microfilme pode ser convertido
mecanográficos que surgiu a concepção de automação ou em dados eletrônicos para distribuição através
automatização de documentos e arquivos. Todavia, foi da Internet e ser armazenado digitalmente para
apenas com o surgimento do arquivo eletrônico que a fácil consulta.
automação se concretizou.
2
A microfilmagem de documentos oficiais é
Quando falamos em automação (digitalização) de regulamentada pela Lei Nº 5.433/68 e pelo Decreto Nº
documentos estamos basicamente fazendo referência à 1799/96.
transposição do suporte inicial do documento (papel, fita
magnética etc.) para um suporte digital (CD, DVD etc.) por
meio de computadores. PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS DOCUMENTOS
MICROFILMADOS E OS DIGITALIZADOS
As duas formas mais comuns de automatizar
(digitalizar) um documento são: Abordaremos agora as principais diferenças entre
os documentos microfilmados e os digitalizados:
- Através da transferência da informação para
um CD ou mesmo para o meio virtual (ex: - O microfilme possui valor legal. O documento
disco virtual) realizado pelo processo de digital não possui valor legal. Assim, caso o
“scanneamento” de um documento em papel; documento tenha valor jurídico, ele poderá ser
eliminado se houver sido microfilmado, mas o
- Gravando as informações de uma fita
mesmo não poderá ser feito caso ele tenha
magnética, disco de vinil etc. para um CD ou
sido scanneado.
DVD, por exemplo.
- Alguns estudos demonstram que o tempo de vida
A digitalização de documentos é uma política de
útil (considera-se a integridade da informação)
arquivo baseada em quatro fundamentos principais:
de um CD, em condições de armazenamento e
- Diminuição do tamanho do acervo; ambiente adequados, gira em torno de 200
- Preservação dos documentos; anos. O microfilme tem um prazo estipulado em
- Possibilidade de acesso ao mesmo 500 anos.
documento por várias pessoas ao mesmo - O CD pode ser guardado em condições
tempo; ambientais “mais flexíveis”, enquanto que o
- Maior agilidade (ao menos em tese) na microfilme, devido à composição química da
busca e recuperação da informação. fotografia, precisa de cuidados muito mais
especiais.
A microfilmagem é um processo realizado
mediante captação da imagem por meio fotográfico ou
eletrônico, tendo como objetivos principais reduzir o Documentos eletrônicos (digitais): conceitos e
tamanho do acervo e preservar os documentos originais definições.
(estima-se que um microfilme preservado em condições - Documento eletrônico = todo registro que tem
ambientais adequadas tenha a durabilidade média de 500 como meio físico um suporte eletrônico.
- documento eletrônico ou documento digital é todo
2 registro gerado ou recebido por uma entidade pública ou
Definir e utilizar formatos padronizados na elaboração
privada, no desempenho de suas atividades, armazenado
de documentos digitais facilita a definição de técnicas de
e disponibilizado ou não, através de sistemas de
preservação digital e reduz custos, embora esses padrões
computação.
não sejam perenes. (Arquivista Tec.Ofic.Intel. ABIn -
CESPE/2010)

12
- Assinatura eletrônica é todo método eletrônico na Tabela de Temporalidade da entidade,
que permita evidenciar a autoria e integridade do aplicando aos documentos sob controle do
conteúdo de um documento eletrônico. sistema.
- Assinatura digital, por sua vez, é espécie do Workflow: não é necessário muito
gênero “assinatura eletrônica”, sendo caracterizada pelo aprofundamento neste conceito, pois ele apareceu em
emprego de criptografia com sistema de chaves apenas quatro provas para cargos de nível médio. Pode
assimétricas. ser que venha a aparecer com mais frequência em
- Certificação digital é a atividade de certificar provas, mas ainda vai demorar um pouco. Contudo, caso
assinaturas digitais, identificando e reconhecendo o seu apareça em provas, será suficiente que o candidato saiba
titular e a sua correspondente chave pública. Mediante o apenas o conceito para responder a questão.
uso da certificação digital, presume-se a autenticidade e a O Workflow (ou fluxo de trabalho) é como o próprio
integridade do documento eletrônico. nome sugere uma sequência ordenada de tarefas em
uma atividade. No caso da Gestão de documentos trata-
se de todo o rito que o documento segue desde sua
GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE criação até sua destinação. Ainda, no caso da automação,
DOCUMENTOS - GED esse processo é automatizado porque o próprio sistema
A Gestão Eletrônica de Documentos, ou de GED fornecerá os passos a serem seguidos para a
simplesmente “GED”, trata-se da Gestão de Documentos realização de uma atividade administrativa.
aliada às ferramentas tecnológicas para facilitar o seu
trabalho. As principais inovações aplicadas são as que Considerações sobre automação:
trabalham com os processos de Gestão de Documentos e
GDE X GED: é muito comum que o candidato
suporte de documentos eletrônicos.
cometa o erro de confundir esses dois conceitos pela
As principais ferramentas tratadas na automação semelhança da sigla. Então peço muita atenção: O GED
de arquivos e cobradas em provas são o GED e o refere-se à automação do sistema, enquanto a GDE
workflow. Vamos a cada uma delas. refere-se à parte da gestão voltada exclusivamente para
GED: é a sigla para Gerenciamento Eletrônico de documentos eletrônicos.
Documentos, ou Gestão Eletrônica de Documentos. Não é necessário que todas as tecnologias e GED
Trata-se apenas de acrescentar à Gestão de Documentos estejam presentes em uma entidade para que esta possa
tradicional equipamentos e tecnologias que irão facilitar e estar automatizada. De fato, as mais comuns são a
aumentar a qualidade de sua atuação. captura, Doument, Imaging (ou digitalização) e o ERM
Partindo do conceito inicial, podemos descrever (mais utilizado em sistemas de protocolo).
GED como sendo um conjunto de tecnologias que permite Documento Digital X Documento Digitalizado:
a uma entidade gerenciar seus documentos em forma também é comum que o candidato acredite que todo
digital. Esses documentos podem ter os mais diferentes documento inserido no computador é um documento
formatos, suportes ou gêneros, como papel, áudio, digital. Contudo, para a doutrina, documento digital é
microfilme, arquivos de texto, etc. aquele que “nasce” em suporte eletrônico e em código
As principais tecnologias que compõem o binário (lembrem-se da classificação de documentos
conjunto do GED são: quanto ao gênero). O documento que “nasce” em suporte
Capture – tecnologia que permite a captura do papel e depois é inserido no computador é o documento
documento pelo sistema. A partir da captura o digitalizado. A diferença pode parecer sutil, mas não é:
sistema extrai os dados do documento e os um documento digital está no suporte eletrônico; um
transformam em informações confiáveis, documento digitalizado apenas tem a sua imagem no
recuperáveis e acessíveis (metadados), como o computador, uma cópia, mas o documento em si continua
produtor, a data, o local, número, etc. sendo aquele em suporte papel, que deve ser mantido
Document Imaging – é a tecnologia mais utilizada para todos os efeitos (de acordo com a Lei 12.682/12, a
atualmente em entidades públicas e privadas, versão digitalizada não possui o mesmo valor legal do
superando até mesmo a microfilmagem. Trata- original, diferente do que acontece na microfilmagem).
se um documento digital (ou eletrônico). Essa Metadados: os metadados descrevem o processo
conversão é feita através de aparelhos de de registro da informação e identificam o documento,
captura de imagens, como os scanners. servindo para assegurar a autenticidade, compreensão e
Document Management – essa tecnologia uso do documento. Trata-se de “dados sobre os dados”
permite o controle sobre a criação, revisão e (retira- se dados sobre o documento, como número,
descarte de documentos eletrônicos. Ela destinatário, autor, assunto, data, etc., para inserir em um
propicia recuperação de informações (autor, sistema de busca e recuperação).
data, local, versão, etc), segurança, busca e Migração: é o processo de combate à
versão. obsolescência dos equipamentos digitais. Devido ao
COLD ou ERM – tecnologia que trata da emissão rápido avanço tecnológico, um suporte digital (mídia)
de relatórios sobre a Gestão de Documentos. tende a ficar obsoleta cada vez mais rápida, e com isso
Funciona como um feedback, mostrando os aumenta-se o risco de perda do documento. A migração
resultados das operações realizadas. trata de transferir o documento de uma mídia antiga para
uma mais recente (ex: tirar o documento do disquete e
Forms Processing – tecnologia que permite a colocar no CD ou pen drive). Mesmo assim a migração
criação de formulários. Os formulários são não é a solução final, pois além de ser um trabalho
essenciais para algumas atividades e trâmites “interminável” (sempre haverá atualização de mídias), os
de documentos. custos podem ser muito altos (a depender da quantidade
Records andInformation Management – de documentos e do material utilizado), assim como os
tecnologia que controla o ciclo de vida dos riscos de perda (podem ocorrer falhas durante o
documentos. Essa tecnologia opera com base processo, como falta de energia, quebra de equipamento

13
ou mesmo o acesso indevido e alteração fraudulenta do Especificamente a GDE deve ter espaço para a
documento). implantação de um sistema eletrônico com requisitos
Emulação: outro processo de preservação digital, funcionais, requisitos não funcionais e metadados.
trata-se de uma situação específica onde um Os requisitos funcionais são condições a serem
equipamento (hardware) ou programa (software) simula o cumpridas pela organização produtora de documentos,
funcionamento de outra tecnologia, esta geralmente mais pelo sistema de gestão arquivística e pelos próprios
antiga. Aos concurseiros que um dia tiveram infância, documentos a fim de garantir a sua autenticidade ao
lembramos dos emuladores de velhos consoles que não longo do tempo, ou seja, o seu valor como fonte de prova
são mais produzidos, que podem ser encontrados na das atividades desenvolvidas por uma dada instituição.
internet, baixados e instalados no computador para que São requisitos funcionais: registro e captura, classificação,
este rode os jogos da plataforma. Aos não familiarizados tramitação, avaliação e destinação, recuperação da
com o assunto, utilizo o exemplo do DVD. Quando se põe informação, acesso e segurança, armazenamento e
um disco com filme DVD para rodar no computador, este preservação.
nada mais está fazendo do que simulando o Os requisitos não funcionais são diretrizes a
funcionamento de um aparelho de DVD. Na arquivística a serem observadas no planejamento, implantação e
emulação é utilizada como meio de preservação digital, operacionalização dos sistemas de gestão de
pois documentos digitais mais antigos (tanto em formato documentos. São requisitos não funcionais: utilização de
quanto em suporte) ainda necessitam de leitura. Ex: padrões abertos, independência de fornecedor, integração
aparelho que simula um leitor de disquete, ou programa com sistemas legados, conformidade com a legislação e
que abre documentos em formatos antigos ou os padrões de interoperabilidade do governo, atendimento
incompatíveis. a usuários internos e externos, facilidade de utilização e
Trilha de Auditoria: é o conjunto de informações desempenho.
registradas que permite o rastreamento de intervenções Os metadados são definidos, segundo a
ou tentativas de intervenção no documento arquivístico Resolução, como informações estruturadas e codificadas
digital ou no SIGAD (Sistema Informatizado de Gestão que descrevem e permitem gerenciar, compreender,
Arquivística de Documentos). A trilha de auditoria deve preservar e acessar os documentos digitais ao longo do
registrar o movimento e o uso dos documentos tempo. Essas informações referem-se a identificação e
arquivísticos dentro de um SIGAD (captura, registro, contexto documental (identificador único, instituição
classificação, indexação, arquivamento, armazenamento, produtora, nomes, assunto, datas, local, código de
recuperação da informação, acesso e uso, preservação e classificação, tipologia documental, temporalidade,
destinação), informando quem operou, a data e a hora, e destinação, versão, documentos relacionados, idioma e
as ações realizadas. indexação), segurança (categoria de sigilo, informações
(TRE-ES/2011 – Cespe/UnB) A trilha de sobre criptografia, assinatura digital e outras marcas
auditoria deve registrar o movimento e o uso digitais), contexto tecnológico (formato de arquivo,
dos documentos arquivísticos dentro de um tamanho de arquivo, dependências de hardware e
sistema informatizado de gestão arquivística de software, tipos de mídias, algoritmos de compressão) e
documentos, informando quem operou, a data, localização física do documento. Trocando por miúdos, os
a hora e as ações realizadas. metadados são dados sobre os dados, informações que
Resolução permitem identificar e localizar os documentos.
O item está correto. Essa é a correta definição (MPE-PI/2012 – Cespe/UnB) Por seguirem
de trilha de auditoria, método que serve para padrões internacionais, os requisitos funcionais
identificar todas as movimentações e podem prescindir da legislação nacional.
modificações realizadas em um documento Resolução
digital, bem como os responsáveis por elas. O item está incorreto. O examinador fez uma
(ANP/2013 – Cespe/UnB) A conversão utiliza armadilha com o emprego do termo “prescindir”,
um software que simula o ambiente operacional que significa “dispensável”. Segundo o
do documento original, de forma a permitir o entendimento da questão, é dispensável a
uso do programa original no sistema de observância da legislação, uma vez que os
computador corrente, preservando o formato de requisitos funcionais são padronizados
dados original do documento. mundialmente. Isso é um absurdo, pois toda a
Resolução atividade arquivística no país é fundamentada na
Lei, que veremos em nossa última aula. Tudo o
O item está incorreto. Toda a questão está
que é aceito no mundo deve ser tratado por meio
correta, mas emprega o termo “conversão” no
de leis em nosso país para ser aceito.
lugar de “emulação”.
(ANP/2013 – Cespe/UnB) A encapsulação
Considerando a automação e os documentos requer que os metadados sejam agrupados ou
digitais, devemos falar também sobre a Resolução inseridos no objeto digital.
CONARQ nº 20, que dispõe sobre a inserção dos
documentos digitais em programas de gestão arquivística Resolução
de documentos dos órgãos e entidades integrantes do O item está incorreto. Até o momento não faz
Sistema Nacional de Arquivos. parte dos nossos estudos o assunto
Esta Resolução define documento digital como “Preservação e Conservação de Documentos”,
sendo o documento arquivístico codificado em dígitos mas a encapsulação trata-se de uma técnica de
binários, produzido, tramitado e armazenado por sistema restauração aplicada ao documento em papel
computacional, sendo exemplos a planilha digital, que está muito danificado. Portanto não possui
mensagens de email, sites da internet, bases de dados ou qualquer relação com documentos digitais.
qualquer outra, desde que esteja em formato digital.

14
sua documentação à instituição arquivística pública ou a
LEGISLAÇÃO ARQUIVISTA sua transferência à instituição sucessora.
No que se refere à legislação brasileira pertinente Art. 8º Os documentos públicos são identificados
aos arquivos, além da própria Carta Magna fazer como correntes, intermediários e permanentes.
referência à importância dos documentos no que tange ao § 1º - Consideram-se documentos correntes
seu valor histórico e cultural (Art. 215 e Art. 216), aqueles em curso ou que, mesmo sem movimentação,
devemos conhecer: constituam objeto de consultas frequentes.
 Lei Nº 8.159, de 08/01/1991; § 2º - Consideram-se documentos intermediários
 Lei Nº 5.433, de 08/05/1968; aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos
produtores, por razões de interesse administrativo,
 Decreto Nº 1.799, de 30/01/1996;
aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda
 Lei Nº 12.527, de 18/11/2011 permanente.
§ 3º Consideram-se permanentes os conjuntos de
LEI Nº 8.159, DE 08 DE JANEIRO DE 1991 documentos de valor histórico, probatório e informativo
que devem ser definitivamente preservados.
Dispõe sobre a política nacional de arquivos
Art. 9º A eliminação de documentos produzidos
públicos e privados e dá outras providências.
por instituições públicas e de caráter público será
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA realizada mediante autorização da instituição arquivística
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu pública, na sua específica esfera de competência.
sanciono a seguinte Lei: Art. 10 - Os documentos de valor permanente são
CAPÍTULO I inalienáveis e imprescritíveis.
DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO III
Art. 1º É dever do Poder Público a gestão DOS ARQUIVOS PRIVADOS
documental e a proteção especial a documentos de Art. 11 - Consideram-se arquivos privados os
arquivos, como instrumento de apoio à administração, à conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por
cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas
de prova e informação. atividades.
Art. 2º Consideram-se arquivos, para os fins desta Art. 12 - Os arquivos privados podem ser
Lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos identificados pelo Poder Público como de interesse
por órgãos públicos, instituições de caráter público e público e social, desde que sejam considerados como
entidades privadas, em decorrência do exercício de conjuntos de fontes relevantes para a história e
atividades específicas, bem como por pessoa física, desenvolvimento científico nacional.
qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza
Art. 13 - Os arquivos privados identificados como
dos documentos.
de interesse público e social não poderão ser alienados
Art. 3º Considera-se gestão de documentos o com dispersão ou perda da unidade documental, nem
conjunto de procedimentos e operações técnicas transferidos para o exterior.
referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e
Parágrafo único - Na alienação desses arquivos o
arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a
Poder Público exercerá preferência na aquisição.
sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.
Art. 14 - O acesso aos documentos de arquivos
Art. 4º Todos têm direito a receber dos órgãos
privados identificados como de interesse público e social
públicos informações de seu interesse particular ou de
poderá ser franqueado mediante autorização de seu
interesse coletivo ou geral, contidas em documentos de
proprietário ou possuidor.
arquivos que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja Art. 15 - Os arquivos privados identificados como
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, de interesse público e social poderão ser depositados a
bem como à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, título revogável, ou doados a instituições arquivísticas
da honra e da imagem das pessoas. públicas.
Art. 5º A administração pública franqueará a Art. 16 - Os registros civis de arquivos de
consulta aos documentos públicos na forma da Lei. entidades religiosas produzidos anteriormente à vigência
do Código Civil ficam identificados como de interesse
Art. 6º Fica resguardado o direito de indenização
público e social.
pelo dano material ou moral decorrente da violação do
sigilo, sem prejuízo das ações penal, civil e administrativa. CAPÍTULO IV
CAPÍTULO II DA ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE
INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS PÚBLICAS
DOS ARQUIVOS PÚBLICOS
Art. 17 - A administração da documentação pública
Art. 7º Os arquivos públicos são os conjuntos de
ou de caráter público compete às instituições arquivísticas
documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas
federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais.
atividades, por órgãos públicos de âmbito federal,
estadual, do Distrito Federal e municipal em decorrência § 1° - São arquivos Federais o Arquivo Nacional do
de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias. Poder Executivo, e os arquivos do Poder Legislativo e do
Poder Judiciário. São considerados, também, do Poder
§ 1º - São também públicos os conjuntos de
Executivo os arquivos do Ministério da Marinha, do
documentos produzidos e recebidos por instituições de
Ministério das Relações Exteriores, do Ministério do
caráter público, por entidades privadas encarregadas da
Exército e do Ministério da Aeronáutica.
gestão de serviços públicos no exercício de suas
atividades. § 2° - São Arquivos Estaduais o arquivo do Poder
Executivo, o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do
§ 2º - A cessação de atividade de instituições
Poder Judiciário.
públicas e de caráter público implica o recolhimento de

15
§ 3° - São Arquivos do Distrito Federal o arquivo aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor
do Poder Executivo, o arquivo do Poder Legislativo e o permanente ou considerado como de interesse público e
arquivo do Poder Judiciário. social.
§ 4° - São Arquivos Municipais o arquivo do Poder Art. 26 - Fica criado o Conselho Nacional de
Executivo e o arquivo do Poder Legislativo. Arquivos - CONARQ, órgão vinculado ao Arquivo
§ 5° - Os arquivos públicos dos Territórios são Nacional, que definirá a política nacional de arquivos,
organizados de acordo com sua estrutura político-jurídica. como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos -
SINAR.
Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gestão e
o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos § 1° - O Conselho Nacional de Arquivos será
pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional e
facultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e integrado por representantes de instituições arquivísticas
acompanhar e implementar a política nacional de e acadêmicas, públicas e privadas.
arquivos. § 2° - A estrutura e funcionamento do Conselho
Parágrafo único - Para o pleno exercício de suas criado neste artigo serão estabelecidos em regulamento.
funções, o Arquivo Nacional poderá criar unidades Art. 27 - Esta Lei entra em vigor na data de sua
regionais. publicação.
Art. 19 - Competem aos arquivos do Poder Art. 28 - Revogam-se as disposições em contrário.
Legislativo Federal a gestão e o recolhimento dos Brasília, em 08 de janeiro de 1991; 170° da
documentos produzidos e recebidos pelo Poder Independência e 103° da República.
Legislativo Federal no exercício de suas funções, bem
FERNANDO COLLOR
como preservar e facultar o acesso aos documentos sob
sua guarda. Jarbas Passarinho
Art. 20 - Competem aos arquivos do Poder (Diário Oficial da União, de 09 janeiro de 1991, e pub. ret.
Judiciário Federal a gestão e o recolhimento dos em 28 de janeiro de 1991
documentos produzidos e recebidos pelo Poder Judiciário
Federal no exercício de suas funções, tramitados em juízo LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
e oriundos de cartórios e secretarias, bem como preservar
e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA
Art. 21 - Legislação Estadual, do Distrito Federal e Faço saber que o Congresso Nacional decreta e
municipal definirá os critérios de organização e vinculação eu sanciono a seguinte Lei:
dos arquivos estaduais e municipais, bem como a gestão CAPÍTULO I
e o acesso aos documentos, observado o disposto na DISPOSIÇÕES GERAIS
Constituição Federal, e nesta Lei. o
Art. 1 Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a
CAPÍTULO V serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e
DO ACESSO E DO SIGILO DOS DOCUMENTOS Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações
o
PÚBLICOS previsto no inciso XXXIII do art. 5 , no inciso II do § 3º do
Art. 22 - É assegurado o direito de acesso pleno art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal.
aos documentos públicos. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta
Art. 23 - Decreto fixará as categorias de sigilo que Lei:
deverão ser obedecidas pelos órgãos públicos na I - os órgãos públicos integrantes da administração
classificação dos documentos por eles produzidos. direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as
§ 1° - Os documentos cuja divulgação ponha em Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público;
risco a segurança da sociedade e do Estado, bem como II - as autarquias, as fundações públicas, as
aqueles necessários ao resguardo da inviolabilidade da empresas públicas, as sociedades de economia mista e
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das demais entidades controladas direta ou indiretamente pela
pessoas são originalmente sigilosos. União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
o
§ 2° - O acesso aos documentos sigilosos Art. 2 Aplicam-se as disposições desta Lei, no
referentes à segurança da sociedade e do Estado será que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que
restrito por um prazo máximo de 30 (trinta) anos, a contar recebam, para realização de ações de interesse público,
da data de sua produção, podendo esse prazo ser recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante
prorrogado, por uma única vez, por igual período. subvenções sociais, contrato de gestão, termo de
§ 3° - O acesso aos documentos sigilosos parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros
referentes à honra e a imagem das pessoas será restrito instrumentos congêneres.
por um prazo máximo de 100 (cem) anos, a contar da Parágrafo único. A publicidade a que estão
data de sua produção. submetidas as entidades citadas no caput refere-se à
Art. 24 - Poderá o Poder Judiciário, em qualquer parcela dos recursos públicos recebidos e à sua
instância, determinar a exibição reservada de qualquer destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que
documento sigiloso, sempre que indispensável à defesa estejam legalmente obrigadas.
o
de direito próprio ou esclarecimento de situação pessoal Art. 3 Os procedimentos previstos nesta Lei
da parte. destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso
Parágrafo único - Nenhuma norma de organização à informação e devem ser executados em conformidade
administrativa será interpretada de modo a, por qualquer com os princípios básicos da administração pública e com
forma, restringir o disposto neste artigo. as seguintes diretrizes:
DISPOSIÇÕES FINAIS I - observância da publicidade como preceito geral
e do sigilo como exceção;
Art. 25 - Ficará sujeito à responsabilidade penal,
civil e administrativa, na forma da legislação em vigor,

16
II - divulgação de informações de interesse público, vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse
independentemente de solicitações; vínculo já tenha cessado;
III - utilização de meios de comunicação IV - informação primária, íntegra, autêntica e
viabilizados pela tecnologia da informação; atualizada;
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de V - informação sobre atividades exercidas pelos
transparência na administração pública; órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua política,
V - desenvolvimento do controle social da organização e serviços;
administração pública. VI - informação pertinente à administração do
o patrimônio público, utilização de recursos públicos,
Art. 4 Para os efeitos desta Lei, considera-se:
licitação, contratos administrativos; e
I - informação: dados, processados ou não, que
podem ser utilizados para produção e transmissão de VII - informação relativa:
conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou a) à implementação, acompanhamento e
formato; resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e
II - documento: unidade de registro de entidades públicas, bem como metas e indicadores
informações, qualquer que seja o suporte ou formato; propostos;
III - informação sigilosa: aquela submetida b) ao resultado de inspeções, auditorias,
temporariamente à restrição de acesso público em razão prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos
de sua imprescindibilidade para a segurança da de controle interno e externo, incluindo prestações de
sociedade e do Estado; contas relativas a exercícios anteriores.
o
IV - informação pessoal: aquela relacionada à § 1 O acesso à informação previsto no caput não
pessoa natural identificada ou identificável; compreende as informações referentes a projetos de
pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos
V - tratamento da informação: conjunto de ações
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
referentes à produção, recepção, classificação, utilização,
e do Estado.
acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição, o
arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, § 2 Quando não for autorizado acesso integral à
destinação ou controle da informação; informação por ser ela parcialmente sigilosa, é
assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de
VI - disponibilidade: qualidade da informação que
certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob
pode ser conhecida e utilizada por indivíduos,
sigilo.
equipamentos ou sistemas autorizados; o
§ 3 O direito de acesso aos documentos ou às
VII - autenticidade: qualidade da informação que
informações neles contidas utilizados como fundamento
tenha sido produzida, expedida, recebida ou modificada
da tomada de decisão e do ato administrativo será
por determinado indivíduo, equipamento ou sistema;
assegurado com a edição do ato decisório respectivo.
VIII - integridade: qualidade da informação não o
§ 4 A negativa de acesso às informações objeto
modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino;
de pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no
IX - primariedade: qualidade da informação o
art. 1 , quando não fundamentada, sujeitará o
coletada na fonte, com o máximo de detalhamento responsável a medidas disciplinares, nos termos do art.
possível, sem modificações. 32 desta Lei.
o
Art. 5 É dever do Estado garantir o direito de § 5
o
Informado do extravio da informação
acesso à informação, que será franqueada, mediante solicitada, poderá o interessado requerer à autoridade
procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, competente a imediata abertura de sindicância para
clara e em linguagem de fácil compreensão. apurar o desaparecimento da respectiva documentação.
CAPÍTULO II o o
§ 6 Verificada a hipótese prevista no § 5 deste
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA artigo, o responsável pela guarda da informação
DIVULGAÇÃO extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o
o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação.
Art. 6 Cabe aos órgãos e entidades do poder
o
público, observadas as normas e procedimentos Art. 8 É dever dos órgãos e entidades públicas
específicos aplicáveis, assegurar a: promover, independentemente de requerimentos, a
I - gestão transparente da informação, propiciando divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas
amplo acesso a ela e sua divulgação; competências, de informações de interesse coletivo ou
II - proteção da informação, garantindo-se sua geral por eles produzidas ou custodiadas.
o
disponibilidade, autenticidade e integridade; e § 1 Na divulgação das informações a que se
III - proteção da informação sigilosa e da refere o caput, deverão constar, no mínimo:
informação pessoal, observada a sua disponibilidade, I - registro das competências e estrutura
autenticidade, integridade e eventual restrição de acesso. organizacional, endereços e telefones das respectivas
o
Art. 7 O acesso à informação de que trata esta unidades e horários de atendimento ao público;
Lei compreende, entre outros, os direitos de obter: II - registros de quaisquer repasses ou
I - orientação sobre os procedimentos para a transferências de recursos financeiros;
consecução de acesso, bem como sobre o local onde III - registros das despesas;
poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada; IV - informações concernentes a procedimentos
II - informação contida em registros ou licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados,
documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos bem como a todos os contratos celebrados;
ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; V - dados gerais para o acompanhamento de
III - informação produzida ou custodiada por programas, ações, projetos e obras de órgãos e
pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer entidades; e

17
VI - respostas a perguntas mais frequentes da devendo o pedido conter a identificação do requerente e a
sociedade. especificação da informação requerida.
o o
§ 2 Para cumprimento do disposto no caput, os § 1 Para o acesso a informações de interesse
órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os público, a identificação do requerente não pode conter
meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo exigências que inviabilizem a solicitação.
obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial o
§ 2 Os órgãos e entidades do poder público
de computadores (internet). devem viabilizar alternativa de encaminhamento de
o o
§ 3 Os sítios de que trata o § 2 deverão, na pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na
forma de regulamento, atender, entre outros, aos internet.
seguintes requisitos: o
§ 3 São vedadas quaisquer exigências relativas
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que aos motivos determinantes da solicitação de informações
permita o acesso à informação de forma objetiva, de interesse público.
transparente, clara e em linguagem de fácil Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá
compreensão; autorizar ou conceder o acesso imediato à informação
II - possibilitar a gravação de relatórios em disponível.
diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não o
§ 1 Não sendo possível conceder o acesso
proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou
facilitar a análise das informações; entidade que receber o pedido deverá, em prazo não
III - possibilitar o acesso automatizado por superior a 20 (vinte) dias:
sistemas externos em formatos abertos, estruturados e I - comunicar a data, local e modo para se realizar
legíveis por máquina; a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão;
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados II - indicar as razões de fato ou de direito da
para estruturação da informação; recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou
V - garantir a autenticidade e a integridade das III - comunicar que não possui a informação,
informações disponíveis para acesso; indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a
VI - manter atualizadas as informações disponíveis entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento
para acesso; a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da
VII - indicar local e instruções que permitam ao remessa de seu pedido de informação.
o o
interessado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, § 2 O prazo referido no § 1 poderá ser
com o órgão ou entidade detentora do sítio; e prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir expressa, da qual será cientificado o requerente.
o
a acessibilidade de conteúdo para pessoas com § 3 Sem prejuízo da segurança e da proteção
o
deficiência, nos termos do art. 17 da Lei n 10.098, de 19 das informações e do cumprimento da legislação
o
de dezembro de 2000, e do art. 9 da Convenção sobre aplicável, o órgão ou entidade poderá oferecer meios para
os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo que o próprio requerente possa pesquisar a informação
o
Decreto Legislativo n 186, de 9 de julho de 2008. de que necessitar.
o o
§ 4 Os Municípios com população de até 10.000 § 4 Quando não for autorizado o acesso por se
(dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação tratar de informação total ou parcialmente sigilosa, o
o
obrigatória na internet a que se refere o § 2 , mantida a requerente deverá ser informado sobre a possibilidade de
obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de recurso, prazos e condições para sua interposição,
informações relativas à execução orçamentária e devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente
financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da para sua apreciação.
o
Lei Complementar n 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de o
§ 5 A informação armazenada em formato digital
Responsabilidade Fiscal). será fornecida nesse formato, caso haja anuência do
o
Art. 9 O acesso a informações públicas será requerente.
assegurado mediante: § 6
o
Caso a informação solicitada esteja
I - criação de serviço de informações ao cidadão, disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou
nos órgãos e entidades do poder público, em local com em qualquer outro meio de acesso universal, serão
condições apropriadas para: informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir a
informações; referida informação, procedimento esse que desonerará o
órgão ou entidade pública da obrigação de seu
b) informar sobre a tramitação de documentos nas
fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não
suas respectivas unidades;
dispor de meios para realizar por si mesmo tais
c) protocolizar documentos e requerimentos de procedimentos.
acesso a informações; e
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da
II - realização de audiências ou consultas públicas, informação é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução
incentivo à participação popular ou a outras formas de de documentos pelo órgão ou entidade pública
divulgação. consultada, situação em que poderá ser cobrado
CAPÍTULO III exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO custo dos serviços e dos materiais utilizados.
Seção I Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os
Do Pedido de Acesso custos previstos no caput todo aquele cuja situação
econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar sustento próprio ou da família, declarada nos termos
pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades o
da Lei n 7.115, de 29 de agosto de 1983.
o
referidos no art. 1 desta Lei, por qualquer meio legítimo,

18
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à Comissão
contida em documento cuja manipulação possa prejudicar Mista de Reavaliação de Informações prevista no art. 35.
sua integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões
com certificação de que esta confere com o original. denegatórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de revisão de classificação de documentos sigilosos serão
de cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas objeto de regulamentação própria dos Poderes Legislativo
expensas e sob supervisão de servidor público, a e Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos
reprodução seja feita por outro meio que não ponha em âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o
risco a conservação do documento original. direito de ser informado sobre o andamento de seu
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor pedido.
de decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia. Art. 19. (VETADO).
o
Seção II § 1 (VETADO).
o
Dos Recursos § 2 Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a Público informarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao
informações ou às razões da negativa do acesso, poderá Conselho Nacional do Ministério Público,
o interessado interpor recurso contra a decisão no prazo respectivamente, as decisões que, em grau de recurso,
de 10 (dez) dias a contar da sua ciência. negarem acesso a informações de interesse público.
Parágrafo único. O recurso será dirigido à Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que
o
autoridade hierarquicamente superior à que exarou a couber, a Lei n 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao
decisão impugnada, que deverá se manifestar no prazo procedimento de que trata este Capítulo.
de 5 (cinco) dias. CAPÍTULO IV
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o Seção I
requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da
Disposições Gerais
União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:
Art. 21. Não poderá ser negado acesso à
I - o acesso à informação não classificada como
informação necessária à tutela judicial ou administrativa
sigilosa for negado;
de direitos fundamentais.
II - a decisão de negativa de acesso à informação
Parágrafo único. As informações ou documentos
total ou parcialmente classificada como sigilosa não
que versem sobre condutas que impliquem violação dos
indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente
direitos humanos praticada por agentes públicos ou a
superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou
mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de
desclassificação;
restrição de acesso.
III - os procedimentos de classificação de
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais
informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem
hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as
sido observados; e
hipóteses de segredo industrial decorrentes da exploração
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa
outros procedimentos previstos nesta Lei. física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com
o
§ 1 O recurso previsto neste artigo somente o poder público.
poderá ser dirigido à Controladoria-Geral da União depois Seção II
de submetido à apreciação de pelo menos uma
Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos
autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou
de Sigilo
a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5
(cinco) dias. Art. 23. São consideradas imprescindíveis à
o segurança da sociedade ou do Estado e, portanto,
§ 2 Verificada a procedência das razões do
passíveis de classificação as informações cuja divulgação
recurso, a Controladoria-Geral da União determinará ao
ou acesso irrestrito possam:
órgão ou entidade que adote as providências necessárias
para dar cumprimento ao disposto nesta Lei. I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais
o ou a integridade do território nacional;
§ 3 Negado o acesso à informação pela
Controladoria-Geral da União, poderá ser interposto II - prejudicar ou pôr em risco a condução de
recurso à Comissão Mista de Reavaliação de negociações ou as relações internacionais do País, ou as
Informações, a que se refere o art. 35. que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros
Estados e organismos internacionais;
Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de
desclassificação de informação protocolado em órgão da III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde
administração pública federal, poderá o requerente da população;
recorrer ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo das IV - oferecer elevado risco à estabilidade
competências da Comissão Mista de Reavaliação de financeira, econômica ou monetária do País;
Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. V - prejudicar ou causar risco a planos ou
16. operações estratégicos das Forças Armadas;
o
§ 1 O recurso previsto neste artigo somente VI - prejudicar ou causar risco a projetos de
poderá ser dirigido às autoridades mencionadas depois de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico,
submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de
hierarquicamente superior à autoridade que exarou a interesse estratégico nacional;
decisão impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de
respectivo Comando. altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus
o
§ 2 Indeferido o recurso previsto no caput que familiares; ou
tenha como objeto a desclassificação de informação

19
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem público, executar atividades de tratamento de informações
como de investigação ou fiscalização em andamento, sigilosas adotará as providências necessárias para que
relacionadas com a prevenção ou repressão de seus empregados, prepostos ou representantes observem
infrações. as medidas e procedimentos de segurança das
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e informações resultantes da aplicação desta Lei.
entidades públicas, observado o seu teor e em razão de Seção IV
sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e
Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, Desclassificação
secreta ou reservada.
o
Art. 27. A classificação do sigilo de informações
§ 1 Os prazos máximos de restrição de acesso à no âmbito da administração pública federal é de
informação, conforme a classificação prevista no caput, competência:
vigoram a partir da data de sua produção e são os
I - no grau de ultrassecreto, das seguintes
seguintes:
autoridades:
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
a) Presidente da República;
II - secreta: 15 (quinze) anos; e
b) Vice-Presidente da República;
III - reservada: 5 (cinco) anos.
o
c) Ministros de Estado e autoridades com as
§ 2 As informações que puderem colocar em mesmas prerrogativas;
risco a segurança do Presidente e Vice-Presidente da
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da
República e respectivos cônjuges e filhos(as) serão
Aeronáutica; e
classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o
término do mandato em exercício ou do último mandato, e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares
em caso de reeleição. permanentes no exterior;
o
§ 3 Alternativamente aos prazos previstos no § II - no grau de secreto, das autoridades referidas
o
1 , poderá ser estabelecida como termo final de restrição no inciso I, dos titulares de autarquias, fundações ou
de acesso a ocorrência de determinado evento, desde empresas públicas e sociedades de economia mista; e
que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de III - no grau de reservado, das autoridades
classificação. referidas nos incisos I e II e das que exerçam funções de
o
§ 4 Transcorrido o prazo de classificação ou direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior,
consumado o evento que defina o seu termo final, a do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de
informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso hierarquia equivalente, de acordo com regulamentação
público. específica de cada órgão ou entidade, observado o
o disposto nesta Lei.
§ 5 Para a classificação da informação em o
determinado grau de sigilo, deverá ser observado o § 1 A competência prevista nos incisos I e II, no
interesse público da informação e utilizado o critério que se refere à classificação como ultrassecreta e
menos restritivo possível, considerados: secreta, poderá ser delegada pela autoridade responsável
a agente público, inclusive em missão no exterior, vedada
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da
a subdelegação.
sociedade e do Estado; e o
§ 2 A classificação de informação no grau de
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o
sigilo ultrassecreto pelas autoridades previstas nas
evento que defina seu termo final.
alíneas “d” e “e” do inciso I deverá ser ratificada pelos
Seção III respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas regulamento.
o
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a § 3 A autoridade ou outro agente público que
divulgação de informações sigilosas produzidas por seus classificar informação como ultrassecreta deverá
órgãos e entidades, assegurando a sua proteção. encaminhar a decisão de que trata o art. 28 à Comissão
o Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o
§ 1 O acesso, a divulgação e o tratamento de
informação classificada como sigilosa ficarão restritos a art. 35, no prazo previsto em regulamento.
pessoas que tenham necessidade de conhecê-la e que Art. 28. A classificação de informação em
sejam devidamente credenciadas na forma do qualquer grau de sigilo deverá ser formalizada em decisão
regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes que conterá, no mínimo, os seguintes elementos:
públicos autorizados por lei. I - assunto sobre o qual versa a informação;
o
§ 2 O acesso à informação classificada como II - fundamento da classificação, observados os
sigilosa cria a obrigação para aquele que a obteve de critérios estabelecidos no art. 24;
resguardar o sigilo.
o
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos,
§ 3 Regulamento disporá sobre procedimentos e meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final,
medidas a serem adotados para o tratamento de conforme limites previstos no art. 24; e
informação sigilosa, de modo a protegê-la contra perda,
IV - identificação da autoridade que a classificou.
alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação não
autorizados. Parágrafo único. A decisão referida no caput será
mantida no mesmo grau de sigilo da informação
Art. 26. As autoridades públicas adotarão as
classificada.
providências necessárias para que o pessoal a elas
subordinado hierarquicamente conheça as normas e Art. 29. A classificação das informações será
observe as medidas e procedimentos de segurança para reavaliada pela autoridade classificadora ou por
tratamento de informações sigilosas. autoridade hierarquicamente superior, mediante
provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos
Parágrafo único. A pessoa física ou entidade
em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à
privada que, em razão de qualquer vínculo com o poder

20
redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art. V - à proteção do interesse público e geral
24. preponderante.
o o
§ 1 O regulamento a que se refere § 4 A restrição de acesso à informação relativa à
o caput deverá considerar as peculiaridades das vida privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser
informações produzidas no exterior por autoridades ou invocada com o intuito de prejudicar processo de
agentes públicos. apuração de irregularidades em que o titular das
o informações estiver envolvido, bem como em ações
§ 2 Na reavaliação a que se refere o caput,
deverão ser examinadas a permanência dos motivos do voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior
sigilo e a possibilidade de danos decorrentes do acesso relevância.
o
ou da divulgação da informação. § 5 Regulamento disporá sobre os procedimentos
o para tratamento de informação pessoal.
§ 3 Na hipótese de redução do prazo de sigilo da
informação, o novo prazo de restrição manterá como CAPÍTULO V
termo inicial a data da sua produção. DAS RESPONSABILIDADES
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam
entidade publicará, anualmente, em sítio à disposição na responsabilidade do agente público ou militar:
internet e destinado à veiculação de dados e informações
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos
administrativas, nos termos de regulamento:
termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu
I - rol das informações que tenham sido fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma
desclassificadas nos últimos 12 (doze) meses; incorreta, incompleta ou imprecisa;
II - rol de documentos classificados em cada grau II - utilizar indevidamente, bem como subtrair,
de sigilo, com identificação para referência futura; destruir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou
III - relatório estatístico contendo a quantidade de parcialmente, informação que se encontre sob sua guarda
pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do
bem como informações genéricas sobre os solicitantes. exercício das atribuições de cargo, emprego ou função
o pública;
§ 1 Os órgãos e entidades deverão manter
exemplar da publicação prevista no caput para consulta III - agir com dolo ou má-fé na análise das
pública em suas sedes. solicitações de acesso à informação;
o
§ 2 Os órgãos e entidades manterão extrato com IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou
a lista de informações classificadas, acompanhadas da permitir acesso indevido à informação sigilosa ou
data, do grau de sigilo e dos fundamentos da informação pessoal;
classificação. V - impor sigilo à informação para obter proveito
Seção V pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato
Das Informações Pessoais ilegal cometido por si ou por outrem;
Art. 31. O tratamento das informações pessoais VI - ocultar da revisão de autoridade superior
deve ser feito de forma transparente e com respeito à competente informação sigilosa para beneficiar a si ou a
intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, outrem, ou em prejuízo de terceiros; e
bem como às liberdades e garantias individuais. VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio,
o documentos concernentes a possíveis violações de
§ 1 As informações pessoais, a que se refere
este artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e direitos humanos por parte de agentes do Estado.
o
imagem: § 1 Atendido o princípio do contraditório, da
I - terão seu acesso restrito, independentemente ampla defesa e do devido processo legal, as condutas
de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 descritas no caput serão consideradas:
(cem) anos a contar da sua data de produção, a agentes I - para fins dos regulamentos disciplinares das
públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se Forças Armadas, transgressões militares médias ou
referirem; e graves, segundo os critérios neles estabelecidos, desde
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou que não tipificadas em lei como crime ou contravenção
acesso por terceiros diante de previsão legal ou penal; ou
o
consentimento expresso da pessoa a que elas se II - para fins do disposto na Lei n 8.112, de 11 de
referirem. dezembro de 1990, e suas alterações, infrações
o administrativas, que deverão ser apenadas, no mínimo,
§ 2 Aquele que obtiver acesso às informações de
que trata este artigo será responsabilizado por seu uso com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos.
o
indevido. § 2 Pelas condutas descritas no caput, poderá o
o militar ou agente público responder, também, por
§ 3 O consentimento referido no inciso II do §
o improbidade administrativa, conforme o disposto nas Leis
1 não será exigido quando as informações forem os
necessárias: n 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho
de 1992.
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a
pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que
utilização única e exclusivamente para o tratamento detiver informações em virtude de vínculo de qualquer
médico; natureza com o poder público e deixar de observar o
disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes sanções:
II - à realização de estatísticas e pesquisas
científicas de evidente interesse público ou geral, I - advertência;
previstos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa II - multa;
a que as informações se referirem; III - rescisão do vínculo com o poder público;
III - ao cumprimento de ordem judicial;
IV - à defesa de direitos humanos; ou

21
IV - suspensão temporária de participar em Reavaliação de Informações, observado o mandato de 2
licitação e impedimento de contratar com a administração (dois) anos para seus integrantes e demais disposições
pública por prazo não superior a 2 (dois) anos; e desta Lei.
V - declaração de inidoneidade para licitar ou Art. 36. O tratamento de informação sigilosa
contratar com a administração pública, até que seja resultante de tratados, acordos ou atos internacionais
promovida a reabilitação perante a própria autoridade que atenderá às normas e recomendações constantes desses
aplicou a penalidade. instrumentos.
o
§ 1 As sanções previstas nos incisos I, III e IV Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de
poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, Segurança Institucional da Presidência da República, o
assegurado o direito de defesa do interessado, no Núcleo de Segurança e Credenciamento (NSC), que tem
respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias. por objetivos:
o
§ 2 A reabilitação referida no inciso V será I - promover e propor a regulamentação do
autorizada somente quando o interessado efetivar o credenciamento de segurança de pessoas físicas,
ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos empresas, órgãos e entidades para tratamento de
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada informações sigilosas; e
com base no inciso IV. II - garantir a segurança de informações sigilosas,
o
§ 3 A aplicação da sanção prevista no inciso V é inclusive aquelas provenientes de países ou organizações
de competência exclusiva da autoridade máxima do órgão internacionais com os quais a República Federativa do
ou entidade pública, facultada a defesa do interessado, no Brasil tenha firmado tratado, acordo, contrato ou qualquer
respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da outro ato internacional, sem prejuízo das atribuições do
abertura de vista. Ministério das Relações Exteriores e dos demais órgãos
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas competentes.
respondem diretamente pelos danos causados em Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a
decorrência da divulgação não autorizada ou utilização composição, organização e funcionamento do NSC.
indevida de informações sigilosas ou informações o
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei n 9.507,
pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade de 12 de novembro de 1997, em relação à informação de
funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o pessoa, física ou jurídica, constante de registro ou banco
respectivo direito de regresso. de dados de entidades governamentais ou de caráter
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se público.
à pessoa física ou entidade privada que, em virtude de Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão
vínculo de qualquer natureza com órgãos ou entidades, proceder à reavaliação das informações classificadas
tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a como ultrassecretas e secretas no prazo máximo de 2
submeta a tratamento indevido. (dois) anos, contado do termo inicial de vigência desta
CAPÍTULO VI Lei.
o
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS § 1 A restrição de acesso a informações, em
Art. 35. (VETADO). razão da reavaliação prevista no caput, deverá observar
o os prazos e condições previstos nesta Lei.
§ 1 É instituída a Comissão Mista de Reavaliação o
de Informações, que decidirá, no âmbito da administração § 2 No âmbito da administração pública federal, a
pública federal, sobre o tratamento e a classificação de reavaliação prevista no caput poderá ser revista, a
informações sigilosas e terá competência para: qualquer tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação de
Informações, observados os termos desta Lei.
I - requisitar da autoridade que classificar o
informação como ultrassecreta e secreta esclarecimento § 3 Enquanto não transcorrido o prazo de
ou conteúdo, parcial ou integral da informação; reavaliação previsto no caput, será mantida a
classificação da informação nos termos da legislação
II - rever a classificação de informações
precedente.
ultrassecretas ou secretas, de ofício ou mediante o
provocação de pessoa interessada, observado o disposto § 4 As informações classificadas como secretas e
o ultrassecretas não reavaliadas no prazo previsto
no art. 7 e demais dispositivos desta Lei; e
no caput serão consideradas, automaticamente, de
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação
acesso público.
classificada como ultrassecreta, sempre por prazo
determinado, enquanto o seu acesso ou divulgação puder Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar
ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à da vigência desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão
integridade do território nacional ou grave risco às ou entidade da administração pública federal direta e
relações internacionais do País, observado o prazo indireta designará autoridade que lhe seja diretamente
o subordinada para, no âmbito do respectivo órgão ou
previsto no § 1 do art. 24.
o entidade, exercer as seguintes atribuições:
§ 2 O prazo referido no inciso III é limitado a uma
única renovação. I - assegurar o cumprimento das normas relativas
o ao acesso a informação, de forma eficiente e adequada
§ 3 A revisão de ofício a que se refere o inciso II
o aos objetivos desta Lei;
do § 1 deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro)
anos, após a reavaliação prevista no art. 39, quando se II - monitorar a implementação do disposto nesta
tratar de documentos ultrassecretos ou secretos. Lei e apresentar relatórios periódicos sobre o seu
o cumprimento;
§ 4 A não deliberação sobre a revisão pela
Comissão Mista de Reavaliação de Informações nos III - recomendar as medidas indispensáveis à
o implementação e ao aperfeiçoamento das normas e
prazos previstos no § 3 implicará a desclassificação
automática das informações. procedimentos necessários ao correto cumprimento do
o disposto nesta Lei; e
§ 5 Regulamento disporá sobre a composição,
organização e funcionamento da Comissão Mista de

22
IV - orientar as respectivas unidades no que se O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que
refere ao cumprimento do disposto nesta Lei e seus o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a
regulamentos. seguinte Lei:
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará Art 1º É autorizada, em todo o território nacional, a
órgão da administração pública federal responsável: microfilmagem de documentos particulares e oficiais
I - pela promoção de campanha de abrangência arquivados, estes de órgãos federais, estaduais e
nacional de fomento à cultura da transparência na municipais.
administração pública e conscientização do direito § 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim
fundamental de acesso à informação; como as certidões, os traslados e as cópias fotográficas
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se obtidas diretamente dos filmes produzirão os mesmos
refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à efeitos legais dos documentos originais em juízo ou fora
transparência na administração pública; dele.
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no § 2º Os documentos microfilmados poderão, a
âmbito da administração pública federal, concentrando e critério da autoridade competente, ser eliminados por
consolidando a publicação de informações estatísticas incineração, destruição mecânica ou por outro processo
relacionadas no art. 30; adequado que assegure a sua desintegração.
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional § 3º A incineração dos documentos microfilmados
de relatório anual com informações atinentes à ou sua transferência para outro local far-se-á mediante
implementação desta Lei. lavratura de termo, por autoridade competente, em livro
próprio.
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o
disposto nesta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias § 4º Os filmes negativos resultantes de
a contar da data de sua publicação. microfilmagem ficarão arquivados na repartição detentora
o do arquivo, vedada sua saída sob qualquer pretexto.
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei n 8.112, de
11 de dezembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte § 5º A eliminação ou transferência para outro local
redação: dos documentos microfilmados far-se-á mediante
lavratura de termo em livro próprio pela autoridade
“Art. 116. ......................
competente.
............................
§ 6º Os originais dos documentos ainda em
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão trânsito, microfilmados não poderão ser eliminados antes
do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, de seu arquivamento.
quando houver suspeita de envolvimento desta, ao
§ 7º Quando houver conveniência, ou por medida
conhecimento de outra autoridade competente para
de segurança, poderão excepcionalmente ser
apuração;
microfilmados documentos ainda não arquivados, desde
.......................” (NR) que autorizados por autoridade competente.
o
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei n 8.112, Art 2º Os documentos de valor histórico não
de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126- deverão ser eliminados, podendo ser arquivados em local
A: diverso da repartição detentora dos mesmos.
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado Art 3º O Poder Executivo regulamentará, no prazo
civil, penal ou administrativamente por dar ciência à de 90 (noventa) dias, a presente Lei, indicando as
autoridade superior ou, quando houver suspeita de autoridades competentes, nas esferas federais, estaduais
envolvimento desta, a outra autoridade competente para e municipais para a autenticação de traslados e certidões
apuração de informação concernente à prática de crimes originárias de microfilmagem de documentos oficiais.
ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que
§ 1º O decreto de regulamentação determinará,
em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função
igualmente, quais os cartórios e órgãos públicos
pública.”
capacitados para efetuarem a microfilmagem de
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e documentos particulares, bem como os requisitos que a
aos Municípios, em legislação própria, obedecidas as microfilmagem realizada por aqueles cartórios e órgãos
normas gerais estabelecidas nesta Lei, definir regras públicos devem preencher para serem autenticados, a fim
o
específicas, especialmente quanto ao disposto no art. 9 e de produzirem efeitos jurídicos, em juízo ou fora dêle,
na Seção II do Capítulo III. quer os microfilmes, quer os seus traslados e certidões
Art. 46. Revogam-se: originárias.
o
I - a Lei n 11.111, de 5 de maio de 2005; e § 2º Prescreverá também o decreto as condições
o que os cartórios competentes terão de cumprir para a
II - os arts. 22 a 24 da Lei n 8.159, de 8 de janeiro
de 1991. autenticação de microfilmes realizados por particulares,
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e para produzir efeitos jurídicos contra terceiros.
oitenta) dias após a data de sua publicação. Art 4º É dispensável o reconhecimento da firma da
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190o da autoridade que autenticar os documentos oficiais
Independência e 123o da República. arquivados, para efeito de microfilmagem e os traslados e
DILMA ROUSSEFF certidões originais de microfilmes.
José Eduardo Cardoso Art 5º Esta lei entra em vigor na data de sua
Celso Luiz Nunes Amorim publicação.
Art 6º Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 8 de maio de 1968; 147º da Independência e 80º
LEI Nº 5.433, DE 8 DE MAIO DE 1968 da República.
Regula a microfilmagem de documentos A. COSTA E SILVA
oficiais e dá outras providências. Luís Antônio da Gama e Silva

23
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 10.5.1968. V - ordenação, identificação e resumo da série de
documentos a serem microfilmados;
DECRETO Nº 1.799, DE 30 DE JANEIRO DE 1996 VI - menção, quando for o caso, de que a série de
documentos a serem microfilmados é continuação da
Regulamenta a Lei n° 5.433, de 8 de maio de série contida em microfilme anterior;
1968, que regula a microfilmagem de VII - identificação do equipamento utilizado, da
documentos oficiais, e dá outras providências. unidade filmada e do grau de redução;
O Presidente da República, no uso das atribuições que VIII - nome por extenso, qualificação funcional, se
lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição e tendo em for o caso, e assinatura do detentor dos documentos a
vista o disposto no art. 3° da Lei n° 5.433, de 8 de maio serem microfilmados;
de 1968 IX - nome por extenso, qualificação funcional e
Decreta: assinatura do responsável pela unidade, cartório ou
Art.1º. A microfilmagem, em todo território empresa executora da microfilmagem.
nacional, autorizada pela Lei nº 5.433, de 8 de maio de Art. 8°. No final da microfilmagem de cada série
1968, abrange a dos documentos oficiais ou públicos, de será sempre reproduzida a imagem de encerramento,
qualquer espécie e em qualquer suporte, produzidos e imediatamente após o último documento, com os
recebidos pelos órgãos dos Poderes Executivo, Judiciário seguintes elementos:
e Legislativo, da Administração Indireta, da União, dos I - identificação do detentor dos documentos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como microfilmados;
a dos documentos particulares ou privados, de pessoas II - informações complementares relativas ao item
físicas ou jurídicas. V do artigo 6 deste Decreto;
Art. 2°. A emissão de cópias, traslados e certidões III - termo de encerramento atestando a fiel
extraídas de microfilmes, bem assim a autenticação observância às disposições do presente Decreto;
desses documentos, para que possam produzir efeitos IV - menção, quando for o caso, de que a série de
legais, em juízo ou fora dele, é regulada por este Decreto. documentos microfilmados continua em microfilme
Art. 3°. Entende-se por microfilme, para fins deste posterior;
Decreto, o resultado do processo de reprodução em filme, V - nome por extenso, qualificação funcional e
de documentos, dados e imagens, por meios fotográficos assinatura do responsável pela unidade, cartório ou
ou eletrônicos, em diferentes graus de redução. empresa executora da microfilmagem.
Art. 4°. A microfilmagem será feita em Art. 9°. Os documentos da mesma série ou
equipamentos que garantam a fiel reprodução das sequência, eventualmente omitidos quando da
informações, sendo permitida a utilização de qualquer microfilmagem, ou aqueles cujas imagens não
microforma. apresentarem legibilidade, por falha de operação ou por
Parágrafo único. Em se tratando da utilização de problema técnico, serão reproduzidos posteriormente, não
microfichas, além dos procedimentos previstos neste sendo permitido corte ou inserção no filme original.
Decreto, tanto a original como a cópia terão, na sua parte § 1° A microfilmagem destes documentos será
superior, área reservada a titulação, a identificação e a precedida de uma imagem de observação, com os
numeração sequencial legíveis com a vista desarmada, seguintes elementos:
bem como fotogramas destinados à indexação. a) identificação do microfilme, local e data;
Art. 5°. A microfilmagem, de qualquer espécie, b) descrição das irregularidades constatadas;
será feita sempre em filme original, com o mínimo de 180 c) nome por extenso, qualificação funcional e
linhas por milímetro de definição, garantida a segurança e assinatura do responsável pela unidade, cartório ou
qualidade de imagem e de reprodução. empresa executora da microfilmagem.
§ 1°. Será obrigatória, para efeito de segurança, a § 2° É obrigatório fazer indexação remissiva para
extração de filme cópia, do filme original. recuperar as informações e assegurar a localização dos
§ 2°. Fica vedada a utilização de filmes documentos.
atualizáveis de qualquer tipo, tanto para a confecção do § 3° Caso a complementação não satisfaça os
original como para a extração de cópias. padrões de qualidade exigidos, a microfilmagem dessa
§ 3°. O armazenamento do filme original deverá série de documentos deverá ser repetida integralmente.
ser feito em local diferente do seu filme cópia. Art. 10. Para o processamento dos filmes serão
Art. 6°. Na microfilmagem poderá ser utilizado utilizados equipamentos e técnicas que assegurem ao
qualquer grau de redução, garantida a legibilidade e a filme alto poder de definição, densidade uniforme e
qualidade de reprodução. durabilidade.
Parágrafo único. Quando se tratar de original cujo Art. 11. Os documentos, em tramitação ou em
tamanho ultrapasse a dimensão máxima do campo estudo, poderão, a critério da autoridade competente, ser
fotográfico do equipamento em uso, a microfilmagem microfilmados, não sendo permitida a sua eliminação até
poderá ser feita por etapas, sendo obrigatória a repetição a definição de sua destinação final.
de uma parte da imagem anterior na imagem Art. 12. A eliminação de documentos, após a
subsequente, de modo que se possa identificar, por microfilmagem, dar-se-á por meios que garantam sua
superposição, a continuidade entre as seções adjacentes inutilização, sendo a mesma precedida de lavratura de
microfilmadas. termo próprio e após a revisão e a extração de filme
Art. 7º. Na microfilmagem de documentos cada cópia.
série será sempre precedida de imagem de abertura, com Parágrafo único. A eliminação de documentos
os seguintes elementos: oficiais ou públicos só deverá ocorrer se a mesma estiver
I - identificação do detentor dos documentos a prevista na tabela de temporalidade do órgão, aprovada
serem microfilmados; pela autoridade competente na esfera de atuação do
II - número do microfilme, se for o caso; mesmo e respeitado o disposto no art. 9° da Lei n° 8.159,
III - local e a data da microfilmagem; de 8 de janeiro de 1991.
IV - registro no Ministério da Justiça; Art. 13. Os documentos oficiais ou públicos, com
valor de guarda permanente, não poderão ser eliminados

24
após a microfilmagem, devendo ser recolhidos ao arquivo Art. 22. Este Decreto entra em vigor na data de
público de sua esfera de atuação ou preservados pelo sua publicação.
próprio órgão detentor. Brasília, 30 de janeiro de 1996, 175° da Independência e
Art. 14. Os traslados, as certidões e as cópias em 108° da República
papel ou em filme de documentos microfilmados, para FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
produzirem efeitos legais em juízo ou fora dele, terão que Milton Seligman
ser autenticados pela autoridade competente detentora do
filme original. QUESTÕES DE CONCURSOS
§ 1° Em se tratando de cópia em filme, extraída de
microfilmes de documentos privados, deverá ser emitido 1) (DPU) Considere que os documentos de um
termo próprio, no qual deverá constar que o filme que o determinado setor da DPU estejam organizados com
acompanha é cópia fiel do filme original, cuja autenticação base na procedência ou local. Nessa situação, o
far-se-á nos cartórios que satisfizerem os requisitos método de arquivamento adotado denomina-se
especificados no artigo seguinte. a) por assunto.
§ 2° Em se tratando de cópia em papel, extraída b) onomástico.
de microfilmes de documentos privados, a autenticação
c) geográfico.
far-se-á por meio de carimbo aposto, em cada folha, nos
cartórios que satisfizerem os requisitos especificados no d) ideográfico.
artigo seguinte. e) alfabético.
§ 3° A cópia em papel, de que trata o parágrafo
anterior, poderá ser extraída utilizando-se qualquer meio
2) (DPU) Com relação aos procedimentos adotados nos
de reprodução, desde que seja assegurada a sua
arquivos permanentes, assinale a opção correta.
fidelidade e qualidade de leitura.
Art. 15. A microfilmagem de documentos poderá a) É vedada a reprodução parcial ou total dos documentos
ser feita por empresas e cartórios habilitados nos termos em suporte papel.
deste Decreto. b) A pesquisa é facultada ao público externo.
Parágrafo único. Para exercer a atividade de c) Os documentos existentes são passíveis de eliminação.
microfilmagem de documentos, as empresas e cartórios, a d) Os documentos públicos posteriormente serão
que se refere este artigo, além da legislação a que estão transferidos para o Arquivo Nacional.
sujeitos, deverão requerer registro no Ministério da Justiça
e sujeitar-se à fiscalização que por este será exercida e) É comum o empréstimo de documentos, inclusive para
quanto ao cumprimento do disposto no presente Decreto. órgãos externos.
Art. 16. As empresas e os cartórios, que se
dedicarem à microfilmagem de documentos de terceiros, 3) (DPU) Assinale a opção correta a respeito dos
fornecerão, obrigatoriamente, um documento de garantia, procedimentos adotados para os documentos na fase
declarando: intermediária, ou segunda idade dos arquivos.
I - que a microfilmagem foi executada de acordo a) Os documentos são recebidos por transferência dos
com o disposto neste Decreto; arquivos correntes.
II - que se responsabilizam pelo padrão de
b) Cumpridos os prazos estipulados na tabela de
qualidade do serviço executado;
temporalidade, os documentos serão transferidos ao
III - que o usuário passa a ser responsável pelo
arquivo central.
manuseio e conservação das microformas.
Art. 17. Os microfilmes e filmes cópia, produzidos c) O empréstimo de documentos é facultado somente
no exterior, somente terão valor legal, em juízo ou fora para o produtor do documento.
dele, quando: d) Os documentos cujo prazo de guarda seja estabelecido
I - autenticados por autoridade estrangeira em cem anos deverão ser recolhidos ao arquivo
competente; permanente.
II - tiverem reconhecida pela autoridade consular e) O procedimento de microfilmagem é indicado apenas
brasileira a firma da autoridade estrangeira que os houver para os processos que estejam em péssimo estágio
autenticado; de conservação.
III - forem acompanhados de tradução oficial.
Art. 18. Os microfilmes originais e os filmes cópia
resultantes da microfilmagem de documentos sujeitos à 4) (DPU) As rotinas do setor de protocolo incluem
fiscalização, ou necessários à prestação de contas, atividades de
deverão ser mantidos pelos prazos de prescrição a que a) classificação, registro, avaliação e empréstimo de
estariam sujeitos os seus respectivos originais. documentos.
Art. 19. As infrações, às normas deste Decreto, b) recebimento, classificação, registro e movimentação de
por parte dos cartórios e empresas registrados no documentos.
Ministério da Justiça sujeitarão o infrator, observada a c) recebimento, eliminação e empréstimo de documentos.
gravidade do fato, às penalidades de advertência ou
suspensão do registro, sem prejuízo das sanções penais d) ordenação, classificação e avaliação de documentos.
e civis cabíveis. e) registro de processos, classificação e avaliação de
Parágrafo único. No caso de reincidência por falta documentos.
grave, o registro será cassado definitivamente.
Art. 20. O Ministério da Justiça expedirá as 5) (DPU) As atividades típicas do arquivo corrente são
instruções que se fizerem necessárias ao cumprimento
a) o protocolo, a expedição, o arquivamento, o
deste Decreto.
empréstimo e a consulta de documentos.
Art. 21. Revoga-se o decreto n° 64.398, de 24 de
abril de 1969. b) o arquivamento, o desarquivamento, a classificação e a
avaliação de documentos.

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c) o protocolo, o arquivamento e o empréstimo de 3 A microfilmagem é grande aliada da redução de espaço
documentos. ocupado pelos documentos arquivísticos em papel,
d) a classificação, a avaliação e a destinação de bem como da preservação dos documentos originais.
documentos. Entretanto, no caso dos documentos considerados de
valor permanente, a microfilmagem não permite a
e) a classificação, o arquivamento e o empréstimo de
eliminação dos documentos originais.
documentos.
4 Uma base de dados desenvolvida em uma instituição
pública com vistas a atender, racionalizar e
6) (DPU) Assinale a opção correta acerca da preservação implementar uma de suas funções deve ser
de informação em formato digital. considerada como parte dos arquivos dessa
a) A preservação de informação digital exige instituição.
compromissos entre vários segmentos da sociedade, 5 A luz solar, o ar seco, a elevada umidade, o mofo, as
pois envolve, além dos aspectos tecnológicos e de grandes variações de temperatura e a poeira são, a
gerenciamento da informação, questões médio e longo prazos, prejudiciais à conservação dos
administrativas, legais, políticas e econômicas. documentos.
b) A tecnologia digital vem apresentando forte impacto
sobre a gestão dos documentos digitais no presente e
9) (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE) A respeito da
a garantia de acesso no futuro, pois é o meio mais
gestão de documentos aplicada a arquivos
eficiente, durável e estável de armazenamento de
governamentais, julgue os itens seguintes.
informações, em comparação com os meios
convencionais. 1 Na gestão de documentos, a fase de produção refere-se
à elaboração de documentos resultantes de atividades
c) Uma das vantagens da preservação digital de
de um órgão ou setor e contribui para que sejam
informações é a economia, uma vez que demanda
criados apenas documentos essenciais à
menor espaço físico e menos recursos humanos,
administração e evitadas a duplicação e a emissão de
investimentos em mobiliário, acondicionamento e
vias desnecessárias.
controle ambiental.
2 A fase da gestão de documentos em que são feitas a
d) Os rápidos avanços relacionados à tecnologia da
análise e a avaliação de documentos acumulados em
informação levaram à constante melhoria estrutural
arquivos é conhecida como preservação de
dos sistemas eletrônicos de informação e à crescente
documentos.
longevidade das mídias, que garantem, hoje, a
capacidade de tais sistemas para assegurar a 3 Na gestão de documentos, as atividades de protocolo, a
preservação de longo prazo e o acesso contínuo às recuperação de informações e a elaboração de
informações. normas de acesso à documentação são desenvolvidas
na fase de utilização de documentos.
e) As dificuldades técnicas enfrentadas para a
preservação de longo prazo de informações digitais, 4 A gestão de documentos é aplicada originalmente na
nesse começo de século, foram todas superadas com idade permanente.
a adoção de estratégias para a recuperação das 5 Uma das principais finalidades da gestão de
informações, como a emulação, a migração ou a documentos é a proteção dos documentos de valor
preservação da plataforma de hardware e software em permanente para a organização e a sociedade.
que foram criados os registros.
10) (TRT) A tabela de temporalidade é um instrumento
7) (AGU) A respeito das tipologias documentais e dos adotado nos arquivos das instituições públicas e
suportes físicos, julgue os itens que se seguem privadas. As finalidades dessa tabela incluem:
1 Os documentos de arquivo devem ser guardados na 1 indicar a destinação dos documentos
posição vertical, em estantes, e em ambientes bem 2 determinar o prazo de guarda dos documentos na fase
ventilados. corrente
2 Mapas, perfis, desenhos técnicos e plantas fazem parte 3 determinar o prazo de guarda dos documentos na fase
do gênero documental cartográfico. intermediária
3 Ofício, memorando e aviso são exemplos de tipologias 4 determinar o prazo de guarda dos documentos na fase
documentais. permanente
4 O microfilme de substituição é aquele que serve à 5 indicar a data provável para a eliminação dos
preservação das informações contidas em documentos
documentos que são eliminados, tendo em vista a
racionalização e o aproveitamento de espaço.
11) (TRT) Em relação à política de avaliação dos
5 O documento digitalizado tem o mesmo valor legal do
documentos arquivísticos, serão preservados, em
documento em suporte papel, podendo, até, ser
caráter permanente, os documentos:
apresentado em juízo.
1 que refletem o funcionamento da instituição
2 que provam como a instituição foi organizada
8) (POLÍCIA FEDERAL) Acerca das tipologias
documentais e dos suportes físicos, julgue os 3 que registram pura formalidade
próximos itens. 4 que se tornaram obsoletos e que estão manuscritos
1 Ofícios, memorandos, cartas, telegramas e e-mails são 5 que estão inseridos na fase corrente.
tipologias documentais.
2 Documentos iconográficos são aqueles em formatos e 12) (PF) A avaliação documental é uma função típica
dimensões variáveis, com representações adotada mundialmente no tratamento técnico de
geográficas, arquitetônicas ou de engenharia.

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acervos arquivísticos. Em relação a essa função, 5 Reservado, confidencial, secreto e ultra-secreto são
julgue os itens que se seguem. graus de sigilo aplicados a documentos que
1 A aplicação da tabela de temporalidade permite eliminar necessitam de medidas especiais de guarda e
documentos ainda no arquivo corrente. divulgação.
2 A avaliação dos documentos permite aumentar o índice 6 Com base nas regras de alfabetação, os nomes a seguir
de recuperação da informação. estão corretamente apresentados.
3 Como um dos requisitos básicos de sua função, o Araújo, José Cardoso da Silva (Desembargador)
responsável pela avaliação documental deve conhecer Barbosa Neto, Pedro Paulo
a estrutura e o funcionamento da instituição a ser Fundação Getúlio Vargas
avaliada.
Lao Xing Xiang
4 A aplicação dos critérios de avaliação possibilita ganho
Vale Verde, Ricardo Pereira do
de espaço físico.
5 A avaliação documental provoca, necessariamente,
aumento de recursos humanos e de materiais. 16) (MPE-AM) Os documentos de uma instituição são
importantes para a tomada de decisões e para a
garantia de direitos e deveres, entre outros aspectos.
13) (TST) De acordo com a Lei nº 8159/1991, que dispõe Acerca dos arquivos de documentos, julgue os
sobre a política nacional de arquivos públicos e seguintes itens.
privados e dá outras providências, um programa de
1 As coleções de documentos de outras instituições
gestão de documentos inclui o(a):
adquiridas por órgãos públicos, por instituições de
1 permuta de documentos. caráter público e por entidades privadas são
2 reprodução de documentos. consideradas arquivo.
3 produção de documentos. 2 O arquivo, cujo principal objetivo é ser um instrumento
4 avaliação de documentos. de apoio à administração, constitui, com o decorrer do
tempo, base do conhecimento da história da
5 arquivamento de documentos.
instituição a que pertence.
3 Quanto à extensão de sua atuação, os arquivos
14) (TST) Julgue os itens abaixo, referentes à teoria das classificam-se como centralizados e descentralizados.
três idades dos documentos de arquivos.
4 Arquivo intermediário, caracterizado como um estágio
1 Alguns documentos podem ser eliminados na fase de evolução do arquivo de uma organização, pode ser
corrente em uma instituição que possua uma política corretamente definido como o conjunto de
de avaliação. documentos sujeito a eliminação ou a recolhimento
2 Os documentos definidos como de valor permanente para guarda permanente.
devem ser preservados no arquivo intermediário.
3 Cumpridos os prazos previstos na tabela de 17) (MPE-AM) No que se refere a arquivamento de
temporalidade da instituição, os documentos serão documentos e a procedimentos administrativos, julgue
recolhidos da fase corrente para a fase permanente. os itens a seguir.
4 A transferência de documentos ocorrerá tão logo seja 1 Em órgãos públicos, o memorando é uma
finalizado seu trâmite. correspondência interna.
5 Os documentos com prazo de guarda de cem anos 2 O método de arquivamento é determinado apenas pela
deverão ser preservados na fase intermediária. espécie dos documentos.
3 Segundo as regras de alfabetação utilizadas no método
15) (TJ-DF) Arquivo é a guarda sistemática de de arquivamento alfabético, os sobrenomes
informações que servirão de base para pesquisas compostos não devem ser separados.
futuras. A esse respeito, julgue os itens que se 4 No arquivamento de fichas por nome de pessoas,
seguem. quando aparecem sobrenomes iguais, deve
1 Os arquivos recebem várias classificações conforme o prevalecer a ordem alfabética do prenome.
estágio, a fase de evolução ou a idade dos 5 Classificam-se como ostensivos os documentos
documentos sob sua guarda. No caso de documentos produzidos pela atividade-meio do órgão público.
consultados frequentemente, a guarda deve estar sob
6 Além do setor de protocolo, todas as demais unidades
responsabilidade do arquivo intermediário.
de um órgão público têm responsabilidade pela
2 A descentralização dos serviços de arquivo caracteriza- expedição de documentos.
se pela manutenção, em mais de uma unidade
organizacional, das atividades de guarda de
documentos, de controle, de coordenação, de Gabarito: 01/ C; 02/ B; 03/A; 04/B; 05/A; 06/A; 07/C-C-
orientação e normativas. E-C-E; 08/E-E-C-C-C; 09/C-E-C-E-C; 10/C-C-C-E-E;
11/ C-C-E-E-E; 12/C-C-C-C-E; 13/E-E-C-C-C; 14/C-
3 Quanto à natureza dos documentos, denomina-se
E-E-E-C; 15/E-E-C-E-E-C; 16/E-C-E-C; 17/C
arquivo especial o tipo de arquivo que guarda
documentos com formas físicas variadas e que
necessitam de armazenamento, registro,
acondicionamento e conservação sob condições
especiais.
4 Para uma correta conservação do acervo documental
em papel, a unidade de guarda dos documentos deve
ser instalada em ambiente sem luz solar direta e
isento de umidade.

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