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net/publication/356617395
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Joana Silva
University of Coimbra
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All content following this page was uploaded by Joana Silva on 29 November 2021.
Aua Injai
RESUMO
As práticas da Gestão de Recurso Humanos são uma matéria transversal e inerente a toda e
qualquer organização, por consequente, se uma organização tenciona prosperar no tempo, esta
é uma das dinâmicas a dar especial enfase. O recrutamento e a seleção do talento por parte da
organização, pode ditar o seu futuro, uma vez que, quanto mais valorizado e reconhecido o
colaborador é, mais focado e dedicado será à organização e aos seus objetivos, entrando num
ciclo de prosperidade mútua assim. A seleção do talento trata-se de um processo complexo, que
envolve uma análise de parâmetros comuns do candidato para com as necessidades da
organização. No entanto, a retenção do talento pela empresa envolve todo um esforço
proveniente dos recursos humanos, assegurando que este se encontra satisfeito.
ABSTRACT
Human Resources practices are a transversal and inherent subject that matters in any and all
organizations, therefor if a organization intends to prosper overtime, this is one of the dynamics
to emphasis it. The Talent Recruitment and Selection by the organizastion can dictate her future,
viewing the fact that, the more valued and reconized the employee is, more focused and
dedicated he will become towards the company and her goals, this way they will enter a mutual
cycle of prosperity. Talent selection is a complex process, that envolves comum growns
between the candidate and the organization’s needs. This Golden Handcuffs type of situation,
is a result of the hard work and dedication decendent from Human Resources to ensure the
employees gratification.
4. Recrutamento e Seleção
A globalização tornou a sociedade atual numa aldeia global, desbotando as fronteiras
terrestres entre países, impactuando a competitividade entre empresas, surgindo assim um
mercado global e competitivo onde o objetivo é a sobrevivência da empresa através da
perpetuação do seu capital, seja este social, próprio, humano, etc.
O avanço tecnológico juntamente com a otimização dos processos e o fornecimento rápido
de informações facilita nas tomadas de decisões. Assim, sem o ser humano não era possível
utilizar a tecnologia e as informações introduzidas, diariamente, no mercado, nem alcançar com
êxito os objetivos da empresa. Tendo isto em consideração, torna-se indispensável tudo isto
para que a seleção de uma equipa possua valores compatíveis à cultura da mesma, tendo assim
em mãos um processo seletivo alinhado à estratégia da empresa em questão.
Atendendo ao mercado competitivo em que estas se inserem, as organizações têm como
objetivo captar novos empregados e investirem cada vez mais no recrutamento e seleção. Estes
modos de investimento são considerados como sendo os pontos de partida para uma conexão
forte entre empregados e empresa, sendo que esta é a forma mais plausível das empresas
colmatarem as suas necessidades de recursos humanos, de forma a distinguir os seus objetivos
por intermédio de uma estrutura social realmente qualificada (Zanuto 2010).
4.1. Recrutamento
O recrutamento é um processo que visa atrair candidatos potencialmente qualificados para
a ocupação de cargos dentro de uma organização (Zanuto 2010).
De acordo com Chiavenato e a sua obra «Gerenciando pessoas: como transformar gerentes em
gestores de pessoas» de 2008 (citado por Zanuto 2010), define recrutamento como um processo
pelo qual a organização atrai candidatos do Mercado de Recursos Humanos - MRH para
abastecer o seu processo seletivo. Na verdade, o recrutamento funciona como um processo de
comunicação: a organização divulga e oferece oportunidades de trabalho ao MRH. O
recrutamento – tal como ocorre com o processo de comunicação é um processo de duas mãos:
ele comunica e divulga oportunidades de emprego, ao mesmo tempo em que atrai os candidatos
para o processo seletivo. Se o recrutamento apenas comunica-se e divulga-se, este não iria
atingir os seus objetivos básicos, ou seja, o fundamental é atrair e trazer para a empresa novos
candidatos. Este pode estar focalizado na busca dos mesmos para preencher cargos vagos na
organização e manter inalterado o status quo, ou pode estar concentrado na aquisição de
competências necessárias ao sucesso organizacional para aumentar a competitividade no
negócio. Por fim, o recrutamento pode ser interno ou externo, o que vem a contribuir para a
formação e contínua atualização do banco de talentos que servirá de fonte para futuros
recrutamentos.
4.2. Seleção
A seleção passa por ser um processo de escolha e classificação dos candidatos mais
adequados às necessidades do cargo e às possíveis estratégias da organização. Processo pela
qual a organização utiliza certas estratégias para filtrar e identificar os candidatos que reúnem
as qualificações e as competências exigidas para ocupar o cargo oferecido pela empresa em
determinado momento. Este tipo de processo deve ter em conta o perfil profissional exigido
pelo cargo e o capital intelectual que deve ser preservado ou aumentado (Zanuto 2010).
Segundo Chiavenato e a sua obra «Gerenciando pessoas: como transformar gerentes em
gestores de pessoas» de 2008 (citado por Zanuto 2010), que é um processo de comparação. Isto
é, o sucesso da seleção de pessoas consiste na habilidade do profissional em comparar as
necessidades, as características comportamentais e culturais da empresa com as apresentadas
pelo candidato sendo, portanto, um processo comparativo. Deste modo, o processo seletivo tem
como base as informações oferecidas pelo cargo e inicia o seu processo de comparação com os
candidatos que se apresentam para a respetiva vaga.
5. Talento
Como já referido, com atual clima de elevada competitividade entre e dentro das
organizações, os indivíduos acabam por reforçar os seus esforços para com a organização, as
suas metas e objetivos, de modo a obter o tão desejado sucesso profissional.
De facto, para alguns investigadores, este clima não surge apenas pela competitividade
existente entre as organizações, mas também através da relação dos trabalhadores dentro da
organização que competem entre si, levando ao aumento dos resultados obtidos pelos mesmo,
uma vez que se encontram motivados e focados. Esta situação entre os trabalhadores, de levada
competição, poderá salientar dos demais os tão cobiçados talentos.
Assim, segundo vários autores apresentam definições diferentes para o conceito de talento,
segundo Tansley e a sua obra «What do we mean by the term “talent” in talent management?»
(citada por Pitacho, Palma e Correia 2020), o talento consiste nos indivíduos que conseguem
fazer a diferença no desempenho organizacional quer seja no imediato, ou a longo prazo
mostrando elevados níveis de desempenho e potencial; para Michaels, Handfield e Axelrod,
segundo a obra «The war for talento» de 2001 (citada por Pitacho, Palma e Correia 2020), o
talento não passa de um conjunto de aptidões, dons, habilidades, conhecimentos, inteligência,
experiência, atitude, carácter e impulsos inatos que uma pessoa possui, assim como a sua
capacidade de aprender e desenvolver-se; já o professor Ulrich e Smallwood na sua obra « The
talent trifecta » de 2007, (citada por Pitacho, Palma e Correia 2020), esta abordagem é a mais
conhecida sobre o conceito de talento, afirmando que através de uma perspetiva holística do
talento, o mesmo surge através da aplicação da teoria dos 3C: competência, comprometimento
e contribuição. No que toca ao primeiro dos três “c” a competência consiste nos conhecimentos,
nas competências e nos valores que são requisitados atualmente e no futuro por parte do
trabalhador. Relativamente ao comprometimento, este remete para o trabalho árduo e dedicação
do individuo para com a organização, disponibilizando o seu tempo e energia para com a mesma
priorizando o sucesso organizacional. E, por último, a noção de contribuição que consiste no
contributo real que os colaboradores dão para lá do seu desempenho; segundo Nijs e
colaboradores e de acordo com a sua obra «A multidisciplinary review into the definition,
operationalization, and measurement of talent » de 2014, (citada por Pitacho, Palma e Correia
2020), “os autores refletem sobre o desenvolvimento sistemático de habilidades inatas do
indivíduo que são utilizadas por estes em atividades das quais gostam, consideram importantes
e nas quais querem investir a sua energia”. Esta suposição resulta num desempenho exemplar
por parte dos indivíduos em um ou mais domínios, salientando-se dos demais com a mesma
idade e experiência ou como desempenho consistente com o seu melhor.
Analisando algumas das inúmeras definições de talento disponíveis é possível concluir que
a maioria dos autores se baseia em dois pressupostos, nomeadamente, na competência e na
componente afetiva dos colaboradores. Pela dimensão da competência, os autores apresentados
pronunciam-se sobre a perspetiva do inato, do adquirido desenvolvimento da organização e dos
objetivos apresentados ao colaborador. Por componente afetiva, visa-se a forma vital para os
desempenhos excelentes, incluindo-se aqui a motivação e o interesse apoiado pela teoria da
psicologia das organizações.
No entanto, toda a formulação de teorias e definições sobre o talento e sobre a gestão
do mesmo pelas empresas/organizações, ainda é relativa, uma vez que apesar do interesse no
desenvolvimento da mesma, esta sofre de uma inadequada operacionalização, dificultando o
seu estudo de acordo com a sua medição/ identificação e, consequentemente, das práticas de
gestão do talento.
Considerações finais
Chambers, Elizabeth G., Mark Foulon, Helen Handfield-Jones, Steven M. Hankin, e Edward
G. Michaels. “The War for Talent.” The McKinsey Quarterly 3 (1998): 44-57.
Pitacho, Liliana, Patrícia Jardim da Palma, e Pedro Miguel Alves Ribeiro Correia. “Talento e
Novembro de 2021).
2010.