Você está na página 1de 15

UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADEDEEDUCAÇÃO

Delegação de Gurúè

Licenciatura em AGE

Mugabe Alberto Manuel

A Moderna Gestão de Recursos Humanos

Gurúè, Novembro de 2023


Mugabe Alberto Manuel

A Moderna Gestão de Recursos Humanos

Trabalho de carácter avaliativo a ser entregue na


faculdade de Educação delegação de Gurúè na
cadeira de Antropologia Cultural de Moçambique
recomendado por,
docente: Dr. Fulgêncio Francisco Manhique
Gurúè, Novembro de 2023
Índice

1. Introdução.................................................................................................................. 5

1.1. Objectivos .......................................................................................................... 6

1.1.1. Objectivo Geral .............................................................................................. 6

1.1.2. Objectivos específicos .................................................................................... 6

1.2.Procedimentos metodológicos ................................................................................ 6

2. Desenvolvimento ....................................................................................................... 7

2.1. Introdução à Moderna Gestão de Pessoas .......................................................... 7

2.2. ARH como responsabilidade de linha e função de Staff ................................... 9

2.3. Capital Intelectual ............................................................................................ 10

2.4. Gestão do conhecimento .................................................................................. 10

2.5. Gestão da mudança .......................................................................................... 11

2.6. Gestão de e por competência ........................................................................... 11

2.7. Empowerment .................................................................................................. 12

3. Conclusão ................................................................................................................ 14

Bibliografia ..................................................................................................................... 15
5

1. Introdução

O presente trabalho surge em conformidade da disciplina de Gestão de Recursos


Humanos leccionado pela Universidade Licungo Delegação de Gurue e tem como tema:
A Moderna Gestão de Recursos Humanos.

a valorização da equipe que compõe a empresa é uma preocupação cada vez


mais presente no quotidiano administrativo. Para adequar-se a nova situação, o conceito
de gestão de pessoas foi revisto e actualizado; surgindo, então, a “moderna gestão de
pessoas” que é o objecto desse trabalho.

Existem diversas novas maneiras de tratar os Recursos Humanos, tendo em vista


a criação de novos conceitos. Nesse texto, procura-se definir algumas dessas novas
ideias, tais como: capital intelectual, gestão do conhecimento, gestão da mudança,
gestão de e por competências e empowerment.

Além disso, faz-se uma análise e um resumo dos conceitos apresentados por
Idalberto Chiavenato no primeiro capítulo de seu livro “Gestão de Pessoas e o novo
papel dos recursos humanos nas organizações”.

Apesar de se tratar de uma visão superficial do assunto, espera-se que a leitura


desse texto seja esclarecedora e capaz de suscitar novas pesquisas sobre o tema.

Ademais, foi realizada primeiramente uma revisão bibliográfica nos manuais, ou


seja, artigos que tratam dos respectivos temas.

Portanto, o seu desenvolvimento segue a seguinte estrutura: Desenvolvimento e


conclusão da teoria.
6

1.1.Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral

 Descrever à Moderna Gestão de Pessoas

1.1.2. Objectivos específicos

 Definir ARH como responsabilidade de linha e função de Staff


 Demonstrar conhecimento habilidade e atitude correlação a GRH;

1.2.Procedimentos metodológicos

O método adoptado produção deste artigo foi o método bibliográfico, este


método, conforme palavras de Gil (2002, p. 44), baseia-se da exploração de fontes como
livros, artigos científicos e outras fontes. Este método é utilizado em praticamente todas
as pesquisas porque a pesquisa científica requer uma fundamentação para apoiar os
argumentos apresentados.

É portanto frisar que a metodologia se interessa pela validade do caminho


escolhido para se chegar ao fim proposto pela pesquisa. Dessa forma, a metodologia vai
além da descrição dos procedimentos, indicando a escolha teórica realizada pelo
pesquisador para abordar o objecto de estudo.
7

2. Desenvolvimento

2.1.Introdução à Moderna Gestão de Pessoas

“Crescer na vida e ser bem sucedido quase sempre significa crescer dentro de
organizações” (Chivenato, 2004, p.4-5).

Um novo conceito de gestão de pessoas surge quando a organização percebe que


não pode existir por si só, que dependem das pessoas que a constituem e que o
desenvolvimento organizacional é uma conseqüência do crescimento particular de seus
indivíduos; tal conceito valoriza e dá ênfase ao funcionário, visto agora não mais como
um apêndice da máquina, mas como uma ferramenta que contribui direta e
indiretamente para a sobrevivência da instituição.

Valores como inteligência, inovação, criatividade, atitude, talento,


conhecimento, e experiência passam a ser prioridade na escolha de profissionais capazes
de atender as expectativas de um mercado mutável e inovador que caracteriza a “Era da
informação”.

Nesse contexto, a gestão de pessoas é uma peça fundamental sob o ponto de


vista empresarial; já que, através dela, os superiores induzem seus subordinados a
atingirem as metas da organização e a buscar seu aprimoramento pessoal.

Segundo Chiavenato (2004, p.9), este tipo de gestão tem como base três aspectos
fundamentais:

 As pessoas como seres humanos;


 As pessoas como activadores inteligentes de recursos organizacionais;
 As pessoas como parceiras da organização.

A moderna gestão de pessoas busca a colaboração eficaz dos seus associados e,


para isso, é preciso tratá-los como peças-chave do novo sistema. Em busca desse fim, a
ARH (Administração de Recursos Humanos) utiliza, de acordo com Chiavenato (2004,
p.11), os meios citados abaixo:

 Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e cumprir sua missão;


 Proporcionar competitividade à organização;
8

 Proporcionar à organização pessoas bem-sucedidas e bem motivadas;


 Aumentar a auto-atualização e a sofisticação das pessoas no trabalho;
 Desenvolver e manter a qualidade de vida no trabalho;
 Administrar e impulsionar a mudança;
 Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável.

Além dos meios, Chiavenato (2004, p.14-15) cita seis processos de gestão de
pessoas, todos esses bastante relacionados entre si, de tal maneira que se interpenetram
e se influenciam reciprocamente, são estes:

 Processos de agregar pessoas: referem-se a inclusão de novas pessoas, através de


recrutamento e selecção;
 Processos de aplicar pessoas: são compostos por desenho de cargos e avaliação
de desempenho;
 Processos de recompensar pessoas: utilizados para motivar as pessoas por meio
de remuneração, benefícios e serviços;
 Processos de desenvolver pessoas: visam a capacitação e incrementação do
desenvolvimento das pessoas, constituídos de treinamento, mudanças e
comunicações;
 Processos de manter pessoas: procuram condicionar o ambiente de forma
satisfatória para o pleno desenvolvimento das actividades;
 Processos de monitorar pessoas: buscam acompanhar e controlar a execução das
actividades através do banco de dados e de um sistema de informações
gerenciais.

A partir desses processos, criou-se um modelo de estrutura para os órgãos de


ARH, onde o DRH (Departamento de Recursos Humanos) é subdividido em seções que
executam, separadamente, cada um dos processos citados anteriormente. No entanto,
sabe-se que tal modelo não é adoptado na íntegra por todas as instituições.
Ainda dentro do cenário da gestão de pessoas, outros conceitos têm ganhado destaque,
tais como:

 ARH como responsabilidade de linha e função de Staff;


 Capital intelectual;
 Gestão do conhecimento;
9

 Gestão da mudança;
 Gestão de e por competência;
 Empowerment.

Vale salientar, também, que as formas como as empresas chamam seus


funcionários mostram o quanto eles estão envolvidos nos processos de decisão. Por isso,
actualmente troca-se termos como empregados, funcionários, trabalhadores, pessoal,
operários, mensalistas, horistas, mão-de-obra directa ou indirecta, pessoal produtivo ou
improdutivo por outros que valorizem as pessoas, tais como: colaboradores, associados,
recursos humanos, parceiros, talento humano, capital humano ou capital intelectual.

2.2.ARH como responsabilidade de linha e função de Staff

A ARH tem como princípio fundamental a gerência de pessoas, através de uma


responsabilidade de linha e de uma função de Staff. Executada pelo gerente, supervisor
ou líder de equipe; a responsabilidade de linha permite a estes conduzirem seus
subordinados através da idéia de unidade de comando, já a função de Staff, consiste em
auxiliar na tomada de decisões, propondo diversas alternativas, mas cabe ao gerente
fazer a escolha da mais adequada.

No entanto, nem sempre há uma relação harmónica entre linha e Staff no que diz
respeito a decisões tomadas sobre as mesmas pessoas. Para reduzir tais conflitos,
Chiavenato (2004, p. 24) cita três alternativas:

 Demonstrar aos gerentes de linha os benefícios de usar programas de RH


(Recursos Humanos);
 Atribuir responsabilidades por certas decisões de RH exclusivamente aos
gerentes de linha;
 Treinar ambos os lados.

Dessa forma percebe-se que a inserção desse tipo de programa deve ser
gradativa e requer treinamento do pessoal, já que a relação entre esses novos conceitos,
por serem interdependentes, pode gerar determinados conflitos; cabe à ARH escolher os
melhores caminhos para, se não evitá-los, pelo menos minimizá-los.
10

2.3.Capital Intelectual

A competitividade é a palavra que tem norteado as decisões das empresas no


século XXI, essa questão levou as organizações a valorizarem o conhecimento,
surgindo, dessa forma, um novo conceito de capital: o capital intelectual, que tem como
definição:

“A soma de todos os conhecimentos que possuem os empregados de uma


empresa e que dão a esta uma vantagem competitiva.” (Silva, 2008).

Essa nova forma de capital chega a ter mais destaque do que o próprio capital
financeiro, sendo, portanto, alvo de diversos estudos. Segundo Martins (2008), o capital
intelectual possui como categorias principais: capital humano, capital estrutural, e
capital de relação.

Já de acordo com Silva (2008), este tipo de capital é dividido em: activo de
mercado, activo de propriedade intelectual, activos humanos e activos de infra-estrutura.
Como se trata de um tema que ainda não possui uma unanimidade de conceito, é tratado
de forma vaga. Uma das discussões atuais sobre esse tema é a de como seria possível
medir seu valor no mercado.

2.4.Gestão do conhecimento

Com a valorização de um novo tipo de capital, surge a necessidade de uma nova


forma de gerência que busca armazenar e administrar o conhecimento obtido através
dos funcionários, procurando construir uma Memória Organizacional.

De acordo com Silva ( 2008) a gestão de conhecimento tem como objectivo:

 Tornar acessíveis grandes quantidades de informação corporativa,


compartilhando as melhores práticas e tecnologias;
 Permitir a identificação e mapeamento dos ativos de conhecimento e
informações ligadas a qualquer organização, seja ela com ou sem fins lucrativos
(Memória Organizacional);
 Apoiar a geração de novos conhecimentos, propiciando o estabelecimento de
vantagens competitivas;
11

 Dar vida aos dados tornando-os utilizáveis e úteis, transformando em


informação essencial ao nosso desenvolvimento pessoal e comunitário;
 Organizar e acrescentar lógica aos dados de forma a torná-los compreensíveis
Desta forma, percebe-se o tamanho da contribuição da gestão do conhecimento
para o desenvolvimento empresarial.

2.5.Gestão da mudança

A questão do dinamismo leva as organizações a serem mais flexíveis, a própria


necessidade imposta pelo mercado exige que as empresas saibam lidar com mudanças
cada vez mais frequentes.

“Diante da necessidade de uma mudança, o problema que se coloca aos gestores


é como fazer com que os indivíduos adoptem a forma de representação da realidade e de
decisão consideradas melhores pelos directores da empresa.” (Vasconcelos, 2006)

Estar preparado para enfrentar este desafio e ter pessoas capacitadas para lidar
com mudanças é um requisito importante na vida útil das organizações atuais.

2.6.Gestão de e por competência

A gestão de e por competência é uma nova tendência da gestão de pessoas e


consiste em seleccionar pessoas que possuam competências e que se adeqúem aos
objectivos da organização, além de realizar a divisão de tarefas na equipe de acordo
com as competências de cada um.

Nem sempre a gestão de competências ocorre ao mesmo tempo que a gestão por
competências, já que a primeira refere-se a selecção de pessoal e a segunda a divisão de
tarefas.

As competências preferidas pelas empresas fazem parte do conceito de “CHA”


(Conhecimento, Habilidade e Atitude) que é definido como: aprender a fazer, saber
fazer e querer fazer.

Esse tipo de gestão auxilia na análise da capacidade e, consequentemente, num


maior aproveitamento das competências dos colaboradores.
12

2.7.Empowerment

Mais uma inovação no campo da gestão de pessoas é o conceito de


empowerment que propõe a delegação de poderes aos associados, além de incentivar
uma maior participação destes. É considerado como uma alternativa de solução para
problemas gerados pelas correntes taylorista e burocrática.

O empowerment, surgido em 1980, apresenta quatro dimensões de


implementação:

 Visão compartilhada: é composta por três elementos: a clareza de metas, a


consecução de metas e a orientação ao consumidor.

A clareza de metas está relacionada à presença de expectativas claras do desenho


do funcionário, às metas empresariais claras, e à consciência dos funcionários sobre
onde a empresa pretende chegar. A consecução de metas refere-se ao fato dos
empregados sentirem responsabilidade por atingirem metas da empresa e se
comprometerem com a organização. A orientação ao consumidor envolve o
conhecimento do que os clientes da empresa esperam e o sentimento de
responsabilidade de entregar resultados ao consumidor.” (Rodrigues, & Santos, 2001)

 A estrutura organizacional e gerenciamento: tem como componentes o nível de


responsabilidades, o trabalho em equipe, a tomada de acções de risco e a
valorização dos funcionários pelos clientes.

Responsabilidade está relacionada ao nível da organização em que as decisões


são tomadas, quem é responsável pelo bem estar da organização. Equipes estão
relacionadas à eficácia do trabalho em equipe e se as equipes são responsáveis pelas
decisões sobre suas próprias actividades de trabalho. A tomada de decisão de risco trata
do entusiasmo em assumir riscos para melhorar o desempenho e se a organização apóia
ou pune a tomada de acção de risco. Clientes valorizam os funcionários que são
orientados para clientes e que se sentem responsáveis por eles. (Rodrigues & Santos,
2001).

 Responsabilidade por conhecimento e aprendizagem: é composta por mudança em


treinamento e desenvolvimento, solução de problemas associado ao treinamento e
13

ao desenvolvimento além da confiança mútua dos funcionários na resolução de


problemas.

A mudança em treinamento e desenvolvimento exige que a organização encoraje


os empregados a procurar conhecimento que melhore desempenho e que forneça
oportunidades de aprendizagem, assim como os funcionários buscarem mudanças que
beneficiem os clientes. A solução de problemas está associada ao gosto por novos
desafios, à aquisição de novas habilidades necessárias para executar o trabalho. A
confiança mútua implica que os funcionários sintam-se confortáveis ao discordarem dos
outros, que sintam que se aprende com erros e que confiem que a falha não será
indiscriminadamente punida.” (Rodrigues & Santos, 2001).

 Reconhecimento institucional das realizações dos funcionários.

O conhecimento do sistema de recompensa relaciona-se à consciência dos


funcionários do que a organização recompensa, aos fatos de que entregar valor ao
consumidor é recompensado e de que todos na organização assumem responsabilidade
por suas acções (Rodrigues & Santos, 2001).

Existem cinco tipos de empowerment:

 Nulo: as decisões não são tomadas pelos trabalhadores;


Estabelecimento de actividades: o trabalhador pode decidir sobre o conteúdo do
trabalho, mas não sobre o contexto;
 Participativo: o colaborador envolve-se parcialmente na decisão sobre o
conteúdo e o contexto do trabalho;
 Definição da missão: menos frequente, nele os associados decidem sobre o
contexto, mas não sobre o conteúdo do trabalho;
 Auto-gerenciamento: os empregados decidem totalmente sobre o conteúdo e o
contexto do trabalho.
 O empowerment pode auxiliar em várias áreas do RH, como treinamento e
desenvolvimento, avaliação de desempenho e desenho de cargos.
14

3. Conclusão

Após a análise de todos esses novos conceitos, percebe-se que a actual tendência
administrativa é enfatizar a importância dos funcionários (ou melhor, colaboradores)
dentro do contexto empresarial.

Para realizar tal objectivo de forma eficaz, torna-se necessária a existência de


uma Administração de Recursos Humanos capaz de corresponder às novas exigências,
podendo fazer uso de um ou mais dos conceitos apresentados.

Sem mais o que declarar, espera-se que esse trabalho tenha atendido às
expectativas dos leitores e que tenha abordado de forma clara e concisa alguns dos
processos surgidos com a moderna gestão de pessoas.
15

Bibliografia

Amancio, J.L. (2008). O “NOVO” mercado de trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier

Chiavenato, I. (2004). Introdução à Moderna Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2004.

Martins, L.J.M. (2008). Capital intelectual: investir em RH gera valor às empresas. Rio
de Janeiro: Elsevier.

Neves, R. (2007). A importância da Gestão de Competências para a Inteligência


Competitiva. Rio de Janeiro: Elsevier.

Rodrigues, C.H.R.; & Santos, F.C.A. (2001). Empowerment: ciclo de implementação,


dimensão e tipologia. Gest. Prod. São Carlos.

Silva, M.S. (2008). A gestão de e por competências como mecanismo de


desenvolvimento profissional. Rio de Janeiro: Elsevier.

Vasconcelos, I.F.G. (2006). Gestão do paradoxo “passado versus futuro”: uma visão
transformacional da gestão de pessoas. São Paulo.

Vieira, A.; & Garcia, F.C. (2004). Gestão do conhecimento e das competências
gerenciais: um estudo de caso na indústria automobilística. São Paulo, 2004.

Você também pode gostar