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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação a Distancia

Tema

A contribuição das teorias da aprendizagem (Bruner, Ausubel, Vigotsky) na administração no


processo de ensino e aprendizagem na sala de aula
Nome do estudante e código: Olívia Luís Viriato Muma - 708212790

Licenciatura em ensino de Língua Português


Disciplina: Psicologia de desenvolvimento e de aprendizagem
Ano de frequência: 2º

Quelimane, Novembro de 2022


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Índice
1. Introdução.................................................................................................................................3

1.1. Objectivos.........................................................................................................................3

1.1.1. Objectivo geral..............................................................................................................3

1.1.2. Objectivos específicos...................................................................................................4

1.1. Metodologia......................................................................................................................4

2. Revisão da literatura.................................................................................................................4

2.1. A contribuição das teorias da aprendizagem Bruner na administração no processo de


ensino e aprendizagem na sala de aula.........................................................................................4

2.2. A contribuição das teorias da aprendizagem Ausubel na administração no processo de


ensino e aprendizagem na sala de aula.........................................................................................7

2.3. A contribuição das teorias da aprendizagem Vigotsky na administração no processo de


ensino e aprendizagem na sala de aula.........................................................................................9

3. Conclusão...............................................................................................................................12

Referências bibliográficas.............................................................................................................13

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1. Introdução

As rápidas mudanças ocorridas na sociedade e o grande volume de informações estão


reflectindo-se no ensino, exigindo, desta forma, que a escola não seja uma mera transmissora de
conhecimentos, mas que seja um ambiente estimulante, que valorize a invenção e a descoberta,
que possibilite à criança percorrer o conhecimento de maneira mais motivada, crítica e criativa,
que proporcione um movimento de parceria, de trocas de experiências, de afetividade no ato de
aprender e desenvolver o pensamento crítico reflexivo.

A integração dos computadores nas escolas, vista como uma dinâmica de interacção, como um
ambiente rico para a mediação entre sujeitos, oferece condições para envolver as crianças e
estimular a investigação, além de possibilitar paradas e retornos para interpretação, análise,
atendendo o ritmo de cada criança.

Enfatiza-se, através da informática educativa, a descoberta e a invenção, possibilitando a


formação de alunos capazes de construir seu próprio conhecimento, tornando-se pesquisadores
autónomos à medida que descobrem novas áreas de seu interesse. O professor precisa
transformar-se em um guia, capaz de estimular seus alunos a navegarem pelo conhecimento,
fazerem suas próprias descobertas e desenvolverem sua capacidade de observar, pensar,
comunicar e criar.

Neste trabalho, sistematizar-se-á alguns pressupostos básicos referentes a contribuição das


teorias da aprendizagem (Bruner, Ausubel, Vigotsky) na administração no processo de ensino e
aprendizagem na sala de aula.

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral

 Apresentar o processo teórico da contribuição das teorias da aprendizagem de Bruner,


Ausubel e Vigotsky na administração no processo de ensino e aprendizagem na sala de aula.

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1.1.2. Objectivos específicos

 Identificar o desenrolar dos princípios das teorias da aprendizagem de Bruner, Ausubel e


Vigotsky;
 Comparar os princípios das teorias da aprendizagem de Bruner, Ausubel e Vigotsky.

1.1. Metodologia

Para realização do presente trabalho, foi adoptado o método de pesquisa bibliográfica. A


pesquisa bibliográfica é uma das mais comuns entre os estudantes, sendo obrigatória em todos os
trabalhos científicos. Com ela, é feito uma colecta de dados a partir de artigos, livros e revistas
científicas para utilizar como citações.

Para Lima e Mioto (2007), “a pesquisa bibliográfica implica em um conjunto ordenado de


procedimentos de busca por soluções, atento ao objeto de estudo, e que, por isso, não pode ser
aleatório” (p.32).

Portanto, esse é um dos métodos de pesquisa que serve como embasamento para todos os
assuntos pesquisados, analisando variáveis que um problema pode ter, comparando as opiniões e
teses de diferentes autores que falem sobre o mesmo assunto. Depois disso, o aluno faz as suas
análises e conclusões sobre o tema.

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2. Revisão da literatura

2.1. A contribuição das teorias da aprendizagem Bruner na administração no processo


de ensino e aprendizagem na sala de aula

Bruner, considerado o mais conhecido por ter dito que "é possível ensinar qualquer
assunto, de uma maneira intelectualmente honesta, a qualquer criança em qualquer estágio de
desenvolvimento" (1969,73, 76), do que por qualquer outro aspecto de sua teoria, desde que se
levasse em conta as diversas etapas do desenvolvimento intelectual. Logo, a tarefa de ensinar
determinado assunto a uma criança, é a de representar a estrutura deste em termos da
visualização que a criança tem das coisas. Aqui o que é relevante em determinada matéria a ser
ensinada é sua estrutura.

Ao ensinar, o processo da descoberta, através da exploração de alternativas, e o currículo


em espiral, capaz de oportunizar ao aprendiz rever os tópicos de diferentes níveis de
profundidade. Segundo Bruner, "o ambiente ou conteúdos de ensino têm que ser percebidos pelo
aprendiz em termos de problemas, relações e lacunas que ele deve preencher, a fim de que a
aprendizagem seja considerada significante e relevante, (Vygotsky, 1987).

A idéia de desenvolvimento intelectual ocupa um lugar fundamental na teoria de Bruner.


O desenvolvimento intelectual caracteriza-se:

a) Por independência crescente da resposta em relação à natureza imediata do estímulo;


b) O desenvolvimento intelectual baseia-se em absorver eventos, em um sistema de
armazenamento que corresponde ao meio ambiente;
c) O desenvolvimento intelectual é caracterizado por crescente capacidade para lidar com
alternativas simultaneamente, atender a várias seqüências ao mesmo tempo, e distribuir
tempo e atenção, de maneira apropriada, a todas essas demandas múltiplas.

Bruner distingue três modos de representação do mundo pelos quais passa o indivíduo: a
representação ativa, a representação icônica e a representação simbólica, (Moreira, 1999).

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Tira-se desses três modos de representação que os indivíduos passam por três estágios de
processamento e representação de informações: manuseio e ação, organização perceptiva e
imagens, e pela utilização de símbolos. Segundo Bruner, não são exatamente "estágios", e sim
fases internas do desenvolvimento.

O autor argumenta que:

“as teorias psicológicas de aprendizagem e desenvolvimento são descritivas,


enquanto que uma temia de ensino deve, além de levar em conta tais teorias, ser
prescritiva. Deve principalmente concentrar-se em como otimizar a
aprendizagem, facilitar a transferência ou a recuperação de informações. Deve
também estabelecer regras concernentes à melhor maneira de obter
conhecimentos e técnicas.” (Moreira, 1999).

Quatro são as características distintas e principais de uma teoria de ensino, quais sejam:

a) Deve apontar as experiências mais efetivas para implantar em um indivíduo a


predisposição para a aprendizagem;
b) Deve especificar como deve ser estruturado um conjunto de conhecimentos, para melhor
ser apreendido pelo estudante;
c) Deve citar qual a sequência mais eficiente para apresentar as matérias a serem estudadas;
d) Deve deter-se na natureza e na aplicação dos prêmios e punições, no processo dc
aprendizagem e ensino.

Bruner concentra sua atenção na predisposição para explorar alternativas. Partindo da


premissa que o estudo e a resolução de problemas baseiam-se na exploração de alternativas,
propõe que a instrução deverá facilitar e ordenar tal processo por parte do aluno.

Três são fatores envolvidos no processo de exploração de alternativas: ativação,


manutenção e direção. As instruções devem ser dadas de modo a explorar alternativas que levem
à solução do problema ou à descoberta.

Apresenta quatro razões para ensinar a estrutura de uma disciplina:

a) Entender os fundamentos torna a matéria mais compreensível.

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b) A segunda razão relaciona-se com a memória humana. Uma boa teoria é veículo não
apenas para a compreensão de um fenômeno, como também para sua rememoração
futura.
c) Uma compreensão de princípios e ideias fundamentais, como já se observou
anteriormente, parece ser o principal caminho para uma adequada transferência de
aprendizagem.
d) Pelo reexame constante do que estiver sendo ensinado nas escolas, em seu carácter
fundamental, é possível diminuir a distância entre o conhecimento avançado e o
conhecimento elementar.

A estrutura de uma matéria apresenta, segundo Bruner, três características fundamentais,


todas inerentes à habilidade do estudante para dominar o assunto:

 Forma da representação utilizada


 Economia
 Potência efectiva

A questão da sequência, na aprendizagem, parece ser intuitiva para grande maioria dos
que lidam com o ensino. Aqui a diferença entre Bruner e outros autores, refere-se ao fato de que
ele formaliza a questão, e a coloca em termos operacional.

Bruner não encara o reforço da mesma maneira como ele é visto numa abordagem
comportamentalista. Do ponto de vista behaviorista, o reforço tem um papel fundamental, pois o
comportamento é modificado por conseqüências recompensadoras ou punitivas. Para Skinner,
por exemplo, não é a presença do estímulo ou da resposta que leva à aprendizagem, mas sim a
presença das contingências de reforço, (Moreira, 1999).

Bruner, por sua vez, refere-se ao reforço no sentido de que a aprendizagem depende do
conhecimento de resultados, no momento e no local em que ele pode ser utilizado para correção.
A instrução aumenta a oportunidade do conhecimento corretivo.

Relacionando desenvolvimento intelectual, ensino e professor, Bruner propõe que:

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"O desenvolvimento intelectual baseia-se numa interação sistemática e contingente, entre um
professor e um aluno, na qual o professor, amplamente equipado com técnicas anteriormente
inventadas, ensina a criança."

Bruner destaca também o papel da linguagem no ensino: "O ensino é altamente facilitado
por meio da linguagem que acaba sendo não apenas o meio de comunicação, mas o instrumento
que o estudante pode usar para ordenar o meio ambiente."

2.2. A contribuição das teorias da aprendizagem Ausubel na administração no processo


de ensino e aprendizagem na sala de aula

Um dos aspectos mais importantes da vasta obra de David Ausubel foi a sua preocupação
em construir uma teoria de ensino que pudesse ajudar os professores no seu desempenho em sala
de aula.

Esta contribuição de Ausubel toma-se mais significativa no contexto actual da educação


brasileira, em que se exige uma eficiência cada vez maior por parte das escolas, principalmente
para enfrentar o grave problema da repelência nas primeiras séries do primeiro grau.

Na ausência de teorias de ensino, os professores são levados a valerem-se das normas


disponíveis no folclore educacional ou basearem-se no exemplo de seus próprios professores ou,
ainda, tentar descobrir técnicas de ensino através de tentativas de ensaio e erro.

Uma teoria de ensino tem por base a construção de princípios que possam ser adaptados
tanto a diferentes sujeitos como a diferentes situações.

O ponto de partida da teoria de ensino proposta por Ausubel é o conjunto de


conhecimentos que o aluno traz consigo. A este conjunto de conhecimentos, Ausubel dá o nome
de estrutura cognitiva e, segundo de, é a variável mais importante que o professor deve levar em
consideração no ato de ensinar. O professor deve estar atento tanto para o conteúdo como para as
formas de organização desse conteúdo na estrutura cognitiva. O conteúdo que é assimilado pela
estrutura cognitiva assume uma forma hierárquica, onde conceitos mais amplos se superpõem a
conceitos com menor poder de extensão, (Ausubel, 1965).

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Novos significados são adquiridos quando símbolos, conceitos e proposições são
relacionados e incorporados à estrutura cognitiva de uma forma não arbitrária e substantiva.
Desde que a estrutura cognitiva tende a ser hierarquicamente organizada com respeito ao nível de
abstracção, generalidade e inclusividade, aparecimento de novos significados reflecte a
"subsunção" de um material potencialmente significativo por um conteúdo mais inclusivo. Por
outro lado, pode existir também uma situação na qual o novo material que é apreendido é uma
extensão, elaboração ou qualificação de conceitos previamente aprendidos (Ausubel, 1965).

Nesta perspectiva, a aprendizagem significativa é um processo cognitivo no qual o


conceito de mediação está plenamente presente, pois para que haja aprendizagem significativa é
necessário que se estabeleça uma relação entre o conteúdo que vai ser aprendido e aquilo que o
aluno já sabe, seja uma imagem um conceito ou uma proposição.

Se um novo conteúdo interagir com um conceito mais amplo, os efeitos iniciais da


inclusividade se darão tanto na facilitação da aprendizagem como na própria retenção.

O modelo proposto por Ausubel exige a incorporação de novos conceitos e informações


em uma estrutura cognitiva que se organiza de uma forma particular. O paradigma da
transferência aplica-se aqui e transferência refere-se ao impacto da experiência prévia sobre a
aprendizagem actual. Mas, experiência prévia neste caso é entendida como aquela
cumulativamente adquirida, hierarquicamente organizada em um corpo de conhecimento estável
que é organicamente relacionável à nova tarefa de aprendizagem.

Dois factores colaboram decisivamente para a aquisição de uma adequada estrutura


cognitiva:

a) O uso, em urna dada disciplina, daqueles conceitos e princípios que tenham o maior
poder de extensão;
b) O emprego de métodos que apresentam e ordenem a sequência do conteúdo de forma a
aumentar a clareza e estabilidade da estrutura cognitiva.

A busca de conceitos mais amplos pode também ser importantes para a superação da
concepção de "unidades de ensino" que, em geral são entendidas por professores e alunos como

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algo fechado, que dificulta a visão de totalidade de uma determinada disciplina e, também, a
transposição de um campo de estudos para outro.

Finalmente, deve-se salientar que a identificação da estrutura cognitiva dos alunos e


identificação dos conceitos amplos de cada disciplina não podem estar dissociados do
conhecimento da realidade na qual escola e aluno estão inseridos.

2.3. A contribuição das teorias da aprendizagem Vigotsky na administração no processo


de ensino e aprendizagem na sala de aula

Para Vygotsky, a criança nasce inserida num meio social, que é a família, e é nela que
estabelece as primeiras relações com a linguagem na interação com os outros. Nas interações
cotidianas, a mediação (necessária intervenção de outro entre duas coisas para que uma relação
se estabeleça) com o adulto acontece espontaneamente no processo de utilização da linguagem,
no contexto das situações imediatas.

Essa teoria apóia-se na concepção de um sujeito interativo que elabora seus


conhecimentos sobre os objetos, em um processo mediado pelo outro. O conhecimento tem
gênese nas relações sociais, sendo produzido na intersubjetividade e marcado por condições
culturais, sociais e históricas.

Segundo Vygotsky, o homem se produz na e pela linguagem, isto é, é na interação com


outros sujeitos que formas de pensar são construídas por meio da apropriação do saber da
comunidade em que está inserido o sujeito. A relação entre homem e mundo é uma relação
mediada, na qual, entre o homem e o mundo existem elementos que auxiliam a atividade
humana. Estes elementos de mediação são os signos e os instrumentos. O trabalho humano, que
une a natureza ao homem e cria, então, a cultura e a história do homem, desenvolve a atividade
coletiva, as relações sociais e a utilização de instrumentos. Os instrumentos são utilizados pelo
trabalhador, ampliando as possibilidades de transformar a natureza, sendo assim, um objeto
social.

Os signos também auxiliam nas ações concretas e nos processos psicológicos, assim
como os instrumentos. A capacidade humana para a linguagem faz com que as crianças
providenciem instrumentos que auxiliem na solução de tarefas difíceis, planejem uma solução

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para um problema e controlem seu comportamento. Signos e palavras são para as crianças um
meio de contato social com outras pessoas. Para Vygotsky, signos são meios que
auxiliam/facilitam uma função psicológica superior (atenção voluntária, memória lógica,
formação de conceitos, etc.), sendo capazes de transformar o funcionamento mental. Desta
maneira, as formas de mediação permitem ao sujeito realizar operações cada vez mais complexas
sobre os objetos.

Segundo Vygotsky, ocorrem duas mudanças qualitativas no uso dos signos: o processo de
internalização e a utilização de sistemas simbólicos. A internalização é relacionada ao recurso da
repetição onde a criança apropria-se da fala do outro, tornando-a sua. Os sistemas simbólicos
organizam os signos em estruturas, estas são complexas e articuladas. Essas duas mudanças são
essenciais e evidenciam o quanto são importantes as relações sociais entre os sujeitos na
construção de processos psicológicos e no desenvolvimento dos processos mentais superiores.
Os signos internalizados são compartilhados pelo grupo social, permitindo o aprimoramento da
interação social e a comunicação entre os sujeitos. As funções psicológicas superiores aparecem,
no desenvolvimento da criança, duas vezes: primeiro, no nível social (entre pessoas, no nível
interpsicológico) e, depois, no nível individual (no interior da criança, no nível intrapsicológico).
Sendo assim, o desenvolvimento caminha do nível social para o individual.

Como visto, exige-se a utilização de instrumentos para transformar a natureza e, da


mesma forma, exige-se o planejamento, a ação coletiva, a comunicação social. Pensamento e
linguagem associam-se devido à necessidade de intercâmbio durante a realização do trabalho.
Porém, antes dessa associação, a criança tem a capacidade de resolver problemas práticos
(inteligência prática), de fazer uso de determinados instrumentos para alcançar determinados
objetivos. Vygotsky chama isto de fase pré-verbal do desenvolvimento do pensamento e uma
fase pré-intelectual no desenvolvimento da linguagem.

Por volta dos 2 anos de idade, a fala da criança torna-se intelectual, generalizante, com
função simbólica, e o pensamento torna-se verbal, sempre mediado por significados fornecidos
pela linguagem. Esse impulso é dado pela inserção da criança no meio cultural, ou seja, na
interação com adultos mais capazes da cultura que já dispõe da linguagem estruturada. Vygotsky
destaca a importância da cultura; para ele, o grupo cultural fornece ao indivíduo um ambiente
estruturado onde os elementos são carregados de significado cultural.

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Os significados das palavras fornecem a mediação simbólica entre o indivíduo e o
mundo, ou seja, como diz Vygotsky (1987), é no significado da palavra que a fala e o
pensamento se unem em pensamento verbal. Para ele, o pensamento e a linguagem iniciam-se
pela fala social, passando pela fala egocêntrica, atingindo a fala interior que é pensamento
reflexivo.

A fala egocêntrica emerge quando a criança transfere formas sociais e cooperativas de


comportamento para a esfera das funções psíquicas interiores e pessoais. No início do
desenvolvimento, a fala do outro dirige a ação e a atenção da criança. Esta vai usando a fala de
forma a afetar a ação do outro. Durante esse processo, ao mesmo tempo que a criança passa a
entender a fala do outro e a usar essa fala para regulação do outro, ela começa a falar para si
mesma. A fala para si mesma assume a função auto-reguladora e, assim, a criança torna-se capaz
de atuar sobre suas próprias ações por meio da fala. Para Vygotsky, o surgimento da fala
egocêntrica indica a trajetória da criança: o pensamento vai dos processos socializados para os
processos internos.

A fala interior, ou discurso interior, é a forma de linguagem interna, que é dirigida ao


sujeito e não a um interlocutor externo. Esta fala interior, se desenvolve mediante um lento
acúmulo de mudanças estruturais, fazendo com que as estruturas de fala que a criança já domina,
tornem-se estruturas básicas de seu próprio pensamento. A fala interior não tem a finalidade de
comunicação com outros, portanto, constitui-se como uma espécie de “dialeto pessoal”, sendo
fragmentada, abreviada.

Segundo Vygotsky (1989), a aprendizagem tem um papel fundamental para o


desenvolvimento do saber, do conhecimento. Todo e qualquer processo de aprendizagem é
ensino-aprendizagem, incluindo aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre eles. Ele
explica esta conexão entre desenvolvimento e aprendizagem através da zona de desenvolvimento
proximal (distância entre os níveis de desenvolvimento potencial e nível de desenvolvimento
real), um “espaço dinâmico” entre os problemas que uma criança pode resolver sozinha (nível de
desenvolvimento real) e os que deverá resolver com a ajuda de outro sujeito mais capaz no
momento, para em seguida, chegar a dominá-los por si mesma (nível de desenvolvimento
potencial).

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3. Conclusão

Desta forma, a implantação de novas tecnologias na escola deve ser mediada por atitudes
pedagógicas que permitam formar o cidadão que ocupará seu lugar neste novo espaço. As
tecnologias, dentro de um projeto pedagógico inovador, facilitam e estimulam o processo de
ensino-aprendizagem. Neste sentido, a hipermídia introduz a interatividade no aprendizado,
propiciando o diálogo ativo com o mundo do conhecimento, apresentando informações através
de um contínuo canal de escolhas individuais. Ela nos permite navegar e determinar os caminhos
a seguir de acordo com nossos interesses e nosso próprio ritmo. Enfim, é descoberta, é pesquisa,
é conhecimento, é participação, sensibilizando assim, para novos assuntos, novas informações,
diminuindo a rotina e nos ligando com o mundo, trocando experiências entre si, conhecendo-se,
comunicando-se, enfim, educando-se.

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Referências bibliográficas

Ausubel, D. (1965) A congnitive structure view of word and concept meaning. New York:
Rinehart and Winstorm.

Lima, T. C. S., & Mioto, R. C. T. (2007). Procedimentos metodológicos na construção do


conhecimento científico:A pesquisa bibliográfica. Revista Katálysis, 10(esp.), 37-45.SÁ LV.
Oliveira RA de. Autonomia: uma abordagem interdisciplinar. Saúde, Ética & Justiça.12(1/2):5-
14

Moreira, M. A (1999). Teorias de Aprendizagem. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária,

Vygotsky, L. S. (1987). Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 135 p. .

___________. (1989) A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos


psicológicos superiores. 3ª.ed. São Paulo: Martins Fontes.

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