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INSTITUTO SUPERIOR DE GETAO DE NEGOCIOS

Licenciatura em psicopedagogia

Resumo

Nome da estudante: Claude Vasco Nhabangue

Xai – Xai, Novembro de 2023


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Instituto superior de gestão de negócios

Resumo

Nomes da estudante: Claude Vasco Nhabangue

Trabalho de pesquisa Bibliográfica,


submetido a cadeira de Temas Transversais,
para efeitos de avaliação, sob a orientação
do Docente: Vicente Nhancale.

Xai – Xai, Novembro de 2023

Índice
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1. Introdução............................................................................................................................1

1.1. Objectivo Geral:...............................................................................................................1

1.2. Específicos:......................................................................................................................1

1.3. Metodologia do trabalho..................................................................................................1

2. Resumo dos temas...............................................................................................................2

2.1. Fundamentos da política escolar......................................................................................2

2.2. Formação de Professores: Inicial e Continuada...............................................................3

2.2.1. Formação Inicial de professors....................................................................................3

2.2.2. Formação Continuada..................................................................................................4

2.3. Fundamento Ético da Educação.......................................................................................4

2.3.1. Educação Inclusiva.......................................................................................................8

2.3.2. Educação Especial........................................................................................................8

2.4. Condições do trabalho docente........................................................................................9

2.5. Práticas Pedagógicas......................................................................................................10

2.6. Regulamento de Avaliação do Ensino Primário, Ensino Secundário, Alfabetização e


Educação de Jovens e Adultos (AEJA)....................................................................................10

2.7. O Direito à Educação em Moçambique.........................................................................11

3. Considerações Finais.........................................................................................................13

4. Referencias Bibliográficas.................................................................................................14
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1.
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2. Introdução

O presente trabalho faz um resumo de diversos trabalhos feitos pelos grupos da turma na
cadeira de temas transversais, tais como: fundamentos da política escolar; formação de
professores; fundamento estico de educação; educação especial e inclusiva; condições do
trabalho docente; práticas pedagógicas; entre outros. Todos os Temas Transversais trabalham
questões fundamentais ao exercício da cidadania. Ainda que o seu “status” teórico não esteja
bem definido, os temas transversais permeiam os conteúdos das disciplinas curriculares
clássicas, as diferentes organizações sociais e culturas existentes no mundo com a capacidade
de promover um conhecimento mais integrado de forma coerente e clara na escola ou fora
dela em sua compreensão de socialização, pois não se pode separar a formação de ensino
científico da formação de cidadania (Macedo, 2009).

2.1. Objectivo Geral:

 Resumir os diversos temas abordados pelos grupos.

2.2. Específicos:

 Analisar criticamente os temas abordados pelos grupos da turma;


 Resumir os temas;

2.3. Metodologia do trabalho

Para a realização do presente trabalho recorreu – se à pesquisa bibliográfica que serve para
sustentar teoricamente o estudo recorrendo à consulta de “livros de leitura corrente, livros de
referência e publicações periódicas”. Portanto a pesquisa bibliográfica auxiliou,
especificamente, na identificação, análise e compreensão de dados considerados úteis para o
desenvolvimento e argumentação deste trabalho. Fez-se também a análise de conteúdo para
resumir com criticidade os trabalhos desenvolvidos pelos colegas nos grupos.
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3. Resumo dos temas

3.1. Fundamentos da política escolar

As políticas educacionais fazem parte do grupo de políticas públicas sociais do país. Dessa
forma, constituem um elemento de normatização do Estado, guiado pela sociedade civil, que
visa garantir o direito universal à educação de qualidade e o pleno desenvolvimento do
educando.

As políticas educacionais podem ser entendidas como um meio de construção de valores e


conhecimentos que possibilitam o pleno desenvolvimento do educando, incluindo sua
capacidade de se comunicar, compreender o mundo ao seu redor, defender suas ideias e
exercer a cidadania.

I. O fundamento histórico-material

A educação é uma actividade humana que visa preparar as novas gerações para a vida em
sociedade, habilitando-os, com os saberes necessários, para actuarem nas mais diversas
dimensões da vida humana: social, cultural, política, económica, dentre outras. Podemos
afirmar, assim, que a actividade educacional – mesmo aquela que se desenvolve
informalmente, no seio da família, ou em outras situações e espaços em que ela não se
efective em prática institucionalizada – possui uma finalidade, que se constitui historicamente,
sendo definida a partir das necessidades e anseios da sociedade na qual se materializa.

A educação assume o aspecto histórico. A educação é uma actividade que muda ao longo do
tempo. Essa mudança se efectiva por meio da estreita relação entre a educação e a actividade
humana. Para satisfazer suas necessidades, sejam elas do estômago ou da fantasia, os homens
precisam entrar em relações necessárias com a natureza e com os outros homens. A actividade
humana de transformação da natureza, no intuito da garantia da sobrevivência, constitui-se em
fundamento de toda e qualquer prática educativa.

II. O fundamento político-ideológico

A escola assume, obrigatoriamente, um viés classista, político, partidário, a depender das


relações hegemónicas que se constroem no seu interior e que expressam o próprio movimento
dialéctico da realidade. Ela seria a expressão das tensões e antagonismos que se desenvolvem
no interior da sociedade classista.
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Ideologia “é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (ideias e valores) e


de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que
devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que
devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer.

III. O fundamento filosófico-cultural

Podemos entender o carácter anacrónico da educação, que está sempre referida à estrutura do
sistema, base material e objectiva sobre a qual se erige a superestrutura ideológica, mas
também sua dinâmica na produção de ideias que busquem romper com essa objectividade. E é
justamente a produção de conhecimento, conceitos e valores, que faz com que a educação seja
sempre um processo objetivo-subjetivo.

Dizendo de outra maneira, a educação é uma prática cultural que trabalha com conceitos e
valores, construindo e utilizando ferramentas simbólicas. Tais conceitos e valores orientam as
acções humanas – “referência cognoscitiva” e “referência valorativa” – e servem de subsídios
para construção de novos conceitos e valores (Severino, 2006). Fica demarcada, assim, o
carácter ético político de toda prática educativa, que se confronta com a ideia de que possa
haver uma escola ou uma educação sem partido.

3.2. Formação de Professores: Inicial e Continuada.

3.2.1. Formação Inicial de professors

A formação inicial é um momento privilegiado para os futuros professores e contribui


fortemente para ampliar os saberes e conhecimentos necessários ao exercício da profissão.

Segundo Imbernón (2000), a formação inicial do professor estabelece as bases para a


construção do conhecimento profissional (ou conhecimento pedagógico), que se desenvolve
ao longo da carreira profissional. Esta formação inicial deve doptar o professor de uma
bagagem sólida nos âmbitos científicos, culturais, contextual, pessoal etc, levando-o a assumir
de forma coerente a “tarefa educativa” em toda sua complexidade. Desta forma, se faz
necessário estabelecer uma formação inicial que proporcione um conhecimento válido, que
gere uma actividade interactiva e dialéctica, a partir de métodos e estratégias de intervenção,
reflexão e análise, que favoreça ao professor condições de construir um estilo rigoroso e
investigativo.
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A formação inicial deve contribuir no desenvolvimento “global” da profissionalização


docente, ou seja, promover um profissional com determinadas competências e saberes que lhe
dê condições de continuar ou modificar seu grau de profissionalização, possibilitando-lhe
continuar a construção e reconstrução da sua própria profissão. Desta forma, entendemos que
o processo de formação docente, quando estruturado em bases sólidas, é capaz de doptar o
professor de autonomia e de responsabilidade. Acreditamos ainda que a formação inicial
passa a ser um dos principais rumos à construção de uma identidade profissional docente.

3.2.2. Formação Continuada

O conceito de formação continuada de professores dentro de um processo educativo, durante


anos, tem sido o de reciclagem, treinamento, aperfeiçoamento, capacitação, educação
permanente e educação continuada. Hoje se faz necessário rever tais termos tão presentes no
discurso quotidiano dos professores e dos demais níveis de administração da educação.

A concepção continuada, compõem uma visão mais completa, cada vez mais aceita e
valorizada, sobretudo com a proposição e implementação desses processos no lócus do
próprio trabalho cotidiano, de maneira continuada, sem lapso, sem interrupções, uma
verdadeira prática social de educação mobilizadora.

A educação continuada é algo que, continuamente, se refaz mediante processos educacionais


formais e informais variados, amalgamados sem dicotomia, o que nos mostra que o termo
educação continuada pode ser utilizada para uma abordagem mais ampla, rica e potencial, na
medida em que pode incorporar as noções anteriores- treinamento, capacitação,
aperfeiçoamento, etc., dependendo da perspectiva, do objecto específico ou dos aspectos a
serem focalizados no processo educativo, permitindo que tenhamos uma visão menos
fragmentada e mais inclusiva do que seja educação continuada.

3.3. Fundamento Ético da Educação

Os padrões de comportamento devem ter como fundamento os princípios éticos, pois é por
meio destes que a sociedade busca alcançar determinados objectivos considerados
convenientes e que orientam as condutas dos indivíduos enquanto membros da sociedade. A
educação por seu lado deve garantir a internalização dos princípio éticos para que as pessoas
estejam conscientes do seu dever para com elas mesmas e para com a sociedade.

I. Fundamentos da ética
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A partir da explicação do Filho (2011) encontramos como fundamentos da ética a igualdade,


liberdade, solidariedade/fraternidade, honestidade, responsabilidade, respeito.

 O fundamento ético da igualdade:

Atendendo a explicação de Filho (2011), p. 23) “ a igualdade enraíza-se na ideia ou premissa


de que todos os seres humanos são iguais quanto à sua dignidade humana e,
consequentemente, iguais em todas as dimensões que a dignidade assume na sua vida”.

Na perspectiva do princípio da igualdade ainda segundo Moura (2005) considera-se uma


sociedade justa quando aqueles que são iguais possuem iguais oportunidades. Portanto, o
princípio da igualdade tem uma natureza defensiva, pois pretende proteger os cidadãos contra
um eventual tratamento desigual não fundamentado, por parte das entidades no exercício de
poderes públicos.

 Fundamento ético da Liberdade:

Lins e Miranda (2020) explicam que a liberdade é a relação entre os desejos do indivíduo e
sua capacidade para satisfazê-los: entre o que ele tenciona e o que ele realiza; entre 'querer' e
'poder. Para Menezes (2023) a liberdade é um valor ético que sustenta as sociedades e está
relacionado com a possibilidade de as pessoas de fazerem escolhas desde que essas ações não
restrinjam a liberdade de outras pessoas.

De acordo com Lins e Miranda (2020) existem dois tipos de Liberdade: a social, cuja
possibilidade é de colaboração mútua para o bem comum, por exemplo, fazer escolhas por
meio do voto; e a liberdade individual, onde se dão as escolhas pessoais e que sempre irão
interferir de alguma forma no meio.

 Fundamento ético da solidariedade:

Para Ribeiro (2023) a solidariedade traz uma consciência colectiva responsável pela formação
de nossos sentimentos comuns, daquilo que temos como certo ou errado, honroso ou
desonroso e, dessa forma, ela exerceria uma pressão externa aos homens no momento de suas
escolhas, em maior ou menor grau.

 Fundamento ético da honestidade:

De acordo com Bettencourt (2010) honestidade está relacionada a dizer a verdade. O autor
salienta que, a honestidade exige uma compreensão de como nossas acções se encaixam ou
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não nas regras e expectativas da outra pessoa - qualquer pessoa com quem nos sentimos
obrigados a relatar (inclusive a nós mesmos).

Para Camargo (2014), a honestidade se apresenta como conceito que designa um ideal, que
deve regular a vida de todos os homens em vista de um mundo humano em perfeito equilíbrio
moral.

 Fundamento ético da Responsabilidade:

A responsabilidade é o fundamento primeiro e essencial da estrutura ética, a qual não aparece


como suplemento de uma base existencial prévia e esta exige fundamentalmente a consciência
dos actos praticados, a capacidade de entendimento adequado aos princípios éticos.

Portanto, uma pessoa é responsável quando inclui nos motivos de sua acção, a previsão dos
possíveis efeitos do seu próprio agir. Decorrente disso, a ética exige que cada um deve agir de
acordo com as suas convicções pessoais, mas estas devem estar de acordo com o que é válido
para os demais.

 Fundamento ético do Respeito:

Para Marques (2023) explica que o respeito é um direito e um dever recíproco que garante o
convívio social democrático.

Mendes (2013) sustenta que cultivar o respeito por si e pelos outros permite que haja
reconhecimento, aceitação, apreciação e valorização das qualidades do próximo e de seus
direitos.

II. Fundamentos da educação

Gonçalves (2009, p. 143) sustenta que “ a educação afecta tanto o educando quanto o
educador, embora o educador tenha maiores responsabilidades sobre o educando”. Ao educar,
o educador também se educa. Assim, os efeitos da educação se manifestam tanto no educador
quanto no educando. Nessa ideia, o autor opina que educação tem um conjunto de mediações
e de acções que visam ao pleno desenvolvimento do ser humano nas suas dimensões física,
intelectual e espiritual e ética.

Segundo Weber (2010) o objectivo último da educação consiste principalmente em


conscientizar o indivíduo, quer dizer, a educação é um meio através da qual se prepara a
pessoa para aprender a perguntar a si mesma.
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 Fundamento educativo para a Humanização

Crespo, Cicone, e Moraes (2017) explicam que a humanização como fundamento da educação
resulta da reflexão sobre as ocorrências históricas mais brutais contra a humanidade que
foram gerenciadas pelo nazismo, a construção de campos de concentração para a segregação –
e posterior extermínio – dos judeus. Assim, a educação deve criar novas possibilidades ao
homem, para que ele tenha condições de lidar com a própria liberdade, que abrisse espaço
para uma liberdade comum e que contivesse o espírito autoritário.

 Fundamento educativo para a emancipação

Crespo, Cicone, e Moraes (2017, p. 169) explicam que, o homem emancipado é aquele que
faz uso de suas capacidades e qualidades, sendo legislador de si próprio.

Na visão dos autores, a emancipação tem por objectivo fazer que o homem esteja liberto de
um conjunto situacional que o leva a um único entendimento da realidade.

Desta visão, a educação para a emancipação deve levar à humanização do homem, contra um
espírito de competição que chega à barbárie.

 A formação da consciência crítica como fundamento da educação

Crespo, Cicone, e Moraes (2017) sublinham que a formação da consciência crítica reside na
situação de a libertação do homem ter de partir da consciência que ele tem da realidade. A
consciência crítica pressupõe uma visão mais abrangente do mundo que cerca o homem.

Magalhães (2001) explica que, um indivíduo crítico precisa estabelecer uma correlação entre
as suas crenças morais, éticas e racionais em um sistema coerente, e, desse sistema em relação
a suas próprias acções e posicionamentos.

Analisando os fundamentos da ética e da educação, constata-se que tanto a ética como a


educação visa a humanização do homem, quer dizer, tanto a ética como a educação moldam o
pensamento do homem para controlar os seus instintos naturais a que podem levar a
comportamos malignos,

A educação como a ética pregam a liberdade do homem. A liberdade permite que os homens
entreajudem-se e juntos fazem escolhas em comum no respeito pelas diferenças.
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3.3.1. Educação Inclusiva

Entende-se por Educação Inclusiva (EI) a aceitação, pela escola regular, de todas as crianças,
independentemente de alguma desvantagem de qualquer índole, incluindo as que
genericamente são consideradas de crianças com NE. A Educação Inclusiva é uma estratégia
de desenvolvimento das escolas regulares para acolher todas as crianças e jovens, respeitando
a sua diversidade (UNESCO, 1994).

A educação inclusiva é a implementação de uma pedagogia que é capaz de educar com


sucesso todos os educandos, mesmo aqueles comprometidos, isto é, oferecer às pessoas com
necessidades especiais as mesmas condições e oportunidades sociais, educacionais e
profissionais acessíveis as outras portadores de necessidades educativas especiais incluídos
em classes comuns, exige serviços de apoio integrado por docentes e técnicos qualificados e
uma escola aberta a pessoas, respeitando-se as características específicas de cada um. A
Educação Inclusiva dar-se-á através de mecanismos que irá atender a diversidade, como, por
exemplo, proposta curricular adaptadas, a partir daquelas adoptadas pela educação comum.

3.3.2. Educação Especial

O termo "educação especial" denomina tanto uma área de conhecimento quanto um campo
de actuação profissional. De um modo geral, a educação especial lida com aqueles fenómenos
de ensino e aprendizagem que não têm sido ocupação do sistema de educação regular, porém
têm entrado na pauta nas últimas duas décadas, devido ao movimento de educação inclusiva.

Atendendo que uma Escola Especial é uma instituição que oferece atendimento especializado
para alunos que apresentam necessidades educativas especiais e que requeiram atenção
individualizada, bem como ajuda e apoio intenso na aquisição de habilidades básicas,
beneficiando de apoio de especialistas. (Da Costa, 1981).

De acordo com Cool & Palácios (2004), a educação especial não deve ser vista fora da
educação regular, pois, é um processo que visa promover o desenvolvimento das
potencialidades de pessoas portadoras de deficiências, conduta típica ou de altas habilidades,
e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino.

A educação especial íntegra o sistema educacional vigente, identificando-se com sua


finalidade, formar cidadãos conscientes e participativos. O processo deve ser integral, fluindo
desde a estimulação essencial até os graus superiores de ensino sob o enfoque sistémico, a
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educação especial íntegra o sistema educacional vigente, identificando-se com sua finalidade,
que é a de formar cidadãos conscientes e participativos.

Assim, na educação especial, o importante é conhecer como o aluno se desenvolve, ou seja,


enfatiza não a deficiência em si mesma, porém como se apresenta o processo de
desenvolvimento; como ele interage com o mundo; como organiza seus sistemas de
compreensão; as trocas; as mediações que auxiliam na sua aprendizagem; a participação ou
exclusão da vida social; a sua história de vida (Loureiro, 2002).

3.4. Condições do trabalho docente

As condições de trabalho docente envolvem aspectos que são fundamentais para a valorização
profissional e compreendem o conceito de valorização docente. Trata-se de um conceito
complexo, uma vez que envolve aspectos variados que perpassam o exercício da docência e
compreende: as instalações físicas, os materiais disponíveis, os equipamentos e meios de
realização das actividades e outros tipos de apoio necessários.

Conforme Oliveira (2020, p. 34), as análises das condições de trabalho ultrapassaram os


muros da escola e suas condições de infra-estrutura: essa realidade inteiramente nova para os
docentes, mas também para os gestores educacionais, revelou um conjunto de situações
desconhecidas (ou ignoradas) até então, que interfere consideravelmente na organização do
trabalho pedagógico e que exige novas e diferentes condições de trabalho.

O autor evidencia os seguintes situações: ausência dos meios necessários para o pleno
desenvolvimento das actividades, ou seja, a falta de equipamentos adequados, como
computadores, tabletes, microfones e câmaras, a conexão de redes de internet, a formação
insuficiente para lidar com os programas e os recursos tecnológicos, a pouca (ou total
ausência de) experiência com ambientes virtuais, até questões relacionadas ao suporte
pedagógico para a realização do trabalho.

O trabalho docente tem sido acompanhado de uma crescente depreciação da actividade, em


razão dos baixos investimentos nas acções de melhoria da educação, seja do ponto de vista do
ambiente de trabalho, da remuneração, da jornada de trabalho ou, ainda, do reconhecimento
social. O resultado disso tudo, invariavelmente, acentua efeitos perversos de desgaste físico e
psicológico, absentismo escolar e, até mesmo, abandono da profissão, em consequência da
carga de trabalho excessiva dos professores.
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3.5. Práticas Pedagógicas

As práticas pedagógicas são definidas como um conjunto de acções intencionais definidas


pela escola para promover a aprendizagem dos alunos. Para isso, é preciso compreender a
importância de serviços de educação, que devem ser mais conhecidos e valorizados, assim
como o trabalho do professor.

As práticas pedagógicas são atividades planejadas que o cursista realiza com seus alunos,
como projetos de pesquisa, visitas técnicas, construção de blogs etc. Elas correspondem à
parte prática do curso e visam desenvolver a capacidade reflexiva do professor sobre o
exercício profissional da docência. Para isso, o cursista deve relatar e analisar cada prática,
procurando extrair dela uma aprendizagem que o leve a construir novas e melhores formas de
ensinar.

As práticas pedagógicas são instrumentos que podem ajudar as escolas a concretizarem seus
objetivos de aprendizagem. Por exemplo, por meio delas, é possível manter alunos nativos
digitais engajados com a escola ou para estabelecer uma dinâmica de sala de aula mais
participativa e inclusiva.

As práticas pedagógicas são acções conscientes e participativas que visam a atender


expectativas educacionais de uma determinada comunidade. Elas servem para organizar,
potencializar e interpretar as intencionalidades de um projecto educativo.

3.6. Regulamento de Avaliação do Ensino Primário, Ensino Secundário,


Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (AEJA).

A avaliação é uma componente curricular, presente em todo o processo de ensino-


aprendizagem, a partir da qual se obtêm dados e informações, permitindo relacionar o que foi
proposto e o que foi alcançado, analisar criticamente os resultados, formular juízos de valor e
tomar decisões, visando promover o desenvolvimento de competências, melhorar a qualidade
de ensino e do sistema educativo.

No Ensino Primário passa a existir uma Nota Final dos Ciclos com duas Classes, uma Nota
Final nos Ciclos com três Classes e ainda uma Nota Final nas escolas particulares sem
paralelismo pedagógico.

São introduzidas novas fórmulas para o cálculo das Médias das Avaliações para a
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Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos.

Passam a existir também novas fórmulas para o cálculo das Médias das Avaliações para o
Ensino Secundário e ainda outras para o apuramento da Nota do Ciclo e da Nota Final. A
Média Global do Ciclo para a ser a “média aritmética das Notas Finais da última classe (5ª, 7ª,
10ª ou 12º classes) por disciplina, com ou sem exame, que o aluno tenha frequentado e
aprovado dividida pelo número total dessas disciplinas. Para além do fim da dispensa na
classes de exame o novo Regulamento de Avaliação da Educação em Moçambique altera os
tipos de avaliações, muda o cálculo da Nota Final, diferencia o apuramento das Médias no
Ensino Secundário e aumenta o número de disciplinas a serem examinadas na 10ª e 12ª
classes.

Em vigor já para o ano lectivo em curso o novo Regulamento Geral de Avaliação do Ensino
Primário, Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos e Ensino Secundário Geral para o
ensino público e escolas particulares, privadas e comunitárias introduz dezenas de alterações
que começam pelos tipos de avaliações.

Avaliação Contínua (AC) e a Avaliação Sistemática (AS) foram unidas numa Avaliação
Contínua e Sistemática (ACS), foi introduzida uma Avaliação Contínua Parcial a ser realizada
“no fim de uma ou mais unidades temáticas para avaliar o grau da sua assimilação (…) pode
ser escrita ou prática.”

As antigas avaliações Periódicas Trimestral e Semestral foram renomeadas em Avaliação


Trimestral (AT) e Avaliação Semestral (AS) enquanto a Avaliação Final e os Exames
permanecem inalterados.

3.7. O Direito à Educação em Moçambique

Segundo o artigo 88 da Constituição da República, a educação constitui direito e dever de


cada cidadão. O Estado promove a extensão da educação à formação profissional contínua e a
igualdade de acesso de todos os cidadãos ao gozo deste direito.

No texto da Lei 4/83 a educação é referenciada como direito e dever de todo o cidadão e que
deveriam traduzir-se “na igualdade de oportunidades de acesso à todos os níveis de ensino e
na educação permanente e sistemática de todo o povo” (MOÇAMBIQUE, REPÚBLICA
POPULAR, 1985, p. 111). Ao Estado cabe a tarefa de “dirigir, planificar e controlar a
educação e garantir a laicidade no quadro dos objetivos fixados fundamentais consagrados na
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constituição” (p. 111): “promover as condições necessárias para a extensão do gozo deste
direito a todos os cidadãos (p. 13).

Em relação ao direito a educação, facto a destacar é que a da legislação moçambicana parece


indicar que o Estado moçambicano não assume explicitamente a educação como seu dever
enquanto contraparte do direito. Por exemplo, na Lei 6/92 de 6 de maio, ainda em vigor, é
afirmado que o Estado moçambicano apenas organiza e promove o ensino, “como parte
integrante da acção educativa, nos termos definidos na Constituição da República”
(MOÇAMBIQUE, REPÚBLICA POPULAR, 1992, art. 1).

Nessa referida Constituição, é sustentado que, “na Republica de Moçambique, a educação


constitui o direito e dever do cidadão” (MOÇAMBIQUE, REPÚBLICA POPULAR, 1994,
art. 92), cabendo ao Estado, a promoção da extensão de igualdade de acesso de todos os
cidadãos ao gozo desse direito (MOÇAMBIQUE, REPÚBLICA POPULAR, 1994, art. 92
§2). Esse entendimento da educação como direito e dever do cidadão, cabendo ao Estado a
promoção do acesso, permaneceu inalterado na Constituição promulgada em 2004. Dois
aspectos chamam a atenção na Lei educacional 6/92 de 6 Maio de 1992.

Primeiro, é a afirmação da obrigatoriedade da educação básica ser progressiva de acordo com


desenvolvimento do país. O segundo aspecto é o desaparecimento do artigo n.7 da lei
educacional 4/83 de 23 de Março que estipulava a gratuidade do ensino, pelo menos, o básico:
na nova Lei educacional não se faz nenhuma menção a gratuidade do ensino. Confrontando
legislação educacional moçambicana com os documentos internacionais sobre o direito à
educação, permite-nos inferir que o Estado moçambicano é omisso em assumir a educação
como seu dever: responsabiliza o cidadão e a família o dever de buscar e oferecer a educação
a si mesma e aos seus educandos e também é omisso em relação à gratuidade do ensino
público em todos os níveis. A educação, de um direito humano, parece ter passado a um
privilégio das minorias sociais.
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4. Considerações Finais

A educação é processo inerente à vida dos seres humanos, intrínseco à condição da espécie,
uma vez que a reprodução dos seus integrantes não envolve apenas uma memória genética
mas, com igual intensidade, pressupõe uma memória cultural, em decorrência do que cada
novo membro do grupo precisa recuperá-la, inserindo-se no fluxo de sua cultura.

Os fundamentos da educação são analisados, a partir de três dimensões específicas: a


dimensão histórico-material, a dimensão político-ideológica e a dimensão filosófico-cultural,
no intuito de compreender como se materializam as práticas educativas, tanto formais quanto
informais, no interior da sociedade.

Falar da formação inicial e continuada do professor é afirmar que ambas contribuem para a
construção da identidade pessoal e profissional do mesmo, como forma a favorecer no seu
crescimento global. Desta forma, vimos que a formação inicial funciona como um quadro
estruturador das bases sólidas, sendo capaz de dotar o professor de autonomia e de
responsabilidade. Por outro lado, a formação continuada, se constrói por meio de reflexão
crítica sobre as experiências profissionais do professor.

A relação entre ética e Educação ocorre em três dimensões: a educação ética, compreendida
como iniciativa educacional, que visa ajudar o educando a se tornar ser ético no sentido de
formar um indivíduo consciente de seus deveres e direitos dentro de uma sociedade; a ética
pedagógica, que trata da ética do agir do educador, quer dizer, o educador, deve assumir o
papel de guarda da unificação da alma - corpo e espírito - dos seus discípulos ne a ética da
comunidade dos educadores, que se volta para questões éticas envolvidas na colaboração dos
educadores em projectos pedagógicos

As condições de trabalho docente envolvem aspectos que são fundamentais para a valorização
profissional e compreendem o conceito de valorização docente. Trata-se de um conceito
complexo, uma vez que envolve aspectos variados que perpassam o exercício da docência e
compreende: as instalações físicas, os materiais disponíveis, os equipamentos e meios de
realização das actividades e outros tipos de apoio necessários.
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5. Referencias Bibliográficas

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