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EIXO INTEGRADOR INTERÁREAS

PESQUISA
EM
FOCO

ENSINO MÉDIO
PRESIDÊNCIA
Paulo Skaf

SUPERINTENDÊNCIA
Alexandre Ribeiro Meyer Pflug
Igor Barenboim

GERÊNCIA EXECUTIVA DE EDUCAÇÃO


Roberto Xavier Augusto Filho

GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA


Ivy Daniele Gavazzi Sandim

EQUIPE TÉCNICA
Supervisão de Currículo, Inovação e
Recursos Didáticos
curriculo.educacao@sesisp.org.br

GERENTE DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO
Leticia Roseane Coimbra M. Acquati

GERENTE DE JORNALISMO
E CONTEÚDO
Mariana Ribeiro Coelho Castello Branco

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


Bruno Viana
Érica Barbosa
Kamila Uchino
Sandro Monteiro
Juliana Cezario

REVISÃO ORTOGRÁFICA
Emanuel Galdino
Karina Costa
Bárbara Pelissaro

2021 - 2ª EDIÇÃO
Todos os direitos reservados ao SESI-SP
Av. Paulista, 1.313 – São Paulo – SP - CEP: 01311-923 | Tel.: (11) 3146-7000 | www.sesisp.org.br
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“Não existe uma fórmula mágica e única para realizar uma
pesquisa ideal; talvez não exista nem existirá uma pesquisa
perfeita. A investigação é um produto humano, e seus
produtores são seres falíveis. Isto é algo importante que
o principiante deve ter “em mente”: fazer pesquisa não é
privilégio de alguns poucos gênios. Precisa-se ter conhecimento
da realidade, algumas noções básicas da metodologia e
técnicas de pesquisa, seriedade e, sobretudo, trabalho em
equipe e convivência social.”
(RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social:
Métodos e Técnicas. 3 ed. Ed. Atlas, São Paulo, 2014. 334 p.)

3
Fonte: Everton Amaro.

4
APRESENTAÇÃO

Este Guia é direcionado a você, pro-


fessor do Eixo Integrador Interáreas –
Pesquisa em Foco, com o objetivo de
subsidiá-lo com informações e orienta-
ções fundamentais para que sua ação
docente atenda ao princípio da interdis-
ciplinaridade e ao desenvolvimento de
competências, como protagonismo, au-
tonomia, responsabilidade e criatividade
ao se trabalhar com pesquisa científica.

O material se inicia com o texto ‘Intro-


dução Geral’ que aborda os aspectos
constitutivos que originaram essa pro-
posta inovadora.

Em seguida, é apresentada a proposta


de organização geral do Eixo Integrador
Interáreas e, na sequência, as orienta-
ções específicas para o desenvolvimento
do Pesquisa em Foco no ensino médio,
que visa articular os saberes dos diferen-
tes componentes curriculares e áreas do
conhecimento.

Além disso, foi incorporada a avaliação


formativa e seus procedimentos, tanto
do ponto de vista do professor como do
estudante, bem como referências para
consultas e ampliação de estudos. A lei-
tura desse documento é importante e
deverá nortear o trabalho com o Eixo In-
tegrador Interáreas - Pesquisa em Foco,
nos anos do ensino médio.

Bom trabalho!

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SUMÁRIO

1Introdução geral
8

2
Pesquisa em foco
24
3 4
Referências bibliográficas
44
Indicações de consulta
45

5
Anexos
46

7
1. INTRODUÇÃO GERAL
1.1. Eixo Integrador Interáreas

A educação pode impulsionar o ser Assim, o projeto educacional do siste-


humano em direção aos seus desejos ma SESI-SP de ensino baliza sua ação
e aspirações. Ela deve provocar o su- pedagógica em fundamentos e pres-
jeito a se interrogar sobre como ele é supostos curriculares descritos em
e ajudá-lo a construir ideias sobre o seu Referencial Curricular. Esse currí-
mundo, a natureza, a sociedade a que culo tem como base uma concepção
ele pertence, sobre como são consti- de educação que engloba o ensino, a
tuídas as relações sociais, bem como o aprendizagem e a pesquisa em uma
seu papel nas transformações sociais, abordagem sociointeracionista, que
culturais, econômicas etc. considera o diálogo como fator pre-
ponderante no processo de ensino e
No movimento de tornar a educação aprendizagem.
um instrumento emancipatório, a es-
cola é lugar privilegiado, por reunir As experiências e os saberes dos es-
pessoas de diferentes origens, histó- tudantes também são valorizados,
rias, culturas etc., em contato umas tanto no ponto de partida para novos
com as outras, num espaço e tempo conhecimentos, quanto na sistema-
previamente definidos, em torno de tização dos acumulados. Vale a pena
um projeto educacional. ressaltar que essas experiências e sa-
beres não estão restritos a uma única
Por sua vez, o projeto educacional pre- área do conhecimento, mas se referem
cisa revelar a direção que determinada e se agregam a diversos estudos do
Instituição de Ensino optou por seguir patrimônio cultural, social, científico,
para a concretização de seus princí- ambiental e artístico, para a formação
pios e das finalidades da educação. integral dos estudantes.

Por isso, no Referencial Curricular do


sistema SESI-SP de ensino, a organiza-
ção curricular foi pensada em áreas de
conhecimento:

8
Entende-se por área de conhecimento Isso significa que só é possível apreen-
um conjunto de componentes curricu- der a realidade em sua totalidade a
lares/saberes classificados em gran- partir de uma abordagem interdisci-
des grupos (Ciências da Natureza e plinar do conhecimento, pois dessa
suas Tecnologias, Linguagens e suas forma aproxima-se a experiência es-
Tecnologias, Matemática e suas Tec- colar de situações e problemas reais.
nologias e Ciências Humanas e Sociais Por isso é tão importante que a inter-
Aplicadas) que apresentam inter-rela- disciplinaridade se apresente como
ções entre si. Em outras palavras, há um eixo básico da organização curri-
uma proximidade entre as especifici- cular e se concretize na ação em sala
dades, os objetos de investigação, os de aula com base na consolidação de
métodos de pesquisa dos componen- práticas, posturas e atitudes interdisci-
tes curriculares e a realidade. plinares que se predisponham a olhar
por diferentes perspectivas uma mes-
Esse tipo de organização curricular ma questão (Referencial Curricular do
tem a interdisciplinaridade como prin- Sistema SESI-SP de Ensino, 2020).
cípio, não se restringindo a uma deter-
minada área, de forma a se relacionar, Cabe salientar que este “apreender a
também, com os componentes curri- realidade em sua totalidade” é sempre
culares de outras áreas. relativo, visto que ninguém, em ne-

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nhum lugar, tem condições de apreen- Nesse sentido, é importante também
der o conhecimento total de algo. uma relação intradisciplinar do conhe-
Neste sentido, é mister afirmar que o cimento, visando relacionar as respec-
ensino por meio da interdisciplinari- tivas ramificações de um mesmo com-
dade não renuncia os conhecimentos ponente curricular, para que os alunos
específicos de cada componente cur- percebam a integração e conexão en-
ricular e área de conhecimento, mas tre os diferentes assuntos e objetos de
valoriza o potencial de interlocução estudos desse componente.
entre diversos campos de saberes.
Outro conceito fundamental é a visão
Outros dois elementos estruturantes transdisciplinar do conhecimento, con-
são fundamentais na organização cur- forme é abordado no Referencial Cur-
ricular do Eixo Integrador Interáreas: ricular do sistema SESI-SP de ensino:
a dialogicidade e a contextualização.
O primeiro possibilita uma ação inda- Para além do trabalho intra e inter-
disciplinar, é necessária uma reflexão
gadora e argumentativa, em um movi-
sobre uma visão transdisciplinar do
mento constante de análise e síntese
conhecimento, termo, este, criado por
da realidade. A contextualização, por Jean Piaget e que tem sido debatido
sua vez, tem o papel de evidenciar o e estudado por pesquisadores desde
contexto da produção de determinado então. Segundo Basarab Nicolescu,
conhecimento, trazendo à tona os as- um dos mais atuantes e respeitados
pectos reais da vida pessoal, cultural, físicos teóricos no cenário científico
contemporâneo, a transdisciplinarida-
econômica e social.
de “como o prefixo ‘trans’ indica àqui-
lo que está ao mesmo tempo entre as
disciplinas, através das diferentes
disciplinas e além de qualquer
disciplina. Seu objetivo é a com-
OBJETIVO: EIXO INTEGRADOR preensão do mundo presente
INTERÁREAS para o qual um dos imperativos é
a unidade do conhecimento” (NI-
Conhecer, integrar e aplicar COLESCU, 1999, p. 16).
conteúdos e experiências numa
perspectiva de diálogo, interação Assim, os conceitos de interdisci-
e sistematização de ideias ou plinaridade, intradisciplinaridade
solução de desafios/problemas, e transdisciplinaridade fundamen-
com autonomia para escolha e tam o trabalho com o Eixo Integra-
desenvolvimento do tema, a partir dor Interáreas e devem ser incorpo-
dos princípios da pesquisa científica rados ao processo de acordo com
– sob a orientação do professor. as exigências de cada temática e
processo de pesquisa abordados.

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1.2. Pesquisa gem sociointeracionista, em 2016 ini-
ciamos uma nova proposta de trabalho
No processo de autonomia e protago- articulada ao Referencial e ao Material
nismo estudantil, a pesquisa é funda- Didático do sistema SESI-SP de ensino
mental. Ao planejá-la, adequadamen- – o Eixo Integrador.
te, esse recurso ajuda as crianças e os
jovens a realizarem associações para O Eixo Integrador é uma estratégia
além da sala de aula. de interdisciplinaridade, onde os es-
tudantes têm a oportunidade de co-
Envolver o estudante no processo nhecer, integrar e aplicar conteúdos
de aprendizagem de forma que va- e experiências numa perspectiva de
lorize seu protagonismo e promova diálogo e interação para a solução de
a sua autonomia é fundamental para desafios/problemas.
o desenvolvimento das habilidades
de pesquisa no ambiente escolar e Não se trata, portanto, de anular as
na vida, e se diferencia de simples características intrínsecas de cada
coletas de informações. Para tanto é componente curricular historicamente
necessário entender e distinguir auto- construídas, mas de mobilizar e articu-
nomia e protagonismo: lar esses conhecimentos na busca da
compreensão e da resolução de um
A autonomia é a capacidade de um problema, considerando os conheci-
indivíduo de tomar uma decisão es- mentos do mundo na sua complexi-
pontânea elegendo suas escolhas dade e, buscando a apropriação dos
pessoais, por exemplo, organizar seus conhecimentos em vista à construção
estudos sem depender, totalmente, do pensamento complexo, como su-
do professor. gerido por Morin (2006).

O protagonismo é uma prática edu- O trabalho com a interdisciplinarida-


cativa onde o estudante é o ator cen- de no Eixo Integrador Interáreas não
tral e participa de todas as fases do pressupõe o professor ter domínio de
processo de ensino e aprendizagem, todos os componentes e áreas de co-
desde a elaboração, execução e ava- nhecimento, mas ter inclinação para o
liação, com o objetivo de estimular tema/problema ou linha de pesquisa
a participação social do jovem na que orientará. Seu papel é de media-
construção do próprio conhecimento dor e não o de detentor de todos os
e na comunidade. saberes. Por vezes, será necessário
que o professor realize pesquisas mais
Em consonância com a concepção de aprofundadas ou busque apoio ou
educação preconizada pelo SESI-SP, busque apoio de outros professores
que engloba o ensino, a aprendizagem para melhor direcionar os trabalhos
e a pesquisa a partir de uma aborda- dos estudantes.

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Baseando-se em pesquisas realizadas a complexidade do mundo, a articular
em toda rede, no ano de 2019, foi dado os conhecimentos dos diversos com-
início ao Eixo Integrador – Pesquisa em ponentes no entendimento do mundo
Foco para os terceiros anos do ensino e na resolução de problemas.
médio, que tem como objetivo o tra-
balho de desenvolvimento da pesquisa Além disso, pela complexidade do ser
científica a partir da escolha de temas humano e com o objetivo de prepa-
de forma autônoma pelos estudantes. rar os estudantes para os desafios da
contemporaneidade, com esse traba-
Considerando essa trajetória e valo- lho é possível desenvolver estratégias
rizando a maturidade da rede de es- de aprendizagem colaborativa que in-
colas SESI-SP, para o ano de 2020, cluam as competências socioemocio-
esse trabalho do Pesquisa em Foco nais, uma vez que é possível aprendê-
foi ampliado para todos os anos do -las e praticá-las.
ensino médio de forma a desenvolver
a autonomia e o protagonismo dos Dessa forma, as atividades sugeridas
alunos, além de proporcionar a esco- nesse material também potencializam
lha da linha de pesquisa e do tema o trabalho com essas competências,
do tema a partir de suas preferências na medida em que propiciam o desen-
e interesses. volvimento de aspectos importantes
da formação do sujeito. São eles: aber-
Assim, nos ensinos fundamental e mé- tura a novas experiências, estabeleci-
dio, o Eixo Integrador Interáreas é pro- mento de relações com o outro, toma-
posto com o objetivo de ampliar a ca- da de decisões de forma responsável,
pacidade dos estudantes a olhar para criatividade, empatia e autonomia.

COMO SÃO COMPREENDIDAS AS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES


SOCIOEMOCIONAIS NO SESI-SP?

(...) o sistema SESI-SP de ensino reconhece, em sua concepção


pedagógica, a construção das competências e habilidades
socioemocionais, em consonância com os desafios da contemporaneidade,
que ao trazer um currículo por competência propõe a mobilização de
conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas,
cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas
complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo
do trabalho.

(Referencial Curricular do sistema SESI-SP de ensino , 2020, p. 58).

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1.3. Quais são as principais competências socioemocionais?

As competências gerais propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC)


voltam-se para o desenvolvimento de competências socioemocionais, como ar-
gumentação, autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação, respon-
sabilidade e cidadania.

Fonte: Movimento Pela Base e Center for Curriculum Redesign.


Disponível em: <http://movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_Progressao.pdf>.
Acesso em: 15 de jan. de 2019.
Para versão maior, conferir anexo 1 - página 78

13
POR QUE TRABALHAR AS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
SOCIOEMOCIONAIS NA ESCOLA?

Muitos autores têm discorrido sobre a necessidade de envolver e favorecer


a construção de um ambiente escolar que proporcione momentos para
que os estudantes expressem emoções, sentimentos e ações de respeito
mútuo, reciprocidade, cooperação etc., ou seja, entende-se que, trabalhar
e desenvolver as competências socioemocionais têm um impacto positivo
nas aprendizagens e diretamente na vida dos estudantes.

Por isso, é preciso garantir que as competências socioemocionais e


as competências cognitivas sejam trabalhadas de forma integrada,
transformando o currículo das escolas. Portanto, há que se investigar,
refletir e propor ações frente a questões de autoconhecimento,
autocontrole, empatia, colaboração, responsabilidade, cidadania,
capacidade de trabalhar em equipe etc., com a mesma seriedade que os
conteúdos acadêmicos são tratados. Essas recomendações constam na
Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologada em 2017, e são
defendidas pela comunidade internacional.

1.4. Principais desafios do trabalho com o Eixo Integrador Interáreas:

• Acrescentar conhecimentos à • Incentivar a autonomia da equipe


vida e à formação dos estudantes escolar de maneira que sejam con-
para além daqueles já previstos templados tanto os objetivos da
nos componentes curriculares, de rede quanto aqueles específicos
modo a ampliar o repertório cultu- do contexto de cada comunidade;
ral e a participação ativa na socie-
• Preparar os estudantes e profes-
dade, observando a relação entre
sores para serem parte de um gru-
o que se aprende e o que se vive;
po e para que sejam capazes de
• Elaborar uma metodologia que lidar com adversidades e conflitos,
possibilite o desenvolvimento de conseguindo explorar as riquezas
um trabalho interdisciplinar para das experiências coletivas e lidar
que a compartimentação dos sabe- com frustrações;
res seja gradativamente superada;

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• Colocar o aluno em contato com o estudante se torne, além de protago-
a metodologia de pesquisa cientí- nista do seu aprendizado, alguém que
fica no ensino médio, de forma a interfere, de fato, nas mudanças neces-
organizar e sistematizar os proce- sárias à sua comunidade com a utiliza-
dimentos adotados em suas inves- ção dos conhecimentos apreendidos.”
tigações e no desenvolvimento de (SESI, 2017)
seus projetos.
A estratégia metodológica, por meio
“O processo de ensino e aprendizagem dessa proposta, é o trabalho em equi-
não se altera com a proposta de traba- pe em um ambiente altamente coope-
lho do Eixo Integrador Interáreas, tam- rativo e colaborativo, garantindo es-
pouco desconsidera os procedimentos paço intelectual significativo em que
metodológicos e a avaliação formativa. o aprender e fazer juntos tenha mais
Ao contrário, amplia o processo de en- valor agregado do que teria caso se
sino e aprendizagem, fazendo com que aprendesse ou fizesse sozinho.

O Eixo Integrador Interáreas é uma estratégia


de interdisciplinaridade de uma ou mais áreas
de conhecimento, em que os estudantes têm
a oportunidade de conhecer, integrar e aplicar
conteúdos e experiências numa perspectiva de
diálogo e interação para a solução de problemas.

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1.5. Papel do professor no desenvolvimento do
Eixo Integrador Interáreas.

O papel do professor do Eixo Integra- • Discussão e definição acerca das


dor Interáreas é de mediador/orienta- linhas de pesquisas propostas no
dor de aprendizagens ativas, nas quais Eixo Integrador Interáreas - Pes-
os estudantes não são meros recebe- quisa em Foco, tendo em vista
dores de informações, mas engajam- seus impactos no âmbito social,
-se de maneira ativa no processo de na comunidade onde se encontra
aquisição do conhecimento. Para que a escola e no projeto de vida dos
a aprendizagem ativa aconteça, espe- estudantes;
ra-se que os professores tenham ações
• Pesquisa, seleção e organização
fundamentais, desde o início:
do que é relevante sobre determi-
• Escolha dos temas a serem pes- nado tema considerando a realida-
quisados, a partir da escuta ativa de e as possibilidades de amplia-
e atenta dos interesses dos estu- ção pelos estudantes, a partir do
dantes e do olhar para os proble- que eles trouxerem, levando-os
mas enfrentados pela comunidade a continuarem as investigações e
em que a escola está inserida. Para não ficarem na superficialidade em
esse processo de escolha podem relação aos dados que levantarem;
ser propostas várias atividades mo-
• Definição, em conjunto com os
bilizadoras, como apresentação de
estudantes, de um cronograma de
vídeos, palestras com outros pro-
trabalho, incluindo prazos, entre-
fessores ou profissionais da área,
gas e critérios de avaliação para
debates, discussões sobre a rele-
cada atividade proposta;
vância dos temas na comunidade
local, publicações sobre todos os • Articulação dos diferentes com-
temas propostos, além de pesqui- ponentes curriculares e áreas de
sas já realizadas, rodas de conver- conhecimento no trabalho com
sa, entre outros. O estudante deve os projetos;
se apropriar democraticamente
de todo o processo, tornando-o
significativo para si. Para isso não
se pressupõe um momento espe-
cífico de apenas uma aula, mas o
tempo que se fizer necessário para
o entendimento e argumentações
bem fundamentadas pelos alunos;

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• Apresentação dos procedimen- para o Eixo Integrador Interáreas
tos da pesquisa, orientando os es- – Pesquisa em Foco, quais sejam,
tudantes nesse processo; processos criativos, investigação
científica, mediação e intervenção
• Utilização de ferramentas tecno-
social e empreendedorismo;
lógicas disponíveis para a gestão
dos projetos e o desenvolvimento • Proposição de rodas de conver-
das atividades; sa para a avaliação de atitudes e
reflexão sobre os sentimentos e
• Criação de grupos heterogêneo-
sensações percebidos no processo
se multisseriados, no caso dos 1º
e ajustes necessários para um me-
e 2º anos do ensino médio, dando
lhor trabalho em grupo. Também
tempo e oportunidades, dentro
podem ser debatidos temas da
das atividades propostas, para
atualidade, que sejam significati-
que todos os estudantes possam
vos para os jovens e que ampliem
desenvolver a liderança, a respon-
sua visão dos problemas sociais e
sabilidade na tomada de decisão, a
leitura de mundo;
construção de confiança, a comu-
nicação e as habilidades de gestão • Promoção de eventos que bus-
de conflito, além do rodízio de de- quem deslocar e sensibilizar os
veres, individuais e coletivos; estudantes para o cuidado com o
outro e a valorização das diferen-
• Articulação dos temas de pes-
ças, prevenindo o bullying e forne-
quisa definidos pelos alunos com
cendo espaço para a expressão de
as linhas de pesquisa definidas
sentimentos e trocas entre todos.
Como exemplos, podem ser cria-
dos um Museu da Empatia na es-
cola; um restaurante com cardápio
de assuntos para serem conversa-
dos; oficinas que trabalhem o co-
nhecimento de si e do outro, com
rodas de conversa sobre felicida-
de, amor, empatia e outros; ofici-
nas de desenho de observação do
outro e autorretrato, como forma
de autoconhecimento; exibição
de filmes que tratem de aspectos
como solidariedade, conflitos, resi-
liência, cooperação etc.;

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• Criação de atividades/tarefas • Fornecimento de feedback indivi-
complexas, envolventes, desafia- dual e coletivo, sistematicamente,
doras e estimulantes, em diferen- para que os estudantes aprendam
tes níveis de aprofundamento, para a trabalhar juntos, de forma produ-
gerar “interdependência positiva”; tiva, para atingir um objetivo co-
mum. O feedback os auxilia a iden-
• Utilização de estratégias e abor-
tificar como estão os trabalhos de
dagens diversificadas, sem a obri-
cada um dentro do grupo, assim to-
gatoriedade de serem únicas a
dos podem realizar ajustes durante
todos os estudantes, de forma
o processo. O professor pode fazer
a estimular as diferentes poten-
perguntas como: De que forma vo-
cialidades da turma por meio da
cês lidaram com a frustração dian-
aprendizagem personalizada.
te das dificuldades encontradas
• Discussão e definição coletiva de no processo? Tiveram conflitos?
períodos, prazos e tipos de ava- Como vocês resolveram? Quiseram
liação (incluindo autoavaliação) desistir no meio do percurso? O
com definição de critérios claros que mais os motivou a seguir com
e precisos; a pesquisa? Realizaram alguma
descoberta sobre si mesmos nes-
te processo? Vocês conseguiram
trabalhar de forma colaborativa ou
alguns ficaram sobrecarregados ou
não participaram?

18
A AÇÃO DO PROFESSOR DO EIXO
INTEGRADOR INTERÁREAS

PLANEJE A AVALIAÇÃO
Defina os critérios avaliativos com os estudantes.

Utilize roteiros para observar e avaliar o desempenho


e a participação dos estudantes/grupos.

MAPEIE O TRABALHO
FORMULE MAIS DESAFIOS
Organize as tarefas e atividades.
Elabore questões provocativas
Decida com os estudantes como
que conduzam a respostas
apresentar os produtos no
mais elaboradas.
percurso e ao final do trabalho.
Crie questões orientadoras
Reúna recursos que viabilizem a
que possam manter o interesse
execução do trabalho.
dos estudantes ao longo do
trabalho com o eixo e instigue- Construa com os estudantes o
os a ir além das respostas do cronograma das atividades.
senso comum.

GERENCIE O PROCESSO
Acompanhe a evolução do grupo
LEIA O GUIA E TOME
CONTATO COM O EIXO Observe a participação de cada

Conheça o trabalho proposto estudante no grupo.


para o eixo escolhido. Adapte suas estratégias de
Estabeleça as adaptações formação de grupo, sempre que
de acordo com as necessário.
necessidades locais.
Organize os momentos para a
Planeje formas de motivar os socialização dos resultados das
estudantes para o trabalho.
investigações.

Realize as paradas para a


correções de rumo.

19
Nesse contexto de aprendizagem ati- rentes componentes curriculares;
va, os estudantes são protagonistas,
• Trabalhar colaborativamente,
exercendo autonomia na organiza-
apoiando colegas que possuam
ção e no desenvolvimento do traba-
outros ritmos de aprendizagem,
lho com o Eixo Integrador Interáreas,
valorizando e reconhecendo as
a partir de uma série de atividades
diversas habilidades em prol da
complexas que incluem:
construção coletiva;
• Problematizar a realidade a partir
• Participar dos diferentes momen-
do tema apresentado, com ideias
tos de avaliação de atividades dos
significativas centrais;
demais grupos ou colegas, a partir
• Planejar o desenvolvimento do dos critérios definidos em parceria
projeto ou da pesquisa científica, com o professor;
considerando sua metodologia,
• Produzir novos conhecimentos ou
com cronograma de tarefas indivi-
conhecimentos complexos.
duais e coletivas;

• Participar das decisões, colabora- É importante ressaltar que essas


tivamente, sobre prazos das ativi- atividades listadas não pressupõem
dades, das avaliações e da entrega um trabalho linear. Elas podem
de produções; acontecer alternadamente e podem
se repetir ao longo do processo. Há
• Propor soluções reais para o(s) pro-
de se entender que o processo de
blema(s) apresentado(s), a partir de
pesquisa, problematização, análi-
brainstorming e outras estratégias;
se, registros, tomadas de decisão,
• Pesquisar e coletar informações tudo o que se fizer necessário ao
sobre o tema, utilizando estraté- desenvolvimento da pesquisa deve
gias de aperfeiçoamento de leitura ser feito de forma colaborativa e
tais como resumir, esclarecer ambi- democrática.
guidades e consultar outras fontes,
nacionais ou internacionais; O trabalho com o Eixo Integrador In-
teráreas é uma proposta ampla, que
• Analisar e sintetizar os dados permite ao professor reconhecer e
coletados; valorizar as habilidades e os conhe-
cimentos de cada estudante nas suas
• Utilizar diferentes ferramentas tec-
diferentes condições, além de auxiliar
nológicas no desenvolvimento dos
na prevenção do bullying, uma vez
temas, selecionando informações
que os alunos serão incentivados a
que sejam reais e significativas;
exporem e refletirem sobre seus pon-
• Aplicar ou ampliar conhecimen- tos de vista num espaço de convívio
tos aprendidos nas aulas dos dife- sem julgamentos.

20
No caso dos estudantes com deficiên- servar como esses estudantes rea-
cias, transtornos ou altas habilidades, gem e que papéis são assumidos
é mais uma oportunidade de refletir nas diferentes tarefas e interações
sobre qual deve ser a organização proporcionadas pelos desafios do
da classe, de forma a oportunizar a Eixo Integrador Interáreas, refor-
aprendizagem e participação nas ati- çando que esses papéis devem ser
vidades propostas de maneira mais alternados a cada momento ou pro-
diversificada e significativa. jeto, a fim de que outras habilidades
e competências sejam exploradas e
Do mesmo modo, é importante ob- estimuladas.

Referencial Curricular:
Trabalho por áreas de ensino, aprendizagem e
conhecimento: profes- pesquisa/ abordagem
sores e estudantes, sociointeracionista.
investigadores da reali- Interdisciplinaridade:
dade em ambiente diálogos entre os
altamente cooperativo. componentes.

Olhar por diferentes


perspectivas uma mesma
Temas escolhidos: questão: aproximação das
profunda ligação com o experiências escolares de
cotidiano, com o mundo situação e problemas reais.
do trabalho e sistema
produtivo brasileiro.
TRABALHO
COM O EIXO
INTEGRADOR Procedimento e atitudes em
INTERÁREAS transformação: movimentos e
inovações sociais por meio do
Objetivos múltiplos: estudo do cotidiano e investi-
desenvolvimento de gação da realidade
autonomia, interdependência
positiva, espírito criativo e
atitude colaborativa.

Professor mediador de
aprendizagens ativas.
Estudantes protagonistas:
planejamento e organi-
zação compartilhado e
negociado.

Para versão maior, conferir anexo 5.2 - página 42

21
1.6. Avaliação

As avaliações, bem como seus crité- Considerando a centralidade do cará-


rios e instrumentos, devem ser cons- ter formativo da avaliação na concep-
truídas colaborativamente entre os es- ção de educação do SESI-SP, todos os
tudantes e o professor. As anotações aspectos cognitivos, procedimentais
de aula, os registros, diários de bordo e atitudinais – todos os aspectos cog-
e relatórios também podem ajudar no nitivos, procedimentais e atitudinais,
processo. referentes aos desenvolvimento do
projeto de investigação dos temas,
O processo avaliativo do Eixo Integra- devem ser observados como partes
dor Interáreas segue os mesmos prin- integrantes do processo de avaliação.
cípios e procedimentos dos demais Por isso, a participação dos estudan-
componentes curriculares, ou seja, é tes nas decisões do projeto e nas ativi-
processual. Nessa medida, dependen- dades em grupo e individuais deverão
do da intencionalidade do professor, a ser avaliadas, sem restringir esse pro-
avaliação pode cumprir função diag- cesso apenas aos produtos parciais e
nóstica, somativa/ classificatória e/ou finais.
formativa.
Cabe ao professor o acompanhamen-
Portanto, conforme prevê o Regimen- to do desenvolvimento dos estudan-
to Comum da rede escolar SESI-SP, tes ao longo das etapas por meio da
o percurso de aprendizagem dos es- observação de aspectos atitudinais
tudantes em cada etapa letiva deve- que colaboram para que os objetivos
rá ser registrado no Diário de Classe do grupo sejam atingidos e da análise
Eletrônico e traduzido por uma nota. da produção individual e dos grupos.
A diferença em relação aos demais
componentes curriculares é que, inde- Dada a importância do protagonismo
pendentemente da média final, o Eixo e do trabalho coletivo no Eixo Inte-
Integrador Interáreas não será objeto grador Interáreas, a participação dos
de retenção. estudantes nas decisões referentes ao
processo de avaliação é fundamental.
A nota de cada etapa será composta Assim, ao incluí-los, o professor con-
pela avaliação realizada pelo professor tribui para o desenvolvimento da au-
e pelos estudantes, com base em cri- tonomia do grupo.
térios, que, adequados aos objetivos,
orientarão a escolha de estratégias e Ainda na busca da construção da au-
instrumentos de avaliação em cada tonomia dos estudantes, devem ser
fase de desenvolvimento do trabalho. previstos e incluídos no cronograma

22
momentos de avaliação e de autoava- coletivo de aprendizagem, é impor-
liação em que professor e estudantes, tante promover momentos de fee-
em conjunto, identifiquem o que pre- dback, possibilitando oportunidades
cisa ser mantido ou modificado e para em que haja troca de comentários
que estabeleçam novos caminhos para entre professores e estudantes e
o desenvolvimento do trabalho. desses com seus pares sobre a par-
ticipação nas atividades individuais e
Mas somente o olhar para si não é coletivas e sobre a qualidade do tra-
suficiente. Para favorecer um espaço balho desenvolvido.

AVALIAÇÃO:
Processo e Produto
Etapas Letivas

Não é objeto
de retenção
Atribuir
nota(s) como
nos demais
componentes

Promover
autoavaliação
Realizar estudantes e
feedback professor
individual
e coletivo

23
2. PESQUISA EM FOCO

Fonte: iStock, 2019.

2.1 Apresentação do tema

Pesquisar é buscar respostas de um dados extraídos do mundo que nos


assunto sobre o qual não sabemos cerca, fazendo consultas por meio de
nada ou até temos alguma informa- questionários, deduções, implicações,
ção, mas queremos ou precisamos comprovações, para mostrar, pelas
nos aprofundar a respeito. A fim de análises e interpretações, os resulta-
viabilizar essa descoberta ou apro- dos obtidos com vistas a trazer à tona
fundamento, é necessário fundamen- uma resposta para o problema em
tar a pesquisa com bibliografias e questão.

24
Assim, quando pesquisamos, desco- envolvidos e permitindo o desenvol-
brimos e construímos conhecimento vimento de diferentes competências,
por meio dos aprendizados que a in- como responsabilidade, ética, autono-
vestigação possibilita. Segundo Demo mia, altruísmo e criatividade. Os tra-
(1996), balhos desenvolvidos ilustraram com
muita propriedade essa tríade, revelan-
Pesquisa como princípio científico e do que é possível inovar no contexto
educativo faz parte de todo proces-
escolar quando se aposta no protago-
so emancipatório, no qual se cons-
nismo e no estudo da realidade que
trói o sujeito histórico autossuficien-
te, crítico e autocrítico, participante nos cerca.
e capaz de reagir contra a situação
de objeto e de não cultivar o outro
como objeto. Pesquisa como
diálogo é processo cotidiano in-
tegrante do ritmo de vida, produ-
to e motivo de interesses sociais UM CERTO OLHAR SOBRE A
em confronto, base da apren- PESQUISA
dizagem que não se restrinja a
mera reprodução; na acepção [...]
mais simples, pode significar co- A pesquisa,
nhecer, saber, informar-se para E a fusão, em um só crisol,
sobreviver, para enfrentar a vida
De observações, teorias e hipóteses
de modo consciente.
Para ver se cristalizar
Algumas parcelas de verdade.
A partir dessa citação de um dos
autores que fundamentam nosso
A pesquisa,
Referencial Curricular, apresenta-
E, ao mesmo tempo, trabalho e
mos o que se entende por pesquisa
reflexão Para que os homens
no sistema SESI-SP de ensino. Seja
Achem todos um pouco de pão
assumida como princípio científico
E mais liberdade.
ou educativo, a pesquisa sempre
ocupará seu espaço no âmbito for-
Também é o olhar para o passado
mativo, pois provoca e amplia os
Para encontrar nos antigos
saberes.
Alguns grãos de sabedoria
Capazes de germinar
A experiência já vivenciada com o
No coração dos homens de amanhã.
Eixo Integrador Interáreas contri-
[...]
buiu para dar mais ênfase ao que se
entende por ensino, aprendizagem (Gerard-B. Martin Aufil des evenements,
e pesquisa, numa abordagem so- 6 de dezembro de 1994. Jornal da
cionteracionista, promovendo avan- Universidade Laval apud LAVILLE, 1999)
ços nas compreensões de todos os

25
Nesse sentido, trazemos neste guia a
sistematização da pesquisa sob a égi-
de do método científico, para ser de-
senvolvida em todo ensino médio. Não
como reducionismo, mas como uma
escolha capaz de organizar os proce-
dimentos a serem adotados tanto por
professores, quanto por estudantes em
suas investigações a respeito de temas
que sejam de seu interesse.

2.2 Contextualização

“A cientificidade, portanto, tem que dantes, mostrando-lhes caminhos que


ser pensada como uma ideia regula- indiquem como buscar respostas e
dora de alta abstração e não como
como desenvolver seus trabalhos para
sinônimo de modelos e normas a se-
obter e gerar conhecimento, pois eles
rem seguidos. A história da ciência
revela não uma priori, mas o que foi
passam a perceber que o conhecimen-
produzido em determinado momen- to não está pronto.
to histórico com toda a relativida-
de do processo de conhecimento.” Por meio da pesquisa é possível for-
(MINAYO, 1994) necer novas formas de aprendizado,
já que os estudantes participam ativa-
O ensino da pesquisa na prática visa mente na construção do seu conheci-
envolver professores e estudantes no mento, apropriando-se das diferentes
desejo de conhecer, criar, refletir, com- linguagens. Isso implica um processo
partilhar, produzir e avaliar resultados, que envolve a leitura, a escrita, a busca
ampliando a visão do mundo que os de resoluções de problemas, a análise
cerca. Ao trabalhar pesquisa científica, crítica e a produção. É, portanto, o do-
estimula-se a curiosidade dos estu- mínio de diferentes linguagens (oral,

26
escrita, lógica, matemática, gráfica, ar- Para isso, as situações de aprendiza-
tística, corporal, filosófica, científica e gens a serem propostas deverão ter
tecnológica) que permitirá a cada es- como base as seguintes etapas:
tudante se envolver em uma pesquisa
científica que amplie o seu desenvol-
vimento pessoal, aliado à intervenção DISCUSSÃO INICIAL
social que ele possa trazer na conclu-
são do seu trabalho.

ESCOLHA DO TEMA E
Além disso, a prática da investigação
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
científica possibilita o trabalho interá-
reas, pois para responder a um objeto
de pesquisa é necessário mobilizar sa-
beres das diferentes áreas do conheci- FORMAÇÃO DOS GRUPOS
mento. Essa interação fortalece a pes-
quisa e fundamenta teoricamente a
investigação, sendo essencial o diálo-
ESCOLHA DOS PROFESSORES
go entre os especialistas dos diversos
ORIENTADORES
componentes curriculares envolvidos
nos projetos dos estudantes.
ELABORAÇÃO DO PLANO
No Eixo Integrador Interáreas, espera- DE PESQUISA
-se que o estudante ponha em prática
diferentes habilidades e competências
a fim de sistematizar suas ideias, numa
INVESTIGAÇÃO E REGISTRO
efetiva interação e articulação com
as áreas do conhecimento. Assim, no
Pesquisa em Foco, é proposto que os
estudantes tenham autonomia de de- ANÁLISE DOS RESULTADOS
cidir seus próprios temas de pesquisa,
mediante observação e questiona-
mento para tentar compreender dada CONCLUSÕES
realidade de forma crítica e criativa.

PRODUÇÃO E ENTREGA DO
RELATÓRIO DE PESQUISA

PRODUTO FINAL

27
Nesse processo, a relação de interação O professor deve apresentar possíveis
entre professor e estudante pode ocor- caminhos, permitindo que a escolha
rer de inúmeras maneiras de acordo final seja do estudante. Em alguns
com a finalidade da etapa de pesquisa. momentos, será necessário validar as
É importante que o professor faça, de ideias e/ou propostas dos estudantes,
forma questionadora, a ligação entre monitorando o desenvolvimento do
o conhecimento produzido pelo estu- projeto por meio de intervenções con-
dante e o conhecimento socialmente forme as necessidades surgirem.
instituído, colocando em perspectiva
os resultados obtidos a fim de instigar o Dessa forma, espera-se que o profes-
aluno a criar métodos que validem sua sor faça a mediação entre as investiga-
proposta ou a busca de novas aborda- ções e descobertas dos estudantes e
gens para o problema investigado. os conhecimentos das diversas áreas, e
também oriente o desenvolvimento da
pesquisa, deixando espaço para a auto-
nomia e a criatividade dos estudantes.

2.3 Desenvolvimento

Este Eixo Integrador deve ser traba-


lhado durante todo o ano letivo, pos-
sibilitando a interligação das áreas de
conhecimento de forma interdiscipli-
nar e a articulação dos temas selecio-
nados pelos alunos com as linhas de
pesquisa propostas para o ensino m
édio. Portanto, de maneira a contribuir
com o trabalho docente e discente,
abordaremos a seguir as linhas de pes-
quisa e as etapas do desenvolvimento
das pesquisas, conforme o esquema
apresentado anteriormente.

28
LINHAS DE PESQUISA

Processos criativos

A proposta desta linha de pesquisa é a


idealização e realização de projetos cria-
tivos associados a uma ou mais áreas de
conhecimento. Os estudantes devem
mobilizar habilidades, conhecimentos e
recursos de forma criativa para propor,
inovar e inventar processos e produtos
criativos, que podem ter como objetivo
uma solução inovadora para problemas
identificados no mundo.

Os temas podem estar relacionados


às linguagens artísticas, às mídias, à Investigação científica
cultura ou às ciências aplicadas. Os
produtos associados a essa linha de Esta linha de pesquisa tem como intuito
pesquisa podem ser obras e espetá- que os estudantes investiguem a reali-
culos artísticos e culturais, campanhas dade, compreendendo, valorizando e
e peças de comunicação, programas, aplicando o conhecimento sistematiza-
aplicativos, jogos, robôs, circuitos, en- do, por meio da realização de práticas
tre outros produtos analógicos e digi- e produções científicas relativas a uma
tais variados. ou mais áreas de conhecimento.

A pesquisa científica, compreendida


como procedimento privilegiado e
integrador de áreas e componentes
curriculares pressupõe: identificação
de uma dúvida, questão ou proble-
ma; levantamento, formulação e teste
de hipóteses; seleção de informações
e de fontes confiáveis; interpretação,
elaboração e uso ético das informa-
ções coletadas; identificação de como
utilizar os conhecimentos gerados
para solucionar problemas diversos;
e comunicação de conclusões com a
utilização de diferentes linguagens.

29
Mediação e intervenção sociocultural

Nesta linha de pesquisa privilegia-se


o envolvimento dos estudantes em
campos de atuação da vida pública,
por meio do seu engajamento em pro-
jetos de mobilização e intervenção so- Empreendedorismo
ciocultural e ambiental que os levem
A proposta nesta linha de pesquisa é
a promover transformações na comu-
que os estudantes sejam estimulados
nidade. O processo pressupõe o diag-
a criar empreendimentos pessoais ou
nóstico da realidade sobre a qual se
produtivos articulados com seus pro-
pretende atuar, incluindo a busca de
jetos de vida, que fortaleçam a sua
dados oficiais e a escuta da comunida-
atuação como protagonistas da sua
de local; a ampliação de conhecimen-
própria trajetória. Para tanto, busca
tos sobre o problema a ser enfrentado;
desenvolver autonomia, foco e deter-
o planejamento, execução e avaliação
minação para que consigam planejar e
de uma ação social e/ou ambiental
conquistar objetivos pessoais ou criar
que responda às necessidades e in-
empreendimentos voltados à geração
teresses do contexto; a superação de
de renda via oferta de produtos e servi-
situações de estranheza, resistência,
ços, com ou sem uso de tecnologias. O
conflitos interculturais, dentre outros
processo pressupõe a identificação de
possíveis obstáculos, com necessários
potenciais, desafios, interesses e aspi-
ajustes de rota, permitindo a atuação
rações pessoais; a análise do contexto
dos estudantes como agentes de mu-
externo, inclusive em relação ao mundo
danças e de construção de uma socie-
do trabalho; a elaboração de um pro-
dade mais ética, justa, democrática,
jeto pessoal ou produtivo; a realização
inclusiva, solidária e sustentável.
de ações-piloto para testagem e aper-
feiçoamento do projeto elaborado; o
desenvolvimento ou aprimoramento
do projeto de vida dos estudantes.

Percebemos que as quatro linhas de


pesquisa em muitos momentos se inter-
cruzam e, em alguns casos, se asseme-
lham tanto que se tornam indissociáveis.

Assim, a etapa da definição da temá-


tica a ser abordada e da identificação
do problema é muito importante e tem
de ser feita com bastante atenção.

30
Discussão inicial Como o diferencial do Eixo Integra-
dor Interáreas - Pesquisa em Foco é
Nesta etapa deverão ser levantados o tema livre, os estudantes devem ter
dados e informações sobre diversos autonomia para escolher o que qui-
assuntos e contextos que possibilitem serem pesquisar. Assim, a etapa da
ao estudante refletir sobre algumas definição da temática a ser abordada
questões, problemas que eles enfren- e da identificação do problema é mui-
tem no seu cotidiano e ainda, que to importante e tem de ser feita com
possam extrapolar para a sociedade bastante atenção.
em geral. Um brainstorm (tempestade
de ideias) bem sistematizado poderá O professor precisa orientar os gru-
ajudar a definir pontos importantes de pos para que eles possam identificar
observação. Algumas temáticas dão temas que sejam relevantes principal-
forma a esse momento como: meio mente para eles próprios, selecionan-
ambiente, cultura, economia, acessibi- do um problema sobre o qual quei-
lidade, educação, saúde, entre outras. ram investigar, tenham curiosidade e
vontade de saber mais. Pode ser um
Essa discussão inicial, feita a partir de problema da comunidade ou que es-
observações detalhadas, deve auxiliar teja relacionado à história de vida do
os estudantes para que cheguem aos pesquisador. Nesse momento, é inte-
seus temas e definam um problema a ressante realizar atividades dinâmicas
fim de que, futuramente, descrevam o para despertar o olhar dos estudantes
planejamento estratégico do seu tra- para os problemas do mundo. O tema
balho de pesquisa. Nesse momento é pode ser definido como o assunto que
importante apresentar para os alunos se pretende estudar (pesquisar) e uma
as linhas de pesquisa que devem nor- vez escolhido ocorre a definição do
tear a definição dos temas, quais se- objeto de pesquisa.
jam, processos criativos, investigação
científica, mediação e intervenção so- Como exemplo, pode-se imaginar que
ciocultural, e empreendedorismo. os estudantes escolheram o tema “A
formação do planeta”. Esse seria o
Escolha do tema e definição assunto a ser estudado, e a partir daí,
do problema como o tema é muito abrangente, é
necessário criar um objeto de pesqui-
“Toda investigação se inicia por um
sa, um recorte dentro do assunto. A
problema com uma questão, com
forma mais usual é criar um problema,
uma dúvida ou com uma pergunta,
articuladas a conhecimentos anterio- uma pergunta que move o pesquisa-
res, mas que também podem deman- dor a descobertas.
dar a criação de novos referenciais.”
(MANAYO, 1994) Nesse caso, é preciso mobilizar a tur-
ma em questões mais específicas.

31
Por exemplo, sobre “a formação do Para facilitar o processo de decisão de
planeta”, pode se chegar na seguin- temáticas e a criação de objetos de
te questão: Como se formou o relevo pesquisa, vale ressaltar que o professor
terrestre? Perceba que a questão está deve se atentar aos seguintes pontos:
inserida no tema proposto, mas ago-
• Viabilidade da pesquisa;
ra de forma reduzida e desdobrada.
Além disso, essa questão pode ainda • Disponibilidade dos materiais;
ser mais específica, questionando, por
• Adequação da temática à idade
exemplo, a formação do relevo em
dos estudantes;
uma determinada região do plane-
ta. Perceba que é possível responder • Prevenção de temas muito sim-
uma ou outra de inúmeras maneiras, e plistas ou clichês;
os estudantes podem buscar referên-
cias na mitologia ou numa abordagem • Articulação dos temas às linhas
geológica, inclusive comparando rele- de pesquisa: processos criativos,
vos de diferentes regiões. investigação científica, mediação
e intervenção sociocultural e, em-
Fica claro que a escolha do tema e seu preendedorismo;
desdobramento em uma questão de • Tempo disponível para elabora-
pesquisa é fator importante e o pro- ção e realização do projeto;
fessor tem liberdade para direcionar o
tema e o recorte em algo factível, po- • Relevância do assunto;
rém sem vetar ou impor uma temática
• Grau de dificuldade;
sem uma forte razão para isso.
• Questões éticas e de segurança.

Fonte: Julia Moraes.

32
Nessa etapa, é importante salientar Para as configurações de agrupamen-
que as turmas multisseriadas (1º e 2º tos é essencial estar atento a questões
anos) já estarão formadas e que a par- de ordem técnica, tais como tempo
tir disso o professor deve estabelecer para orientação, disponibilidade de re-
como será a formação de grupos para cursos didáticos, garantia de acompa-
a escolha do(s) tema(s), já que existem nhamento do desenvolvimento da pes-
diversas possibilidades, de acordo com quisa, calendário escolar e viabilidade
os interesses apresentados pela turma. prática do projeto em relação ao nú-
Contudo, vale ressaltar que o ideal é mero de participantes, evitando estu-
que se formem grupos com até 5 estu- dantes ociosos e/ou sobrecarregados.
dantes e que esses tenham autonomia
para definir seu projeto de pesquisa,
pois, considerando essa proposta me-
todológica, o trabalho em pequenos Formação dos grupos de pesquisa
grupos proporciona discussões mais
produtivas e colaboração eficiente. A formação integral do estudante
deve considerar competências e ha-
A partir dessa escolhas, os professores bilidades que têm sido cada vez mais
deverão se reunir e selecionar os temas requeridas, seja pela sociedade, seja
que condizem com seu perfil ou área pelo mercado de trabalho. A autono-
de formação. Esse processo visa favo- mia e o protagonismo na construção
recer o trabalho de orientação/ media- do próprio conhecimento e o trabalho
ção do professor, ao mesmo tempo, colaborativo são algumas das caracte-
garantir que professores de diferentes rísticas inerentes a essas novas neces-
áreas circulem pelo Eixo Integrador In- sidades.
teráreas - Pesquisa em Foco.
Assim, com vistas ao desenvolvimen-
Caso a turma opte por um tema único, é to dessas competências e habilidades
necessário que haja condições para que em nossos estudantes e considerando
todos os estudantes possam se engajar. a proposta do Eixo Integrador Interá-
Dessa forma, o professor precisa orien- reas – Pesquisa em Foco, os grupos de
tar a definição de diferentes problemas pesquisa devem ser formados a partir
de pesquisa para cada grupo, a fim de da premissa de compartilhamento de
evitar trabalhos repetidos na sala. Para saberes e trocas entre os pares, levan-
isso, é fundamental que se considere do em conta que há alunos de anos
a discussão inicial para ouvir a todos diferentes.
e analisar conjuntamente como serão
escolhidos os temas e definidos os pro- Essa estrutura proporcionará que alu-
blemas, certificando-se de que não haja nos com conhecimentos, habilidades,
imposições sobre essa escolha. competências e vivências/experiên-

33
cias diferentes possam colaborar na sor escolher os grupos que ficarão sob
construção de novos conhecimentos, a sua orientação, segundo o seu perfil,
tendo como base as trocas que serão aptidões e interesses. Nesse momen-
realizadas ao longo das etapas do pro- to de atribuição dos grupos aos pro-
jeto. fessores orientadores, é importante
garantir que todos se sintam confor-
Os grupos de pesquisa serão formados táveis e satisfeitos, daí a relevância
a partir dos temas e problemas a se- de professores e alunos participarem
rem tratados em seus projetos. As pri- ativamente desse processo. Dessa
meiras discussões entre os integrantes maneira, será respeitada a capacidade
do grupo devem ser estimuladas pelo dos alunos de realizar escolhas, de-
professor, já que alguns alunos podem senvolver autonomia e tomar decisões
ficar inibidos pela presença de colegas ao longo da realização dos projetos de
de outros anos do Ensino Médio. Essa pesquisa no Eixo Integrador Interáreas
atenção deve ser dada durante todo o – Pesquisa em Foco.
processo, para que todos os estudan-
tes compreendam que a composição É importante ressaltar que alguns dos
dos grupos visa favorecer o debate problemas de pesquisa levantados pe-
e a troca de ideias, assim, todos de- los grupos podem ser interdisciplina-
verão ter voz ativa. Vale ressaltar que res. Nesse caso, os estudantes também
os projetos devem estar associados a podem contar com a coorientação de
uma das quatro linhas de pesquisas do outro docente de Eixo Integrador In-
Eixo Integrador Interáreas – Pesquisa teráreas – Pesquisa em Foco, cuja for-
em Foco. mação seja em área diferente da for-
mação inicial de seu orientador. Assim,
Em um segundo momento, após a es- os professores podem desenvolver o
colha dos temas das pesquisas que trabalho em conjunto, cada um contri-
serão realizadas, os grupos passarão a buindo com os conhecimentos de sua
ser orientados pelo professor de Eixo área, em um processo de construção
Integrador Interáreas – Pesquisa em por meio do diálogo constante.
Foco, cuja experiência é mais próxima
ou mais relacionada aos projetos que Os encontros dos grupos de pesquisa
serão desenvolvidos. acontecerão nas aulas de Eixo Inte-
grador Interáreas – Pesquisa em Foco,
de forma a garantir os diálogos e as
estruturações dos projetos, sempre
Escolha dos professores sob a orientação dos professores res-
orientadores ponsáveis pelas linhas de pesquisas e
temas. Esses momentos deverão ser
Uma vez definidos os temas e proble-
ricos em trocas e aproveitados para
mas de pesquisa, cabe a cada profes-

34
a realização de várias etapas da pes- e tirar as conclusões apropriadas de
quisa, por isso o planejamento das suas observações. Enfim, dar sequên-
aulas deverá ser direcionado e eficaz cia à pesquisa, que de modo geral é:
quanto ao aproveitamento do tempo perceber um problema teórico ou prá-
para discussão, desenvolvimento da tico a ser resolvido, formular uma hi-
pesquisa e tomadas de decisões. Para pótese, testá-la e tirar conclusões.
tal, os professores envolvidos devem
evidenciar aos alunos os objetivos dos Como o exemplo mostrado na escolha
momentos de encontro para que os do tema e definição do problema so-
grupos se organizem a fim de torna- bre a formação do relevo terrestre, ao
rem o tempo de aula produtivo. tentar responder de diversas formas à
questão definida, estão sendo elabo-
radas hipóteses. Essas hipóteses vão
Elaboração da hipótese direcionar o desenvolvimento da pes-
quisa, pois auxiliam a definir o material
Após ter escolhido um tema e definido bibliográfico, os recursos mobilizados
um problema, faz-se necessário a for- e até os objetivos e procedimentos
mulação de hipóteses que consistem que serão utilizados. Ao chegar à fase
em explicações provisórias de um fe- de conclusão da pesquisa, é possível
nômeno, que podem ser refutadas ou confirmar a hipótese levantada ou
confirmadas com a pesquisa. refutá-la. Mesmo nos casos em que a
hipótese é refutada, a pesquisa não
Com as hipóteses elaboradas, enca- deixa de ser válida e de gerar uma
minha-se para os próximos passos da conclusão, pois a partir do resultado
pesquisa: confirmar se essas hipóteses pode-se elaborar novas hipóteses e
são válidas, verificá-las na realidade assim surgir outra pesquisa.

35
• Questão ou problema;

• Hipóteses;
Elaboração do plano de pesquisa
• Recursos utilizados (detalhamento
Após esse processo de escolha do de todos os recursos que poderão
tema, definição do problema e ela- ser utilizados ao longo da pesquisa);
boração das hipóteses, os estudantes
irão desenvolver a pesquisa e assim o • Procedimentos (lista sequencial
trabalho do professor será o de orien- de atividades a serem realizadas,
tá-los, tendo em vista que há diversos tipo de pesquisa, coleta de dados);
caminhos para seu desenvolvimento,
• Cronograma;
dependendo também do objeto estu-
dado. Antes de definir os procedimen- • Referências;
tos a serem utilizados é fundamental
investigar o que já foi pesquisado so- Investigação e registro
bre o assunto. Os grupos podem ter
pensado a priori num caminho para Na elaboração do plano de pesquisa
desenvolver o projeto, porém com as os grupos deverão definir quais tipos
investigações, podem ser feitos ajus- de pesquisa irão realizar. Existem vá-
tes no planejamento da pesquisa. rias classificações, que se diferenciam
de acordo com o autor. Entretanto, as
O grupo de pesquisa deverá elaborar mais usuais são:
um plano de pesquisa (ANEXO 3), que • Bibliográfica / Documental - le-
é o projeto inicial para organizar as di- vantamento da literatura sobre o
ferentes etapas do desenvolvimento da assunto, utilizando materiais já pu-
investigação. A estrutura básica a ser blicados, como livros, artigos etc.;
seguida é:
• Experimental – também chama-
• Identificação (alunos pesquisa- da de laboratorial, é aquela em que
dores, orientador, coorientador); se criam condições e estruturas
• Título do trabalho; controladas para a aplicação do

36
experimento visando à criação e • Levantamento e análise de dados
repetição da pesquisa em deter- e informações: consulta à bancos
minadas condições prévias; de dados estatísticos, repositórios
institucionais, documentos técni-
• Pesquisa de Campo – investiga-
cos etc. para coletar dados quan-
ção por meio de observação e aná-
titativos e informações específicas
lise in loco do problema escolhido.
sobre o problema de pesquisa;

Cada tipo de pesquisa exige um con- • Trabalho de campo: correspon-


junto de procedimentos para desen- de à observação e levantamento
volver plenamente a investigação. de dados e informações in loco, a
Alguns procedimentos são comuns exemplo de registros fotográficos,
a todos os tipos de pesquisa, como registros cartográficos, realização
o levantamento bibliográfico e docu- de entrevistas, aplicação de ques-
mental, outros são aplicados apenas tionários, dentre outras técnicas
à investigações especificas, como a que propiciem a obtenção de ma-
realização de experimentos em labo- terial de pesquisa para avançar na
ratórios. Cada grupo deverá adotar investigação;
os procedimentos listados a seguir
de acordo com o tipo de investiga- • Realização de entrevistas ou
ção escolhida: aplicação de questionários: bus-
ca obter informações diretamen-
• Levantamento bibliográfico e te com os agentes envolvidos no
documental: consulta a livros, arti- problema de pesquisa, exigindo
gos, teses, dissertações, relatórios um conhecimento prévio dos pes-
técnicos, imagens, mapas, repor- quisadores sobre o assunto e a de-
tagens e outros documentos para finição do público alvo para que as
conhecer os principais avanços e perguntas sejam formuladas ade-
lacunas do conhecimento cientifi- quadamente;
co sobre o problema de pesquisa
escolhido para investigação; • Realização de experimentos: o
objetivo é testar hipóteses e teo-
• Leituras, fichamentos e resumos: rias, de forma que a repetição dos
uma etapa importante da pesqui- experimentos em condições con-
sa é ler atentamente o material troladas permitam comparar os
coletado, destacar os principais resultados obtidos com aqueles
trechos e fazer uma síntese das esperados;
ideias centrais, resumindo tais
ideias com as próprias palavras, • Criação de protótipos: tem como
mas buscando manter-se fiel às objetivo oferecer soluções técni-
ideias do autor; cas para problemas de diversas na-
turezas, devendo ser observadas a

37
A coleta de dados faz-se necessária
viabilidade econômica, a sustenta- para obter as informações que ajuda-
bilidade ambiental e a pertinência rão a responder às perguntas e a atin-
social dos protótipos elaborados; gir os objetivos do estudo. De modo
• Síntese de dados e informações: geral, temos dois tipos de abordagens
inclui a redação de texto e a ela- na pesquisa científica:”:
boração de quadros, tabelas, gráfi- • Qualitativo: usa métodos des-
cos, mapas, infográficos etc.; critivos para analisar os dados e
• Elaboração do produto final: os informações coletadas. Podemos,
resultados da pesquisa podem por exemplo, descrever uma pes-
ser apresentados na forma de soa ressaltando suas caracterís-
artigo, pôster, vídeo, relatório de ticas físicas e sua personalidade,
pesquisa etc. como a cor dos olhos, o corte de
cabelo, seus gostos e costumes.
Durante a investigação, é essencial Portanto, na abordagem qualitati-
que tudo seja registrado no diário de va, as informações não são asso-
bordo. Ele, é parte fundamental de ciadas a valores numéricos, que
uma pesquisa, onde deve-se registrar podem ser medidos ou contados.
todo o processo de investigação, as Elas permitem comparações, mas
dúvidas, os dados levantados, as des- não quantificadas.
cobertas, os problemas encontrados,
os resultados parciais e finais, den-
tre outras questões importantes para
cada etapa.

Como a proposta é de registrar todo


o processo, é adequado que as anota-
ções no diário de bordo (vide ANEXO
4) sejam feitas no dia do experimento,
pesquisa de campo ou qualquer ação
relacionada ao projeto de pesquisa.
Os registros devem conter a data e o
local das investigações, os detalhes
precisos dos dados levantados, expe-
rimentos, entrevistas, gráficos, ideias
que surgirem, indagações, descober-
tas, rascunhos, anotações, análises,
imagens, ou seja, tudo o que for im-
portante para a pesquisa.

38
• Quantitativo: usa métodos mate- volvimento do trabalho e orien-
máticos e estatísticos para analisar tá-lo, portanto, ele deve ser visto
os dados coletados. Podemos, por com frequência.
exemplo, identificar quantos alu-
nos da escola possuem olhos cas- O diário de bordo será importante para
tanhos, verdes, azuis etc., agrupar a realização do relatório final e análise
os alunos de acordo com a cor dos do processo. Não é preciso que seja
olhos e, em seguida, analisar qual passado a limpo, pois o que importa
é a proporção de cada grupo em são as anotações do momento e as
relação ao número total de alunos. considerações diversas, independente
Portanto, na abordagem quanti- das rasuras e da conservação.
tativa, os dados são associados a
valores numéricos, que podem ser Vale ressaltar que todos os estudantes
medidos ou contados. Vale res- da equipe devem realizar registros no
saltar que todos os estudantes da diário de bordo regularmente, pois o
equipe devem realizar registros no grupo todo é responsável por todas as
diário de bordo regularmente, pois etapas da pesquisa. O diário de bordo
o grupo todo é responsável por to- também é um meio para o professor
das as etapas da pesquisa. O diário orientadro acompanhar o desenvolvi-
de bordo também é um meio para mento do trabalho e orientá-lo, portan-
o professor acompanhar o desen- to, ele deve ser visto com frequência

Um mesmo dado ou informação pode


ser analisado de maneira qualitati-
va ou quantitativa, a exemplo da cor
dos olhos mencionada acima. O tipo
de abordagem adotada dependerá
dos objetivos da pesquisa, que po-
derá mesclar ambas as abordagens
em momentos diferentes da inves-
tigação, de forma que as análises se
complementem e possibilitem uma
compreensão mais aprofundada do
problema de pesquisa.”

39
Análise dos resultados e conclusões a. Título do projeto e instituição;
b. Nome do(s) estudante(s) reali-
Durante e ao final do processo de zador(es) do projeto;
pesquisa, os estudantes analisarão os
c. Cidade e ano de conclusão do
resultados alcançados. Nessa etapa, o
projeto;
resultado é composto pelos dados co-
d. Assinatura(s) do(s) estudan-
letados e sua análise e, a partir disso, o
te(s) e do(s) orientador(es).
pesquisador deve interpretá-los para
chegar as suas conclusões. • Resumo – deve trazer a ideia cen-
tral do texto, contendo de 150 a
É nesse momento que deverá ser ana- 200 palavras e apresentar no má-
lisado e organizado os dados coleta- ximo cinco palavras-chaves;
dos em tabelas, gráficos, diagramas,
de forma a facilitar a conclusão. Ela, • Introdução - deve conter, resumi-
deve responder ao problema inicial damente, o que será abordado e
levantado nas etapas anteriores, bem de que forma, pois quem vai ler o
como verificar se as hipóteses levanta- trabalho precisa entender do que
das foram validadas a partir dos resul- se trata já na introdução;
tados alcançados.
• Desenvolvimento do projeto -
relevância da pesquisa, hipóteses,
Após a análise, os estudantes deverão
material utilizado, descrição deta-
registrar suas conclusões de pesqui-
lhada de procedimentos e testes,
sa, anotando as respostas obtidas no
coleta e análise dos dados, crono-
diário de bordo para depois compor o
grama, custos, resultados do pro-
relatório de pesquisa.
jeto etc.;

Produção e entrega do relatório de • Conclusões - os objetivos foram


pesquisa alcançados? A hipótese foi com-
provada ou refutada? O que a
No início do trabalho foi elaborado o pla- pesquisa gerou? Foi desenvolvido
no de pesquisa, que apresenta como a algum produto? Quais poderiam
investigação será feita. Já nesse momen- ser os próximos passos caso tenha
to, será elaborado o relatório de pesqui- sido detectada essa necessidade?
sa, etapa final do processo, na qual são
apresentados os dados coletados du- • Referências Bibliográficas - trata-
rante o estudo e as conclusões obtidas. -se de uma lista de todas as obras
(MARCONI; LAKATOS, 1990). Ele pode citadas e consultadas para a ela-
ser estruturado da seguinte forma: boração do texto. Para a elabora-
ção dessa lista deve-se consultar
• Folha de rosto com dados de as normas da ABNT (Associação
identificação: Brasileira de Normas Técnicas).

40
Produto final Alguns exemplos de produtos que po-
deriam ser desenvolvidos:
Após a elaboração do relatório de pes-
• TCP (Trabalho de Conclusão de
quisa, é parte fundamental a comuni-
Pesquisa) - um trabalho no formato
cação e socialização dos trabalhos e
acadêmico, como um TCC, seguindo,
conhecimentos obtidos. Assim, é pre-
principalmente, as normas da ABNT;
ciso definir qual produto será utilizado
para finalização da pesquisa. • Artigo científico: um texto que
apresente e discuta os proces-
Definir o produto não significa que se sos e resultados sucintos de uma
tenha que optar por um único mode- pesquisa realizada com o método
lo. Pode-se, por exemplo, elaborar um científico. O artigo tem como fina-
artigo científico, sintetizar as ideias do lidade apresentar publicamente os
artigo através de um pôster e ainda resultados de uma pesquisa. Dife-
produzir um protótipo. Por outro lado, rente do TCP, deve ser um relato
pode-se optar por uma única produ- sintético, sem apresentar todos os
ção ou de acordo com o contexto e detalhes do projeto;
criatividade do próprio grupo.
• Obra artística: uma apresentação
É possível organizar eventos para utilizando qualquer linguagem da
que esse processo de comunicação arte, como teatro, música, artes vi-
e socialização aconteça, como ban- suais, instalação, performance etc.;
cas para apresentação dos trabalhos,
• Criação de site: pode ser utilizado
feiras escolares, exposições culturais
apenas como um meio de comuni-
etc. Vale ressaltar que, independente-
cação e divulgação da pesquisa ou,
mente do produto, o trabalho deve ser
dependendo da investigação, pode
apresentado, seja na escola em dia es-
ser também o objeto da pesquisa;
pecífico para isso, seja na divulgação
em meios de comunicação local, ou de • Vídeo: as etapas de investigação,
outras formas. É essencial que os estu- assim como os resultados obtidos,
dantes divulguem o que aprenderam podem ser filmadas e editadas
e o que aplicaram no decorrer do ano para a criação de um vídeo, seja
para chegarem na produção desenvol- um documentário ou qualquer ou-
vida, inclusive é importante estimular a tra proposta;
participação dos estudantes em feiras
• Produção de uma revista ou um
universitárias, seminários, congressos,
jornal: pode ser organizada uma
simpósios etc., além de incentivar a
publicação que divulgue os traba-
participação em programas de inicia-
lhos desenvolvidos, o processo e
ção científica ofertados por algumas
seus resultados, as produções rea-
universidades.
lizadas durante a investigação;

41
• Protótipo: objeto utilizado como que o estudante perceba com clareza
modelo de uma ideia original, cria- e criticidade o que aprendeu, até onde
do para ser testado. Protótipos são chegou e até onde poderá chegar.
muito utilizados nas pesquisas de
engenharia, cujo objetivo é desen- De acordo com a especificidade do
volver soluções para resolver um Eixo Integrador Interáreas - Pesqui-
determinado problema; sa em Foco, alguns pontos precisam
estar constantemente imersos nesse
• Pôster: É uma forma de mostrar
processo avaliativo (tendo sempre em
resultados e conclusões da pes-
vista a especificidade de cada projeto,
quisa na forma de um cartaz claro
pois há pontos que podem não se apli-
e conciso, fazendo uso de textos
car). Vejamos:
curtos e imagens que mostrem os
aspectos essenciais do trabalho. • O tema escolhido pelo grupo é
É muito utilizado em congressos viável, tem alguma relevância cien-
acadêmicos. tífica, social ou cultural?

• O projeto é exequível? O proble-


Avaliação
ma e as hipóteses estão colocados
de forma clara e coerente, possi-
Seguindo os princípios de avaliação do
bilitando o bom desenvolvimento
sistema SESI-SP de ensino, o Eixo Inte-
das outras etapas de pesquisa?
grador Interáreas - Pesquisa em Foco
também propõe a avaliação proces- • O grupo tem conseguido adaptar
sual com caráter formativo, na qual se e/ou reformular a pesquisa confor-
busca acompanhar o desenvolvimento me os desafios que se apresentam
dos estudantes ao longo do trabalho. ao avançar os trabalhos?
Nesse sentido, o intuito do processo
avaliativo é muito mais qualificar do • Há parcerias e engajamentos
que quantificar. com outros sujeitos: profissionais,
instituições, comunidade, escola,
A primeira e mais importante “dis- família etc.?
puta” se dá entre o indivíduo e ele
• Demonstram conhecer outras
mesmo, por isso, a intenção aqui não
soluções, teorias ou projetos de-
é comparar os grupos entre si (qual
senvolvidos na mesma área de
grupo foi melhor ou pior) nem mesmo
pesquisa?
fomentar a concorrência individual en-
tre os estudantes. Em suma, o objetivo • Conseguem utilizar e relacionar
fundamental da avaliação é propiciar diversas fontes de informações para
mecanismos que levem o estudante a construir um conhecimento siste-
uma autoanálise, ou seja, a avaliação mático sobre o objeto de pesquisa?
deve ser uma mediação eficaz para
• O grupo é capaz de adequar ma-

42
teriais e/ou equipamentos para o A avaliação deve ser realizada constan-
bom andamento do projeto? temente ao longo do projeto, ou seja,
o caminho percorrido, as atividades
• O projeto tem potencial de con-
desenvolvidas, como os estudantes se
tinuidade e aperfeiçoamento, vis-
envolvem durante as atividades etc.
lumbrando bons impactos, sejam
ambientais, sociais, culturais ou
Vale ressaltar que a autoavaliação faz
econômicos?
com que os estudantes abordem posi-
• O grupo tem conseguido articular tivamente o equívoco, desenvolvendo
e expor com lógica e consistência o autoquestionamento. Portanto, pode
argumentativa as informações rele- ser uma excelente estratégia para in-
vantes sobre o desenvolvimento e tegrar o quadro formativo, pois fará
os resultados parciais do trabalho? com que os estudantes reflitam sobre
suas aprendizagens, promovendo uma
• O diário de bordo revela os deta- análise do próprio percurso para reor-
lhes, os procedimentos adotados e ganizar as futuras ações. Por último,
os equipamentos utilizados ao lon- enfatiza-se a importância do feedback
go das etapas de pesquisa? Além para que ocorram readequações de
dos êxitos, registra problemas e rotas, afinal, é a partir da realidade vi-
contradições encontradas, assim venciada com cada estudante e turma
como as ideias para resolvê-los? que o projeto de pesquisa ganha de-
• A escrita do projeto atende satis- senvoltura e se mostra coerente com
fatoriamente a todos os quesitos os problemas levantados.
que o compõe?

• O relatório de pesquisa está ade-


quado ao padrão e às normas?

43
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APICE - Curso de Metodologia da Pesquisa e Orientação de Projetos de
Iniciação Científica. Disponível em: <http://apice.febrace.org.br/modulos_
metodologia>. Acesso em: 25 set. 2018.

DEMO, Pedro. Pesquisa Princípio Científico e Educativo. 12.ed. São Paulo:


Cortez, 2006.

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

LAVILLE, C. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa


em ciências humanas / Christian Laville e Jean Dionne; tradução Heloisa
Monteiro e Francisco Settineri. Porto Alegre: Artmed; Belo Horizonte:
Editora UFMQ 1999.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa. 2. ed. São Paulo:


Atual, 1990.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.); DESLANDES, Suely Ferreira;


CRUZ NETO, Otávio; GOMES, Romeu. Pesquisa Social teoria, método e
criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

NICOLESCU, Basarab. O Manifesto da Transdisciplinaridade. Triom: São


Paulo, 1999.

SESI-SP. Eixo Integrador Interáreas – Ensino Fundamental e Médio. São


Paulo - SP. Ed SESI-SP. 2017.

SESI-SP. Referencial Curricular do sistema SESI-SP de ensino. São Paulo -


SP. Ed SESI-SP. 2020.

Severino, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico [livro


eletrônico]. 2. ed. São Paulo : Cortez, 2017.

44
4. INDICAÇÕES DE CONSULTA
APICE - Curso de Metodologia da Pesquisa e Orientação de Projetos de
Iniciação Científica. Disponível em: <http://apice.febrace.org.br/modulos_
metodologia>. Acesso em: 25 set. 2018.

FEBRACE. Dicas para redação do relatório do projeto. Disponível em: <http://


febrace.org.br/arquivos/site/_conteudo/pdf/normas-relatorio.pdf>. Acesso em:
20 set. 2018.

45
5.1 ANEXO 1
5. ANEXOS Fonte: Movimento Pela Base e Center for Curriculum Redesign.
Disponível em: <http://movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_Progressao.pdf>. Acesso em: 15 de jan. de 2019.
Para versão maior, conferir anexo 1 - página 78

46
47
5.2 ANEXO 2
Referencial Curricular:
Trabalho por áreas de ensino, aprendizagem e
conhecimento: profes- pesquisa/ abordagem
sores e estudantes, sociointeracionista.
investigadores da reali- Interdisciplinaridade:
dade em ambiente diálogos entre os
altamente cooperativo. componentes.
Olhar por diferentes
perspectivas uma mesma
Temas escolhidos: questão: aproximação das
profunda ligação com o experiências escolares de
cotidiano, com o mundo situação e problemas reais.
do trabalho e sistema
produtivo brasileiro.
TRABALHO
COM O EIXO
INTEGRADOR Procedimento e atitudes em
INTERÁREAS transformação: movimentos e
inovações sociais por meio do
Objetivos múltiplos: estudo do cotidiano e investi-
desenvolvimento de gação da realidade
autonomia, interdependência
positiva, espírito criativo e
atitude colaborativa.
Professor mediador de
aprendizagens ativas.
Estudantes protagonistas:
planejamento e organi-
zação compartilhado e
negociado.
5.3 ANEXO 3 - PLANO DE PESQUISA - Sugestão de Modelo

PLANO DE PESQUISA

Aluno (s) pesquisador (es): ____________________________________________________________


Orientador: _________________________________________________________________________
Coorientador: _______________________________________________________________________

1. TÍTULO
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________

2. QUESTÃO ou PROBLEMA:
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________

3. HIPÓTESES:
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________

4. RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS


___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________

5. METODOLOGIA
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________

6. CRONOGRAMA (Atividades ao longo do tempo):

MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV


Definição de temas e questão problema X

Plano de pesquisa X

Pesquisa bibliográfica X

Experimentação X

Análise dos dados X

Discussão dos resultados X

Elaboração do relatório de pesquisa X

Definição do produto final X

Apresentação do produto final X

7. BIBLIOGRAFIA (inicial):
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________

48
5.4 ANEXO 4 - Exemplo de Diário de Bordo

Diário de Bordo

Data: 23 de maio de 2018


Horário: das 10h às 12h
Local: biblioteca da escola
Participantes: João e Vinícius

Livros que foram consultados:


(título do livro, autores, editora, ano de publicação e páginas)
____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

(Balanço geral sobre a tarefa por meio de uma reflexão crítica)


____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

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