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Filosofia da Educação
Positivismo e Educação
Discente:
Evelina
Docente:
Positivismo e Educação
Índice
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................3
2. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................................4
2.1. Educação...............................................................................................................................4
2.2. Escola....................................................................................................................................4
2.3. O Positivismo........................................................................................................................5
CONCLUSÃO.................................................................................................................................9
Referências bibliográficas.............................................................................................................10
1. INTRODUÇÃO
A educação em Moçambique carrega, ainda nos dias actuais, as marcas de um período histórico e
das inúmeras questões sociopolíticas e económicas vinculadas aos processos de colonização
europeia. É diante destas questões sociopolíticas, e económicas que foi marcada a educação que
encontramos o positivismo como uma corrente filosófica, mas que vai influenciar os sistemas
educativos.
Para elaboração deste trabalho usou-se como metodologias a revisão bibliográfica, que de acordo
com Gil, (2010, p. 50), é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
Nesta parte do trabalho iremos discutir questões atinentes ao tema em alusão, na perspectiva de
vários autores que se destacaram no estudo do tema que apresentamos, sobretudo no que diz
respeito ao conceito de educação, escola e positivismo, bem como a discussão sobre a influência
que esta ultima exerce sobre a educação.
2.1. Educação
Segundo Vianna (2008), a educação, em sentido amplo, representa tudo aquilo que pode ser feito
para desenvolver o ser humano e, no sentido estrito, representa a instrução e o desenvolvimento
de competências e habilidades.
Procuramos ser mais sintético na busca da definição do conceito de educação, visto que a
questão de fundo é evidenciar a influência que esta sofre com o positivismo. Todavia, no
entendimento de Vianna, cai por terra a ideia de que a educação no sentido amplo abrange a
educação ao longo da vida do ser humano, enquanto, o sentido estrito corresponde às acções
educativas que ocorrem na sala de aulas entre o professor e os alunos
2.2. Escola
A escola, para além de ter como missão cumprir uma função social de extrema importância, ao
ter entre mãos, a tarefa de ensinar/aprender, teve, ao longo dos séculos, de integrar, resistir,
transformar-se, reformar-se, reorganizar-se, e, principalmente, continuar e perpetuar-se como
uma organização vital para a sociedade contemporânea.
A escola como organização educativa tem constituído, nos últimos tempos, um dos objectos de
estudo preferenciais da investigação educacional em Portugal. Os estabelecimentos de ensino
tornaram-se, também, uma das áreas de estudo mais procuradas pela investigação educacional a
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partir de meados da década de 70. Tem sido frequente “transpor para o contexto educacional os
quadros teóricos-conceptuais produzidos no estudo de outros tipos de organizações” (FALCÃO,
2000:28).
Na verdade, de objecto social, a escola passou a ser olhada como objecto científico. Logo,
“compreender a escola como organização educativa especializada exige a consideração da sua
historicidade enquanto unidade social artificialmente construída e das suas especificidades em
termos de políticas e objectivos educacionais, de tecnologias pedagógicas e de processos
didácticos, de estruturas de controlo e de coordenação do trabalho discente, etc” (LIMA,
2011:15)
Portanto, conforme pode-se depreender do posicionamento dos autores, a escola pode ser
entendida como a instituição que fornece o processo de ensino para os alunos, com o objectivo
de formar e desenvolver cada indivíduo em seus aspectos cultural, social e cognitivo. Partindo
deste pressuposto, mais adiante destacaremos o impacto que a escola sofre do positivismo.
2.3. O Positivismo
O positivismo, entendido como uma filosofia que “expressa confiança nos benefícios da
industrialização, no optimismo em relação ao progresso capitalista, no culto à ciência e a
valorização do método científico, voltados a uma reforma intelectual da sociedade”
(OLIVEIRA, 2010, p. 09)
Comte foi o pai do Positivismo, corrente filosófica que busca explicar as leis do mundo social
com critérios das ciências exactas e biológicas. Foi também o grande sistematizador da
sociologia, dividindo a sociologia em duas áreas: a estática social e a dinâmica social.
“No entender de Comte, a sociedade apresenta duas leis fundamentais: a estática social e a
dinâmica social. De acordo com a lei da estática social, o desenvolvimento só pode ocorrer se a
sociedade se organizar de modo a evitar o caos, a confusão. Uma vez organizada, porém ela
pode dar saltos qualitativos, e nisso consiste a dinâmica social. Essas duas leis são resumidas
no lema ‘ordem e progresso’” (VASCONCELOS apud LAGAR et al., 2013, p. 18)
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último caso, Comte chegou a criar uma nova ordem espiritual, onde a divindade não seria
venerada, somente a humanidade. A sua inspiração para originar essa nova ordem espiritual veio
da disciplina e da hierarquia católica, mas, ao mesmo tempo, a sua concepção era totalmente
dissociada de todas as religiões cristãs. Essa concepção nasceu do fato de ele considerar a
humanidade como sendo uma entidade unitária, cuja por ele baptizou-se de Grande Ser.
As suas observações o levaram a definir três estágios pelos quais a sociedade tende a passar: o
teológico, o metafísico e o positivo ou científico. Estágio teológico é aquele onde as explicações
aos fenómenos até então desconhecidos são atribuídas à divindade, ao sobrenatural. Metafísico é
o estágio onde o ser humano procura explicar as coisas através de fenómenos naturais, ou seja, a
natureza é auto-suficiente para explicar as suas próprias manifestações. Já o Positivo ou
Científico, é o estágio onde as explicações, as verdades absolutas, advêm exclusivamente da
ciência.
Para Santos (2014), a corrente positivista defende a ideia de que o conhecimento científico é a
única forma de conhecimento verdadeiro. Para os positivistas, uma teoria é correta se ela foi
comprovada através de métodos científicos válidos.
No entanto, o Positivismo difere do Empirismo porque inclui o conceito de evolução como lei
fundamental de todos os fatos humanos e naturais. Difere, também, do Idealismo por entender a
evolução, não como desenvolvimento racional, teológico, mas como um conflito mecânico de
seres e de forças, determinando uma selecção natural, visando o bem-estar material (SANTOS,
2014, p. 8).
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2.3.1. Os Princípios do Positivismo
A lógica da pesquisa deve ser a mesma para todas as ciências. Não importa se estudam
natureza ou comportamento humano.
O objectivo da ciência é observar a fim de explicar e prever fenómenos naturais e sociais.
A investigação deve ser observável através dos sentidos humanos e deve usar apenas a
lógica para interpretar os fatos observados.
A ciência não é o mesmo que “senso comum” e os cientistas devem evitar qualquer
interpretação dos dados que colectaram.
A ciência deve produzir conhecimento e deve ser tão objectiva e livre de valores quanto
possível. Portanto, política, moral ou valores culturais não devem interferir com isso.
Comte (1978) atrela o adjectivo universal à educação, defendendo ser a sua principal função a
promoção “social e o respeito à hierarquia social uma vez que não importava, para ele, homem
nem classe, mas a Humanidade” (FAUSTINO e GASPARIN, 2001, p. 164). O ideal escolar do
positivismo, portanto, tem como fundamento uma educação para todos.
Em relação à educação, a ciência positiva de Comte não atendia aos critérios hoje esperados
pelos novos pensadores da educação, porém isso não a conduz ao pleno esquecimento, visto que
muitos dos seus itens são necessários à concepção actual de sociedade, de indivíduo, de escola,
de educação.
O Positivismo influenciou de maneira considerável a sociedade nos séculos XIX e XX. Tendo
em vista que a Educação é uma actividade social, também foi marcada por esta influência. Nas
escolas, a influência do positivismo se fez sentir com força devido à influência da Psicologia e da
Sociologia, ciências auxiliares da Educação.
O positivismo admite apenas o que é real, verdadeiro, inquestionável, aquilo que se fundamenta
na experiência. Deste modo, a escola deve privilegiar a busca do que é prático, útil, objectivo,
directo e claro. Os positivistas se empenharam em combater a escola humanista, religiosa, para
favorecer a ascensão das ciências exactas. As ideias positivistas influenciaram a prática
pedagógica na área das ciências exactas, influenciaram a prática pedagógica na área de ensino de
ciências sustentadas pela aplicação do método científico: selecção, hierarquização, observação,
controle, eficácia e previsão.
Não há como negar as contribuições de Comte para a educação, inclusive a que é realizada em
dias atuais. Se vivemos numa sociedade marcada pela individualidade, pelo egoísmo, um modelo
de escola e de educação que priorizassem o despertar do altruísmo nos discentes, seria muito
bem-vinda. Além do mais, apesar de recebermos pessoas fortemente ligadas à espiritualidade no
seu sentido cristão, temos que convir que o espaço escolar é, acima de tudo, científico, o que
também se encaixa nas acepções de Comte. A escola, positivista ou não, é o espaço ideal para
questionamentos, reflexões, estudos profundos e, consequentemente, conclusões.
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CONCLUSÃO
Como vimos no desenvolvimento do presente trabalho, foi possível depreender que a filosofia
positiva tem um carácter pedagógico muito grande, pois além de procurar reorganizar a
sociedade através do estudo da ciência positiva também busca no ensino científico o suporte para
que as ciências especializadas se desenvolvam. Deste modo, a área da educação foi, sem dúvida,
a que mais recebeu a influência do positivismo. Seus seguidores pregavam a liberdade de ensino,
provavelmente como uma forma de reacção ao tipo de educação jesuítica predominante na
época.
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Referências bibliográficas
COMTE, Agusto. Curso de filosofia positiva. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Os Pensadores).
S.F. Quintas, A.R. Muñoz, Projecto pedagógico: desenho e prática, Costeira de Escola
Universitária de EGB, 1986.
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