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METODOLOGIA DE QUÍMICA
O DOCENTE
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Introdução.................................................................................................................................01
Concepções prévias dos alunos, um dos pilares para a aprendizagem.....................................02
Percursores do movimento das concepções prévias.................................................................04
Modelos e analogias..................................................................................................................06
Concepções alternativas............................................................................................................07
Conclusão..................................................................................................................................09
Referências Bibliográficas........................................................................................................10
INTRODUÇÃO
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CONCEPÇÕES PRÉVIAS DOS ALUNOS, UM DOS PILARES PARA A
APRENDIZAGEM
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Para promover a aprendizagem significativa, Moreira e Masini (2001) afirmam que
inicialmente é preciso estabelecer uma organização prévia dos conceitos, através de
organizadores prévios cuja função principal é superar a fronteira entre o que o aluno já sabe e
aquilo que ele precisa saber.
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PERCURSORES DO MOVIMENTO DAS CONCEPÇÕES PRÉVIAS
Os dois grandes teóricos Piaget e Ausubel, segundo Santos (1998), são considerados
precursores do movimento das concepções prévias. Embora precursores, possuem alguns
pontos comuns e outros divergentes. Ambos defendem que é o sujeito, com suas ações, que
irá determinar a organização e estruturação de seu conhecimento. O sujeito é parte ativa do
processo de desenvolvimento da estrutura que irá determinar a organização e
estruturação de seu conhecimento e é parte ativa do processo de desenvolvimento da estrutura
cognitiva. Ele é parte atuante e essencial no processo de construção do conhecimento.
Portanto, deve-se considerar sua visão acerca do mundo, pois é ele o alvo de interesse neste
processo. Sem sua participação efetiva, a construção dos conceitos não ocorre, portanto, não
ocorre aprendizagem, somente transmissão de conhecimentos que se apresentam
desvinculados da realidade.
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Estes termos acima citados refletem posições epistemológicas diferentes, mas com
algo em comum: cada aluno leva para a sala de aula estrutura cognitiva própria, elaborada a
partir de suas experiências diárias que servem para explicar e predizer o que ocorre a sua
volta. Portanto, consideramos o termo “concepções alternativas” o mais adequado a ser
utilizado dentre os trabalhos dos autores consultados nesta pesquisa.
Mortimer (2000) acredita que o ensino efetivo em sala de aula depende também de um
elemento facilitador representado pelo professor. Neste caso o professor propicia aos alunos
situações sobre o conteúdo que possam utilizar suas concepções alternativas. O mais
importante no processo de ensino e aprendizagem são as etapas de construção do
conhecimento percorridas por professores e alunos (Mortimer, 2000).
Os estudantes não iniciam o estudo das ciências com mentes vazias. Eles possuem
ideias ou concepções anteriores sobre vários fenômenos. Muitas dessas ideias persistem
firmemente, tornando-se uma forma diferente, ou alternativa, de entender os conceitos da
química que são apresentados pelos professores ou pelos livros didáticos. Nesse sentido, é
importante considerar as relações empíricas e teóricas nos processos de ensino e de
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aprendizagem de química, além de considerar que a formação de conceitos científicos é um
processo longo, dinâmico e mediado socialmente. As pesquisas em didática das ciências
revelam, ainda, características do pensamento dos alunos evoluem com a idade e com a
instrução, mas são frequentes mesmo entre aqueles que já foram submetidos ao ensino de
modelos atômicos, por exemplo, alunos do Ensino Médio e Universitários, que viram esse
conteúdo a partir do final do ensino fundamental. (Samesla, Eicheler, & Pino, 2007).
MODELOS E ANALOGIAS
Modelos são um dos principais produtos da ciência e uma das ferramentas mais
utilizadas pelos cientistas para produzir conhecimento e interpretar o mundo que lhe cerca.
Por meio dos modelos, os cientistas podem formular questões sobre mundo; descrever,
interpretar e explicar fenômenos; elaborar e testar hipóteses; e fazer previsões. O
desenvolvimento do conhecimento científico relativo a qualquer fenômeno relaciona-se
normalmente com a produção de uma série de modelos com diferentes abrangências e poder
de predição. Estas são razões suficientes para justificar a centralidade do papel de modelos no
ensino e na aprendizagem de ciências. (Monteiro & Justi, 2000).
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desenvolvimento de um conceito. Durante a aprendizagem de um conceito, o aluno deve
adquirir a capacidade de interpretação e ressignificação de um conceito. Contudo, nesse
processo de formar seu próprio conceito sobre algum tópico, o aluno pode desenvolver
concepções diferentes das aceitas pela ciência (Nakhleh, 1992).
CONCEPÇÕES ALTERNATIVAS
De acordo com Taber (2001), a maioria das concepções alternativas em química não
deriva da experiência cotidiana do mundo dos estudantes. Em química, ao contrário do que
ocorre com biologia e física, por exemplo, os enquadramentos disponíveis para dar sentido a
conceitos abstratos, como modelo atômico ou geometria molecular, derivam somente do
entendimento que os estudantes fazem de conceitos anteriormente ensinados. Algumas vezes,
o estudante dará sentido àquilo que lhe é apresentado, mas em outras ocasiões os estudantes
farão o seu próprio sentido, construindo um significado que esteja adequado com suas ideias
anteriores. Além disso, esse autor também aponta, que as ideias alternativas dos estudantes,
muitas vezes, são tão engenhosas que sua invenção parece envolver muito mais esforço que
aquilo que é simplesmente aprendido a partir das ideias dadas em classe.
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Carrascosa (2005) discute que as causas mais importantes relacionadas com a origem e
a persistência das concepções alternativas são: a) a influência das experiências físicas
cotidianas; b) a influência da linguagem que usamos no nosso dia-a-dia, nas nossas relações
interpessoais, como também da linguagem dos meios de comunicação; c) a existência de
graves erros conceituais em alguns livros didáticos; d) as ideias alternativas dos professores;
e) a utilização de estratégias de ensino e metodologias de trabalho pouco adequadas.
Apesar do estudo das concepções alternativas não ser mais novidade em termos de
pesquisa em ensino de Química, os seus resultados pouco têm chegado efetivamente à sala de
aula, principalmente no Ensino Médio. Estas concepções continuam sendo uma das
importantes causas das dificuldades apresentadas pelos alunos na aquisição do conhecimento
científico. (Köhnlein & Peduzzi, 2002). Os estudos realizados sob essa perspectiva revelaram
que as ideias alternativas de crianças e adolescentes são pessoais, fortemente influenciadas
pelo contexto do problema, bastante estáveis e resistentes à mudança, de modo que é possível
encontrá-las mesmo entre estudantes universitários.
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CONCLUSÃO
Após uma pesquisa realizada apraz-me concluir que os conhecimentos prévios são os
saberes ou as informações que o aluno tem guardado em sua mente e que pode acionar
quando precisa. Compreende-se que é necessário um planejamento do ensino, partindo do que
os alunos já sabem, e em seguida inserir novos conceitos, fornecendo assim situações que
possam ampliar suas concepções acerca de um determinado assunto, propiciando-lhes
argumentos para que possam refletir sobre os fenômenos que o cercam. Quanto mais cedo o
aluno confrontar a teoria com a prática, tanto maior será o sucesso do processo de
aprendizagem. E ainda, à medida que maior for o espaço para que os alunos compartilhem
suas idéias com os colegas, maior será a sua oportunidade de refletir o conteúdo ministrado
sob diferentes pontos de vista.
Com este trabalho, espero contribuir para a elaboração de novas estratégias de ensino
em que sejam levados em consideração tanto os aspectos individuais como os sociais dos
conhecimentos trazidos pelos estudantes para a sala de aula; que as estratégias promovam a
participação ativa dos estudantes, a cooperação, discussão das ideias e as reflexões sobre a
construção de novos conhecimentos que resultam na aprendizagem de qualidade, tendo como
base os conceitos prévios.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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preconceptions in science. European Journal of Science Education, v. 8, p.155-171,
1986.
AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Psicologia educacional. 2. ed.
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para o planejamento de aulas de Química: análise de uma atividade para o estudo de.
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- ENPEC. Florianópolis, 2007. Abrapec – Associação Brasileira de Pesquisa e
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http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/vienpec/CR2/p654.pdf. Acesso em: 06 abr. 2020.
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