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CENTRO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - CEJA

APOSTILA DE SOCIOLOGIA

Compilação de textos e reflexões, que foram


produzidas para uso nas aulas de Sociologia
do Ensino Médio na Educação de jovens e
Adultos no CEJA.

Organizador Prof. Nelson FRIZON

Itajaí, 2019
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................3

1. O ser humano e a realidade social...........................................................4

2. SOCIEDADE............................................................................................4

3. INSTITUÇÕES SOCIAIS..........................................................................5
3.1 A família...................................................................................................................5
3.1.1 Autoridade............................................................................................................... 6
3.1.2 União e casamento..................................................................................................6
3.1.3 O aparelho ideológico da família..............................................................................6
3.2 A ESCOLA...............................................................................................................7
2.3.1 A origem da escola..................................................................................................7
3.4 A Igreja.....................................................................................................................8
3.4.1 Formas de religião...................................................................................................8
3.4.2 O aparelho ideológico das Igrejas............................................................................9
3.5 O ESTADO...............................................................................................................9
3.5.1 O Estado constitui-se de quatro elementos:............................................................9
3.5.2 O Estado pode ter as seguintes formas de governo:.............................................10
3.5.3 Funções do Estado................................................................................................10

4. GRANDES MESTRES DA SOCIOLOGIA..............................................11


4.1 Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)...................................................................11
4. 2 Augusto Comte (1798-1857).................................................................................11
4.3 Karl Marx (1818-1883)...........................................................................................12
4.4 David Émile Durkheim (1858 – 1917)....................................................................12
4.5 Max Weber.............................................................................................................14

5 Cultura e Educação.................................................................................14
5.1 Identidade Cultural.................................................................................................15
5.2 Os elementos da cultura........................................................................................16
5.2.1 Traços Culturais.....................................................................................................16
5.2.2 Complexo Cultural.................................................................................................16
5.2.3 Área Cultural.......................................................................................................... 16
5.2.4 Padrão Cultural......................................................................................................16
5.2.5 Subcultura............................................................................................................. 16
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INTRODUÇÃO

Ao defrontarmo-nos com o estudo da sociologia, não devemos simplesmente emitir


opiniões sobre temas que a mídia divulga diariamente: violência, tráfico, prostituição, poluição do meio
ambiente e outros.

O estudo sociológico deve perpassar da simples observação e opinião. Deve usar


dos métodos científicos que permitam extrair o máximo de informações, das causas e das possíveis
soluções dos principais problemas sociais.

A sociologia vem para preencher uma lacuna do saber social, que restou após, a
constituição das ciências naturais e de várias ciências sociais. A sua formação constitui um
acontecimento complexo para o qual concorreram circunstâncias históricas e intelectuais e intenções
práticas. O seu surgimento ocorre num momento histórico determinado, coincidente com os últimos
momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista.

A criação da sociologia não é obra de um só filósofo ou cientista, mas fruto do


trabalho de vários pensadores empenhados em compreender as situações novas de existência social
que estavam em curso.

Sob esta linha de pensar, busca-se nas aulas de sociologia, da Educação de Jovens
e Adultos, fornecer os principais apontamentos para utilização dos principais métodos utilizados para
compreensão das sociedades.
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1. O ser humano e a realidade social

O homem age sobre a natureza usando seus conhecimentos para satisfazer


suas necessidades.

O conhecimento em sociologia ocorre da relação entre sujeito e realidade.

S R
Leituras
Certezas
Domínio da Informações
realidade

Todo ser humano constrói conhecimento, para ter um domínio da realidade.


Esses conhecimentos podem ser definidos em vários níveis.

1 – Popular  adquirido no dia-a-dia, através de experiências não


sistematizadas, é superficial. Sensitivo.

2 – Teológico  manifestado pela fé. É valorativo (doutrina), acredita-se no


sobrenatural, infalível e exato, sistemático (origem e finalidade). Não é verificável.

3 – Filosófico  É uma constante reflexão (ser ou não ser?, o bem e o mal), sobre
política, educação, fundamentos... Problematiza o uso das finalidades do ser. O que o ser é capaz de
fazer?

É racional e sistemático. Busca organização na expressão de conceitos, lógicos, de


juízos, argumentos, deduções e induções...

4- científico  metódico e sistemático, real, dinâmico, aproximadamente exato,


constante de conhecimento, explica os fenômenos e é falível.

Opinião Pública - Na opinião pública tem-se uma generalização. É necessário usar


de variáveis para obtenção da opinião pública. Segmentos ou categorias: - idade - classe social -
sexo - escolaridade - renda - profissão - outros

Poder - I - De onde vem o poder? (origem) II - Em mãos de quem está o poder?


III - Como é exercido o poder?

2. SOCIEDADE

Na definição do Dicionário Aurélio encontramos a seguinte definição: 1. Agrupamento


de seres que vivem em estado gregário. 2. Grupo de indivíduos que vivem por vontade própria sob
normas comuns; comunidade. 3. Grupo de pessoas que, submetidas a um regulamento, exercem
atividades comuns ou defendem interesses comuns; grêmio, associação, agremiação. 4. Meio humano
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em que o indivíduo está integrado. 5. Contrato pelo qual pessoas se obrigam a reunir esforços ou
recursos para a consecução dum fim comum.

Para o Sociólogo Pérsio Santos de Oliveira, sociedade é a “Coletividade organizada e


estável de pessoas que ocupam um mesmo território, falam a mesma língua, compartilham a mesma
cultura, são geridas por instituições políticas e sociais aceitas de forma consensual e desenvolvem
atividades produtivas e culturais voltadas para a manutenção da estrutura que sustenta o todo social. A
sociedade apresenta-se geralmente dividida em classes sociais ou em camadas sociais nem sempre
harmônicas. Entretanto, mesmo quando há oposição e conflito entre essas classes ou camadas, verifica-
se também complementaridade entre elas, e é essa complementaridade que mantém de pé a sociedade
como um todo.”

3. INSTITUÇÕES SOCIAIS

Instituição social é o conjunto de regras e procedimento padronizados, reconhecidos,


aceitos e sancionados pela sociedade e que têm grande valor social. São os modos de pensar, de sentir
e de agir que a pessoa encontra preestabilidade e cuja mudança se faz muito lentamente, com
dificuldade.

As instituições sociais são entidades que congregam várias dessas formas de


comportamento estabelecidas, organizando-as de forma recíproca, hierárquica e com um objetivo
comum.

As principais instituições sociais são: a instituição familial, a instituição educativa,


a instituição religiosa, a instituição jurídica, a instituição econômica e a instituição política.

3.1 A família

A família é o primeiro grupo social a que pertencemos. É um tipo de agrupamento


social cuja estrutura em alguns aspectos varia no tempo e no espaço. Essa variação pode ser quanto ao
número de casamentos, quanto á forma de casamento e quanto ao tipo de família e autoridade.

A família pode ser classificada em dois tipos básicos: família conjugal ou nuclear e
família consangüínea ou extensa.

Família conjugal ou nuclear é o grupo que reúne o marido, a esposa e os filhos.


Família consangüínea ou extensa é a que reúne, além do casal e seus filhos, outros parentes, como
avós, netos, genros e noras.

Podemos citar como funções principais da família: função sexual, reprodutiva,


econômica e educacional. As duas primeiras garantem a satisfação das necessidades sexuais dos
cônjuges e perpetuam, pelo nascimento dos filhos, a espécie humana. A função econômica assegura os
meios de subsistência e bem-estar. A função educacional é responsável pela transmissão á criança dos
valores e padrões culturais da sociedade. A família é a primeira agência que socializa a criança.
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3.1.1 Autoridade

Quanto á autoridade, a família pode ser:

- Patriarcal – se a figura central é o pai, possui autoridade de chefe sobre a mulher e os filhos.

- Matriarcal – em que a figura central é a mãe, havendo, portanto predominância da autoridade feminina.

- Nuclear ou Igualitária – onde a autoridade pode ser mais equilibrada entre os cônjuges, dependendo
das situações, ações ou questões particulares.

3.1.2 União e casamento

Nas sociedades, em geral, há duas formas de relações entre os sexos: união e


casamento.

União consiste no ajuntamento de indivíduos de sexos opostos sob a influencia do


impulso sexual. Os cônjuges são chamados de “amigados“, “amaciados”, etc... A união pode ser
temporária, frouxa (com divorcio fácil), ou indissolúvel (sem divórcio, com ou sem desquite).

O Concubinato é um tipo de união. Consiste na união livremente consentida, estável


e de fato, entre um homem e uma mulher, mas não sancionada pelo casamento.

O Matrimônio ou casamento é o método de uma família elementar diferente daquela


em que nasceu. Assim, em cada sociedade, um adulto, um normal pertence a duas famílias nucleares: a
de orientação (onde nasceu) e a de procriação (que constituiu). Na primeira, ele é filho e irmão; na
segunda, marido e pai.

O matrimonio cria novas relações sociais e direitos recíprocos entre os cônjuges e


entre cada um deles e os parentes do outro. Estabelece, também, direitos e status dos filhos.

Em relação ao numero de cônjuges, os casamentos podem ser monogâmicos ou


poligâmicos. A Monogamia consiste no casamento de um homem ou uma mulher com apenas um
cônjuge, como ocorre na sociedade ocidental. A Poligamia consiste no casamento do homem ou da
mulher com dois ou mais cônjuges.

3.1.3 O aparelho ideológico da família

Queiramos ou não, a família recebe grande influência do modo de reprodução em


que está inserida. As relações básicas duma sociedade irão influenciar. Direta ou indiretamente, a
estrutura familiar.

No modo de reprodução capitalista, a família que não é consciente, que não se vigia,
prepara os elementos para a produção, forma cidadãos de acordo com as necessidades do sistema.
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No exame da maioria de nossas famílias percebe-se que elas reproduzem relações


de poder da sociedade em que vivem.

As relações de dominação se estabelecem por dois critérios:

1- O critério de idade: quem é mais velho, pode mais e sabe mais.

2- O critério sexo: o homem manda mais que a mulher. Para os homens são
permitidos certos comportamentos, certas regalias que de nenhuma maneira são permitidos a mulher.
Dentro do processo de socialização primaria, o menino já é educado diferentemente, para ser “o chefe”,
para decidir, tomar iniciativa. A menina vai cuidar das coisas de casa, vai “servir” ao marido, cuidar das
crianças. Mais uma vez as diferenças sexuais servem para a reprodução das relações de dominação,
pois quando se chegar ao trabalho, teremos novamente essas diferenças já consagradas e legitimadas.
No trabalho, a mulher, como regra, vai receber menos, mesmo que faça o mesmo trabalho que o
homem.

3.2 A ESCOLA

Pode-se dizer que a escola, instituição social destinada à educação das novas
gerações, compreende dois focos de atuação, instrucional e formativa. A instrução refere-se à
transmissão de conhecimentos, de técnicas e de habilidades, legados históricos considerados
socialmente relevantes. A formação compreende ações interracionais, voltadas para aspectos
constituintes da personalidade moral (construção de valores) dos indivíduos, visando a convivência
social. Essa formação deve considerar valores e práticas relevantes na sociedade.

Segundo Pérsio dos Santos “a escola é instituição social especificamente organizada


para transmitir aos jovens os conhecimentos, as normas de comportamento e a herança cultural, de
modo a integrá-los na sociedade em que vivem; é a instituição social destinada a transmitir a educação
de forma sistemática”.

No site do INEP encontramos a seguinte definição: "Instituição que se propõe a


contribuir para a formação do educando como pessoa e como membro da sociedade, mediante a criação
de condições e de oportunidades de ampliação e de sistematização de conhecimentos." (DUARTE,S.G.
DBE, 1986)

2.3.1 A origem da escola

No início, as escolas aparecem para satisfazer os anseios e os interesses da


aristocracia. Não é sem razão que a palavra escola significava “lazer”. O vocábulo escola vem do grego
skole, que quer dizer ócio, isto é, tempo livre das ocupações; latinizando, o termo ficou schola.
Originalmente, a escola era o lugar onde as pessoas de posse davam-se ao luxo de fazer exercícios
intelectuais, sem visar a outros resultados que não o enriquecimento mental, para mais fácil separação
das pessoas com posição social mais baixa. A educação sistemática era privilégio de poucos. No
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entanto, a situação mudou com os ideais democráticos da Revolução Francesa (1789), que foram
difundidos. A escola passou a ser direito de todos.

3.4 A Igreja

Todas as sociedades conhecem alguma forma de religião. A religião é um fato social


universal, sendo encontrada em toda parte e deste os tempos mais remotos. Cada povo tem sua cultura
própria, tem o culto ao sobrenatural como motivo de estabilidade social e de obediência ás normas
sociais. O homem procura algo sobrenatural que lhe transmita paz de espírito e segurança. A religião
sempre desempenha uma função social indispensável. Geralmente, todos se unem numa comunidade
espiritual chamada Igreja.

3.4.1 Formas de religião

Hinduísmo: O dogma básico é a transmigração; doutrina segundo a qual cada ato da


alma tem efeitos permanentes sobre o seu destino: a alma reencarnará, como animal ou como homem,
dependendo de seu comportamento.

Budismo: O budismo constitui-se numa série de regras e modos de vida cuja


finalidade é purificar o individuo para alcançar o Nirvana, estado de transcendência espiritual, com
desapego das coisas terrestres: significa vitória sobre a dor, a morte, a transmigração carmâmica e
sobre a própria individualidade.

Confucionismo: As forças celestes, a terra e o homem formam um todo harmônico,


determinado por duas forças cósmicas correspondentes e opostas. A idéia de Deus aparece
principalmente como um princípio cósmico imaterial. Confúcio criou uma série de práticas morais e
regras de conduta social. Misto de filosofia e religião, o confucionismo fundamenta-se no culto aos antepassados
e ao lar.

Judaísmo: Há uma esperança de salvação da humanidade após a vinda do Messias.


É uma doutrina revelada pelos profetas, sendo Moises o maior deles. Para os judeus, os livros sagrados
são: o Pentateuco, os Profetas e os Escritos Sagrados (denominados pela Igreja Cristã de Antigo
Testamento).

Cristianismo: A base da teologia cristã é a crença em um Deus único, que subsiste


em três pessoas (Pai, Filho, e Espírito Santo). A salvação a humanidade foi alcançada pelo sacrifício de
cristo que é revivido pela celebração da igreja.

Islamismo: Juntamente com o Judaísmo e o Cristianismo, o Islamismo forma as três


grandes religiões monoteísta.A principal profissão de fé do maometismo é a existência de um Deus
supratemporal chamado Alá, do qual Maomé é o profeta. O livro sagrado denomina-se Corão e contém
preceitos religiosos, concepção de vida e normas de comportamento. Meca é a cidade sagrada, á qual,
se possível, cada crente deve fazer peregrinação, ao menos uma vez na vida.
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3.4.2 O aparelho ideológico das Igrejas

A religião como superestrutura. A religião é superestrutura quando se torna um


conjunto de mediações simbólicas e gestos rituais, quando se torna doutrina explicativa do mundo, a
serviço de nações e impérios.

A religião infra-estrutura: a essência da religião infra-estrutura é o reconhecimento da


relatividade das coisas, do criado. Ela não se situa na instância ideológica, mas é posição, atitude,
práxis. Ela é utópica, é uma posição de antecipação criadora e de crítica ao presente.

3.5 O ESTADO

O Estado é a instituição social que tem a exclusividade, o monopólio da violência


legítima; e assim é porque a lei lhe confere o direito de recorrer á violência, caso isso seja necessário.

O poder e a autoridade centralizam-se de maneira mais clara no Estado. Desse


modo, o Estado é uma das agências mais importantes de controle social; o Estado executa suas funções
por meio da lei, apoiado em ultima instância no uso da força.

3.5.1 O Estado constitui-se de quatro elementos:

Território – é a base física do Estado, sobre a qual exerce sua jurisdição;

População – é composta pelos habitantes do território;

Governo – é o grupo de pessoas colocadas á frente dos órgãos fundamentais do Estado e que seu
nome exercem o poder público;

Constituição – onde está expresso as leis e demais normas de convivência social. (escrita ou não).

Estado é diferente de nação. A nação é um conjunto de pessoas ligadas entre si por


vínculos permanentes de idioma, religião, valores. O Estado é, portanto, a nação com um governo.
Porém, estado é diferente de governo. Estado é uma instituição social permanente e governo é um
elemento transitório do Estado.

BRASIL – O ESTADO

Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
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Parágrafo único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 2º - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.

Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;


II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.

Art. 4º - A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:

I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.

Parágrafo único - A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e
cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de
nações.

3.5.2 O Estado pode ter as seguintes formas de governo:

- monarquia – o governo é exercido por uma só pessoa (o rei), que herda o poder e o mantém até a
morte ou renúncia;

- república – o poder é exercido por representantes eleitos periodicamente pela população;

- ditadura – uma só pessoa – o ditador – impõe a sua vontade e dispõe de poder ilimitado.

3.5.3 Funções do Estado

Nas sociedades modernas pode-se dizer que cabe ao Estado três finalidades:

- garantir a soberania – manter a ordem interna e a segurança externa, a integridade


territorial e o poder da decisão;

- manter a ordem – as leis estabelecem o que deve ou não ser feito, o que pode ser
feito, e prescrevem as punições por sua violação. O Estado é a instituição autorizada a decretar, impor,
administrar e interpretar as leis na sociedade moderna;

-promover o bem-estar social – propiciar a população de um Estado a ordem interna e


externa, a paz, o respeito as leis, promovendo á justiça, dispor de meios suficientes para atender as
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necessidades humanas em seus diferentes aspectos: físico, moral, espiritual, psicológico e cultural;
manter a ordem social, através de leis existentes ou redigindo novas, que reajustam a própria ordem,
quando as condições de mudanças o exigirem.

4. GRANDES MESTRES DA SOCIOLOGIA

4.1 Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)

O Francês Rousseau está ligado à sociologia moderna por vários aspectos de sua
obra. Mas sua contribuição mais significativa é talvez o questionamento sobre a legitimidade das
instituições políticas, apresentado em sua obra Discurso sobre a origem e os fundamentos da
desigualdade entre os homens.

É famosa sua afirmação, na obra Contrato social: “o homem nasce puro a


sociedade o corrompe”. Para Rousseau, a origem da sociedade é resultante de um contrato em que os
indivíduos aceitam a existência e a organização de u poder político, dando legitimidade à passagem da
liberdade natural à liberdade civil. Isso significa que a coerção social da sociedade sobre seus membros
seria um meio necessário para evitar os efeitos negativos da liberdade natural dos indivíduos.

4. 2 Augusto Comte (1798-1857)

Isidoro Augusto Marie François Xavier Comte, filósofo e matemático francês, nasceu
em Montepellier em 19 de janeiro de 1798. foi o fundador do Positivismo. Fez seus primeiros estudos no
Liceu de Montpellier, ingressando depois na Escola Politécnica de Paris, de onde foi expulso em 1816
por ter-se rebelado contra um professor. Foi então estudar Medicina em Montpellier, mas logo regressou
a Paris, onde passou a viver de aulas e colaboração de Jornais.

A partir de 1846 toda a sua vida e obra passaram a ter sentido religioso. Desligou-se
do magistério, dedicando-se mais às questões espirituais. Deixou de ser católico e fundou a Religião da
Humanidade. Para propagar sua nova religião, manteve correspondência com monarcas, políticos e
intelectuais de toda parte, tentando pôr em prática suas idéias de reformador social.

Sociologia – que a princípio Comte denominou de Física Social – é um vocábulo


criado por ele no Curso de Filosofia positiva. Par Comte, a Sociologia procura estudar e compreender a
sociedade, para organizá-la e reformá-la depois. Ele acreditava que os estudos das sociedades
deveriam ser feitos com verdadeiro espírito científico e objetividade.

O pensamento de Comte provocou polêmicas no mundo todo e reformulações de


teorias até então incontestáveis. Sua influência foi imensa, quer como filósofo social, quer como
reformador social, principalmente sobre os republicanos brasileiros. O lema da nossa bandeira nacional
– Ordem e Progresso, criado por Benjamim Constant – é de inspiração comtista.

Suas principais obras são: Curso de Filosofia Positivista (1830-1842) e Sistema de


política positiva (1851-1854). Morreu em Paris em 5 de setembro de 1857.
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4.3 Karl Marx (1818-1883)

Karl Heinrich Marx, filósofo e economista, nasceu em Trier, Alemanha, em 5 de maio


de 1818. estudou na Universidade de Berlim, interessando-se principalmente pelas idéias do filósofo
Hegel. Formou-se pela Universidade de Iena em 1841.

Em 1842 assumiu o cargo e redator-chefe do jornal alemão Gazeta Renana, editado


em Colônia, onde tinha a postura política de um liberal radical. No ano seguinte transferiu-se para Paris.
Lá conheceu Friedrich Engels, um radical alemão de quem se tornaria amigo íntimo e com que
escreveria vários ensaios e livros. De 1845 a 1848 viveu em Bruxelas,participou de organizações
clandestinas de operários e exilados.

Em 1847 redigiu com Engels o Manifesto comunista, primeiro esboço da teoria


revolucionária que, mais tarde, seria chamada de marxismo. No manifesto comunista Marx convoca o
proletariado à luta pelo socialismo. Em 1848, quando eclodiu o movimento revolucionário em vários
paises europeus, Marx voltou à Alemanha, onde editou a Nova Gazeta Renana, primeiro jornal diário
francamente socialista e que procurava orientar as ações do proletariado alemão. Com o fracasso da
revolução, Marx fugiu para Londres, onde viveu o resto de sua vida.

Fundou, em 1864, a Associação Internacional dos Trabalhadores – depois chamada


de Primeira Internacional dos Trabalhadores – com objetivo de organizar a conquista do poder pelo
proletariado em todo o mundo. em 1867 publicou o primeiro livro de sua obra mais importante, O capital,
em que faz uma crítica ao capitalismo e à sociedade burguesa.

Marx é o principal idealizador do socialismo e do comunismo revolucionário. O


marxismo – conjunto de idéias político-filosóficas de Marx – propõe a derrubada da classe dominante
(burguesia) por um revolução do proletariado. Marx criticava o capitalismo e seu sistema de livre
empresa que, segundo ele, pelas contradições econômicas internas, levaria a classe operária à miséria.
Propunha uma sociedade na qual os meios de produção fossem de toda a coletividade.

Suas principais obras são: O capital (publicado entre os anos de 1867 e 1894),
Manuscritos econômico-filosóficos (escrito em 1844 e publicado em 1932), A miséria da Filosofia (1847).
Escreveu em parceria com Engels: A sagrada família (1844), A ideologia Alemã (1845-1846_, Manifesto
comunista (1848). Marx morreu em Londres em 14 de março de 1883.

4.4 David Émile Durkheim (1858 – 1917)

Émile Durkheim, sociólogo francês, nasceu em Épinal em 15 de abril de 1858.


estudou na École Normale Supeérieure de Paris, doutorando-se em Filosofia. Em 1885 foi estudar na
Alemanha, sendo muito influenciado pelas idéias do psicólogo Wilhelm Wundt.

Ocupou a primeira cátedra de Sociologia criada na França, na Universidade de


Bordéus, em 1887, ai permaneceu até 1902, quando foi convidado a lecionar sociologia e Pedagogia em
Sorbonne.
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É considerado o fundador da Sociologia moderna. Foi um dos primeiros a estudar


mais profundamente o suicídio, o qual, segundo ele, é praticado na maioria das vezes em virtude da
desilusão do indivíduo dom relação ao seu meio social.

Para Durkheim, o objeto de estudo da Sociologia são os fatos sociais, os quais


devem ser estudados como “coisas”. O sistema sociológico de Durkheim baseia-se em quatro princípios
fundamentais:

1 – A Sociologia é um ciência independente das demais Ciências Sociais e da Filosofia.

2 – A realidade social é formada pelos fenômenos coletivos, considerados como “coisas”.

3 – A causa de cada fato social deve ser procurada entre os fenômenos sociais que o antecedem.

4 – Todos os fatos sociais são exteriores aos indivíduos, formando uma realidade específica.

Segundo Durkheim, o ser humano e um animal que só se humaniza pela


socialização.

Em seus estudos, ele concluiu que os fatos sociais atingem toda a sociedade, o que
só é possível se admitirmos que a sociedade é um todo integrado. Se tudo na sociedade está interligado,
qualquer alteração afeta toda a sociedade, o que quer dizer que se algo não vai bem em algum setor da
sociedade, toda ela sentirá o efeito. Partindo deste raciocínio ele desenvolve dois dos seus principais
conceitos: Instituição Social e Anomia.

A instituição social é um mecanismo de proteção da sociedade, é o conjunto de


regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade,
cuja importância estratégica é manter a organização do grupo e satisfazer as necessidades dos
indivíduos que dele participam. As instituições são portanto conservadoras por essência, quer seja
família, escola, governo, polícia ou qualquer outra, elas agem fazendo força contra as mudanças, pela
manutenção da ordem.

Aos problemas que ele observou, ele considerou como patologia social, e chamou
aquela sociedade doente de “Anomana”. A anomia era a grande inimiga da sociedade, algo que devia
ser vencido, e a sociologia era o meio para isso. O papel do sociólogo seria portanto estudar, entender e
ajudar a sociedade.

Na tentativa de “curar” a sociedade da anomia, Durkheim escreve “A divisão do


trabalho social”, onde ele descreve a necessidade de se estabelecer uma solidariedade orgânica entre
os membros da sociedade. A solução estaria em, seguindo o exemplo de um organismo biológico, onde
cada órgão tem uma função e depende dos outros para sobreviver, se cada membro da sociedade
exercer uma função na divisão do trabalho, ele será obrigado através de um sistema de direitos e
deveres, e também sentirá a necessidade de se manter coeso e solidário aos outros. O importante para
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ele é que o indivíduo realmente se sinta parte de um todo, que realmente precise da sociedade de forma
orgânica, interiorizada e não meramente mecânica.

Suas principais obras são: A divisão do trabalho social (1893), As regras do método
sociológico (1894), O suicídio (1897). Durkheim morreu em Paris em 15 de novembro de 1917.

4.5 Max Weber

Sociólogo, historiador e político alemão, 21-4-1864, Erfurt a 14-6-1920, Munique


Weber é considerado, junto com Karl Marx e Émile Durkheim, um dos fundadores da sociologia e dos
estudos comparados sobre cultura e religião, disciplinas às quais deu um impulso decisivo. A sua
abordagem diferia da de Marx, que utilizou o materialismo dialético como método para explicar a
evolução histórica das relações de produção e das forças produtivas. Contrastava igualmente com as
propostas de Durkheim, que considerava ser a religião a chave para entender as relações entre o
indivíduo e a sociedade. Para Weber, o núcleo da análise social consistia na interdependência entre
religião, economia e sociedade. No seu conhecido ensaio A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo
(1904-1905), Weber expunha por que haviam surgido no âmbito ocidental, e só aí, fenômenos culturais
que iriam assumir um significado e uma validade universais. O protestantismo e, especialmente, o
calvinismo haviam estabelecido as bases do sucesso econômico, da racionalização da sociedade
ocidental e, por último, do desenvolvimento do capitalismo. Tudo isso a partir de conceitos como a ética
da renúncia ao instinto (ascese interior) e o desencanto ante o mundo. Weber também procurou uma
ética econômica das religiões que, com exceção do Islã, seria baseada em raciocínios histórico-
empíricos (Ensaios para uma Sociologia da Religião, 1920-1921). Nas suas obras publicadas
postumamente, Economia e Sociedade (1922) e Ensaios sobre Economia (1922), Weber estabeleceu as
bases metodológicas para a análise da economia e da sociedade. O autor defendia que a investigação
sociológica só era possível devido a uma multiplicidade de casos individuais, a partir do delineamento de
modelos empíricos de análise, revelando-se este método decisivo nos estudos de cultura comparada. A
sua concepção de uma sociologia abrangente partia do conceito de conduta social, segundo o qual a
Ciência devia explicar o fenômeno social a partir da investigação do comportamento subjetivo, que
vincula o indivíduo a seus atos. A investigação, independentemente de qualquer premissa ética, seria
baseada nos interesses e nos juízos subjetivos do ser humano.

5 Cultura e Educação

A cultura de uma sociedade é transmitida das gerações adultas as gerações mais


jovens pela educação. Educar, pois, é transmitir aos indivíduos os valores, conhecimentos, as técnicas, o
modo de viver, enfim, a cultura do grupo.

A cultura é “a vida total de um povo, a herança social que o individuo adquiri de


seu grupo. Ou pode ser considerada parte do ambiente que o próprio homem criou”. (Clyde kluckhohn,
Antropologia - um espelho para o homem, pg. 28)
15

O antropólogo polonês Bronislaw (1884-1942) ensina que a cultura compreende “


bens processos técnicos, idéias, hábitos e valores herdados”.

A aquisição e a perpetuação da cultura são um processo social, não biológico,


resultante da aprendizagem. Cada sociedade transmite ás novas gerações o patrimônio cultural que
recebeu de seus antepassados. Por isso, a cultura é também chamada de herança social.

Nas sociedades em que:

Não há escolas, a transmissão da cultura se da através da família ou da convivência


com o grupo adulto. Nesse caso, a educação é assistemática.

Há escolas, estas se encarregam de completar a transmissão da cultura iniciada na


família e em outros grupos sociais, nesse caso, a educação é sistemática, isto é, obedece a um sistema,
a uma organização previamente planejada.

5.1 Identidade Cultural

Cada povo tem uma cultura própria. Cada sociedade elabora sua própria cultura e
recebe a influência de outras culturas. Todas as sociedades, desde as mais simples até as mais
complexas, possuem cultura. Não há sociedade sem cultura, do mesmo modo que não existe ser
humano destituído de cultura.

Desde que nasce, um indivíduo é influenciado pelo meio social em que vive. A não
ser o recém – nascido e os raros indivíduos que foram privados do convívio humano, não há pessoas
desprovidas de cultura.

A cultura é um estilo de vida próprio, um modo de vida particular, que todas as


sociedades possuem e que caracteriza cada uma delas. Assim, os indivíduos que compartilham a
mesma cultura apresentam o que se chama de identidade cultural.

A cultura material consiste em todo o tipo de utensílios, ferramentas, instrumentos,


máquinas, hábitos alimentares, tipo de habitação, etc. A cultura material pode influir no estilo de vida de
um grupo. Por exemplo: no interior do nordeste a farinha de mandioca é alimento básico; as redes são
usadas por grande parte das pessoas para dormir; as casas são pobres são com barro e folhas de
palmeiras. Forma-se assim, um modo ou estilo fundamentado na cultura matéria da região.

A cultura não – material abrange todos os aspectos não – materiais da sociedade,


tais como: normas sociais, religião, costumes, ideologia, ciências, artes, folclore, etc. Por exemplo, a
maioria da população brasileira segue a religião católica, não há pena de morte na legislação do Brasil e,
embora proibido por lei, o preconceito racial é bastante difundido no país.
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5.2 Os elementos da cultura

A cultura é um todo, um sistema, um conjunto de elementos ligados estreitamente


uns aos outros. Para efeito de estudo, vamos desmembrá-la em suas partes, seus elementos. Os
principais elementos de uma cultura são: os traços culturais; o complexo cultural; a área cultural; o
padrão cultural, a subcultura.

5.2.1 Traços Culturais

Uma idéia, uma crença, representavam traços culturais. Um carro, um lápis, uma
capa, uma pulseira, um computador também são exemplos de traços culturais.

Os traços culturais são os elementos mais simples da cultura. Eles são as unidades
de uma cultura. É necessário ressaltar que os traços culturais só têm significado quando considerados
dentro de uma cultura específica. Um colar pode ser um simples adorno para determinado grupo e para
outro ter um significado mágico ou religioso. Para os fiéis das religiões afro – brasileiras, por exemplo, os
colares têm usados cores especiais, dependendo da divindade cultuada pessoas e, de acordo com a
crença dão proteção a quem os usa. Portanto, só no conjunto da cultura é que se pode entender um
determinado traço.

5.2.2 Complexo Cultural

A combinação dos traços culturais em torno de uma atividade básica forma um


complexo cultural. Por exemplo, o carnaval no Brasil é um complexo cultural que reúne um grupo de
traços culturais relacionados uns com os outros: carros alegóricos, música, dança, instrumentos
musicais, desfile, etc. Da mesma forma, o futebol é um complexo cultural que pode ser desmembrado
em vários traços culturais: o campo, a bola, o juiz, os jogadores, a torcida, as regras do jogo, etc.

5.2.3 Área Cultural

A religião em que predominam determinados complexos culturais forma uma área


cultural. Esta é, portanto, a área geográfica por onde se distribui uma certa cultura. Assim, os grupos
humanos localizados em que determina área cultural apresentam grandes semelhanças quanto aos
traços e complexos culturais.

5.2.4 Padrão Cultural

Padrão cultural é uma norma de comportamento estabelecida pela sociedade. Os


indivíduos normalmente agem de acordo com os padrões estabelecidos pela sociedade em que vivem -
agem de uma forma estão expressando os padrões culturais do grupo. No Brasil, por exemplo, o
casamento monogâmico é um padrão de nossa cultura.
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5.2.5 Subcultura

No interior de uma cultura podem aparecer diferenças significativas, caracterizando a


existência de uma subcultura. Há regiões do Rio Grande do Sul onde, além dos costumes e valores
serem muitas vezes diferentes dos praticados no restante do país, até a língua principal é o italiano ou o
alemão.

Também os jovens apresentam costumes às vezes muito diferentes dos da


população adulta, por isso alguns autores falam de uma subcultura juvenil.

Numa subcultura geralmente encontramos o mesmo elemento da cultura, mas com


seus símbolos, suas normas, sanções e seus valores sociais particulares.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BRASIL. GOVERNO FEDERAL. Lei n0 9.394 de 20 de dezembro de 1996.


Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CEB n
15/98. Diretrizes Curriculares Nacionais Para o Ensino Médio
CHAUI, Marilena. Cultura e Democracia. O discurso competente e outras falas.
São Paulo, Editora Moderna, 1984.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988. Rio de
Janeiro, Forense Universitária, 1988.
FERNANDES, Florestan. “ O Ensino da Sociologia na Escola Secundaria
Brasileira.” In: Idem. A Sociologia no Brasil.  Petrópolis, Vozes, 1977.
GADOTTI, Moacir. Uma escola para todos. Petrópolis, Vozes, 1990.
MARX, K. e ENGELS, F. Textos sobre educação e ensino. São Paulo, Vozes, 1983.
MORAIS, Régis. A sala de aula, que espaço é este? São Paulo, Papirus, 1984.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. Editora Ática, 1997.
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. São Paulo, Cortez e Editora e Autores
Associados , 1984.
SEVERINO, Joaquim Antônio. Metodologia do trabalho científico. São Paulo,
Editora Atlas, 1990.

Filme: A GUERRA DO FOGO e outros.

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