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Unidade I

COMUNICAÇÃO E CIDADANIA

Profa. Tânia Trajano


Unidade I

Objetivos da disciplina
 Uma primeira abordagem sobre a relação
entre cidadania e comunicação.
 Tema complexo.
 A cidadania no percurso histórico.
 Concepção do assunto envolve
conhecimento sobre principais
momentos históricos.
Comunicação e cidadania

Objetivo da disciplina
 Refletir sobre a questão da cidadania.
 Receptor = sujeito ativo = vida
em sociedade.
Objetivos específicos
 Evolução do conceito de cidadania.
 Compreender exercício da cidadania
para a democracia.
 Papel da comunicação frente às novas
demandas da sociedade civil.
Comunicação e cidadania

No decorrer do curso vamos trabalhar com


dois aspectos centrais:
 conceituação e caracterização
da cidadania;
 o papel dos meios de comunicação
e a prática da cidadania.
Afinal, o que é cidadania?

Algumas questões para reflexão


 “Apropriações indevidas”.
 Discursos.
 “Falas empresariais”.
 Estudos, teorias.

Ser cidadão
 Civismo e civilidade. patriotismo e saber se porta em
sociedade
 Reflexão sobre papéis do Estado
e da sociedade civil.
Afinal, o que é cidadania?

O que é ser cidadão?


 Direitos e deveres.
 Premissa básica: todos os homens são
iguais perante a lei, sem discriminação
de raça, cor ou credo.
Afinal, o que é cidadania?

Tem mais:
 Cada um tem o domínio do próprio corpo
e da sua vida e tem garantido o acesso a
um salário condizente para promover a
própria vida.
 Saúde, educação, lazer, habitação
 E mais:
 Direito à livre expressão, militar
em partidos políticos e sindicatos,
fomentar movimentos sociais, lutar
por seus valores.
Cidadania no Brasil

 Marco das discussões: Constituição


de 1988. constituição cidadão foi estabelecido os direitos dos brasileiros
 Direitos garantidos por lei.
 Mas existe cidadania no Brasil?
 Cidadania só existe quando esses
direitos são exercidos na prática.
 Realidade em construção =
processo de lutas e conquistas.
Cidadania & Comunicação

 Se a cidadania depende de um processo


de “lutas” e “conquistas”, não há dúvida
sobre o importante papel da
comunicação.
 Caso do Brasil (plano jurídico versus
realidade).
 Período importante: 1990 = movimentos
sociais.
 Espaços de participação política
e institucional.
Cidadania & Comunicação

Dificuldades
 Concentração. no meio da comunicação
 Democratização dos meios
de comunicação. dificuldade de entender as discunções de
 Experiência com comunicação
comunitária.
 Necessidade de contrapontos.
 Construção de espaço público.

Fonte: Clip-art
Interatividade

A respeito do tema “O que é ser cidadão”,


todas as alternativas a seguir estão corretas,
exceto:
a) Para muitos, ser cidadão confunde-se com
o direito de votar.
b) O ato de votar não garante cidadania se
não vier acompanhado de determinadas
condições de nível econômico, social,
político e cultural.
c) Ser cidadão significa ter direitos e deveres.
d) Ser cidadão é ser súdito e soberano.
e) Ser cidadão é algo automático, que a
pessoa adquire por ocasião de seu
nascimento.
Resposta

e) Ser cidadão é algo automático, que


a pessoa adquire por ocasião de seu
nascimento.

 Comentário: no senso comum isto pode


até parecer verdadeiro, se pensarmos na
questão da nacionalidade, mas a
efetivação desta condição depende
de uma série de outros fatores.
A cidadania no percurso histórico

 Apesar da contemporaneidade, conceito


remonta à pólis grega.
As origens grega e romana
 Homem é capaz de se relacionar,
conviver, discernir o que é bom e o que
é mau, o que é justo e o que é injusto
(participação).
 Proteção do cidadão = estatuto jurídico da
cidadania = base para reclamar direitos.

Fonte: Clip-art
Da pólis grega ao estado de direito

Conceito atual: séculos 17 e 18


 Revoluções burguesas.
 Industrial.
 Francesa. igualdade, fraternidade e tc,
]
foi a primeira nação a colocar na
 Independência dos EUA. constituição os direitos dos
cidadãos
 Nascimento do capitalismo.

Fonte: Clip-art
Da pólis grega ao estado de direito

Ideia central
 As cartas constitucionais da França
e dos Estados Unidos se opõem ao
processo de normas difusas e
indiscriminadas da sociedade feudal
e às normas arbitrárias do regime
monárquico e ditatorial, anunciando uma
relação jurídica centralizada, o chamado
Estado de Direito.
Da pólis grega ao estado de direito

 Mesmo antes de criar a nação,


a burguesia vinha constituindo a cidade
e, com isso, um tipo específico de viver
(o urbano) e de homem (o cidadão).
 Profundas transformações em várias
outras áreas da atuação humana, como
artes, ciência e tecnologia.
Da pólis grega ao estado de direito

Evolução da cidadania
 Por um lado, proposta de igualdade
formal para todos.
 Por outro lado, delineia-se o processo
de exploração e dominação do capital.
um cenário de desigualdade social

Fonte: Clip-art
Da pólis grega ao estado de direito

Teóricos clássicos
 Importantes para compreendermos
as implicações deste profundo processo
de mudança.

John Locke / Jean Jacques Rousseau / Kant


 Busca de um mecanismo que regulasse
as relações humanas e que fosse capaz
de evitar o caos diante da natureza voraz
do homem na sua condição de detentor
da liberdade.
Da pólis grega ao estado de direito

Outro traço mais ou menos comum entre eles


 Rebater a concepção básica da visão
de mundo feudal.
 O direito pelo nascimento.
 Defesa do estado natural em que todos
os homens nascem livres e com direitos.
Interatividade

Refletindo sobre as origens do conceito de


cidadania, podemos afirmar que:
I. Houve um deslocamento da participação ativa
para a questão da proteção jurídica.
II. Decorre da experiência ocorrida em Roma o
entendimento da cidadania como estatuto
jurídico.
III. Ao contrário do que ocorre nos dias atuais, na
sociedade ateniense todos participavam das
decisões políticas.
a) Todas estão corretas.
b) Todas contêm algum tipo de incoerência.
c) Apenas a I está correta.
d) Apenas a II está correta.
e) A III está incorreta.
Resposta

e) A III está incorreta

 Comentário: tal como hoje, a população


ateniense também não demonstrava
tanto interesse em participar das
discussões; o importante, no caso,
é que havia mecanismos para efetivar
esta participação.
Da pólis grega ao estado de direito

Retomando a contribuição dos teóricos:


 Rousseau – “Contrato Social” os homens podem viver
em sociedade,

 Interesse comum pela vida social.


 Aponta para relações mais justas entre
os homens.
 Nenhum homem tem autoridade natural
sobre seu semelhante.
Da pólis grega ao estado de direito

John Locke = ideia de que a sociedade


resultava da livre associação entre
indivíduos
 Garantias de liberdade individual.
 Respeito à propriedade.
 Constituição.
 EUA. principal teórico como base na constituição dos eua

 Ao contrário de Rousseau, legitimava


a questão da “exploração”.
 Kant
 Desenvolvimento da história
da sociedade jurídica.
a sociedade funciona melhor por meio das leis
Da pólis grega ao estado de direito

O Estado de Direito
 Liberdade / individualismo / instituição
dos 3 poderes / governo pelas leis /
propriedade privada.
 Importante lembrar que, pelo menos na
fase inicial do Estado Liberal, o foco das
atenções, em termos de direitos, serão
as questões relativas à área econômica.
 Não havia espaço para questionar
a propriedade privada.
Da pólis grega ao estado de direito

Papel do Estado
 A proteção da nação contra atos de
violência e ataques de outras nações
independentes.
 A salvaguarda dos membros da própria
nação contra agressões ilegais dos seus
concidadãos.
 A obrigação de criar e manter
determinadas instituições públicas.
Da pólis grega ao estado de direito

O Estado Social saúde , lazer , educação , moradia , alimentação

 Incorporação dos direitos sociais.


 Estado = gestor.
 Intervenções na economia /
política do pleno emprego /
sistemas de proteção.
Socialismos versus capitalismo
 Marx = alienação do trabalhador dos
meios e dos produtos de seu trabalho.
não e opção do
trabalhador ir trabalhar nas
fabricas durante a
revolução industrial

Fonte: Clip-art
Interatividade

Refletindo sobre a evolução do conceito de


cidadania na sociedade moderna, devemos
reconhecer que suas práticas estão
relacionadas à ascensão:

a) Do capitalismo.
b) Do comunismo.
c) Do sistema feudal.
d) Do estado monárquico.
e) Do mercantilismo.
Resposta

a) Do capitalismo.
 Comentário: Por mais que pareça
contraditório, é no processo de
ascensão do capitalismo que vamos
assistir também a consolidação
de muitas das práticas relacionadas
à cidadania.
Da pólis grega ao estado de direito
– a situação no Brasil

Situação no Brasil
 Condições bem diferentes.
 Capitalismo “tardio”.
 “Povo explorado”.

Fonte: Clip-art
Da pólis grega ao estado de direito
– a situação no Brasil

Maria de Lourdes Manzini-Covre:


 “[...] o que muda em nosso processo
histórico é quem nos explora e como –
Portugal ou Inglaterra, Estados Unidos
ou os grandes oligopólios, como hoje”.
Da pólis grega ao estado de direito
– a situação no Brasil

Movimentos
 Décadas de 20 e 30 = lutas operárias
(imigrantes italianos).
influenciados pelos

1945-1964 = democracia populista.


 Caráter ambíguo da situação.
atender algumas solicitações da população no caso de direitos
 Direitos políticos: voto sistemático
para todos os cargos e processo
de revezamento mais ou menos
assegurado.
Da pólis grega ao estado de direito
– a situação no Brasil

1964-1970 = ditadura militar


 Capitalismo monopolista.
 Infraestrutura organizada para atender
interesses – “direitos atendidos”.
 Posição de país subalterno.
 Como viabilizar as propostas sociais
do Welfare State?

Fonte: Clip-art
Da pólis grega ao estado de direito
– a situação no Brasil

1988 = “Constituição cidadã”


 Ordenamento jurídico foi garantido /
novos instrumentos à disposição do
cidadão. os direitos dos cidadãos

Além disso:
 Código de Defesa do Consumidor /
Código de Trânsito / Novo Código
Civil etc.
 Organismos autônomos de exercício
democrático.
Interatividade

Analise as afirmações a seguir e assinale a falsa


em relação à situação do Brasil no debate frente
à questão da cidadania.
a) A ideologia nacionalista, com todos os seus
equívocos, significou um avanço em ternos
de repensar a cidadania.
b) O período mais propício para o exercício
da cidadania no Brasil foi durante o período
de ditadura militar.
c) Na libertação dos escravos pesou também
a necessidade de se ampliar o trabalho
assalariado, sem o qual não há capitalismo.
d) Foi crucial, no cenário mundial, o papel do
Brasil como economia agrária exportadora
de matérias-primas.
e) No Brasil, a segunda metade do século 20 foi
marcada por avanços importantes nos campos
social e político.
Resposta

b) O período mais propício para o exercício


da cidadania no Brasil foi durante
o período de ditadura militar.

 Comentário: o exercício da cidadania


não existe fora do regime democrático,
uma vez que dependemos dos direitos
civis e políticos para efetuar esta prática
ATÉ A PRÓXIMA!

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