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Cidadania

Prof.ª Renata Luzia Feital de Oliveira

Descrição O sentido de ser cidadão, os aspectos históricos e humanos.

Propósito Fomentar a cidadania de fato de forma contemporânea no século XXI.

Objetivos

Módulo 1 Módulo 2

Conhecendo a A Constituição de
cidadania 1988 e sua grande
importância
Empregar criticamente o conceito de
cidadania no contexto brasileiro.
Reconhecer o papel da Constituição de
1988 na ordem jurídica brasileira e na
aplicabilidade dos direitos sociais para
população brasileira.

Módulo 3 Módulo 4

Direitos humanos O cidadão e a


sociedade
Definir a importância dos direitos humanos
para a prática cidadã.
Reconhecer a responsabilidade do cidadão
para a transformação socioambiental, a
partir da relação entre meio ambiente e
sociedade

meeting_room Introdução
O conceito de cidadania tem data de nascimento e muita história.
Primeiramente, ele dizia respeito ao exercício político e interessado no
âmbito da cidade, mas especificamente das cidades-Estados gregas.
Portanto, a cidadania era destinada àqueles que compunham e viviam na e
da cidade. Ao longo do tempo, essa noção ganhou tanto alcance como
novos atributos, passando a ser entendida como um conjunto de deveres e
direitos das pessoas vinculadas a uma comunidade, mas também a um
conjunto de aspectos que compõe o que entendemos por sociedade, pelo
menos nos padrões ocidentais.

A cidadania é, portanto, o caminho e o direito que os indivíduos possuem


para participação ativa na sociedade. E do ponto de vista democrático é
por este caminho que se constitui uma sociedade justa e igualitária. Para
conhecer mais as aplicações desse conceito em nosso cotidiano, vamos
explorar a definição de cidadania, conhecer as bases históricas e sociais
em que ela foi criada e também explorar a sua relação com os direitos
fundamentais expressos na Constituição brasileira de 1988. Por fim,
evidenciaremos a percepção dos direitos humanos e da cidadania na
construção de novos sujeitos de direito.

1 - Conhecendo a cidadania
Ao final deste módulo, você será capaz de empregar criticamente o conceito de
cidadania no contexto brasileiro.

video_library Cidade, cidadão e cidadania


Confira agora a correlação entre espaço, Estado e tempo, para que seja possível
alcançar o que significa o termo cidadania.
O conceito e a origem do
termo cidadania
De acordo com o historiador José Murilo de Carvalho (2004), aqui no Brasil, a
palavra cidadania só foi cair no gosto popular depois de 1985, com o fim da
Ditadura Militar.

Atenção!
Isso tem razões óbvias, pois falar sobre cidadania envolve o reconhecimento de
direitos fundamentais, tais como: civis e políticos, sociais, econômicos, culturais
e o respeito à dignidade. Eles devem ser assegurados pelo Estado. Mas durante
o período militar, o que vimos foi uma total violação desses direitos.

No entanto, se você estudar com atenção, perceberá que o histórico da


cidadania vai acontecer muito antes desse período.

Vamos pegar uma máquina do tempo


e dar uma paradinha na Antiga Grécia,
lá pelos idos do século VIII a.C., em
uma sociedade na qual os homens
eram considerados livres e iguais e
viviam na chamada pólis grega.
Acrópole de Atenas.

Pólis grega
Eram as cidades-Estado da Grécia Antiga e foram fundamentais
para o desenvolvimento da cultura grega. Duas das cidades
gregas (pólis) que merecem destaque são Atenas e Esparta.

Nesse início, havia um paradoxo, ser cidadão não era para todos. Apenas
aqueles que possuíam riquezas e propriedades de terra poderiam ser
considerados cidadãos da pólis.

Já é possível perceber uma relação entre cidadão e cidade — sim, tem tudo a ver.
A forma como nos organizamos em sociedade e nas cidades precisa ser
respaldada por direitos e deveres, e isso passa pela nossa prática cidadã.

Caminhando mais um pouco nessa gênese da cidadania, vamos ver que na


Idade Média, com o feudalismo, a cidadania também encontrou obstáculos para
ser realizada. A Igreja Católica era quem administrava as cidades, e o exercício
desse poder era hierárquico e inquestionável. Dessa forma, falar sobre cidadania
ainda não era possível, pois se entre os gregos, a cidadania seria a igualdade
entre os homens, no feudalismo, o poder estava centrado nas mãos dos
religiosos, e ninguém poderia contestá-lo.

Avançando no tempo, veremos que, com o Renascimento (séculos XIV e XVI), a


palavra cidadania ganha novos significados. Era considerado cidadão aquele que
se destacava na cidade-Estado, no caso, a elite dominante. Mas já é possível
vislumbrarmos, nesse período, uma mudança em relação à forma de pensar o
mundo. As pessoas não mais explicavam os fenômenos sociais a partir de uma
origem divina, mas o homem assume um papel central na vida citadina. Nesse
período, saberes como a Ciência, a Literatura, e as Artes ganham espaços e
passam a orientar as visões das pessoas. Estamos na famosa época do
humanismo.

Feudalismo
Organização econômica, política, social e cultural baseada na posse da terra,
que predominou na Europa Ocidental durante a Idade Média.

Renascimento
Um período histórico e um movimento cultural, intelectual e artístico surgido
na Itália, entre os séculos XIV e XVI. Esse termo foi utilizado para indicar o
movimento de retomada da cultura clássica greco-romana.
Escola de Atenas, afresco renascentista por Rafael Sanzio, Museu do Vaticano, Itália.

Para explicar a cidadania, traçamos, de forma bem resumida, um caminho


histórico que nos leva à época contemporânea, em que todo cidadão deve ser
reconhecido como uma pessoa plena e igual na sociedade.

Atenção!
Ser cidadão é conquistar os direitos e cumprir com seus deveres. É com a
cidadania que o indivíduo pode lutar por direitos não apenas para si, mas para a
coletividade em coisas bem simples, mas essenciais, como o direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à propriedade e à fraternidade.

Com a Carta de Direitos das Organizações das Nações Unidas, em 1948, o


conceito de cidadania se torna pleno. Nela, está escrito que todos os homens
são iguais perante a lei, independentemente de raça, credo e etnia. Todos
também podem buscar o seu sustento por meio de um salário digno,
ascendendo socialmente pelos estudos. Todos têm direito à saúde, à moradia
digna e, claro, ao lazer.

Infelizmente, falta muito para que tudo


o que foi descrito até aqui aconteça.
Somente por esse resumo, já
percebemos que os indivíduos (isso
inclui mulheres, homossexuais,
transexuais) precisam fazer valer seus
direitos, questionar, lutar, reivindicar o
tempo todo, quando outros já
deixaram registrado ao longo da
história. No entanto, temos de exigir
que as normas e leis, elaboradas e
decididas coletivamente, não se
transformem em direitos de uma
minoria. Trata-se de um trabalho
árduo, mas necessário.

Voltando aos termos cidade e cidadania, precisamos ressaltar que a luta pelos
direitos sempre se deu no interior de um espaço territorial e envolveu quem vai
tutelar esses direitos. No caso de uma nação, estamos falando do Estado. Em
outras palavras, a relação das pessoas com o Estado e com a nação vai
determinar e muito a extensão da cidadania. As pessoas se tornam cidadãos na
medida em que começam a se sentir parte de uma nação e de um Estado.

Atualmente, a globalização coloca em xeque essa relação entre os cidadãos e


seus países.

Como é possível estabelecer uma identidade de


pertencimento se fazemos parte cada vez mais de outros
locais? Se falamos inglês melhor do que dominamos nosso
idioma? Se conhecemos bem a cultura de outros locais em
detrimento da nossa?

A internacionalização do sistema capitalista — que se intensificou nos últimos


anos, sobretudo com a acessibilidade da tecnologia, encurtando nossas
distâncias, abrindo fronteiras e facilitando o acesso a outras culturas — diminuiu
consideravelmente o poder local dos Estados e provocou uma crise nas
identidades nacionais.

Todo esse movimento acabou incidindo diretamente nos direitos políticos e


sociais das pessoas. Por isso há tantos tratados internacionais, leis propostas
internacionalmente e decretos relacionados à demanda global ou viveríamos em
uma ilha, sem contato com o mundo e com direitos locais não sendo
respeitados globalmente.

A cidadania é o conjunto de direitos e deveres exercidos por


um indivíduo que vive em sociedade, no que diz respeito ao
seu poder e grau de intervenção no usufruto de seus espaços
e na sua posição em poder neles intervir e transformá-los.

Mais do que nunca precisamos discutir sobre cidadania, porque isso afeta
nossas vidas, impacta nossa relação com o outro, com credos diferentes,
orientações políticas distintas, orientações sexuais múltiplas, com mais ou
menos renda, preto, branco, indígena ou mestiço, homem ou mulher, crianças,
idosos, todos precisam ser contemplados de forma igualitária ou teremos
falhado no percurso histórico sobre cidadania.

A colonização deixou marcas em


nossa história. A dominação de povos,
o extermínio, a guerra, a escravização,
a doença dizimando milhões de
indígenas, a forma como a
colonização se apresentou, muito
marcadamente de forma comercial,
como um empreendimento, que
estabeleceu de pronto relações
hierárquicas e desiguais entre
senhores de engenho e indígenas e
africanos escravizados.

O passado tem um peso enorme quando discutimos cidadania, sobretudo aqui


no Brasil. É o que vamos discutir agora, com os detalhes da formação de
cidadãos no país!

A cidadania no Brasil
Como nos mostra Carvalho (2004), a escravidão foi um fator extremamente
negativo na formação da cidadania no Brasil. Escravidão e grande propriedade
não se transformaram em ambientes propícios à formação de futuros cidadãos.
Os indivíduos escravizados não podiam ser chamados de cidadãos, pois não
tinham direitos civis básicos à integridade física. Eram tidos como coisas e
podiam ser espancados, mortos, caso a obediência não fosse uma condição
nata.

Segundo Carvalho (2004), os senhores também não eram cidadãos, apesar de


livres, de votarem e serem votados, “eram os homens bons do período colonial”
(p. 21). Faltava-lhes, contudo, o sentido da cidadania, ou seja, a noção de
igualdade de todos perante a lei. Mas a eles estavam destinadas as funções do
Estado, sobretudo as funções judiciárias. Isso significa que os senhores de
engenho transformavam a principal garantia dos direitos civis em instrumento de
poder pessoal. Conforme Carvalho (2004, p. 21), “o poder do governo terminava
na porteira das grandes fazendas”.
Com essa herança colonial tão negativa, já era de se esperar que a
independência não faria grandes mudanças no desenvolvimento da cidadania no
país. A Constituição outorgada de 1824, que regeu o país até o fim da
Monarquia, estabeleceu os três poderes tradicionais:

account_balance border_color balance


Executivo Legislativo Judiciário
A Constituição acabou regulando os direitos políticos — definiu quem podia votar
e ser votado. Homens a partir dos 25 anos com renda mínima de 100 mil réis
podiam votar. Já as mulheres, os escravizados e as crianças não eram
considerados cidadãos. Os libertos podiam votar e os analfabetos também.

Comentário
Carvalho (2004) mostra que essa Constituição foi considerada pelos estudiosos
da época muito liberal em comparação a de outros países. Com o passar do
tempo, a urbanização evoluiu, e com o surgimento da classe operária urbana, as
discussões sobre a cidadania foram reeditadas.

A Constituição de 1824 foi suspensa e o Brasil começa a receber imigrantes, no


período de 1884 a 1920, que se dirigiam, inicialmente, para as fazendas de café
de São Paulo e outra parte se fixava na capital, sendo empregada na indústria e
no comércio. Carvalho (2004) nos mostra que o movimento operário foi
importantíssimo para o desenvolvimento da cidadania. Segundo o autor, o
movimento lutava por direitos básicos, como o de organização, manifestação,
escolha de trabalho e o momento de fazer greve. Os operários lutaram ainda por
uma legislação trabalhista que regulasse o próprio trabalho, o descanso
semanal, as férias, o seguro de acidentes de trabalho e a aposentadoria.

Foi no governo de Vargas que a história da cidadania no Brasil


foi modificada, especialmente no que relaciona aos direitos
do trabalhador, luta já antiga do trabalhador brasileiro.

Carvalho (2004) afirma que foi a partir de 1930 que as mudanças sociais e
políticas no país começaram a acontecer de forma mais efetiva com muitos
avanços dos direitos sociais. Observe:

calendar_today 1930
Nesse ano, ocorre a criação do Ministério do Trabalho, da
Indústria e Comércio. A seguir, houve uma vasta legislação
trabalhista e previdenciária. Já em relação aos direitos
políticos, o autor mostra que ora tínhamos ditaduras, ora
regimes democráticos.

calendar_today 1937
Ocorre o golpe de Vargas, apoiado pelos militares,
inaugurando um período ditatorial que durou até 1945.

calendar_today 1945
A partir desse ano, uma nova intervenção militar derrubou
Vargas e pudemos experimentar o que seria uma
experiência de fato democrática. O voto popular ganha peso
e também o processo eleitoral. Esse período foi nomeado
como política populista, um fenômeno que não era
circunscrito apenas ao Brasil, mas atingiu vários países da
América Latina.

calendar_today 1964
Os militares novamente tomam o poder e implantam a
ditadura. Tudo o que o país ganhou em termos de direitos
civis se perdeu. A maioria foi suspensa, principalmente a
liberdade de expressão, do pensamento e de organização.
Incrivelmente, os militares permitiram alguns movimentos
sindicais, mas evidentemente ligados ao Estado.
calendar_today 1985
Com o fim da ditadura, voltam os direitos civis em cena.
Carvalho (2004) diz que essa retomada civil se dá de
maneira ordenada e sem retrocessos.

calendar_today 1988
Nasce a Constituição, com muitas garantias de direitos
civis.

calendar_today 1989
Ocorre a primeira eleição direta para presidente da
República desde 1960. Ainda assim, a estabilidade
democrática não está fora de perigo.

Os problemas econômicos mais sérios, como a desigualdade e o desemprego


não foram resolvidos pela democracia. Perduram os problemas da área social,
sobretudo na educação, nos serviços de saúde e saneamento, e houve
agravamento da situação dos direitos civis no que se refere à segurança
individual.

Saiba mais
Para Carvalho (2004), durante os 21 anos de Ditadura Militar houve muitos
retrocessos em relação à cidadania. Os avanços nos direitos sociais e a
retomada dos direitos políticos não resultaram, no entanto, em avanços dos
direitos civis. Pelo contrário, foram eles os que mais sofreram durante os
governos militares. O habeas corpus foi suspenso para crimes políticos,
deixando os cidadãos indefesos nas mãos dos agentes de segurança. A
privacidade do lar e o segredo da correspondência eram violados impunemente.
Prisões ocorriam sem mandado judicial e os presos eram mantidos isolados e
incomunicáveis, sem direito à defesa; submetidos a torturas sistemáticas por
métodos bárbaros que não raro levavam à morte. A liberdade de pensamento era
cerceada pela censura prévia à mídia e às manifestações artísticas, e, nas
universidades, pela aposentadoria e cassação de professores e pela proibição de
atividades políticas estudantis.

Atualmente, a democracia se vê novamente em perigo. Grupos de extrema


direita chegam ao poder no mundo todo, inclusive na América Latina. Apoiadores
desse movimento ideológico se reúnem, pedindo o fechamento do Supremo
Tribunal Federal, do Congresso Nacional e de outras instituições democráticas.

Muitos ocupam as ruas pedindo o retorno da Ditadura Militar. Há retrocessos


imensos em termos de direitos sociais que ameaçam os direitos políticos, estes
já sem respaldo por parte da população.

O braço violento do Estado entra nas


favelas e periferias atirando e
matando inocentes. Os direitos
humanos são violados, a imprensa
calada. Uma indústria de fake news se
apodera das redes sociais e passa a
informar por meio de mentiras
milhares de brasileiros. Uma epidemia
de um vírus sem quaisquer referências
médicas assola globalmente o mundo,

Ação pública no Rio de Janeiro contra o racismo e


parando cidades inteiras,
as violentas operações policiais nas favelas. desestabilizando economias e
colocando à prova sistemas de saúde.
Parece filme de catástrofe, mas é a
nossa realidade em 2020. Mais uma
vez, a democracia é questionada e
com ela todos os direitos que
conquistamos até então.

Problemas centrais de nossa sociedade, como a violência urbana, o


desemprego, o analfabetismo, a má qualidade da educação, a oferta inadequada
dos serviços de saúde e o saneamento, e as grandes desigualdades sociais e
econômicas continuam sem solução ou se agravam, ou, quando melhoram,
acontece em ritmo muito lento.

Comentário
Há uma nova consciência ambiental em curso, já que a ação do homem vem
destruindo o meio ambiente de forma global, visando, sobretudo, ao lucro e ao
consumo mundial. Diante desse quadro, a cidadania também se transforma e se
apresenta como um fenômeno não mais local — nacional —, mas transnacional,
com consequências nas mais diversas esferas da vida social e individual.

Será possível ainda cultivar a cidadania? É o que veremos a seguir!

Os sujeitos de direitos no
mundo globalizado
A globalização mudou a forma de nos relacionarmos no mundo. Impossível nos
mantermos desconectados ou isolados. A tecnologia aproxima-nos de um modo
que nos sentimos sozinhos no meio da multidão. Fronteiras abertas, uma
mobilidade intensa de pessoas que carregam as mazelas de doenças globais,
quebras de economias, movimentos políticos conservadores que vão tomando
corpo nas sociedades.

A globalização provocou o enfraquecimento do Estado-nação. Como será


possível agora proteger os direitos dos cidadãos? Será que podemos falar em
termos de uma cidadania global?

Resposta
Se pegarmos exemplos como a União Europeia, vamos ver que o cidadão não é
mais da França, da Espanha, da Itália, mas, sim, um cidadão europeu. Se antes a
cidadania estava inteiramente entrelaçada à questão do território, agora, com
fronteiras territoriais totalmente abertas, novas formas de espaços se articulam
para receber esse cidadão.

Outros desafios são colocados para as pessoas no mundo contemporâneo. Não


se pode mais pensar a cidadania como no século passado. Os pesquisadores e
articuladores de políticas públicas devem levar em consideração que, para
combater a desigualdade social, é preciso permitir um desenvolvimento social
globalizado. Dessa maneira, o sentido de cidadania tem de ser reconstruído, não
mais em bases da falta, da ausência, como um ser que precisa de proteção, mas
como sujeitos de direitos proativos, pessoas plurais, com várias identidades que
conversam entre si em espaços articulados da sociedade, isto é: universidades,
redes sociais, palanques, congressos etc.

Novos espaços são criados, como o


ciberespaço, nos quais parte da nossa
vida acontece. Assim, grupos antes
excluídos são capazes de articular
movimentos por meio de hashtags e
denunciar seus problemas, a fim de
chamar a atenção das pessoas.

A nova cidadania habilita novos


aspectos da vida social para o
processo político e reconfigura as
formas de atuação das pessoas.

Esse é o caminho no qual os direitos humanos precisam se firmar diante de uma


sociedade global que enfrente o desafio do multiculturalismo, do respeito às
diversidades, sem perder de vista os valores locais das diversas culturas.

Atenção!
A educação é crítica, política e aumenta a visão de mundo do ser humano. Por
meio dela, é possível formar cidadãos políticos e conhecedores da política, da
economia, da cultura, da ciência, da história, dos vários campos da vida e
transformar a sociedade de acordo com as suas necessidades.

video_library Cidadania digital


Já ouviu falar em cidadania digital? Neste vídeo, vamos conhecer essa nova
forma de exercer nossos direitos e deveres.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?


Questão 1

“Se devessem prevalecer os cidadãos passivos, os governantes acabariam


por transformar seus súditos num bando de ovelhas dedicadas tão somente
a pastar o capim uma ao lado da outra (e a não reclamar, acrescento eu, nem
mesmo quando o capim é escasso” (BOBBIO, 2001, p. 21).

De acordo com esse pensamento, podemos afirmar que

a cidadania deve ser exercida apenas quando nos sentimos


A
afetados pelo autoritarismo do poder público.

a cidadania deve ser passiva, pois ela depende do pasto que é


B
dado às ovelhas.

a cidadania deve ser ativa, ou seja, o indivíduo deve cobrar,


C
propor e pressionar o tempo todo.

a cidadania não fica ameaçada diante dessa passividade, já


D
que ela é mínima.

a cidadania deve ser exercida de forma opcional por quem


E
deseja.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A cidadania é proatividade. O cidadão precisa cobrar seus direitos quando


eles forem violados. Precisa se fazer ouvir, denunciar e cobrar do Estado a
prática da cidadania para todos.

Questão 2

Carlos está montando a sua agenda do fim de semana.


“Mainha, sei não, acho que hoje vou na cerimônia de lavagem do Bonfim.
Mais tarde, vou comer naquele restaurante novo japonês e fechar a noite no
show de reggae. Oxe, viu?”

A partir da leitura deste material e a partir dos planos de Carlos, podemos


inferir que

Carlos foi influenciado por elementos culturais que ficam


A
acessíveis por intermédio do fenômeno da globalização.

Carlos tem a sua naturalidade questionada, por não ter um


B
elemento cultural marcante nos termos de socialização.

Carlos não assimilou aspectos da cultura baiana, uma vez que


C
possui interesses diversos desta.

a globalização é um fenômeno que atinge apenas


D
determinados nichos da sociedade.

o fenômeno da globalização não atingiu Carlos, pois sua


E
agenda é formada por eventos na sua cidade.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A letra A está correta porque o fato de Carlos jantar em um restaurante


japonês e assistir a um show de reggae indica que ele sofreu influências
culturais, devido ao fenômeno da globalização, apesar de ainda apresentar
influências da própria cultura baiana.
2 - A Constituição de 1988 e sua grande
importância
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o papel da Constituição de
1988 na ordem jurídica brasileira e na aplicabilidade dos direitos sociais para
população brasileira.

A euforia da
redemocratização no país
Para iniciar os estudos deste módulo, vamos assistir a um vídeo sobre um dos
assuntos que serão abordados.

Euforia da redemocratização: a
video_library transição entre os regimes
políticos
Confira o contexto de criação da Constituição de 1988.
Quem encara, atualmente, as redes sociais para pedir o retorno da Ditadura
Militar ao Brasil desconhece o perrengue que foi viver sob o domínio de uma
ditadura, em que não se podia criticar, emitir opinião, ter liberdade de ir e vir sem
que a Polícia do Exército parasse você na rua e pedisse explicações. Período
obscuro em que nossas liberdades foram suspensas e muita violência foi usada
com o suposto objetivo de proteger a sociedade.

Confira as imagens do fotógrafo Evandro Teixeira:

O Brasil, antes que a Constituição


de 1988 surgisse, estava tentando
sair do regime político, cujo poder
esteve nas mãos das Forças
Armadas. Com o objetivo de
evitar uma ditadura comunista no
país, em período de Guerra Fria,
os militares deram um golpe de
Estado em 1964, que depôs o
Presidente João Goulart. Jango
era vice-presidente em 1960 e
acabou assumindo o poder
quando Jânio Quadros renunciou
em 1961. A ditadura vigorou no
Brasil com a anuência do
empresariado, sobretudo aqueles
ligados aos bancos e às
federações industriais.
Prisões arbitrárias, torturas,
estupros e milhares de
assassinatos, repressão aos
movimentos dos trabalhadores,
tudo aconteceu nesse período
com o aval das forças militares e
policiais do país. Direitos políticos
foram cassados, os meios de
comunicação censurados e a
cultura artística e literária
suspensa. Os presidentes que
governaram o Brasil nessa época
o fizeram sem o Congresso
Nacional.

Paralelo a isso, houve um intenso


crescimento econômico,
industrial e agrícola, em
decorrência dos investimentos do
Estado no país, mas é preciso
dizer que esse crescimento não
veio acompanhado de uma justa
distribuição de renda, pelo
contrário, os mais ricos ficaram
milionários graças à grande
concentração nas mãos de
poucas pessoas privilegiadas.

Somente a partir de 1974, o Brasil começa a experimentar uma abertura lenta e


gradual com a intensão de restaurar as liberdades políticas comuns da
democracia representativa. Em 1979, foi decretada a anistia aos presos políticos
e exilados, além de ser dada a permissão para a formação de novos partidos
políticos. Explodem as greves em 1978, principalmente da região do ABC
paulista, o que enfraquece ainda mais o regime militar.

A ruína do regime militar, entretanto, partiu das inúmeras manifestações nas


principais capitais brasileiras. O povo tomou as ruas pedindo a realização de
eleições diretas para presidente da República. O movimento foi encampado
pelos artistas e pela mídia, e ficou conhecido como Diretas Já.
Contrariando o interesse popular, os militares não realizaram a eleição direta.
Mesmo com a derrota da emenda Dante Oliveira, em 1984, que buscava
restaurar integralmente o direito ao voto da população, Tancredo Neves foi eleito
presidente do Brasil pelo Colégio Eleitoral. Mas o Brasil não estava com sorte.
Pouco antes da posse, Tancredo Neves foi internado e morreu, levando José
Sarney ao poder, o primeiro presidente civil do Brasil depois de 21 anos de
Ditadura Militar.

Tal processo de transição controlado por parte dos militares, conhecido como
distensão, resultou em algumas medidas importantes, tais como: o fim da
censura prévia, a revogação daquele que se constituiu do mais violento Ato
Institucional, o AI5; o retorno dos partidos políticos e a lei da Anistia.

Os militares saíram intocados do governo e permaneceram assim até hoje.


Perderam, contudo, prestígio, legitimidade social e estratégia. Confira!

Não conseguiram manter sob controle o


processo de liberalização do sistema
político e substituir gradativamente a
coerção da ditatura por um governo civil de
tipo autoritário.

(SCHWARCZ; STARLING, 2015, p. 471)

Vemos, assim, uma nova República nascendo. O clima de euforia pelos


movimentos sociais era grande, sobretudo a favor das eleições diretas.

A ordem agora era restaurar os direitos dos cidadãos que deixaram de existir
com a ditadura. Com a eleição de 1986, a Assembleia Constituinte elaborou uma
ampla consulta a pesquisadores, especialistas e a vários setores da sociedade, a
fim de elaborar uma nova Constituição.

Schwarcz e Starling (2015) mostram que a Assembleia Constituinte tem início


em fevereiro de 1987, e a Constituição foi promulgada no ano seguinte, em 5 de
outubro de 1988.

Atenção!
A Constituição tinha uma tarefa importante: encerrar a ditadura e estabelecer de
uma vez por todas a democracia no país, além de criar instituições democráticas
sólidas para enfrentar as crises políticas e reestabelecer os direitos e as
liberdades dos brasileiros.

Nasce uma Constituição


Cidadã
Veja, a seguir, o discurso de apresentação da Constituição de 1988, por Ulysses
Guimarães:

Declaro
promulgada. O
documento da
liberdade, da
dignidade, da
democracia, da
justiça social do
Brasil. Que Deus
nos ajude para
que isso se
cumpra.
(CÂMARA DOS DEPUTADOS, s. d., n.
p.)

Durante vários meses, a figura do deputado Ulysses Guimarães entrava na casa


dos brasileiros, proferindo essas palavras pelos vários telejornais das emissoras
de televisão, em 1988. Em uma audiência histórica no plenário da Câmara dos
Deputados, surgia a Constituição Federal da República Federativa do Brasil.

Saiba mais
A Carta da República de 1988, também chamada de Constituição Cidadã, é
considerada por vários constitucionalistas como uma das mais modernas e
democráticas do mundo, especialmente no que se refere ao respeito pelos
direitos e garantias individuais do cidadão. É bom que se diga que uma
constituição é um pacto social, sobretudo a de 1988, que teve ampla
participação popular. De acordo com Schwarcz e Starling (2015), a Constituição
marca uma ruptura com o modelo anterior, mais individualista. Ela é cidadã
porque incorpora os direitos dos trabalhadores no rol dos direitos fundamentais,
dando a condição de cláusulas pétreas, ou seja, normas intocáveis que serão
mantidas enquanto a Constituição vigorar.

Na Carta, podemos encontrar 250 artigos e 114 disposições constitucionais


transitórias.

A Constituição foi realizada em um momento que os movimentos sociais


clamavam por direitos humanos. Presentes nas pautas dos parlamentares que
fizeram parte das discussões sobre a Constituição estavam temas como a
qualidade de vida da população, mas também o desenvolvimento social e a
distribuição de renda estavam presentes na pauta dos parlamentares que
participaram da Assembleia Constituinte, eleita 18 meses após o fim oficial do
regime militar.

É preciso jamais esquecer do seu preâmbulo:

Nós, representantes do povo brasileiro,


reunidos em Assembleia Nacional
Constituinte, para instituir um Estado
Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais,
a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça
como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos,
fundada na harmonia social e
comprometida, na ordem interna e
internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a
proteção de Deus, a seguinte Constituição
da República Federativa do Brasil.

(CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO


BRASIL,1988)

Somente pelo preâmbulo já fica evidente que a Constituição preza pelos direitos
fundamentais, como vimos anunciando aqui. Além disso, a Constituição de 1988
rompeu de uma vez por todas com o antigo regime. Nesse sentido, inclui a
prática da tortura, tão presente no período anterior, como um crime inafiançável.

A Constituição é ponto norteador para


que todas as normas do ordenamento
jurídico possam ter legitimidade e
serem interpretadas, para que se
tornem aplicáveis na sociedade.

A Constituição brasileira está calcada em cinco fundamentos:


format_list_bulleted Soberania

format_list_bulleted Cidadania

format_list_bulleted Dignidade da pessoa humana

format_list_bulleted Valores sociais do trabalho e da livre


iniciativa

format_list_bulleted Pluralismo político

Segundo Schwarcz (2019), ela trata de vários assuntos, tais como: direitos e
garantias fundamentais, organização do Estado, dos poderes, defesa do Estado
e das instituições democráticas, tributações, ordem social. No entanto, há um
problema sério que a Constituição ainda não conseguiu resolver, apesar de
deixar expresso por meio das suas leis e normas: a enorme desigualdade social
enraizada entre nós. É desigualdade econômica, racial, regional, social, de
gênero, de geração e de oportunidades presentes nas várias áreas de atuação,
saúde, educação, moradia, transporte e lazer.
O Legado da Constituição
de 1988
Não há dúvida de que os direitos sociais são o grande legado da Constituição de
1988. Mas estamos respeitando a Constituição até hoje?

Golpes de Estado, impeachment e emendas têm aberto fraturas no processo


constituinte que nos fazem questionar se ainda é possível dar garantias da
democracia constitucional e, por tabela, a todos os direitos nela inclusos.

Segundo Schwarcz (2019), a desigualdade tende a aumentar em países que não


investem no trabalho, geração de renda e não estimulam o consumo de bens
culturais. Por essa razão, os países periféricos são os mais atingidos. Por meio
de uma pesquisa divulgada pelo IBGE em 2018, a desigualdade de renda segue
como um problema. Além disso, a pesquisa mostrou que a pobreza e a pobreza
extrema aumentaram muito no país.

Comentário
Não adianta apenas registrar direitos em um documento oficial, é preciso que na
prática eles aconteçam. É lógico que nosso passado escravocrata tem muito a
ver com isso. O homem é um ser social e dotado de direitos fundamentais, que o
permitem ser ativo na sociedade. Assim, como agente social que é, deve ter
assegurados determinados direitos, como os políticos, sociais e econômicos,
que o transformam em ator da história de sua cidadania. O país carrega um
passado que transformou esse homem comum em coisa, em objeto, sendo
escravizado e utilizado como servo e, mesmo depois, por meio do trabalho
assalariado, ainda tem vivido uma condição de explorado.

A Constituição de 1988 estabelece um verdadeiro projeto social para o Brasil. Ao


Estado, por meio de seus vários poderes e instâncias, compete implantar esse
conjunto de objetivos, traduzido em políticas, diretrizes e metas a serem
alcançadas.

O exercício dos direitos depende,


necessariamente, da atuação do
Legislativo, na produção de um
ordenamento jurídico justo, de uma
atuação do Executivo que promova a
implementação de políticas públicas que
atendam às demandas sociais e de que o
Poder Judiciário facilite o acesso à justiça
na resolução dos conflitos. Estas
condições se estendem, no plano da
Federação, à União, aos Estados e aos
Municípios.

(ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO, s. d., p. 3)

O cidadão do século XXI precisa ser proativo e promover mudanças na


sociedade. É o tempo todo um exercício de direitos e deveres. A prática da
cidadania vincula-se à instauração da democracia, tendo como suporte todas as
regras presentes na Constituição. Ela está comprometida com a efetivação dos
direitos positivados por meio da cooperação entre indivíduos e grupos. O
respeito aos grupos com matrizes culturais diferentes é uma premissa que vai
gerar novos sujeitos de direitos, a ampliação do espaço participativo e a
efetivação dos direitos humanos.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

No Brasil, a Constituição de 1988 demonstra uma preocupação mais explícita


com os valores de justiça e liberdade. Nesse contexto, o exemplo de um
direito social contemplado na Constituição brasileira é a garantia de

A liberdade de manifestar o pensamento.

B igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações.


C votar para escolher representantes no Legislativo.

D acesso à educação, à saúde, ao trabalho e à moradia.

E exercer o direito de ir e vir livremente.

Parabéns! A alternativa D está correta.

A Constituição de 1988 garante vários direitos sociais, tais como: educação,


saúde, moradia, trabalho, mobilidade e outros. Esses direitos estão baseados
em princípios como a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade.

Questão 2

A Constituição de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, foi


considerada uma grande conquista democrática após mais de duas décadas
de regimes militares por garantir amplos direitos à população brasileira, em
vários âmbitos da vida social. Dito isso, aponte, entre as alternativas abaixo,
qual direito não está garantido na Constituição de 1988.

Direito de voto a toda a população, incluindo analfabetos e


A
adolescentes maiores de 16 anos.

Direito ao acesso à Previdência Social pelos trabalhadores do


B
campo.

C Garantia do direito amplo de greve aos trabalhadores.

Direito de forças policiais praticarem a tortura para obter


D
confissões.
E Direito ao trabalho.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Exatamente a fim de combater uma prática do anterior regime ditatorial e


romper de uma vez por todas com ele, a Constituição proibiu veementemente
a prática de tortura, transformando-a crime inafiançável.

3 - Direitos humanos
Ao final deste módulo, você será capaz de definir a importância dos direitos
humanos para a prática cidadã.

A importância dos direitos


video_library humanos para a prática cidadã
Neste vídeo, você verá que toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
Por que é preciso respeitar
os direitos humanos?
Não é preciso estudar Direito para entender o que sejam os direitos humanos.
Eles se caracterizam por todos os direitos inerentes aos seres humanos,
independentemente do sexo, da raça, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou
qualquer outra condição social. Os direitos humanos incluem ainda o direito à
vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à
educação. Todas as pessoas no mundo merecem esses direitos sem
discriminação.

Os direitos humanos são expressamente garantidos pela Lei


de Direitos Humanos, que tem a função de proteger pessoas
e grupos contra quem, por meio de ações, interfira na
liberdade e na dignidade humana.

Sem os direitos estabelecidos para as pessoas, não há como viver em


sociedade. Os direitos humanos regem não somente o modo como os indivíduos
interagem entre si, como também a relação que os indivíduos têm com o Estado
e as obrigações que o Estado tem com o seu povo.

Agora que já compreendemos o que significa direitos humanos, precisamos


entender que toda norma traz em si determinadas características que as
definem e as constituem, assim, veja as cinco características mais importantes:
check 1
Os direitos humanos surgiram do respeito pela dignidade e
pelo valor de cada pessoa.

check 2
Os direitos humanos são universais, ou seja, são
direcionados de forma equitativa e sem discriminação a
todos os seres humanos.

check 3
Os direitos humanos são inalienáveis, ninguém pode ficar de
fora da atuação desses direitos; contudo, a doutrina explica
que eles podem ser limitados em situações específicas, por
exemplo, o direito à liberdade pode ser restringido se uma
pessoa for considerada culpada de um crime perante um
tribunal.

check 4
Os direitos humanos são indivisíveis, inter-relacionados e
interdependentes, não se pode respeitar alguns direitos e
outros não. Isso significa que a negação ou violação de um
direito pode afetar o respeito por outros.

check 5
Todos os direitos são considerados importantes e sem
hierarquias, mas é preciso ter sempre em mente a dignidade
e o valor de cada ser humano.

É preciso que se diga que todos os direitos humanos estão expressos em


tratados, ou seja, “conjuntos de princípios e outras modalidades do Direito”
(NAÇÕES UNIDAS, s. d., n. p). Segundo esse mesmo site, a legislação proposta
pelos direitos humanos obriga os Estados a agirem de uma forma e os proíbem
a se envolverem em determinadas questões específicas. No entanto, é preciso
lembrar que a legislação não estabelece os direitos humanos. Estes são direitos
inerentes a cada pessoa. Os tratados servem, então, para proteger formalmente
os direitos das pessoas ou grupos contra ações ou abandonos dos governantes.
Por essas e outras razões, regularmente, ouvimos nos noticiários algumas
pessoas pedindo ajuda sobre violações de direitos humanos à ONU, mas para
fazer isso é preciso esgotar todos os recursos jurídicos no país de origem.

É importante frisar que os direitos humanos não são apenas


leis presentes em um documento. Eles dizem respeito às
decisões que tomamos e situações que vivenciamos
cotidianamente.

Por exemplo, se uma pessoa pública fez algo que nos incomoda, a maioria não
hesita em correr para as redes sociais para compartilhar o péssimo exemplo.
Quando fazemos isso, estamos exercendo um direito humano — o direito à
liberdade de expressão.

Não temos conta de quando os direitos humanos são respeitados, eles passam
quase despercebidos. Nenhuma criança, por exemplo, acorda comemorando o
fato de poder ir para a escola. Mas aqueles que moram em periferias e
encontram suas escolas fechadas, sem professor ou sem merenda, precisam
colocar a boca no trombone para terem seus direitos respeitados.

Diante do tanto que já discutimos aqui, ficou claro para você a relação entre
direitos humanos e cidadania?

Resposta
Enquanto os direitos humanos garantem as liberdades básicas que uma pessoa
deve ter, desde a sua liberdade de opinião, de ter uma religião, de ir e vir dentro
da sua cidade; a cidadania diz respeito ao fato de as pessoas usufruírem os
direitos que o Estado concede. É uma relação básica.

Direitos humanos X
Direitos fundamentais
Aposto que você já ouviu a expressão direitos humanos e direitos fundamentais
como sinônimos. Não está errado. Apesar de o conteúdo de ambos serem os
mesmos, observe alguns detalhes a seguir.

Direitos Direitos
humanos fundamentais
Constituem um conjunto de Englobam a coletividade, são
direitos e garantias do ser os direitos humanos
humano, estando relacionado incorporados pela
com igualdade e liberdade e Constituição, no caso do
estão expressos no Direito Brasil, da Constituição cidadã
Internacional. de 1988.

Dessa forma, a Constituição Federal dividiu os Direitos e Garantias


Fundamentais em:

Direitos individuais e coletivos expand_more

São os direitos ligados ao conceito de pessoa humana e à sua


personalidade, tais como o direito à vida, à igualdade, à dignidade, à
segurança, à honra, à liberdade e à propriedade (artigo 5º e seus incisos).

Direitos sociais expand_more

São os direitos referentes à educação, saúde, ao trabalho, à previdência


social, ao lazer, à segurança, proteção à maternidade e à infância e
assistência aos desamparados. Sua finalidade é a melhoria das
condições de vida dos menos favorecidos, concretizando, assim, a
igualdade social (a partir do artigo 6º).

Direitos de nacionalidade expand_more

Ter nacionalidade significa o vínculo jurídico político que liga um


indivíduo a certo e determinado Estado, fazendo com que este indivíduo
se torne um componente do povo, capacitando-o a exigir sua proteção e,
em contrapartida, o Estado sujeita-o a cumprir deveres impostos a todos.

Direitos políticos expand_more

Permitem ao indivíduo, por meio de direitos públicos subjetivos, exercer


sua cidadania, participando de forma ativa dos negócios políticos do
Estado (artigo 14).

Direitos relacionados à existência, organização e à participação em


partidos políticos: Garante a autonomia e a liberdade plena dos partidos
políticos como instrumentos necessários e importantes na preservação
do Estado democrático de Direito (artigo 17).

Dessa forma, para Oliveira (2010, p. 23):

Os direitos humanos reportam a categorias


normativas destinadas a assegurar a
dignidade da pessoa humana, com
reconhecimento em âmbito internacional —
independentemente de vinculação a uma
ordem jurídica interna específica —, e que
os direitos fundamentais se referem a
categorias normativas, tomando em conta
os direitos humanos acolhidos, expressa
ou implicitamente, na ordem jurídica de
determinado Estado.

(OLIVEIRA, 2010, p. 65)

Declaração Universal dos


Direitos Humanos
Os direitos humanos possuem um documento-chave, um representante de todas
as ideias contidas no sentido atribuído a eles, chamado de Declaração Universal
dos Direitos Humanos.

Esse documento foi elaborado por


pessoas de diferentes origens
culturais e jurídicas de todo o mundo.
A declaração foi proclamada pela
Assembleia Geral das Nações Unidas
em Paris, mais precisamente no dia 10
de dezembro de 1948, por meio da
Resolução 217 A (III) da Assembleia
Geral e foi instituída como uma norma
comum a ser atingida por todos os
povos e nações.

Pela primeira vez, uma declaração estabelece a proteção universal dos direitos
humanos.

Curiosidade
A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu depois de toda violência e
dos assassinatos em massa ocorridos depois da Segunda Guerra Mundial. Os
horrores da guerra estavam estampados nas pessoas que sobreviveram. Era
preciso impedir que aquela barbárie acontecesse, e um novo mundo precisava
ser reconstruído. O documento marcou, assim, um novo caminho para os países
que se envolvessem em conflitos, pois princípios como a dignidade da pessoa
humana precisavam ser fortalecidos.

A declaração pode ser apresentada como princípios regulatórios que abarcam


as ações estatais, mas também as ações dos próprios cidadãos. É possível
resumir todo o seu conteúdo em conceitos como: cidadania, democracia e paz.
Infelizmente, depois de muitos anos desde o seu nascimento, os direitos
contidos na declaração ainda precisam ser efetivados em diversas nações.

É papel de todas as pessoas fiscalizarem e cobrarem


pelos direitos que a declaração propõe.

Direitos humanos é um assunto que diz respeito a todas as pessoas no mundo,


independentemente de suas diferenças.

Comentário
No entanto, há uma tendência, especialmente no Brasil, em desconsiderar os
direitos humanos e mais ainda a desprezá-los e inclui-los como categorias
ideológicas a serem combatidas. Vimos como os direitos humanos são
reconhecidos como um marco da história humana. No Brasil, o senso comum
geralmente atribui como sinônimo de direitos humanos, impunidade, injustiça e
uma forma de não punição para bandidos. Trata-se, contudo, de um grande
engano que precisa ser corrigido o quanto antes, tendo em vista a importância
de garantir nossos direitos.

São esses direitos que nos permitem construir uma sociedade inclusiva e justa,
são eles que colocam a lei como parâmetro, e desautorizá-la não vai melhorar
em nada a nossa situação.

Direitos humanos e
contemporaneidade
Aposto que você já assistiu Tropa de Elite (2007). O filme do cineasta brasileiro
José Padilha causou muito barulho na época, sendo, inclusive, comercializado
antes da exibição nos cinemas. Ao apresentar uma violência institucionalizada
na Polícia Militar, o filme, mais do que pura diversão, mostrou, por meio do
exaltado Capitão Nascimento, como anda a questão dos direitos humanos no
Brasil. O filme não aborda apenas a ação dos policiais do Batalhão de Operações
Especiais (BOPE) nas favelas do Rio de Janeiro, mas deixa claro lógicas que
estruturam, em nosso país, as relações sociais marcadas pela ausência da lei,
pela violência física e simbólica e por hierarquias de poder que delimitam quem
pode ou não ser designado cidadão.

Veja a seguir algumas expressões que se popularizaram quando há um debate


sobre os direitos humanos.

“Bandido bom é bandido morto” expand_more

Essa fala não pode ser atribuída apenas ao Capitão Nascimento no filme.
Ela ganhou uma multidão que passou a repeti-la como um bordão e a
mudar as práticas cidadãs em xeque no país. Bandido bom, na
perspectiva apresentada, seria o cidadão, aquele capaz de ter direitos,
direito de defesa, por exemplo, e em uma visão maior, direito à própria
vida.

A matéria do jornal O Globo, de 2017, mostrou, de acordo com a pesquisa


do Centro de Estudos em Segurança e Cidadania, da Universidade
Cândido Mendes, que para 37% dos cariocas, a frase “Bandido bom é
bandido morto” está correta e deve ser seguida. A mesma reportagem
apresenta que apesar da diminuição de pessoas que seguem essa
crença, segundo uma pesquisadora desse Instituto, a questão dos
direitos humanos acabou sendo mal compreendida nos últimos tempos.

“Direitos humanos para humanos direitos” expand_more

Ainda há outras sentenças piores, como nos lembra o digital influencer,


Cauê Moura, “Direitos humanos para humanos direitos”, como se fosse
possível naturalizar o fato de que alguém pode decidir quem vive e quem
morre, quem pode ou não ser portador de direitos. Somente não
podemos nos esquecer de que “toda pessoa é capaz de direitos e
deveres na ordem civil” (ART 1º DO CÓDIGO CIVIL).

A mídia, os produtos da indústria cultural, como o cinema, por exemplo,


contribuem de forma decisiva para a construção dessa imagem mental de que o
bandido não tem correção, não tem solução, não tem jeito, tampouco merece o
direito de viver. Filmes como esse, programas sensacionalistas, reportagens mal
apuradas e subjetivadas ajudam a afastar a noção correta de direitos humanos
dos consumidores desses produtos culturais. Desse modo, toda a história da
origem dos direitos humanos, da globalização e internacionalização de seus
sentidos e aplicabilidades caem por terra. E assim, infelizmente, vamos
acompanhando a trajetória de pessoas que entraram no crime, encarceradas,
sem a menor perspectiva de socialização, sendo devolvidas precocemente à
sociedade, sem uma oportunidade para recomeçar e já condenadas de antemão.

A representação de como os policiais da dita elite corporativa pensam o


bandido, no filme Tropa de Elite, torna-se mais importante que a própria
realidade. No mundo da chamada pós-verdade, a verdade é o que menos
importa. O que se acha dela, o juízo de valor, esse sim, molda e organiza toda
relação com o mundo. As representações do bandido como lixo, inimigo,
totalmente demonizado, acabam prevalecendo e reverberando em toda
sociedade. Assim, o “bandido bom” nunca deverá ser o cidadão detentor de
direitos, mas o inimigo que deve ser abatido, com licença para ser morto.

Alunos de escola pública em Salvador, Bahia.

Nesse sentido, entre todos os direitos, a Educação é essencial, pois é ela que
ajudará a desenvolver uma consciência crítica que permita mudar pensamentos
e ações como essa. As pessoas precisam entender que são sujeitos sociais e
que podem transformar a sociedade. Portanto, o direito à Educação se insere
como instrumento de mudança social prevista na Constituição Federal, art. 205 e
na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
A educação, direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo
para o exercício da cidadania […]

(LEI Nº 9.394/96)

As crianças não nascem com conhecimento das leis, dos direitos e deveres, de
cidadania, é todo um processo, um aprendizado contínuo que passa pela
socialização e escolarização, e esse processo precisa ser efetivado.

A educação pública é um dever básico do Estado com


seus cidadãos.

Para modificar tais concepções de vida que excluem, que designam quem pode
ou não ser portador de direitos, só mesmo por meio da Educação. Isso porque
anunciada desde a consolidação da Declaração dos Direitos Humanos em 1948,
a Educação permite o respeito aos direitos humanos. Segundo Rutkoski (2006),
a Educação envolve princípios de posicionamento político, tanto para que os
grupos que historicamente foram desfavorecidos na sociedade estejam
conscientes de seus direitos e possam lutar coletivamente por eles quanto para
fortalecer a cidadania.

Atenção!
Dessa forma, por meio da Educação, as pessoas precisam acreditar que os
direitos humanos, na contemporaneidade, são fundamentais para um salutar
convívio na sociedade. Só assim esse discurso que viralizou deslegitimando os
direitos humanos poderá se esvaziar e os valores civis básicos, como o direito à
vida e à dignidade de todas as pessoas, serão de fato respeitados.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão. Esse direito


inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e
transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de
fronteiras.

Tal princípio está positivado na(o)

A Constituição de 1946.

B Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas.

C Declaração dos Direitos Humanos.

D Código Civil.

E Código penal.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A Declaração dos Direitos Humanos estabelece uma série de proposições


que vai desde o princípio que garante a lei e a liberdade das pessoas até o
direito de se manifestar sobre as questões da vida.

Questão 2

A questão da cidadania atrelada aos direitos humanos é um dos aspectos


mais marcantes da contemporaneidade. “A noção clássica que influencia até
hoje a discussão sobre o tema, advém de Marshall (1967), que afirmava que a
cidadania é aquele estatuto que se concede aos membros de pleno direito de
uma comunidade. Os seus beneficiários são iguais no que respeita a direitos
e obrigações” (BERAS, 2013, p. 36).

A partir das informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir:

I) Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade


perante a lei, ou seja, é ter direitos civis.
II) Ser cidadão é também possuir direitos políticos, poder votar, ser votado, e
expressar opiniões ideológicas diversas.

III) Ser cidadão é também possuir direitos sociais, que inclui o direito à
educação, ao trabalho, ao salário justo e à saúde.

É correto o que se afirma em

A I, apenas.

B III, apenas.

C I e II, apenas.

D I, II e III.

E I e III, apenas.

Parabéns! A alternativa D está correta.

As três asserções estão corretas porque englobam os conceitos básicos que


definem a cidadania e o papel do cidadão: o direito à liberdade e à igualdade,
o acesso aos direitos políticos e aos direitos sociais.
4 - O cidadão e a sociedade
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a responsabilidade do
cidadão para a transformação socioambiental, a partir da relação entre meio
ambiente e sociedade.

Responsabilidade ambiental para


video_library a formação do cidadão
Confira a relação entre educação ambiental, responsabilidade ambiental,
responsabilidade social e como o respeito a esses processos permite estruturar
e fortalecer a cidadania.
O meio ambiente e a
sociedade
Há algum tempo, tornou-se rotina ligar a TV e encontrar alguma pauta nos
telejornais sobre o meio ambiente, tais como: efeito estufa, aquecimento global,
geleiras derretendo, animais morrendo, alterações nos climas, garimpos
clandestinos destruindo matas, Amazônia em chamas. Os desastres naturais
nunca foram tão discutidos como agora.

Mas qual a relação entre meio ambiente e sociedade, o que


quer dizer sustentabilidade? Será que eu e você temos
alguma culpa em relação a toda essa destruição? Temos
como mudar a situação?

Essas são algumas questões para refletir aqui neste módulo, afinal, temos uma
responsabilidade com o meio ambiente e, é claro, isso passa pela questão da
cidadania.

O que é o meio ambiente?


Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, que aconteceu em
Estocolmo em 1972, definiu-se o meio ambiente como “o conjunto de
componentes físicos, químicos, biológicos e sociais, capazes de causar efeitos
diretos e indiretos em um prazo curto ou longo sobre os seres vivos e as
atividades humanas”. Partindo dessa definição, é preciso diferenciar duas
ciências distintas, mas essenciais para se estudar o meio ambiente:

Ciências ambientais

Campo amplo, que necessariamente inclui o homem na relação com o


meio ambiente, envolvendo sustentabilidade, planejamento e gestão
ambiental, licenciamento ambiental entre outros assuntos. Nesse
contexto, o homem e o meio ambiente seriam indissociáveis.

Ecologia

É a ciência que diz respeito a como os organismos interagem uns com os


outros e com o meio físico ao seu redor.

Apesar de distintas, essas duas ciências são importantes no estudo do meio


ambiente, pois conhecer os princípios de uma é essencial para se compreender
completamente a outra.

Ambas fornecem conhecimentos importantes sobre o meio ambiente e como as


pessoas podem preservá-lo ou explorá-lo de maneira consciente e sustentável.

Sustentabilidade
Sustentabilidade é outra palavrinha mágica nessa questão sobre meio ambiente.
E não, isso não é um papo ecochato. Se quisermos viver bem, com abundância
de recursos naturais, temos de dominar esses assuntos ou em breve não
teremos mais lugar nesse mundo.

Atenção!
Sustentabilidade é simples de se compreender: refere-se ao equilíbrio entre o
que precisamos da natureza e o que oferecemos em troca. Significa economizar
recursos e utilizar melhor o que consumimos, como água e energia; é reciclar,
diminuir resíduos e poluentes, pensar no destino de tudo o que produzimos e
descartamos, e na origem de tudo o que utilizamos; é tratar o meio ambiente
com responsabilidade.

O termo sustentabilidade está ligado diretamente à ideia de utilização de algo,


sem que, com isso, a capacidade de ser consumida por outras pessoas termine
por esgotá-lo. A sustentabilidade ambiental também tem esse significado,
porém, de maneira mais complexa, por estar ligada ao meio ambiente e a tudo
que o engloba. Assim, as próximas gerações não ficarão sem suprimentos.
É simples: ser sustentável é ter a responsabilidade de utilizar,
mas também cuidar para que não falte ao próximo que vai
utilizar.

Começamos a ouvir falar de sustentabilidade a partir de 1980, ligada ao


desenvolvimento sustentável. A partir dessa data, pesquisadores, gestores de
políticas públicas e organizações não governamentais começaram a discutir o
crescimento e desenvolvimento das nações sem a extinção dos recursos
naturais. Desde essa discussão, as populações de todo mundo perceberam que
a água, por exemplo, um bem natural cujo fim jamais havia sido cogitado,
poderia desaparecer do planeta.

Nossas ações modificam o meio ambiente para o bem ou para o mal. Se


compreendermos que, sem a água, o oxigênio, os minérios, o solo, a energia e o
calor do sol, as florestas e os animais, não conseguiremos viver, talvez ações
sustentáveis passem a fazer parte do dia a dia das pessoas de forma
consciente.

Saiba mais
Desde março de 2020, com a pandemia do novo coronavírus, as pessoas tiveram
de cumprir isolamentos sociais para evitar a propagação do vírus. Isso foi o
suficiente para que animais silvestres pudessem ser encontrados em ruas das
grandes cidades, baías e rios antes poluídos voltassem a ficar limpos e o ar
ficasse menos poluído.

Por isso, consumir produtos orgânicos, evitar o consumo excessivo de produtos


químicos, reutilizar sempre que possível embalagens, separar o lixo e incentivar
a reciclagem, utilizar transportes menos poluentes; são pequenas ações, mas
que podem transformar nosso meio ambiente. Nesse sentido, a educação
ambiental faz toda a diferença, pois ela começa a ensinar crianças e
adolescentes a lidar com a nova cultura. Para tal, é importante que, além das
escolas, as empresas também adotem a sustentabilidade ambiental,
incorporando ações que resultem em um crescimento econômico sem prejuízos
ao meio ambiente.
Todos esses conceitos estão interligados e fazem parte do nosso meio social.
Vivemos em cidades cada vez maiores e mais populosas, mas nem sempre nos
damos conta dos custos ambientais que essa escolha gera. Não analisamos o
que e como consumimos, ou como descartamos nossos rejeitos, e a capacidade
da terra de repor tudo que precisamos e reciclar o que rejeitamos. Consumimos
mais do que precisamos e descartamos muito além do que podemos gerenciar.
Hoje os resíduos já são enviados de um país a outro por termos, cada vez mais,
espaços limitados para o seu armazenamento.

O consumo exacerbado de recursos naturais e a falta de


preocupação com os resíduos gerados são duas causas
primordiais por trás dos impactos que o homem tem causado
ao meio ambiente.

Outro problema que precisamos enfrentar também diz respeito aos resíduos que
são gerados pelo consumo dos recursos naturais pela população humana. O
meio ambiente precisa de tempo para que os recursos naturais renováveis sejam
naturalmente repostos e precisa também de tempo para que os resíduos
gerados possam ser incorporados pelo sistema. Da mesma forma, para que os
serviços ecossistêmicos sejam mantidos, é preciso que os sistemas naturais
sejam mantidos em funcionamento adequado.

Se consumimos e geramos resíduos em uma velocidade acima da que o


ambiente leva para repor recursos e lidar com os resíduos, então, temos um
problema de insustentabilidade. Aliados à insustentabilidade, estão os
problemas adicionais que esses resíduos causam no meio ambiente.

Isso significa que as próximas gerações sofrerão as consequências mais


severas dos problemas que só recentemente reconhecemos.
Esses problemas são muitos e serão discutidos neste bloco, mas, basicamente,
referem-se a desequilíbrios diversos nos sistemas vivos e físicos, já descritos.

Comentário
Como dependemos desses sistemas, estamos comprometendo o futuro da
nossa própria espécie. É claro que já estamos sofrendo as consequências de
nossos atos no presente, mas as gerações futuras serão mais drasticamente
afetadas. Alterações de ordem política, social e econômica decorrentes da
escassez de recursos (como solos férteis e água, por exemplo) são esperadas,
agravando ainda mais a crise mundial.

O consumo consciente
Outra questão que está no cerne dos problemas ambientais atuais é o padrão de
consumo exacerbado. Embora mais pessoas no mundo, necessariamente, levem
a um aumento do consumo de recursos e utilização de serviços ambientais, uma
proporção da população mundial tem consumido muito mais recursos do que o
restante. Basicamente, o padrão de consumo dessas pessoas é muito alto.

A área média produtiva que um norte-americano requer para prover tudo que ele
precisa é quase 8 vezes maior que a de um indiano e 2,7 vezes maior que a de
um brasileiro (GLOBAL FOOTPRINT NETWORK, s.d.).

Caso toda a população mundial


tivesse o mesmo padrão de consumo
dos americanos, precisaríamos de
mais de cinco planetas para sustentar
a população atual.

Assim, além do consumo exacerbado,


a desigualdade na distribuição das
riquezas é outro problema.

Há um abismo na distribuição da riqueza entre os países ditos desenvolvidos e


os subdesenvolvidos. Tal abismo se repete também dentro de cada país, seja ele
desenvolvido, no qual o fosso que separa ricos e pobres é menor, ou
subdesenvolvido, em que o abismo é maior.
Segundo declarou a organização não governamental britânica
Oxfam durante o Fórum Econômico Mundial (Davos, Suíça),
cerca de 7 milhões de pessoas que compõem o grupo dos 1%
mais ricos do mundo concentram 82% de toda riqueza global
gerada em 2017. Nessas condições, a vida torna-se uma
batalha diária e a preocupação com o meio ambiente fica em
segundo plano.

Isso é fácil de entender: se você constantemente passasse fome por não ter
dinheiro para comprar alimentos, mas pudesse obter carne caçando animais
silvestres, você deixaria de caçar? Ou se você mal tivesse dinheiro para comer,
teria preocupação em comprar produtos que agridem menos o meio ambiente?

E no meio de toda essa dificuldade, grande parte dessa população miserável


ainda é bombardeada por propagandas que a instigam a buscar o inatingível
padrão de consumo dos mais ricos. Isso só faz crescer a demanda por recursos
naturais, os impactos ambientais e a geração de resíduos e poluição.

A educação ambiental para


a transformação social
A educação é um direito de todos os cidadãos e um processo de transmissão de
culturas, saberes e conhecimentos. Por meio da educação, é possível garantir a
nossa socialização, que começa ainda pela família e se estende de maneira
formal pela escola.

A educação traz conhecimento e, portanto, favorece


nosso desenvolvimento social, econômico e
ambiental.

A educação ambiental, como todo processo educacional, “busca desenvolver as


potencialidades das pessoas, a fim de favorecer uma melhor relação humano-
ambiente, ou seja, com todo o meio que nos cerca” (ANDRADE; BONFIM, 2018,
p.13). Dessa forma, ela representa uma importante ferramenta para
enfrentarmos o desafio imposto pela questão ambiental.

Uma nova relação entre homem e natureza é proposta no seio da educação


ambiental, em que ambos andam lado a lado, constituindo uma das bases do
desenvolvimento sustentável, que leva a um envolvimento maior da população
nas decisões e ações ambientais. A população deixa de ser passiva e passa a
ser ativa e participativa.

Entendem-se por educação ambiental, os


processos por meio dos quais o indivíduo e
a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação
do meio ambiente, bem de uso comum do
povo, essencial à sadia qualidade de vida e
sua sustentabilidade.

(LEI Nº 9.795/1999)

Nas escolas, a educação ambiental deverá fazer parte de todos os níveis de


ensino, como tema transversal, ou seja, presente em todas as disciplinas.

Aprender sobre o meio ambiente


desde pequeno é um dos recursos que
possibilita a sensibilização e a
preparação da população para
colaborar na solução dos problemas
ambientais que afligem o planeta. Por
meio do estudo, busca-se
conscientizar as pessoas a respeito
da gravidade dos problemas
ambientais e desenvolver técnicas e
métodos que permitam a ação da
sociedade em defesa do meio
ambiente.
A partir do momento que a educação ambiental se torna uma realidade na
sociedade, ela fomenta cidadãos mais conscientes, capazes de desenvolver
laços com outros cidadãos, fortalecendo o senso individual e coletivo a partir
das ações em busca de alternativas e soluções para os problemas ambientais
que vivemos. E o compartilhamento de informações leva os indivíduos a ações,
que podem ser desde as mais simples, como fechar a torneira enquanto estiver
escovando os dentes, até técnicas mais sofisticadas de reutilização de resíduos.

Segundo Marcatto (2002), a Lei nº 9.795/99 é a mais recente e importante para a


educação ambiental, pois define os princípios relativos que deverão ser seguidos
em todo o país. A norma foi regulamentada em 25 de junho de 2002 por meio do
Decreto nº 4.281, e estabelece que todos tenham direito à educação ambiental,
sendo esta um dispositivo fundamental para respaldar e direcionar as ações de
educação ambiental nos diversos espaços de ensino.

Saiba mais
Você já ouviu falar na Rio-92?

A Rio-92, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento e Meio


Ambiente, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, foi importante para estabelecer
ações para educação ambiental. A Agenda 21 definiu 2.500 recomendações
para o fortalecimento da sustentabilidade e, entre essas recomendações, a
educação ambiental foi incorporada definitivamente como processo
indispensável ao desenvolvimento de sociedades sustentáveis. Alguns objetivos
são:

respeitar e cuidar da comunidade de vida;

integridade ecológica;

justiça social e econômica;

democracia, não violência e paz.

Tais orientações e novos olhares para a natureza direcionam ao caminho do


desenvolvimento sustentável, possibilitando mudanças no sistema político e
social. As mudanças caminham para redução dos conflitos homem-natureza,
levando a uma sociedade mais sustentável. A nossa forma de agir no mundo
ainda se baseia no capitalismo selvagem, no consumo desenfreado, na geração
de riqueza e na busca incessante por um progresso que nunca chega.

O problema é que essa postura gera subprodutos que ameaçam a nossa própria
existência. Por isso, precisamos de uma nova ética, para mudar nossa postura
frente ao mundo e frente às pessoas com as quais o dividimos.
Cidadania e meio ambiente
O que podemos fazer para reverter esse destino e por que não começamos
logo?

Essa é uma questão que exige uma mudança de paradigma que inclui o nosso
modelo de crescimento econômico, mas a mudança requer também mudanças
individuais na maneira como vemos o mundo e o nosso papel nele.

Muitas pessoas precisam da


sensação imediata de perda individual
para reagirem. Infelizmente, não
podemos depender somente desse
sentimento. Devemos fazer uso da
nossa capacidade diferencial de
prever acontecimentos futuros e da
nossa consciência — que, para muitos,
são características que nos
diferenciam dos outros animais.

Precisamos ainda de um sentimento coletivo altruísta, de que todos importam e


não somente os que estão aqui e agora ao nosso redor.

Exemplo
A pandemia do novo coronavírus trouxe uma realidade desconhecida. Primeiro,
foi preciso encarar o distanciamento social; em seguida, o uso de máscaras em
ambientes públicos, uma prática comum em países orientais. Se tivéssemos
pensado no outro e mantido as duas ações, talvez não teríamos perdido tantas
vidas. O homem anda muito egoísta ultimamente.

Os cientistas têm feito parte do trabalho, estudando os impactos no meio


ambiente e alertando a sociedade para as consequências de todas as
modificações que presenciamos. No entanto, as medidas necessárias para
solucionar os problemas ainda são frágeis. A relação entre a sociedade e o meio
ambiente tem sido bastante discutida em todas as nações no mundo.
O Brasil possui grande parte dos
recursos naturais de todo o Planeta,
com o maior rio do mundo, o
Amazonas, e a maior floresta tropical.
Por isso, o cidadão brasileiro precisa
desenvolver a consciência de que a
preservação do meio ambiente é
garantia de seu bem-estar, de sua
saúde e de sua sobrevivência.

Todos nós somos responsáveis pelo meio que nos cerca. Quando um cidadão
que está no trânsito abre a janela do seu carro para jogar um copo de plástico na
rua, ele precisa ter em mente que o plástico vai demorar mais de cem anos para
se decompor. Esse material vai se acumular nos bueiros e quando uma chuva
em abundância cair, a cidade ficará submersa, entrando água nas casas das
pessoas e provocando doenças e tragédias.

A natureza anda reclamando das ações destrutivas


do homem...

Tsunamis, furacões, enchentes devastadoras, deslizamentos em áreas urbanas,


calor intenso ou invernos glaciais. Doenças desconhecidas que nos atormentam
acabam sendo o resultado da péssima relação do homem com os animais, do
crescimento das cidades e do aumento das populações urbanas e das
ocupações em lugares de risco.

As soluções para, pelo menos, minimizar esse circuito de destruição do meio


ambiente seriam, por exemplo:

Utilizar materiais menos agressivos, como embalagens que


facilitassem não somente a reutilização, mas também o descarte.
A reciclagem, que nada mais é do que o reaproveitamento dos
materiais descartados pelo homem, seja pelo excesso de consumo,
seja pelo fim da mercadoria.

O uso de uma energia alternativa, com a luz solar.

Além disso, a sustentabilidade na produção e no desenvolvimento de produtos,


bem como um planejamento urbano e uma real política de conservação das
matas, florestas e solo. Essas são algumas soluções capazes de retardar esse
processo de degradação do meio ambiente. Todas essas propostas de ações
são possíveis de acontecerem, mas desde que o cidadão faça a sua parte. O
descarte correto do lixo, saneamento básico e uma economia interplanetária da
água é imprescindível. Dessa forma, o meio ambiente poderá ser preservado e
poderemos sobreviver a um futuro bem próximo.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

(Adaptada: FEPESE – 2011) Enchentes devastadoras, desmoronamento de


encostas, destruição de pontes e estradas são algumas consequências das
mudanças climáticas que estamos vivendo. Dito isso, assinale a alternativa
que menciona algumas das causas desses eventos.
A influência das tempestades solares cada vez mais
A
violentas.

A alteração do eixo de inclinação do planeta, causando grande


B
movimentação das massas de ar na atmosfera.

A atividade vulcânica, o aumento de furacões e tornados e a


C
mudança do regime das marés.

O crescimento das cidades e da população urbana, com a


D consequente alteração do curso dos rios, ocupação de
encostas e locais de risco.

E A erosão causada por rios e mares.

Parabéns! A alternativa D está correta.

O meio ambiente anda reclamando da péssima relação que o homem tem


com o meio em que vive. Há uma falta de responsabilidade com as ações
ambientais, sobretudo por falta de uma política de planejamento das cidades
que permitam um convívio harmonioso entre o homem e o seu meio.

Questão 2

Uma das práticas a serem adotadas visando à efetiva conservação da


natureza e ao desenvolvimento sustentável é, sem dúvida, a educação
ambiental. Considerando os diferentes aspectos desse processo, assinale a
alternativa incorreta.
Lei Federal nº 9.795/99, que dispõe sobre a Política Nacional
A de Educação Ambiental, estipula que ela não seja uma prática
instituída como disciplina específica no currículo de ensino.

A participação coletiva corresponde a um dos objetivos


B fundamentais da educação ambiental na lei brasileira, sendo
incentivada em detrimento da participação individual.

A interdisciplinaridade representa um princípio da educação


C ambiental não só no Brasil como também no cenário
internacional.

A abordagem participativa integra as populações locais na


D conservação de um ambiente, sendo os insucessos
encarados como parte do processo de aprendizagem.

A educação ambiental deve ser ensinada desde os primeiros


E
anos de escola.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A lei incentiva que a partir de pequenas ações individuais, o meio ambiente


pode ser transformado, e essas ações ajudarão no coletivo, pois por meio da
educação ambiental, as pessoas serão multiplicadoras, capazes de se
organizarem e organizarem o meio ambiente.

Considerações finais
Ter uma constituição é fundamental para a organização da sociedade, além
disso, uma constituição considerada cidadã é essencial para a construção de
um Estado Democrático de Direito. Por esse motivo, devemos respeitar e
defender a nossa Constituição com todas as forças, pois ela permitirá direitos e
garantias fundamentais, de cunho individual e coletivo.

A Constituição de 1988 externalizou princípios, valores e direitos. Por essa razão,


a cidadania, como atualmente é compreendida, significa a prática de quem pode
usar e fruir de suas liberdades públicas, dos seus direitos sociais e solidários.
Daí a máxima “direitos humanos para todos” e não apenas para "humanos
direitos". As leis existem para serem cumpridas e para garantir que todas as
pessoas tenham dignidade para viver. São essas mesmas leis que vão garantir
um bom relacionamento do homem com a sociedade e com o meio ambiente.

Precisamos respeitar os direitos humanos na mesma proporção que precisamos


respeitar o nosso contexto social e ambiental. Isso será possível a partir de uma
tomada de consciência por parte do ser humano. Reciclar, reutilizar, não exceder
no consumo de mercadorias, utilizar uma energia alternativa, respeitar o hábitat
dos animais, são atitudes sustentáveis que vão garantir uma vida mais saudável
no nosso sistema.

headset Podcast
Ouça agora um resumo dos principais pontos abordados ao longo deste estudo.

Explore +
Confira as indicações que separamos especialmente para você!
Assista:

A democracia em preto e branco – Documentário, direção Pedro Asberg,


2014.

Encontro com Milton Santos – Documentário, direção Silvio Tender, 2006.

Terra — O filme, direção Yan Arthus-Bertrand e Michael Pitiot, 2009.

Tropa de Elite, direção José Padilha, 2007.

Pesquise:

As principais características da Constituição de 1988, resumidas e


adaptadas pelo Professor Zulmar Fachin, no site Tribunapr.

Referências
ANDRADE, J. C.; BOMFIM, A. M. Educação Ambiental e Participação: a
necessária atuação nos fóruns de gestão ambiental. In: Rev. Eletrônica Mestr.
Educ. Ambient. Rio Grande, v. 35, n. 2, p. 228-247, maio/ago. 2018.

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Presidência da República, 2016.

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morto”, diz pesquisa. G1, Rio de Janeiro, 2017. Publicado em: 05 abr. 2017.
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FEAM, 2002.

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ago. 2020.

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