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Cidadania e Profissionalidade
Unidade 1- Liberdade e Responsabilidade Democráticas
Compromisso Cidadão/Estado
Instrumento de Trabalho Nº 2
Conceitos Nucleares
AUTONOMIA LIBERDADE
LIBERDADE E A CONSTITUIÇÃO DA
RESPONSABILIDADE REPÚBLICA PORTUGUESA
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Conceitos Nucleares
Direito ao sufrágio;
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DEMOCRACIA E CIDADANIA CIDADANIA
Sistema político em que a liberdade Qualidade de cidadão; vínculo
abrange todos os cidadãos, jurídico-político que, traduzindo a
baseando-se nos princípios de pertença de um indivíduo a um
igualdade e liberdade; situação Estado, o constitui perante esse
político administrativa em que o Estado, num conjunto de direitos e
povo governa, através de obrigações.
representantes seus,
periodicamente eleitos; É responsabilidade perante nós e
perante os outros, consciência de
A Democracia centra-se sobretudo direitos e deveres, impulso para a
nas instituições e processos como solidariedade e para a participação,
partidos políticos, eleições, é sentido de comunidade e de
legislaturas e constituições; partilha, é insatisfação perante o
A Cidadania centra-se nos atributos que é injusto, é vontade de
dos cidadãos individuais. aperfeiçoar, de servir, de realizar, é
espírito de inovação, de audácia, de
risco, é pensamento que age e ação
que se pensa.
A SAÚDE DA DEMOCRACIA
DEMOCRACIA E CIDADANIA
A saúde da democracia depende
As teorias da cidadania são cruciais
não somente da estrutura das suas
porque as instituições democráticas
instituições, mas também das
desmoronar-se-ão se os cidadãos
qualidades dos seus cidadãos;
carecerem de certas virtudes, tais
Da lealdade e de como os cidadãos como um espírito cívico e boa-
encaram identidades nacionais, vontade mútua;
étnicas ou religiosas potencialmente
rivais;
Quando a democracia sofre de
Da sua capacidade para trabalhar
apatia por parte dos eleitores, de
com pessoas muito diferentes de si
intolerância racial e religiosa e se
mesmos;
promove uma fuga significativa aos
Do seu desejo de participação na impostos ou às políticas ambientais
vida pública. que dependem da cooperação
voluntária.
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Texto 1
SOCIEDADE DEMOCRÁTICA
O regime político em que os interesses comuns são resolvidos em cooperação e através de regras criadas e
aceites por todos é um regime democrático. O regime político democrático é uma forma de vida social em
que os governantes detêm temporariamente o poder político que lhes foi atribuído pelos governados. São
eleitos pelos cidadãos, representam e defendem os interesses gerais da sociedade.
O poder político democrático é exercido segundo normas e regras criadas pelos legisladores eleitos e
aceites livremente por todos os cidadãos. Tais regras e normas constituem as leis e o direito. O poder
político democrático não está na vontade pessoal dos que mandam. A legitimidade do poder político está
na lei. Ninguém está acima da lei e quem está será sancionado. A sociedade democrática funciona por
regras criadas e aceites por todos. É por isso que um regime democrático se expressa num Estado de
direito. Todos, políticos e civis, obedecem a leis que todos criaram e aceitaram livremente.
A democracia é um regime político em que todos os cidadãos têm interesse em dar poder a um grupo de
representantes, que se encarregam de defender, pela lei, os interesses comuns e o interesse geral. Todos,
incluindo os políticos governantes atuam segundo a lei. A lei, criada por todos de livre vontade é a que
detém a verdadeira soberania. Todos obedecem à lei porque a lei defende os interesses comuns.
De facto, se cada um tivesse a sua lei, haveria guerra e se a sociedade estivesse sem lei, haveria igualmente
guerra. Por outro lado, no regime totalitário a paz é obtida à força e à custa da liberdade. No totalitarismo
todos obedecem não por vontade, mas por medo. No regime democrático, por seu lado, todos obedecem à
lei comum porque têm mais a ganhar do que ganhariam se apenas obedecessem à sua vontade particular.
A democracia em que o poder político é exercido por um conjunto de eleitos que são representantes dos
cidadãos é uma democracia representativa, ou seja, são os representantes eleitos pelos cidadãos que
desempenham as funções em seu nome. Na democracia representativa há um conjunto de governantes
que exercem o poder político durante um tempo limitado, sempre dentro da lei estabelecida e conhecida
por todos, no sentido de resolver pacificamente os conflitos de interesse e de forma a defender os
interesses comuns e o interesse geral da sociedade. Por isso, os governantes representam os interesses de
todos os cidadãos e os interesses da sociedade no seu todo. Para além da democracia representativa,
existem outros dois tipos de democracia: democracia direta, democracia semidirecta e representativa.
Na democracia direta, os cidadãos, em assembleias gerais, tomam decisões intervindo, assim, diretamente
na vida política. Na democracia semidirecta, os cidadãos elaboram as propostas a apresentar pelos seus
representantes.
O termo democracia tem origem na antiga Grécia e é formada a partir dos vocábulos demos (“povo”) e
kratós (“poder”, “governo”). O conceito começou a ser usado no século V a.C., em Atenas.
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Atualmente, a democracia é considerada uma forma de organização de um grupo de pessoas, onde a
titularidade do poder reside na totalidade dos seus membros. Como tal, a tomada de decisões responde à
vontade geral. Na prática, a democracia é uma forma de governo e de organização de um Estado. Através
de mecanismos de participação direta ou indireta, o povo elege os seus representantes. Diz-se que a
democracia é uma forma de convivência social em que todos os habitantes são livres e iguais perante a lei,
e as relações sociais estabelecem-se segundo mecanismos contratuais.
As classificações de governo realizadas por Platão e Aristóteles ainda se mantêm na sua essência. A
monarquia é o governo de uma pessoa, ao passo que a democracia é a forma de governo “da multidão”
(Platão) ou “dos mais” (Aristóteles). Quando as decisões são adotadas diretamente pelo povo, fala-se de
democracia direta. Por sua vez, a democracia indireta ou representativa refere-se ao sistema em que as
decisões são tomadas pelas pessoas que o povo reconhece como sendo seus representantes legítimos.
Convém frisar que a democracia participativa aparece quando o modelo político permite que os cidadãos
se organizem para exercer influência direta sobre as decisões públicas.
Todavia, as sociedades democráticas têm vindo a esforçar-se para estender o mais possível o exercício das
tarefas políticas ao espaço da sociedade civil. Se a democracia é o regime em que são os cidadãos a
orientar a vida política da sociedade, é natural que se concedam novas formas de o público participar o
mais possível no exercício do poder político além do voto. Assim, um regime em que os cidadãos têm à sua
disposição múltiplas maneiras de influenciar direta ou indiretamente as decisões políticas dos seus
representantes é um regime de democracia participativa.
Sociedade civil refere-se às ações coletivas voluntárias em torno de interesses, propósitos e valores. Na
teoria, as suas formas institucionais são distintas das do Estado, família e mercado, embora na prática, as
fronteiras entre Estado, Sociedade Civil, família e mercado sejam frequentemente complexos, indistintos e
negociados. A Sociedade Civil comumente abraça uma diversidade de espaços, atores e formas
institucionais, variando no seu grau de formalidade, autonomia e poder. Sociedades civis são
frequentemente povoadas por organizações como instituições de solidariedade social, organizações não-
governamentais de desenvolvimento, grupos comunitários, organizações femininas, organizações religiosas,
associações profissionais, sindicatos, grupos de autoajuda, movimentos sociais, associações comerciais e
grupos ativistas.
É importante que os cidadãos confiem na importância da Sociedade Civil para que possam expor os seus
problemas e que os vejam resolvidos, para que sintam que há democracia. Numa sociedade democrática o
cidadão tem um poder decisivo. Na representação do poder do cidadão a Sociedade Civil tem um papel
crucial.
Texto adaptado