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Cidadania

Prof.ª Renata Luzia Feital de Oliveira

Descrição

O sentido de ser cidadão, os aspectos históricos e humanos.

Propósito

Fomentar a cidadania de fato de forma contemporânea no século XXI.

Objetivos

Módulo 1

Conhecendo a cidadania
Empregar criticamente o conceito de cidadania no contexto brasileiro.

Módulo 2

A Constituição de 1988 e sua grande importância


Reconhecer o papel da Constituição de 1988 na ordem jurídica brasileira e na aplicabilidade dos direitos
sociais para população brasileira.

Módulo 3

Direitos humanos
Definir a importância dos direitos humanos para a prática cidadã.

Módulo 4

O cidadão e a sociedade
Reconhecer a responsabilidade do cidadão para a transformação socioambiental, a partir da relação
entre meio ambiente e sociedade

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Introdução
O conceito de cidadania tem data de nascimento e muita história. Primeiramente, ele dizia respeito ao
exercício político e interessado no âmbito da cidade, mas especificamente das cidades-Estados gregas.
Portanto, a cidadania era destinada àqueles que compunham e viviam na e da cidade. Ao longo do tempo,
essa noção ganhou tanto alcance como novos atributos, passando a ser entendida como um conjunto de
deveres e direitos das pessoas vinculadas a uma comunidade, mas também a um conjunto de aspectos que
compõe o que entendemos por sociedade, pelo menos nos padrões ocidentais.

A cidadania é, portanto, o caminho e o direito que os indivíduos possuem para participação ativa na
sociedade. E do ponto de vista democrático é por este caminho que se constitui uma sociedade justa e
igualitária. Para conhecer mais as aplicações desse conceito em nosso cotidiano, vamos explorar a
definição de cidadania, conhecer as bases históricas e sociais em que ela foi criada e também explorar a
sua relação com os direitos fundamentais expressos na Constituição brasileira de 1988. Por fim,
evidenciaremos a percepção dos direitos humanos e da cidadania na construção de novos sujeitos de
direito.

1 - Conhecendo a cidadania
Ao final deste módulo, você será capaz de empregar criticamente o
conceito de cidadania no contexto brasileiro.
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Cidade, cidadão e cidadania
Confira agora a correlação entre espaço, Estado e tempo, para que seja possível alcançar o que significa o
termo cidadania.

O conceito e a origem do termo cidadania


De acordo com o historiador José Murilo de Carvalho (2004), aqui no Brasil, a palavra cidadania só foi cair
no gosto popular depois de 1985, com o fim da Ditadura Militar.

Atenção!
Isso tem razões óbvias, pois falar sobre cidadania envolve o reconhecimento de direitos fundamentais, tais
como: civis e políticos, sociais, econômicos, culturais e o respeito à dignidade. Eles devem ser assegurados
pelo Estado. Mas durante o período militar, o que vimos foi uma total violação desses direitos.

No entanto, se você estudar com atenção, perceberá que o histórico da cidadania vai acontecer muito antes
desse período.

Acrópole de Atenas.

Vamos pegar uma máquina do tempo e dar uma paradinha na Antiga Grécia, lá pelos idos do século VIII
a.C., em uma sociedade na qual os homens eram considerados livres e iguais e viviam na chamada pólis
grega.

Pólis grega
Eram as cidades-Estado da Grécia Antiga e foram fundamentais para o desenvolvimento da cultura grega. Duas
das cidades gregas (pólis) que merecem destaque são Atenas e Esparta.

Nesse início, havia um paradoxo, ser cidadão não era para todos. Apenas aqueles que possuíam riquezas e
propriedades de terra poderiam ser considerados cidadãos da pólis.

Já é possível perceber uma relação entre cidadão e cidade — sim, tem tudo a ver. A forma como nos
organizamos em sociedade e nas cidades precisa ser respaldada por direitos e deveres, e isso passa pela
nossa prática cidadã.

Caminhando mais um pouco nessa gênese da cidadania, vamos ver que na Idade Média, com o feudalismo,
a cidadania também encontrou obstáculos para ser realizada. A Igreja Católica era quem administrava as
cidades, e o exercício desse poder era hierárquico e inquestionável. Dessa forma, falar sobre cidadania
ainda não era possível, pois se entre os gregos, a cidadania seria a igualdade entre os homens, no
feudalismo, o poder estava centrado nas mãos dos religiosos, e ninguém poderia contestá-lo.

Avançando no tempo, veremos que, com o Renascimento (séculos XIV e XVI), a palavra cidadania ganha
novos significados. Era considerado cidadão aquele que se destacava na cidade-Estado, no caso, a elite
dominante. Mas já é possível vislumbrarmos, nesse período, uma mudança em relação à forma de pensar o
mundo. As pessoas não mais explicavam os fenômenos sociais a partir de uma origem divina, mas o
homem assume um papel central na vida citadina. Nesse período, saberes como a Ciência, a Literatura, e as
Artes ganham espaços e passam a orientar as visões das pessoas. Estamos na famosa época do
humanismo.

Feudalismo
Organização econômica, política, social e cultural baseada na posse da terra, que predominou na Europa
Ocidental durante a Idade Média.

Renascimento
Um período histórico e um movimento cultural, intelectual e artístico surgido na Itália, entre os séculos XIV e
XVI. Esse termo foi utilizado para indicar o movimento de retomada da cultura clássica greco-romana.

Escola de Atenas, afresco renascentista por Rafael Sanzio, Museu do Vaticano, Itália.

Para explicar a cidadania, traçamos, de forma bem resumida, um caminho histórico que nos leva à época
contemporânea, em que todo cidadão deve ser reconhecido como uma pessoa plena e igual na sociedade.
Atenção!
Ser cidadão é conquistar os direitos e cumprir com seus deveres. É com a cidadania que o indivíduo pode
lutar por direitos não apenas para si, mas para a coletividade em coisas bem simples, mas essenciais, como
o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à propriedade e à fraternidade.

Com a Carta de Direitos das Organizações das Nações Unidas, em 1948, o conceito de cidadania se torna
pleno. Nela, está escrito que todos os homens são iguais perante a lei, independentemente de raça, credo e
etnia. Todos também podem buscar o seu sustento por meio de um salário digno, ascendendo socialmente
pelos estudos. Todos têm direito à saúde, à moradia digna e, claro, ao lazer.

Infelizmente, falta muito para que tudo o que foi descrito até aqui aconteça. Somente por esse resumo, já
percebemos que os indivíduos (isso inclui mulheres, homossexuais, transexuais) precisam fazer valer seus
direitos, questionar, lutar, reivindicar o tempo todo, quando outros já deixaram registrado ao longo da
história. No entanto, temos de exigir que as normas e leis, elaboradas e decididas coletivamente, não se
transformem em direitos de uma minoria. Trata-se de um trabalho árduo, mas necessário.

Voltando aos termos cidade e cidadania, precisamos ressaltar que a luta pelos direitos sempre se deu no
interior de um espaço territorial e envolveu quem vai tutelar esses direitos. No caso de uma nação, estamos
falando do Estado. Em outras palavras, a relação das pessoas com o Estado e com a nação vai determinar e
muito a extensão da cidadania. As pessoas se tornam cidadãos na medida em que começam a se sentir
parte de uma nação e de um Estado.

Atualmente, a globalização coloca em xeque essa relação entre os cidadãos e seus países.

Como é possível estabelecer uma identidade de pertencimento se fazemos parte


cada vez mais de outros locais? Se falamos inglês melhor do que dominamos
nosso idioma? Se conhecemos bem a cultura de outros locais em detrimento da
nossa?

A internacionalização do sistema capitalista — que se intensificou nos últimos anos, sobretudo com a
acessibilidade da tecnologia, encurtando nossas distâncias, abrindo fronteiras e facilitando o acesso a
outras culturas — diminuiu consideravelmente o poder local dos Estados e provocou uma crise nas
identidades nacionais.

Todo esse movimento acabou incidindo diretamente nos direitos políticos e sociais das pessoas. Por isso
há tantos tratados internacionais, leis propostas internacionalmente e decretos relacionados à demanda
global ou viveríamos em uma ilha, sem contato com o mundo e com direitos locais não sendo respeitados
globalmente.
A cidadania é o conjunto de direitos e deveres exercidos por um indivíduo que vive
em sociedade, no que diz respeito ao seu poder e grau de intervenção no usufruto
de seus espaços e na sua posição em poder neles intervir e transformá-los.

Mais do que nunca precisamos discutir sobre cidadania, porque isso afeta nossas vidas, impacta nossa
relação com o outro, com credos diferentes, orientações políticas distintas, orientações sexuais múltiplas,
com mais ou menos renda, preto, branco, indígena ou mestiço, homem ou mulher, crianças, idosos, todos
precisam ser contemplados de forma igualitária ou teremos falhado no percurso histórico sobre cidadania.

A colonização deixou marcas em nossa história. A dominação de povos, o extermínio, a guerra, a


escravização, a doença dizimando milhões de indígenas, a forma como a colonização se apresentou, muito
marcadamente de forma comercial, como um empreendimento, que estabeleceu de pronto relações
hierárquicas e desiguais entre senhores de engenho e indígenas e africanos escravizados.

O passado tem um peso enorme quando discutimos cidadania, sobretudo aqui no Brasil. É o que vamos
discutir agora, com os detalhes da formação de cidadãos no país!

A cidadania no Brasil
Como nos mostra Carvalho (2004), a escravidão foi um fator extremamente negativo na formação da
cidadania no Brasil. Escravidão e grande propriedade não se transformaram em ambientes propícios à
formação de futuros cidadãos. Os indivíduos escravizados não podiam ser chamados de cidadãos, pois não
tinham direitos civis básicos à integridade física. Eram tidos como coisas e podiam ser espancados, mortos,
caso a obediência não fosse uma condição nata.

Segundo Carvalho (2004), os senhores também não eram cidadãos, apesar de livres, de votarem e serem
votados, “eram os homens bons do período colonial” (p. 21). Faltava-lhes, contudo, o sentido da cidadania,
ou seja, a noção de igualdade de todos perante a lei. Mas a eles estavam destinadas as funções do Estado,
sobretudo as funções judiciárias. Isso significa que os senhores de engenho transformavam a principal
garantia dos direitos civis em instrumento de poder pessoal. Conforme Carvalho (2004, p. 21), “o poder do
governo terminava na porteira das grandes fazendas”.

Com essa herança colonial tão negativa, já era de se esperar que a independência não faria grandes
mudanças no desenvolvimento da cidadania no país. A Constituição outorgada de 1824, que regeu o país
até o fim da Monarquia, estabeleceu os três poderes tradicionais:
account_balance
Executivo
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Legislativo
balance
Judiciário
A Constituição acabou regulando os direitos políticos — definiu quem podia votar e ser votado. Homens a
partir dos 25 anos com renda mínima de 100 mil réis podiam votar. Já as mulheres, os escravizados e as
crianças não eram considerados cidadãos. Os libertos podiam votar e os analfabetos também.

Comentário
Carvalho (2004) mostra que essa Constituição foi considerada pelos estudiosos da época muito liberal em
comparação a de outros países. Com o passar do tempo, a urbanização evoluiu, e com o surgimento da
classe operária urbana, as discussões sobre a cidadania foram reeditadas.

A Constituição de 1824 foi suspensa e o Brasil começa a receber imigrantes, no período de 1884 a 1920,
que se dirigiam, inicialmente, para as fazendas de café de São Paulo e outra parte se fixava na capital, sendo
empregada na indústria e no comércio. Carvalho (2004) nos mostra que o movimento operário foi
importantíssimo para o desenvolvimento da cidadania. Segundo o autor, o movimento lutava por direitos
básicos, como o de organização, manifestação, escolha de trabalho e o momento de fazer greve. Os
operários lutaram ainda por uma legislação trabalhista que regulasse o próprio trabalho, o descanso
semanal, as férias, o seguro de acidentes de trabalho e a aposentadoria.

Foi no governo de Vargas que a história da cidadania no Brasil foi modificada,


especialmente no que relaciona aos direitos do trabalhador, luta já antiga do
trabalhador brasileiro.

Carvalho (2004) afirma que foi a partir de 1930 que as mudanças sociais e políticas no país começaram a
acontecer de forma mais efetiva com muitos avanços dos direitos sociais. Observe:

1930
N i ã d Mi i té i d T b lh d I dú t i C é i A i
Nesse ano, ocorre a criação do Ministério do Trabalho, da Indústria e Comércio. A seguir,
houve uma vasta legislação trabalhista e previdenciária. Já em relação aos direitos políticos,
o autor mostra que ora tínhamos ditaduras, ora regimes democráticos.

1937
Ocorre o golpe de Vargas, apoiado pelos militares, inaugurando um período ditatorial que
durou até 1945.

1945
A partir desse ano, uma nova intervenção militar derrubou Vargas e pudemos experimentar o
que seria uma experiência de fato democrática. O voto popular ganha peso e também o
processo eleitoral. Esse período foi nomeado como política populista, um fenômeno que não
era circunscrito apenas ao Brasil, mas atingiu vários países da América Latina.

1964
Os militares novamente tomam o poder e implantam a ditadura. Tudo o que o país ganhou em
termos de direitos civis se perdeu. A maioria foi suspensa, principalmente a liberdade de
expressão, do pensamento e de organização. Incrivelmente, os militares permitiram alguns
movimentos sindicais, mas evidentemente ligados ao Estado.

1985
Com o fim da ditadura, voltam os direitos civis em cena. Carvalho (2004) diz que essa
retomada civil se dá de maneira ordenada e sem retrocessos.
1988
Nasce a Constituição, com muitas garantias de direitos civis.

1989
Ocorre a primeira eleição direta para presidente da República desde 1960. Ainda assim, a
estabilidade democrática não está fora de perigo.

Os problemas econômicos mais sérios, como a desigualdade e o desemprego não foram resolvidos pela
democracia. Perduram os problemas da área social, sobretudo na educação, nos serviços de saúde e
saneamento, e houve agravamento da situação dos direitos civis no que se refere à segurança individual.

Saiba mais
Para Carvalho (2004), durante os 21 anos de Ditadura Militar houve muitos retrocessos em relação à
cidadania. Os avanços nos direitos sociais e a retomada dos direitos políticos não resultaram, no entanto,
em avanços dos direitos civis. Pelo contrário, foram eles os que mais sofreram durante os governos
militares. O habeas corpus foi suspenso para crimes políticos, deixando os cidadãos indefesos nas mãos
dos agentes de segurança. A privacidade do lar e o segredo da correspondência eram violados
impunemente.

Prisões ocorriam sem mandado judicial e os presos eram mantidos isolados e incomunicáveis, sem direito
à defesa; submetidos a torturas sistemáticas por métodos bárbaros que não raro levavam à morte. A
liberdade de pensamento era cerceada pela censura prévia à mídia e às manifestações artísticas, e, nas
universidades, pela aposentadoria e cassação de professores e pela proibição de atividades políticas
estudantis.

Atualmente, a democracia se vê novamente em perigo. Grupos de extrema direita chegam ao poder no


mundo todo, inclusive na América Latina. Apoiadores desse movimento ideológico se reúnem, pedindo o
fechamento do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional e de outras instituições democráticas.

Muitos ocupam as ruas pedindo o retorno da Ditadura Militar. Há retrocessos imensos em termos de
direitos sociais que ameaçam os direitos políticos, estes já sem respaldo por parte da população.
Ação pública no Rio de Janeiro contra o racismo e as violentas operações policiais nas favelas.

O braço violento do Estado entra nas favelas e periferias atirando e matando inocentes. Os direitos
humanos são violados, a imprensa calada. Uma indústria de fake news se apodera das redes sociais e
passa a informar por meio de mentiras milhares de brasileiros. Uma epidemia de um vírus sem quaisquer
referências médicas assola globalmente o mundo, parando cidades inteiras, desestabilizando economias e
colocando à prova sistemas de saúde. Parece filme de catástrofe, mas é a nossa realidade em 2020. Mais
uma vez, a democracia é questionada e com ela todos os direitos que conquistamos até então.

Problemas centrais de nossa sociedade, como a violência urbana, o desemprego, o analfabetismo, a má


qualidade da educação, a oferta inadequada dos serviços de saúde e o saneamento, e as grandes
desigualdades sociais e econômicas continuam sem solução ou se agravam, ou, quando melhoram,
acontece em ritmo muito lento.

Comentário
Há uma nova consciência ambiental em curso, já que a ação do homem vem destruindo o meio ambiente de
forma global, visando, sobretudo, ao lucro e ao consumo mundial. Diante desse quadro, a cidadania também
se transforma e se apresenta como um fenômeno não mais local — nacional —, mas transnacional, com
consequências nas mais diversas esferas da vida social e individual.

Será possível ainda cultivar a cidadania? É o que veremos a seguir!

Os sujeitos de direitos no mundo


globalizado
A globalização mudou a forma de nos relacionarmos no mundo. Impossível nos mantermos desconectados
ou isolados. A tecnologia aproxima-nos de um modo que nos sentimos sozinhos no meio da multidão.
Fronteiras abertas, uma mobilidade intensa de pessoas que carregam as mazelas de doenças globais,
quebras de economias, movimentos políticos conservadores que vão tomando corpo nas sociedades.

A globalização provocou o enfraquecimento do Estado-nação. Como será possível agora proteger os


direitos dos cidadãos? Será que podemos falar em termos de uma cidadania global?

Resposta
Se pegarmos exemplos como a União Europeia, vamos ver que o cidadão não é mais da França, da Espanha,
da Itália, mas, sim, um cidadão europeu. Se antes a cidadania estava inteiramente entrelaçada à questão do
território, agora, com fronteiras territoriais totalmente abertas, novas formas de espaços se articulam para
receber esse cidadão.

Outros desafios são colocados para as pessoas no mundo contemporâneo. Não se pode mais pensar a
cidadania como no século passado. Os pesquisadores e articuladores de políticas públicas devem levar em
consideração que, para combater a desigualdade social, é preciso permitir um desenvolvimento social
globalizado. Dessa maneira, o sentido de cidadania tem de ser reconstruído, não mais em bases da falta, da
ausência, como um ser que precisa de proteção, mas como sujeitos de direitos proativos, pessoas plurais,
com várias identidades que conversam entre si em espaços articulados da sociedade, isto é: universidades,
redes sociais, palanques, congressos etc.

Novos espaços são criados, como o ciberespaço, nos quais parte da nossa vida acontece. Assim, grupos
antes excluídos são capazes de articular movimentos por meio de hashtags e denunciar seus problemas, a
fim de chamar a atenção das pessoas.

A nova cidadania habilita novos aspectos da vida social para o processo político e reconfigura as formas de
atuação das pessoas.

Esse é o caminho no qual os direitos humanos precisam se firmar diante de uma sociedade global que
enfrente o desafio do multiculturalismo, do respeito às diversidades, sem perder de vista os valores locais
das diversas culturas.

Atenção!
A educação é crítica, política e aumenta a visão de mundo do ser humano. Por meio dela, é possível formar
cidadãos políticos e conhecedores da política, da economia, da cultura, da ciência, da história, dos vários
campos da vida e transformar a sociedade de acordo com as suas necessidades.

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Cidadania digital
Já ouviu falar em cidadania digital? Neste vídeo, vamos conhecer essa nova forma de exercer nossos
direitos e deveres.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?


Questão 1

“Se devessem prevalecer os cidadãos passivos, os governantes acabariam por transformar seus
súditos num bando de ovelhas dedicadas tão somente a pastar o capim uma ao lado da outra (e a não
reclamar, acrescento eu, nem mesmo quando o capim é escasso” (BOBBIO, 2001, p. 21).

De acordo com esse pensamento, podemos afirmar que

a cidadania deve ser exercida apenas quando nos sentimos afetados pelo autoritarismo
A
do poder público.

B a cidadania deve ser passiva, pois ela depende do pasto que é dado às ovelhas.

a cidadania deve ser ativa, ou seja, o indivíduo deve cobrar, propor e pressionar o tempo
C
todo.

D a cidadania não fica ameaçada diante dessa passividade, já que ela é mínima.

E a cidadania deve ser exercida de forma opcional por quem deseja.

Parabéns! A alternativa C está correta.


A cidadania é proatividade. O cidadão precisa cobrar seus direitos quando eles forem violados. Precisa
se fazer ouvir, denunciar e cobrar do Estado a prática da cidadania para todos.

Questão 2

Carlos está montando a sua agenda do fim de semana.

“Mainha, sei não, acho que hoje vou na cerimônia de lavagem do Bonfim. Mais tarde, vou comer naquele
restaurante novo japonês e fechar a noite no show de reggae. Oxe, viu?”

A partir da leitura deste material e a partir dos planos de Carlos, podemos inferir que

Carlos foi influenciado por elementos culturais que ficam acessíveis por intermédio do
A
fenômeno da globalização.

Carlos tem a sua naturalidade questionada, por não ter um elemento cultural marcante
B
nos termos de socialização.

Carlos não assimilou aspectos da cultura baiana, uma vez que possui interesses
C
diversos desta.

D a globalização é um fenômeno que atinge apenas determinados nichos da sociedade.

o fenômeno da globalização não atingiu Carlos, pois sua agenda é formada por eventos
E
na sua cidade.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A letra A está correta porque o fato de Carlos jantar em um restaurante japonês e assistir a um show de
reggae indica que ele sofreu influências culturais, devido ao fenômeno da globalização, apesar de ainda
apresentar influências da própria cultura baiana.
2 - A Constituição de 1988 e sua grande
importância
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o papel da
Constituição de 1988 na ordem jurídica brasileira e na aplicabilidade dos
direitos sociais para população brasileira.

A euforia da redemocratização no país


Para iniciar os estudos deste módulo, vamos assistir a um vídeo sobre um dos assuntos que serão
abordados.

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Euforia da redemocratização: a transição
entre os regimes políticos
Confira o contexto de criação da Constituição de 1988.

Quem encara, atualmente, as redes sociais para pedir o retorno da Ditadura Militar ao Brasil desconhece o
perrengue que foi viver sob o domínio de uma ditadura, em que não se podia criticar, emitir opinião, ter
liberdade de ir e vir sem que a Polícia do Exército parasse você na rua e pedisse explicações. Período
obscuro em que nossas liberdades foram suspensas e muita violência foi usada com o suposto objetivo de
proteger a sociedade.

Confira as imagens do fotógrafo Evandro Teixeira:


O Brasil, antes que a Constituição de 1988 surgisse, estava tentando sair do regime político, cujo poder
esteve nas mãos das Forças Armadas. Com o objetivo de evitar uma ditadura comunista no país, em
período de Guerra Fria, os militares deram um golpe de Estado em 1964, que depôs o Presidente João
Goulart. Jango era vice-presidente em 1960 e acabou assumindo o poder quando Jânio Quadros
renunciou em 1961. A ditadura vigorou no Brasil com a anuência do empresariado, sobretudo aqueles
ligados aos bancos e às federações industriais.
Prisões arbitrárias, torturas, estupros e milhares de assassinatos, repressão aos movimentos dos
trabalhadores, tudo aconteceu nesse período com o aval das forças militares e policiais do país. Direitos
políticos foram cassados, os meios de comunicação censurados e a cultura artística e literária suspensa.
Os presidentes que governaram o Brasil nessa época o fizeram sem o Congresso Nacional.
Paralelo a isso, houve um intenso crescimento econômico, industrial e agrícola, em decorrência dos
investimentos do Estado no país, mas é preciso dizer que esse crescimento não veio acompanhado de
uma justa distribuição de renda, pelo contrário, os mais ricos ficaram milionários graças à grande
concentração nas mãos de poucas pessoas privilegiadas.

Somente a partir de 1974, o Brasil começa a experimentar uma abertura lenta e gradual com a intensão de
restaurar as liberdades políticas comuns da democracia representativa. Em 1979, foi decretada a anistia aos
presos políticos e exilados, além de ser dada a permissão para a formação de novos partidos políticos.
Explodem as greves em 1978, principalmente da região do ABC paulista, o que enfraquece ainda mais o
regime militar.

A ruína do regime militar, entretanto, partiu das inúmeras manifestações nas principais capitais brasileiras.
O povo tomou as ruas pedindo a realização de eleições diretas para presidente da República. O movimento
foi encampado pelos artistas e pela mídia, e ficou conhecido como Diretas Já.

Contrariando o interesse popular, os militares não realizaram a eleição direta. Mesmo com a derrota da
emenda Dante Oliveira, em 1984, que buscava restaurar integralmente o direito ao voto da população,
Tancredo Neves foi eleito presidente do Brasil pelo Colégio Eleitoral. Mas o Brasil não estava com sorte.
Pouco antes da posse, Tancredo Neves foi internado e morreu, levando José Sarney ao poder, o primeiro
presidente civil do Brasil depois de 21 anos de Ditadura Militar.

Tal processo de transição controlado por parte dos militares, conhecido como distensão, resultou em
algumas medidas importantes, tais como: o fim da censura prévia, a revogação daquele que se constituiu do
mais violento Ato Institucional, o AI5; o retorno dos partidos políticos e a lei da Anistia.

Os militares saíram intocados do governo e permaneceram assim até hoje. Perderam, contudo, prestígio,
legitimidade social e estratégia. Confira!

Não conseguiram manter sob controle o processo de liberalização do sistema


político e substituir gradativamente a coerção da ditatura por um governo civil
de tipo autoritário.

(SCHWARCZ; STARLING, 2015, p. 471)

Vemos, assim, uma nova República nascendo. O clima de euforia pelos movimentos sociais era grande,
sobretudo a favor das eleições diretas.

A ordem agora era restaurar os direitos dos cidadãos que deixaram de existir com a ditadura. Com a eleição
de 1986, a Assembleia Constituinte elaborou uma ampla consulta a pesquisadores, especialistas e a vários
setores da sociedade, a fim de elaborar uma nova Constituição.

Schwarcz e Starling (2015) mostram que a Assembleia Constituinte tem início em fevereiro de 1987, e a
Constituição foi promulgada no ano seguinte, em 5 de outubro de 1988.

Atenção!
A Constituição tinha uma tarefa importante: encerrar a ditadura e estabelecer de uma vez por todas a
democracia no país, além de criar instituições democráticas sólidas para enfrentar as crises políticas e
reestabelecer os direitos e as liberdades dos brasileiros.
Nasce uma Constituição Cidadã
Veja, a seguir, o discurso de apresentação da Constituição de 1988, por Ulysses Guimarães:

Declaro promulgada. O documento da liberdade, da dignidade, da


democracia, da justiça social do Brasil. Que Deus nos ajude para que
isso se cumpra.
(CÂMARA DOS DEPUTADOS, s. d., n. p.)

Durante vários meses, a figura do deputado Ulysses Guimarães entrava na casa dos brasileiros, proferindo
essas palavras pelos vários telejornais das emissoras de televisão, em 1988. Em uma audiência histórica no
plenário da Câmara dos Deputados, surgia a Constituição Federal da República Federativa do Brasil.

Saiba mais
A Carta da República de 1988, também chamada de Constituição Cidadã, é considerada por vários
constitucionalistas como uma das mais modernas e democráticas do mundo, especialmente no que se
refere ao respeito pelos direitos e garantias individuais do cidadão. É bom que se diga que uma constituição
é um pacto social, sobretudo a de 1988, que teve ampla participação popular. De acordo com Schwarcz e
Starling (2015), a Constituição marca uma ruptura com o modelo anterior, mais individualista. Ela é cidadã
porque incorpora os direitos dos trabalhadores no rol dos direitos fundamentais, dando a condição de
cláusulas pétreas, ou seja, normas intocáveis que serão mantidas enquanto a Constituição vigorar.

Na Carta, podemos encontrar 250 artigos e 114 disposições constitucionais transitórias.

A Constituição foi realizada em um momento que os movimentos sociais clamavam por direitos humanos.
Presentes nas pautas dos parlamentares que fizeram parte das discussões sobre a Constituição estavam
temas como a qualidade de vida da população, mas também o desenvolvimento social e a distribuição de
renda estavam presentes na pauta dos parlamentares que participaram da Assembleia Constituinte, eleita
18 meses após o fim oficial do regime militar.

É preciso jamais esquecer do seu preâmbulo:

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional


Constituinte, para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
Constituição da República Federativa do Brasil.

(CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL,1988)

Somente pelo preâmbulo já fica evidente que a Constituição preza pelos direitos fundamentais, como vimos
anunciando aqui. Além disso, a Constituição de 1988 rompeu de uma vez por todas com o antigo regime.
Nesse sentido, inclui a prática da tortura, tão presente no período anterior, como um crime inafiançável.

A Constituição é ponto norteador para que todas as normas do ordenamento jurídico possam ter
legitimidade e serem interpretadas, para que se tornem aplicáveis na sociedade.

A Constituição brasileira está calcada em cinco fundamentos:

Soberania
Cidadania

Dignidade da pessoa humana

Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa

Pluralismo político

Segundo Schwarcz (2019), ela trata de vários assuntos, tais como: direitos e garantias fundamentais,
organização do Estado, dos poderes, defesa do Estado e das instituições democráticas, tributações, ordem
social. No entanto, há um problema sério que a Constituição ainda não conseguiu resolver, apesar de deixar
expresso por meio das suas leis e normas: a enorme desigualdade social enraizada entre nós. É
desigualdade econômica, racial, regional, social, de gênero, de geração e de oportunidades presentes nas
várias áreas de atuação, saúde, educação, moradia, transporte e lazer.

O Legado da Constituição de 1988


Não há dúvida de que os direitos sociais são o grande legado da Constituição de 1988. Mas estamos
respeitando a Constituição até hoje?

Golpes de Estado, impeachment e emendas têm aberto fraturas no processo constituinte que nos fazem
questionar se ainda é possível dar garantias da democracia constitucional e, por tabela, a todos os direitos
nela inclusos.
Segundo Schwarcz (2019), a desigualdade tende a aumentar em países que não investem no trabalho,
geração de renda e não estimulam o consumo de bens culturais. Por essa razão, os países periféricos são
os mais atingidos. Por meio de uma pesquisa divulgada pelo IBGE em 2018, a desigualdade de renda segue
como um problema. Além disso, a pesquisa mostrou que a pobreza e a pobreza extrema aumentaram muito
no país.

Comentário
Não adianta apenas registrar direitos em um documento oficial, é preciso que na prática eles aconteçam. É
lógico que nosso passado escravocrata tem muito a ver com isso. O homem é um ser social e dotado de
direitos fundamentais, que o permitem ser ativo na sociedade. Assim, como agente social que é, deve ter
assegurados determinados direitos, como os políticos, sociais e econômicos, que o transformam em ator
da história de sua cidadania. O país carrega um passado que transformou esse homem comum em coisa,
em objeto, sendo escravizado e utilizado como servo e, mesmo depois, por meio do trabalho assalariado,
ainda tem vivido uma condição de explorado.

A Constituição de 1988 estabelece um verdadeiro projeto social para o Brasil. Ao Estado, por meio de seus
vários poderes e instâncias, compete implantar esse conjunto de objetivos, traduzido em políticas, diretrizes
e metas a serem alcançadas.

O exercício dos direitos depende, necessariamente, da atuação do Legislativo,


na produção de um ordenamento jurídico justo, de uma atuação do Executivo
que promova a implementação de políticas públicas que atendam às
demandas sociais e de que o Poder Judiciário facilite o acesso à justiça na
resolução dos conflitos. Estas condições se estendem, no plano da Federação,
à União, aos Estados e aos Municípios.

(ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO, s. d., p. 3)

O cidadão do século XXI precisa ser proativo e promover mudanças na sociedade. É o tempo todo um
exercício de direitos e deveres. A prática da cidadania vincula-se à instauração da democracia, tendo como
suporte todas as regras presentes na Constituição. Ela está comprometida com a efetivação dos direitos
positivados por meio da cooperação entre indivíduos e grupos. O respeito aos grupos com matrizes
culturais diferentes é uma premissa que vai gerar novos sujeitos de direitos, a ampliação do espaço
participativo e a efetivação dos direitos humanos.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?


Questão 1

No Brasil, a Constituição de 1988 demonstra uma preocupação mais explícita com os valores de justiça
e liberdade. Nesse contexto, o exemplo de um direito social contemplado na Constituição brasileira é a
garantia de

A liberdade de manifestar o pensamento.

B igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações.

C votar para escolher representantes no Legislativo.

D acesso à educação, à saúde, ao trabalho e à moradia.

E exercer o direito de ir e vir livremente.

Parabéns! A alternativa D está correta.

A Constituição de 1988 garante vários direitos sociais, tais como: educação, saúde, moradia, trabalho,
mobilidade e outros. Esses direitos estão baseados em princípios como a Liberdade, a Igualdade e a
Fraternidade.
Questão 2

A Constituição de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, foi considerada uma grande conquista
democrática após mais de duas décadas de regimes militares por garantir amplos direitos à população
brasileira, em vários âmbitos da vida social. Dito isso, aponte, entre as alternativas abaixo, qual direito
não está garantido na Constituição de 1988.

Direito de voto a toda a população, incluindo analfabetos e adolescentes maiores de 16


A
anos.

B Direito ao acesso à Previdência Social pelos trabalhadores do campo.

C Garantia do direito amplo de greve aos trabalhadores.

D Direito de forças policiais praticarem a tortura para obter confissões.

E Direito ao trabalho.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Exatamente a fim de combater uma prática do anterior regime ditatorial e romper de uma vez por todas
com ele, a Constituição proibiu veementemente a prática de tortura, transformando-a crime
inafiançável.
3 - Direitos humanos
Ao final deste módulo, você será capaz de definir a importância dos
direitos humanos para a prática cidadã.

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A importância dos direitos humanos para a
prática cidadã
Neste vídeo, você verá que toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
Por que é preciso respeitar os direitos
humanos?
Não é preciso estudar Direito para entender o que sejam os direitos humanos. Eles se caracterizam por
todos os direitos inerentes aos seres humanos, independentemente do sexo, da raça, nacionalidade, etnia,
idioma, religião ou qualquer outra condição social. Os direitos humanos incluem ainda o direito à vida e à
liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação. Todas as pessoas no
mundo merecem esses direitos sem discriminação.

Os direitos humanos são expressamente garantidos pela Lei de Direitos Humanos,


que tem a função de proteger pessoas e grupos contra quem, por meio de ações,
interfira na liberdade e na dignidade humana.

Sem os direitos estabelecidos para as pessoas, não há como viver em sociedade. Os direitos humanos
regem não somente o modo como os indivíduos interagem entre si, como também a relação que os
indivíduos têm com o Estado e as obrigações que o Estado tem com o seu povo.

Agora que já compreendemos o que significa direitos humanos, precisamos entender que toda norma traz
em si determinadas características que as definem e as constituem, assim, veja as cinco características
mais importantes:

1
Os direitos humanos surgiram do respeito pela dignidade e pelo valor de cada pessoa.

2
Os direitos humanos são universais, ou seja, são direcionados de forma equitativa e sem
discriminação a todos os seres humanos.
3
Os direitos humanos são inalienáveis, ninguém pode ficar de fora da atuação desses direitos;
contudo, a doutrina explica que eles podem ser limitados em situações específicas, por
exemplo, o direito à liberdade pode ser restringido se uma pessoa for considerada culpada de
um crime perante um tribunal.

4
Os direitos humanos são indivisíveis, inter-relacionados e interdependentes, não se pode
respeitar alguns direitos e outros não. Isso significa que a negação ou violação de um direito
pode afetar o respeito por outros.

5
Todos os direitos são considerados importantes e sem hierarquias, mas é preciso ter sempre
em mente a dignidade e o valor de cada ser humano.

É preciso que se diga que todos os direitos humanos estão expressos em tratados, ou seja, “conjuntos de
princípios e outras modalidades do Direito” (NAÇÕES UNIDAS, s. d., n. p). Segundo esse mesmo site, a
legislação proposta pelos direitos humanos obriga os Estados a agirem de uma forma e os proíbem a se
envolverem em determinadas questões específicas. No entanto, é preciso lembrar que a legislação não
estabelece os direitos humanos. Estes são direitos inerentes a cada pessoa. Os tratados servem, então,
para proteger formalmente os direitos das pessoas ou grupos contra ações ou abandonos dos governantes.
Por essas e outras razões, regularmente, ouvimos nos noticiários algumas pessoas pedindo ajuda sobre
violações de direitos humanos à ONU, mas para fazer isso é preciso esgotar todos os recursos jurídicos no
país de origem.

É importante frisar que os direitos humanos não são apenas leis presentes em um
documento. Eles dizem respeito às decisões que tomamos e situações que
vivenciamos cotidianamente.
Por exemplo, se uma pessoa pública fez algo que nos incomoda, a maioria não hesita em correr para as
redes sociais para compartilhar o péssimo exemplo. Quando fazemos isso, estamos exercendo um direito
humano — o direito à liberdade de expressão.

Não temos conta de quando os direitos humanos são respeitados, eles passam quase despercebidos.
Nenhuma criança, por exemplo, acorda comemorando o fato de poder ir para a escola. Mas aqueles que
moram em periferias e encontram suas escolas fechadas, sem professor ou sem merenda, precisam
colocar a boca no trombone para terem seus direitos respeitados.

Diante do tanto que já discutimos aqui, ficou claro para você a relação entre direitos humanos e cidadania?

Resposta
Enquanto os direitos humanos garantem as liberdades básicas que uma pessoa deve ter, desde a sua
liberdade de opinião, de ter uma religião, de ir e vir dentro da sua cidade; a cidadania diz respeito ao fato de
as pessoas usufruírem os direitos que o Estado concede. É uma relação básica.

Direitos humanos X Direitos fundamentais


Aposto que você já ouviu a expressão direitos humanos e direitos fundamentais como sinônimos. Não está
errado. Apesar de o conteúdo de ambos serem os mesmos, observe alguns detalhes a seguir.

Direitos humanos
Constituem um conjunto de direitos e garantias do ser humano, estando relacionado com igualdade e
liberdade e estão expressos no Direito Internacional.

Direitos fundamentais
Englobam a coletividade, são os direitos humanos incorporados pela Constituição, no caso do Brasil, da
Constituição cidadã de 1988.

Dessa forma, a Constituição Federal dividiu os Direitos e Garantias Fundamentais em:

Direitos individuais e coletivos expand_more


São os direitos ligados ao conceito de pessoa humana e à sua personalidade, tais como o direito à
vida, à igualdade, à dignidade, à segurança, à honra, à liberdade e à propriedade (artigo 5º e seus
incisos).

Direitos sociais expand_more

São os direitos referentes à educação, saúde, ao trabalho, à previdência social, ao lazer, à segurança,
proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados. Sua finalidade é a melhoria
das condições de vida dos menos favorecidos, concretizando, assim, a igualdade social (a partir do
artigo 6º).

Direitos de nacionalidade expand_more

Ter nacionalidade significa o vínculo jurídico político que liga um indivíduo a certo e determinado
Estado, fazendo com que este indivíduo se torne um componente do povo, capacitando-o a exigir
sua proteção e, em contrapartida, o Estado sujeita-o a cumprir deveres impostos a todos.

Direitos políticos expand_more

Permitem ao indivíduo, por meio de direitos públicos subjetivos, exercer sua cidadania, participando
de forma ativa dos negócios políticos do Estado (artigo 14).

Direitos relacionados à existência, organização e à participação em partidos políticos: Garante a


autonomia e a liberdade plena dos partidos políticos como instrumentos necessários e importantes
na preservação do Estado democrático de Direito (artigo 17).

Dessa forma, para Oliveira (2010, p. 23):

Os direitos humanos reportam a categorias normativas destinadas a assegurar


a dignidade da pessoa humana, com reconhecimento em âmbito internacional
— independentemente de vinculação a uma ordem jurídica interna específica —,
e que os direitos fundamentais se referem a categorias normativas, tomando
em conta os direitos humanos acolhidos, expressa ou implicitamente, na
ordem jurídica de determinado Estado.

(OLIVEIRA, 2010, p. 65)

Declaração Universal dos Direitos Humanos


Os direitos humanos possuem um documento-chave, um representante de todas as ideias contidas no
sentido atribuído a eles, chamado de Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Esse documento foi elaborado por pessoas de diferentes origens culturais e jurídicas de todo o mundo. A
declaração foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, mais precisamente no dia
10 de dezembro de 1948, por meio da Resolução 217 A (III) da Assembleia Geral e foi instituída como uma
norma comum a ser atingida por todos os povos e nações.

Pela primeira vez, uma declaração estabelece a proteção universal dos direitos humanos.

Curiosidade
A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu depois de toda violência e dos assassinatos em massa
ocorridos depois da Segunda Guerra Mundial. Os horrores da guerra estavam estampados nas pessoas que
sobreviveram. Era preciso impedir que aquela barbárie acontecesse, e um novo mundo precisava ser
reconstruído. O documento marcou, assim, um novo caminho para os países que se envolvessem em
conflitos, pois princípios como a dignidade da pessoa humana precisavam ser fortalecidos.

A declaração pode ser apresentada como princípios regulatórios que abarcam as ações estatais, mas
também as ações dos próprios cidadãos. É possível resumir todo o seu conteúdo em conceitos como:
cidadania, democracia e paz. Infelizmente, depois de muitos anos desde o seu nascimento, os direitos
contidos na declaração ainda precisam ser efetivados em diversas nações.

É papel de todas as pessoas fiscalizarem e cobrarem pelos direitos que


a declaração propõe.
Direitos humanos é um assunto que diz respeito a todas as pessoas no mundo, independentemente de suas
diferenças.

Comentário
No entanto, há uma tendência, especialmente no Brasil, em desconsiderar os direitos humanos e mais ainda
a desprezá-los e inclui-los como categorias ideológicas a serem combatidas. Vimos como os direitos
humanos são reconhecidos como um marco da história humana. No Brasil, o senso comum geralmente
atribui como sinônimo de direitos humanos, impunidade, injustiça e uma forma de não punição para
bandidos. Trata-se, contudo, de um grande engano que precisa ser corrigido o quanto antes, tendo em vista
a importância de garantir nossos direitos.

São esses direitos que nos permitem construir uma sociedade inclusiva e justa, são eles que colocam a lei
como parâmetro, e desautorizá-la não vai melhorar em nada a nossa situação.

Direitos humanos e contemporaneidade


Aposto que você já assistiu Tropa de Elite (2007). O filme do cineasta brasileiro José Padilha causou muito
barulho na época, sendo, inclusive, comercializado antes da exibição nos cinemas. Ao apresentar uma
violência institucionalizada na Polícia Militar, o filme, mais do que pura diversão, mostrou, por meio do
exaltado Capitão Nascimento, como anda a questão dos direitos humanos no Brasil. O filme não aborda
apenas a ação dos policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) nas favelas do Rio de Janeiro, mas
deixa claro lógicas que estruturam, em nosso país, as relações sociais marcadas pela ausência da lei, pela
violência física e simbólica e por hierarquias de poder que delimitam quem pode ou não ser designado
cidadão.

Veja a seguir algumas expressões que se popularizaram quando há um debate sobre os direitos humanos.

“Bandido bom é bandido morto” expand_more

Essa fala não pode ser atribuída apenas ao Capitão Nascimento no filme. Ela ganhou uma multidão
que passou a repeti-la como um bordão e a mudar as práticas cidadãs em xeque no país. Bandido
bom, na perspectiva apresentada, seria o cidadão, aquele capaz de ter direitos, direito de defesa, por
exemplo, e em uma visão maior, direito à própria vida.
A matéria do jornal O Globo, de 2017, mostrou, de acordo com a pesquisa do Centro de Estudos em
Segurança e Cidadania, da Universidade Cândido Mendes, que para 37% dos cariocas, a frase
“Bandido bom é bandido morto” está correta e deve ser seguida. A mesma reportagem apresenta
que apesar da diminuição de pessoas que seguem essa crença, segundo uma pesquisadora desse
Instituto, a questão dos direitos humanos acabou sendo mal compreendida nos últimos tempos.

“Direitos humanos para humanos direitos” expand_more

Ainda há outras sentenças piores, como nos lembra o digital influencer, Cauê Moura, “Direitos
humanos para humanos direitos”, como se fosse possível naturalizar o fato de que alguém pode
decidir quem vive e quem morre, quem pode ou não ser portador de direitos. Somente não podemos
nos esquecer de que “toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil” (ART 1º DO CÓDIGO
CIVIL).

A mídia, os produtos da indústria cultural, como o cinema, por exemplo, contribuem de forma decisiva para a
construção dessa imagem mental de que o bandido não tem correção, não tem solução, não tem jeito,
tampouco merece o direito de viver. Filmes como esse, programas sensacionalistas, reportagens mal
apuradas e subjetivadas ajudam a afastar a noção correta de direitos humanos dos consumidores desses
produtos culturais. Desse modo, toda a história da origem dos direitos humanos, da globalização e
internacionalização de seus sentidos e aplicabilidades caem por terra. E assim, infelizmente, vamos
acompanhando a trajetória de pessoas que entraram no crime, encarceradas, sem a menor perspectiva de
socialização, sendo devolvidas precocemente à sociedade, sem uma oportunidade para recomeçar e já
condenadas de antemão.

A representação de como os policiais da dita elite corporativa pensam o bandido, no filme Tropa de Elite,
torna-se mais importante que a própria realidade. No mundo da chamada pós-verdade, a verdade é o que
menos importa. O que se acha dela, o juízo de valor, esse sim, molda e organiza toda relação com o mundo.
As representações do bandido como lixo, inimigo, totalmente demonizado, acabam prevalecendo e
reverberando em toda sociedade. Assim, o “bandido bom” nunca deverá ser o cidadão detentor de direitos,
mas o inimigo que deve ser abatido, com licença para ser morto.

Alunos de escola pública em Salvador, Bahia.

Nesse sentido, entre todos os direitos, a Educação é essencial, pois é ela que ajudará a desenvolver uma
consciência crítica que permita mudar pensamentos e ações como essa. As pessoas precisam entender
que são sujeitos sociais e que podem transformar a sociedade. Portanto, o direito à Educação se insere
como instrumento de mudança social prevista na Constituição Federal, art. 205 e na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional.
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania […]

(LEI Nº 9.394/96)

As crianças não nascem com conhecimento das leis, dos direitos e deveres, de cidadania, é todo um
processo, um aprendizado contínuo que passa pela socialização e escolarização, e esse processo precisa
ser efetivado.

A educação pública é um dever básico do Estado com seus cidadãos.

Para modificar tais concepções de vida que excluem, que designam quem pode ou não ser portador de
direitos, só mesmo por meio da Educação. Isso porque anunciada desde a consolidação da Declaração dos
Direitos Humanos em 1948, a Educação permite o respeito aos direitos humanos. Segundo Rutkoski (2006),
a Educação envolve princípios de posicionamento político, tanto para que os grupos que historicamente
foram desfavorecidos na sociedade estejam conscientes de seus direitos e possam lutar coletivamente por
eles quanto para fortalecer a cidadania.

Atenção!
Dessa forma, por meio da Educação, as pessoas precisam acreditar que os direitos humanos, na
contemporaneidade, são fundamentais para um salutar convívio na sociedade. Só assim esse discurso que
viralizou deslegitimando os direitos humanos poderá se esvaziar e os valores civis básicos, como o direito à
vida e à dignidade de todas as pessoas, serão de fato respeitados.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?


Questão 1

Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão. Esse direito inclui a liberdade de, sem
interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e
independentemente de fronteiras.

Tal princípio está positivado na(o)

A Constituição de 1946.

B Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas.

C Declaração dos Direitos Humanos.

D Código Civil.

E Código penal.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A Declaração dos Direitos Humanos estabelece uma série de proposições que vai desde o princípio que
garante a lei e a liberdade das pessoas até o direito de se manifestar sobre as questões da vida.

Questão 2

A questão da cidadania atrelada aos direitos humanos é um dos aspectos mais marcantes da
contemporaneidade. “A noção clássica que influencia até hoje a discussão sobre o tema, advém de
Marshall (1967), que afirmava que a cidadania é aquele estatuto que se concede aos membros de pleno
direito de uma comunidade. Os seus beneficiários são iguais no que respeita a direitos e obrigações”
(BERAS, 2013, p. 36).

A partir das informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir:


I) Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei, ou seja, é ter
direitos civis.

II) Ser cidadão é também possuir direitos políticos, poder votar, ser votado, e expressar opiniões
ideológicas diversas.

III) Ser cidadão é também possuir direitos sociais, que inclui o direito à educação, ao trabalho, ao
salário justo e à saúde.

É correto o que se afirma em

A I, apenas.

B III, apenas.

C I e II, apenas.

D I, II e III.

E I e III, apenas.

Parabéns! A alternativa D está correta.

As três asserções estão corretas porque englobam os conceitos básicos que definem a cidadania e o
papel do cidadão: o direito à liberdade e à igualdade, o acesso aos direitos políticos e aos direitos
sociais.
4 - O cidadão e a sociedade
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a responsabilidade
do cidadão para a transformação socioambiental, a partir da relação entre
meio ambiente e sociedade.

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Responsabilidade ambiental para a
formação do cidadão
Confira a relação entre educação ambiental, responsabilidade ambiental, responsabilidade social e como o
respeito a esses processos permite estruturar e fortalecer a cidadania.
O meio ambiente e a sociedade
Há algum tempo, tornou-se rotina ligar a TV e encontrar alguma pauta nos telejornais sobre o meio
ambiente, tais como: efeito estufa, aquecimento global, geleiras derretendo, animais morrendo, alterações
nos climas, garimpos clandestinos destruindo matas, Amazônia em chamas. Os desastres naturais nunca
foram tão discutidos como agora.

Mas qual a relação entre meio ambiente e sociedade, o que quer dizer
sustentabilidade? Será que eu e você temos alguma culpa em relação a toda essa
destruição? Temos como mudar a situação?

Essas são algumas questões para refletir aqui neste módulo, afinal, temos uma responsabilidade com o
meio ambiente e, é claro, isso passa pela questão da cidadania.

O que é o meio ambiente?


Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, que aconteceu em Estocolmo em 1972, definiu-
se o meio ambiente como “o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais, capazes de
causar efeitos diretos e indiretos em um prazo curto ou longo sobre os seres vivos e as atividades
humanas”. Partindo dessa definição, é preciso diferenciar duas ciências distintas, mas essenciais para se
estudar o meio ambiente:

Ciências ambientais

Campo amplo, que necessariamente inclui o homem na relação com o meio ambiente, envolvendo
sustentabilidade, planejamento e gestão ambiental, licenciamento ambiental entre outros assuntos. Nesse
contexto, o homem e o meio ambiente seriam indissociáveis.

Ecologia
É a ciência que diz respeito a como os organismos interagem uns com os outros e com o meio físico ao seu
redor.

Apesar de distintas, essas duas ciências são importantes no estudo do meio ambiente, pois conhecer os
princípios de uma é essencial para se compreender completamente a outra.

Ambas fornecem conhecimentos importantes sobre o meio ambiente e como as pessoas podem preservá-
lo ou explorá-lo de maneira consciente e sustentável.

Sustentabilidade
Sustentabilidade é outra palavrinha mágica nessa questão sobre meio ambiente. E não, isso não é um papo
ecochato. Se quisermos viver bem, com abundância de recursos naturais, temos de dominar esses assuntos
ou em breve não teremos mais lugar nesse mundo.

Atenção!
Sustentabilidade é simples de se compreender: refere-se ao equilíbrio entre o que precisamos da natureza e
o que oferecemos em troca. Significa economizar recursos e utilizar melhor o que consumimos, como água
e energia; é reciclar, diminuir resíduos e poluentes, pensar no destino de tudo o que produzimos e
descartamos, e na origem de tudo o que utilizamos; é tratar o meio ambiente com responsabilidade.

O termo sustentabilidade está ligado diretamente à ideia de utilização de algo, sem que, com isso, a
capacidade de ser consumida por outras pessoas termine por esgotá-lo. A sustentabilidade ambiental
também tem esse significado, porém, de maneira mais complexa, por estar ligada ao meio ambiente e a
tudo que o engloba. Assim, as próximas gerações não ficarão sem suprimentos.

É simples: ser sustentável é ter a responsabilidade de utilizar, mas também cuidar


para que não falte ao próximo que vai utilizar.

Começamos a ouvir falar de sustentabilidade a partir de 1980, ligada ao desenvolvimento sustentável. A


partir dessa data, pesquisadores, gestores de políticas públicas e organizações não governamentais
começaram a discutir o crescimento e desenvolvimento das nações sem a extinção dos recursos naturais.
Desde essa discussão, as populações de todo mundo perceberam que a água, por exemplo, um bem natural
cujo fim jamais havia sido cogitado, poderia desaparecer do planeta.
Nossas ações modificam o meio ambiente para o bem ou para o mal. Se compreendermos que, sem a água,
o oxigênio, os minérios, o solo, a energia e o calor do sol, as florestas e os animais, não conseguiremos
viver, talvez ações sustentáveis passem a fazer parte do dia a dia das pessoas de forma consciente.

Saiba mais
Desde março de 2020, com a pandemia do novo coronavírus, as pessoas tiveram de cumprir isolamentos
sociais para evitar a propagação do vírus. Isso foi o suficiente para que animais silvestres pudessem ser
encontrados em ruas das grandes cidades, baías e rios antes poluídos voltassem a ficar limpos e o ar
ficasse menos poluído.

Por isso, consumir produtos orgânicos, evitar o consumo excessivo de produtos químicos, reutilizar sempre
que possível embalagens, separar o lixo e incentivar a reciclagem, utilizar transportes menos poluentes; são
pequenas ações, mas que podem transformar nosso meio ambiente. Nesse sentido, a educação ambiental
faz toda a diferença, pois ela começa a ensinar crianças e adolescentes a lidar com a nova cultura. Para tal,
é importante que, além das escolas, as empresas também adotem a sustentabilidade ambiental,
incorporando ações que resultem em um crescimento econômico sem prejuízos ao meio ambiente.

Todos esses conceitos estão interligados e fazem parte do nosso meio social. Vivemos em cidades cada
vez maiores e mais populosas, mas nem sempre nos damos conta dos custos ambientais que essa escolha
gera. Não analisamos o que e como consumimos, ou como descartamos nossos rejeitos, e a capacidade da
terra de repor tudo que precisamos e reciclar o que rejeitamos. Consumimos mais do que precisamos e
descartamos muito além do que podemos gerenciar. Hoje os resíduos já são enviados de um país a outro
por termos, cada vez mais, espaços limitados para o seu armazenamento.

O consumo exacerbado de recursos naturais e a falta de preocupação com os


resíduos gerados são duas causas primordiais por trás dos impactos que o homem
tem causado ao meio ambiente.

Outro problema que precisamos enfrentar também diz respeito aos resíduos que são gerados pelo consumo
dos recursos naturais pela população humana. O meio ambiente precisa de tempo para que os recursos
naturais renováveis sejam naturalmente repostos e precisa também de tempo para que os resíduos gerados
possam ser incorporados pelo sistema. Da mesma forma, para que os serviços ecossistêmicos sejam
mantidos, é preciso que os sistemas naturais sejam mantidos em funcionamento adequado.

Se consumimos e geramos resíduos em uma velocidade acima da que o ambiente leva para repor recursos
e lidar com os resíduos, então, temos um problema de insustentabilidade. Aliados à insustentabilidade,
estão os problemas adicionais que esses resíduos causam no meio ambiente.

Isso significa que as próximas gerações sofrerão as consequências mais severas dos problemas que só
recentemente reconhecemos.
Esses problemas são muitos e serão discutidos neste bloco, mas, basicamente, referem-se a desequilíbrios
diversos nos sistemas vivos e físicos, já descritos.

Comentário
Como dependemos desses sistemas, estamos comprometendo o futuro da nossa própria espécie. É claro
que já estamos sofrendo as consequências de nossos atos no presente, mas as gerações futuras serão
mais drasticamente afetadas. Alterações de ordem política, social e econômica decorrentes da escassez de
recursos (como solos férteis e água, por exemplo) são esperadas, agravando ainda mais a crise mundial.

O consumo consciente
Outra questão que está no cerne dos problemas ambientais atuais é o padrão de consumo exacerbado.
Embora mais pessoas no mundo, necessariamente, levem a um aumento do consumo de recursos e
utilização de serviços ambientais, uma proporção da população mundial tem consumido muito mais
recursos do que o restante. Basicamente, o padrão de consumo dessas pessoas é muito alto.

A área média produtiva que um norte-americano requer para prover tudo que ele precisa é quase 8 vezes
maior que a de um indiano e 2,7 vezes maior que a de um brasileiro (GLOBAL FOOTPRINT NETWORK, s.d.).

Caso toda a população mundial tivesse o mesmo padrão de consumo dos americanos, precisaríamos de
mais de cinco planetas para sustentar a população atual.

Assim, além do consumo exacerbado, a desigualdade na distribuição das riquezas é outro problema.

Há um abismo na distribuição da riqueza entre os países ditos desenvolvidos e os subdesenvolvidos. Tal


abismo se repete também dentro de cada país, seja ele desenvolvido, no qual o fosso que separa ricos e
pobres é menor, ou subdesenvolvido, em que o abismo é maior.

Segundo declarou a organização não governamental britânica Oxfam durante o


Fórum Econômico Mundial (Davos, Suíça), cerca de 7 milhões de pessoas que
compõem o grupo dos 1% mais ricos do mundo concentram 82% de toda riqueza
global gerada em 2017. Nessas condições, a vida torna-se uma batalha diária e a
preocupação com o meio ambiente fica em segundo plano.

Isso é fácil de entender: se você constantemente passasse fome por não ter dinheiro para comprar
alimentos, mas pudesse obter carne caçando animais silvestres, você deixaria de caçar? Ou se você mal
tivesse dinheiro para comer, teria preocupação em comprar produtos que agridem menos o meio ambiente?

E no meio de toda essa dificuldade, grande parte dessa população miserável ainda é bombardeada por
propagandas que a instigam a buscar o inatingível padrão de consumo dos mais ricos. Isso só faz crescer a
demanda por recursos naturais, os impactos ambientais e a geração de resíduos e poluição.

A educação ambiental para a transformação


social
A educação é um direito de todos os cidadãos e um processo de transmissão de culturas, saberes e
conhecimentos. Por meio da educação, é possível garantir a nossa socialização, que começa ainda pela
família e se estende de maneira formal pela escola.

A educação traz conhecimento e, portanto, favorece nosso


desenvolvimento social, econômico e ambiental.

A educação ambiental, como todo processo educacional, “busca desenvolver as potencialidades das
pessoas, a fim de favorecer uma melhor relação humano-ambiente, ou seja, com todo o meio que nos cerca”
(ANDRADE; BONFIM, 2018, p.13). Dessa forma, ela representa uma importante ferramenta para
enfrentarmos o desafio imposto pela questão ambiental.

Uma nova relação entre homem e natureza é proposta no seio da educação ambiental, em que ambos
andam lado a lado, constituindo uma das bases do desenvolvimento sustentável, que leva a um
envolvimento maior da população nas decisões e ações ambientais. A população deixa de ser passiva e
passa a ser ativa e participativa.

Entendem-se por educação ambiental, os processos por meio dos quais o


indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e
sua sustentabilidade.
(LEI Nº 9.795/1999)

Nas escolas, a educação ambiental deverá fazer parte de todos os níveis de ensino, como tema transversal,
ou seja, presente em todas as disciplinas.

Aprender sobre o meio ambiente desde pequeno é um dos recursos que possibilita a sensibilização e a
preparação da população para colaborar na solução dos problemas ambientais que afligem o planeta. Por
meio do estudo, busca-se conscientizar as pessoas a respeito da gravidade dos problemas ambientais e
desenvolver técnicas e métodos que permitam a ação da sociedade em defesa do meio ambiente.

A partir do momento que a educação ambiental se torna uma realidade na sociedade, ela fomenta cidadãos
mais conscientes, capazes de desenvolver laços com outros cidadãos, fortalecendo o senso individual e
coletivo a partir das ações em busca de alternativas e soluções para os problemas ambientais que vivemos.
E o compartilhamento de informações leva os indivíduos a ações, que podem ser desde as mais simples,
como fechar a torneira enquanto estiver escovando os dentes, até técnicas mais sofisticadas de reutilização
de resíduos.

Segundo Marcatto (2002), a Lei nº 9.795/99 é a mais recente e importante para a educação ambiental, pois
define os princípios relativos que deverão ser seguidos em todo o país. A norma foi regulamentada em 25
de junho de 2002 por meio do Decreto nº 4.281, e estabelece que todos tenham direito à educação
ambiental, sendo esta um dispositivo fundamental para respaldar e direcionar as ações de educação
ambiental nos diversos espaços de ensino.

Saiba mais
Você já ouviu falar na Rio-92?

A Rio-92, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, realizada no Rio de
Janeiro, em 1992, foi importante para estabelecer ações para educação ambiental. A Agenda 21 definiu
2.500 recomendações para o fortalecimento da sustentabilidade e, entre essas recomendações, a educação
ambiental foi incorporada definitivamente como processo indispensável ao desenvolvimento de sociedades
sustentáveis. Alguns objetivos são:

respeitar e cuidar da comunidade de vida;

integridade ecológica;

justiça social e econômica;

democracia, não violência e paz.

Tais orientações e novos olhares para a natureza direcionam ao caminho do desenvolvimento sustentável,
possibilitando mudanças no sistema político e social. As mudanças caminham para redução dos conflitos
homem-natureza, levando a uma sociedade mais sustentável. A nossa forma de agir no mundo ainda se
baseia no capitalismo selvagem, no consumo desenfreado, na geração de riqueza e na busca incessante
por um progresso que nunca chega.

O problema é que essa postura gera subprodutos que ameaçam a nossa própria existência. Por isso,
precisamos de uma nova ética, para mudar nossa postura frente ao mundo e frente às pessoas com as
quais o dividimos.

Cidadania e meio ambiente


O que podemos fazer para reverter esse destino e por que não começamos logo?

Essa é uma questão que exige uma mudança de paradigma que inclui o nosso modelo de crescimento
econômico, mas a mudança requer também mudanças individuais na maneira como vemos o mundo e o
nosso papel nele.

Muitas pessoas precisam da sensação imediata de perda individual para reagirem. Infelizmente, não
podemos depender somente desse sentimento. Devemos fazer uso da nossa capacidade diferencial de
prever acontecimentos futuros e da nossa consciência — que, para muitos, são características que nos
diferenciam dos outros animais.

Precisamos ainda de um sentimento coletivo altruísta, de que todos importam e não somente os que estão
aqui e agora ao nosso redor.

Exemplo
A pandemia do novo coronavírus trouxe uma realidade desconhecida. Primeiro, foi preciso encarar o
distanciamento social; em seguida, o uso de máscaras em ambientes públicos, uma prática comum em
países orientais. Se tivéssemos pensado no outro e mantido as duas ações, talvez não teríamos perdido
tantas vidas. O homem anda muito egoísta ultimamente.

Os cientistas têm feito parte do trabalho, estudando os impactos no meio ambiente e alertando a sociedade
para as consequências de todas as modificações que presenciamos. No entanto, as medidas necessárias
para solucionar os problemas ainda são frágeis. A relação entre a sociedade e o meio ambiente tem sido
bastante discutida em todas as nações no mundo.

O Brasil possui grande parte dos recursos naturais de todo o Planeta, com o maior rio do mundo, o
Amazonas, e a maior floresta tropical. Por isso, o cidadão brasileiro precisa desenvolver a consciência de
que a preservação do meio ambiente é garantia de seu bem-estar, de sua saúde e de sua sobrevivência.
Todos nós somos responsáveis pelo meio que nos cerca. Quando um cidadão que está no trânsito abre a
janela do seu carro para jogar um copo de plástico na rua, ele precisa ter em mente que o plástico vai
demorar mais de cem anos para se decompor. Esse material vai se acumular nos bueiros e quando uma
chuva em abundância cair, a cidade ficará submersa, entrando água nas casas das pessoas e provocando
doenças e tragédias.

A natureza anda reclamando das ações destrutivas do homem...

Tsunamis, furacões, enchentes devastadoras, deslizamentos em áreas urbanas, calor intenso ou invernos
glaciais. Doenças desconhecidas que nos atormentam acabam sendo o resultado da péssima relação do
homem com os animais, do crescimento das cidades e do aumento das populações urbanas e das
ocupações em lugares de risco.

As soluções para, pelo menos, minimizar esse circuito de destruição do meio ambiente seriam, por exemplo:

Utilizar materiais menos agressivos, como embalagens que facilitassem não somente a reutilização, mas
também o descarte.

A reciclagem, que nada mais é do que o reaproveitamento dos materiais descartados pelo homem, seja
pelo excesso de consumo, seja pelo fim da mercadoria.
O uso de uma energia alternativa, com a luz solar.

Além disso, a sustentabilidade na produção e no desenvolvimento de produtos, bem como um planejamento


urbano e uma real política de conservação das matas, florestas e solo. Essas são algumas soluções
capazes de retardar esse processo de degradação do meio ambiente. Todas essas propostas de ações são
possíveis de acontecerem, mas desde que o cidadão faça a sua parte. O descarte correto do lixo,
saneamento básico e uma economia interplanetária da água é imprescindível. Dessa forma, o meio
ambiente poderá ser preservado e poderemos sobreviver a um futuro bem próximo.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?


Questão 1

(Adaptada: FEPESE – 2011) Enchentes devastadoras, desmoronamento de encostas, destruição de


pontes e estradas são algumas consequências das mudanças climáticas que estamos vivendo. Dito
isso, assinale a alternativa que menciona algumas das causas desses eventos.

A A influência das tempestades solares cada vez mais violentas.


A alteração do eixo de inclinação do planeta, causando grande movimentação das
B
massas de ar na atmosfera.

A atividade vulcânica, o aumento de furacões e tornados e a mudança do regime das


C
marés.

O crescimento das cidades e da população urbana, com a consequente alteração do


D
curso dos rios, ocupação de encostas e locais de risco.

E A erosão causada por rios e mares.

Parabéns! A alternativa D está correta.

O meio ambiente anda reclamando da péssima relação que o homem tem com o meio em que vive. Há
uma falta de responsabilidade com as ações ambientais, sobretudo por falta de uma política de
planejamento das cidades que permitam um convívio harmonioso entre o homem e o seu meio.

Questão 2

Uma das práticas a serem adotadas visando à efetiva conservação da natureza e ao desenvolvimento
sustentável é, sem dúvida, a educação ambiental. Considerando os diferentes aspectos desse
processo, assinale a alternativa incorreta.

Lei Federal nº 9.795/99, que dispõe sobre a Política Nacional de Educação Ambiental,
A estipula que ela não seja uma prática instituída como disciplina específica no currículo
de ensino.

A participação coletiva corresponde a um dos objetivos fundamentais da educação


B
ambiental na lei brasileira, sendo incentivada em detrimento da participação individual.
C A interdisciplinaridade representa um princípio da educação ambiental não só no Brasil
como também no cenário internacional.

A abordagem participativa integra as populações locais na conservação de um


D
ambiente, sendo os insucessos encarados como parte do processo de aprendizagem.

E A educação ambiental deve ser ensinada desde os primeiros anos de escola.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A lei incentiva que a partir de pequenas ações individuais, o meio ambiente pode ser transformado, e
essas ações ajudarão no coletivo, pois por meio da educação ambiental, as pessoas serão
multiplicadoras, capazes de se organizarem e organizarem o meio ambiente.

Considerações finais
Ter uma constituição é fundamental para a organização da sociedade, além disso, uma constituição
considerada cidadã é essencial para a construção de um Estado Democrático de Direito. Por esse motivo,
devemos respeitar e defender a nossa Constituição com todas as forças, pois ela permitirá direitos e
garantias fundamentais, de cunho individual e coletivo.

A Constituição de 1988 externalizou princípios, valores e direitos. Por essa razão, a cidadania, como
atualmente é compreendida, significa a prática de quem pode usar e fruir de suas liberdades públicas, dos
seus direitos sociais e solidários. Daí a máxima “direitos humanos para todos” e não apenas para "humanos
direitos". As leis existem para serem cumpridas e para garantir que todas as pessoas tenham dignidade
para viver. São essas mesmas leis que vão garantir um bom relacionamento do homem com a sociedade e
com o meio ambiente.

Precisamos respeitar os direitos humanos na mesma proporção que precisamos respeitar o nosso contexto
social e ambiental. Isso será possível a partir de uma tomada de consciência por parte do ser humano.
Reciclar, reutilizar, não exceder no consumo de mercadorias, utilizar uma energia alternativa, respeitar o
hábitat dos animais, são atitudes sustentáveis que vão garantir uma vida mais saudável no nosso sistema.

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Assista:

A democracia em preto e branco – Documentário, direção Pedro Asberg, 2014.

Encontro com Milton Santos – Documentário, direção Silvio Tender, 2006.

Terra — O filme, direção Yan Arthus-Bertrand e Michael Pitiot, 2009.

Tropa de Elite, direção José Padilha, 2007.

Pesquise:

As principais características da Constituição de 1988, resumidas e adaptadas pelo Professor Zulmar


Fachin, no site Tribunapr.
Referências
ANDRADE, J. C.; BOMFIM, A. M. Educação Ambiental e Participação: a necessária atuação nos fóruns de
gestão ambiental. In: Rev. Eletrônica Mestr. Educ. Ambient. Rio Grande, v. 35, n. 2, p. 228-247, maio/ago.
2018.

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