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DIREITO

ECONÔMICO
Princípios Gerais de Direito Econômico

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO ECONÔMICO
Princípios Gerais de Direito Econômico
Natalia Braga

Princípios Gerais de Direito Econômico.. ..........................................................................3


O que é a Ordem Econômica?. .........................................................................................3
Introdução.......................................................................................................................3
Análise das Constituições Brasileiras..............................................................................4
A Ordem Econômica na Constituição de 1988. . ................................................................ 7
Breve Contextualização................................................................................................... 7
Os Fundamentos e os Objetivos da Ordem Econômica................................................... 11
Princípios Gerais. ........................................................................................................... 15
Os Princípios Previstos na Lei n. 13.874/2019 (Lei da Liberdade Econômica). . ...............34
Resumo......................................................................................................................... 37
Questões de Concurso...................................................................................................45
Gabarito........................................................................................................................59
Gabarito Comentado. .................................................................................................... 60
Anexo............................................................................................................................95
Referências................................................................................................................... 111

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Princípios Gerais de Direito Econômico
Natalia Braga

PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO ECONÔMICO


O que é a Ordem Econômica?

Introdução

O ponto de partida da aula de hoje é a compreensão do conceito de ordem econômica.


Trata-se de uma representação estrutural com o intuito de organizar a atividade econômica
em determinada sociedade.
Um conceito bastante elucidativo é dado por Leonardo Vizeu Figueiredo:

Tratamento jurídico disciplinado pela Constituição para a condução da vida econômica da Nação,
limitado e delineado pelas formas estabelecidas pela própria Lei Maior para legitimar a intervenção
do Estado no domínio privado econômico1.

Vale lembrar a classificação dada por Eros Roberto Grau que já foi cobrada em diversas
provas. O autor divide a ordem econômica em duas vertentes conceituais:
• Ampla: parcela da ordem de fato, inerente ao mundo do ser.
Essa vertente trata da disciplina das relações jurídicas decorrentes do exercício de ati-
vidades econômicas;
• Estrita: parcela da ordem de direito, inerente ao mundo do dever-ser.
Essa vertente trata da disciplina do comportamento dos agentes econômicos no mercado.

Em nossa primeira aula, estudamos a evolução histórica do Direito econômico, com des-
taque para a liberdade de atuação dos agentes privados e a reduzida intervenção do estado
na economia (principais características do liberalismo clássico).
O modelo liberal mostrou-se falho (principalmente após a Revolução Industrial e a Primei-
ra Guerra Mundial) dando espaço a um Estado Intervencionista. Nesse contexto, relembro as
ideias de Keynes, que buscou definir e limitar a atuação dos agentes econômicos.
Com o intervencionismo em destaque, a livre iniciativa e a propriedade privada (conside-
rados os dois pressupostos básicos do capitalismo) passam a sofrer uma maior ingerência
estatal, para cumprir fins sociais e corrigir as falhas de mercado.
1
FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Lições de Direito Econômico. 6ª ed. Rio de Janeiro: Forense.

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Nesta parte introdutória também merece ser mencionada a situação peculiar ocorrida na
antiga União Soviética: as deficiências do modelo liberal fizeram surgir um modelo de econo-
mia planificada caracterizado pela presença do poder público como único agente econômico.
Dentro desse modelo, os valores de propriedade são substituídos por uma ideia de coletiviza-
ção dos fatores de produção.
Após uma breve síntese da ordem econômica mundial, vamos passar a analisar o caso
específico da ordem econômica brasileira.

Ordem Econômica
Conceito: representação estrutural com o intuito de organi-
zar a atividade econômica em determinada sociedade.
Ampla Estrita
Ordem de fato, inerente ao Ordem de direito, inerente ao
mundo do ser. mundo do dever-ser.

Análise das Constituições Brasileiras


A Constituição de 1824

Caracterizada por seu viés liberal, essa Constituição buscava garantir a liberdade de mer-
cado e o direito absoluto à propriedade individual.
Ainda não existia uma sistematização de regras econômicas e as normas tinham um sen-
tido negativo, exigindo um “não fazer” do Estado.

Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Politicos dos Cidadãos Brazileiros, que tem por base
a liberdade, a segurança individual, e a propriedade, é garantida pela Constituição do Imperio, pela
maneira seguinte.
XXII – E’garantido o Direito de Propriedade em toda a sua plenitude. Se o bem publico legalmente
verificado exigir o uso, e emprego da Propriedade do Cidadão, será elle préviamente indemnisado
do valor della. A Lei marcará os casos, em que terá logar esta unica excepção, e dará as regras para
se determinar a indemnisação.
XXIII – Tambem fica garantida a Divida Publica.
XXIV – Nenhum genero de trabalho, de cultura, industria, ou commercio póde ser prohibido, uma
vez que não se opponha aos costumes publicos, á segurança, e saude dos Cidadãos.

A Constituição de 1891

O viés liberal permanece e surge lugar também para a liberdade de associação. O Estado
permanece garantindo as liberdades individuais.

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Art. 72, § 17 O direito de propriedade mantem-se em toda a sua plenitude, salvo a desapropriação
por necessidade, ou utilidade pública, mediante indemnização prévia.
§ 27 A lei assegurará a propriedade das marcas de fabrica.

A Constituição de 1934

Essa Constituição foi a pioneira em dedicar um capítulo à ordem econômica e social, com
inspiração na Constituição mexicana e na Constituição de Weimar.
O período foi marcado pelo fracasso das ideias liberais e pela preocupação com o interesse
coletivo, de modo que a propriedade estaria garantida, desde que não ferisse o interesse social.

Exemplo: criação da Justiça do trabalho e previsão de férias etc.

TÍTULO IV
DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL

Art. 115. A ordem econômica deve ser organizada conforme os princípios da Justiça e as necessi-
dades da vida nacional, de modo que possibilite a todos existência digna. Dentro desses limites, é
garantida a liberdade econômica.
Parágrafo único. Os Poderes Públicos verificarão, periodicamente, o padrão de vida nas várias re-
giões da País.

A Constituição de 1937

A Constituição de 1937 foi a primeira a se referir de modo expresso à intervenção do Es-


tado no domínio econômico.
Caracterizada por seu viés autoritário e nacionalista, a Carta conferiu inúmeros poderes
ao Presidente e acabou não se vinculando à realidade política do Brasil (por essa razão, foi
denominada “polaca”, fazendo referência à constituição polonesa).

A Constituição de 1946

Essa Constituição foi marcada pela retomada da democracia e pelo fim do totalitarismo
imposto pelo Estado Novo. Assim, buscou-se unir a intervenção do Estado no domínio econô-
mico com ideais sociais advindas do novo liberalismo, bem como a subordinação do exercício
dos direitos individuais ao interesse da coletividade.

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Da Ordem Econômica e Social


Art. 145. A ordem econômica deve ser organizada conforme os princípios da justiça social, conci-
liando a liberdade de iniciativa com a valorização do trabalho humano.
Parágrafo único. A todos é assegurado trabalho que possibilite existência digna. O trabalho é obri-
gação social.
Art. 146. A União poderá, mediante lei especial, intervir no domínio econômico e monopolizar de-
terminada indústria ou atividade. A intervenção terá por base o interesse público e por limite os
direitos fundamentais assegurados nesta Constituição.
Art. 147. O uso da propriedade será condicionado ao bem-estar social. A lei poderá, com obser-
vância do disposto no art. 141, § 16, promover a justa distribuição da propriedade, com igual opor-
tunidade para todos.

A Constituição de 1967 e a EC I/69

A partir dessas Constituições, nota-se uma grande preocupação com o desenvolvimento


econômico, mantendo uma linha intervencionista (apesar de não haver adoção clara de um
único sistema econômico).
Vale lembrar que a ditadura militar contribuiu para a formação da ideia de que a seguran-
ça é o principal fator a ser considerado para o desenvolvimento econômico, social e político.
Nesse contexto, João Bosco Leopoldino da Fonseca ensina que:

A Constituição de 1967 colocou a intervenção do Estado no domínio econômico sob a inspiração


de um tema propulsor novo: o desenvolvimento econômico. De fato, o art. 157 daquela Constitui-
ção colocou como um dos princípios ideológicos da ordem econômica, ao lado dos da liberdade
de iniciativa e de valorização do trabalho, o do desenvolvimento econômico (…). De fato, a partir do
contexto revolucionário de 1964, adotou-se uma forma de fazer com que o Estado tomasse ao seu
cargo o desenvolvimento econômico. Assim, o Estado passa a figurar, não mais como regulador
da atividade econômica a ser desenvolvida pelos particulares, mas como um ator, como empresa
a competir com a iniciativa privada. A Emenda 1, de 17.10.1969, que deu praticamente nova reda-
ção ao texto constitucional de 1967, no título relativo à Ordem Econômica e Social transformou o
desenvolvimento econômico em desenvolvimento nacional (…). O Estado passava a atuar cada vez
mais no domínio econômico.2

Ordem Econômica nas Constituições Brasileiras


Constituição de 1824 viés liberal
liberdade de mercado
direito absoluto à propriedade individual
normas com sentido negativo

2
FONSECA, João Bosco Leopoldino. Direito Econômico. 9 ed. Forense.

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Constituição de 1891 viés liberal


liberdade de associação
Constituição de 1934 capítulo dedicado à ordem econômica e social
preocupação com o interesse coletivo
interesse social
Constituição de 1937 primeira referência expressa à intervenção do
estado no domínio econômico
viés autoritário e nacionalista
Constituição de 1946 retomada da democracia
intervenção do Estado no domínio econômico e
ideais sociais advindos do novo liberalismo
subordinação do exercício dos direitos individuais
ao interesse da coletividade
Constituição de 1967 e a EC I/69 preocupação com o desenvolvimento econômico
linha intervencionista

A Ordem Econômica na Constituição de 1988

Breve Contextualização
Antes da CF/1988, a Ordem Econômica era localizada no título da Ordem Social (título
VIII). Posteriormente foi inserida dentro do título VII, que cuida da Ordem Financeira e contém
quatro capítulos:

I – Dos princípios gerais da atividade econômica


II – Da política urbana
III – Da política agrícola e fundiária e de reforma agrária
IV – Do sistema financeiro nacional

Pela análise da CF/1988, podemos concluir que ela traz um sistema econômico capita-
lista, com garantia da liberdade de iniciativa e da propriedade privada (com possibilidade de
limitação estatal em ambos os casos).
Apesar da clara adoção das ideias capitalistas, é importante ressaltar que não se pode
falar em um capitalismo puro. Isso porque, embora os fatores de produção pertençam aos
agentes privados, a intervenção estatal é prevista em determinados casos.
A situação delineada acima é explicada de forma clara na obra de José Afonso da Silva:

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A Constituição é capitalista, mas a liberdade é admitida enquanto exercida no interesse da justiça


social e confere prioridade aos valores do trabalho humano sobre todos os demais valores da eco-
nomia de mercado3.

A regra geral é que a intervenção do Estado na Ordem Econômica ocorra de forma indireta
(por meio de regulação e/ou normatização). Excepcionalmente, existe a possibilidade de in-
tervenção direta, nas hipóteses taxativas do art. 173 (já mencionadas na aula 1).

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade eco-
nômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

Pela leitura das normas constitucionais, podemos verificar as seguintes funções que são
exercidas pelo Estado:
• Fiscalizar, incentivar e planejar (art. 174);

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor
público e indicativo para o setor privado.

• Explorar a atividade econômica:


– monopólio constitucional:

Art. 177. Constituem monopólio da União:


I – a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II – a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III – a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades pre-
vistas nos incisos anteriores;
IV – o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de pe-
tróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus
derivados e gás natural de qualquer origem;
V – a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de
minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção,
comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíne-
as b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal.

• Prestar serviços públicos (art. 175):

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos

3
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 42 ed. Malheiros Editores.

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• Explorar em concorrência com o particular (art. 173):

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade eco-
nômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista
e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19,
de 1998)
III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da
administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação
de acionistas minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.

Todos os artigos acima serão analisados nas aulas específicas. Por enquanto, basta que
você visualize todas as formas de atuação do Estado na economia.

Ordem Econômica na CF/1988


Principais características Sistema econômico capitalista, com garantia da
liberdade de iniciativa e da propriedade privada.
Possibilidade de intervenção estatal.
Regra geral Intervenção indireta do Estado na Ordem Econômica.
Exceções Intervenção direta: imperativos da segurança nacio-
nal ou a relevante interesse coletivo.
Funções exercidas pelo Estado Fiscalizar, incentivar e planejar.
Explorar a atividade econômica (monopólio).
Prestar serviços públicos.
Explorar em concorrência com o particular.

Em consonância com as normas citadas acima, destaco interessante julgado do STF


acerca da legitimidade de atuação do Poder Público na ordem econômica:

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RECONHECIMENTO, PELA CORTE JUDICIÁRIA LOCAL, DA VALIDADE CONSTITUCIONAL


DE LEI DISTRITAL QUE VEDA A INSTALAÇÃO DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS EM DETER-
MINADAS ÁREAS, COMO ESTACIONAMENTOS DE SUPERMERCADOS – REGULAÇÃO
ESTATAL DA ATIVIDADE ECONÔMICA EXCEPCIONALMENTE MOTIVADA POR RAZÕES DE
ELEVADO INTERESSE SOCIAL E DE SEGURANÇA DA COLETIVIDADE – CIRCUNSTÂNCIA
QUE LEGITIMA, EM FACE DE ATIVIDADE EMPRESARIAL DE RISCO, A ATUAÇÃO NORMA-
TIVA DO PODER PÚBLICO NO DOMÍNIO ECONÔMICO – DOUTRINA – PRECEDENTES
A regulação estatal no domínio econômico, por isso mesmo, seja no plano normativo,
seja no âmbito administrativo, traduz competência constitucionalmente assegurada ao
Poder Público, cuja atuação – destinada a fazer prevalecer os vetores condicionantes
da atividade econômica (CF, art. 170) – é justificada e ditada por razões de interesse
público, especialmente aquelas que visam a preservar a segurança da coletividade.
A obrigação do Estado, impregnada de qualificação constitucional, de proteger a inte-
gridade de valores fundados na preponderância do interesse social e na necessidade
de defesa da incolumidade pública legitima medidas governamentais, no domínio eco-
nômico, decorrentes do exercício do poder de polícia, a significar que os princípios que
regem a atividade empresarial autorizam, por efeito das diretrizes referidas no art. 170
da Carta Política, a incidência das limitações jurídicas que resultam do modelo consti-
tucional que conforma a própria estruturação da ordem econômica em nosso sistema
institucional. (STF-RE597165 AgR DF, DJ em 19/12/14)

Questão 1 (TRF-4ª/JUIZ FEDERAL/2016/ADAPTADA) Consoante o texto constitucional, a


ordem econômica se edificará sob o fundamento da livre-iniciativa, de cunho predominante-
mente capitalista, conferindo a todos o direito de se lançar ao mercado de produção e bens,
por sua conta e risco, não competindo ao Estado brasileiro a regularização e a normalização
das atividades econômicas.

Errado.
O art. 174 prevê o Estado como agente normativo e regulador das atividades econômicas.

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Os Fundamentos e os Objetivos da Ordem Econômica


O art. 170, caput, da CF estabelece que: “A ordem econômica, fundada na valorização do
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, confor-
me os ditames da justiça social”.
Esse artigo traz normas dirigentes (prevendo uma programação para a realização de de-
terminado objetivo).
Veja que a valorização do trabalho humano e a livre iniciativa são apontadas como funda-
mento da ordem econômica e que a existência digna, conforme os ditames da justiça social,
é descrita como objetivo.
Os nove incisos que constam no artigo trazem, por sua vez, os princípios constitucionais
da ordem econômica.
É muito comum que os examinadores tentem confundir o candidato e identifiquem incor-
retamente os fundamentos, objetivos e princípios.

Vamos estudá-los separadamente.

A Livre Iniciativa

Trata-se de umas das principais características do capitalismo, positivada no ordena-


mento jurídico brasileiro por meio do alvará de 1º de abril de 1808, expedido por D. João VI,
que concedeu liberdade de indústria às colônias portuguesas. Embora no início tenha sido
considerada um direito individual absoluto, atualmente deve se conformar à função social.

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A livre iniciativa pode ser definida como a liberdade de empreender ou exercer qualquer
forma a atividade econômica. O conceito abarca outras formas de organização econômica,
como a cooperativa (art. 5, XVIII) e a liberdade contratual e comercial. Todavia, é permitida a
restrição estatal do exercício da atividade econômica com fundamento na defesa da coletivi-
dade, com imposição de requisitos mínimos necessários para tal exercício.
A livre iniciativa deve ser analisada em suas duas facetas:
• Positiva: assegura a liberdade econômica a qualquer cidadão;
• Negativa: proíbe que o Estado intervenha restringindo a livre iniciativa, salvo se houver
previsão legal.

Como ressaltei no início do tópico, não se trata de uma liberdade absoluta, na medida
em que é limitada por outros princípios, como o da justiça social (buscando dar uma melhor
condição de vida aos trabalhadores), da dignidade da pessoa humana, dos valores sociais do
trabalho, bem como pelo próprio Estado.
Conforme definido pelo ministro Roberto Barroso4:

O princípio da livre iniciativa, inserido no caput do art. 170 da Constituição nada mais é do que uma
cláusula geral cujo conteúdo é preenchido pelos incisos do mesmo artigo. Esses princípios clara-
mente definem a liberdade de iniciativa não como uma liberdade anárquica, mas social, e que pode,
consequentemente, ser limitada.

Da mesma forma, a atuação direta e a intervenção do estado na economia devem obe-


decer aos padrões estabelecidos constitucionalmente, portanto só haverá limitação à livre
iniciativa se a CF assim autorizar.

Exemplo: intervenção direta na produção e comercialização de bens e serviços quando houver


relevante interesse coletivo (art. 173, caput, da CF).

Em consonância com a livre iniciativa, o parágrafo único do art. 170 dispõe que é as-
segurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de
autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. Isso significa que a escolha
do trabalho fica ao arbítrio do indivíduo (pessoa natural ou jurídica), sendo indevida a interfe-
rência estatal.
4
STF-ARE 1.104.226 AgR-DJ em 27/04/18.

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Confira os principais julgados sobre o tema:

É inconstitucional a proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual


por motorista cadastrado em aplicativo, por violação aos princípios da livre iniciativa e da
livre concorrência (…). (STF-RE 1054.110-DJ em 09/05/19-Repercussão geral-tema 697)
Inconstitucionalidade da proibição ou restrição da atividade de transporte privado indi-
vidual por motorista cadastrado em aplicativo (STF-ADPF 449, DJ em 02/09/19).
Inconstitucionalidade das leis que obrigam supermercados ou similares à prestação de
serviços de acondicionamento ou embalagem das compras, por violação ao princípio da
livre iniciativa (STF-RE 839.950-DJ em 24/10/18)
Inconstitucionalidade da lei que exige que a empresa em débito com a Fazenda Pública
tenha que oferecer garantia para que possa emitir notas fiscais (STF– STF. RE 565048/
RS, julgado em 29/5/14.)
Constitucionalidade de lei que concede passe livre às pessoas portadoras de deficiên-
cia: não há ofensa à livre iniciativa (STF– ADI 26496/DF, DJ em 16/10/08).
Constitucionalidade da lei que concede meia entrada para acesso a locais públicos de
cultura e lazer aos doadores regulares de sangue: não há ofensa à livre iniciativa (STF-
-ADI 3512/ES, DJ em 23/06/06).
Inconstitucionalidade da fixação de preços em valores abaixo da realidade e em des-
conformidade com a legislação aplicável ao setor: ofensa ao livre exercício da atividade
econômica e ao princípio da livre iniciativa (STF– RE 422941-2/DF-DJ em 24/03/06).
Inconstitucionalidade da lei que estabelece confusão entre os patrimônios das pessoas
física e jurídica: inibe a iniciativa privada (STF RE 562276/PR, DJ em 09/12/11)
Inconstitucionalidade da fixação pelo Poder Executivo de preços de produtos derivados
de cana de açúcar abaixo do preço de custo (STF– RE 648622 AGr/DF-DJ em 21/02/13)

Para finalizar esse tópico, lembre-se de que também existe previsão da livre iniciativa no
art.1, IV, como fundamento da República Federativa do Brasil e que esse princípio não se con-
funde com a livre concorrência (falaremos desse ponto mais adiante).

Questão 2 (CESPE/TRF-2ª/JUIZ FEDERAL/ADAPTADA) O exercício ou não de atividade eco-


nômica diretamente pelo Estado fica a critério do poder público, quando o interesse estatal o
exigir.

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Errado.
O item baseia-se no parágrafo único do art. 170 e no art. 173.

A Valorização do Trabalho Humano

Esse fundamento é direcionado ao indivíduo e à sociedade, já que, em um sistema econô-


mico capitalista, a produção de rendas e riquezas baseia-se no trabalho.
A valorização do trabalho humano significa que o Poder Público deve possibilitar ao indiví-
duo uma existência digna, com o produto da remuneração de seu labor. Dessa forma, o Estado
buscará tutelar os direitos dos trabalhadores, garantindo uma renda mínima, repouso semanal
remunerado, gozo de férias anuais etc. Ex.: art. 6º e 7º da CF. Também se baseia nesse funda-
mento a garantia do Estado de que todos tenham acesso ao mercado de trabalho. Isso muitas
vezes é garantido por meio de políticas de investimento em capacitação de mão de obra.
Vale lembrar, ainda, que o valor social do trabalho é um dos fundamentos da República,
nos termos do art. 1º, IV, da CF.
Ao julgar o RE 958.252 (tema 725), o STF analisou a Súmula n. 331 do TST, que proíbe a
terceirização de atividades-fim e responsabilização do contratante pelas obrigações traba-
lhistas referentes aos empregados da empresa terceirizada, concluindo pela sua inconsti-
tucionalidade.
Na oportunidade, a Corte destacou que:

(…) Os valores do trabalho e da livre iniciativa, insculpidos na Constituição (art. 1º, IV),
são intrinsecamente conectados, em uma relação dialógica que impede seja rotulada
determinada providência como maximizadora de apenas um desses princípios, haja
vista ser essencial para o progresso dos trabalhadores brasileiros a liberdade de orga-
nização produtiva dos cidadãos, entendida esta como balizamento do poder regulatório
para evitar intervenções na dinâmica da economia incompatíveis com os postulados da
proporcionalidade e da razoabilidade.

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Princípios Gerais de Direito Econômico
Natalia Braga

(…)
A terceirização, segundo estudos empíricos criteriosos, longe de ‘precarizar’, ‘reificar’
ou prejudicar os empregados, resulta em inegáveis benefícios aos trabalhadores em
geral, como a redução do desemprego, diminuição do turnover, crescimento econô-
mico e aumento de salários, permitindo a concretização de mandamentos constitucio-
nais como ‘erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais’, ‘redução das desigualdades regionais e sociais’ e a ‘busca do pleno emprego’
(arts. 3º, III, e 170 CRFB).

A Existência Digna

Quando falamos nesse objetivo, estamos tratando de oportunizar a todos condições mí-
nimas de sobrevivência. Assim, o Estado irá direcionar a atividade econômica para a erradi-
cação da pobreza e para o fim das desigualdades sociais, utilizando-se de políticas públicas
que efetivem esses direitos.
Destaco que esse princípio também está previsto como fundamento da República, nos
termos do art. 1º, III, da CF.

A Justiça Social

Esse objetivo busca garantir que todos tenham acesso indiscriminado aos bens necessá-
rios à satisfação de suas necessidades básicas (educação, saúde etc.).
Trata-se de um princípio de justiça distributiva, possibilitando a repartição de bens e en-
cargos entre todos os membros da sociedade, promovida pelo Estado (compartilhamento dos
riscos e riquezas da nação).

Princípios Gerais
Antes de iniciarmos, é importante que você entenda que, apesar de o legislador diferenciar
os objetivos e fundamentos, ambos possuem caráter principiológico.
Além do caput, o art. 170 da CF traz nove incisos com princípios relevantes aplicáveis à
ordem econômica, que podem ser divididos em:

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Princípios Gerais de Direito Econômico
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• Princípios de caráter liberalizante: limitam a intervenção do Estado (incisos II e IV: pro-


priedade privada e livre concorrência);
• Princípios de caráter intervencionista: determinam uma atuação positiva do Estado, a
fim de cumprir fins sociais (incisos V a VIII).

Esses princípios também são chamados por alguns doutrinadores de princípios integrati-
vos, já que buscam reduzir a marginalização social.

Exemplo: erradicação da pobreza e combate às desigualdades regionais.

Por fim, também existem princípios implícitos na Constituição que deverão ser observa-
dos pelos agentes econômicos.

Princípios Explícitos
Soberania Nacional

Previsto no art. 170 como princípio da ordem econômica e no art. 1º como princípio fun-
damental da República, o termo remonta a Jean Bodin, que definiu soberania como o poder do
monarca de não se sujeitar a qualquer condição imposta pelo povo.
Posteriormente, com Rousseau, a soberania foi transferida do monarca para todo o povo.
Lembre-se, ainda, do Tratado de Westfalia, que encerrou a guerra dos 30 anos e reconheceu
que existem diversos estados soberanos e iguais.
Em que consiste a soberania atualmente?
A soberania é vista como um elemento do Estado, enquanto sujeito na ordem internacio-
nal, e significa que as decisões tomadas representam a vontade do Estado Nacional. Entre-
tanto, essa vontade não é absoluta, mas constitui um certo grau de liberdade que o Estado
possui para decidir diante de determinado cenário.
Por meio da política econômica, o Estado estabelece sua posição de soberania interde-
pendente com os outros estados.
Além disso, a soberania deve buscar o desenvolvimento econômico e se concretiza por
meio do desenvolvimento de políticas públicas que possibilitem que a sociedade nacional
participe nas mesmas condições que as sociedades internacionais.

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Por fim, ressalto que uma nação somente será dotada de soberania nacional quando hou-
ver um padrão de desenvolvimento econômico e social que lhe garanta independência em
suas decisões políticas.

Propriedade Privada

Esse princípio assegura aos agentes a liberdade de explorar e organizar e permite a apro-
priação privada dos meios de produção. Também pode ser encontrado na Declaração Univer-
sal dos Direitos Humanos de 1948.
Ao mesmo tempo, estabelece que Estado atuará na propriedade privada quando necessá-
rio, conforme os casos previstos na Constituição.

Exemplo: desapropriação, mediante prévia e justa indenização (art. 182, § 3º), ocupação tem-
porária, cobrança de tributos.

Vale lembrar que, em nossa atual configuração (capitalismo com viés social), a proprie-
dade não pode ser considerada um direito absoluto e restrito, uma vez que deve obedecer a
sua função social.

Função Social da Propriedade

Trata-se de princípio estruturante que limita o exercício da autonomia privada sobre os


bens de modo que os interesses particulares encontram limites nos direitos da sociedade.
Em outras palavras, o interesse individual é relativizado em busca do interesse coletivo. Veja
a previsão contida no art. 5º da CF/1988:

Art. 5º, XXII – é garantido o direito de propriedade;


XXIII – a propriedade atenderá a sua função social

Conforme afirma Leonardo Vizeu Figueiredo:

Consiste no condicionamento racional do uso da propriedade privada imposto por força de lei,
sob pena de expropriação, no qual o Poder Público interfere na manifestação volitiva do titular da
propriedade, garantindo que a fruição desta atinja fins sociais mais amplos de interesse da coleti-
vidade, tais como o bem-estar social e a justiça distributiva5.
5 5
FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Lições de Direito Econômico. 6 ed. Rio de Janeiro: Forense.

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Exemplo: o direito de edificar, que é condicionado à função social da propriedade. Assim,


eventual restrição ao direito de construir decorrente de uma limitação administrativa irá afetar
o direito de propriedade, sendo garantido o direito à indenização desde que as restrições não
sejam preexistentes à aquisição do terreno (STF RE 140436, DJ em 6/8/99).

Várias normas constitucionais demonstram que a garantia do direito de propriedade so-


mente estará presente se houver o cumprimento de sua função social. Confira:

Art. 182, § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências funda-
mentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segun-
do critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Livre Concorrência

O princípio permite a coexistência de grandes grupos e pequenas empresas no mercado,


ou seja, faz com que o Estado abrigue uma ordem econômica fundada na competitividade
entre os entes e no equilíbrio (garantindo que todos possam concorrer e explorar o mercado).
A livre concorrência, que teve como um de seus marcos jurídicos o Sherman Act de 1890,
está ligada à proteção às empresas de pequeno porte, bem como à proteção ao consumidor, já
que a competitividade induz a diminuição de preços e o investimento na melhora dos produtos.
Por sua vez, a competitividade pressupõe a livre iniciativa e a apropriação privada dos
meios de produção.
Fique atento(a) a esta dica:

DICA!
Somente haverá livre concorrência se houver livre iniciativa,
mas a recíproca não é verdadeira.
Os dois princípios não se confundem, já que muitas vezes é
necessária a intervenção do estado (restringindo a livre ini-
ciativa), justamente para garantir a livre concorrência.

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Segue a principal jurisprudência sobre o tema:

Recurso Extraordinário. Efeito suspensivo. Inadmissibilidade. Estabelecimento indus-


trial. Interdição pela Secretaria da Receita Federal. Fabricação de cigarros. Cancelamento
do registro especial para produção. Legalidade aparente. Inadimplemento sistemático e
isolado da obrigação de pagar Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI. Compor-
tamento ofensivo à livre concorrência. Singularidade do mercado e do caso. Liminar
indeferida em ação cautelar. Inexistência de razoabilidade jurídica da pretensão. Votos
vencidos. Carece de razoabilidade jurídica, para efeito de emprestar efeito suspensivo a
recurso extraordinário, a pretensão de indústria de cigarros que, deixando sistemática e
isoladamente de recolher o Imposto sobre Produtos Industrializados, com consequente
redução do preço de venda da mercadoria e ofensa à livre concorrência, viu cancelado o
registro especial e interditados os estabelecimentos. (STF-AC 1657-MC-DJ e 31/08/07).
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FARMÁCIA. FIXAÇÃO DE HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO.
ASSUNTO DE INTERESSE LOCAL. A fixação de horário de funcionamento para o comér-
cio dentro da área municipal pode ser feita por lei local, visando o interesse do consumi-
dor e evitando a dominação do mercado por oligopólio. Precedentes. Recurso extraordi-
nário não conhecido. (STF-RE 189.170-SP– DJ em 8/8/03)
Serviços de Telecomunicações. Exploração. Edição de Listas ou Catálogos Telefônicos
e Livre Concorrência. Se, por um lado, a publicação e distribuição de listas ou catálo-
gos telefônicos constituía um ônus das concessionárias de serviço de telefonia – que
podem cumpri-lo com ou sem a veiculação de publicidade – não se pode dizer que estas
tinham exclusividade para fazê-lo. O artigo 2º da L. 6.874/80 (“A edição ou divulgação
das listas referidas no § 2º do art. 1º desta Lei, sob qualquer forma ou denominação, e a
comercialização da publicidade nelas inserta são de competência exclusiva da empresa
exploradora do respectivo serviço de telecomunicações, que deverá contratá-las com
terceiros, sendo obrigatória, em tal caso, a realização de licitação”) era inconstitucional
– tendo em vista a Carta de 1969 – na medida em que institui reserva de mercado para
a comercialização das listas telefônicas em favor das empresas concessionárias. RE
desprovido. (STF– RE 158.676-DJ em 5/10/07)

Por fim, lembre-se de que, embora o Estado deva garantir a livre concorrência, isso não
significa que sua atuação será ilimitada.

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Nesse sentido dispõe a Súmula Vinculante n. 49: “ofende o princípio da livre concorrência
lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em
determinada área”.

Defesa do Consumidor

A defesa do consumidor norteia toda a atividade econômica e não pode ser violada com o
fim de se atingir o desenvolvimento econômico.
Existem vários agentes que atuam na defesa do consumidor: Ministério Público, Defenso-
ria Pública, Procon. Todos eles atuam para buscar equilibrar a relação desigual de poder entre
o fornecedor e o destinatário final.
A livre concorrência também beneficia o consumidor, já que a competitividade induz a
diminuição de preços e o investimento na melhora dos produtos.
Nesse contexto, destaco os seguintes julgados:

DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. ADI CONTRA LEI PARANAENSE 13.519,


DE 8 DE ABRIL DE 2002, QUE ESTABELECE OBRIGATORIEDADE DE INFORMAÇÃO, CON-
FORME ESPECIFICA, NOS RÓTULOS DE EMBALAGENS DE CAFÉ COMERCIALIZADO NO
PARANÁ. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 22, I e VIII, 170, CAPUT, IV, E PARÁGRAFO
ÚNICO, E 174 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR. OFENSA INDI-
RETA. AÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. I – Não há usurpação de compe-
tência da União para legislar sobre direito comercial e comércio interestadual porque
o ato normativo impugnado buscou, tão-somente, assegurar a proteção ao consumi-
dor. II – Precedente deste Tribunal (ADI 1.980, Rel. Min. Sydney Sanches) no sentido de
que não invade esfera de competência da União, para legislar sobre normas gerais, lei
paranaense que assegura ao consumidor o direito de obter informações sobre produtos
combustíveis. III – Afronta ao texto constitucional indireta na medida em que se mostra
indispensável o exame de conteúdo de outras normas infraconstitucionais, no caso, o
Código do Consumidor. IV – Inocorre delegação de poder de fiscalização a particulares
quando se verifica que a norma impugnada estabelece que os selos de qualidade serão
emitidos por entidades vinculadas à Administração Pública estadual. V – Ação julgada
parcialmente procedente apenas no ponto em que a lei impugnada estende os seus efei-
tos a outras unidades da Federação. (STF-ADI 2832/PR, DJ em 20/6/08).

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DANOS MORAIS DECORRENTES DE ATRASO OCORRIDO


EM VOO INTERNACIONAL. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. NÃO CONHECIMENTO. 1. O princípio da defesa do
consumidor se aplica a todo o capítulo constitucional da atividade econômica. 2. Afas-
tam-se as normas especiais do Código Brasileiro da Aeronáutica e da Convenção de
Varsóvia quando implicarem retrocesso social ou vilipêndio aos direitos assegurados
pelo Código de Defesa do Consumidor. 3. Não cabe discutir, na instância extraordinária,
sobre a correta aplicação do Código de Defesa do Consumidor ou sobre a incidência, no
caso concreto, de específicas normas de consumo veiculadas em legislação especial
sobre o transporte aéreo internacional. Ofensa indireta à Constituição de República. 4.
Recurso não conhecido. (STF-RE 351.750, DJ em 02/09/09).

Defesa do Meio Ambiente

O princípio determina que o Estado regule as atividades econômicas e, ao mesmo tempo,


proteja o meio ambiente, principalmente em relação aos recursos naturais sustentáveis.
A redação da CF/1988 evoluiu para proteger ainda mais esse princípio constitucional.
Após a edição da EC n. 42/2003, o inciso VI, que antes previa somente a defesa do meio
ambiente, passou a estabelecer “a defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento
diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de
elaboração e prestação”.
O capítulo VI da CF/1988 trata especificamente do tema. Confira abaixo suas principais
disposições:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das es-
pécies e ecossistemas;
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente

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VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação
de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossen-
se e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal,
sem o que não poderão ser instaladas.

O arcabouço constitucional e legal acerca do tema é bastante vasto. Nesse contexto, des-
tacam-se:
• Art. 129, III, da CF: prevê a responsabilidade do Ministério Público para promover in-
quérito civil e ação civil pública visando à proteção do meio ambiente;
• Art. 2º da Lei n. 6.938/1981: determina que a Política Nacional do Meio Ambiente tem
por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à
vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana (…);
• Art. 4º da Lei n. 6.938/1981: determina que a Política Nacional do Meio Ambiente vi-
sará à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico, bem como a definição de áreas
prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, aten-
dendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios.

Em síntese, o desenvolvimento econômico deve pautar-se na defesa do meio ambiente.


Por todo o exposto, podemos dizer que o princípio da defesa do meio ambiente visa à
utilização racional dos bens e fatores de produção naturais, garantindo-se sua contínua e
permanente exploração pelas gerações futuras.
Veja dois emblemáticos julgado do STF sobre o tema:

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ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL: ADEQUAÇÃO. OBSER-


VÂNCIA DO PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE. ARTS. 170, 196 E 225 DA CONSTITUI-
ÇÃO DA REPÚBLICA. CONSTITUCIONALIDADE DE ATOS NORMATIVOS PROIBITIVOS
DA IMPORTAÇÃO DE PNEUS USADOS. RECICLAGEM DE PNEUS USADOS: AUSÊNCIA
DE ELIMINAÇÃO TOTAL DE SEUS EFEITOS NOCIVOS À SAÚDE E AO MEIO AMBIENTE
EQUILIBRADO. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SAÚDE E DO MEIO
AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO. COISA JULGADA COM CONTEÚDO EXE-
CUTADO OU EXAURIDO: IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO. DECISÕES JUDICIAIS COM
CONTEÚDO INDETERMINADO NO TEMPO: PROIBIÇÃO DE NOVOS EFEITOS A PARTIR DO
JULGAMENTO. ARGUIÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 1. Adequação da
arguição pela correta indicação de preceitos fundamentais atingidos, a saber, o direito à
saúde, direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (arts. 196 e 225 da Cons-
tituição Brasileira) e a busca de desenvolvimento econômico sustentável: princípios
constitucionais da livre iniciativa e da liberdade de comércio interpretados e aplicados
em harmonia com o do desenvolvimento social saudável. (…) 2. Arguição de descumpri-
mento dos preceitos fundamentais constitucionalmente estabelecidos: decisões judi-
ciais nacionais permitindo a importação de pneus usados de Países que não compõem
o Mercosul: objeto de contencioso na Organização Mundial do Comércio – OMC, a partir
de 20.6.2005, pela Solicitação de Consulta da União Europeia ao Brasil. 3. Crescente
aumento da frota de veículos no mundo a acarretar também aumento de pneus novos e,
consequentemente, necessidade de sua substituição em decorrência do seu desgaste.
Necessidade de destinação ecologicamente correta dos pneus usados para submis-
são dos procedimentos às normas constitucionais e legais vigentes. Ausência de eli-
minação total dos efeitos nocivos da destinação dos pneus usados, com malefícios ao
meio ambiente: demonstração pelos dados. 4. Princípios constitucionais (art. 225) a)
do desenvolvimento sustentável e b) da equidade e responsabilidade intergeracional.
Meio ambiente ecologicamente equilibrado: preservação para a geração atual e para as
gerações futuras. Desenvolvimento sustentável: crescimento econômico com garantia
paralela e superiormente respeitada da saúde da população, cujos direitos devem ser
observados em face das necessidades atuais e daquelas previsíveis e a serem preveni-
das para garantia e respeito às gerações futuras. (…) (STF-ADPF 101/DF, DJ em 1/6/12).
MEIO AMBIENTE – DIREITO À PRESERVAÇÃO DE SUA INTEGRIDADE (CF, ART. 225)
– PRERROGATIVA QUALIFICADA POR SEU CARÁTER DE METAINDIVIDUALIDADE –

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DIREITO DE TERCEIRA GERAÇÃO (OU DE NOVÍSSIMA DIMENSÃO) QUE CONSAGRA O


POSTULADO DA SOLIDARIEDADE – NECESSIDADE DE IMPEDIR QUE A TRANSGRESSÃO
A ESSE DIREITO FAÇA IRROMPER, NO SEIO DA COLETIVIDADE, CONFLITOS INTERGENE-
RACIONAIS – ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS (CF, ART. 225, §
1º, III) – ALTERAÇÃO E SUPRESSÃO DO REGIME JURÍDICO A ELES PERTINENTE – MEDI-
DAS SUJEITAS AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA DE LEI – SUPRESSÃO DE
VEGETAÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE – POSSIBILIDADE DE A ADMI-
NISTRAÇÃO PÚBLICA, CUMPRIDAS AS EXIGÊNCIAS LEGAIS, AUTORIZAR, LICENCIAR
OU PERMITIR OBRAS E/OU ATIVIDADES NOS ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS,
DESDE QUE RESPEITADA, QUANTO A ESTES, A INTEGRIDADE DOS ATRIBUTOS JUSTI-
FICADORES DO REGIME DE PROTEÇÃO ESPECIAL – RELAÇÕES ENTRE ECONOMIA (CF,
ART. 3º, II, C/C O ART. 170, VI) E ECOLOGIA (CF, ART. 225) – COLISÃO DE DIREITOS FUN-
DAMENTAIS – CRITÉRIOS DE SUPERAÇÃO DESSE ESTADO DE TENSÃO ENTRE VALO-
RES CONSTITUCIONAIS RELEVANTES – OS DIREITOS BÁSICOS DA PESSOA HUMANA E
AS SUCESSIVAS GERAÇÕES (FASES OU DIMENSÕES) DE DIREITOS (RTJ 164/158, 160-
161) – A QUESTÃO DA PRECEDÊNCIA DO DIREITO À PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE:
UMA LIMITAÇÃO CONSTITUCIONAL EXPLÍCITA À ATIVIDADE ECONÔMICA (CF, ART. 170,
VI) – DECISÃO NÃO REFERENDADA – CONSEQUENTE INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE
MEDIDA CAUTELAR. A PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE DO MEIO AMBIENTE: EXPRES-
SÃO CONSTITUCIONAL DE UM DIREITO FUNDAMENTAL QUE ASSISTE À GENERALIDADE
DAS PESSOAS. – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Tra-
ta-se de um típico direito de terceira geração (ou de novíssima dimensão), que assiste a
todo o gênero humano (RTJ 158/205-206). Incumbe, ao Estado e à própria coletividade,
a especial obrigação de defender e preservar, em benefício das presentes e futuras gera-
ções, esse direito de titularidade coletiva e de caráter transindividual (RTJ 164/158-161).
O adimplemento desse encargo, que é irrenunciável, representa a garantia de que não
se instaurarão, no seio da coletividade, os graves conflitos intergeneracionais marcados
pelo desrespeito ao dever de solidariedade, que a todos se impõe, na proteção desse
bem essencial de uso comum das pessoas em geral. Doutrina. A ATIVIDADE ECONÔ-
MICA NÃO PODE SER EXERCIDA EM DESARMONIA COM OS PRINCÍPIOS DESTINADOS
A TORNAR EFETIVA A PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE. (…) A QUESTÃO DO DESENVOL-
VIMENTO NACIONAL (CF, ART. 3º, II) E A NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE

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DO MEIO AMBIENTE (CF, ART. 225): O PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁ-


VEL COMO FATOR DE OBTENÇÃO DO JUSTO EQUILÍBRIO ENTRE AS EXIGÊNCIAS DA
ECONOMIA E AS DA ECOLOGIA. – O princípio do desenvolvimento sustentável, além de
impregnado de caráter eminentemente constitucional, encontra suporte legitimador em
compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de
obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da ecologia, subordi-
nada, no entanto, a invocação desse postulado, quando ocorrente situação de conflito
entre valores constitucionais relevantes, a uma condição inafastável, cuja observância
não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial de um dos mais significativos direi-
tos fundamentais: o direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso
comum da generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futu-
ras gerações(…) (STF-ADI 3540-MC– DJ em 3/2/06)

Redução das Desigualdades Regionais e Sociais

O princípio, que também é considerado um dos objetivos fundamentais da República (art.


3 da CF), busca reduzir as diferenças entre regiões mais subdesenvolvidas e alcançar melho-
rias na área social.
Esses fins podem ser alcançados por meio de diferentes formas de atuação na ordem
econômica, como implementação de políticas públicas, estabelecimento de salários mínimos,
incentivos fiscais etc.
Nesse sentido:

Ação direta de inconstitucionalidade. Lei complementar estadual que fixa piso salarial
para certas categorias. Pertinência temática. Conhecimento integral da ação. Direito do
trabalho. Competência legislativa privativa da União delegada aos Estados e ao Dis-
trito Federal. Lei Complementar federal n. 103/2000. Alegada violação ao art. 5º, caput
(princípio da isonomia), art. 7º, V, e art. 114, § 2º, da Constituição. Inexistência. Atuali-
zação do piso salarial mediante negociação coletiva com a participação do “Governo
do Estado de Santa Catarina”. Violação ao princípio da autonomia sindical. Inconstitu-
cionalidade formal. Procedência parcial. (…) 3. A lei questionada não viola o princípio
do pleno emprego. Ao contrário, a instituição do piso salarial regional visa, exatamente,

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reduzir as desigualdades sociais, conferindo proteção aos trabalhadores e assegurando


a eles melhores condições salariais. (…) 5. A lei impugnada realiza materialmente o prin-
cípio constitucional da isonomia, uma vez que o tratamento diferenciado aos trabalha-
dores agraciados com a instituição do piso salarial regional visa reduzir as desigualda-
des sociais. A Lei Complementar federal n. 103/2000 teve por objetivo maior assegurar
àquelas classes de trabalhadores menos mobilizadas e, portanto, com menor capaci-
dade de organização sindical, um patamar mínimo de salário. (STF-ADI 4364-DJ em
16/5/11).

Além disso, com fundamento na solidariedade e no federalismo cooperativo, adotam-se


políticas efetivas de distribuição de rendas para favorecer as regiões hipossuficientes.
Em consonância com esse princípio, veja o que dispõe o art. 43 da CF:

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo
geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
§ 1º Lei complementar disporá sobre:
I – as condições para integração de regiões em desenvolvimento;
II – a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais,
integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente
com estes.
§ 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:
I – igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade do
Poder Público;
II – juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
III – isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas
ou jurídicas;

Com fundamento na redução das desigualdades regionais, o STF julgou com repercussão
geral a possibilidade de creditamento na aquisição direta de insumos provenientes da Zona
Franca de Manaus, ressaltando que “O tratamento constitucional conferido aos incentivos
fiscais direcionados para sub-região de Manaus é especialíssimo”. Confira:

Imposto sobre produtos industrializados – IPI. Creditamento na aquisição direta de


insumos provenientes da Zona Franca de Manaus. (…) Inaplicabilidade da regra contida
no artigo 153, § 3º, II da constituição federal à espécie. (…) O fato de os produtos serem

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oriundos da Zona Franca de Manaus reveste-se de particularidade suficiente a distinguir


o presente feito dos anteriores julgados do Supremo Tribunal Federal sobre o credita-
mento do IPI quando em jogo medidas desonerativas. O tratamento constitucional con-
ferido aos incentivos fiscais direcionados para sub-região de Manaus é especialíssimo.
A isenção do IPI em prol do desenvolvimento da região é de interesse da federação como
um todo, pois este desenvolvimento é, na verdade, da nação brasileira. A peculiaridade
desta sistemática reclama exegese teleológica, de modo a assegurar a concretização
da finalidade pretendida. À luz do postulado da razoabilidade, a regra da não cumulati-
vidade esculpida no artigo 153, § 3º, II da Constituição, se compreendida como uma exi-
gência de crédito presumido para creditamento diante de toda e qualquer isenção, cede
espaço para a realização da igualdade, do pacto federativo, dos objetivos fundamentais
da República Federativa do Brasil e da soberania nacional (STF– RE 592.891-DJ em
20/09/19– Tema 322)

Busca do Pleno Emprego

A busca do pleno emprego consagra a valorização do trabalho humano, na medida em


que o Estado deve buscar intervir e criar medidas (fomento, incentivos fiscais, financiamen-
tos) com o intuito de proporcionar o aumento da taxa de empregos, possibilitando a concre-
tização do princípio da dignidade da pessoa humana e da justiça social.
Assim, a população economicamente ativa poderá gerar renda para si e para o país, mo-
vimentando a economia.

Tratamento Favorecido às Empresas Nacionais de Pequeno Porte

O princípio prevê o tratamento favorecido às empresas nacionais de pequeno porte cons-


tituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país.
Desse modo, o Estado busca garantir condições mínimas para que o pequeno estabeleci-
mento empresarial possa competir com grandes empresas no mercado, promovendo a livre
concorrência.
Em consonância com tema, o art. 179 da CF traz a seguinte previsão:

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e


às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a

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incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e


creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

Por sua vez, o artigo 146, III, d, exige que o tratamento diferenciado para as microempre-
sas e empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso de
determinados impostos e contribuições, seja feito por meio de lei complementar.
E quais são esses impostos e contribuições mencionados no artigo?
• Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
as prestações se iniciem no exterior (art. 155, II);
• Contribuições sociais (art. 195):

I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:


(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título,
à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na
forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 42, de 19.12.2003)

• Arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social e para


o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (financiam o programa do
seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º do art. 239).

A LC n. 123/2006 atendeu esses comandos e regulamentou o tratamento diferenciado


e favorecido das empresas de pequeno porte, com destaque para as seguintes disposições:
• apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive obriga-
ções acessórias;
• cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações
acessórias;
• acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e
serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão;

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• cadastro nacional único de contribuintes a que se refere o inciso IV do parágrafo único


do art. 146, in fine, da Constituição Federal.

Nesse sentido:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRI-


BUIÇÃO SINDICAL PATRONAL. ISENÇÃO CONCEDIDA ÀS MICROEMPRESAS E EMPRE-
SAS DE PEQUENO PORTE. SIMPLES NACIONAL (“SUPERSIMPLES”). LEI COMPLEMEN-
TAR 123/2006, ART. 13, § 3º. ALEGADA VIOLAÇÃO DOS ARTS. 3º, III, 5º, CAPUT, 8º, IV,
146, III, D, E 150, § 6º DA CONSTITUIÇÃO. 1. Ação direta de inconstitucionalidade ajui-
zada contra o art. 13, § 3º da LC n. 123/2006, que isentou as microempresas e empresas
de pequeno porte optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos
e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples
Nacional (“Supersimples”). 2. Rejeitada a alegação de violação da reserva de lei espe-
cífica para dispor sobre isenção (art. 150, § 6º da Constituição), uma vez que há perti-
nência temática entre o benefício fiscal e a instituição de regime diferenciado de tribu-
tação. Ademais, ficou comprovado que o Congresso Nacional não ignorou a existência
da norma de isenção durante o processo legislativo. 3. A isenção concedida não viola o
art. 146, III, d, da Constituição, pois a lista de tributos prevista no texto legal que define
o campo de reserva da lei complementar é exemplificativa e não taxativa. Leitura do art.
146, III, d, juntamente com o art. 170, IX da Constituição. 3.1. O fomento da micro e da
pequena empresa foi elevado à condição de princípio constitucional, de modo a orien-
tar todos os entes federados a conferir tratamento favorecido aos empreendedores que
contam com menos recursos para fazer frente à concorrência. Por tal motivo, a litera-
lidade da complexa legislação tributária deve ceder à interpretação mais adequada e
harmônica com a finalidade de assegurar equivalência de condições para as empresas
de menor porte. 4. Risco à autonomia sindical afastado, na medida em que o benefício
em exame poderá tanto elevar o número de empresas a patamar superior ao da faixa
de isenção quanto fomentar a atividade econômica e o consumo para as empresas de
médio ou de grande porte, ao incentivar a regularização de empreendimentos. 5. Não há
violação da isonomia ou da igualdade, uma vez que não ficou demonstrada a inexistên-
cia de diferenciação relevante entre os sindicatos patronais e os sindicatos de repre-
sentação de trabalhadores, no que se refere ao potencial das fontes de custeio. 6. Ação
direta de inconstitucionalidade conhecida, mas julgada improcedente. (STF-ADI 4033/
DF-DJ em 7/2/01)

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Questão 3 (PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO/2018/ADAPTADA) A ordem econômica


observará os princípios da soberania nacional, propriedade privada e defesa do consumidor.
Todavia, está dispensada da busca pelo pleno emprego, porquanto não pode obrigar as em-
presas a dar oportunidade a todos.

Errado.
A busca do pleno emprego é um dos princípios da ordem econômica.

Questão 4 (CESPE/TRF1/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) Princípio da livre


concorrência e princípio da livre iniciativa são conceitos coincidentes, entendidos como fun-
damento político garantidor da liberdade econômica.

Errado.
Vimos que os dois princípios não se confundem, já que muitas vezes é necessária a interven-
ção do estado (restringindo a livre iniciativa), justamente para garantir a livre concorrência.
(Vide ADI STF-AC 1657-MC-DJ em 31/08/07).

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Princípios Implícitos

Trataremos agora dos princípios implícitos na Constituição Federal. Alguns deles acaba-
ram sendo explicitados na Lei de Liberdade Econômica, que será estudada no próximo tópico:

Liberdade Econômica

Trata da liberdade da empresa para atuar e para concorrer no mercado.


Nesse contexto, o artigo 170 da CF prevê em seu parágrafo único que: “É assegurado a
todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização
de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei”.
Vale lembrar que a regra é a livre iniciativa, mas, com fundamento na defesa da coletivi-
dade, o Estado poderá restringir o exercício da atividade econômica, impondo os requisitos
mínimos necessários para o exercício da atividade econômica.
Assim, a autorização é um ato jurídico negocial aplicável àquelas atividades econômicas
que estejam sujeitas ao poder de polícia estatal.

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Para ilustrar o tema, confira o entendimento do STF abaixo:

TRIBUTO – DÉBITO – NOTAS FISCAIS – CAUÇÃO – SANÇÃO POLÍTICA – IMPROPRIE-


DADE. Consubstancia sanção política visando o recolhimento de tributo condicionar
a expedição de notas fiscais a fiança, garantia real ou fidejussória por parte do con-
tribuinte. Inconstitucionalidade do parágrafo único do artigo 42 da Lei n. 8.820/89, do
Estado do Rio Grande do Sul.
(…)
Configura afronta à Carta da República e ao sistema de liberdades fundamentais o con-
tribuinte devedor, para exercer profissão ou atividade econômica, ser obrigado, como
condição de emissão de notas fiscais, a oferecer garantia com o fim de, consoante dis-
curso falacioso do legislador, prevenir ou acautelar débitos futuros cuja existência e
valor são presumidos.
Ante o exposto, não há dúvida de que o preceito impugnado contraria os dispositivos
constitucionais evocados, ou seja, a garantia do livre exercício do trabalho, ofício ou pro-
fissão – inciso XIII do artigo 5º – e de qualquer atividade econômica – parágrafo único
do artigo 170 – assim como o devido processo legal – artigo 5º, inciso LIV. Conheço
e provejo o recurso para, restabelecido o entendimento sufragado pelo Juízo, deferir a
segurança pleiteada, assegurado o direito do recorrente à obtenção de autorização para
impressão de talonários de notas fiscais independentemente de prestação de fiança,
garantia real ou outra fidejussória, declarando a inconstitucionalidade do parágrafo
único do artigo 42 da Lei n. 8.820, de 27 de janeiro de 1989, do Estado do Rio Grande do
Sul (STF-RE 565048/RS-DJ em 9/10/14)

Subsidiariedade

O art. 174 determina que o principal papel do Estado é atuar como agente regulador da
economia. Por sua vez, o art. 173 dispõe que a intervenção só ocorrerá em casos excepcionais.
As duas previsões acima demonstram o caráter subsidiário de atuação do Estado e que o
princípio da subsidiariedade pode ser caracterizado por dois aspectos:
• Negativo: não cabe ao Estado realizar atividades que podem ser realizadas pelos
indivíduos;

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• Positivo: necessidade de o Estado suprir as deficiências dos grupos menores, prestan-


do assistência, fomentando etc.

Igualdade Econômica

A igualdade econômica é formal e busca nivelar os agentes que atuam na ordem econô-
mica e possibilitar o acesso daqueles que não detêm parcela significativa do mercado.
Para atingir essa igualdade, são implementadas diferentes políticas, a exemplo das políti-
cas que favoreçam as microempresas e empresas de pequeno porte (art. 179).
A CF também trata da igualdade formal entre o particular e o Estado no exercício da ativi-
dade econômica. (art. 173, § 1º, II, § 2º).

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade eco-
nômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e
de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens
ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de
1998)
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19,
de 1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.

Desenvolvimento Econômico

O princípio está relacionado à busca da redução das desigualdades regionais e sociais,


visando a uma igualdade real.
É nesse contexto que caberá a verificação da constitucionalidade de políticas públicas
que concedam tratamento diferenciado a determinado agente.

Democracia Econômica

Esse princípio também está relacionado às políticas públicas, que deverão garantir liber-
dade de iniciativa e emprego e possibilitar chances iguais de acesso a todos que se encon-
trem na mesma situação fática e jurídica.

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Deve ser pautado pela valorização do trabalho humano, pela defesa do consumidor e pela
busca do pleno emprego.

Boa-Fé Econômica

Os princípios da publicidade e da transparência também se aplicam às relações entre os


sujeitos econômicos, possibilitando que os consumidores tenham uma informação clara e
precisa sobre os produtos.
Portanto, a boa-fé econômica tem íntima relação com o princípio da defesa do consumi-
dor, garantindo simetria de informação e evitando as falhas de mercado.
Do mesmo modo, cabe ao agente divulgar as informações relevantes à atividade empre-
sarial, salvo nos casos de segredo industrial.

Os Princípios Previstos na Lei n. 13.874/2019 (Lei da Liberdade


Econômica)

Aspectos Gerais da Lei

Antes de falarmos dos princípios, é importante destacar que a Lei da Liberdade Econômi-
ca buscou dar ainda mais liberdade aos agentes econômicos, primando pela livre iniciativa,
determinação de critérios de regulação e incentivo ao crescimento da economia.
A lei tem como um de seus principais pontos a exigência de que as alterações de atos nor-
mativos sejam precedidas de uma análise de impacto regulatório. Nota-se, claramente, que
a atuação de poder público como agente normativo e regulador fica limitada à observância
desse critério antes de editar qualquer ato que impacte no exercício da livre iniciativa.

Art. 1º Fica instituída a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, que estabelece normas de
proteção à livre iniciativa e ao livre exercício de atividade econômica e disposições sobre a atuação
do Estado como agente normativo e regulador, nos termos do inciso IV do caput do art. 1º, do pa-
rágrafo único do art. 170 e do caput do art. 174 da Constituição Federal.
§ 1º O disposto nesta Lei será observado na aplicação e na interpretação do direito civil, empresa-
rial, econômico, urbanístico e do trabalho nas relações jurídicas que se encontrem no seu âmbito
de aplicação e na ordenação pública, inclusive sobre exercício das profissões, comércio, juntas
comerciais, registros públicos, trânsito, transporte e proteção ao meio ambiente.

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§ 2º Interpretam-se em favor da liberdade econômica, da boa-fé e do respeito aos contratos, aos


investimentos e à propriedade todas as normas de ordenação pública sobre atividades econômi-
cas privadas.
§ 3º O disposto nos arts. 1º, 2º, 3º e 4º desta Lei não se aplica ao direito tributário e ao direito fi-
nanceiro, ressalvado o inciso X do caput do art. 3º.
§ 4º O disposto nos arts. 1º, 2º, 3º e 4º desta Lei constitui norma geral de direito econômico, con-
forme o disposto no inciso I do caput e nos § § 1º, 2º, 3º e 4º do art. 24 da Constituição Federal, e
será observado para todos os atos públicos de liberação da atividade econômica executados pelos
Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, nos termos do § 2º deste artigo.
§ 6º Para fins do disposto nesta Lei, consideram-se atos públicos de liberação a licença, a auto-
rização, a concessão, a inscrição, a permissão, o alvará, o cadastro, o credenciamento, o estudo,
o plano, o registro e os demais atos exigidos, sob qualquer denominação, por órgão ou entidade
da administração pública na aplicação de legislação, como condição para o exercício de atividade
econômica, inclusive o início, a continuação e o fim para a instalação, a construção, a operação,
a produção, o funcionamento, o uso, o exercício ou a realização, no âmbito público ou privado, de
atividade, serviço, estabelecimento, profissão, instalação, operação, produto, equipamento, veículo,
edificação e outros.
Art. 5º As propostas de edição e de alteração de atos normativos de interesse geral de agentes eco-
nômicos ou de usuários dos serviços prestados, editadas por órgão ou entidade da administração
pública federal, incluídas as autarquias e as fundações públicas, serão precedidas da realização de
análise de impacto regulatório, que conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato
normativo para verificar a razoabilidade do seu impacto econômico.
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a data de início da exigência de que trata o caput des-
te artigo e sobre o conteúdo, a metodologia da análise de impacto regulatório, os quesitos mínimos
a serem objeto de exame, as hipóteses em que será obrigatória sua realização e as hipóteses em
que poderá ser dispensada.

Vale lembrar que a lei foi editada em conformidade com a competência legislativa cons-
titucional conferida à União para estabelecer normas gerais de Direito Econômico, conforme
vimos na primeira aula. Trata-se, portanto, de lei nacional (abrangendo todos os entes).
Agora vamos aos princípios previstos no art. 2º:
• liberdade como uma garantia no exercício de atividades econômicas;
• boa-fé do particular perante o poder público;
• intervenção subsidiária e excepcional do Estado sobre o exercício de atividades eco-
nômicas; e
• reconhecimento da vulnerabilidade do particular perante o Estado. A lei estabelece que
regulamento disporá sobre os critérios de aferição para afastamento desse princípio, limi-
tados a questões de má-fé, hiperssuficiência ou reincidência.

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Lei n. 13.874/2019
Principais características Estabelece normas de proteção à livre iniciativa e ao livre exercício de atividade
econômica e disposições sobre a atuação do Estado como agente normativo e
regulador.

Dispositivos em destaque Interpretam-se em favor da liberdade econômica, da boa-fé e do respeito aos


contratos, aos investimentos e à propriedade todas as normas de ordenação
pública sobre atividades econômicas privadas.
As alterações de atos normativos devem ser precedidas de uma análise de
impacto regulatório.

Abrangência Será observado na aplicação e na interpretação do direito civil, empresarial,


econômico, urbanístico e do trabalho nas relações jurídicas que se encontrem
no seu âmbito de aplicação e na ordenação pública.
Não se aplica ao direito tributário e ao direito financeiro, salvo exceções legais.
Será observado para todos os atos públicos de liberação da atividade econô-
mica executados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios.
Consideram-se atos públicos de liberação a licença, a autorização, a conces-
são, a inscrição, a permissão, o alvará, o cadastro, o credenciamento, o estudo,
o plano, o registro e os demais atos exigidos, sob qualquer denominação, por
órgão ou entidade da administração pública na aplicação de legislação, como
condição para o exercício de atividade econômica.
Princípios Liberdade como garantia no exercício de atividades econômicas.
Boa-fé do particular perante o poder público.
Intervenção subsidiária e excepcional do Estado sobre o exercício de atividades
econômicas.
Reconhecimento da vulnerabilidade do particular perante o Estado.

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RESUMO
Essa seção é destinada à revisão dos principais pontos tratados em aula.
A primeira parte traz a revisão por meio de perguntas e palavras-chave. Na segunda parte,
temos tabelas e desenhos esquemáticos.
Escolha qual a sua melhor maneira de fixar a matéria e mãos à obra!

Qual o conceito de Ordem Econômica?


• Representação estrutural com o intuito de organizar a atividade econômica em deter-
minada sociedade.
– Ampla: ordem de fato, inerente ao mundo do ser.
– Estrita: ordem de direito, inerente ao mundo do dever-ser.

Como se deu a evolução da Ordem Econômica nas Constituições brasileiras?


• Constituição de 1824:
– viés liberal;
– liberdade de mercado;
– direito absoluto à propriedade individual;
– normas com sentido negativo.
• Constituição de 1891:
– viés liberal;
– liberdade de associação.
• Constituição de 1934:
– capítulo dedicado à ordem econômica e social;
– preocupação com o interesse coletivo;
– interesse social.
• Constituição de 1937:
– primeira referência expressa à intervenção do Estado no domínio econômico;
– viés autoritário e nacionalista.
• Constituição de 1946:

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– retomada da democracia;
– intervenção do Estado no domínio econômico e ideais sociais advindos do novo li-
beralismo;
– subordinação do exercício dos direitos individuais ao interesse da coletividade.
• Constituição de 1967 e a EC I/69:
– preocupação com o desenvolvimento econômico;
– linha intervencionista.

Como se caracteriza a Ordem Econômica na CF/1988?


• Principais características:
– sistema econômico capitalista, com garantia da liberdade de iniciativa e da proprie-
dade privada;
– possibilidade de intervenção estatal.
• Regra geral:
– intervenção indireta do Estado na Ordem Econômica.
• Exceções:
– intervenção direta: imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse
coletivo.
• Funções exercidas pelo Estado:
– fiscalizar, incentivar e planejar;
– explorar a atividade econômica (monopólio);
– prestar serviços públicos;
– explorar em concorrência com o particular.

Quais são os Fundamentos, Objetivos e Princípios da Ordem Econômica?


• Fundamentos:
– livre iniciativa;
– valorização do trabalho humano.
• Objetivos:
– existência digna;
− justiça social.

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• Princípios:
– soberania nacional;
– propriedade privada;
– função social da propriedade;
– livre concorrência;
– defesa do consumidor;
– defesa do meio ambiente;
– redução das desigualdades regionais e sociais;
– busca do pleno emprego;
– tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

Quais são os Princípios Implícitos?


• Liberdade econômica.
• Subsidiariedade.
• Igualdade econômica.
• Desenvolvimento econômico.
• Democracia econômica.
• Boa-fé econômica.

Quais são as Principais Disposições da Lei n. 13.874/2019?


• Estabelece normas de proteção à livre iniciativa e ao livre exercício de atividade eco-
nômica e disposições sobre a atuação do Estado como agente normativo e regulador.
• Interpretam-se em favor da liberdade econômica, da boa-fé e do respeito aos contra-
tos, aos investimentos e à propriedade todas as normas de ordenação pública sobre
atividades econômicas privadas.
• As alterações de atos normativos devem ser precedidas de uma análise de impacto
regulatório.
• Será observado na aplicação e na interpretação do direito civil, empresarial, econômico,
urbanístico e do trabalho nas relações jurídicas que se encontrem no seu âmbito de
aplicação e na ordenação pública.

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• Não se aplica ao direito tributário e ao direito financeiro, salvo exceções legais.


• Será observado para todos os atos públicos de liberação da atividade econômica exe-
cutados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios.
• Consideram-se atos públicos de liberação a licença, a autorização, a concessão, a ins-
crição, a permissão, o alvará, o cadastro, o credenciamento, o estudo, o plano, o regis-
tro e os demais atos exigidos, sob qualquer denominação, por órgão ou entidade da
administração pública na aplicação de legislação, como condição para o exercício de
atividade econômica.

Quais são os Princípios da Lei n. 13.874/2019?


• Liberdade como garantia no exercício de atividades econômicas.
• Boa-fé do particular perante o poder público.
• Intervenção subsidiária e excepcional do Estado sobre o exercício de atividades eco-
nômicas.
• Reconhecimento da vulnerabilidade do particular perante o Estado.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO/2018/ADAPTADA) Assinale a alternativa
correta, de acordo com o texto constitucional vigente.
a) A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade, mas não
reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da
concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
b) A ordem econômica tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
da justiça social. Embora esteja fundada na valorização do trabalho humano, não defende a
livre iniciativa, pois veda a concorrência.
c) Ressalvados os casos previstos no atual texto constitucional, a exploração direta de ativi-
dade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segu-
rança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
d) Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o
setor privado e indicativo para o setor público.
e) A ordem econômica observará os princípios da soberania nacional, propriedade privada
e defesa do consumidor. Todavia, está dispensada da busca pelo pleno emprego, porquanto
não pode obrigar as empresas a dar oportunidade a todos.

Questão 2 (TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2018) É correto afirmar que, em seu Título VII (Da
Ordem Econômica e Financeira), a Constituição dispõe que:
a) a lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública e da sociedade de economia mista
que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens, as quais se su-
jeitarão ao regime próprio das empresas privadas e gozarão de privilégios fiscais adequados
às finalidades estatutárias.
b) é permitida, nos termos da lei, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado, en-
tre outras hipóteses, quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou relevante
interesse coletivo.
c) a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos
constituem monopólio da União, que poderá contratar a sua realização com empresas esta-
tais ou privadas, observadas as condições estabelecidas em lei.

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d) a pesquisa e a lavra de recursos minerais somente poderão ser efetuadas mediante auto-
rização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa brasileira
de capital nacional.

Questão 3 (MPE-BA/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2018) Sobre a Ordem Econômica e Finan-


ceira, de acordo com a Constituição Federal/1988 e suas alterações, é correto afirmar que
a) os princípios da ordem econômica brasileira permitem instituir, no que se refere à defesa do
meio ambiente, normatização diferenciada, em conformidade com o impacto ambiental dos
produtos e serviços.
b) o estatuto jurídico da empresa pública, estabelecido por lei, disporá sobre sua função so-
cial e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade, assim como sobre os eventuais
privilégios fiscais que não abranjam as empresas do setor privado.
c) é assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra de recursos mi-
nerais, no valor estabelecido em ato específico do Poder Executivo.
d) a autorização para o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade re-
duzida será concedida pelo Poder Executivo Federal, ouvidos os órgãos ambientais locais.

Questão 4 (CRA-PR/ADVOGADO/2019) Conforme a CF e a jurisprudência do STF, julgue o


item a seguir acerca dos princípios gerais da atividade econômica.
É inconstitucional, por atentar contra o livre exercício de atividade econômica ou profissional,
a conduta do Fisco de condicionar emissão de documentos fiscais à prestação de caução
pelo contribuinte como garantia tributária das operações futuras.

Questão 5 (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Considerando que liberdade eco-


nômica consiste na possibilidade de o cidadão poder exercer um papel como agente econô-
mico e escolher como usar a sua propriedade, julgue os itens a seguir:
I – A melhora social e econômica do Brasil nas últimas décadas não se reflete plenamente
na moradia e no saneamento básico: milhões de brasileiros ainda vivem em aglomera-
dos subnormais e sem acesso a saneamento.
II – O rompimento do ciclo intergeracional da pobreza pode ser atingido por meio de po-
líticas públicas que promovam a autonomia e a liberdade econômica e financeira da
mulher, como o acesso igualitário ao mercado de trabalho, a provisão de creches e o
apoio aos familiares idosos.

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III – A ordem econômica determina que se observe a função social da propriedade e que, ao
mesmo tempo, se respeite o bem-estar da sociedade, porém não garante o direito do
indivíduo sobre a propriedade.

Assinale a opção correta.


a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas o item III está certo.
d) Apenas os itens I e II estão certos.
e) Apenas os itens II e III estão certos.

Questão 6 (TRF-4ª/JUIZ FEDERAL/2016/ADAPTADA)


I – A livre-iniciativa, erigida a condição de fundamento da República Federativa do Brasil,
permite que qualquer pessoa exerça livremente qualquer atividade econômica, depen-
dendo, em qualquer hipótese, de prévia autorização de órgãos públicos.
II – Tendo em vista o elevado potencial para geração de emprego e de renda para o país,
a Constituição Federal conferiu tratamento favorecido para as empresas de pequeno
porte constituídas sob as leis brasileiras, independentemente do local em que tenham
sua sede e sua administração.

Questão 7 (CESPE/TJ-DFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) Com a edi-


ção da norma jurídica que instaurou o regime do SIMPLES Nacional, concretizou-se a diretriz
do texto constitucional que institui a obrigatoriedade de tratamento favorecido para as micro-
empresas e empresas de pequeno porte.

Questão 8 (CESPE/TRF-1ª/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) O princípio da


função social da propriedade é aplicado, inclusive, aos bens de produção.

Questão 9 (MP-DFT/PROMOTOR DE JUSTIÇA ADJUNTO/MP-DFT/2015/ADAPTADA) Jul-


gue os itens a seguir:
I – Afronta o princípio da livre concorrência, lei distrital que impeça a instalação de esta-
belecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

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II – As disposições constitucionais que disciplinam a forma de exploração do monopólio


da União sobre a pesquisa e lavra das jazidas de petróleo não permitem a edição de
um marco legal que confira tratamento privilegiado a empresas estatais na execução
dessas atividades.

Questão 10 (CESPE/TRF-1ª/JUIZ FEDERAL/2015/ADAPTADA) Em relação à ordem consti-


tucional econômica e aos princípios gerais da atividade econômica, assinale a opção correta.
a) A intervenção do Estado no domínio econômico é regulada por princípios próprios e es-
pecíficos da ordem econômica, motivo pelo qual independe da obediência aos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade.
b) O princípio da função social da propriedade é aplicado, inclusive, aos bens de produção.
c) Princípio da livre concorrência e princípio da livre iniciativa são conceitos coincidentes,
entendidos como fundamento político garantidor da liberdade econômica.

Questão 11 (CESPE/TRF-1ª/JUIZ FEDERAL/2015/ADAPTADA) A intervenção do Estado no


domínio econômico é regulada por princípios próprios e específicos da ordem econômica,
motivo pelo qual independe da obediência aos princípios da razoabilidade e da proporciona-
lidade.

Questão 12 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2015/ADAPTADA) Sobre


as disposições normativas pertinentes à livre iniciativa e à livre concorrência, assinale a op-
ção que retrata a jurisprudência corrente sobre a matéria.
a) Não ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de esta-
belecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
b) Lei municipal não pode fixar horário de funcionamento para o comércio.
c) Não há inconstitucionalidade em norma legal federal que conceda passe livre às pessoas
portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual.

Questão 13 (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/CONCURSO/ADAPTADA) O estado brasi-


leiro, na nova ordem jurídico-econômica, inaugurada com a constituição de 1988: teve redi-
recionada a sua posição estratégica, transferindo à iniciativa privada atividades econômicas
exploradas pelo setor público.

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Questão 14 (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA) A constituição da república, relativamente


à ordem econômica: Dispõe que ela deve observar, dentre outros princípios, a propriedade
privada e sua função social, a livre concorrência, a defesa do consumidor e do meio ambiente
e a redução das desigualdades regionais e sociais.

Questão 15 (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/CONCURSO/ADAPTADA) Do sistema ou


modelo econômico adotado pela constituição federal, ressai um estado no qual as relações
de produção estão assentadas na propriedade privada dos bens em geral, dos fatores de pro-
dução, na ampla liberdade de iniciativa e de concorrência.

Questão 16 (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/CONCURSO/ADAPTADA) Observando o


artigo 170 da Constituição Federal que trata da ordem econômica, o supremo tribunal federal
entende que:
I – Viola os princípios da busca do pleno emprego e do livre exercício de atividade econô-
mica a exigência de admissão no exame de Ordem realizado pela Ordem dos Advoga-
dos do Brasil para o exercício da advocacia pelo bacharel em Direito.
II – Viola o princípio da livre iniciativa e se caracteriza como empecilho ao livre exercício da
atividade econômica a fixação pelo Poder Público de preços de produtos sucroalcoo-
leiros em valores abaixo da realidade.

Questão 17 (FCC/PGE-SP/PROCURADOR DO ESTADO/2009/ADAPTADA) O fato de a ordem


econômica na Constituição Federal de 1988 ser informada pelos princípios da livre iniciativa
e da livre concorrência significa que:
a) existe ampla liberdade de empreendimento em todos os setores da economia, inclusive por
parte do Estado, cuja atuação empresarial não sofre restrições.
b) não se admite a regulação da atividade econômica privada com o fito de implementar polí-
ticas públicas redistributivas.
c) o planejamento centralizado da atividade econômica não pode substituir os estímulos de
mercado como principal indutor das decisões dos agentes econômicos.
d) a política industrial baseada em instrumentos de fomento não pode promover setores es-
pecíficos da economia.

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Questão 18 (FGV/SENADO FEDERAL/2008) Analise as afirmativas abaixo:


I – A ordem econômica é calcada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa e
em relação a ela devem ser observados vários princípios, como, entre outros, a busca
do pleno emprego, a seguridade social, a saúde, o meio ambiente e a livre concorrência.
II – No regime econômico adotado no direito pátrio vigora o princípio da livre iniciativa,
segundo o qual a todos é assegurado o exercício de atividades econômicas indepen-
dentemente de consentimento do Poder Público, com as ressalvas constantes de lei;
ao Estado, porém, é permitida, em algumas situações, a exploração direta da atividade
econômica, inclusive com o afastamento da iniciativa privada.
III – A lei deve reprimir o abuso do poder econômico consubstanciado pelo domínio dos
mercados, pela eliminação da concorrência e pelo aumento arbitrário dos lucros. Nos
atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular,
a lei, embora isentando a pessoa jurídica em si, deve estabelecer a responsabilidade
individual de seus dirigentes.

Assinale:
a) se todas as afirmativas estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se apenas a afirmativa II estiver correta.
e) se apenas a afirmativa I estiver correta.

Questão 19 (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) No tocante


à ordem econômica e financeira do Estado brasileiro, julgue o próximo item.
É necessária a prévia autorização do órgão público competente para o desenvolvimento de
atividade econômica no país.

Questão 20 (CESPE/PGM-RR/PROCURADOR) O exame da ordem econômica e financeira


instituída pela CF permite afirmar que a exploração direta da atividade econômica pelo Estado,
além dos casos constitucionalmente expressos, tais como a prestação de serviços públicos
e a exploração de jazidas minerais ou de potenciais de energia hidráulica, constitui exceção

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justificada somente por imperativos de segurança nacional e relevante interesse coletivo, na


forma da lei.

Questão 21 (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) No tocante


à ordem econômica e financeira do Estado brasileiro, julgue o próximo item.
A CF prevê a permissão de exploração direta de atividade econômica pelo Estado quando
essa for necessária aos imperativos da segurança nacional.

Questão 22 (CESPE/TRF-2ª/JUIZ FEDERAL/ADAPTADA) Assinale a opção que, além de con-


dizente com o sistema legal pátrio, melhor expressa, entre as cinco, consectário das ideias da
livre concorrência e da liberdade de iniciativa:
a) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado há de ser limitada.
b) É possível a exploração de atividade econômica pelo Estado, desde que necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, definidos em atos do
Poder Executivo.

Questão 23 (CESPE/TRF-3ª/JUIZ FEDERAL/ADAPTADA) O STF, na ADI n. 1.950/SP, analisou


a constitucionalidade da medida que concedeu o direito a pagamento de meia entrada para o
ingresso em estabelecimentos de entretenimento e assemelhados em favor dos estudantes
matriculados regularmente nos estabelecimentos de ensino de São Paulo. Acerca do princí-
pio da livre iniciativa, discutido no caso, assinale a opção correta.
a) A liberdade de comércio e de indústria representa um dos corolários do princípio da livre
iniciativa, marco no decreto d’Allarde.
b) De acordo com a posição vencedora, o Estado só intervirá na economia em circunstâncias
restritas, devendo estar os outros princípios da ordem econômica e constitucional subordi-
nados à livre iniciativa.
c) A livre iniciativa não tem vínculos com o princípio da legalidade e significa, em verdade, um
limite para a ação pública, em termos de estado de direito.
d) A livre iniciativa é implicitamente fundamento da República e um dos desdobramentos do
princípio da liberdade.
e) A interferência do Estado na decisão de formação de preços deve estar embasada no prin-
cípio da livre iniciativa, prescindindo-se de outros princípios de índole social.

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Questão 24 (CESPE/TRF-5ª/JUIZ FEDERAL/ADAPTADA) A respeito da intervenção do Esta-


do na economia, assinale a opção correta.
I – A atividade normativa e reguladora do Estado exercida por meio da intervenção na
atividade econômica compreende as funções de fiscalização, participação e incentivo.
II – Sempre que entender cabível, e independentemente de previsão na CF, o Estado pode
intervir na economia, utilizando-se do monopólio de exploração direta da atividade
econômica.

Questão 25 (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2012) Com base na ordem constitucional


econômica, julgue os itens subsequentes.
Com exceção dos casos especificados em lei, toda pessoa dispõe de liberdade para exercer qual-
quer atividade econômica, independentemente de autorização concedida por órgãos públicos.

Questão 26 (CESPE/ BACEN/PROCURADOR) O município X instituiu, mediante lei municipal, a


proibição de instalação de mais de uma agência bancária, ainda que de diferentes instituições
financeiras, na mesma localização, delimitando distâncias mínimas entre as agências, a fim de
que todos os bairros fossem devidamente atendidos por serviços bancários. Como justificati-
va para a proibição, o município considerou a existência de regiões fartamente atendidas por
agências bancárias e outras, sobretudo carentes, desassistidas de serviços bancários.
Nessa situação hipotética, a lei municipal é:
a) inconstitucional, por violação ao princípio da livre concorrência.
b) constitucional, pois incumbe ao poder público reduzir as desigualdades sociais, em consi-
deração ao princípio da dignidade humana.
c) constitucional, pois compete ao município delimitar a zona urbana e disciplinar o uso do
solo urbano.
d) constitucional, pois se trata de serviço de âmbito local, de competência dos municípios.
e) inconstitucional, pois se trata de serviço de âmbito regional, de competência dos estados
federados.

Questão 27 (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA) Observando o artigo 170 da Constituição


Federal que trata da ordem econômica, o Supremo Tribunal Federal entende que:

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a) Viola os princípios da busca do pleno emprego e do livre exercício de atividade econômica


a exigência de admissão no exame de Ordem realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil
para o exercício da advocacia pelo bacharel em Direito.
b) Viola o princípio da livre concorrência a lei municipal que estabelece o horário de funciona-
mento de farmácias.
c) Viola o princípio da livre iniciativa e se caracteriza como empecilho ao livre exercício da
atividade econômica a fixação pelo Poder Público de preços de produtos sucroalcooleiros em
valores abaixo da realidade.

Questão 28 (CESPE/TRF-2ª/JUIZ FEDERAL/2014) Assinale a opção que, além de condizente


com o sistema legal pátrio, melhor expressa, entre as cinco, consectário das ideias da livre
concorrência e da liberdade de iniciativa:
a) A lei poderá conceder proteção e benefícios temporários a empresas brasileiras de capital
nacional, adequadas ao desenvolvimento do país.
b) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado há de ser limitada.
c) Inexiste tratamento favorecido para empresas brasileiras de qualquer natureza.
d) É possível a exploração de atividade econômica pelo Estado, desde que necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, definidos em atos do
Poder Executivo.

Questão 29 (ESAF/PGFN/PROCURADOR/2015/ADAPTADA) Sobre as disposições normati-


vas pertinentes à livre iniciativa e à livre concorrência, assinale a opção que retrata a jurispru-
dência corrente sobre a matéria.
a) Não ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de esta-
belecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
b) Lei municipal não pode fixar horário de funcionamento para o comércio.
c) Não há inconstitucionalidade em norma legal federal que conceda passe livre às pessoas
portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual.
d) A exigência, pela Fazenda Pública, de prestação de fiança para a impressão de notas fiscais
de contribuintes em débito com o Fisco não ofende o primado da livre atividade econômica.

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Questão 30 (CESPE/TRF-5ª/JUIZ FEDERAL) Em relação aos princípios da constituição eco-


nômica, assinale a opção correta.
a) Ao prever o princípio do pleno emprego na CF, o legislador pretendeu defender a absorção
da força de trabalho a qualquer custo, sem se preocupar com a dignidade da pessoa humana.
b) A defesa do consumidor não se insere entre os princípios da chamada constituição econô-
mica formal.
c) A livre concorrência inclui-se entre os princípios gerais da atividade econômica denomina-
dos integração.
d) Ao prever, na CF, a livre iniciativa, o legislador buscou proteger a liberdade de desenvol-
vimento da empresa, com o objetivo de garantir ao empresário a sua realização pessoal e a
obtenção de lucro.
e) Os princípios gerais da atividade econômica denominados integração objetivam resolver
os problemas da marginalização regional e(ou) social.

Questão 31 (CESPE/TRF-1ª/JUIZ FEDERAL/ADAPTADA) Assinale a opção correta com refe-


rência aos princípios implícitos na atividade econômica.
a) A boa-fé econômica implica a aplicação do princípio da transparência e da publicidade nas
relações de trocas comerciais dentro do ciclo econômico de cada mercado, não se traduzin-
do, no entanto, em instituto jurídico garantidor da simetria informativa, necessária para evitar
falhas de mercado, pois tal papel é reservado ao princípio da defesa do consumidor.
b) O poder público atua subsidiariamente à iniciativa privada na ordem econômica, em um
sistema constitucional em que o principal papel reservado ao Estado é o de agente regulador.
c) A liberdade econômica, que consiste na manifestação da liberdade no ciclo econômico
(produção, circulação/distribuição e consumo), não pode ser limitada nem mitigada, regulan-
do-se pelo interesse essencialmente privado.
d) De acordo com o princípio da democracia econômica, as políticas públicas devem ampliar
a oferta de oportunidades de iniciativa e de emprego, com chances iguais para todos os que
se encontrem na mesma situação fática e jurídica.

Questão 32 (CESPE/TRF-1ª/JUIZ FEDERAL/2009/ADAPTADA) Acerca dos princípios gerais


da atividade econômica, assinale a opção correta.

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a) O princípio da propriedade privada traduz-se no poder de gozar e dispor de um bem, sendo


direito de exercício absoluto e irrestrito.
b) O princípio da defesa do consumidor é corolário da livre concorrência, sendo princípio de
integração e defesa de mercado.
c) A CF foi a primeira a prever a função social da propriedade como princípio da ordem
econômica.
d) A livre concorrência é garantida independentemente de o Estado promover a livre iniciativa.

Questão 33 (CESPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL/2010) A livre concorrência, princípio ge-


ral da atividade econômica, defende que o próprio mercado deve estabelecer quais são os
agentes aptos a se perpetuarem, deixando aos agentes econômicos o estabelecimento das
regras de competição.

Questão 34 (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/2012/ADAPTADA) A atual Constituição Fe-


deral elegeu como preceitos fundamentais da ordem econômica a valorização do trabalho
humano, a livre concorrência, a existência digna e a justiça social. Com base nos citados pre-
ceitos, e nos princípios elencados nos incisos I a IX do artigo 170 da Carta Magna, é correto
afirmar que:
a) É inconstitucional lei que concede passe livre às pessoas portadoras de deficiências, por
afronta aos princípios da ordem econômica, da livre iniciativa e do direito de propriedade.
b) É inconstitucional o conjunto de normas de comércio exterior que proíbe a importação de
pneumáticos usados por afronta ao princípio do livre exercício da atividade econômica.
c) É inconstitucional Lei Municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais
do mesmo ramo em determinada área, por afronta ao princípio da livre concorrência.

Questão 35 (CESPE/TRF-2ª/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) A respeito de institutos de di-


reito econômico, julgue:
O princípio econômico da defesa do consumidor não é violado por resolução de autoridade
estadual que, no livre exercício do poder de polícia, discipline horário de funcionamento de
estabelecimentos comerciais e matérias específicas de consumo do interesse da unidade da
Federação.

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Questão 36 (CESPE/TRF-2ª/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) A respeito da ordem consti-


tucional econômica, assinale a opção correta.
a) A intervenção estatal na economia faz-se com respeito aos princípios da ordem econômi-
ca, não representando a fixação de preços em valores abaixo da realidade e em desconformi-
dade com a legislação aplicável desrespeito ao princípio da livre iniciativa, mas ao da defesa
do consumidor.
b) O direito de edificar é relativo, dado que condicionado à função social da propriedade, e,
ainda que as restrições decorrentes da limitação administrativa preexistam à aquisição do
terreno e sejam do conhecimento dos adquirentes, têm estes, com base nelas, direito à inde-
nização do poder público.
c) É inconstitucional, por infringir o princípio da razoabilidade e inibir a iniciativa privada, nor-
ma de lei ordinária que imponha aos sócios das empresas por cotas de responsabilidade
limitada a responsabilidade solidária, mediante seus bens pessoais, pelos débitos da pessoa
jurídica para com a seguridade social.

Questão 37 (CESPE/ANTT/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013/ADAPTADA) Julgue os


próximos itens, relativos à intervenção do Estado no domínio econômico.
Só será legítima a intervenção direta do Estado em atividade econômica quando ela for ne-
cessária aos imperativos da segurança nacional ou de relevante interesse coletivo, conforme
previsão constitucional.

Questão 38 (ESAF/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2016) Conforme disposto expres-


samente, no texto Constitucional da Constituição Federal, a ordem econômica observa prin-
cípios específicos, exceto:
a) livre concorrência.
b) redução das desigualdades regionais e sociais.
c) busca do pleno emprego.
d) função social da propriedade.
e) dignidade da pessoa humana.

Questão 39 (CESPE/TC-DF/PROCURADOR/2013) Uma lei que conceda proteção especial


temporária para que uma empresa brasileira desenvolva atividades consideradas estratégicas

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para a defesa nacional somente estará de acordo com as atuais regras constitucionais caso
essa empresa seja classificada como de capital nacional.

Questão 40 (FGV/CODEBA/ANALISTA PORTUÁRIO/ADVOGADO/2016) A fim de garantir a


observância de determinados valores e princípios norteadores, o Estado intervém, de forma
legítima, no domínio econômico. A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) A atuação do Estado no domínio econômico se dá, unicamente, por meio de empresas pú-
blicas e sociedades de economia mista, cuja criação somente será permitida quando neces-
sário aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo.
b) As empresas públicas e as sociedades de economia mista só poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado quando necessário aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo.
c) O Estado, como agente normativo e regulador da atividade econômica, exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante e impo-
sitivo para os setores público e privado.
d) A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, obe-
decerá, dentre outros, aos princípios da soberania nacional, do dirigismo econômico e da
redução das desigualdades regionais e sociais.
e) O Estado, considerados os princípios gerais da ordem econômica, pode regular, por via le-
gislativa, a política de preços de bens e serviços de determinado segmento econômico.

Questão 41 (ESAF/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2016/ADAPTADA) Em relação à


intervenção do Estado no domínio econômico, bem como ao disposto no texto constitu-
cional, julgue:
Independentemente de o Estado promover a livre iniciativa, a livre concorrência é garantida.

Questão 42 (CESPE/ANTT/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) Acerca dos princípios da


atividade econômica inscritos na Constituição Federal de 1988, julgue os itens que se seguem.
I – O direito de propriedade individual é absoluto e irrestrito.
II – O tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno
porte constitui um dos princípios da atividade econômica.

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III – A liberdade de iniciativa não pode ser invocada por alguém com o intuito de se eximir
do cumprimento das regulações estatais ou normas de defesa do consumidor.

Questão 43 (CESPE/ANP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) A previsão constitucional


de tratamento favorecido às empresas de pequeno porte, constituídas sob as leis brasileiras,
e que tenham a sua sede e administração no país, visa permitir que os empreendedores que
contam com menos recursos façam frente à concorrência.

Questão 44 (CESPE/ANP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) É assegurado a todos o


livre exercício de qualquer atividade econômica, mediante prévia autorização dos órgãos
públicos.

Questão 45 (CESPE/ANP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) Em relação à ordem econô-


mica estabelecida na Constituição e à intervenção do Estado no domínio econômico, julgue
os itens que se seguem.
Se uma empresa pública realiza atividade econômica em concorrência com empresas priva-
das, a Constituição permite, com a finalidade de dar à estatal maior capacidade de concorrên-
cia, que a lei lhe confira algumas vantagens tributárias.

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GABARITO
1. c 16. E, C 31. d
2. c 17. c 32. b
3. a 18. d 33. E
4. C 19. E 34. c
5. d 20. C 35. E
6. E, E 21. C 36. c
7. C 22. a 37. C
8. C 23. a 38. e
9. C, E 24. E, E 39. E
10. b 25. C 40. e
11. E 26. a 41. E
12. c 27. c 42. E, E, C
13. C 28. b 43. C
14. C 29. c 44. E
15. C 30. e 45. E

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO/2018/ADAPTADA) Assinale a alternativa
correta, de acordo com o texto constitucional vigente.
a) A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade, mas não
reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da
concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
b) A ordem econômica tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
da justiça social. Embora esteja fundada na valorização do trabalho humano, não defende a
livre iniciativa, pois veda a concorrência.
c) Ressalvados os casos previstos no atual texto constitucional, a exploração direta de ativi-
dade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segu-
rança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
d) Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o
setor privado e indicativo para o setor público.
e) A ordem econômica observará os princípios da soberania nacional, propriedade privada
e defesa do consumidor. Todavia, está dispensada da busca pelo pleno emprego, porquanto
não pode obrigar as empresas a dar oportunidade a todos.

Letra c.
a) Errada. Contraria o art. 173, § 4º, da CF:

Art. 173, § 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à
eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.

b) Errada. O art. 170 da CF dispõe que a ordem econômica é fundada na valorização do traba-
lho humano e na livre iniciativa. Além disso, o inciso IV dispõe que a livre concorrência é um
de seus princípios.
c) Certa. Trata-se da literalidade do art. 173 da CF:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade eco-
nômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

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d) Errada. O planejamento é determinante para o setor público e apenas indicativo para o se-
tor privado.

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor
público e indicativo para o setor privado.

Questão 2 (TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2018) É correto afirmar que, em seu Título VII (Da
Ordem Econômica e Financeira), a Constituição dispõe que:
a) a lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública e da sociedade de economia mista
que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens, as quais se su-
jeitarão ao regime próprio das empresas privadas e gozarão de privilégios fiscais adequados
às finalidades estatutárias.
b) é permitida, nos termos da lei, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado, en-
tre outras hipóteses, quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou relevante
interesse coletivo.
c) a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos
constituem monopólio da União, que poderá contratar a sua realização com empresas esta-
tais ou privadas, observadas as condições estabelecidas em lei.
d) a pesquisa e a lavra de recursos minerais somente poderão ser efetuadas mediante auto-
rização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa brasileira
de capital nacional.

Letra c.
a) Errada. Contraria o art. 173 da CF:

Art. 173, § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia
mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização
de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.

b) Errada. O art. 173, caput, da CF, não prevê outras hipóteses, tratando apenas dos imperati-
vos da segurança nacional ou do relevante interesse coletivo.

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Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade eco-
nômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

c) Certa. Está conforme o art. 177, I, e § 1º da CF.

Art. 177. Constituem monopólio da União:


I – a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades pre-
vistas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei.

d) Errada. Confira a redação do art. 176, § 1º, da CF:

Art. 176, § 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se
refere o “caput” deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão
da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que
tenha sua sede e administração no País, na forma da lei (…)

Questão 3 (MPE-BA/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2018) Sobre a Ordem Econômica e Finan-


ceira, de acordo com a Constituição Federal/1988 e suas alterações, é correto afirmar que
a) os princípios da ordem econômica brasileira permitem instituir, no que se refere à defesa do
meio ambiente, normatização diferenciada, em conformidade com o impacto ambiental dos
produtos e serviços.
b) o estatuto jurídico da empresa pública, estabelecido por lei, disporá sobre sua função so-
cial e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade, assim como sobre os eventuais
privilégios fiscais que não abranjam as empresas do setor privado.
c) é assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra de recursos mi-
nerais, no valor estabelecido em ato específico do Poder Executivo.
d) a autorização para o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade re-
duzida será concedida pelo Poder Executivo Federal, ouvidos os órgãos ambientais locais.

Letra a.
a) Certa. Nos termos do art. 170, VI, da CF:

Art. 170, VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.

b) Errada. As sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não ex-
tensivos às empresas privadas (art. 173, § 2º, da CF).

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c) Errada. O valor não é estabelecido por ato específico do executivo, mas, sim, por lei, confor-
me art. 176, § 2º, da CF:

Art. 176, § 2º É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma
e no valor que dispuser a lei.
O item D está incorreto, pois contraria o disposto no art. 179 da CF (que também inclui as obriga-
ções previdenciárias
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e
às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a
incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e
creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

d) Errada. O aproveitamento de potencial de energia renovável de capacidade reduzida dis-


pensa autorização e concessão. Veja:

Art. 176, § 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de ener-


gia renovável de capacidade reduzida.

Questão 4 (CRA-PR/ADVOGADO/2019) Conforme a CF e a jurisprudência do STF, julgue o


item a seguir acerca dos princípios gerais da atividade econômica.
É inconstitucional, por atentar contra o livre exercício de atividade econômica ou profissional,
a conduta do Fisco de condicionar emissão de documentos fiscais à prestação de caução
pelo contribuinte como garantia tributária das operações futuras.

Certo.
O item está de acordo com o julgado do STF exarado no RE 565.048:

É inconstitucional o uso de meio indireto coercitivo para pagamento de tributo – “sanção


política” –, tal qual ocorre com a exigência, pela Administração Tributária, de fiança,
garantia real ou fidejussória como condição para impressão de notas fiscais de contri-
buintes com débitos tributários.

Questão 5 (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Considerando que liberdade eco-


nômica consiste na possibilidade de o cidadão poder exercer um papel como agente econô-
mico e escolher como usar a sua propriedade, julgue os itens a seguir:

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I – A melhora social e econômica do Brasil nas últimas décadas não se reflete plenamente
na moradia e no saneamento básico: milhões de brasileiros ainda vivem em aglomera-
dos subnormais e sem acesso a saneamento.
II – O rompimento do ciclo intergeracional da pobreza pode ser atingido por meio de po-
líticas públicas que promovam a autonomia e a liberdade econômica e financeira da
mulher, como o acesso igualitário ao mercado de trabalho, a provisão de creches e o
apoio aos familiares idosos.
III – A ordem econômica determina que se observe a função social da propriedade e que, ao
mesmo tempo, se respeite o bem-estar da sociedade, porém não garante o direito do
indivíduo sobre a propriedade.

Assinale a opção correta.


a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas o item III está certo.
d) Apenas os itens I e II estão certos.
e) Apenas os itens II e III estão certos.

Letra d.
Os itens I e II estão corretos.
O item III está incorreto. Confira:

CF
Art. 5º, XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade públi-
ca, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos nesta Constituição;

Questão 6 (TRF-4ª/JUIZ FEDERAL/2016/ADAPTADA)


I – A livre-iniciativa, erigida a condição de fundamento da República Federativa do Brasil,
permite que qualquer pessoa exerça livremente qualquer atividade econômica, depen-
dendo, em qualquer hipótese, de prévia autorização de órgãos públicos.

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II – Tendo em vista o elevado potencial para geração de emprego e de renda para o país,
a Constituição Federal conferiu tratamento favorecido para as empresas de pequeno
porte constituídas sob as leis brasileiras, independentemente do local em que tenham
sua sede e sua administração.

Errado/Errado.
O item I está incorreto. A livre iniciativa está prevista tanto no art. 1º quanto no art. 170 da CF
e estabelece que a autorização de órgãos públicos será excepcional.
O item II está incorreto. O art. 170 estabelece que haverá tratamento favorecido para as em-
presas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e admi-
nistração no País.

Questão 7 (CESPE/TJ-DFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) Com a edi-


ção da norma jurídica que instaurou o regime do SIMPLES Nacional, concretizou-se a diretriz
do texto constitucional que institui a obrigatoriedade de tratamento favorecido para as micro-
empresas e empresas de pequeno porte.

Certo.
Conforme vimos, a LC n. 123/2006 atendeu os comandos constitucionais e regulamentou o
tratamento diferenciado e favorecido das empresas de pequeno porte.

Questão 8 (CESPE/TRF-1ª/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) O princípio da


função social da propriedade é aplicado, inclusive, aos bens de produção.

Certo.
O item I está correto. Trata-se um princípio geral que norteia toda a atividade econômica.

Questão 9 (MP-DFT/PROMOTOR DE JUSTIÇA ADJUNTO/MP-DFT/2015/ADAPTADA) Jul-


gue os itens a seguir:
I – Afronta o princípio da livre concorrência, lei distrital que impeça a instalação de esta-
belecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

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II – As disposições constitucionais que disciplinam a forma de exploração do monopólio


da União sobre a pesquisa e lavra das jazidas de petróleo não permitem a edição de
um marco legal que confira tratamento privilegiado a empresas estatais na execução
dessas atividades.

Certo/Errado.
O item I está correto, conforme Súmula Vinculante n. 49 (estudada na aula 1).
O item II está incorreto, pois contraria o disposto no art. 177, V:

Art. 177, V – a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o co-


mércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja
produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, confor-
me as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal.

Questão 10 (CESPE/TRF-1ª/JUIZ FEDERAL/2015/ADAPTADA) Em relação à ordem consti-


tucional econômica e aos princípios gerais da atividade econômica, assinale a opção correta.
a) A intervenção do Estado no domínio econômico é regulada por princípios próprios e es-
pecíficos da ordem econômica, motivo pelo qual independe da obediência aos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade.
b) O princípio da função social da propriedade é aplicado, inclusive, aos bens de produção.
c) Princípio da livre concorrência e princípio da livre iniciativa são conceitos coincidentes,
entendidos como fundamento político garantidor da liberdade econômica.

Letra b.
a) Errada. Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, embora sejam implícitos,
devem pautar toda a atividade do Estado, inclusive a atividade econômica.
b) Certa. O princípio da função social está previsto no art. 170, inciso III, da CF, e deve pautar
toda a atividade econômica.
Lembre-se de que a função social limita a autonomia privada sobre os bens, ou seja, os inte-
resses particulares são limitados pelos direitos da sociedade.
c) Errada. Os princípios não são coincidentes, sendo possível que até mesmo colidam em al-
guns casos. Haverá livre concorrência se houver livre iniciativa, mas a recíproca não é verda-
deira, já que muitas vezes é necessária a intervenção do Estado (restringindo a livre iniciativa),
justamente para garantir a livre concorrência.

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Questão 11 (CESPE/TRF-1ª/JUIZ FEDERAL/2015/ADAPTADA) A intervenção do Estado no


domínio econômico é regulada por princípios próprios e específicos da ordem econômica,
motivo pelo qual independe da obediência aos princípios da razoabilidade e da proporciona-
lidade.

Errado.
Embora existam princípios próprios a serem aplicados à ordem econômica, a razoabilidade e
a proporcionalidade são princípios gerais que devem ser aplicados também nesse caso.
Lembre-se de que os princípios são caracterizados pela sua generalidade e abstração e sua
aplicação se dará em cada caso concreto, por meio da ponderação.

Questão 12 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2015/ADAPTADA) Sobre


as disposições normativas pertinentes à livre iniciativa e à livre concorrência, assinale a op-
ção que retrata a jurisprudência corrente sobre a matéria.
a) Não ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de esta-
belecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
b) Lei municipal não pode fixar horário de funcionamento para o comércio.
c) Não há inconstitucionalidade em norma legal federal que conceda passe livre às pessoas
portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual.

Letra c.
a) Errada. Súmula Vinculante n. 49.
b) Errada. Trata-se de assunto que também já foi abordado na aula 1 ao tratarmos da compe-
tência legislativa em matéria econômica (Súmula vinculante n. 38).
c) Certa. Já vimos que a concessão de passe livre no sistema de transporte coletivo interesta-
dual às pessoas carentes portadoras de necessidades especiais, foi declarada constitucional
pelo STF (STF – ADI 26496/DF, DJ em 16/10/08).

Questão 13 (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/CONCURSO/ADAPTADA) O estado brasi-


leiro, na nova ordem jurídico-econômica, inaugurada com a constituição de 1988: teve redi-
recionada a sua posição estratégica, transferindo à iniciativa privada atividades econômicas
exploradas pelo setor público.

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Certo.
O item está correto. De fato, na CF/1988, a exploração da atividade econômica pelo Estado é
feita excepcionalmente, nos termos do art. 173, caput.

Questão 14 (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA) A constituição da república, relativamente


à ordem econômica: Dispõe que ela deve observar, dentre outros princípios, a propriedade
privada e sua função social, a livre concorrência, a defesa do consumidor e do meio ambiente
e a redução das desigualdades regionais e sociais.

Certo.
Trata-se da literalidade do art. 170 da CF.

Questão 15 (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/CONCURSO/ADAPTADA) Do sistema ou


modelo econômico adotado pela constituição federal, ressai um estado no qual as relações
de produção estão assentadas na propriedade privada dos bens em geral, dos fatores de pro-
dução, na ampla liberdade de iniciativa e de concorrência.

Certo.
Como vimos, a CF/1988 traz um sistema econômico capitalista, garantindo a liberdade de
iniciativa e a propriedade privada, ambas podendo ser delineadas pelo Estado.
Os fatores de produção pertencem aos agentes privados, sendo possível a intervenção esta-
tal por meio de atos normativos ou atos de gestão. Por essa razão, não se pode falar em um
capitalismo puro.

Questão 16 (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/CONCURSO/ADAPTADA) Observando o


artigo 170 da Constituição Federal que trata da ordem econômica, o supremo tribunal federal
entende que:
I – Viola os princípios da busca do pleno emprego e do livre exercício de atividade econô-
mica a exigência de admissão no exame de Ordem realizado pela Ordem dos Advoga-
dos do Brasil para o exercício da advocacia pelo bacharel em Direito.
II – Viola o princípio da livre iniciativa e se caracteriza como empecilho ao livre exercício da
atividade econômica a fixação pelo Poder Público de preços de produtos sucroalcoo-
leiros em valores abaixo da realidade.

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Natalia Braga

Errado/Certo.
O item I está incorreto.
A livre iniciativa pode ser entendida como a liberdade de empreender, de exercer qualquer for-
ma de atividade econômica. Entretanto, com fundamento na defesa da coletividade, o Estado
pode restringir o exercício da atividade econômica, impondo os requisitos mínimos necessá-
rios para tal exercício, com fundamento no art. 170.
O item II está correto, pois vai ao encontro da jurisprudência do STF sobre o tema (STF – RE
648622 AGr/DF-DJ em 21/02/13).
No mesmo sentido:

A fixação de preços em valores abaixo da realidade é obstáculo ao livre exercício da ati-


vidade econômica, com desrespeito à livre iniciativa (STF-AgR-AI 683.098)

Questão 17 (FCC/PGE-SP/PROCURADOR DO ESTADO/2009/ADAPTADA) O fato de a ordem


econômica na Constituição Federal de 1988 ser informada pelos princípios da livre iniciativa
e da livre concorrência significa que:
a) existe ampla liberdade de empreendimento em todos os setores da economia, inclusive por
parte do Estado, cuja atuação empresarial não sofre restrições.
b) não se admite a regulação da atividade econômica privada com o fito de implementar polí-
ticas públicas redistributivas.
c) o planejamento centralizado da atividade econômica não pode substituir os estímulos de
mercado como principal indutor das decisões dos agentes econômicos.
d) a política industrial baseada em instrumentos de fomento não pode promover setores es-
pecíficos da economia.

Letra c.
a) Errada. O art. 173 prevê exploração direta de atividade econômica pelo Estado somente
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei.
Vale lembrar ainda que a ordem econômica brasileira deve buscar a justiça social, utilizando-
-se de políticas públicas para esse fim.

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b) Errada. Já vimos que o art. 174 prevê que o Estado atue como agente normativo e regula-
dor da atividade econômica, exercendo as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,
sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
c) Certa. O Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planeja-
mento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. Ob-
viamente os estímulos de mercado como principal indutor das decisões dos agentes econô-
micos continuam sendo um dos principais fatores determinantes para atuação dos agentes.
d) Errada. Os fundamentos também podem ser retirados do art. 174 da CF, de modo que
é perfeitamente possível que o Estado fomente as atividades econômicas de um determi-
nado setor, desde que obedeça a outros princípios constitucionais, como a igualdade e a
impessoalidade.

Questão 18 (FGV/SENADO FEDERAL/2008) Analise as afirmativas abaixo:


I – A ordem econômica é calcada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa e
em relação a ela devem ser observados vários princípios, como, entre outros, a busca
do pleno emprego, a seguridade social, a saúde, o meio ambiente e a livre concorrência.
II – No regime econômico adotado no direito pátrio vigora o princípio da livre iniciativa,
segundo o qual a todos é assegurado o exercício de atividades econômicas indepen-
dentemente de consentimento do Poder Público, com as ressalvas constantes de lei;
ao Estado, porém, é permitida, em algumas situações, a exploração direta da atividade
econômica, inclusive com o afastamento da iniciativa privada.
III – A lei deve reprimir o abuso do poder econômico consubstanciado pelo domínio dos
mercados, pela eliminação da concorrência e pelo aumento arbitrário dos lucros. Nos
atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular,
a lei, embora isentando a pessoa jurídica em si, deve estabelecer a responsabilidade
individual de seus dirigentes.

Assinale:
a) se todas as afirmativas estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

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c) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.


d) se apenas a afirmativa II estiver correta.
e) se apenas a afirmativa I estiver correta.

Letra d.
O item I está incorreto.
O princípio da seguridade social e da saúde não pertencem à ordem econômica. Recorde que
os princípios da ordem econômica são os seguintes: soberania nacional; propriedade privada;
função social da propriedade; livre concorrência; defesa do consumidor; defesa do meio am-
biente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos pro-
dutos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; redução das desigualdades
regionais e sociais; busca do pleno emprego; tratamento favorecido para as empresas de
pequeno porte – EPP – constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e adminis-
tração no País.
O item II está correto, nos termos do art. 170 da CF.
O item III está incorreto, pois contraria o art. 173, § 5º:

A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a
responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos prati-
cados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.

Questão 19 (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) No tocante


à ordem econômica e financeira do Estado brasileiro, julgue o próximo item.
É necessária a prévia autorização do órgão público competente para o desenvolvimento de
atividade econômica no país.

Errado.
O parágrafo único do art. 170 dispõe que é assegurado a todos o livre exercício de qualquer
atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos
previstos em lei.

Questão 20 (CESPE/PGM-RR/PROCURADOR) O exame da ordem econômica e financeira


instituída pela CF permite afirmar que a exploração direta da atividade econômica pelo Estado,

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além dos casos constitucionalmente expressos, tais como a prestação de serviços públicos
e a exploração de jazidas minerais ou de potenciais de energia hidráulica, constitui exceção
justificada somente por imperativos de segurança nacional e relevante interesse coletivo, na
forma da lei.

Certo.
As hipóteses de intervenção do Estado na economia serão estudadas mais profundamente
em outras aulas, entretanto já vimos que, conforme art. 173, ressalvados os casos previstos
nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei.

Questão 21 (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) No tocante


à ordem econômica e financeira do Estado brasileiro, julgue o próximo item.
A CF prevê a permissão de exploração direta de atividade econômica pelo Estado quando
essa for necessária aos imperativos da segurança nacional.

Certo.
Trata-se do art. 173 da CF.

Questão 22 (CESPE/TRF-2ª/JUIZ FEDERAL/ADAPTADA) Assinale a opção que, além de con-


dizente com o sistema legal pátrio, melhor expressa, entre as cinco, consectário das ideias da
livre concorrência e da liberdade de iniciativa:
a) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado há de ser limitada.
b) É possível a exploração de atividade econômica pelo Estado, desde que necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, definidos em atos do
Poder Executivo.

Letra a.
a) Certa. Nos termos do art. 173, caput, da CF, a prestação direta de atividade econômica pelo
Estado é excepcional: nos casos previstos na Constituição, ou quando necessária aos impe-
rativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

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b) Errada. O fim do item afirma que os imperativos da segurança nacional ou a relevante inte-
resse coletivo serão definidos em atos do Poder Executivo, quando, na verdade, serão defini-
dos em lei (art. 173).

Questão 23 (CESPE/TRF-3ª/JUIZ FEDERAL/ADAPTADA) O STF, na ADI n. 1.950/SP, analisou


a constitucionalidade da medida que concedeu o direito a pagamento de meia entrada para o
ingresso em estabelecimentos de entretenimento e assemelhados em favor dos estudantes
matriculados regularmente nos estabelecimentos de ensino de São Paulo. Acerca do princí-
pio da livre iniciativa, discutido no caso, assinale a opção correta.
a) A liberdade de comércio e de indústria representa um dos corolários do princípio da livre
iniciativa, marco no decreto d’Allarde.
b) De acordo com a posição vencedora, o Estado só intervirá na economia em circunstâncias
restritas, devendo estar os outros princípios da ordem econômica e constitucional subordi-
nados à livre iniciativa.
c) A livre iniciativa não tem vínculos com o princípio da legalidade e significa, em verdade, um
limite para a ação pública, em termos de estado de direito.
d) A livre iniciativa é implicitamente fundamento da República e um dos desdobramentos do
princípio da liberdade.
e) A interferência do Estado na decisão de formação de preços deve estar embasada no prin-
cípio da livre iniciativa, prescindindo-se de outros princípios de índole social.

Letra a.
De fato, um dos marcos da livre iniciativa foi o decreto D’Allarde, de 1791, que determinou que
a partir de 1º de abril desse ano, seria livre a qualquer pessoa a realização de qualquer negó-
cio ou exercícios de qualquer profissão, arte ou ofício que lhe aprouvesse (desde que fossem
pagos os impostos e taxas e observados os regulamentos aplicáveis).
Além disso, podemos definir a livre iniciativa como a liberdade de empreender, de exercer
qualquer forma de atividade econômica. O conceito vai além, abarcando também outras
formas de organização econômica, como a cooperativa (art. 5, XVIII) e a liberdade contra-
tual e comercial.

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b) Errada. A livre iniciativa não está à frente de outros princípios, podendo ser limitada pela
justiça social, por exemplo.
c) Errada. A livre iniciativa está ligada ao princípio da legalidade, na medida em que cons-
titui um direito exercido na forma da lei, podendo, inclusive, ser limitada por ela (art. 170,
parágrafo único).
d) Errada. A livre iniciativa é prevista expressamente na CF, como já vimos exaustivamente
(art. 170, IV, CF).
e) Errada. Ao atuar na intervenção de preços, o Estado não se baseia apenas no princípio da
livre iniciativa, mas também nos demais princípios e fundamentos da ordem econômica (ex.:
função social da propriedade).

Questão 24 (CESPE/TRF-5ª/JUIZ FEDERAL/ADAPTADA) A respeito da intervenção do Esta-


do na economia, assinale a opção correta.
I – A atividade normativa e reguladora do Estado exercida por meio da intervenção na
atividade econômica compreende as funções de fiscalização, participação e incentivo.
II – Sempre que entender cabível, e independentemente de previsão na CF, o Estado pode
intervir na economia, utilizando-se do monopólio de exploração direta da atividade
econômica.

Errado, errado.
O item I está incorreto. Nos termos do art. 174 da CF, o Estado, como agente normativo e regu-
lador da atividade econômica, exercerá as funções de fiscalização, incentivo e planejamento.
O item II está incorreto. Confiram o art. 173:

Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica


pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a re-
levante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

Questão 25 (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2012) Com base na ordem constitucional


econômica, julgue os itens subsequentes.
Com exceção dos casos especificados em lei, toda pessoa dispõe de liberdade para exer-
cer qualquer atividade econômica, independentemente de autorização concedida por ór-
gãos públicos.

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Certo.
Como vimos, a livre iniciativa compreende a liberdade de empreender, de exercer qualquer for-
ma de atividade econômica. Entretanto, com fundamento na defesa da coletividade, o Estado
pode restringir o exercício da atividade econômica, impondo os requisitos mínimos necessá-
rios para tal exercício.
Portanto, a regra é a liberdade no exercício da atividade econômica, sendo possível a limita-
ção dessa liberdade nos casos previstos na CF.

Questão 26 (CESPE/BACEN/PROCURADOR) O município X instituiu, mediante lei municipal, a


proibição de instalação de mais de uma agência bancária, ainda que de diferentes instituições
financeiras, na mesma localização, delimitando distâncias mínimas entre as agências, a fim de
que todos os bairros fossem devidamente atendidos por serviços bancários. Como justificati-
va para a proibição, o município considerou a existência de regiões fartamente atendidas por
agências bancárias e outras, sobretudo carentes, desassistidas de serviços bancários.
Nessa situação hipotética, a lei municipal é:
a) inconstitucional, por violação ao princípio da livre concorrência.
b) constitucional, pois incumbe ao poder público reduzir as desigualdades sociais, em consi-
deração ao princípio da dignidade humana.
c) constitucional, pois compete ao município delimitar a zona urbana e disciplinar o uso do
solo urbano.
d) constitucional, pois se trata de serviço de âmbito local, de competência dos municípios.
e) inconstitucional, pois se trata de serviço de âmbito regional, de competência dos estados
federados.

Letra a.
A questão exige o conhecimento da Súmula Vinculante n. 49 do STF: “Ofende o princípio da
livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do
mesmo ramo em determinada área”.

Questão 27 (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA) Observando o artigo 170 da Constituição


Federal que trata da ordem econômica, o Supremo Tribunal Federal entende que:

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a) Viola os princípios da busca do pleno emprego e do livre exercício de atividade econômica


a exigência de admissão no exame de Ordem realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil
para o exercício da advocacia pelo bacharel em Direito.
b) Viola o princípio da livre concorrência a lei municipal que estabelece o horário de funciona-
mento de farmácias.
c) Viola o princípio da livre iniciativa e se caracteriza como empecilho ao livre exercício da
atividade econômica a fixação pelo Poder Público de preços de produtos sucroalcooleiros em
valores abaixo da realidade.

Letra c.
a) Errada. O livre exercício da atividade econômica consagra a liberdade de empresa para atu-
ar no mercado, bem como a liberdade de concorrência.
O artigo 170 da CF prevê em seu parágrafo único que: “É assegurado a todos o livre exercí-
cio de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos,
salvo nos casos previstos em lei”.
A regra é a livre iniciativa, mas, com fundamento na defesa da coletividade, o Estado pode
restringir o exercício da atividade econômica, impondo os requisitos mínimos necessários.

TRABALHO – OFÍCIO OU PROFISSÃO – EXERCÍCIO. Consoante disposto no inciso XIII do


artigo 5º da Constituição Federal, “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou pro-
fissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. BACHARÉIS EM
DIREITO – QUALIFICAÇÃO. Alcança-se a qualificação de bacharel em Direito mediante
conclusão do curso respectivo e colação de grau. ADVOGADO – EXERCÍCIO PROFISSIO-
NAL – EXAME DE ORDEM. O Exame de Ordem, inicialmente previsto no artigo 48, inciso
III, da Lei n. 4.215/63 e hoje no artigo 84 da Lei n. 8.906/94, no que a atuação profissio-
nal repercute no campo de interesse de terceiros, mostra-se consentâneo com a Cons-
tituição Federal, que remete às qualificações previstas em lei. Considerações. (STF– RE
603583/RS– DJ em 26/10/11)

b) Errada. Nos termos da Súmula Vinculante n. 38: “É competente o Município para fixar o
horário de funcionamento de estabelecimento comercial”.
c) Certa.

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A fixação de preços em valores abaixo da realidade é obstáculo ao livre exercício da ati-


vidade econômica, com desrespeito à livre iniciativa (STF-AgR-AI 683.098)

Questão 28 (CESPE/TRF-2ª/JUIZ FEDERAL/2014) Assinale a opção que, além de condizente


com o sistema legal pátrio, melhor expressa, entre as cinco, consectário das ideias da livre
concorrência e da liberdade de iniciativa:
a) A lei poderá conceder proteção e benefícios temporários a empresas brasileiras de capital
nacional, adequadas ao desenvolvimento do país.
b) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado há de ser limitada.
c) Inexiste tratamento favorecido para empresas brasileiras de qualquer natureza.
d) É possível a exploração de atividade econômica pelo Estado, desde que necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, definidos em atos do
Poder Executivo.

Letra b.
O único item que cumpre os requisitos do enunciado é o B.
Nos termos do art. 173, caput, da CF, a prestação direta de atividade econômica pelo Estado
é excepcional (somente ocorrerá nos casos ressalvados na CF ou quando necessária aos im-
perativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei).
Lembre-se de que a livre iniciativa constitui uma das bases do sistema capitalista, estando
prevista tanto no caput do art. 170 quanto no art. 1º, IV (como fundamento da República Fe-
derativa do Brasil).
Além disso, o parágrafo único do art. 170 dispõe que é assegurado a todos o livre exercício de
qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo
nos casos previstos em lei. Em outras palavras, a escolha do trabalho fica ao arbítrio do indi-
víduo (pessoa natural ou jurídica), não podendo o Estado interferir nessa seara.
Diante do explicitado acima, podemos definir a livre iniciativa como a liberdade de empre-
ender, de exercer qualquer forma de atividade econômica. Entretanto, com fundamento na
defesa da coletividade, o Estado pode restringir o exercício da atividade econômica, impondo
os requisitos mínimos necessários para tal exercício.

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a) Errada. Artigo 171 da CF, que foi totalmente revogado.


c) Errada. Existe o princípio do tratamento favorecido às empresas nacionais de pequeno porte.
d) Errada. Exige-se lei nesses casos, não bastando decreto do Poder Executivo (art. 170).

Questão 29 (ESAF/PGFN/PROCURADOR/2015/ADAPTADA) Sobre as disposições normati-


vas pertinentes à livre iniciativa e à livre concorrência, assinale a opção que retrata a jurispru-
dência corrente sobre a matéria.
a) Não ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de esta-
belecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
b) Lei municipal não pode fixar horário de funcionamento para o comércio.
c) Não há inconstitucionalidade em norma legal federal que conceda passe livre às pessoas
portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual.
d) A exigência, pela Fazenda Pública, de prestação de fiança para a impressão de notas fiscais
de contribuintes em débito com o Fisco não ofende o primado da livre atividade econômica.

Letra c.
a) Errada. Nos termos da Súmula Vinculante n. 49 do STF.
b) Errada. Nos termos da Súmula Vinculante n. 38 do STF.
c) Certa. O STF entende que essa lei é constitucional.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRE-


SAS DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNICIPAL, INTERESTADUAL E INTERNACIO-
NAL DE PASSAGEIROS – ABRATI. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI N. 8.899, DE 29 DE
JUNHO DE 1994, QUE CONCEDE PASSE LIVRE ÀS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊN-
CIA. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA ORDEM ECONÔMICA, DA ISONOMIA,
DA LIVRE INICIATIVA E DO DIREITO DE PROPRIEDADE, ALÉM DE AUSÊNCIA DE INDICA-
ÇÃO DE FONTE DE CUSTEIO (ARTS. 1º, INC. IV, 5º, INC. XXII, E 170 DA CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA): IMPROCEDÊNCIA. 1. A Autora, associação de associação de classe,
teve sua legitimidade para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade reconhecida a
partir do julgamento do Agravo Regimental na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.
3.153, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 9.9.2005. 2. Pertinência temática entre as finalida-
des da Autora e a matéria veiculada na lei questionada reconhecida. 3. Em 30.3.2007,

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o Brasil assinou, na sede das Organizações das Nações Unidas, a Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, bem como seu Protocolo Facultativo, compro-
metendo-se a implementar medidas para dar efetividade ao que foi ajustado. 4. A Lei
n. 8.899/94 é parte das políticas públicas para inserir os portadores de necessidades
especiais na sociedade e objetiva a igualdade de oportunidades e a humanização das
relações sociais, em cumprimento aos fundamentos da República de cidadania e dig-
nidade da pessoa humana, o que se concretiza pela definição de meios para que eles
sejam alcançados. 5. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada improcedente. (STF–
ADI 26496/DF, DJ em 16/10/08).

d) Errada. No julgamento do caso, o STF entendeu pela inconstitucionalidade dessa exigência.

TRIBUTO – DÉBITO – NOTAS FISCAIS – CAUÇÃO – SANÇÃO POLÍTICA – IMPROPRIE-


DADE. Consubstancia sanção política visando o recolhimento de tributo condicionar
a expedição de notas fiscais a fiança, garantia real ou fidejussória por parte do con-
tribuinte. Inconstitucionalidade do parágrafo único do artigo 42 da Lei n. 8.820/89, do
Estado do Rio Grande do Sul.
(…)
Configura afronta à Carta da República e ao sistema de liberdades fundamentais o con-
tribuinte devedor, para exercer profissão ou atividade econômica, ser obrigado, como
condição de emissão de notas fiscais, a oferecer garantia com o fim de, consoante dis-
curso falacioso do legislador, prevenir ou acautelar débitos futuros cuja existência e
valor são presumidos.
Ante o exposto, não há dúvida de que o preceito impugnado contraria os dispositivos
constitucionais evocados, ou seja, a garantia do livre exercício do trabalho, ofício ou pro-
fissão – inciso XIII do artigo 5º – e de qualquer atividade econômica – parágrafo único
do artigo 170 – assim como o devido processo legal – artigo 5º, inciso LIV. Conheço
e provejo o recurso para, restabelecido o entendimento sufragado pelo Juízo, deferir a
segurança pleiteada, assegurado o direito do recorrente à obtenção de autorização para
impressão de talonários de notas fiscais independentemente de prestação de fiança,
garantia real ou outra fidejussória, declarando a inconstitucionalidade do parágrafo
único do artigo 42 da Lei n. 8.820, de 27 de janeiro de 1989, do Estado do Rio Grande do
Sul (STF-RE 565048/RS-DJ em 9/10/14)

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Questão 30 (CESPE/TRF-5ª/JUIZ FEDERAL) Em relação aos princípios da constituição eco-


nômica, assinale a opção correta.
a) Ao prever o princípio do pleno emprego na CF, o legislador pretendeu defender a absorção
da força de trabalho a qualquer custo, sem se preocupar com a dignidade da pessoa humana.
b) A defesa do consumidor não se insere entre os princípios da chamada constituição econô-
mica formal.
c) A livre concorrência inclui-se entre os princípios gerais da atividade econômica denomina-
dos integração.
d) Ao prever, na CF, a livre iniciativa, o legislador buscou proteger a liberdade de desenvol-
vimento da empresa, com o objetivo de garantir ao empresário a sua realização pessoal e a
obtenção de lucro.
e) Os princípios gerais da atividade econômica denominados integração objetivam resolver
os problemas da marginalização regional e(ou) social.

Letra e.
a) Errada. Esse princípio consagra a valorização do trabalho humano, na medida em que o
Estado deve buscar intervir e criar medidas (fomento, incentivos fiscais, financiamentos) com
o intuito de proporcionar o aumento da taxa de empregos, possibilitando a concretização do
princípio da dignidade da pessoa humana.
Assim, a população economicamente ativa poderá gerar renda para si e para o país, movi-
mentando a economia.
b) Errada. O termo Constituição Econômica Formal pode ser entendido adotando-se, por ana-
logia, a teoria de classificação das constituições quanto ao seu conteúdo. Assim, a Constitui-
ção Econômica Formal constitui títulos ou capítulos específicos, dedicados exclusivamente à
Ordem Econômica.
Por outro lado, a Material cuida de matéria econômica, independente de estar formalmente
prevista na CF.
O art. 170 está dentro do título VII “Da Ordem Econômica e Financeira” e prevê o princípio da
defesa do consumidor em um de seus incisos.

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c) Errada. Como vimos, o art. 170 da CF traz nove incisos, contendo princípios aplicáveis à
ordem econômica.
Alguns deles possuem caráter liberalizante, limitando a intervenção do Estado, como é o caso
da livre iniciativa.
Outros possuem caráter intervencionista, pois determinam uma atuação positiva do Estado,
a fim de cumprir fins sociais (incisos V a VIII).
Esses princípios também são chamados por alguns doutrinadores de princípios integrativos,
já que buscam reduzir a marginalização social.

Exemplo: erradicação da pobreza e combate às desigualdades regionais.


d) Errada. A livre iniciativa é a liberdade de empreender, de exercer qualquer forma de ati-
vidade econômica. O conceito vai além, abarcando também outras formas de organização
econômica, como a cooperativa (art. 5, XVIII) e a liberdade contratual e comercial. Entretanto,
com fundamento na defesa da coletividade, o Estado pode restringir o exercício da atividade
econômica, impondo os requisitos mínimos necessários para tal exercício.
Registrem que o intuito da livre iniciativa não é garantir o lucro e o sucesso individual do em-
presário, mas, sim, a liberdade dos agentes econômicos, observados os fins sociais.
e) Certa. Como vimos no item C, alguns princípios possuem caráter intervencionista, pois
determinam uma atuação positiva do Estado, a fim de cumprir fins sociais (incisos V a VIII).
Esses princípios também são chamados por alguns doutrinadores de princípios integrativos,
já que buscam reduzir a marginalização social.

Exemplo: erradicação da pobreza e combate às desigualdades regionais.

Questão 31 (CESPE/TRF-1ª/JUIZ FEDERAL/ADAPTADA) Assinale a opção correta com refe-


rência aos princípios implícitos na atividade econômica.
a) A boa-fé econômica implica a aplicação do princípio da transparência e da publicidade nas
relações de trocas comerciais dentro do ciclo econômico de cada mercado, não se traduzin-
do, no entanto, em instituto jurídico garantidor da simetria informativa, necessária para evitar
falhas de mercado, pois tal papel é reservado ao princípio da defesa do consumidor.

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b) O poder público atua subsidiariamente à iniciativa privada na ordem econômica, em um


sistema constitucional em que o principal papel reservado ao Estado é o de agente regulador.
c) A liberdade econômica, que consiste na manifestação da liberdade no ciclo econômico
(produção, circulação/distribuição e consumo), não pode ser limitada nem mitigada, regulan-
do-se pelo interesse essencialmente privado.
d) De acordo com o princípio da democracia econômica, as políticas públicas devem ampliar
a oferta de oportunidades de iniciativa e de emprego, com chances iguais para todos os que
se encontrem na mesma situação fática e jurídica.

Letra d.
A questão original foi anulada, entretanto fiz uma adaptação e optei por colocá-la na lista, já
que aborda os princípios implícitos da ordem econômica.
a) Errada. Como vimos, o princípio da boa-fé aplica os princípios da publicidade e da trans-
parência nas relações entre os sujeitos econômicos, possibilitando que os consumidores te-
nham uma informação clara e precisa sobre os produtos.
Portanto, tem íntima relação com o princípio da defesa do consumidor, possibilitando sime-
tria de informação e evitando as falhas de mercado.
Da mesma forma, o agente deve divulgar as informações relevantes à atividade empresarial,
salvo nos casos de segredo industrial.
b) Errada. Nos termos do art. 174, o principal papel do Estado é atuar como agente regulador
da economia.

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor
público e indicativo para o setor privado.

Lembre-se, ainda, de que a intervenção só ocorrerá nos casos previstos no art. 173, ou seja,
nos casos autorizados pela própria Constituição.
c) Errada. Esse princípio abarca a liberdade de empresa para atuar no mercado, bem como a
liberdade de concorrência.
O artigo 170 da CF prevê em seu parágrafo único que: “É assegurado a todos o livre exercí-
cio de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos,
salvo nos casos previstos em lei”.

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A regra é a livre iniciativa, mas, com fundamento na defesa da coletividade, o Estado pode res-
tringir o exercício da atividade econômica, impondo os requisitos mínimos necessários para o
exercício da atividade econômica.
d) Certa. A democracia econômica guarda relação com as políticas públicas, que deverão
garantir liberdade de iniciativa e emprego, dando chances iguais de acesso a todos que se
encontrem na mesma situação fática e jurídica.
Deve ser pautado pela valorização do trabalho humano, pela defesa do consumidor e pela
busca do pleno emprego.

Questão 32 (CESPE/TRF-1ª/JUIZ FEDERAL/2009/ADAPTADA) Acerca dos princípios gerais


da atividade econômica, assinale a opção correta.
a) O princípio da propriedade privada traduz-se no poder de gozar e dispor de um bem, sendo
direito de exercício absoluto e irrestrito.
b) O princípio da defesa do consumidor é corolário da livre concorrência, sendo princípio de
integração e defesa de mercado.
c) A CF foi a primeira a prever a função social da propriedade como princípio da ordem eco-
nômica.
d) A livre concorrência é garantida independentemente de o Estado promover a livre iniciativa.

Letra b.
a) Errada. O princípio assegura aos agentes a liberdade de exploração e organização, bem
como a possibilidade de apropriação privada dos meios de produção, garantindo a livre ini-
ciativa de empreendimentos privados.
Ao mesmo tempo, estabelece que o Estado atuará na propriedade privada quando necessário,
conforme os casos previstos na Constituição.
Entretanto, a propriedade não pode ser considerada um direito absoluto e restrito, uma vez
que deve obedecer a sua função social.
b) Certa. A Constituição estabelece a defesa do consumidor como princípio explícito (art. 170,
V) e ele possui relação com o princípio da livre concorrência, na medida em que esta também
beneficia o consumidor, já que a competitividade induz a diminuição de preços e o investi-
mento na melhora dos produtos.

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Por fim, trata-se de um princípio integrador, pois determina uma atuação positiva do Estado,
a fim de cumprir fins sociais e busca reduzir a marginalização social. Ademais, também tem
a função de defender o mercado.
c) Errada. A Constituição de 1934 já garantia o direito de propriedade, que não poderá ser
exercido contra o interesse social ou coletivo, na forma que a lei determinar (art. 113, XVII).
d) Errada. A livre concorrência faz com que o Estado abrigue uma ordem econômica fundada na
competitividade entre os entes (garantindo que todos possam concorrer e explorar o mercado).
Essa competitividade pressupõe a livre iniciativa e a apropriação privada dos meios de pro-
dução. Nesse ponto, é importante registrar que somente haverá livre concorrência se houver
livre iniciativa, mas a recíproca não é verdadeira.
Esses dois princípios não se confundem, já que muitas vezes é necessária a intervenção do
Estado (restringindo a livre iniciativa), justamente para garantir a livre concorrência.

Questão 33 (CESPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL/2010) A livre concorrência, princípio ge-


ral da atividade econômica, defende que o próprio mercado deve estabelecer quais são os
agentes aptos a se perpetuarem, deixando aos agentes econômicos o estabelecimento das
regras de competição.

Errado.
A livre concorrência permite que exista um equilíbrio no mercado, de modo que possam coe-
xistir os grandes grupos e as pequenas empresas, ou seja, faz com que o Estado abrigue uma
ordem econômica fundada na competitividade entre os entes (garantindo que todos possam
concorrer e explorar o mercado).

Questão 34 (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/2012/ADAPTADA) A atual Constituição


Federal elegeu como preceitos fundamentais da ordem econômica a valorização do traba-
lho humano, a livre concorrência, a existência digna e a justiça social. Com base nos cita-
dos preceitos, e nos princípios elencados nos incisos I a IX do artigo 170 da Carta Magna, é
correto afirmar que:
a) É inconstitucional lei que concede passe livre às pessoas portadoras de deficiências, por
afronta aos princípios da ordem econômica, da livre iniciativa e do direito de propriedade.

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b) É inconstitucional o conjunto de normas de comércio exterior que proíbe a importação de


pneumáticos usados por afronta ao princípio do livre exercício da atividade econômica.
c) É inconstitucional Lei Municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais
do mesmo ramo em determinada área, por afronta ao princípio da livre concorrência.

Letra c.
a) Errada. O entendimento do STF é pela constitucionalidade da norma:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRE-


SAS DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNICIPAL, INTERESTADUAL E INTERNACIO-
NAL DE PASSAGEIROS – ABRATI. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI N. 8.899, DE 29 DE
JUNHO DE 1994, QUE CONCEDE PASSE LIVRE ÀS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊN-
CIA. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA ORDEM ECONÔMICA, DA ISONOMIA,
DA LIVRE INICIATIVA E DO DIREITO DE PROPRIEDADE, ALÉM DE AUSÊNCIA DE INDICA-
ÇÃO DE FONTE DE CUSTEIO (ARTS. 1º, INC. IV, 5º, INC. XXII, E 170 DA CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA): IMPROCEDÊNCIA. 1. A Autora, associação de associação de classe,
teve sua legitimidade para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade reconhecida a
partir do julgamento do Agravo Regimental na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.
3.153, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 9.9.2005. 2. Pertinência temática entre as finalida-
des da Autora e a matéria veiculada na lei questionada reconhecida. 3. Em 30.3.2007,
o Brasil assinou, na sede das Organizações das Nações Unidas, a Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, bem como seu Protocolo Facultativo, compro-
metendo-se a implementar medidas para dar efetividade ao que foi ajustado. 4. A Lei
n. 8.899/94 é parte das políticas públicas para inserir os portadores de necessidades
especiais na sociedade e objetiva a igualdade de oportunidades e a humanização das
relações sociais, em cumprimento aos fundamentos da República de cidadania e dig-
nidade da pessoa humana, o que se concretiza pela definição de meios para que eles
sejam alcançados. 5. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada improcedente. (STF
– ADI 26496/DF, DJ em 16/10/08).

b) Errada. Conforme vimos em aula, a jurisprudência do STF é no seguinte sentido:

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL: ADEQUAÇÃO. OBSER-


VÂNCIA DO PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE. ARTS. 170, 196 E 225 DA CONSTITUIÇÃO DA

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REPÚBLICA. CONSTITUCIONALIDADE DE ATOS NORMATIVOS PROIBITIVOS DA IMPOR-


TAÇÃO DE PNEUS USADOS. RECICLAGEM DE PNEUS USADOS: AUSÊNCIA DE ELIMINA-
ÇÃO TOTAL DE SEUS EFEITOS NOCIVOS À SAÚDE E AO MEIO AMBIENTE EQUILIBRADO.
AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE ECO-
LOGICAMENTE EQUILIBRADO. COISA JULGADA COM CONTEÚDO EXECUTADO OU EXAU-
RIDO: IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO. DECISÕES JUDICIAIS COM CONTEÚDO INDE-
TERMINADO NO TEMPO: PROIBIÇÃO DE NOVOS EFEITOS A PARTIR DO JULGAMENTO.
ARGUIÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 1. Adequação da arguição pela
correta indicação de preceitos fundamentais atingidos, a saber, o direito à saúde, direito
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (arts. 196 e 225 da Constituição Brasi-
leira) e a busca de desenvolvimento econômico sustentável: princípios constitucionais
da livre iniciativa e da liberdade de comércio interpretados e aplicados em harmonia com
o do desenvolvimento social saudável. (…)2. Arguição de descumprimento dos preceitos
fundamentais constitucionalmente estabelecidos: decisões judiciais nacionais permi-
tindo a importação de pneus usados de Países que não compõem o Mercosul: objeto
de contencioso na Organização Mundial do Comércio – OMC, a partir de 20.6.2005, pela
Solicitação de Consulta da União Europeia ao Brasil. 3. Crescente aumento da frota de
veículos no mundo a acarretar também aumento de pneus novos e, consequentemente,
necessidade de sua substituição em decorrência do seu desgaste. Necessidade de desti-
nação ecologicamente correta dos pneus usados para submissão dos procedimentos às
normas constitucionais e legais vigentes. Ausência de eliminação total dos efeitos noci-
vos da destinação dos pneus usados, com malefícios ao meio ambiente: demonstração
pelos dados. 4. Princípios constitucionais (art. 225) a) do desenvolvimento sustentável e
b) da equidade e responsabilidade intergeracional. Meio ambiente ecologicamente equi-
librado: preservação para a geração atual e para as gerações futuras. Desenvolvimento
sustentável: crescimento econômico com garantia paralela e superiormente respeitada
da saúde da população, cujos direitos devem ser observados em face das necessidades
atuais e daquelas previsíveis e a serem prevenidas para garantia e respeito às gerações
futuras. (…) (STF-ADPF 101/DF, DJ em 1/6/12).

c) Certa. Nos termos da Súmula Vinculante n. 49.

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Questão 35 (CESPE/TRF-2ª/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) A respeito de institutos de di-


reito econômico, julgue:
O princípio econômico da defesa do consumidor não é violado por resolução de autoridade
estadual que, no livre exercício do poder de polícia, discipline horário de funcionamento de
estabelecimentos comerciais e matérias específicas de consumo do interesse da unidade
da Federação.

Errado.
Súmula Vinculante n. 38.

Questão 36 (CESPE/TRF-2ª/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) A respeito da ordem consti-


tucional econômica, assinale a opção correta.
a) A intervenção estatal na economia faz-se com respeito aos princípios da ordem econômi-
ca, não representando a fixação de preços em valores abaixo da realidade e em desconformi-
dade com a legislação aplicável desrespeito ao princípio da livre iniciativa, mas ao da defesa
do consumidor.
b) O direito de edificar é relativo, dado que condicionado à função social da propriedade, e,
ainda que as restrições decorrentes da limitação administrativa preexistam à aquisição do
terreno e sejam do conhecimento dos adquirentes, têm estes, com base nelas, direito à inde-
nização do poder público.
c) É inconstitucional, por infringir o princípio da razoabilidade e inibir a iniciativa privada, nor-
ma de lei ordinária que imponha aos sócios das empresas por cotas de responsabilidade
limitada a responsabilidade solidária, mediante seus bens pessoais, pelos débitos da pessoa
jurídica para com a seguridade social.

Letra c.
a) Errada. Confira a jurisprudência do STF sobre o tema:

Agravo regimental no agravo de instrumento. Responsabilidade civil do Estado. Setor


sucroalcooleiro. Fixação de preços. Princípio da livre iniciativa. Violação. Precedentes.
1. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que fere o princípio da livre iniciativa a

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fixação de preços em valores abaixo dos reais. 2. No exame do RE n. 632.644/DF-AgR,


Primeira Turma, Relator o Ministro Luiz Fux, DJe de 10/5/12, reconheceu-se a “respon-
sabilidade objetiva da União em face do ato estatal que fixou os preços dos produtos
sucroalcooleiros em valores inferiores ao levantamento de custos realizados pela Fun-
dação Getúlio Vargas”. 3. Agravo regimental não provido. (STF– AI 777361 Agr-DJ em
26/6/12)

b) Errada. Vimos que o princípio da propriedade assegura aos agentes a liberdade de explora-
ção e organização, bem como a possibilidade de apropriação privada dos meios de produção,
garantindo a livre iniciativa de empreendimentos privados.
Entretanto, a função social limita a autonomia privada sobre os bens, ou seja, os interesses
particulares são limitados pelos direitos da sociedade.
Um claro exemplo é o direito de edificar, que é condicionado à função social da propriedade.
Assim, eventual restrição ao direito de construir decorrente de uma limitação administrativa
irá afetar o direito de propriedade, sendo garantido o direito à indenização desde que as res-
trições não sejam preexistentes à aquisição do terreno (STF RE 140436, DJ em 6/8/99).
c) Certa. Nos termos do julgado do STF:

DIREITO TRIBUTÁRIO. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. NORMAS GERAIS DE DIREITO


TRIBUTÁRIO. ART. 146, III, DA CF. ART. 135, III, DO CTN. SÓCIOS DE SOCIEDADE LIMITADA.
ART. 13 DA LEI 8.620/93. INCONSTITUCIONALIDADES FORMAL E MATERIAL. REPERCUS-
SÃO GERAL. APLICAÇÃO DA DECISÃO PELOS DEMAIS TRIBUNAIS.(…) 7. O art. 13 da Lei
8.620/93 também se reveste de inconstitucionalidade material, porquanto não é dado
ao legislador estabelecer confusão entre os patrimônios das pessoas física e jurídica, o
que, além de impor desconsideração ex lege e objetiva da personalidade jurídica, desca-
racterizando as sociedades limitadas, implica irrazoabilidade e inibe a iniciativa privada,
afrontando os arts. 5º, XIII, e 170, parágrafo único, da Constituição. 8. Reconhecida a
INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 13 DA LEI 8.620/93 NA PARTE EM QUE DETERMINOU
QUE OS SÓCIOS DAS EMPRESAS POR COTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA RES-
PONDERIAM SOLIDARIAMENTE, COM SEUS BENS PESSOAIS, PELOS DÉBITOS JUNTO À
SEGURIDADE SOCIAL. 9. Recurso extraordinário da União desprovido. 10. Aos recursos
sobrestados, que aguardavam a análise da matéria por este STF, aplica-se o art. 543-B,
§ 3º, do CPC. (STF-RE 562276/PR– DJ 10/02/11)

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Questão 37 (CESPE/ANTT/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013/ADAPTADA) Julgue os


próximos itens, relativos à intervenção do Estado no domínio econômico.
Só será legítima a intervenção direta do Estado em atividade econômica quando ela for ne-
cessária aos imperativos da segurança nacional ou de relevante interesse coletivo, conforme
previsão constitucional.

Certo.
Trata-se da literalidade do art.173.

Questão 38 (ESAF/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2016) Conforme disposto expres-


samente, no texto Constitucional da Constituição Federal, a ordem econômica observa prin-
cípios específicos, exceto:
a) livre concorrência.
b) redução das desigualdades regionais e sociais.
c) busca do pleno emprego.
d) função social da propriedade.
e) dignidade da pessoa humana.

Letra e.
Trata-se de uma questão simples, que exige apenas o conhecimento da letra da lei. Como vi-
mos exaustivamente na aula de hoje, livre concorrência, redução das desigualdades regionais
e sociais, busca do pleno emprego e função social da propriedade são princípios explícitos da
ordem econômica.
P
 or sua vez, a dignidade da pessoa humana não se insere como princípio da ordem econômica.

Questão 39 (CESPE/TC-DF/PROCURADOR/2013) Uma lei que conceda proteção especial


temporária para que uma empresa brasileira desenvolva atividades consideradas estratégi-
cas para a defesa nacional somente estará de acordo com as atuais regras constitucionais
caso essa empresa seja classificada como de capital nacional.

Errado.
O dispositivo constitucional (art. 171) que previa essa hipótese foi todo revogado pela EC n.
6, de 1995.

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Art. 171. São consideradas: (Revogado pela Emenda Constitucional n. 6, de 1995)


I – empresa brasileira a constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração
no País;
II – empresa brasileira de capital nacional aquela cujo controle efetivo esteja em caráter perma-
nente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou
de entidades de direito público interno, entendendo-se por controle efetivo da empresa a titularida-
de da maioria de seu capital votante e o exercício, de fato e de direito, do poder decisório para gerir
suas atividades. (Revogado pela Emenda Constitucional n. 6, de 15/08/95)
§ 1º – A lei poderá, em relação à empresa brasileira de capital nacional:
I – conceder proteção e benefícios especiais temporários para desenvolver atividades considera-
das estratégicas para a defesa nacional ou imprescindíveis ao desenvolvimento do País;
II – estabelecer, sempre que considerar um setor imprescindível ao desenvolvimento tecnológico
nacional, entre outras condições e requisitos:
a) a exigência de que o controle referido no inciso II do “caput” se estenda às atividades tecnoló-
gicas da empresa, assim entendido o exercício, de fato e de direito, do poder decisório para desen-
volver ou absorver tecnologia;
b) percentuais de participação, no capital, de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou
entidades de direito público interno.
§ 2º – Na aquisição de bens e serviços, o Poder Público dará tratamento preferencial, nos termos da
lei, à empresa brasileira de capital nacional. (Revogado pela Emenda Constitucional n. 6, de 1995)

Questão 40 (FGV/CODEBA/ANALISTA PORTUÁRIO/ADVOGADO/2016) A fim de garantir a


observância de determinados valores e princípios norteadores, o Estado intervém, de forma
legítima, no domínio econômico. A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) A atuação do Estado no domínio econômico se dá, unicamente, por meio de empresas pú-
blicas e sociedades de economia mista, cuja criação somente será permitida quando neces-
sário aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo.
b) As empresas públicas e as sociedades de economia mista só poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado quando necessário aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo.
c) O Estado, como agente normativo e regulador da atividade econômica, exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante e impo-
sitivo para os setores público e privado.
d) A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, obe-
decerá, dentre outros, aos princípios da soberania nacional, do dirigismo econômico e da
redução das desigualdades regionais e sociais.

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e) O Estado, considerados os princípios gerais da ordem econômica, pode regular, por via le-
gislativa, a política de preços de bens e serviços de determinado segmento econômico.

Letra e.
a) Errada. Existem outras formas de atuação do Estado. Ex.: agências reguladoras. Além das
duas hipóteses mencionadas, o Estado também pode atuar diretamente na economia nos
casos previstos expressamente na CF.
b) Errada. O art. 173, § 2º, não prevê tais exceções.
c) Errada. A CF determina que o planejamento estatal será determinante para o setor público
e indicativo para o setor privado.
d) Errada. O dirigismo econômico não está presente entre os princípios do art. 170 da CF.
e) Certa. O item pode ser respondido pela interpretação dos artigos 170 e 174 e também pelo
seguinte julgado do STF:

Em face da atual Constituição, para conciliar o fundamento da livre iniciativa e do prin-


cípio da livre concorrência com os da defesa do consumidor e da redução das desigual-
dades sociais, em conformidade com os ditames da justiça social, pode o Estado, por
via legislativa, regular a política de preços de bens e de serviços abusivo que é o poder
econômico que visa ao aumento arbitrário dos lucros. (ADI 319– DJ em 30/04/93).

Questão 41 (ESAF/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2016/ADAPTADA) Em relação à


intervenção do Estado no domínio econômico, bem como ao disposto no texto constitu-
cional, julgue:
Independentemente de o Estado promover a livre iniciativa, a livre concorrência é garantida.

Errado.
A livre concorrência faz com que o Estado abrigue uma ordem econômica fundada na com-
petitividade entre os entes (garantindo que todos possam concorrer e explorar o mercado).
Essa competitividade pressupõe a livre iniciativa e a apropriação privada dos meios de pro-
dução. Nesse ponto, é importante registrar que somente haverá livre concorrência se houver
livre iniciativa, mas a recíproca não é verdadeira.

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Esses dois princípios não se confundem, já que muitas vezes é necessária a intervenção do
Estado (restringindo a livre iniciativa), justamente para garantir a livre concorrência.

Questão 42 (CESPE/ANTT/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) Acerca dos princípios da


atividade econômica inscritos na Constituição Federal de 1988, julgue os itens que se seguem.
I – O direito de propriedade individual é absoluto e irrestrito.
II – O tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno
porte constitui um dos princípios da atividade econômica.
III – A liberdade de iniciativa não pode ser invocada por alguém com o intuito de se eximir
do cumprimento das regulações estatais ou normas de defesa do consumidor.

Errado/Errado/Certo.
O item I está incorreto.
A propriedade não pode ser considerada um direito absoluto e restrito, uma vez que deve
obedecer a sua função social.
A função social limita a autonomia privada sobre os bens, ou seja, os interesses particulares
são limitados pelos direitos da sociedade.
Lembre-se do exemplo do direito de edificar (STF RE 140436, DJ em 6/8/99).
O item II está incorreto, pois busca confundir o candidato.
Na verdade, o princípio fala em tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
O item III está correto.
A livre iniciativa é a liberdade de empreender, de exercer qualquer forma de atividade eco-
nômica. O conceito vai além, abarcando também outras formas de organização econômica,
como a cooperativa (art. 5, XVIII) e a liberdade contratual e comercial. Entretanto, com funda-
mento na defesa da coletividade, o Estado pode restringir o exercício da atividade econômica,
impondo os requisitos mínimos necessários para tal exercício.
Em sua faceta positiva, o princípio assegura a liberdade econômica a qualquer cidadão. Por
sua vez, a faceta negativa proíbe que o Estado intervenha restringindo a livre iniciativa se não
houver previsão legal.

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Portanto, não se trata de uma liberdade absoluta, na medida em que é limitada por outros
princípios, como o da justiça social (buscando dar uma melhor condição de vida aos traba-
lhadores), do direito do consumidor, da dignidade da pessoa humana, dos valores sociais do
trabalho, bem como pelo próprio Estado.

Questão 43 (CESPE/ANP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) A previsão constitucional


de tratamento favorecido às empresas de pequeno porte, constituídas sob as leis brasileiras,
e que tenham a sua sede e administração no país, visa permitir que os empreendedores que
contam com menos recursos façam frente à concorrência.

Certo.
O inciso IX do art. 173 traz o princípio do tratamento favorecido às empresas nacionais de pe-
queno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país.
Com isso, o Estado busca garantir condições mínimas ao pequeno estabelecimento empresa-
rial de competir no mercado com grandes empresas, promovendo a livre concorrência.
Complementando esse princípio, o art. 179 da CF traz a seguinte previsão:

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e


às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a
incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e
creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

Questão 44 (CESPE/ANP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) É assegurado a todos o livre


exercício de qualquer atividade econômica, mediante prévia autorização dos órgãos públicos.

Errado.
O artigo 170, parágrafo único, dispõe que a autorização prévia constitui exceção, e não regra.

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, indepen-
dentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Questão 45 (CESPE/ANP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) Em relação à ordem econô-


mica estabelecida na Constituição e à intervenção do Estado no domínio econômico, julgue
os itens que se seguem.

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Se uma empresa pública realiza atividade econômica em concorrência com empresas priva-
das, a Constituição permite, com a finalidade de dar à estatal maior capacidade de concorrên-
cia, que a lei lhe confira algumas vantagens tributárias.

Errado.
Como vimos, a CF prevê a igualdade formal entre o particular e o Estado no exercício da ati-
vidade econômica.

Art. 173, § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de
privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

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ANEXO
Jurisprudência

RECONHECIMENTO, PELA CORTE JUDICIÁRIA LOCAL, DA VALIDADE CONSTITUCIONAL


DE LEI DISTRITAL QUE VEDA A INSTALAÇÃO DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS EM DETER-
MINADAS ÁREAS, COMO ESTACIONAMENTOS DE SUPERMERCADOS – REGULAÇÃO
ESTATAL DA ATIVIDADE ECONÔMICA EXCEPCIONALMENTE MOTIVADA POR RAZÕES DE
ELEVADO INTERESSE SOCIAL E DE SEGURANÇA DA COLETIVIDADE – CIRCUNSTÂNCIA
QUE LEGITIMA, EM FACE DE ATIVIDADE EMPRESARIAL DE RISCO, A ATUAÇÃO NORMA-
TIVA DO PODER PÚBLICO NO DOMÍNIO ECONÔMICO – DOUTRINA – PRECEDENTES
A regulação estatal no domínio econômico, por isso mesmo, seja no plano normativo,
seja no âmbito administrativo, traduz competência constitucionalmente assegurada ao
Poder Público, cuja atuação – destinada a fazer prevalecer os vetores condicionantes
da atividade econômica (CF, art. 170) – é justificada e ditada por razões de interesse
público, especialmente aquelas que visam a preservar a segurança da coletividade.
A obrigação do Estado, impregnada de qualificação constitucional, de proteger a inte-
gridade de valores fundados na preponderância do interesse social e na necessidade
de defesa da incolumidade pública legitima medidas governamentais, no domínio eco-
nômico, decorrentes do exercício do poder de polícia, a significar que os princípios que
regem a atividade empresarial autorizam, por efeito das diretrizes referidas no art. 170
da Carta Política, a incidência das limitações jurídicas que resultam do modelo consti-
tucional que conforma a própria estruturação da ordem econômica em nosso sistema
institucional. (STF-RE597165 AgR DF, DJ em 19/12/14)

A questão constitucional suscitada no recurso diz respeito à licitude da atuação de motoristas privados
cadastrados em plataformas de transporte compartilhado em mercado até então explorado por taxistas.
As normas que proíbam ou restrinjam de forma desproporcional o transporte privado individual de passa-
geiros são inconstitucionais porque: (i) não há regra nem princípio constitucional que prescreva a exclusi-
vidade do modelo de táxi no mercado de transporte individual de passageiros; (ii) é contrário ao regime de
livre iniciativa e de livre concorrência a criação de reservas de mercado em favor de atores econômicos já
estabelecidos, com o propósito de afastar o impacto gerado pela inovação no setor; (iii) a possibilidade de

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intervenção do Estado na ordem econômica para preservar o mercado concorrencial e proteger o consumi-
dor não pode contrariar ou esvaziar a livre iniciativa, a ponto de afetar seus elementos essenciais. Em um
regime constitucional fundado na livre iniciativa, o legislador ordinário não tem ampla discricionariedade
para suprimir espaços relevantes da iniciativa privada. A admissão de uma modalidade de transporte indi-
vidual submetida a uma menor intensidade de regulação, mas complementar ao serviço de táxi afirma-se
como uma estratégia constitucionalmente adequada para acomodação da atividade inovadora no setor.
Trata-se, afinal, de uma opção que: (i) privilegia a livre iniciativa e a livre concorrência; (ii) incentiva a ino-
vação; (iii) tem impacto positivo sobre a mobilidade urbana e o meio ambiente; (iv) protege o consumidor;
e (v) é apta a corrigir as ineficiências de um setor submetido historicamente a um monopólio ‘de fato’. (…)
Recurso extraordinário desprovido, com a fixação das seguintes teses de julgamento: “1. A proibição ou
restrição da atividade de transporte privado individual por motorista cadastrado em aplicativo é inconstitu-
cional, por violação aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência; (…)”.(STF-RE 1054.110-DJ em
09/05/19-Repercussão geral-tema 697)
São inconstitucionais as leis que obrigam supermercados ou similares à prestação de serviços de acondi-
cionamento ou embalagem das compras, por violação ao princípio da livre iniciativa (arts. 1º, IV, e 170 da
Constituição). Essa foi a tese fixada pelo Plenário ao negar provimento, por maioria, a recurso extraordiná-
rio, com repercussão geral reconhecida (Tema 525), e manter acórdão que declarou a inconstitucionalidade
da Lei 5.690/2010 do município de Pelotas. A norma estabelece a obrigatoriedade de prestação de serviços
de acondicionamento ou embalagem das compras por supermercados ou similares e prevê a contratação
de um funcionário específico para esse fim (…). O Colegiado asseverou que o princípio da livre iniciativa,
descrito no art. 1º, IV, da CF como fundamento da República e reiterado no art. 170 do texto constitucional,
veda a adoção de medidas que se destinem direta ou indiretamente à manutenção artificial de postos de
trabalho, em detrimento das reconfigurações de mercado necessárias à inovação e ao desenvolvimento.
Isso porque essa providência não é capaz de gerar riqueza para trabalhadores ou consumidores. (STF-RE
839.950-DJ em 24/10/18)

O motorista particular, em sua atividade laboral, é protegido pela liberdade fundamental


insculpida no art. 5º, XIII, da Carta Magna, submetendo-se apenas à regulação propor-
cionalmente definida em lei federal, pelo que o art. 3º, VIII, da Lei Federal 12.965/2014
(Marco Civil da Internet) e a Lei Federal 12.587/2012, alterada pela Lei 13.640 de 26 de
março de 2018, garantem a operação de serviços remunerados de transporte de pas-
sageiros por aplicativos. A liberdade de iniciativa garantida pelos artigos 1º, IV, e 170 da
Constituição brasileira consubstancia cláusula de proteção destacada no ordenamento
pátrio como fundamento da República e é característica de seleto grupo das Constitui-
ções ao redor do mundo, por isso que não pode ser amesquinhada para afastar ou res-
tringir injustificadamente o controle judicial de atos normativos que afrontem liberdades
econômicas básicas. (…) O exercício de atividades econômicas e profissionais por par-
ticulares deve ser protegido da coerção arbitrária por parte do Estado, competindo

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ao Judiciário, à luz do sistema de freios e contrapesos estabelecidos na Constituição


brasileira, invalidar atos normativos que estabeleçam restrições desproporcionais à livre
iniciativa e à liberdade profissional. (…) A captura regulatória, uma vez evidenciada, legi-
tima o Judiciário a rever a medida suspeita, como instituição estruturada para decidir
com independência em relação a pressões políticas, a fim de evitar que a democra-
cia se torne um regime serviente a privilégios de grupos organizados, restando incó-
lume a Separação dos Poderes ante a atuação dos freios e contrapesos para anular atos
arbitrários do Executivo e do Legislativo. A Constituição impõe ao regulador, mesmo na
tarefa de ordenação das cidades, a opção pela medida que não exerça restrições injus-
tificáveis às liberdades fundamentais de iniciativa e de exercício profissional (art. 1º,
IV, e 170; art. 5º, XIII, CRFB), sendo inequívoco que a necessidade de aperfeiçoar o uso
das vias públicas não autoriza a criação de um oligopólio prejudicial a consumidores e
potenciais prestadores de serviço no setor, notadamente quando há alternativas conhe-
cidas para o atingimento da mesma finalidade e à vista de evidências empíricas sobre os
benefícios gerados à fluidez do trânsito por aplicativos de transporte, tornando patente
que a norma proibitiva nega ‘ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente’, em
contrariedade ao mandamento contido no art. 144, § 10, I, da Constituição, incluído pela
Emenda Constitucional 82/2014 (STF-ADPF 449, DJ em 02/09/19)
Tributário. Norma local que condiciona a concessão de regime especial de tributação à
apresentação de CND. Meio indireto de cobrança de tributo. Ofensa ao princípio da livre
atividade econômica.( STF-AI 798.210-AgR,DJ em 24/05/12).
É INCONSTITUCIONAL a lei que exija que a empresa em débito com a Fazenda Pública
tenha que oferecer uma garantia (ex.: fiança) para que possa emitir notas fiscais. Tal
previsão configura “sanção política” (cobrança do tributo por vias oblíquas), o que viola
as garantias do livre exercício do trabalho, ofício ou profissão (art. 5º, XIII), da atividade
econômica (art. 170, parágrafo único) e do devido processo legal (art. 5º, LIV). (STF. RE
565048/RS, julgado em 29/5/14.)

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRE-


SAS DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNICIPAL, INTERESTADUAL E INTERNACIO-
NAL DE PASSAGEIROS – ABRATI. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI N. 8.899, DE 29 DE

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JUNHO DE 1994, QUE CONCEDE PASSE LIVRE ÀS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊN-


CIA. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA ORDEM ECONÔMICA, DA ISONOMIA,
DA LIVRE INICIATIVA E DO DIREITO DE PROPRIEDADE, ALÉM DE AUSÊNCIA DE INDICA-
ÇÃO DE FONTE DE CUSTEIO (ARTS. 1º, INC. IV, 5º, INC. XXII, E 170 DA CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA): IMPROCEDÊNCIA. 1(…) 3. Em 30.3.2007, o Brasil assinou, na sede das
Organizações das Nações Unidas, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Defi-
ciência, bem como seu Protocolo Facultativo, comprometendo-se a implementar medi-
das para dar efetividade ao que foi ajustado. 4. A Lei n. 8.899/94 é parte das políticas
públicas para inserir os portadores de necessidades especiais na sociedade e objetiva
a igualdade de oportunidades e a humanização das relações sociais, em cumprimento
aos fundamentos da República de cidadania e dignidade da pessoa humana, o que se
concretiza pela definição de meios para que eles sejam alcançados. 5. Ação Direta de
Inconstitucionalidade julgada improcedente. (STF– ADI 26496/DF, DJ em 16/10/08).

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 7.737/2004, DO ESTADO DO ESPÍ-


RITO SANTO. GARANTIA DE MEIA ENTRADA AOS DOADORES REGULARES DE SANGUE.
ACESSO A LOCAIS PÚBLICOS DE CULTURA ESPORTE E LAZER. COMPETÊNCIA CONCOR-
RENTE ENTRE A UNIÃO, ESTADOS-MEMBROS E O DISTRITO FEDERAL PARA LEGISLAR
SOBRE DIREITO ECONÔMICO. CONTROLE DAS DOAÇÕES DE SANGUE E COMPROVANTE
DA REGULARIDADE. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. CONSTITUCIONALIDADE.
LIVRE INICIATIVA E ORDEM ECONÔMICA. MERCADO. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA
ECONOMIA. ARTIGOS 1º, 3º, 170 E 199, § 4º DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. É certo
que a ordem econômica na Constituição de 1.988 define opção por um sistema no qual
joga um papel primordial a livre iniciativa. Essa circunstância não legitima, no entanto, a
assertiva de que o Estado só intervirá na economia em situações excepcionais. Muito ao
contrário. 2. Mais do que simples instrumento de governo, a nossa Constituição enuncia
diretrizes, programas e fins a serem realizados pelo Estado e pela sociedade. Postula
um plano de ação global normativo para o Estado e para a sociedade, informado pelos
preceitos veiculados pelos seus artigos 1º, 3º e 170. 3. A livre iniciativa é expressão
de liberdade titulada não apenas pela empresa, mas também pelo trabalho. Por isso a
Constituição, ao contemplá-la, cogita também da “iniciativa do Estado”; não a privilegia,

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portanto, como bem pertinente apenas à empresa. 4. A Constituição do Brasil em seu


artigo 199, § 4º, veda todo tipo de comercialização de sangue, entretanto estabelece que
a lei infraconstitucional disporá sobre as condições e requisitos que facilitem a coleta
de sangue. 5. O ato normativo estadual não determina recompensa financeira à doação
ou estimula a comercialização de sangue. 6. Na composição entre o princípio da livre
iniciativa e o direito à vida há de ser preservado o interesse da coletividade, interesse
público primário. 7. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente. (STF-
-ADI 3512/ES, DJ em 23/06/06).

CONSTITUCIONAL. ECONÔMICO. INTERVENÇÃO ESTATAL NA ECONOMIA: REGULAMEN-


TAÇÃO E REGULAÇÃO DE SETORES ECONÔMICOS: NORMAS DE INTERVENÇÃO. LIBER-
DADE DE INICIATIVA. CF, art. 1º, IV; art. 170. CF, art. 37, § 6º. I. – A intervenção estatal na
economia, mediante regulamentação e regulação de setores econômicos, faz-se com
respeito aos princípios e fundamentos da Ordem Econômica. CF, art. 170. O princípio
da livre iniciativa é fundamento da República e da Ordem econômica: CF, art. 1º, IV; art.
170. II. – Fixação de preços em valores abaixo da realidade e em desconformidade com
a legislação aplicável ao setor: empecilho ao livre exercício da atividade econômica, com
desrespeito ao princípio da livre iniciativa. III. – Contrato celebrado com instituição pri-
vada para o estabelecimento de levantamentos que serviriam de embasamento para a
fixação dos preços, nos termos da lei. Todavia, a fixação dos preços acabou realizada
em valores inferiores. Essa conduta gerou danos patrimoniais ao agente econômico,
vale dizer, à recorrente: obrigação de indenizar por parte do poder público. CF, art. 37, §
6º. IV. – Prejuízos apurados na instância ordinária, inclusive mediante perícia técnica.
V. – RE conhecido e provido. (STF– RE 422941-2/DF-Dj em 24/03/06).

DIREITO TRIBUTÁRIO. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. NORMAS GERAIS DE DIREITO


TRIBUTÁRIO. ART. 146, III, DA CF. ART. 135, III, DO CTN. SÓCIOS DE SOCIEDADE LIMITADA.
ART. 13 DA LEI 8.620/93. INCONSTITUCIONALIDADES FORMAL E MATERIAL. REPERCUS-
SÃO GERAL. APLICAÇÃO DA DECISÃO PELOS DEMAIS TRIBUNAIS. (…)6. O art. 13 da Lei

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8.620/93 não se limitou a repetir ou detalhar a regra de responsabilidade constante do


art. 135 do CTN, tampouco cuidou de uma nova hipótese específica e distinta. Ao vincu-
lar à simples condição de sócio a obrigação de responder solidariamente pelos débitos
da sociedade limitada perante a Seguridade Social, tratou a mesma situação genérica
regulada pelo art. 135, III, do CTN, mas de modo diverso, incorrendo em inconstituciona-
lidade por violação ao art. 146, III, da CF. 7. O art. 13 da Lei 8.620/93 também se reveste
de inconstitucionalidade material, porquanto não é dado ao legislador estabelecer con-
fusão entre os patrimônios das pessoas física e jurídica, o que, além de impor descon-
sideração ex lege e objetiva da personalidade jurídica, descaracterizando as sociedades
limitadas, implica irrazoabilidade e inibe a iniciativa privada, afrontando os arts. 5º, XIII, e
170, parágrafo único, da Constituição. 8. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 13
da Lei 8.620/93 na parte em que determinou que os sócios das empresas por cotas de
responsabilidade limitada responderiam solidariamente, com seus bens pessoais, pelos
débitos junto à Seguridade Social. 9. Recurso extraordinário da União desprovido. 10.
Aos recursos sobrestados, que aguardavam a análise da matéria por este STF, aplica-se
o art. 543-B, § 3º, do CPC. (STF RE 562276/PR,DJ em 09/12/11)

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. INTER-


VENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO
ESTADO. FIXAÇÃO PELO PODER EXECUTIVO DOS PREÇOS DOS PRODUTOS DERIVA-
DOS DA CANA-DE-AÇÚCAR ABAIXO DO PREÇO DE CUSTO. DANO MATERIAL. INDENI-
ZAÇÃO CABÍVEL. 1. A intervenção estatal na economia como instrumento de regulação
dos setores econômicos é consagrada pela Carta Magna de 1988. 2. Deveras, a inter-
venção deve ser exercida com respeito aos princípios e fundamentos da ordem econô-
mica, cuja previsão resta plasmada no art. 170 da Constituição Federal, de modo a não
malferir o princípio da livre iniciativa, um dos pilares da república (art. 1º da CF/1988).
Nesse sentido, confira-se abalizada doutrina: As atividades econômicas surgem e se
desenvolvem por força de suas próprias leis, decorrentes da livre empresa, da livre con-
corrência e do livre jogo dos mercados. Essa ordem, no entanto, pode ser quebrada ou
distorcida em razão de monopólios, oligopólios, cartéis, trustes e outras deformações
que caracterizam a concentração do poder econômico nas mãos de um ou de poucos.

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Essas deformações da ordem econômica acabam, de um lado, por aniquilar qualquer


iniciativa, sufocar toda a concorrência e por dominar, em consequência, os mercados
e, de outro, por desestimular a produção, a pesquisa e o aperfeiçoamento. Em suma,
desafiam o próprio Estado, que se vê obrigado a intervir para proteger aqueles valores,
consubstanciados nos regimes da livre empresa, da livre concorrência e do livre embate
dos mercados, e para manter constante a compatibilização, característica da economia
atual, da liberdade de iniciativa e do ganho ou lucro com o interesse social. A interven-
ção está, substancialmente, consagrada na Constituição Federal nos arts. 173 e 174. (…)
3. O Supremo Tribunal Federal firmou a orientação no sentido de que “a desobediência
aos próprios termos da política econômica estadual desenvolvida, gerando danos patri-
moniais aos agentes econômicos envolvidos, são fatores que acarretam insegurança e
instabilidade, desfavoráveis à coletividade e, em última análise, ao próprio consumidor.”
(RE 422.941, Rel. Min. Carlos Velloso, 2ª Turma, DJ de 24/03/2006). 4. In casu, o acór-
dão recorrido assentou: ADMINISTRATIVO. LEI 4.870/1965. SETOR SUCROALCOOLEIRO.
FIXAÇÃO DE PREÇOS PELO INSTITUTO DO AÇÚCAR E DO ÁLCOOL – IAA. LEVANTAMENTO
DE CUSTOS, CONSIDERANDO-SE A PRODUTIVIDADE MÍNIMA. PARECER DA FUNDAÇÃO
GETÚLIO VARGAS – FGV. DIFERENÇA ENTRE PREÇOS E CUSTOS. 1. Ressalvado o enten-
dimento deste Relator sobre a matéria, a jurisprudência do STJ se firmou no sentido de
ser devida a indenização, pelo Estado, decorrente de intervenção nos preços praticados
pelas empresas do setor sucroalcooleiro. 2. Recurso Especial provido. 5. Agravo regi-
mental a que se nega provimento. (STF– RE 648622 AGr/DF-DJ em 21/02/13)
Recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida para examinar a constitucio-
nalidade da Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho, no que concerne à proibição
da terceirização de atividades-fim e responsabilização do contratante pelas obrigações
trabalhistas referentes aos empregados da empresa terceirizada. (…) Os valores do tra-
balho e da livre iniciativa, insculpidos na Constituição (art. 1º, IV), são intrinsecamente
conectados, em uma relação dialógica que impede seja rotulada determinada providên-
cia como maximizadora de apenas um desses princípios, haja vista ser essencial para o
progresso dos trabalhadores brasileiros a liberdade de organização produtiva dos cida-
dãos, entendida esta como balizamento do poder regulatório para evitar intervenções
na dinâmica da economia incompatíveis com os postulados da proporcionalidade e da
razoabilidade. O direito geral de liberdade, sob pena de tornar-se estéril, somente pode

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ser restringido por medidas informadas por parâmetro constitucionalmente legítimo e


adequadas ao teste da proporcionalidade. (…)(…) As leis trabalhistas devem ser observa-
das por cada uma das empresas envolvidas na cadeia de valor com relação aos empre-
gados que contratarem, tutelando-se, nos termos constitucionalmente assegurados, o
interesse dos trabalhadores. (…) A terceirização, segundo estudos empíricos criteriosos,
longe de ‘precarizar’, ‘reificar’ ou prejudicar os empregados, resulta em inegáveis bene-
fícios aos trabalhadores em geral, como a redução do desemprego, diminuição do turno-
ver, crescimento econômico e aumento de salários, permitindo a concretização de man-
damentos constitucionais como ‘erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais’, ‘redução das desigualdades regionais e sociais’ e a
‘busca do pleno emprego’ (arts. 3º, III, e 170 CRFB). (…) O escrutínio rigoroso das premis-
sas empíricas assumidas pela Corte de origem revela insubsistentes as afirmações de
fraude e precarização, não sendo suficiente para embasar a medida restritiva o recurso
meramente retórico a interpretações de cláusulas constitucionais genéricas, motivo
pelo qual deve ser afastada a proibição, em homenagem às liberdades fundamentais
consagradas na Carta Magna (art. 1º, IV, art. 5º, II, e art. 170). Em conclusão, a prática da
terceirização já era válida no direito brasileiro mesmo no período anterior à edição das
Leis 13.429/2017 e 13.467/2017, independentemente dos setores em que adotada ou da
natureza das atividades contratadas com terceira pessoa, reputando-se inconstitucio-
nal a Súmula 331 do TST, por violação aos princípios da livre iniciativa (artigos 1º, IV, e
170 da CRFB) e da liberdade contratual (art. 5º, II, da CRFB). As contratações de serviços
por interposta pessoa são hígidas, na forma determinada pelo negócio jurídico entre as
partes, até o advento das Leis 13.429/2017 e 13.467/2017, marco temporal após o qual
incide o regramento determinado na nova redação da Lei 6.019/1974, inclusive quanto
às obrigações e formalidades exigidas das empresas tomadoras e prestadoras de ser-
viço.(…). Recurso Extraordinário a que se dá provimento para reformar o acórdão recor-
rido e fixar a seguinte tese: ‘É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão
do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das
empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante’.
(RE-958.252 DJ em 30/08/18-Tema 725)
O princípio da livre iniciativa, inserido no caput do art. 170 da Constituição nada mais é
do que uma cláusula geral cujo conteúdo é preenchido pelos incisos do mesmo artigo.

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Esses princípios claramente definem a liberdade de iniciativa não como uma liberdade
anárquica, mas social, e que pode, consequentemente, ser limitada (STF-ARE 1.104.226
AgR-DJ em 27/04/18)
(…) Os valores do trabalho e da livre iniciativa, insculpidos na Constituição (art. 1º, IV),
são intrinsecamente conectados, em uma relação dialógica que impede seja rotulada
determinada providência como maximizadora de apenas um desses princípios, haja
vista ser essencial para o progresso dos trabalhadores brasileiros a liberdade de orga-
nização produtiva dos cidadãos, entendida esta como balizamento do poder regulatório
para evitar intervenções na dinâmica da economia incompatíveis com os postulados da
proporcionalidade e da razoabilidade.
(…)
A terceirização, segundo estudos empíricos criteriosos, longe de ‘precarizar’, ‘reificar’
ou prejudicar os empregados, resulta em inegáveis benefícios aos trabalhadores em
geral, como a redução do desemprego, diminuição do turnover, crescimento econô-
mico e aumento de salários, permitindo a concretização de mandamentos constitucio-
nais como ‘erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais’, ‘redução das desigualdades regionais e sociais’ e a ‘busca do pleno emprego’
(arts. 3º, III, e 170 CRFB).
Recurso Extraordinário. Efeito suspensivo. Inadmissibilidade. Estabelecimento indus-
trial. Interdição pela Secretaria da Receita Federal. Fabricação de cigarros. Cancelamento
do registro especial para produção. Legalidade aparente. Inadimplemento sistemático e
isolado da obrigação de pagar Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI. Compor-
tamento ofensivo à livre concorrência. Singularidade do mercado e do caso. Liminar
indeferida em ação cautelar. Inexistência de razoabilidade jurídica da pretensão. Votos
vencidos. Carece de razoabilidade jurídica, para efeito de emprestar efeito suspensivo a
recurso extraordinário, a pretensão de indústria de cigarros que, deixando sistemática e
isoladamente de recolher o Imposto sobre Produtos Industrializados, com consequente
redução do preço de venda da mercadoria e ofensa à livre concorrência, viu cancelado o
registro especial e interditados os estabelecimentos. (STF-AC 1657-MC-DJ e 31/08/07).
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FARMÁCIA. FIXAÇÃO DE HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO.
ASSUNTO DE INTERESSE LOCAL. A fixação de horário de funcionamento para o comér-
cio dentro da área municipal pode ser feita por lei local, visando o interesse do consumi-

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dor e evitando a dominação do mercado por oligopólio. Precedentes. Recurso extraordi-


nário não conhecido. (STF-RE 189.170-SP– DJ em 8/8/03)
Serviços de Telecomunicações. Exploração. Edição de Listas ou Catálogos Telefônicos
e Livre Concorrência. Se, por um lado, a publicação e distribuição de listas ou catálo-
gos telefônicos constituía um ônus das concessionárias de serviço de telefonia – que
podem cumpri-lo com ou sem a veiculação de publicidade – não se pode dizer que estas
tinham exclusividade para fazê-lo. O artigo 2º da L. 6.874/80 (“A edição ou divulgação
das listas referidas no § 2º do art. 1º desta Lei, sob qualquer forma ou denominação, e a
comercialização da publicidade nelas inserta são de competência exclusiva da empresa
exploradora do respectivo serviço de telecomunicações, que deverá contratá-las com
terceiros, sendo obrigatória, em tal caso, a realização de licitação”) era inconstitucional
– tendo em vista a Carta de 1969 – na medida em que institui reserva de mercado para
a comercialização das listas telefônicas em favor das empresas concessionárias. RE
desprovido. (STF– RE 158.676-DJ em 5/10/07)

DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. ADI CONTRA LEI PARANAENSE 13.519,


DE 8 DE ABRIL DE 2002, QUE ESTABELECE OBRIGATORIEDADE DE INFORMAÇÃO, CON-
FORME ESPECIFICA, NOS RÓTULOS DE EMBALAGENS DE CAFÉ COMERCIALIZADO NO
PARANÁ. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 22, I e VIII, 170, CAPUT, IV, E PARÁGRAFO
ÚNICO, E 174 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR. OFENSA INDI-
RETA. AÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. I – Não há usurpação de compe-
tência da União para legislar sobre direito comercial e comércio interestadual porque
o ato normativo impugnado buscou, tão-somente, assegurar a proteção ao consumi-
dor. II – Precedente deste Tribunal (ADI 1.980, Rel. Min. Sydney Sanches) no sentido de
que não invade esfera de competência da União, para legislar sobre normas gerais, lei
paranaense que assegura ao consumidor o direito de obter informações sobre produtos
combustíveis. III – Afronta ao texto constitucional indireta na medida em que se mostra
indispensável o exame de conteúdo de outras normas infraconstitucionais, no caso, o
Código do Consumidor. IV – Inocorre delegação de poder de fiscalização a particulares
quando se verifica que a norma impugnada estabelece que os selos de qualidade serão
emitidos por entidades vinculadas à Administração Pública estadual. V – Ação julgada

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parcialmente procedente apenas no ponto em que a lei impugnada estende os seus efei-
tos a outras unidades da Federação. (STF-ADI 2832/PR, DJ em 20/6/08).

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DANOS MORAIS DECORRENTES DE ATRASO OCORRIDO


EM VOO INTERNACIONAL. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. NÃO CONHECIMENTO. 1. O princípio da defesa do
consumidor se aplica a todo o capítulo constitucional da atividade econômica. 2. Afas-
tam-se as normas especiais do Código Brasileiro da Aeronáutica e da Convenção de
Varsóvia quando implicarem retrocesso social ou vilipêndio aos direitos assegurados
pelo Código de Defesa do Consumidor. 3. Não cabe discutir, na instância extraordinária,
sobre a correta aplicação do Código de Defesa do Consumidor ou sobre a incidência, no
caso concreto, de específicas normas de consumo veiculadas em legislação especial
sobre o transporte aéreo internacional. Ofensa indireta à Constituição de República. 4.
Recurso não conhecido. (STF-RE 351.750, DJ em 02/09/09).

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL: ADEQUAÇÃO. OBSER-


VÂNCIA DO PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE. ARTS. 170, 196 E 225 DA CONSTITUI-
ÇÃO DA REPÚBLICA. CONSTITUCIONALIDADE DE ATOS NORMATIVOS PROIBITIVOS
DA IMPORTAÇÃO DE PNEUS USADOS. RECICLAGEM DE PNEUS USADOS: AUSÊNCIA
DE ELIMINAÇÃO TOTAL DE SEUS EFEITOS NOCIVOS À SAÚDE E AO MEIO AMBIENTE
EQUILIBRADO. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SAÚDE E DO MEIO
AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO. COISA JULGADA COM CONTEÚDO EXE-
CUTADO OU EXAURIDO: IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO. DECISÕES JUDICIAIS COM
CONTEÚDO INDETERMINADO NO TEMPO: PROIBIÇÃO DE NOVOS EFEITOS A PARTIR DO
JULGAMENTO. ARGUIÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 1. Adequação da
arguição pela correta indicação de preceitos fundamentais atingidos, a saber, o direito à
saúde, direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (arts. 196 e 225 da Cons-
tituição Brasileira) e a busca de desenvolvimento econômico sustentável: princípios
constitucionais da livre iniciativa e da liberdade de comércio interpretados e aplicados

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em harmonia com o do desenvolvimento social saudável. (…)2. Arguição de descumpri-


mento dos preceitos fundamentais constitucionalmente estabelecidos: decisões judi-
ciais nacionais permitindo a importação de pneus usados de Países que não compõem
o Mercosul: objeto de contencioso na Organização Mundial do Comércio – OMC, a partir
de 20.6.2005, pela Solicitação de Consulta da União Europeia ao Brasil. 3. Crescente
aumento da frota de veículos no mundo a acarretar também aumento de pneus novos e,
consequentemente, necessidade de sua substituição em decorrência do seu desgaste.
Necessidade de destinação ecologicamente correta dos pneus usados para submis-
são dos procedimentos às normas constitucionais e legais vigentes. Ausência de eli-
minação total dos efeitos nocivos da destinação dos pneus usados, com malefícios ao
meio ambiente: demonstração pelos dados. 4. Princípios constitucionais (art. 225) a)
do desenvolvimento sustentável e b) da equidade e responsabilidade intergeracional.
Meio ambiente ecologicamente equilibrado: preservação para a geração atual e para as
gerações futuras. Desenvolvimento sustentável: crescimento econômico com garantia
paralela e superiormente respeitada da saúde da população, cujos direitos devem ser
observados em face das necessidades atuais e daquelas previsíveis e a serem preveni-
das para garantia e respeito às gerações futuras. (…) (STF-ADPF 101/DF, DJ em 1/6/12).
MEIO AMBIENTE – DIREITO À PRESERVAÇÃO DE SUA INTEGRIDADE (CF, ART. 225)
– PRERROGATIVA QUALIFICADA POR SEU CARÁTER DE METAINDIVIDUALIDADE –
DIREITO DE TERCEIRA GERAÇÃO (OU DE NOVÍSSIMA DIMENSÃO) QUE CONSAGRA O
POSTULADO DA SOLIDARIEDADE – NECESSIDADE DE IMPEDIR QUE A TRANSGRESSÃO
A ESSE DIREITO FAÇA IRROMPER, NO SEIO DA COLETIVIDADE, CONFLITOS INTERGENE-
RACIONAIS – ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS (CF, ART. 225, §
1º, III) – ALTERAÇÃO E SUPRESSÃO DO REGIME JURÍDICO A ELES PERTINENTE – MEDI-
DAS SUJEITAS AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA DE LEI – SUPRESSÃO DE
VEGETAÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE – POSSIBILIDADE DE A ADMI-
NISTRAÇÃO PÚBLICA, CUMPRIDAS AS EXIGÊNCIAS LEGAIS, AUTORIZAR, LICENCIAR OU
PERMITIR OBRAS E/OU ATIVIDADES NOS ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS, DESDE
QUE RESPEITADA, QUANTO A ESTES, A INTEGRIDADE DOS ATRIBUTOS JUSTIFICADO-
RES DO REGIME DE PROTEÇÃO ESPECIAL – RELAÇÕES ENTRE ECONOMIA (CF, ART. 3º, II,
C/C O ART. 170, VI) E ECOLOGIA (CF, ART. 225) – COLISÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS
– CRITÉRIOS DE SUPERAÇÃO DESSE ESTADO DE TENSÃO ENTRE VALORES CONSTITU-

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CIONAIS RELEVANTES – OS DIREITOS BÁSICOS DA PESSOA HUMANA E AS SUCESSIVAS


GERAÇÕES (FASES OU DIMENSÕES) DE DIREITOS (RTJ 164/158, 160-161) – A QUESTÃO
DA PRECEDÊNCIA DO DIREITO À PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE: UMA LIMITAÇÃO
CONSTITUCIONAL EXPLÍCITA À ATIVIDADE ECONÔMICA (CF, ART. 170, VI) – DECISÃO
NÃO REFERENDADA – CONSEQUENTE INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE MEDIDA CAU-
TELAR. A PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE DO MEIO AMBIENTE: EXPRESSÃO CONSTI-
TUCIONAL DE UM DIREITO FUNDAMENTAL QUE ASSISTE À GENERALIDADE DAS PES-
SOAS. – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Trata-se de
um típico direito de terceira geração (ou de novíssima dimensão), que assiste a todo o
gênero humano (RTJ 158/205-206). Incumbe, ao Estado e à própria coletividade, a espe-
cial obrigação de defender e preservar, em benefício das presentes e futuras gerações,
esse direito de titularidade coletiva e de caráter transindividual (RTJ 164/158-161). O
adimplemento desse encargo, que é irrenunciável, representa a garantia de que não se
instaurarão, no seio da coletividade, os graves conflitos intergeneracionais marcados
pelo desrespeito ao dever de solidariedade, que a todos se impõe, na proteção desse
bem essencial de uso comum das pessoas em geral. Doutrina. A ATIVIDADE ECONÔ-
MICA NÃO PODE SER EXERCIDA EM DESARMONIA COM OS PRINCÍPIOS DESTINADOS
A TORNAR EFETIVA A PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE. (…) A QUESTÃO DO DESENVOL-
VIMENTO NACIONAL (CF, ART. 3º, II) E A NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO DA INTEGRI-
DADE DO MEIO AMBIENTE (CF, ART. 225): O PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUS-
TENTÁVEL COMO FATOR DE OBTENÇÃO DO JUSTO EQUILÍBRIO ENTRE AS EXIGÊNCIAS
DA ECONOMIA E AS DA ECOLOGIA. – O princípio do desenvolvimento sustentável, além
de impregnado de caráter eminentemente constitucional, encontra suporte legitimador
em compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de
obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da ecologia, subordi-
nada, no entanto, a invocação desse postulado, quando ocorrente situação de conflito
entre valores constitucionais relevantes, a uma condição inafastável, cuja observância
não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial de um dos mais significativos direi-
tos fundamentais: o direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso
comum da generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futu-
ras gerações(…) (STF-ADI 3540-MC– DJ em 3/2/06)

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Ação direta de inconstitucionalidade. Lei complementar estadual que fixa piso salarial
para certas categorias. Pertinência temática. Conhecimento integral da ação. Direito do
trabalho. Competência legislativa privativa da União delegada aos Estados e ao Dis-
trito Federal. Lei Complementar federal n. 103/2000. Alegada violação ao art. 5º, caput
(princípio da isonomia), art. 7º, V, e art. 114, § 2º, da Constituição. Inexistência. Atuali-
zação do piso salarial mediante negociação coletiva com a participação do “Governo
do Estado de Santa Catarina”. Violação ao princípio da autonomia sindical. Inconstitu-
cionalidade formal. Procedência parcial. (…) 3. A lei questionada não viola o princípio
do pleno emprego. Ao contrário, a instituição do piso salarial regional visa, exatamente,
reduzir as desigualdades sociais, conferindo proteção aos trabalhadores e assegurando
a eles melhores condições salariais. (…) 5. A lei impugnada realiza materialmente o prin-
cípio constitucional da isonomia, uma vez que o tratamento diferenciado aos trabalha-
dores agraciados com a instituição do piso salarial regional visa reduzir as desigualda-
des sociais. A Lei Complementar federal n. 103/2000 teve por objetivo maior assegurar
àquelas classes de trabalhadores menos mobilizadas e, portanto, com menor capaci-
dade de organização sindical, um patamar mínimo de salário. (STF-ADI 4364-DJ em
16/5/11).

Imposto sobre produtos industrializados – IPI. Creditamento na aquisição direta de


insumos provenientes da Zona Franca de Manaus. (…) Inaplicabilidade da regra contida
no artigo 153, § 3º, II da constituição federal à espécie. (…) O fato de os produtos serem
oriundos da Zona Franca de Manaus reveste-se de particularidade suficiente a distinguir
o presente feito dos anteriores julgados do Supremo Tribunal Federal sobre o credita-
mento do IPI quando em jogo medidas desonerativas. O tratamento constitucional con-
ferido aos incentivos fiscais direcionados para sub-região de Manaus é especialíssimo.
A isenção do IPI em prol do desenvolvimento da região é de interesse da federação como
um todo, pois este desenvolvimento é, na verdade, da nação brasileira. A peculiaridade
desta sistemática reclama exegese teleológica, de modo a assegurar a concretização
da finalidade pretendida. À luz do postulado da razoabilidade, a regra da não cumulati-
vidade esculpida no artigo 153, § 3º, II da Constituição, se compreendida como uma exi-
gência de crédito presumido para creditamento diante de toda e qualquer isenção, cede

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espaço para a realização da igualdade, do pacto federativo, dos objetivos fundamentais


da República Federativa do Brasil e da soberania nacional (STF– RE 592.891-DJ em
20/09/19– Tema 322)

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRI-


BUIÇÃO SINDICAL PATRONAL. ISENÇÃO CONCEDIDA ÀS MICROEMPRESAS E EMPRE-
SAS DE PEQUENO PORTE. SIMPLES NACIONAL (“SUPERSIMPLES”). LEI COMPLEMEN-
TAR 123/2006, ART. 13, § 3º. ALEGADA VIOLAÇÃO DOS ARTS. 3º, III, 5º, CAPUT, 8º, IV,
146, III, D, E 150, § 6º DA CONSTITUIÇÃO. 1. Ação direta de inconstitucionalidade ajui-
zada contra o art. 13, § 3º da LC n. 123/2006, que isentou as microempresas e empresas
de pequeno porte optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos
e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples
Nacional (“Supersimples”). 2. Rejeitada a alegação de violação da reserva de lei espe-
cífica para dispor sobre isenção (art. 150, § 6º da Constituição), uma vez que há perti-
nência temática entre o benefício fiscal e a instituição de regime diferenciado de tribu-
tação. Ademais, ficou comprovado que o Congresso Nacional não ignorou a existência
da norma de isenção durante o processo legislativo. 3. A isenção concedida não viola o
art. 146, III, d, da Constituição, pois a lista de tributos prevista no texto legal que define
o campo de reserva da lei complementar é exemplificativa e não taxativa. Leitura do art.
146, III, d, juntamente com o art. 170, IX da Constituição. 3.1. O fomento da micro e da
pequena empresa foi elevado à condição de princípio constitucional, de modo a orien-
tar todos os entes federados a conferir tratamento favorecido aos empreendedores que
contam com menos recursos para fazer frente à concorrência. Por tal motivo, a litera-
lidade da complexa legislação tributária deve ceder à interpretação mais adequada e
harmônica com a finalidade de assegurar equivalência de condições para as empresas
de menor porte. 4. Risco à autonomia sindical afastado, na medida em que o benefício
em exame poderá tanto elevar o número de empresas a patamar superior ao da faixa
de isenção quanto fomentar a atividade econômica e o consumo para as empresas de
médio ou de grande porte, ao incentivar a regularização de empreendimentos. 5. Não
há violação da isonomia ou da igualdade, uma vez que não ficou demonstrada a inexis-
tência de diferenciação relevante entre os sindicatos patronais e os sindicatos de

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representação de trabalhadores, no que se refere ao potencial das fontes de custeio. 6.


Ação direta de inconstitucionalidade conhecida, mas julgada improcedente. (STF-ADI
4033/DF-DJ em 7/2/01)

TRIBUTO – DÉBITO – NOTAS FISCAIS – CAUÇÃO – SANÇÃO POLÍTICA – IMPROPRIE-


DADE. Consubstancia sanção política visando o recolhimento de tributo condicionar
a expedição de notas fiscais a fiança, garantia real ou fidejussória por parte do con-
tribuinte. Inconstitucionalidade do parágrafo único do artigo 42 da Lei n. 8.820/89, do
Estado do Rio Grande do Sul.
(…)
Configura afronta à Carta da República e ao sistema de liberdades fundamentais o con-
tribuinte devedor, para exercer profissão ou atividade econômica, ser obrigado, como
condição de emissão de notas fiscais, a oferecer garantia com o fim de, consoante dis-
curso falacioso do legislador, prevenir ou acautelar débitos futuros cuja existência e
valor são presumidos.
Ante o exposto, não há dúvida de que o preceito impugnado contraria os dispositivos
constitucionais evocados, ou seja, a garantia do livre exercício do trabalho, ofício ou pro-
fissão – inciso XIII do artigo 5º – e de qualquer atividade econômica – parágrafo único
do artigo 170 – assim como o devido processo legal – artigo 5º, inciso LIV. Conheço
e provejo o recurso para, restabelecido o entendimento sufragado pelo Juízo, deferir a
segurança pleiteada, assegurado o direito do recorrente à obtenção de autorização para
impressão de talonários de notas fiscais independentemente de prestação de fiança,
garantia real ou outra fidejussória, declarando a inconstitucionalidade do parágrafo
único do artigo 42 da Lei n. 8.820, de 27 de janeiro de 1989, do Estado do Rio Grande do
Sul (STF-RE 565048/RS-DJ em 9/10/14)

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REFERÊNCIAS

BENSOUSSAN, Fábio Guimarães; GOUVEIA, Marcus de Freitas. Manual de Direito Econômico.


2 ed. Jus Podium.

DEL MASSO, Fabiano. Direito Econômico esquematizado. 3 ed. Método.

FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Lições de Direito Econômico. 6 ed. Rio de Janeiro: Forense.

FONSECA, João Bosco Leopoldino. Direito Econômico. 9 ed: Forense.

GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988: interpretação e crítica. 14ª
ed. São Paulo: Malheiros.

RICARDO, David. Princípios de Economia Política e Tributação. Nova Cultural.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 42 ed. Malheiros Editores.

SOUZA, Washington Peluso Albino de. Direito Econômico. São Paulo. Saraiva.

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