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DIREITO

ECONÔMICO
Introdução ao Direito Econômico.
Ordem Econômica

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO ECONÔMICO
Introdução ao Direito Econômico. Ordem Econômica
Natalia Braga

Apresentação..................................................................................................................3
Introdução ao Direito Econômico. Ordem Econômica......................................................5
1. Liberalismo..................................................................................................................5
2. Intervencionismo. ........................................................................................................ 7
2.1. O Keynesianismo.......................................................................................................8
2.2. O Welfare State. .......................................................................................................8
3. Principais Críticas ao Liberalismo................................................................................9
4. Novas Regulações Jurídicas e Revisão de Dogmas do Liberalismo..............................9
5. Noções Introdutórias................................................................................................. 10
5.1. Conceito e Finalidade do Direito Econômico............................................................ 10
6. Política Econômica Estatal......................................................................................... 11
7. O Direito Econômico como Direito Público................................................................. 12
8. Micro e Macroeconomias........................................................................................... 13
9. Identificando os Sujeitos da Atividade Econômica..................................................... 16
10. Os Principais Sistemas Econômicos..........................................................................17
10.1. Capitalismo........................................................................................................... 18
10.2. Socialismo........................................................................................................... 20
11. Caracterizando as normas de Direito Econômico......................................................22
Resumo.........................................................................................................................35
Jurisprudência...............................................................................................................46
Questões de Concurso.................................................................................................. 60
Gabarito....................................................................................................................... 69
Gabarito Comentado. .....................................................................................................70
Referências.................................................................................................................. 89

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Introdução ao Direito Econômico. Ordem Econômica
Natalia Braga

Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a)!
Meu nome é Natália Riche e leciono Direito Financeiro e Econômico no Gran Cursos. Será
um prazer acompanhá-lo durante essa árdua (e recompensadora) trajetória. Minha história
no ramo dos concursos públicos é concisa: após me formar em direito, fui aprovada no con-
curso de Analista do MPU e, antes de ser convocada, fui aprovada no concurso de Procurador
da Fazenda Nacional (PGFN).
Atuo na PGFN há mais de seis anos, três deles na divisão de defesa da 1a instância da
Procuradoria Regional da Fazenda Nacional da 1ª região em Brasília (onde exerço o cargo de
chefe há mais de 2 anos).
A primeira observação que quero deixar registrada é que no mundo dos concursos cada
trajetória é única, mas o objetivo final é sempre o mesmo e, por isso, você deve se preparar
com antecedência, perseverança e muita dedicação. Sempre gosto de dizer que não importam
quantos concorrentes você tenha, o maior desafio é vencer a si mesmo. Cansaço, desânimo,
falta de tempo e, principalmente, falta de um material adequado são os maiores percalços no
caminho de quem busca a aprovação.
Aqui no Gran, o nosso compromisso é trazer um material completo e atualizado. Nossa
proposta também inclui abranger todo o conteúdo cobrado nas provas mais recentes de Ma-
gistratura, Ministério Público e Procuradorias, com comentários detalhados das principais
bancas.
Vamos debater questões atuais e disponibilizar outras essenciais para memorização e
compreensão da matéria.
O Direito Econômico não é uma disciplina muito conhecida pelos alunos, mas o tema é
cobrado em todos os concursos para Procuradorias federais e estaduais, Magistratura, Mi-
nistério Público e, desse modo, não pode ser menosprezado.
Pela análise de inúmeras provas da matéria, fica muito claro que nosso estudo deverá se
pautar basicamente em dois pontos básicos: Ordem Econômica na Constituição Federal e Lei
Antitruste.
Você notará que alguns temas exigem a transcrição de artigos (a intenção é que você
realmente decore os principais) e, em outras aulas, recorreremos a uma vasta jurisprudência.

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Como já ressaltado, a grande maioria das questões se refere às disposições da Lei Anti-
truste, seguida de alguns aspectos constitucionais.
Nesse caso, o foco também tem sido muito mais na legislação do que em aspectos dou-
trinários e jurisprudenciais, entretanto, a jurisprudência aparece em peso quando tratamos de
competência legislativa.
Por fim, lembre-se de que a extensão dos editais, a dificuldade das questões e a concor-
rência não devem assustar os candidatos, pois ninguém precisa saber tudo ou ser o melhor
para ser aprovado, pois os que permanecem no caminho muitas vezes são os mais persisten-
tes e que acreditam em si mesmos.

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INTRODUÇÃO AO DIREITO ECONÔMICO. ORDEM


ECONÔMICA
Desde a antiguidade, já existiam regras que se destinavam a disciplinar fenômenos re-
lacionados à economia. Entretanto, ainda não se falava em economia como ciência ou em
Direito Econômico propriamente dito.
Não havia muito sentido, naquela época, discutir espécies e graus de intervenção do Es-
tado na economia. A  própria etimologia do termo “economia” aponta nesse sentido (oikos
nomos – “regras para a administração do lar”).
A noção de Direito Econômico e da necessidade de um ramo do direito dedicado ao tema
está intimamente associada à concepção moderna de Estado somada ao reconhecimento de
que o mercado não é capaz de se autorregular.
A discussão sobre a relação entre Estado e atividade econômica começa a ganhar relevo
sob a forma de Liberalismo Clássico ou Liberalismo Econômico.

1. Liberalismo
Os liberalistas acreditavam que quanto maior fosse o nível de liberdade garantido aos
agentes privados no desempenho de suas atividades econômico-comerciais (leia-se livre ini-
ciativa), maior seria o crescimento da economia de um país.
Nesse contexto, admitia-se a intervenção do Estado na economia de forma bastante re-
duzida (alguns autores inclusive classificam o Liberalismo Econômico como não intervencio-
nista).
Ainda que o Liberalismo tenha algumas nuances (que fogem ao escopo dos nossos es-
tudos) podemos defini-lo, em linhas gerais, como a corrente de pensamento que defende que
os fenômenos econômicos devem ser regidos por leis quase tão precisas quanto as leis das
ciências físicas e da natureza, razão pela qual a intervenção estatal apenas tenderia a pertur-
bar a “ordem natural” da economia.
Abaixo, segue uma breve síntese dos principais pensamentos que se destacaram na épo-
ca.

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Os Fisiocratas: Escola do pensamento econômico francês do século XVIII, considerada


como uma das primeiras tentativas de se formular uma teoria científica da economia.
Ainda que algumas ideias dos fisiocratas tenham se mostrado falhas principalmente em
relação à associação da riqueza de um país única e exclusivamente ao valor das terras – tra-
ta-se de uma referência importante, pois introduz a ideia de que a economia obedeceria às
leis da natureza, tal como outras ciências, por exemplo, a física.
A máxima fisiocrata era laissez-faire, laissez-passer, le monde va de lui-même (“deixe
fazer, deixe passar, que o mundo caminha por si só”), a qual pode ser assim interpretada: de-
vemos defender a liberdade de produção e de circulação de bens (comércio), pois o mundo
econômico possui leis precisas que prescindem de qualquer intervenção.
Adam Smith e a Riqueza das Nações: ao falarmos de Liberalismo Clássico, sempre deve-
mos observar as ideias de Adam Smith, considerado o fundador dessa corrente.
Em sua obra clássica, A Riqueza das Nações, o autor defende que os indivíduos, mesmo
agindo com base no autointeresse, terminam por contribuir para o crescimento econômico
do país.
É nesse contexto que surge o famoso conceito “mão invisível”, que se refere a um mer-
cado guiado pela lei da oferta e da procura cujo equilíbrio decorre da atuação dos próprios
agentes econômicos sem a necessidade de um agente coordenador ou de um interventor
(que seria o Estado).
David Ricardo: é considerado um dos fundadores da escola clássica inglesa da Economia
Política ao lado de Adam Smith e Thomas Malthus.
Ao contrário de Adam Smith, que buscou investigar as causas do crescimento das nações,
Ricardo defendeu em uma de suas obras mais famosas denominada Princípios de Economia
Política e Tributação que o problema central da economia política seria:

Determinar as leis que regem a distribuição do produto total da terra entre as três classes, o pro-
prietário da terra, o dono do capital necessário para seu cultivo e os trabalhadores, que entram com
o trabalho para o cultivo da terra1.

O autor desenvolveu ainda outras teorias importantes para nossos estudos:


1
RICARDO, David. Princípios de Economia Política e Tributação. Nova Cultural.

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• Teoria das Vantagens Comparativas: trata da especialização de mão de obra pelos paí-
ses em relação aos bens em que havia maior vantagem comparativa, o que aumentaria
o proveito econômico das nações envolvidas. Tal pensamento serviu de substrato teó-
rico para várias teorias acerca do comércio internacional;
• Teoria do Valor Trabalho: defende que o trabalho utilizado na produção das mercado-
rias é que define seu valor.

2. Intervencionismo
O modelo liberal fundamentou o funcionamento da economia até o final do século XIX,
quando as suas deficiências foram se tornando cada vez mais evidentes. Isso acabou levan-
do os Estados a procurarem desenvolver regulações sistemáticas para as atividades econô-
micas, dando início à intervenção estatal.
Vamos conferir os dois exemplos que são mais cobrados nas provas.
Modelo europeu: o Estado atuava apenas para adquirir novas colônias como forma de
garantir mercado para as indústrias de seu país e obter insumos baratos para sua produção
industrial.
Conforme os territórios a serem conquistados foram se tornando escassos, esse mode-
lo de capitalismo imperialista foi chegando a seu limite, ao  mesmo tempo que os conflitos
entre potências europeias em busca de novas colônias aumentavam (especialmente entre
países que haviam iniciado anteriormente sua expansão colonial e países cuja expansão co-
lonial ocorreu de forma tardia, como a Alemanha), desembocando posteriormente na Primeira
Guerra Mundial.
Modelo norte-americano: a livre concorrência cede espaço a um número cada vez maior
de monopólios (com destaque para John Rockfeller, na indústria do querosene e da gasolina,
e Andrew Carnegie, na indústria do aço).
Essa situação levou ao surgimento do Sherman Act - uma Lei Antitruste que busca evi-
tar a exploração dos trabalhadores, bem como a elevação exacerbada de preços. Todavia,
a dissolução dos monopólios gerou grande circulação das ações de empresas, o que se mos-
trou problemático, haja vista que à época não havia uma regulação devidamente estabelecida
para o mercado financeiro.

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Daí resultaram crises econômicas, com destaque para a queda da bolsa de Nova Iorque
em 1929.
A partir dos dois modelos acima, podemos chegar a duas conclusões que prevaleceram
no final do século XIX e início do XX. A primeira delas é a de que o mercado não é capaz de re-
gular a si mesmo, e a segunda impõe que alguma intervenção do estado na economia, mesmo
que seja regulatória, faz-se necessária.
Aparecem, nesse contexto, as primeiras tentativas sistemáticas de intervenção do Estado
na economia:

2.1. O Keynesianismo

Nos Estados Unidos pós-crise de 1929, ganharam força as teses de John Maynard Ke-
ynes, que buscava corrigir as falhas de mercado por meio da intervenção estatal. Caberia ao
Estado atuar como indutor do crescimento com vistas a conduzir o país ao pleno emprego.

2.2. O Welfare State

Na Europa do pós-guerra, desenvolveu-se o Estado de bem-estar social (Welfare State),


que associou a promoção de política social ao desenvolvimento econômico de um país – in-
clusive como forma de se contrapor à expansão do regime socialista.

Questão 1 (CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) Acerca do direito


econômico, julgue:
O modelo do Estado intervencionista econômico é fortemente influenciado pelas doutrinas de
John Maynard Keynes, que sustentou que os níveis de emprego e de desenvolvimento socio-
econômico se devem muito mais às políticas públicas implementadas pelo governo e a certos
fatores gerais macroeconômicos, e  não meramente ao somatório dos comportamentos mi-
croeconômicos individuais dos empresários.

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Certo.
De fato, John Maynard Keynes defendia a tese de que as falhas de mercado seriam corrigidas
por meio da intervenção estatal. Caberia ao Estado atuar como indutor do crescimento com
vistas a conduzir o país ao pleno emprego, portanto os níveis de emprego e de desenvolvi-
mento socioeconômico devem-se muito mais às políticas públicas implementadas pelo go-
verno do que a outros fatores.

3. Principais Críticas ao Liberalismo


Uma das maiores críticas ao liberalismo econômico ocorreu nos países socialistas sob
inspiração do pensamento de Karl Marx entre outros. Tais países desenvolveram um mode-
lo planificado de economia com forte intervenção estatal e pouco espaço para a autonomia
individual e a iniciativa privada. Tal modelo, naturalmente, não se sustentou com o passar do
tempo.
Os países em desenvolvimento também desenvolveram sua crítica ao liberalismo. Por
meio da teoria de substituição de importações da Comissão Econômica para a América Lati-
na (CEPAL), defendeu-se que tais países apenas conseguiriam desenvolver suas economias
caso houvesse alguma forma de intervenção do Estado que permitisse o desenvolvimento
da indústria nacional e a diminuição da dependência de produtos manufaturados vindos dos
países do primeiro mundo.

4. Novas Regulações Jurídicas e Revisão de Dogmas do Liberalismo


Importante notar que, com essas novas concepções acerca da relação entre estado e
atividade econômica, vieram novas regulações jurídicas que não somente reconheciam a in-
suficiência do direito privado para regulamentar fenômenos como o desemprego e as crises
econômicas, como implicavam na revisão de “dogmas” do liberalismo, isto é, a concepção ab-
soluta do direito de propriedade, sendo incorporada a este instituto a noção de função social.

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Os direitos dos trabalhadores também passaram a ter tratamento específico, merecendo


destaque as Constituições mexicana (1917) e de Weimar (1919), nas quais se percebe um
forte teor social. Surgia, assim, a codificação do direito econômico.
O reconhecimento de que o mercado é falho também ocorrera no plano internacional.
Especialmente após o fim da Segunda Guerra Mundial, diversas organizações foram criadas
com lastro nessa premissa.
Apenas para citar algumas: Banco Mundial (cujo objetivo era fomentar o desenvolvimento
de países do então terceiro mundo); Fundo Monetário Internacional (cujo objetivo era socor-
rer países em dificuldades financeiras); Acordo Geral e Tarifas e Comércio e, posteriormente,
Organização Mundial do Comércio (cujo objetivo era estabelecer regulações para o comércio
internacional).

5. Noções Introdutórias

5.1. Conceito e Finalidade do Direito Econômico


Um dos conceitos mais simples e didáticos para o Direito Econômico é trazido por Eros
Roberto Grau:

Sistema normativo voltado à ordenação do processo econômico mediante a regulação, sob o pon-
to de vista macrojurídico, da atividade econômica, de sorte a definir uma disciplina destinada à
efetivação da política econômica estatal2.
2
GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988: interpretação e crítica. 14ª edição ed. São Paulo,
Malheiros.

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Essa definição torna claro que o Direito Econômico cuida das normas que serão aplicadas
pelo Estado nas práticas econômicas. Tal intervenção estatal na liberdade dos cidadãos po-
derá ocorrer de diferentes formas, incluindo:
• meios de políticas de intervenção no domínio econômico;
• regulação;
• fiscalização e participação estatal na atividade econômica;
• disciplina das relações de dominação, como os monopólios e a tutela dos sujeitos des-
sas relações, coibindo condutas ilícitas dos agentes econômicos.

O esquema abaixo resume as principais áreas de atuação do Direito Econômico:

desenvolvimento e equilíbrio econômicos


instrumentos e objetos de política econômica
tutela dos valores concorrenciais, das relações de dominação e dos sujeitos que dela
Direito Econômico
participam. Ex.: consumidores.
controle de variáveis econômicas, como taxa de juros, bem como controle de quaisquer
atividades que possam afetar a economia. Ex.: investimentos estrangeiros.

6. Política Econômica Estatal


A Política Econômica Estatal pode ser definida como o conjunto de ações governamentais
micro e macroeconômicas voltadas à consecução de determinados objetivos, bem como à
regulação da economia.
Esses objetivos podem ser resumidos em três pontos fundamentais: o desenvolvimento
econômico, a estabilidade econômica e a distribuição de renda.
Nesse sentido, o conceito dado pelo autor Fábio Bensoussan é:

A política econômica consiste num conjunto de medidas governamentais, micro e macroeconômi-


cas, notadamente fiscais, monetárias, cambiais e creditícias voltadas à regulação da economia e
obtenção de determinados fins3.

Na mesma linha é a definição de Leonardo Vizeu Figueiredo:

Conjunto normativo que rege as medidas de política econômica concebidas pelo Estado, para dis-
ciplinar o uso racional dos fatores de produção, com o fito de regular a ordem econômica interna
e externa4.
3
BENSOUSSAN, Fábio Guimarães. Manual de Direito Econômico. 2 ed. Ed. JusPodivm, 2016.
4
FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Lições de Direito Econômico. 6.ed. Rio de Janeiro, Forense, 2013.

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Política Econômica Estatal


Estabilidade econômica Desenvolvimento econômico Distribuição de renda

7. O Direito Econômico como Direito Público


Para a maioria da doutrina, nossa matéria está inserida dentro do Direito Público justa-
mente por ter em sua essência a política econômica estatal acima delineada.
Além disso, embora o Direito Econômico também regule as atividades privadas e imponha
limites à autonomia da vontade, outros fatores fundamentam sua localização no ramo do
direito público:
• regulação de serviços públicos prestados direta ou indiretamente pelo Estado;
• regimento das condutas de instituições públicas, agências reguladoras e outras;
• imposição de obrigações fundamentadas nos interesses sociais.

Em que consiste a Atividade Econômica?


A área de atuação do Direito Econômico está intimamente ligada à noção de atividade
econômica, abrangendo as normas que a regulam, fiscalizam, bem como as formas de inter-
venção.
Nesse sentido, reitero a definição de Eros Grau que já foi mencionada na aula de hoje:

Sistema normativo voltado à ordenação do processo econômico mediante a regulação, sob o pon-
to de vista macrojurídico, da atividade econômica, de sorte a definir uma disciplina destinada à
efetivação da política econômica estatal.

Veja que a atividade econômica está relacionada com a organização dos fatores de pro-
dução (capital, trabalho, tecnologia) para produzir bens, visando a satisfação de necessida-
des públicas.
Em outras palavras, trata-se da ação destinada a produzir, distribuir ou consumir riquezas
e desse modo satisfazer determinadas necessidades.

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8. Micro e Macroeconomias

Quando estudamos o fenômeno econômico, também devemos ter conhecimento da téc-


nica utilizada. Nesse contexto, aparece o conceito de análise econômica cuja finalidade é
constatar um efeito de natureza econômica.
A técnica é baseada nos seguintes pontos:
• criação de uma estrutura para que o sistema econômico funcione com eficiência;
• verificação e solução de problemas da atividade econômica;
• criação de fundamentos que sustentem a escolha a ser realizada.

Por sua vez, a análise poderá ser macro ou microeconômica.


O termo Macroeconomia surgiu após a crise de 1929 e tem como um dos seus principais
expoentes John Maynard Keynes (já mencionado no início da aula), que publicou a famosa
obra Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda.
A Macroeconomia trata de todos os setores da economia em conjunto, extrapolando a
preocupação individual dos agentes econômicos. Assim, a  análise poderá ser feita a nível
regional ou nacional, mas sempre considerando a economia como um todo, não havendo
destinatário individualizado.
Quando falamos em política econômica, normalmente nos referimos a macroeconomia.
Por isso, aqui também o foco será o desenvolvimento econômico, a estabilidade econômica,
a distribuição de renda e o pleno emprego.
Por exemplo, a análise de recessões, mudanças da taxa de desemprego ao longo do tem-
po, definição da taxa de juros e carga tributária atinge todos os agentes econômicos e a so-
ciedade, não havendo um destinatário individualizado.
Vejamos abaixo quais são os principais instrumentos da política macroeconômica, que já
foram cobrados em algumas provas:
• Instrumento fiscal: relacionado aos gastos e receitas governamentais:
– Haverá um aumento de gastos com a finalidade de movimentar a economia. Em con-
trapartida, o  estado precisará arrecadar mais receitas para fazer frente aos novos
gastos;

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– Por essa razão, é recomendado que os gastos mantenham um certo equilíbrio e só


sejam elevados em casos de necessidade pública;

Exemplo: arrecadação de tributos, progressividade do IR.


• Instrumento monetário: relacionado à moeda;

Exemplo: controle da produção de moeda por meio da taxa de juros e da limitação de crédito.
• Instrumento cambial: relacionado ao valor da moeda nacional perante as moedas es-
trangeiras.

Exemplo: fixação do câmbio (pode influenciar exportações, se estiver elevado) etc.

Por sua vez, a Microeconomia trata das secções do sistema produtivo, ou seja, de merca-
dos e setores individualizados e específicos. Seus principais expoentes foram John Hicks e
Paul Samuelson.
O foco da análise se direciona à formação de preços e quantidades ofertadas e consumi-
das de um determinado bem em um mercado específico. Os direitos regulados são, portanto,
subjetivos e individuais.

Exemplo: análise do mercado de algodão (custos de produção, número de produtores, regula-


ção de fusões entre empresas).

Existem muitos termos utilizados nessa parte de nossa matéria que não são tão familia-
res aos alunos. Assim, para evitar que você seja surpreendido na prova, destacarei abaixo os
principais conceitos utilizados em Microeconomia:
• Teoria da empresa ou da firma: estuda o comportamento do setor de produção, bus-
cando definir os preços e quantidades ofertadas e consumidas de um determinado
bem. Em outras palavras, estuda a forma de proceder da sociedade empresária ao de-
senvolver a sua atividade produtiva para a produção de bens ou de serviços com mais
eficiência;
• Teoria do consumidor ou da escolha: estuda a tomada de decisões dos consumidores,
considerando a existência de restrições orçamentárias e de mudanças em seu ambien-
te;

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• Teoria do Ótimo Econômico (Ótimo de Pareto): elaborada pelo economista italiano Vil-
fredo Pareto, busca indicar um estado de eficiência máxima dos sistemas por meio da
melhor alocação possível de recursos.

O equilíbrio de Pareto é atingido quando se chega a um ponto no qual para que um dos en-
volvidos no sistema cresça economicamente, o outro será obrigatoriamente prejudicado. Em
outras palavras, a melhora de um agente culminará necessariamente com a piora do outro.
Para nossa matéria, esse conceito é suficiente. Deixo apenas registrado que a ideia de
eficiência defendida por essa teoria não está relacionada a questões de equidade, portanto,
a alocação eficiente de recursos não é sinônimo de uma alocação equânime entre os agentes.
• Concorrência perfeita: existem vários produtores e consumidores de um determinado
bem, mas nenhum deles tem poder econômico para que, individualmente, interfira na
quantidade ou no preço da oferta e demanda do produto;
• Concorrência imperfeita: existem um ou alguns poucos produtores de um lado da ofer-
ta e um ou alguns poucos produtores do lado da demanda. Esse ponto será estudado
em aula específica quando tratarmos dos conceitos de oligopólio, monopólio etc.;
• Elasticidade da demanda: variação da quantidade consumida de um determinado bem,
diante da variação de seu preço. Uma demanda elástica possui uma grande variação
de quantidade.

Macroeconomia Microeconomia
Principais autores John Maynard Keynes John Hicks e Paul Samuelson
Mercados e setores individualizados e
Conceito Todos os setores da economia em conjunto
específicos
Teoria da empresa
Instrumentos:
Teoria do Consumidor
Fiscal
Pontos importantes Ótimo de Pareto
Monetáriowz
Concorrência perfeita e imperfeita
Cambial
Elasticidade da demanda
Análise de recessões; mudanças da taxa Mercado de algodão: custos de produção,
Exemplos de desemprego ao longo do tempo; nível de número de produtores, análise de fusão
juros; carga tributária. de duas empresas.

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Instrumentos da Política Macroeconômica


Fiscal Monetário Cambial
Relacionado aos gastos e recei- Relacionado ao valor da moeda nacional perante
Relacionado à moeda
tas governamentais. as moedas estrangeiras

Conceitos relevantes em Microeconomia


Teoria da empresa: forma de proceder da sociedade empresária ao desenvolver a sua atividade produtiva, para
a produção de bens ou de serviços com mais eficiência.
Teoria do Consumidor: estuda a tomada de decisões dos consumidores, considerando a existência de restri-
ções orçamentárias e de mudanças em seu ambiente.
Ótimo de Pareto: indica um estado de eficiência máxima dos sistemas por meio da melhor alocação possível
de recursos: ponto no qual o crescimento de um agente necessariamente prejudicará o outro.
Concorrência perfeita: vários produtores e consumidores de um determinado bem, mas nenhum deles tem
poder econômico para que, individualmente, interfira na quantidade ou no preço da oferta e demanda do pro-
duto.
Concorrência imperfeita: existem um ou alguns poucos produtores de um lado da oferta e um ou alguns poucos
produtores do lado da demanda.
Elasticidade da demanda: variação da quantidade consumida de um determinado bem, diante da variação de
seu preço.

9. Identificando os Sujeitos da Atividade Econômica

Já vimos que a atividade econômica consiste tanto na produção como no consumo de


bens. Pois bem, os  sujeitos ou agentes econômicos são justamente aqueles que desenvol-
vem essa atividade econômica ou atuam no mercado.

Poderão ser considerados agentes econômicos empresas, grupos econômicos, estados,

organismos nacionais ou internacionais e o próprio indivíduo.

Conforme lição de Washington Peluso Albino de Souza:

O Direito Econômico é o ramo do Direito que tem por objeto a juridicização, ou seja, o tratamento
jurídico da política econômica e por sujeito, o agente que dela participe5.

5
SOUZA, Washington Peluso Albino de. Direito Econômico. São Paulo, Saraiva.

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10. Os Principais Sistemas Econômicos


Outro ponto salutar para nossa aula inicial é o conceito de sistema econômico.
A criação de um sistema econômico parte da observação de todos os elementos que de
alguma maneira se relacionem com a realização da atividade econômica. Além disso, busca-
-se resolver problemas de escassez: o que, como e para quem deverá ser produzido determi-
nado bem?
De acordo com Eros Roberto Grau:

O sistema econômico compreende um conjunto coerente de instituições jurídicas sociais, de con-


formidade com as quais se realiza o modo de produção e a forma de repartição do produto econô-
mico6.

A classificação mais conhecida e utilizada se fundamenta na titularidade dos meios de


produção (conjunto formado pelos meios de trabalho, objetos de trabalho e pelo modo de
organização econômica da sociedade). Essa titularidade é o traço essencial que distingue o
capitalismo e socialismo.
A dinamicidade e a complexidade fazem com que cada economia concreta possua ao
mesmo tempo características de diferentes sistemas econômicos, embora exista um sistema
dominante.
6
GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988: interpretação e crítica. 14ª edição ed. São Paulo,
Malheiros.

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10.1. Capitalismo
Esse sistema encontra fundamento na propriedade privada, na livre-iniciativa e na liber-
dade de concorrência.
Os agentes têm a propriedade dos meios de produção e a liberdade para tomar as deci-
sões econômicas (o que, como e para quem produzir), sendo que o limite dessa liberdade é
dado pelo próprio mercado (sistema de livre mercado).
É claro que existem variações dentro do sistema capitalista, podendo preponderar a ini-
ciativa privada (EUA), iniciativa dual _com exploração da economia pela iniciativa privada e
papel relevante do Estado (Brasil) e iniciativa dual _ com atuação preponderante do Estado
(Dinamarca).
No caso brasileiro, dispõe o artigo 173 da Constituição Federal:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade eco-
nômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

Com base no artigo acima, podemos dizer que, em nosso país, a atividade econômica é
explorada pela iniciativa privada, cabendo ao Estado três casos.
Previsão de casos específicos na própria CF:
• Art. 21, XII:
– serviços de radiofusão sonora de sons e imagens;
– serviços e instalações de energia elétrica e aproveitamento energético dos cursos
de água;
– navegação aérea, aeroespacial e infraestrutura aeroportuária;
– serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras
nacionais ou que transponham limites do estado ou território;
– serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
– portos marítimos, fluviais e lacustres.
• Art. 177:
– pesquisa e lavra do petróleo,refinação do petróleo nacional e estrangeiro;
– importação e exportação dos produtos e derivados das atividades anteriores;

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Relevante interesse coletivo.


Segurança nacional.

Questão 2 (CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) A atuação do Esta-


do, seja por meio do condicionamento da atividade econômica, seja por meio da exploração
direta de determinada atividade econômica, anula, por inteiro, a forma econômica capitalista
prevista na CF.

Errado.
O Estado e o indivíduo atuam na exploração da atividade econômica. Além disso, o princípio
da livre iniciativa, que vige em nosso ordenamento jurídico, é uma das bases do capitalismo:
modelo de sistema econômico baseado na propriedade privada e no capital.

Também é imprescindível que você conheça o artigo 170 da CF, que dispõe que a ordem
econômica será regida pela livre iniciativa, propriedade privada e pela livre concorrência, dei-
xando claro que foi adotado o sistema de produção capitalista fundado na livre iniciativa e na
apropriação privada dos meios de produção.
Conforme ensina José Afonso da Silva:

O princípio da propriedade privada envolve, evidentemente, a  propriedade privada dos meios de


produção, e  o fato mesmo de admitir investimentos de capital estrangeiro, ainda que sujeitos à
disciplina da lei, de reconhecer o poder econômico como elemento atuante no mercado (pois só se
condena o abuso desse poder) e a excepcionalidade da exploração direta da atividade econômica
pelo Estado (art. 173), bem mostra que a Constituição é capitalista7.

Apesar de o art. 170 indicar a adoção de um sistema capitalista pela nossa Constituição


Federal, é salutar que você entenda que não se trata de um capitalismo puro, mas de um ca-
pitalismo social.
7
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 42 ed. Malheiros Editores.

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E o que significa o capitalismo social?


Significa que o sistema econômico brasileiro é capitalista, mas também impõe aos de-
tentores dos meios de produção deveres positivos e negativos, para evitar a exploração dos
trabalhadores e consumidores, o  uso desregrado dos recursos naturais, o  abuso do poder
econômico e a redução das desigualdades sociais e regionais.
Os deveres têm como principal objetivo garantir a todos acesso a recursos e meios que
lhes garantam um mínimo para existir dignamente.
Portanto, existe uma notória preocupação com a dignidade da pessoa humana e com a
valorização do trabalho buscando assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
da justiça social, e observar os seguintes princípios (que serão estudados em aula específica):
• função social da propriedade;
• defesa do consumidor;
• defesa do meio ambiente;
• redução das desigualdades sociais e regionais;
• busca do pleno emprego.

Concluindo: o Brasil adota um capitalismo de viés social, permitindo a intervenção do


Estado na economia, para minimizar os efeitos excludentes do sistema capitalista (como a
exploração dos trabalhadores, abuso do poder econômico etc.).
Apesar disso, não podemos considerar que temos um Estado intervencionista, já que a
livre iniciativa e a livre concorrência estão fortemente presentes.

10.2. Socialismo
Quando falamos em socialismo, devemos ter em mente que a iniciativa é pública e que a
propriedade privada é substituída pela propriedade coletiva dos meios de produção.
Podemos dizer que as características do socialismo e do capitalismo se contrapõem, mas
isso não nos permite concluir que a mera supressão da livre iniciativa e da apropriação priva-
da dos meios de produção são suficientes para que tenhamos um modelo socialista.
Explico. No modelo socialista, a supressão da propriedade privada dos meios de produção
é realizada em proveito dos próprios trabalhadores. Caso contrário, não teremos socialismo,

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mas uma espécie de sociedade pós-capitalista com um modo de produção diverso, conheci-
do como estatismo ou modo de produção estatista (expressão utilizada por José Afonso da
Silva), no qual os meios de produção são dominados pelo Estado.

Sistemas econômicos
Capitalismo Socialismo
supressão da propriedade privada dos meios de pro-
propriedade privada e livre iniciativa
dução em proveito dos próprios trabalhadores
Brasil: capitalismo com viés social
Exploração da atividade econômica pelo Estado
casos previstos na própria Consti-
relevante interesse coletivo segurança nacional
tuição (arts. 21, XII e 177)

Prestação direta da atividade econômica pelo Estado (arts. 21, XII e 177 da CF).
Art. 21, XII
- serviços de radiofusão sonora de sons e imagens;
- serviços e instalações de energia elétrica e aproveitamento energético dos cursos de água;
- navegação aérea, aeroespacial e infraestrutura aeroportuária;
- serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais ou que transpo-
nham limites do estado ou território;
- serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
- portos marítimos, fluviais e lacustres.
Art. 177
- Pesquisa e lavra do petróleo,refinação do petróleo nacional e estrangeiro;
- Importação e exportação dos produtos e derivados das atividades anteriores.

Quais são as fontes do Direito Econômico?


Aqui temos um tema pouco cobrado nos concursos e, por isso, não precisaremos perder
nosso precioso tempo nessa análise. Vamos direto ao ponto e, caso apareça alguma questão,
basta que você tenha em mente as informações trazidas nessa aula.
• Leis Complementares:
– matérias expressamente previstas na CF:
◦ desenvolvimento regional (art. 43, §1);
◦ Sistema Financeiro Nacional (art. 192);
◦ tratamento favorecido a pequenas empresas (art. 146, III, d);

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• Constituição Federal;
• Leis ordinárias;
• Tratados Internacionais;
• Normas infralegais: decretos, portarias.

11. Caracterizando as normas de Direito Econômico


A primeira característica notória das normas de Direito Econômico é seu caráter progra-
mático, ou seja, o objetivo de traçar os fins públicos a serem alcançados pelo Estado.
Na linha do que se estuda em Direito Constitucional, as normas programáticas se desta-
cam:
• pela sua força jurídica vinculante: revogação dos atos normativos anteriores que dis-
ponham em sentido colidente com o princípio que substanciam e carreiam um juízo de
inconstitucionalidade para os atos normativos;
• pela sua aplicação mediata: não produzem todos os seus efeitos desde a sua vigência,
exigindo a aprovação de leis infraconstitucionais, bem como programas sociais, para
obter sua plena eficácia.

Outra característica importante é a utilização de tipos e conceitos indeterminados. Trata-


-se de conceitos caracterizados por um elevado grau de abstração, que demandam uma téc-
nica legislativa própria para possibilitar que a norma esteja adequada melhor às constantes
alterações da realidade.
Um dos principais exemplos dessa característica pode ser retirado do art.  36 da Lei n.
12.529/2011 que traz conceitos abstratos para as infrações da ordem econômica. Veja que
as definições dos termos grifados abaixo não são determinadas pela norma, exigindo que o
aplicador faça sua adequação à realidade econômica.

Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os


atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir
os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:
I – Limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre
iniciativa;
II – Dominar mercado relevante de bens ou serviços; [...]

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A dinamicidade da economia também exige que as normas sejam flexíveis, móveis e mu-
táveis.
Ressalta-se, inclusive, que existem várias exceções ao princípio da legalidade, com o in-
tuito de adequação à realidade econômica (instável e dinâmica).
Para facilitar a compreensão do tema, cito dois exemplos:

Exemplo: possibilidade de alteração da alíquota do Imposto de Importação por ato do Poder


Executivo.

CTN
Art. 41, O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do
comércio exterior.

Exemplo: poder normativo das agências reguladoras.

Outra característica peculiar das normas de Direito Econômico é o fato de, em regra, bus-
carem estimular a realização de uma determinada atividade pelos agentes por meio do ofere-
cimento de uma recompensa ou prêmio (Direito premial).
Veja que o mais comum é que as normas de outros ramos do direito busquem punir o
agente que não realiza determinada conduta (sanção negativa).
Dadas as peculiaridades da nossa matéria, por vezes, é mais indicado que se estimule a
realização de determinada conduta (sanção positiva). Para isso, existem diversas formas de
incentivos fiscais, estímulos à determinado tipo de indústria, abertura de linhas de crédito,
redução de impostos ou alíquotas etc.

Normas de Direito Econômico


Tipos e conceitos Flexibilidade, mutabiliade,
Natureza programática Direito premial
indeterminados mobilidade

A quem compete legislar sobre Direito Econômico?


A competência para legislar sobre Direito Econômico é concorrente da União, dos Estados
e do DF, conforme disposto na CF:

Art. 24 Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:


I – Direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico.

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Os entes devem ser cautelosos ao exercer a competência, evitando restrições ou amplia-


ções indevidas que sejam incompatíveis com normas editadas no âmbito nacional. Nesse
sentido, confira o julgado abaixo:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COMERCIALIZAÇÃO DE ÁGUA


MINERAL. LEI MUNICIPAL. PROTEÇÃO E DEFESA DA SAÚDE. COMPETÊNCIA CONCOR-
RENTE. INTERESSE LOCAL. EXISTÊNCIA DE LEI DE ÂMBITO NACIONAL SOBRE O MESMO
TEMA. CONTRARIEDADE. INCONSTITUCIONALIDADE. 1. A  Lei Municipal n. 8.640/00,
ao proibir a circulação de água mineral com teor de flúor acima de 0, 9 mg/l, pretendeu
disciplinar sobre a proteção e defesa da saúde pública, competência legislativa concor-
rente, nos termos do disposto no art. 24, XII, da Constituição do Brasil. 2. É inconstitucio-
nal lei municipal que, na competência legislativa concorrente, utilize-se do argumento
do interesse local para restringir ou ampliar as determinações contidas em texto norma-
tivo de âmbito nacional. Agravo regimental a que se nega provimento (STF - RE 596489/
RS AgR, DJ em 19/11/09).

Também há a previsão de competência privativa da União para algumas matérias espe-


cíficas previstas no artigo 22 da CF. Nesses casos, prevalece a regra específica (competência
privativa) sobre a regra geral (competência concorrente).
Veja o entendimento do STF sobre o tema:

A regra que confia privativamente à União legislar sobre ‘sistema monetário’ (art.  22,
VI) é norma especial e subtrai, portanto, o direito monetário, para esse efeito, da esfera
material do direito econômico, que o art. 24, I, da CR inclui no campo da competência
legislativa concorrente da União, do Estados e do Distrito Federal (STF-RE 291.188-DJ
em 14/11/02).

Uma observação semelhante a que fazemos nas aulas de Direito Financeiro é cabível nes-
se momento, pois pela interpretação literal do art. 24, I, os municípios não teriam competência
concorrente para legislar sobre Direito Econômico.
Essa afirmação também se sustenta no fato de que não cabe legislação suplementar mu-
nicipal que trate de normas gerais, pois nos termos do art. 24, §3, tais normas somente poderão

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ser federais ou estaduais. Assim, a competência do município não seria autônoma, pois su-
plementará uma lei prévia da União ou dos estados.
A maioria da doutrina entende que, embora a Constituição não mencione os munícipios no
caput do artigo 24, eles podem legislar sobre Direito Econômico, baseando-se em uma inter-
pretação sistemática do art. 30, II, da CF que dispõe que compete aos municípios suplementar
a legislação federal e estadual no que couber.
A controvérsia é grande, inclusive entre as bancas examinadoras. O Cespe e a FGV consi-
deraram erradas as assertivas que negavam competência concorrente aos municípios. Por-
tanto, se houver uma questão objetiva mais bem elaborada ou uma questão subjetiva, lem-
bre-se da divergência doutrinária.
Vamos agora falar das normas gerais. Pois bem, o art. 24, §1 dispõe que, no âmbito da
legislação concorrente, a União estabelecerá normas gerais sobre a matéria.
E qual a função dessas normas?
Possibilitar a unidade federativa no tratamento das matérias previstas no artigo 24. En-
tretanto, nada impede que certas matérias sejam reguladas de forma específica no âmbito
federal.
Desse modo, a competência da União para editar normas gerais não afasta sua compe-
tência própria para suplementar tais normas no âmbito de sua atuação funcional e geográfica.

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Competência
Concorrente (art. 24) Privativa da União (art. 22)
União (normas gerais ou específicas no âmbito de sua
atuação geográfica) Prevalece sobre a regra geral (competência concor-
Estados e DF rente).
Município (maioria da doutrina)
águas, energia, informática, telecomunicações e radio-
difusão;
serviço postal;
sistema monetário e de medidas, títulos e garantias
dos metais;
política de crédito, câmbio, seguros e transferência de
valores;
comércio exterior e interestadual;
Direito Econômico diretrizes da política nacional de transportes;
Produção e consumo regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marí-
tima, aérea e aeroespacial;
trânsito e transporte;
jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
sistemas de poupança, captação e garantia da pou-
pança popular;
sistemas de consórcios e sorteios;
atividades nucleares de qualquer natureza;
propaganda comercial.

Para finalizar esse tema, há outras observações relevantes que, embora sejam “velhas
conhecidas” dos concurseiros, continuam aparecendo em algumas provas:

art. 24, § 2º: a competência da União não exclui a competência suplementar dos estados e do DF.
art. 24, § 3º: se não existirem normas gerais estatuídas pela União, os estados e o DF exercerão a
competência legislativa plena.
art. 24, § 4º: a superveniência da lei federal suspenderá a eficácia da lei estadual ou distrital, no
que lhe for contrária.

Mantendo o compromisso de oferecer um material completo e atualizado, destaco abaixo


as principais competências previstas na Constituição acompanhadas dos principais julgados
sobre cada uma delas.
Esses temas têm grande incidência nas provas de Direito Econômico e, nesse ponto es-
pecífico, as  bancas examinadoras abordam muito mais a jurisprudência do que a lei seca.
Vamos conferir.

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Competência legislativa concorrente (art. 24):


• Direito econômico;

Exemplo: Código de Defesa do Consumidor (federal).

• Produção e consumo;

Exemplo: leis que tratam da inclusão de devedores em cadastros de proteção ao crédito (com-
petência suplementar estadual).

Confira a jurisprudência abaixo:

Lei estadual pode impor que as agências bancárias instalem divisórias individuais nos
caixas de atendimento. Trata-se de matéria relativa à relação de consumo, o que garante
ao Estado competência concorrente para legislar sobre o tema (art. 24, V, da CF/88) (STF.
Plenário-ADI 4633/SP, julgado em 10/04/2018).

Competência legislativa privativa da União (art. 22)


• águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão (inciso IV)
– Principais julgados:
◦ bloqueio de aparelhos celulares pelas operadoras nas hipóteses de furto e roubo:
competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações (STF-ADI
5574-DJ em 15/10/19);
◦ é inconstitucional a Lei n. 416/2008, do Município de Augustinópolis/TO, que au-
toriza o Poder Executivo Municipal a conceder a exploração do Serviço de Radio-
difusão Comunitária no âmbito do território do Município: competência privativa
da União (STF-ADPF 235, DJ em 30/08/19);
◦ é inconstitucional a lei do Estado do Rio Grande do Sul que isenta trabalhadores
desempregados do pagamento do consumo de energia elétrica e de água pelo
período de seis meses: competência privativa da União (STF-ADI 2298-DJ em
13/12/19);

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◦ é inconstitucional a lei estadual que proíbe a cobrança de taxa de religação de


energia elétrica em caso de corte de fornecimento por falta de pagamento, sem
qualquer ônus para o consumidor: competência privativa da União para legislar
sobre energia (STF-ADI 5620-DJ em 20/11/19);
◦ é inconstitucional a lei estadual que institua a obrigação de as operadoras de
telefonia fixa e móvel disponibilizarem, em seus sítios eletrônicos, extrato deta-
lhado de conta das chamadas telefônicas e serviços utilizados na modalidade
de recarga de créditos por pagamento antecipado (plano pré-pago): competência
privativa da União para legislar sobre telecomunicações (STF-ADI 5830-DJ em
28/11/19);
◦ é inconstitucional a lei estadual que disponha sobre o fornecimento de informa-
ções por concessionária de telefonia fixa e móvel para fins de segurança pública.
Competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações (STF-ADI
4401-DJ em 28/11/19);
◦ é inconstitucional a lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de ce-
lular em presídio: competência privativa da União para legislar sobre telecomuni-
cações (ADI 4861, DJ em 03/08/16);
◦ é inconstitucional a lei estadual que disponha sobre a possibilidade de acúmulo
das franquias de minutos mensais ofertados pelas operadoras de telefonia: com-
petência da União para legislar sobre telecomunicações (STF-ADI 4629-DJ em
21/11/11).

Para finalizar esse inciso, não confunda a competência legislativa privativa com a compe-
tência material exclusiva prevista no art. 21.

Art. 21, XI – compete exclusivamente à União explorar, diretamente ou mediante autorização, con-
cessão ou permissão, os  serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a
organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais
XII – b - é competência administrativa exclusiva da União “explorar, diretamente ou mediante auto-
rização, concessão ou permissão os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento
energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hi-
droenergéticos”.

Serviço postal (inciso V):

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– Principal julgado:
◦ é inconstitucional a lei municipal que proíbe entrega em determinado horário, sob
pena de multa e cancelamento do alvará de funcionamento: competência priva-
tiva da união para legislar e administrar serviço postal (STF-ADPF 222-DJ em
02/10/19);
• Sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais (inciso VI):
– Principal julgado:
◦ a alteração do padrão monetário envolve necessariamente a fixação do critério
de conversão para a moeda: competência privativa da União para legislar sobre
sistema monetário (STF-RE 291188/RN-DJ em 14/11/02).

Não confunda a competência legislativa privativa com a competência material exclusiva


prevista no art. 21.
Nos termos do art.  21, VII e VIII, a  competência administrativa para tratar de moeda e
câmbio é exclusiva da União.
• Política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores (inciso VII)
– Principal julgado:
◦ é inconstitucional lei distrital que trate de operação de crédito de instituição finan-
ceira pública: competência privativa da União (STF-ADI 1357-DJ em 01/02/16).
• Comércio exterior e interestadual (inciso VIII)
– Principais julgados:
◦ é inconstitucional a lei estadual que cria restrições à comercialização, à estoca-
gem e ao trânsito de produtos agrícolas importados no Estado, ainda que tenha
por objetivo a proteção da saúde dos consumidores: competência privativa da
União para comércio exterior e interestadual (ADI 3813, DJ em 20/04/15);
◦ é inconstitucional a lei estadual que dispõe sobre suspensão gradativa do es-
coamento de sal marinho não beneficiado para outras unidades da Federação:
competência privativa da União para comércio exterior e interestadual (ADI 2866,
DJ em 06/08/10);
◦ é inconstitucional a proibição local para a comercialização de amianto da varie-
dade crisotila: competência privativa da União para comércio exterior e interesta-
dual (ADPF 234 MC, DJ em 06/02/12).

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• Diretrizes da política nacional de transportes (inciso IX)


• Regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial (inci-
so X)
• Trânsito e transporte (inciso XI)
– Principais julgados:
◦ os Municípios, ao editarem as leis locais regulamentando o transporte de passa-
geiros mediante aplicativo, deverão observar as regras impostas pela Lei Federal
n. 13.640/2018 (STF-ADPF 449/DF, RE 1054110/SP, julgado em 8 e 9/05/2019 -
repercussão geral (informativo 939 STF);
◦ são inconstitucionais as leis municipais que proíbam o serviço de transporte de
passageiros mediante aplicativo (STF-ADPF 449/DF, RE 1054110/SP, julgado em
8 e 9/05/2019 - repercussão geral (informativo 939 STF);
◦ é inconstitucional a lei distrital que estenda a aplicação do direito distrital ao
transporte de passageiros realizado entre o Distrito Federal e a região do Entorno,
transcendendo os limites territoriais: competência da União para explorar e regu-
lar o transporte interestadual de passageiros (STF-ADI 4338-DJ em 09/09/19);
◦ é inconstitucional a lei estadual que limite o credenciamento de clínicas para re-
alização de exames de aptidão física, mental e de avaliação psicológica a crité-
rio demográfico: competência da União para legislar sobre trânsito e transporte
(STF-ADI 5774-DJ em 03/10/19);
◦ a disciplina e a emissão de Certificado de Registro Veicular – CRV está inserida na
competência privativa da União para legislar sobre trânsito e transporte (STF-ADI
5916-DJ em 06/06/19);
◦ é inconstitucional a lei municipal que trata do transporte de cargas vivas no muni-
cípio de Santos: competência da União para legislar sobre transporte de animais
(STF-ADPF 514-DJ em 16/05/19);
◦ é inconstitucional a lei estadual que delegue de serviço público de trânsito (fabri-
cação de placas de veículos automotores): competência privativa da União para
legislar sobre trânsito e transporte (STF-ADI 5332-DJ em 24/08/17).

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Para finalizar esse inciso, não confunda a competência legislativa privativa com a compe-
tência material exclusiva prevista no art. 21.

Art. 21, XII – Compete exclusivamente à União explorar, diretamente ou mediante autorização, con-
cessão ou permissão:
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais,
ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres.

• Jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia (inciso XII)


– Principal julgado
◦ é inconstitucional a lei estadual que define as condições de recolhimento das
compensações financeiras de sua titularidade ou mesmo para arrecadá-las di-
retamente, por intermédio de seus órgãos fazendários (STF-ADI 4606 DJ em
03/05/19).
• Sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular (inciso XIX)
• Sistemas de consórcios e sorteios (inciso XX)
• Atividades nucleares de qualquer natureza (inciso XXVI)
• Propaganda comercial (inciso XXIX)
– Principal julgado

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◦ é inconstitucional a lei estadual que veda a propaganda de medicamentos e simi-


lares nos meios de comunicação sonoros: competência privativa da União para
legislar sobre propaganda comercial (STF-ADI 5424-DJ em 3/12/18).

Outros temas relevantes: segue abaixo mais uma seleção de julgados e temas relevantes
para o nosso estudo. A exemplo da Súmula Vinculante 49 (a grande campeã nas provas), to-
dos são cobrados de modo recorrente nos concursos públicos.
Fixação de distância mínima para instalação de farmácias e drogarias: interesse local
(STF-ADI 2327/SP, DJ em 22/08/03).

Repare que esse julgado tratou da competência para cuidar do tema.


Em relação ao mérito, o STF editou a Súmula Vinculante 49:

Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de esta-
belecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

Não confunda!
No que se refere à limitação da distância entre postos de gasolina, o STF entende que é possí-
vel a fixação, por lei municipal, de distância mínima entre postos de revenda de combustíveis,
por motivo de segurança, inexistindo ofensa aos princípios constitucionais da livre iniciativa
e da livre concorrência (STF-AGRE717883).

Tempo máximo de espera de clientes em filas de instituições bancárias: interesse local

(STF-RE 25417/RS AgR, DJ em 17/05/11).

Competência do Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento co-


mercial: Súmula Vinculante 38.
Segurança em estabelecimentos financeiros (terminais de autoatendimento): competên-
cia municipal (STF-ARE 784.981, AgR-DJ em 17/03/15).

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Extensão da gratuidade do transporte público coletivo urbano às pessoas compreendidas


na faixa etária entre sessenta e sessenta e cinco anos por lei municipal: possibilidade (STF-
-RE 702848-DJ em 15/05/13).
Fiscalização de operações financeiras e de autenticidade do ativo circulante (adoção de
equipamento que ateste autenticidade das cédulas de dinheiro nas transações bancárias):
competência exclusiva da União (STF-ADI 3515-DJ em 29/09/11).
É inconstitucional lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas
de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias (Súmula vinculante 2),
É inconstitucional norma estadual ou distrital que regulamente o funcionamento de lote-
rias: competência privativa da União (STF-ADI 3630, DJ em 30/06/2017).
Informativo 871 do STF:
• É inconstitucional lei estadual que disponha sobre a segurança de estacionamentos e
o regime de contratação dos funcionários;
• É inconstitucional lei estadual que exija que os supermercados do Estado ofereçam
empacotadores para os produtos adquiridos;
• Inconstitucionalidade de lei estadual que estabeleça exigências nos rótulos dos produ-
tos em desconformidade com a legislação federal.

Informativo 897-STF: lei estadual pode conceder meia-entrada em eventos culturais e


desportivos para menores de 21 anos.
Informativo 919-STF: é inconstitucional lei estadual que fixa piso salarial profissional vio-
lando os requisitos da LC federal 103/2000: art. 22, I e parágrafo único da CF/88.

Questão 3 (FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019/ADAPTADA)A


lei municipal que regulamenta o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais
padece de inconstitucionalidade formal derivada da imprópria ingerência da Administração
Pública em atividade privada.

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Errado.
Pois contraria a Súmula Vinculante n. 38.

Questão 4 (CESPE/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS/2019/


ADAPTADA) Determinado município editou lei proibindo a utilização de automóveis particula-
res cadastrados em aplicativos para o transporte individual remunerado de pessoas. Nessa
situação hipotética, a referida lei é: inconstitucional, pois viola os princípios da livre iniciativa e
da livre concorrência, não sendo permitido ao município impor qualquer restrição à atividade.

Errado.
Conforme vimos na aula de hoje, o  item está incorreto, pois contraria o julgado do STF de
09/05/19 (RE 1054110/SP).

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RESUMO
Esta seção é destinada à revisão dos principais pontos tratados em aula. A primeira parte
traz a revisão por meio de perguntas e palavras-chave, na segunda parte, há tabelas e dese-
nhos esquemáticos.
Escolha qual a sua melhor maneira de fixar a matéria e mãos à obra!

1. Como se deu a evolução histórica do Direito Econômico?

• Antiguidade:
– não se falava em economia como ciência ou em Direito Econômico propriamen-
te dito.
• Liberalismo:
– intervenção do Estado na economia de forma bastante reduzida;
– Fisiocratas, Adam Smith (mão invisível), David Ricardo.
• Intervencionismo:
– buscava corrigir as falhas de mercado por meio de uma maior intervenção estatal
(Keynes).

2. Qual o conceito do Direito Econômico?

Sistema normativo voltado à ordenação do processo econômico mediante a regulação, sob o pon-
to de vista macrojurídico, da atividade econômica, de sorte a definir uma disciplina destinada à
efetivação da política econômica estatal8.

3. Quais os principais objetivos do Direito Econômico?

• Estado fiscaliza, regula e participa da atividade econômica;


• Desenvolvimento e equilíbrio econômicos;
• Tutela dos valores concorrenciais, das relações de dominação e dos sujeitos que dela
participam;

8
GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988: interpretação e crítica. 14ª edição ed. São Paulo,
Malheiros.

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• Instrumentos e objetos de política econômica;


• controle de variáveis econômicas e de quaisquer atividades que possam afetar a eco-
nomia.

4. Em que consiste a política econômica estatal?

• ações governamentais micro e macroeconômicas voltadas à regulação da economia e


aos seguintes objetivos:
– estabilidade econômica;
– desenvolvimento econômico;
– distribuição de renda.

5. Quais os fundamentos para inserção do Direito Econômico no Direito Público?

• regulação de serviços públicos prestados direta ou indiretamente pelo Estado;


• rege condutas de instituições públicas, agências reguladoras e outras;
• imposição de obrigações fundamentadas no interesse sociais.

6. Em que consiste a atividade econômica?

• organização dos fatores de produção;


• produção de bens;
• satisfação de necessidades públicas.

7. Em que consiste a análise macroeconômica?

• análise de setores da economia em conjunto: análise de recessões, mudanças da taxa


de desemprego ao longo do tempo, nível de juros, carga tributária.

8. Quais são os instrumentos da política macroeconômica?

• Fiscal: relacionado aos gastos e receitas governamentais.

Exemplo: arrecadação de tributos, progressividade do IR.

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• Monetário: relacionado à moeda.

Exemplo: controle da produção de moeda por meio da taxa de juros e da limitação de crédito.
• Cambial: relacionado ao valor da moeda nacional perante as moedas estrangeiras.

Exemplo: fixação do câmbio (pode influenciar exportações, se estiver elevado) etc.

9. Quais são os principais conceitos relacionados à microeconomia?

• Teoria da empresa: forma de proceder da sociedade empresária ao desenvolver a sua


atividade produtiva, para a produção de bens ou de serviços com mais eficiência.
• Teoria do Consumidor: estuda a tomada de decisões dos consumidores, considerando
a existência de restrições orçamentárias e de mudanças em seu ambiente.
• Ótimo de Pareto: indica um estado de eficiência máxima dos sistemas por meio da
melhor alocação possível de recursos: ponto no qual o crescimento de um agente ne-
cessariamente prejudicará o outro.
• Concorrência perfeita: vários produtores e consumidores de um determinado bem, mas
nenhum deles tem poder econômico para que, individualmente, interfira na quantidade
ou no preço da oferta e demanda do produto.
• Concorrência imperfeita: um ou poucos produtores a um lado da oferta e um ou poucos
produtores ao lado da demanda.
• Elasticidade da demanda: variação da quantidade consumida de um determinado bem
diante da variação de seu preço.

10. Quem são os agentes econômicos?

• empresas, grupos econômicos, estados, organismos nacionais ou internacionais e o


próprio indivíduo;
• escolhem como agir economicamente: o que produzir e o que consumir; gastam recur-
sos; produzem bens e serviços.

11. Como se definem e quais são os sistemas econômicos?

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• Baseados na titularidade dos meios de produção:


– Capitalismo:
◦ propriedade privada e livre iniciativa.
– Socialismo:
◦ supressão da propriedade privada dos meios de produção em proveito dos pró-
prios trabalhadores.

12. Como é explorada a atividade econômica no sistema brasileiro?

• explorada pela iniciativa privada, salvo:


– relevante interesse coletivo;
– segurança nacional;
– casos previstos na própria Constituição.

Art. 21, XII:
◦ serviços de radiofusão sonora de sons e imagens;
◦ serviços e instalações de energia elétrica e aproveitamento energético dos cursos
de água;
◦ navegação aérea, aeroespacial e infraestrutura aeroportuária;
◦ serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras
nacionais, ou que transponham limites do estado ou território;
◦ serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
◦ portos marítimos, fluviais e lacustres.

Art. 177:
◦ pesquisa e lavra do petróleo, refinação do petróleo nacional e estrangeiro;
◦ importação e exportação dos produtos e derivados das atividades anteriores.

13. Como se caracterizam as normas de Direito Econômico?

• Tipos e conceitos indeterminados;


• Natureza programática;

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• Flexibilidade, mutabiliade, mobilidade;


• Direito Premial.

14. Quais são as fontes de Direito Econômico?

• Constituição Federal;
• Leis Complementares:
– Desenvolvimento regional (art. 43, §1);
– Sistema Financeiro Nacional (art. 192);
– Tratamento favorecido a pequenas empresas (art. 146, III, d).
• Leis ordinárias;
• Tratados internacionais;
• Normas infralegais:
– Decretos;
– Portarias.

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JURISPRUDÊNCIA
A regra que confia privativamente à União legislar sobre ‘sistema monetário’ (art.  22,
VI) é norma especial e subtrai, portanto, o direito monetário, para esse efeito, da esfera
material do direito econômico, que o art. 24, I, da CR inclui no campo da competência
legislativa concorrente da União, do Estados e do Distrito Federal (STF-RE 291.188-DJ
em 14/11/02).

Art. 1º, caput e § 1º, da Lei n. 5.934, de 29-3-2011, do Estado do Rio de Janeiro, o qual
dispõe sobre a possibilidade de acúmulo das franquias de minutos mensais ofertados
pelas operadoras de telefonia, determinando a transferência dos minutos não utilizados
no mês de sua aquisição, enquanto não forem utilizados, para os meses subsequen-
tes. Competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações. Violação do
art. 22, IV, da CF (ADI 4649 MC, DJ em 21/11/11).

Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em presídio invade a
competência da União para legislar sobre telecomunicações (ADI 4861, DJ em 03/08/16).

Lei Estadual n. 10.519/2015 do Estado da Paraíba. Bloqueio de aparelhos celulares pelas


operadoras nas hipóteses de furto e roubo. Competência privativa da União para legis-
lar sobre telecomunicações. [...] No caso dos autos, apesar de estar se discutindo a
constitucionalidade do bloqueio de aparelhos celulares nas hipóteses de furto e roubo,
resta claro que a finalidade da norma é justamente possibilitar o bloqueio de sinal de
telecomunicações e/ou radiocomunicações [...] (STF-ADI 5574ADI 5.574, rel. min. Edson
Fachin, j. 27-9-2019, P, DJE de 15-10-2019).
O artigo 21, inciso XII, alínea a, da Carta Maior prescreve ser competência da União
explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os  serviços
de radiodifusão sonora, e de sons e imagens, enquanto que o art. 22, IV, da Constituição

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confere à União a competência privativa para legislar sobre o tema. O artigo 233 da CRFB,
a seu turno, normatiza a forma de outorga das concessões, permissões e autorizações
para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens. A centralização da regula-
ção da radiodifusão no âmbito da União se justifica pela a necessidade de administra-
ção racional do espectro de radiofrequência, cuja exploração econômica não é ilimitada.
A  Lei Federal n. 9.612, de 19 de fevereiro de 1998, instituiu o Serviço de Radiodifusão
Comunitária, definido como a radiodifusão sonora, em frequência modulada, operada
em baixa potência e cobertura restrita, outorgada a fundações e associações comuni-
tárias, sem fins lucrativos, com sede na localidade de prestação do serviço (artigo 1º).
O Decreto 2.615/1998, que aprova o Regulamento do Serviço de Radiodifusão Comuni-
tária, assenta, em seu artigo 9º, competir ao Ministério das Comunicações o estabeleci-
mento das normas complementares do RadCom, indicando os parâmetros técnicos de
funcionamento das estações, bem como detalhando os procedimentos para expedição
de autorização e licenciamento; a expedição do ato de autorização para a execução do
Serviço; e a fiscalização da execução do RadCom, em todo o território nacional, no que
disser respeito ao conteúdo da programação, nos termos da legislação pertinente. In
casu, é formalmente inconstitucional a Lei n. 416/2008, do Município de Augustinópo-
lis/TO, que autoriza o Poder Executivo Municipal a conceder a exploração do Serviço
de Radiodifusão Comunitária no âmbito do território do Município, mercê da inexistên-
cia, na sistemática jurídico-constitucional atual, de espaço para que o legislador local
busque tratar geral e abstratamente sobre o tema da exploração do Serviço de Radio-
difusão Comunitária (ADPF 235, rel. min. Luiz Fux, j. 14-8-2019, P, DJE de 30-8-2019).

[...] lei do Estado do Rio Grande do Sul que isenta trabalhadores desempregados do
pagamento do consumo de energia elétrica e de água pelo período de seis meses. Con-
figurada violação aos arts.  21, XII, b; 22, IV e 30, I e V, CF, pois a lei estadual afronta
o esquema de competências legislativa e administrativa previsto na Constituição (ADI
2.299, rel. min. Roberto Barroso, j. 23-8-2019, P, DJE de 13-12-2019).

Os prazos e valores referentes à religação do fornecimento de energia elétrica não apenas


já estão normatizados na legislação setorial pertinente, como o quantum pelo serviços

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cobráveis e visitas técnicas submetem-se à homologação da ANEEL, razão pela qual


não remanesce, sob esse prisma, qualquer espaço para a atuação legislativa estadual,
mercê de, a pretexto de ofertar maior proteção ao consumidor, o ente federativo tornar
sem efeito norma técnica exarada pela agência reguladora competente. In casu, a  lei
estadual impugnada, ao  dispor sobre a proibição de cobrança de taxa de religação de
energia elétrica em caso de corte de fornecimento por falta de pagamento e estabelecer
prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas para restabelecimento do serviço, sem qual-
quer ônus para o consumidor, invadiu a competência privativa da União para legislar
sobre energia (artigo 22, IV, da Constituição Federal), bem como interferiu na prestação
de serviço público federal (artigo 21, XII, b, da Constituição Federal), em diametral con-
trariedade às normas técnicas setoriais editadas pela ANEEL, com reflexos na respectiva
política tarifária (ADI 5.610, rel. min. Luiz Fux, j. 8-8-2019, P, DJE de 20-11-2019).

A Lei n. 16.291/2017 do Estado do Ceará, ao instituir a obrigação de as operadoras de


telefonia fixa e móvel disponibilizarem, em seus sítios eletrônicos, extrato detalhado de
conta das chamadas telefônicas e serviços utilizados na modalidade de recarga de cré-
ditos por pagamento antecipado (plano pré-pago), tal qual é feito nos planos pós-pagos,
sob pena de multa, invadiu a competência legislativa e administrativa da União para
a disciplina e a prestação dos serviços públicos de telecomunicações (artigos 21, XI,
e 22, IV, da Constituição Federal). A competência privativa da União para a disciplina e
a prestação dos serviços públicos de telecomunicações (artigos 21, XI, e 22, IV) impede
os Estados-Membros de editar normas aplicáveis aos prestadores de serviços de tele-
comunicações. A  competência concorrente dos Estados-Membros para dispor sobre
direito do consumidor (artigo 24, V e VIII, da Constituição Federal) não pode conduzir
à frustração da teleologia das normas que estabelecem as competências legislativa e
administrativa privativas da União em matéria de telecomunicações (ADI 5.830, rel. min.
Luiz Fux, j. 30-8-2019, P, DJE de 28-11-2019).
Lei n. 18.721/2010 do Estado de Minas Gerais, que dispõe sobre o fornecimento de infor-
mações por concessionária de telefonia fixa e móvel para fins de segurança pública.
Competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações. Violação ao
art.  22, inciso IV, da Constituição (ADI 4.401, rel. min. Gilmar Mendes, j. 30-8-2019, P,
DJE de 28-11-2019).

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Lei n. 5.309/2010, do município de Cuiabá/MT. Entrega e distribuição de correspondên-


cias. Proibição de entrega em determinado horário, sob pena de multa e cancelamento
do alvará de funcionamento. Competência privativa da união para legislar e administrar
serviço postal: inc. V do art. 22 e inc. X do 21 da Constituição da República. Lei municipal
inconstitucional (STF-ADPF 222-DJ em 02/10/19).

Formalmente inconstitucional a lei estadual que cria restrições à comercialização,


à estocagem e ao trânsito de produtos agrícolas importados no Estado, ainda que tenha
por objetivo a proteção da saúde dos consumidores diante do possível uso indevido de
agrotóxicos por outros países. A matéria é predominantemente de comércio exterior e
interestadual, sendo, portanto, de competência privativa da União (CF, art. 22, inciso VIII).
(ADI 3813, DJ em 20/04/15).

Ação direta de inconstitucionalidade contra a integralidade da Lei Estadual n. 8.299, de


29-1-2003, que dispõe sobre escoamento do sal marinho produzido no Rio Grande do
Norte. [...] Suspensão gradativa do escoamento de sal marinho não beneficiado para
outras unidades da Federação. Inconstitucionalidade dos arts. 6º e 7º da lei impugnada
por usurpação de competência privativa da União (art.  22, VIII, da Constituição) (ADI
2866, DJ em 06/08/10).

Causa perplexidade a convivência, no ordenamento jurídico, da proibição local para a


comercialização de amianto da variedade crisotila – art. 1º da Lei Estadual n. 12.684/2007
– com a permissão, abrangente, para o exercício de tal atividade – art. 2º da Lei n. 9.055,
de 1º-1-1995, regulamentada pelo Decreto 2.350, de 15-10-1997. Em outras palavras,
em âmbito nacional, a comercialização daquele tipo de amianto é admitida, mas proibida
no Estado de São Paulo. O problema relatado pela arguente é que parte da produção do
amianto tem de trafegar pelo Estado de São Paulo para chegar ao destino, ato que vem
sendo embaraçado por autoridades que – embora aplicando a lei estadual – ignoram a

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autorização contida na lei federal. [...] Observem caber à União legislar privativamente
sobre transporte – e, a meu ver, aí se encontra inserido o transporte de cargas perigo-
sas, como o amianto – e sobre comércio interestadual e internacional. Reparem inexistir
lei complementar delegando aos Estados a disciplina do tema, como se poderia cogitar
ante a redação do parágrafo único do art.  22 da Lei Maior. [...] A regulação do comér-
cio interestadual é inequivocamente de alcance amplo e geral. Se cada Estado impuser
restrições ao comércio, ora vedando o acesso aos próprios mercados, ora impedindo a
exportação por meio das regiões de fronteiras internacionais, será o fim da Federação.
Daí o constituinte ter atribuído à União tais temas (ADPF 234 MC, DJ em 06/02/12).

No exercício de sua competência para regulamentação e fiscalização do transporte pri-


vado individual de passageiros, os  municípios e o Distrito Federal não podem contra-
riar os parâmetros fixados pelo legislador federal. Isso porque compete à União legislar
sobre “trânsito e transporte”, nos termos do art. 22, XI, da CF/88 (STF-ADPF 449/DF, RE
1054110/SP, julgado em 8/05 e 9/05/2019 - repercussão geral informativo 939 STF).

A proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual por motorista


cadastrado em aplicativo é inconstitucional, por violação aos princípios da livre iniciativa
e da livre concorrência. STF-ADPF 449/DF, RE 1054110/SP, julgado em 8/05 e 9/05/2019
- repercussão geral (Informativo 939 STF).
É constitucional lei municipal que estabelece que os supermercados e hipermercados do
município ficam obrigados a colocar à disposição dos consumidores pessoal suficiente
no setor de caixas, de forma que a espera na fila para o atendimento seja de, no máximo,
quinze minutos - STF-ARE 809489 AgR SP- DJ em 28/5/19 (Informativo 942 STF).

Direito Monetário: competência legislativa privativa da União: critérios de conversão em


URV dos valores fixados em Cruzeiro Real: aplicação compulsória a Estados e Municí-
pios, inclusive aos vencimentos dos respectivos servidores, que impede a incidência de

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diferente legislação local a respeito. 1. Em todas as Federações, o estabelecimento do


sistema monetário foi sempre típica e exclusiva função legislativa do ordenamento cen-
tral; e estabelecer o sistema monetário - escusado o óbvio - consiste primacialmente na
criação e eventual alteração do padrão monetário. 2. A alteração do padrão monetário
envolve necessariamente a fixação do critério de conversão para a moeda nova do valor
das obrigações legais ou negociais orçadas na moeda velha; insere-se, pois, esse crité-
rio de conversão no âmbito material da regulação do “sistema monetário”, ou do Direito
Monetário, o qual, de competência legislativa privativa da União (CF, art. 22, VI), se sub-
trai do âmbito da autonomia dos Estados e Municípios. 3. A regra que confia privativa-
mente à União legislar sobre “sistema monetário” (art. 22, VI) é norma especial e subtrai,
portanto, o Direito Monetário, para esse efeito, da esfera material do Direito Econômico,
que o art. 24, I, da Constituição da República inclui no campo da competência legislativa
concorrente da União, do Estados e do Distrito Federal. 4. Dado o papel reservado à URV
na transição entre dois padrões monetários, o Cruzeiro Real e o Real (L. n. 8880/1994),
os critérios legais para a conversão dos valores expressos em cruzeiros reais para a URV
constituiu uma fase intermediária de convivência com a moeda antiga na implantação
do novo sistema monetário. 5. Compreendem-se, portanto, ditos critérios da conversão
em URV no âmbito material de regulação do sistema monetário, objeto de competência
legislativa privativa da União. 6. A conversão em URV dos valores fixados para a remune-
ração dos servidores públicos locais - segundo a lei federal institutiva do novo sistema
monetário -, não representou aumento de vencimentos, não sendo oponíveis, portanto,
à sua observância compulsória por Estados e Municípios, as regras dos arts. 167 e 169
da Constituição da República. 7. Correta a decisão do Tribunal local que, em consequ-
ência, deu aplicação aos critérios da conversão de vencimentos e proventos em URV,
ditados por lei federal (L. n. 8880/1994, art.  22) e afastou a incidência da lei estadual
que os contrariou (L. est. n. 6612/1994-RN): RE não conhecido. (RE 291188/RN-DJ em
14/11/02).

Serviço de transporte público coletivo. Interrupção ou não conclusão da viagem. Res-


sarcimento de tarifa aos usuários. Extensão ao transporte de passageiros entre o Dis-
trito Federal e a região do entorno. Transporte interestadual. Usurpação da competência

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privativa da união para legislar sobre transportes. [...] A teor dos arts.  21, XII, e, 22, XI,
e 178 da Constituição da República, compete privativamente à União, porque titular da
exploração do serviço – ainda que por delegação, mediante autorização, concessão ou
permissão – legislar sobre transporte interestadual de passageiros. Ao estender a apli-
cação do direito distrital ao transporte de passageiros realizado entre o Distrito Federal
e a região do Entorno, transcendendo os limites territoriais do ente federado, o  art.  2º
da Lei n. 4.112/2008 do Distrito Federal invade a competência da União para explorar
e regular o transporte interestadual de passageiros, ainda que de feição urbana. (ADI
4.338, rel. min. Rosa Weber, j. 23-8-2019, P, DJE de 9-9-2019).

Lei n. 20.805/2013 do Estado de Minas Gerais. Limitação do credenciamento de clínicas


para realização de exames de aptidão física, mental e de avaliação psicológica. [...] A
norma impugnada, ao limitar o credenciamento de clínicas médicas e psicológicas [...] a
um critério demográfico (proporção de um estabelecimento para cada quarenta mil elei-
tores), invadiu a competência da União para legislar sobre trânsito e transporte (art. 22,
XI, da CF). (ADI 5.774, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 20-9-2019, P, DJE de 3-10-2019).

Na forma da jurisprudência do Supremo, compete à União legislar sobre ‘trânsito e trans-


porte’ – artigo 22, inciso XI, da Constituição Federal –, incluída matéria relativa à dis-
ciplina e emissão de Certificado de Registro Veicular – CRV (ADI 5.916, rel. min. Marco
Aurélio, j. 15-5-2019, P, DJE de 6-6-2019).

Proibição do transporte de cargas vivas no município de Santos. Lei Complementar


Municipal n. 996/2018. Verifica-se a invasão da competência da União pelo Município
de Santos para legislar sobre transporte de animais, matéria exaustivamente discipli-
nada no âmbito federal. Sob a justificativa de criar mecanismo legislativo de proteção
aos animais, o  legislador municipal impôs restrição desproporcional. Esta despropor-
cionalidade fica evidente quando se analisa o arcabouço normativo federal que norteia a

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matéria, tendo em vista a gama de instrumentos estabelecidos para garantir, de um lado,


a qualidade dos produtos destinados ao consumo pela população e, de outro, a existên-
cia digna e a ausência de sofrimento dos animais, tanto no transporte quanto no seu
abate (ADPF 514, rel. min. Edson Fachin, j. 11-10-2018, P, DJE de 16-5-2019).

Delegação de serviço público de trânsito: fabricação de placas de veículos automoto-


res. Competência privativa da união para legislar sobre o tema. Arts. 22, 115 e 221 da
Lei n. 9.503/1997 e Resolução 510/2014 do Contran [Conselho Nacional de Trânsito]:
parâmetros nacionais a serem observados pelos órgãos e pelas entidades executivas
de trânsito. Inobservância. [...] Ação julgada parcialmente procedente para declarar a
inconstitucionalidade dos arts. 1º, V, e 2º, §§ 6º e 7º, da Lei catarinense n. 13.721/2006.
(ADI 5.332, rel. min. Carmen Lúcia, j. 30-6-2017, P, DJE de 24-8-2017).

A questão constitucional suscitada no recurso diz respeito à licitude da atuação de


motoristas privados cadastrados em plataformas de transporte compartilhado em mer-
cado até então explorado por taxistas. 3. As normas que proíbam ou restrinjam de forma
desproporcional o transporte privado individual de passageiros são inconstitucionais
porque: (i) não há regra nem princípio constitucional que prescreva a exclusividade do
modelo de táxi no mercado de transporte individual de passageiros; (ii) é contrário ao
regime de livre iniciativa e de livre concorrência a criação de reservas de mercado em
favor de atores econômicos já estabelecidos, com o propósito de afastar o impacto
gerado pela inovação no setor; (iii) a possibilidade de intervenção do Estado na ordem
econômica para preservar o mercado concorrencial e proteger o consumidor não pode
contrariar ou esvaziar a livre iniciativa, a  ponto de afetar seus elementos essenciais.
Em um regime constitucional fundado na livre iniciativa, o legislador ordinário não tem
ampla discricionariedade para suprimir espaços relevantes da iniciativa privada. [...] A
União Federal, no exercício de competência legislativa privativa para dispor sobre trân-
sito e transporte (CF/1988, art. 22, XI), estabeleceu diretrizes regulatórias para o trans-
porte privado individual por aplicativo, cujas normas não incluem o controle de entrada

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e de preço. Em razão disso, a regulamentação e a fiscalização atribuídas aos municípios


e ao Distrito Federal não podem contrariar o padrão regulatório estabelecido pelo legis-
lador federal. Recurso extraordinário desprovido, com a fixação das seguintes teses de
julgamento: “[...] no exercício de sua competência para regulamentação e fiscalização
do transporte privado individual de passageiros, os Municípios e o Distrito Federal não
podem contrariar os parâmetros fixados pelo legislador federal (CF/1988, art. 22, XI)” (RE
1.054.110, rel. min. Roberto Barroso, j. 9-5-2019, P, DJE de 6-9-2019, Tema 697).

CONSTITUCIONAL E FINANCEIRO. FEDERALISMO. REGRAS DE DISTRIBUIÇÃO DE COM-


PETÊNCIA. COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA EXPLORAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
E MINERAIS, INCLUSIVE PETRÓLEO E GÁS. LEI N. 10.850/2007 E DECRETO 11.736/2009
DO ESTADO DA BAHIA. ATOS EDITADOS PARA VIABILIZAR “FISCALIZAÇÃO, ARRECADA-
ÇÃO E CONTROLE” DAS RECEITAS DECORRENTES DA EXPLORAÇÃO DESSES RECURSOS,
COM PRESSUPOSTO NO ART. 23, XI, DA CF. LEGITIMIDADE DAS NORMAS QUE ESTABE-
LECEM OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL DE NORMAS
SOBRE AS CONDIÇÕES DE RECOLHIMENTO DESSAS COMPENSAÇÕES, INCLUSIVE AS
RELATIVAS À SUA ARRECADAÇÃO DIRETA PELO ESTADO. 1. Segundo jurisprudência
assentada nesta CORTE, as  rendas obtidas nos termos do art.  20, §  1º, da CF consti-
tuem receita patrimonial originária, cuja titularidade – que não se confunde com a dos
recursos naturais objetos de exploração – pertence a cada um dos entes federados afe-
tados pela atividade econômica.2.Embora sejam receitas originárias de Estados e Muni-
cípios, as suas condições de recolhimento e repartição são definidas por regramento da
União, que tem dupla autoridade normativa na matéria, já que cabe a ela definir as con-
dições (legislativas) gerais de exploração de potenciais de recursos hídricos e minerais
(art.  22, IV e XII, da CF), bem como as condições (contratuais) específicas da outorga
dessa atividade a particulares (art.  176, parágrafo único, da CF) Atualmente, a  legisla-
ção de regência determina seja o pagamento “efetuado, mensalmente, diretamente aos
Estados, ao  Distrito Federal, aos  Municípios e aos órgãos da Administração Direta da
União” (art. 8º da Lei n. 7.990/1989). 3. As providências enumeradas no art. 23, XI, da
CF – registro, fiscalização e acompanhamento – possibilitam o controle pelos demais
entes federativos das quotas-partes repassadas a título de compensação financeira

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pelos órgãos federais, com a possibilidade de criação de obrigações administrativas


instrumentais, a  serem observadas pelas concessionárias instaladas nos respectivos
territórios. 4. Os Estados, Distrito Federal e Municípios não possuem competência para
definir as condições de recolhimento das compensações financeiras de sua titularidade,
ou mesmo para arrecadá-las diretamente, por intermédio de seus órgãos fazendários.
5. Extrapola a competência comum do art.  23, XI, da CF a instituição de infrações e
penalidades pelo atraso no pagamento das compensações financeiras (obrigação prin-
cipal), bem como sua arrecadação diretamente pela Secretaria de Fazenda Estadual. 6.
Ação direta julgada parcialmente procedente (art.  176, parágrafo único, da CF) - (STF-
-ADI 4606 DJ em 03/05/19).

A Lei n. 16.751/2015 do Estado de Santa Catarina, ao vedar a propaganda de medica-


mentos e similares nos meios de comunicação sonoros, audiovisuais e escritos daquele
Estado, usurpou a competência privativa da União para legislar sobre propaganda comer-
cial (art. 22, inciso XXIX, da Constituição), especificamente em tema de medicamentos
(art.  220, §  4º, da CF/88), além de ter contrariado o regramento federal sobre a maté-
ria, que permite que medicamentos anódinos e de venda livre sejam anunciados nos
órgãos de comunicação social, 1com a condição de conterem advertências quanto ao
seu abuso, conforme indicado pela autoridade classificatória’ (Lei Federal 9.294/1996,
art. 12)- (STF-ADI 5424-DJ em 3/12/18).
Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Governador do Estado de São Paulo. 3. Lei Esta-
dual n. 10.307, de 06 de maio de 1999. Fixação de distância mínima para a instalação
de novas farmácias e drogarias. 4. Inconstitucionalidade formal. Norma de interesse
local editada pelo Estado-membro. 5. Inconstitucionalidade material. Descumprimento
do princípio constitucional da livre concorrência. Precedentes. 6. Ação direta procedente
(STF-ADI 2327/SP, DJ em 22/08/03).

Postos de gasolina. Atividade de alto risco que justifica o prudente distanciamento, na


mesma área geográfica, de estabelecimentos congêneres. Inexistência de inconstitucio-
nalidade do art. 3º, letra b, da Lei n. 2.390, de 16.12.74, do Município de Belo Horizonte
(MG). Reconhecido, mas improvido (RE 204.187MG, Rel. Min. Ellen Gracie).

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ADMINISTRATIVO. MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE. PEDIDO DE LICENÇA DE INSTA-


LAÇÃO DE POSTO DE REVENDA DE COMBUSTÍVEIS. SUPERVENIÊNCIA DE LEI (LEI N.
6.978/95, ART. 4º, § 1º) EXIGINDO DISTÂNCIA MÍNIMA DE DUZENTOS METROS DE ESTA-
BELECIMENTOS COMO ESCOLAS, IGREJAS E SUPERMERCADOS. ALEGADA OFENSA
AOS ARTS. 1º, IV; 5º, XIII E XXXVI; 170, IV E V; 173, § 4º, E 182 DA CONSTITUIÇÃO FEDE-
RAL. Incisos XXII e XXIII do artigo 5º não prequestionados. Requerimento de licença que
gerou mera expectativa de direito, insuscetível -- segundo a orientação assentada na
jurisprudência do STF --, de impedir a incidência das novas exigências instituídas por
lei superveniente, inspiradas não no propósito de estabelecer reserva de mercado, como
sustentado, mas na necessidade de ordenação física e social da ocupação do solo no
perímetro urbano e de controle de seu uso em atividade geradora de risco, atribuição
que se insere na legítima competência constitucional da Municipalidade. Recurso não
conhecido (RE 235.736/MG, Rel. Min. Ilmar Galvão).

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COMPETÊNCIA DE MUNICÍPIO


PARA LEGISLAR SOBRE ATIVIDADE BANCÁRIA. INTERESSE LOCAL. POSSIBILIDADE. 1.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE 610.221, da relatoria da minis-
tra Ellen Gracie, reconheceu a repercussão geral da controvérsia sobre a competência
dos Municípios para legislar sobre o tempo máximo de espera de clientes em filas de
instituições bancárias. Na oportunidade, esta nossa Casa de Justiça reafirmou a juris-
prudência, no sentido de que os Municípios possuem competência para legislar sobre
assuntos de interesse local, tais como medidas que propiciem segurança, conforto e
rapidez aos usuários de serviços bancários. 2. Agravo regimental desprovido. (STF-RE
25417/RS AgR, DJ em 17/05/11)

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COMERCIALIZAÇÃO DE ÁGUA


MINERAL. LEI MUNICIPAL. PROTEÇÃO E DEFESA DA SAÚDE. COMPETÊNCIA CONCOR-
RENTE. INTERESSE LOCAL. EXISTÊNCIA DE LEI DE ÂMBITO NACIONAL SOBRE O MESMO
TEMA. CONTRARIEDADE. INCONSTITUCIONALIDADE. 1. A Lei Municipal n. 8.640/2000,
ao proibir a circulação de água mineral com teor de flúor acima de 0, 9 mg/l, pretendeu

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disciplinar sobre a proteção e defesa da saúde pública, competência legislativa concor-


rente, nos termos do disposto no art. 24, XII, da Constituição do Brasil. 2. É inconstitucio-
nal lei municipal que, na competência legislativa concorrente, utilize-se do argumento
do interesse local para restringir ou ampliar as determinações contidas em texto norma-
tivo de âmbito nacional. Agravo regimental a que se nega provimento (STF-RE 596489/
RS AgR, DJ em 19/11/09).

Súmula Vinculante 38: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento


de estabelecimento comercial.

Competência do município para legislar em matéria de segurança em estabelecimentos


financeiros. Terminais de autoatendimento (STF-ARE784.981AGr-DJ em 17/03/15).

Não vislumbro, no texto da Carta Política, a existência de obstáculo constitucional que


possa inibir o exercício, pelo Município, da típica atribuição institucional que lhe per-
tence, fundada em título jurídico específico (CF, art.  30, I), para legislar, por autoridade
própria, sobre a extensão da gratuidade do transporte público coletivo urbano às pes-
soas compreendidas na faixa etária entre sessenta e sessenta e cinco anos. Na reali-
dade, o Município, ao assim legislar, apoia-se em competência material – que lhe reser-
vou a própria CR – cuja prática autoriza essa mesma pessoa política a dispor, em sede
legal, sobre tema que reflete assunto de interesse eminentemente local. Cabe assinalar,
neste ponto, que a autonomia municipal se erige à condição de princípio estruturante da
organização institucional do Estado brasileiro, qualificando-se como prerrogativa polí-
tica, que, outorgada ao Município pela própria CR, somente por esta pode ser valida-
mente limitada (STF-RE 702848-DJ em 15/05/13).

Súmula Vinculante 49: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede
a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

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A titularidade dos serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de pas-


sageiros, nos termos do art. 21, XII, e, da CF, é da União. É possível a desestatização de
serviços públicos já explorados por particulares, de responsabilidade da União, con-
forme disposto no art.  2º, §  1º, b, parte final, da Lei n. 9.491/1997 (STF-MS 27156-DJ
em 05/12/08).

Lei n. 12.775/2003 do Estado de Santa Catarina. Competência legislativa. Sistema finan-


ceiro nacional. Banco. Agência bancária. Adoção de equipamento que, embora indicado
pelo Banco Central, ateste autenticidade das cédulas de dinheiro nas transações ban-
cárias. Previsão de obrigatoriedade. Inadmissibilidade. Regras de fiscalização de ope-
rações financeiras e de autenticidade do ativo circulante. Competências exclusivas da
União. Ofensa aos arts. 21, VIII, e 192 da CF (STF-ADI 3515-DJ em 29/09/11).

A Lei distrital n. 919/1995 tratou de operação de crédito de instituição financeira pública,


matéria de competência privativa da União, nos termos dos arts.  21, VIII, e  22, VII, da
Constituição. A  relevância das atividades desempenhadas pelas instituições financei-
ras, sejam públicas ou privadas, demanda a existência de uma coordenação centrali-
zada das políticas de crédito e de regulação das operações de financiamento, impedindo
os Estados de legislarem livremente acerca das modalidades de crédito praticadas pelos
seus bancos públicos (ADI 1.357, rel. min. Roberto Barroso, j. 25-11-2015, P, DJE de
1º-2-2016).

Súmula vinculante 2: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que


disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

É inconstitucional norma estadual ou distrital que regulamente o funcionamento de


loterias, por ser matéria de competência privativa da União (STF-ADI 3630, DJ em
30/06/2017) (Informativo 920-STF).

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Lei estadual pode impor que as agências bancárias instalem divisórias individuais nos
caixas de atendimento. Trata-se de matéria relativa à relação de consumo, o que garante
ao Estado competência concorrente para legislar sobre o tema (art. 24, V, da CF/88) (STF.
Plenário-ADI /SP, julgado em 10/04/2018)
É inconstitucional lei estadual que disponha sobre a segurança de estacionamentos e o
regime de contratação dos funcionários.

É inconstitucional lei estadual que exija que os supermercados do Estado ofereçam


empacotadores para os produtos adquiridos.

Inconstitucionalidade de lei estadual que estabeleça exigências nos rótulos dos produ-
tos em desconformidade com a legislação federal (Informativo 871 do STF).

Lei estadual pode conceder meia-entrada em eventos culturais e desportivos para


menores de 21 anos (Informativo 897-STF).

Lei estadual que fixa piso salarial profissional violando os requisitos da LC Federal n.
103/2000 é considerada inconstitucional por ofensa ao art.  22, I e parágrafo único da
CF/88 (informativo 919-STF).

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DIREITO ECONÔMICO
Introdução ao Direito Econômico. Ordem Econômica
Natalia Braga

QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS/2019)
Determinado município editou lei proibindo a utilização de automóveis particulares cadastra-
dos em aplicativos para o transporte individual remunerado de pessoas. Nessa situação hipo-
tética, a referida lei é
a) inconstitucional, pois viola os princípios da livre iniciativa e da livre concorrência, não sen-
do permitido ao município impor qualquer restrição à atividade.
b) inconstitucional, visto que viola os princípios da livre iniciativa e da livre concorrência, sen-
do permitido ao município regulamentar e fiscalizar o serviço, desde que não contrarie lei
federal.
c) constitucional, uma vez que compete privativamente ao município legislar sobre trânsito e
transporte e regular o uso das vias públicas
d) constitucional, porque a proibição de atividades que importam em risco para os usuários
atende ao princípio da proporcionalidade.
e) constitucional, pois o transporte individual remunerado de passageiros é serviço público
dependente de permissão ou autorização.

Questão 2 (MPE-PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019/ADAPTADA) Assinale a alternativa in-


correta:
a) Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabele-
cimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
b) Viola o princípio da livre iniciativa contrato pactuado entre ente federativo e instituição fi-
nanceira, que assegura exclusividade de concessão de empréstimo consignado em folha de
pagamento aos servidores da pessoa jurídica.
c) É inconstitucional a lei que inclui a CDA no rol de títulos sujeitos a protesto, pois a publici-
dade que é conferida ao débito tributário pelo protesto representa embaraço à livre iniciativa
e à liberdade profissional, comprometendo diretamente a organização e a condução das ati-
vidades societárias.

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Questão 3 (TJ-RS/JUIZ DE DIREITO/2018) A Súmula Vinculante no 49 afirma que a lei mu-


nicipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em deter-
minada área é:
a) inconstitucional, porque compete privativamente à União legislar sobre atividades finan-
ceiras, econômicas e comerciais.
b) inconstitucional, porque viola o princípio da livre concorrência, previsto como princípio ex-
presso da ordem econômica na Constituição Federal de 1988.
c) inconstitucional, porque um dos princípios da ordem econômica na Constituição Federal de
1988 é a redução das desigualdades regionais e sociais.
d) constitucional, porque os Municípios são competentes para legislar sobre assuntos de in-
teresse local conforme prevê o texto da Carta da República.
e) constitucional, porque no âmbito da ordem econômica da Constituição Federal de 1988,
a intervenção do Estado deve coibir o abuso do poder econômico.

Questão 4 (CRA-PR/ADVOGADO/2019) Conforme a CF e a jurisprudência do STF, julgue os


itens a seguir acerca dos princípios gerais da atividade econômica.
É constitucional, e  não atenta contra o livre exercício de atividade econômica ou profissio-
nal, a lei municipal que, no exercício de competência dada pela Carta, limita, no plano diretor,
a instalação de estabelecimentos comerciais, de um mesmo ramo, em determinada área.

Questão 5 (VUNESP/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO/PROCURADOR/2019/ADAP-


TADA) É constitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre siste-
mas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

Questão 6 (FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019/ADAPTADA)


Assinale a assertiva verdadeira:
a) Ofende o direito à livre concorrência a lei municipal que possibilita à Administração Pública
impedir a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
b) Os estabelecimentos comerciais, por força da diretriz da livre iniciativa, não podem sofrer
restrições de direitos pela Administração Pública municipal, excetuando-se nas matérias tri-
butárias e na temática de vigilância sanitária.

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c) O horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e as restrições ao seu fun-


cionamento não representam assunto de interesse local e, portanto, podem sofrer interferên-
cias pelo Prefeito apenas nas situações estritas autorizadas pela legislação estadual, confor-
me o direito à livre iniciativa.

Questão 7 (FGV/MPE-RJ/2019) A Lei n. XX/2018, do Estado Alfa, dispôs sobre a gratuidade


nos serviços portuários, nas condições que indicava, no porto existente no Rio Alfa, que atra-
vessava o território do Estado. No dia da promulgação desse diploma normativo, a sociedade
empresária responsável pela exploração do porto solicitou que sua assessoria jurídica anali-
sasse a compatibilidade do referido diploma normativo com a ordem constitucional.
A assessoria respondeu, corretamente, que a Lei n. XX/2018 é:
a) inconstitucional, pois o serviço é explorado pela União, o que impede o Estado de conceder
a isenção;
b) inconstitucional, apenas pelo fato de a lei estadual não ter indicado a fonte de custeio da
gratuidade concedida;
c) constitucional, pois o porto está situado no território do Estado, o que atrai a sua compe-
tência para conceder a isenção;
d) constitucional, pois a União e o Estado possuem competência concorrente para legislar
sobre o regime dos portos, incluindo a concessão de isenções;
e) inconstitucional, pois a necessidade de ser preservado o equilíbrio econômico-financeiro
impede a concessão de gratuidades em qualquer serviço público.

Questão 8 (FUNDEP/DPE-MG/DEFENSOR PÚBLICO/2019/ADAPTADA) São inconstitucio-


nais as leis que obrigam os supermercados ou similares à prestação de serviços de acondi-
cionamento ou embalagem das compras, por violação ao princípio da livre iniciativa.

Questão 9 (VUNESP /CÂMARA DE PIRACICABA-SP/ADVOGADO/2019/ADAPTADA) Assi-


nale a alternativa cujo conteúdo está de acordo com o disposto nas súmulas vinculantes do
Supremo Tribunal Federal.
I – Não viola a Constituição Federal a lei ou o ato normativo estadual ou distrital que dis-
ponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
II – Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de esta-
belecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

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Questão 10 (INÉDITA/2020) Para o liberalismo clássico, apesar de a economia ser autorre-


gulável, a intervenção estatal seria necessária em razão da existência de falhas de mercado.

Questão 11 (INÉDITA/2020) A teoria cepalina da substituição das importações representa


um exemplo de defesa da intervenção do Estado na economia de natureza meramente regu-
latória.

Questão 12 (INÉDITA/2020) A criação do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial


representaram tentativas de aplicar o liberalismo econômico no plano internacional, com base
nas premissas da busca do interesse individual e da autorregulação da economia mundial.

Questão 13 (CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/ 2011/ADAPTADA) No que se refere a


liberalismo e intervencionismo, assinale a opção correta.
a) O intervencionismo valoriza o indivíduo como agente econômico e ente responsável pela
condução das regras de mercado.
b) Com o liberalismo, buscou-se atingir a justiça social por meio da imposição de regras es-
tatais na condução da atividade econômica, sem se considerar o lucro.
c) O objetivo do liberalismo foi o de livrar o indivíduo da usurpação e dos abusos do poder
estatal na condução da atividade econômica.

Questão 14 (CESPE/TRF-1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2009/ADAPTADA) A respeito dos siste-


mas econômicos e da intervenção do Estado no domínio econômico, julgue:
O estado de bem-estar social é aquele que provê diversos direitos sociais aos cidadãos, de
modo a mitigar os efeitos naturalmente excludentes da economia capitalista.

Questão 15 (CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) Acerca do direito


econômico, julgue:
O Estado intervencionista socialista atua com o fito de garantir o exercício racional das liber-
dades individuais, e  sua política intervencionista não visa ferir os postulados liberais, mas,
apenas, coibir o exercício abusivo e pernicioso do liberalismo.

Questão 16 (CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) No que se refere à


ordem jurídico-econômica, julgue:

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A mudança dos paradigmas liberais na atividade econômica, com a inclusão da obrigatória


observância de princípios como o da dignidade da pessoa humana, deveu-se à atuação do
próprio Estado, que passou a intervir no mercado em busca do bem coletivo.

Questão 17 (CESPE/TRF-2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) A respeito de institu-


tos de direito econômico, julgue:
I – No plano econômico, a  concepção de Estado liberal é fruto direto das doutrinas de
Adam Smith, para quem a harmonia social seria alcançada por meio da liberdade de
mercado, aliando-se a persecução do interesse privado dos agentes econômicos a
ambiente concorrencialmente equilibrado.
II – O conceito de Estado intervencionista econômico surgiu como reação contrária aos
postulados do Estado liberal, com o fito de garantir o exercício racional das liberdades
individuais, afastando a doutrina liberalista por completo no âmbito econômico para
materializar os princípios da defesa do mercado e da concorrência.

Questão 18 (CESPE/PJC-MT/DELEGADO/2018) De acordo com o entendimento dos tribu-


nais superiores, lei municipal que impedir a instalação de mais de um estabelecimento co-
mercial do mesmo ramo em determinada área do município será considerada
a) inconstitucional, por ofender o princípio da livre concorrência.
b) inconstitucional, por ofender o princípio da busca do pleno emprego.
c) constitucional, por versar sobre assunto de interesse exclusivamente local.
d) constitucional, por não ofender o princípio da defesa do consumidor.
e) inconstitucional, por ofender o princípio da propriedade privada.

Questão 19 (CESPE/PGE-MT/PROCURADOR/2016/ADAPTADA) Ao atuar como agente nor-


mativo e regulador da atividade econômica, o Estado dispõe de variados meios de interven-
ção, com vistas a propiciar o desenvolvimento nacional equilibrado. NÃO é considerada uma
intervenção válida
a) o estabelecimento, por lei federal, de monopólio do serviço postal.
b) a criação, por lei federal, de passe livre em favor de deficientes físicos, no transporte inte-
restadual.

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c) a limitação, por lei municipal, de número de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo


em determinada área.
d) a fixação, por lei municipal, de horário para funcionamento de estabelecimentos comer-
ciais.

Questão 20 (CESPE/TCE-PB/PROCURADOR/2014/ADAPTADA) A respeito do conceito de di-


reito econômico e da evolução histórica desse direito, assinale a opção correta.
a) O direito econômico surgiu como disciplina autônoma após a Segunda Guerra Mundial,
diante da necessidade do Estado de se dedicar a dirigir a economia.
b) A CF não elenca o direito econômico como disciplina autônoma.
c) O direito econômico tem por objeto as relações entre os agentes produtivos e o Estado, não
se preocupando com o estudo da política econômica.
d) O direito econômico confunde-se com o direito penal econômico, operando primordialmen-
te com sanções e penalidades pelo descumprimento de suas normas.

Questão 21 (CESPE/BANCO DA AMAZÔNIA/2012) Julgue os itens que se seguem, referentes


a evolução histórica do direito econômico, conceitos e objeto do direito econômico e sujeitos
econômicos.
O direito econômico surgiu com o objetivo de orientar e coordenar, por meio de normas, as re-
lações econômicas de forma que, a partir de então, não mais se admite que a ordem natural
da economia dirija os fenômenos econômicos.

Questão 22 (CESPE/ANP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) Pode-se conceituar o direi-


to econômico como a disciplina normativa da ação estatal sobre as estruturas do sistema
econômico, seja ele centralizado ou descentralizado.

Questão 23 (CESPE/BACEN/PROCURADOR/2009/ADAPTADA) No que se refere à repartição


de competência entre os entes da Federação brasileira, julgue:
I – Os estados-membros não possuem competência para explorar nem regulamentar a
prestação de serviços de transporte intermunicipal, por se tratar de matéria de interes-
se local.
II – Segundo o STF, é  constitucional, e  não se confunde com a atividade-fim das institui-
ções bancárias, lei municipal que disponha sobre atendimento ao público e tempo de
espera nas filas de atendimento das referidas instituições.

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Questão 24 (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2012) A respeito do processo legislativo e


da competência legislativa da União e dos estados, julgue o próximo item.
Serão constitucionais leis estaduais que disponham sobre direito tributário, financeiro, peni-
tenciário, econômico e urbanístico, matérias que se inserem no âmbito da competência con-
corrente da União, dos estados e do DF.

Questão 25 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2012/ADAPTADA) Sobre


a repartição constitucional de competências entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, é incorreto afirmar que:
a) no âmbito da competência material comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, leis complementares fixarão normas para a cooperação entre os diversos
entes da federação, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e o bem-estar em âmbito
nacional, sem prejuízo da eventual disciplina, por meio de lei, dos consórcios públicos e dos
convênios de cooperação entre os mesmos entes federados.
b) no âmbito da competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal para
legislar, que inclui o direito tributário, o  direito financeiro, a  matéria orçamentária e os pro-
cedimentos em matéria processual, inexistindo lei federal sobre normas gerais, os  Estados
exercerão a competência legislativa plena para dispor sobre situações urgentes e transitórias
de suas peculiaridades administrativas.

Questão 26 (CESPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL) As políticas de incentivo fiscal, que im-


portam a aplicação do valor de um tributo devido em uma atividade econômica qualquer, têm
natureza de política econômica destinada ao desenvolvimento de determinado setor.

Questão 27 (CESPE/TRF-1ª REGIÃO/JUIZ/ADAPTADA) O capitalismo assenta-se no indivi-


dualismo do liberalismo econômico, tendo como característica o direito de propriedade limi-
tado e mitigado pela vontade estatal.

Questão 28 (CSPE/TRF-5ª REGIÃO/ADAPTADA) Sistema econômico é a forma por meio da


qual o Estado estrutura sua política e organiza suas relações sociais de produção, isto é, a for-
ma adotada pelo Estado no que se refere à distribuição do produto do trabalho e à propriedade dos

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fatores de produção. Atualmente, existem apenas dois sistemas econômicos bem distintos e
delineados no mundo: o capitalismo e o socialismo.

Questão 29 (CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/ADAPTADA) No que se refere à ordem


jurídico-econômica, assinale a opção correta.
I – O modelo político adotado pelo Estado brasileiro, conforme previsto na CF, é imposto
pela ordem econômica vigente no mercado.
II – As normas econômicas dispostas na CF são de natureza essencialmente estatutária,
e não, diretiva.

Questão 30 (CESPE/TC-DF/PROCURADOR/2013) Sob o aspecto doutrinário, o Estado pode


ser considerado um dos sujeitos econômicos, pois também desenvolve atividade econômica.

Questão 31 (CESPE/TRF-2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/ADAPTADA) Verifica-se, na CF, a opção


por sistema econômico voltado primordialmente para a livre-iniciativa, o  que legitima a as-
sertiva de que o Estado só deve intervir na economia em situações excepcionais, quando ne-
cessário aos imperativos da segurança nacional ou de relevante interesse coletivo.

Questão 32 (FCC/INFRAERO/2011/ADAPTADA) A Macroeconomia estuda o comportamento


do sistema econômico por um reduzido número de fatores, como a produção ou produto total
de uma economia, o nível de emprego e poupança, o investimento, o consumo, o nível geral
dos preços. Seus principais objetivos estão no rápido crescimento do produto e do consumo,
no aumento da oferta de empregos, na inflação reduzida e no comércio internacional vanta-
joso.

Questão 33 (ESAF/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/ADAPTADA) Em relação à inter-


venção do Estado no domínio econômico, bem como ao disposto no texto constitucional,
marque a opção correta.
a) A economia capitalista pode ter seus efeitos mitigados pelo estado de bem-estar social,
situação em que se faz necessária a intervenção estatal.
b) Por meio da atividade de intervenção fiscalizatória o Estado visa a regular previamente a
atividade econômica, normatizando-a.

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c) O Estado não pode ser considerado um dos sujeitos econômicos, ainda que desenvolva
atividade econômica, ante função social que desempenha.

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GABARITO
1. b 28. E
2. c 29. E, E
3. b 30. C
4. E 31. E
5. E 32. C
6. a 33. a
7. a
8. C
9. E, C
10. E
11. E
12. E
13. c
14. C
15. E
16. C
17. C
18. a
19. c
20. Anulada
21. C
22. C
23. E, C
24. C
25. a
26. C
27. E

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS/2019)
Determinado município editou lei proibindo a utilização de automóveis particulares cadastra-
dos em aplicativos para o transporte individual remunerado de pessoas. Nessa situação hipo-
tética, a referida lei é
a) inconstitucional, pois viola os princípios da livre iniciativa e da livre concorrência, não sendo
permitido ao município impor qualquer restrição à atividade.
b) inconstitucional, visto que viola os princípios da livre iniciativa e da livre concorrência, sendo
permitido ao município regulamentar e fiscalizar o serviço, desde que não contrarie lei federal.
c) constitucional, uma vez que compete privativamente ao município legislar sobre trânsito e
transporte e regular o uso das vias públicas
d) constitucional, porque a proibição de atividades que importam em risco para os usuários
atende ao princípio da proporcionalidade.
e) constitucional, pois o transporte individual remunerado de passageiros é serviço público
dependente de permissão ou autorização.

Letra b.
Conforme vimos na aula de hoje, o gabarito correto é a letra B.
O fundamento está em recente julgado do STF (RE 1054110/SP, DJ em 9/05/2019 -repercus-
são geral).

Questão 2 (MPE-PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019/ADAPTADA) Assinale a alternativa


incorreta:
a) Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabele-
cimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
b) Viola o princípio da livre iniciativa contrato pactuado entre ente federativo e instituição fi-
nanceira, que assegura exclusividade de concessão de empréstimo consignado em folha de
pagamento aos servidores da pessoa jurídica.

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c) É inconstitucional a lei que inclui a CDA no rol de títulos sujeitos a protesto, pois a publicida-
de que é conferida ao débito tributário pelo protesto representa embaraço à livre iniciativa e à
liberdade profissional, comprometendo diretamente a organização e a condução das ativida-
des societárias.

Letra c.
Em novembro de 2016, o protesto de certidões de dívida ativa foi julgado constitucional pelo
STF. Na oportunidade, a Corte entendeu pela constitucionalidade do artigo e ressaltou que o
protesto das certidões de Dívida Ativa constitui mecanismo constitucional e legítimo por não
restringir de forma desproporcional quaisquer direitos fundamentais garantidos aos contri-
buintes e, assim, não constituir sanção política.
Na mesma linha, o  STJ entendeu que a Fazenda Pública possui interesse e pode efetivar o
protesto da Certidão de Dívida Ativa na forma do artigo 1, I, da Lei n. 9.492/1997, com a reda-
ção da Lei n. 12.767/2012. Essa foi a tese repetitiva fixada pela 1ª Seção do Superior Tribunal
de Justiça, em 28/11/18.
a) Certa. Nos termos da Súmula Vinculante 49: ofende o princípio da livre concorrência lei
municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em de-
terminada área.
b) Certa. Conforme julgado do STF sobre o tema,

Exclusividade de concessão de empréstimo consignado pactuado entre determinada ins-


tituição financeira e o ente federado. [...] os contratos de exclusividade pactuados entre
instituição financeira e ente federado violam os princípios da livre concorrência e da livre
escolha do consumidor (STF-rel. min. Dias Toffoli, j. 8-6-2018, 2ª T, DJE de 26-6-201).

Questão 3 (TJ-RS/JUIZ DE DIREITO/2018) A Súmula Vinculante no 49 afirma que a lei mu-


nicipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em deter-
minada área é:
a) inconstitucional, porque compete privativamente à União legislar sobre atividades finan-
ceiras, econômicas e comerciais.

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b) inconstitucional, porque viola o princípio da livre concorrência, previsto como princípio ex-
presso da ordem econômica na Constituição Federal de 1988.
c) inconstitucional, porque um dos princípios da ordem econômica na Constituição Federal de
1988 é a redução das desigualdades regionais e sociais.
d) constitucional, porque os Municípios são competentes para legislar sobre assuntos de in-
teresse local conforme prevê o texto da Carta da República.
e) constitucional, porque no âmbito da ordem econômica da Constituição Federal de 1988,
a intervenção do Estado deve coibir o abuso do poder econômico.

Letra b.
Como vimos, a súmula vinculante 49 dispõe que ofende o princípio da livre concorrência lei
municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em de-
terminada área.

Questão 4 (CRA-PR/ADVOGADO/2019) Conforme a CF e a jurisprudência do STF, julgue os


itens a seguir acerca dos princípios gerais da atividade econômica.
É constitucional, e  não atenta contra o livre exercício de atividade econômica ou profissio-
nal, a lei municipal que, no exercício de competência dada pela Carta, limita, no plano diretor,
a instalação de estabelecimentos comerciais, de um mesmo ramo, em determinada área.

Errado.
Pois contraria a Súmula Vinculante 49.

Questão 5 (VUNESP/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO/PROCURADOR/2019/ADAP-


TADA) É constitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre siste-
mas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

Errado.
Nos termos da Súmula Vinculante 2, é inconstitucional a lei ou ato normativo Estadual ou Dis-
trital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

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Assinale a assertiva verdadeira:
a) Ofende o direito à livre concorrência a lei municipal que possibilita à Administração Pública
impedir a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
b) Os estabelecimentos comerciais, por força da diretriz da livre iniciativa, não podem sofrer
restrições de direitos pela Administração Pública municipal, excetuando-se nas matérias tri-
butárias e na temática de vigilância sanitária.
c) O horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e as restrições ao seu fun-
cionamento não representam assunto de interesse local e, portanto, podem sofrer interferên-
cias pelo Prefeito apenas nas situações estritas autorizadas pela legislação estadual, confor-
me o direito à livre iniciativa.

Letra a.
De acordo com a Súmula Vinculante 49.
b) Errada. Pois as súmulas citadas acima demonstram que pode haver outras restrições.
c) Errada. Já que não há necessidade de autorização conforme súmulas acima.

Questão 7 (FGV/MPE-RJ/2019) A Lei n. XX/2018, do Estado Alfa, dispôs sobre a gratuidade


nos serviços portuários, nas condições que indicava, no porto existente no Rio Alfa, que atra-
vessava o território do Estado. No dia da promulgação desse diploma normativo, a sociedade
empresária responsável pela exploração do porto solicitou que sua assessoria jurídica anali-
sasse a compatibilidade do referido diploma normativo com a ordem constitucional.
A assessoria respondeu, corretamente, que a Lei n. XX/2018 é:
a) inconstitucional, pois o serviço é explorado pela União, o que impede o Estado de conceder
a isenção;
b) inconstitucional, apenas pelo fato de a lei estadual não ter indicado a fonte de custeio da
gratuidade concedida;
c) constitucional, pois o porto está situado no território do Estado, o que atrai a sua compe-
tência para conceder a isenção;

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d) constitucional, pois a União e o Estado possuem competência concorrente para legislar


sobre o regime dos portos, incluindo a concessão de isenções;
e) inconstitucional, pois a necessidade de ser preservado o equilíbrio econômico-financeiro
impede a concessão de gratuidades em qualquer serviço público.

Letra a.
Nos termos do art. 22, X da CF, trata-se de competência legislativa privativa da União. Além
disso, o art. 21, XII dispõe que a exploração é de competência material exclusiva da União.

Questão 8 (FUNDEP/DPE-MG/DEFENSOR PÚBLICO/2019/ADAPTADA) São inconstitucio-


nais as leis que obrigam os supermercados ou similares à prestação de serviços de acondi-
cionamento ou embalagem das compras, por violação ao princípio da livre iniciativa.

Certo.
A tese foi fixada pelo STF (tema 525 Repercussão geral).

Questão 9 (VUNESP/CÂMARA DE PIRACICABA-SP/ADVOGADO/2019/ADAPTADA)Assina-


le a alternativa cujo conteúdo está de acordo com o disposto nas súmulas vinculantes do
Supremo Tribunal Federal.
I – Não viola a Constituição Federal a lei ou o ato normativo estadual ou distrital que dis-
ponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
II – Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de esta-
belecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

Errado; Certo.
I – De acordo com a Súmula Vinculante 2.
II – Conforme Súmula vinculante 49.

Questão 10 (INÉDITA/2020) Para o liberalismo clássico, apesar de a economia ser autorre-


gulável, a intervenção estatal seria necessária em razão da existência de falhas de mercado.

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Errada.
Para os liberais clássicos, a economia seria autorregulável justamente por inexistirem falhas
de mercado. Em outras palavras, os liberais clássicos (Adam Smith entre outros) defendem
que a busca de interesses individuais jamais trará prejuízos, do ponto de vista econômico, para
a sociedade como um todo.

Questão 11 (INÉDITA/2020) A teoria cepalina da substituição das importações representa


um exemplo de defesa da intervenção do Estado na economia de natureza meramente regu-
latória.

Errado.
A substituição de importações defendida pela CEPAL implicava uma intervenção direta por
parte do Estado na economia. Exemplo no Brasil foi a criação da Companhia Siderúrgica Na-
cional durante o Estado Novo, assim como diversos outros investimentos estatais ocorridos à
época (criação da Vale do Rio Doce etc.).

Questão 12 (INÉDITA/2020) A criação do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial


representaram tentativas de aplicar o liberalismo econômico no plano internacional, com base
nas premissas da busca do interesse individual e da autorregulação da economia mundial.

Errado.
Tais instituições foram criadas justamente a partir do reconhecimento das insuficiências das
referidas premissas. Se o mercado é falho no plano interno, com muito mais razão o seria no
plano internacional, em razão da maior complexidade e variáveis envolvidas. O candidato pode
ser induzido a marcar certo, haja vista que muitas das recomendações propostas pelo FMI
para países em desenvolvimento, especialmente ao longo dos anos 1980 e 1990, possuíam
forte viés liberalizante. Há, contudo, uma nuance a ser observada: é possível se defender medi-
das liberalizantes sem se aceitar por completo as premissas do liberalismo clássico.

Questão 13 (CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) No que se refere a li-


beralismo e intervencionismo, assinale a opção correta.

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a) O intervencionismo valoriza o indivíduo como agente econômico e ente responsável pela


condução das regras de mercado.
b) Com o liberalismo, buscou-se atingir a justiça social por meio da imposição de regras es-
tatais na condução da atividade econômica, sem se considerar o lucro.
c) O objetivo do liberalismo foi o de livrar o indivíduo da usurpação e dos abusos do poder
estatal na condução da atividade econômica.

Letra c.
O liberalismo clássico (ou liberalismo econômico) somente admitia a intervenção do Estado
na economia de forma bastante reduzida (alguns autores inclusive classificam o liberalismo
econômico como não intervencionista), pois partia do pressuposto de que quanto maior fos-
se o nível de liberdade garantido aos agentes privados no desempenho de suas atividades
econômico-comerciais (leia-se livre iniciativa), maior seria o crescimento da economia de
um país.
a) Errada. Na verdade, o intervencionismo gera exatamente o efeito oposto, uma vez que afas-
ta a atuação dos sujeitos particulares no mercado.
b) Errada. Foi o intervencionismo que buscou atingir a justiça social, principalmente a partir
da Constituição de Weimar e do México em 1917.
Lembre-se que a crítica mais dura – e mais radical – ao liberalismo econômico ocorreu nos pa-
íses socialistas, sob inspiração do pensamento de Karl Marx entre outros. Tais países desen-
volveram um modelo planificado de economia com forte intervenção estatal e pouco espaço
para a autonomia individual e à iniciativa privada. Tal modelo, naturalmente, não se sustentou
com o passar do tempo.

Questão 14 (CESPE/TRF-1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2009/ADAPTADA) A respeito dos siste-


mas econômicos e da intervenção do Estado no domínio econômico, julgue:
O estado de bem-estar social é aquele que provê diversos direitos sociais aos cidadãos, de
modo a mitigar os efeitos naturalmente excludentes da economia capitalista.

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Certo.
Lembre-se que o Welfare State se desenvolveu no pós-guerra, na Europa, associando a promo-
ção de política social ao desenvolvimento econômico de um país, com o intuito justamente
reduzir os efeitos excludentes da economia capitalista.

Questão 15 (CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) Acerca do direito


econômico, julgue:
O Estado intervencionista socialista atua com o fito de garantir o exercício racional das liber-
dades individuais, e  sua política intervencionista não visa ferir os postulados liberais, mas,
apenas, coibir o exercício abusivo e pernicioso do liberalismo.

Errado.
O Estado intervencionista socialista desenvolve um modelo planificado de economia com forte
intervenção estatal e pouco espaço para a autonomia individual e a iniciativa privada.

Questão 16 (CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) No que se refere à


ordem jurídico-econômica, julgue:
A mudança dos paradigmas liberais na atividade econômica, com a inclusão da obrigatória
observância de princípios como o da dignidade da pessoa humana, deveu-se à atuação do
próprio Estado, que passou a intervir no mercado em busca do bem coletivo.

Certo.
Como vimos, o modelo liberal fundamentou o funcionamento da economia até o final do sé-
culo XIX, quando as deficiências do liberalismo clássico se tornaram mais evidentes, levando
os Estados a procurarem desenvolver regulações sistemáticas para as atividades econômi-
cas. Duas lições podem ser extraídas dos casos das economias europeia e norte-americana
no período do final do século XIX para o começo do século XX: (i) o mercado não é capaz de
regular a si mesmo; (ii) alguma intervenção do estado na economia (ainda que regulatória)
faz-se necessária.

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Teremos, a partir de então, as primeiras tentativas sistemáticas de intervenção do Estado na


economia. Na Europa do pós-guerra, desenvolveu-se o Estado de bem-estar social (Welfare
State) que associou a promoção de política social ao desenvolvimento econômico de um país.
Assim, o Estado passou a intervir no mercado em busca do bem coletivo. Importante notar
que, com essas novas concepções acerca da relação entre estado e atividade econômica vie-
ram novas regulações jurídicas, que não somente reconheciam a insuficiência do direito priva-
do para regulamentar fenômenos como o desemprego e as crises econômicas, como também
implicavam a revisão de “dogmas” do liberalismo, isto é, a concepção absoluta do direito de
propriedade, sendo incorporada a este instituto a noção de função social. Os direitos dos tra-
balhadores também passaram a ter tratamento específico, merecendo destaque as Constitui-
ções mexicana (1917) e de Weimar (1919), nas quais se percebe um forte teor social.

Questão 17 (CESPE/TRF-2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) A respeito de institu-


tos de direito econômico, julgue:
I – No plano econômico, a  concepção de Estado liberal é fruto direto das doutrinas de
Adam Smith, para quem a harmonia social seria alcançada por meio da liberdade de
mercado, aliando-se a persecução do interesse privado dos agentes econômicos a
ambiente concorrencialmente equilibrado.
II – O conceito de Estado intervencionista econômico surgiu como reação contrária aos
postulados do Estado liberal, com o fito de garantir o exercício racional das liberdades
individuais, afastando a doutrina liberalista por completo no âmbito econômico para
materializar os princípios da defesa do mercado e da concorrência.

Certo; Errado.
I  – Quando falamos de liberalismo clássico, temos em mente principalmente as ideias de
Adam Smith, considerado o fundador dessa corrente. A premissa central do pensamento de
Adam Smith, expressa em sua obra clássica A Riqueza das Nações, é a de que os indivíduos,
mesmo que agindo com base no autointeresse, terminam por contribuir para o crescimento
econômico do país. É dele a famosa ideia da mão invisível, segundo a qual o mercado seria
guiado pela lei da oferta e da procura e encontraria seu equilíbrio pela atuação dos próprios

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agentes econômicos, sem a necessidade de um agente coordenador, muito menos interventor


(que seria o Estado).
II – O liberalismo (ou liberalismo econômico) é que buscava garantir o exercício das liberda-
des individuais, somente admitindo a intervenção do Estado na economia de forma bastante
reduzida, pois partia do pressuposto de que quanto maior fosse o nível de liberdade garantido
aos agentes privados no desempenho de suas atividades econômico-comerciais (leia-se livre
iniciativa), maior seria o crescimento da economia de um país.

Questão 18 (CESPE/PJC-MT/DELEGADO/2018) De acordo com o entendimento dos tribu-


nais superiores, lei municipal que impedir a instalação de mais de um estabelecimento co-
mercial do mesmo ramo em determinada área do município será considerada
a) inconstitucional, por ofender o princípio da livre concorrência.
b) inconstitucional, por ofender o princípio da busca do pleno emprego.
c) constitucional, por versar sobre assunto de interesse exclusivamente local.
d) constitucional, por não ofender o princípio da defesa do consumidor.
e) inconstitucional, por ofender o princípio da propriedade privada.

Letra a.
Vejam como essa questão é recorrente em concursos de diferentes bancas. A explicação está
na questão anterior.

Questão 19 (CESPE/PGE-MT/PROCURADOR/2016/ADAPTADA) Ao atuar como agente nor-


mativo e regulador da atividade econômica, o Estado dispõe de variados meios de interven-
ção, com vistas a propiciar o desenvolvimento nacional equilibrado. NÃO é considerada uma
intervenção válida
a) o estabelecimento, por lei federal, de monopólio do serviço postal.
b) a criação, por lei federal, de passe livre em favor de deficientes físicos, no transporte inte-
restadual.
c) a limitação, por lei municipal, de número de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo
em determinada área.
d) a fixação, por lei municipal, de horário para funcionamento de estabelecimentos comer-
ciais.

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Letra c.
Nos termos da Súmula Vinculante 49: ofende o princípio da livre concorrência lei municipal
que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determina-
da área.
a) Certa. Embora ainda não tenhamos estudado as formas de intervenção do estado, essa
questão aborda a jurisprudência e os artigos que estudamos acerca da competência legisla-
tiva em matéria de direito econômico. Nos termos do art. 21 da CF, a União tem competência
privativa para legislar sobre serviço postal.
b) Certa. Conforme a seguinte jurisprudência:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRE-


SAS DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNICIPAL, INTERESTADUAL E INTERNACIO-
NAL DE PASSAGEIROS - ABRATI. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI N. 8.899, DE 29 DE
JUNHO DE 1994, QUE CONCEDE PASSE LIVRE ÀS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊN-
CIA. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA ORDEM ECONÔMICA, DA ISONOMIA,
DA LIVRE INICIATIVA E DO DIREITO DE PROPRIEDADE, ALÉM DE AUSÊNCIA DE INDICA-
ÇÃO DE FONTE DE CUSTEIO (ARTS. 1º, INC. IV, 5º, INC. XXII, E 170 DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA): IMPROCEDÊNCIA. 1. A Autora, associação de associação de classe, teve
sua legitimidade para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade reconhecida a partir do
julgamento do Agravo Regimental na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.153, Rel.
Min. Celso de Mello, DJ 9.9.2005. 2. Pertinência temática entre as finalidades da Autora
e a matéria veiculada na lei questionada reconhecida. 3. Em 30.3.2007, o Brasil assinou,
na sede das Organizações das Nações Unidas, a Convenção sobre os Direitos das Pes-
soas com Deficiência, bem como seu Protocolo Facultativo, comprometendo-se a imple-
mentar medidas para dar efetividade ao que foi ajustado. 4. A Lei n. 8.899/94 é parte das
políticas públicas para inserir os portadores de necessidades especiais na sociedade e
objetiva a igualdade de oportunidades e a humanização das relações sociais, em cumpri-
mento aos fundamentos da República de cidadania e dignidade da pessoa humana, o que
se concretiza pela definição de meios para que eles sejam alcançados. 5. Ação Direta de
Inconstitucionalidade julgada improcedente.

d) Certa. Nos termos do art. 30 da CF, compete aos municípios legislar sobre assuntos de in-
teresse local. Ademais, conforme Súmula Vinculante 38, é competente o Município para fixar o
horário de funcionamento de estabelecimento comercial.

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Questão 20 (CESPE/TCE-PB/PROCURADOR/2014/ADAPTADA) A respeito do conceito de di-


reito econômico e da evolução histórica desse direito, assinale a opção correta.
a) O direito econômico surgiu como disciplina autônoma após a Segunda Guerra Mundial,
diante da necessidade do Estado de se dedicar a dirigir a economia.
b) A CF não elenca o direito econômico como disciplina autônoma.
c) O direito econômico tem por objeto as relações entre os agentes produtivos e o Estado, não
se preocupando com o estudo da política econômica.
d) O direito econômico confunde-se com o direito penal econômico, operando primordialmen-
te com sanções e penalidades pelo descumprimento de suas normas.

Anulada.
A questão foi anulada, devido à existência de divergência doutrinária acerca dos itens a e b,
que tratam da autonomia do direito econômico. Entretanto, optei por inseri-la na lista, para
que você tenha conhecimento e, se necessário, também requeira a anulação de uma eventual
questão objetiva nesse sentido.
O gabarito inicial havia sido a letra a (autonomia do direito econômico).
c) Errada. Lembre-se de que o Direito Econômico é a disciplina que cuida das normas que serão
aplicadas pelo Estado nas práticas econômicas, incluindo os meios de políticas de intervenção
no domínio econômico, regulação, fiscalização e participação estatal na atividade econômica,
bem como a disciplina das relações de dominação, como os monopólios e a tutela dos sujeitos
dessas relações, coibindo condutas ilícitas dos agentes econômicos. Resta claro que a política
econômica é uma das principais preocupações do direito econômico.
d) Errada. Conforme vimos, as normas de direito econômico, em regra, buscam estimular a re-
alização de uma determinada atividade pelos agentes econômicos, por meio do oferecimento
de uma recompensa ou prêmio (direito premial).

Questão 21 (CESPE/BANCO DA AMAZÔNIA/2012) Julgue os itens que se seguem, referentes


a evolução histórica do direito econômico, conceitos e objeto do direito econômico e sujeitos
econômicos.

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O direito econômico surgiu com o objetivo de orientar e coordenar, por meio de normas, as re-
lações econômicas de forma que, a partir de então, não mais se admite que a ordem natural
da economia dirija os fenômenos econômicos.

Certo.
Lembre-se de que os fisiocratas introduziram a ideia de que a economia obedeceria a leis da
natureza, tal como outras ciências, por exemplo, a física.
A máxima fisiocrata era laissez-faire, laissez-passer, le monde va de lui-même (“deixe fazer,
deixe passar, que o mundo caminha por si só”), que pode ser assim interpretada: devemos de-
fender a liberdade de produção e de circulação de bens (comércio), pois o mundo econômico
possui leis precisas que prescindem de qualquer intervenção.
Entretanto, o  liberalismo fundamentou o funcionamento da economia até o final do século
XIX, quando as deficiências do liberalismo clássico se tornaram mais evidentes, levando os
Estados a procurarem desenvolver regulações sistemáticas para as atividades econômicas
Duas lições podem ser extraídas dos casos das economias europeia e norte-americana no
período do final do século XIX ao início do século XX: (i) o mercado não é capaz de regular a
si mesmo; (ii) alguma intervenção do estado na economia (ainda que regulatória) faz-se ne-
cessária.
Há, a partir de então, as primeiras tentativas sistemáticas de intervenção.

Questão 22 (CESPE/ANP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) Pode-se conceituar o direi-


to econômico como a disciplina normativa da ação estatal sobre as estruturas do sistema
econômico, seja ele centralizado ou descentralizado.

Certo.
Lembre-se de que o Direito Econômico é o ramo do Direito que tem por objeto a regulamenta-
ção da política econômica e cuida das normas que serão aplicadas pelo Estado nas práticas
econômicas, incluindo os meios de políticas de intervenção no domínio econômico, regulação,
fiscalização e participação estatal na atividade econômica, bem como a disciplina das rela-

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ções de dominação, como os monopólios e a tutela dos sujeitos dessas relações, coibindo
condutas ilícitas dos agentes econômicos.

Questão 23 (CESPE/BACEN/PROCURADOR/2009/ADAPTADA) No que se refere à repartição


de competência entre os entes da Federação brasileira, julgue:
I – Os estados-membros não possuem competência para explorar nem regulamentar a
prestação de serviços de transporte intermunicipal, por se tratar de matéria de interes-
se local.
II – Segundo o STF, é  constitucional, e  não se confunde com a atividade-fim das institui-
ções bancárias, lei municipal que disponha sobre atendimento ao público e tempo de
espera nas filas de atendimento das referidas instituições.

Errado; Certo.
I – Observe o seguinte esquema:

II – De acordo com a jurisprudência do STF:

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COMPETÊNCIA DE MUNICÍPIO


PARA LEGISLAR SOBRE ATIVIDADE BANCÁRIA. INTERESSE LOCAL. POSSIBILIDADE. 1.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE 610.221, da relatoria da ministra
Ellen Gracie, reconheceu a repercussão geral da controvérsia sobre a competência dos
Municípios para legislar sobre o tempo máximo de espera de clientes em filas de institui-
ções bancárias. Na oportunidade, esta nossa Casa de Justiça reafirmou a jurispru-

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dência, no sentido de que os Municípios possuem competência para legislar sobre assun-
tos de interesse local, tais como medidas que propiciem segurança, conforto e rapidez
aos usuários de serviços bancários. 2. Agravo regimental desprovido (STF-RE 25417/RS
AgR, DJ em 17/05/11).

Questão 24 (CESPE/AGU-ADVOGADO DA UNIÃO/2012) A respeito do processo legislativo e


da competência legislativa da União e dos estados, julgue o próximo item.
Serão constitucionais leis estaduais que disponham sobre direito tributário, financeiro, peni-
tenciário, econômico e urbanístico, matérias que se inserem no âmbito da competência con-
corrente da União, dos estados e do DF.

Certo.
O item trata do art. 24 da CF, que prevê todas essas matérias na competência legislativa con-
corrente entre União, estados e DF.

Questão 25 (ESAF/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2012 - ADAPTADA) Sobre


a repartição constitucional de competências entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, é incorreto afirmar que:
a) no âmbito da competência material comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, leis complementares fixarão normas para a cooperação entre os diversos
entes da federação, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e o bem-estar em âmbito
nacional, sem prejuízo da eventual disciplina, por meio de lei, dos consórcios públicos e dos
convênios de cooperação entre os mesmos entes federados.
b) no âmbito da competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal para
legislar, que inclui o direito tributário, o  direito financeiro, a  matéria orçamentária e os pro-
cedimentos em matéria processual, inexistindo lei federal sobre normas gerais, os  Estados
exercerão a competência legislativa plena para dispor sobre situações urgentes e transitórias
de suas peculiaridades administrativas.

Letra a.
O início da afirmação é correto, entretanto, torna-se errado ao afirmar que “sem prejuízo da
eventual disciplina, por meio de lei, dos consórcios públicos e dos convênios de cooperação
entre os mesmos entes federados”

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b) Certa. Trata-se do art. 24 da CF:

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer nor-


mas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suple-
mentar dos Estados.
§  3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os  Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que
lhe for contrário.

Questão 26 (CESPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL) As políticas de incentivo fiscal, que im-


portam a aplicação do valor de um tributo devido em uma atividade econômica qualquer, têm
natureza de política econômica destinada ao desenvolvimento de determinado setor.
Certo.
O item está correto. Temos uma aula reservada para as formas de intervenção do Estado na
economia. Todavia, lembre-se de que já mencionei nessa aula que o direito econômico tem
como objetivo cuidar das políticas econômicas, incluindo os meios de políticas de intervenção
no domínio econômico, regulação, fiscalização e participação estatal na atividade econômi-
ca, bem como a disciplina das relações de dominação, os monopólios e a tutela dos sujeitos
dessas relações, coibindo condutas ilícitas dos agentes econômicos. Recorde-se ainda que os
incentivos fiscais são instrumentos de política econômica.

Questão 27 (CESPE/TRF-1ª REGIÃO/JUIZ/ADAPTADA) O capitalismo assenta-se no indivi-


dualismo do liberalismo econômico, tendo como característica o direito de propriedade limi-
tado e mitigado pela vontade estatal.

Errado.
Ocorre justamente o contrário, pois o sistema capitalista se baseia na propriedade privada
e na livre iniciativa e liberdade de concorrência. Os  agentes têm a propriedade dos meios
de produção e a liberdade para tomar as decisões econômicas (o que, como e para quem
produzir) sendo que o limite dessa liberdade é dado pelo próprio mercado (sistema de livre
mercado).

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DIREITO ECONÔMICO
Introdução ao Direito Econômico. Ordem Econômica
Natalia Braga

A intervenção do estado é reduzida. Exemplo:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade eco-
nômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

Questão 28 (CSPE/TRF-5ª REGIÃO/ADAPTADA) Sistema econômico é a forma por meio da


qual o Estado estrutura sua política e organiza suas relações sociais de produção, isto é,
a forma adotada pelo Estado no que se refere à distribuição do produto do trabalho e à pro-
priedade dos fatores de produção. Atualmente, existem apenas dois sistemas econômicos
bem distintos e delineados no mundo: o capitalismo e o socialismo.

Errado.
O início corresponde, de fato, ao conceito de sistema econômico, nos termos do conceito visto
na aula de hoje. Entretanto, a segunda parte está incorreta quando afirma existirem apenas
dois sistemas econômicos, o capitalismo e o socialismo. Embora esses sejam os mais estu-
dados, existem outros. Exemplo: neoliberalismo.

Questão 29 (CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/ADAPTADA) No que se refere à ordem


jurídico-econômica, assinale a opção correta.
I – O modelo político adotado pelo Estado brasileiro, conforme previsto na CF, é imposto
pela ordem econômica vigente no mercado.
II – As normas econômicas dispostas na CF são de natureza essencialmente estatutária,
e não, diretiva.

Errado; Errado.
I – Na verdade, é a ordem econômica vigente que é imposta pelo modelo político do Estado.
II – As normas econômicas dispostas na CF são, em sua maioria, dirigentes ou diretivas, ou
seja, dispõem sobre uma programação para a realização de determinado objetivo.
O caput do art. 170 traz a valorização do trabalho humano e a livre iniciativa como princípios
fundamentais da ordem econômica e afirma que deverão ter como objetivo assegurar uma
existência digna, conforme os ditames da justiça social.

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DIREITO ECONÔMICO
Introdução ao Direito Econômico. Ordem Econômica
Natalia Braga

Questão 30 (CESPE/TC-DF/PROCURADOR/2013) Sob o aspecto doutrinário, o Estado pode


ser considerado um dos sujeitos econômicos, pois também desenvolve atividade econômica.

Certo.
De fato, os sujeitos ou agentes econômicos são aqueles que desenvolvem atividade econômi-
ca ou atuam no mercado. Poderão ser considerados agentes econômicos empresas, grupos
econômicos, estados, organismos nacionais ou internacionais e o próprio indivíduo ou a cole-
tividade.

Questão 31 (CESPE/TRF-2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/ADAPTADA) Verifica-se, na CF, a op-


ção por sistema econômico voltado primordialmente para a livre-iniciativa, o  que legitima a
assertiva de que o Estado só deve intervir na economia em situações excepcionais, quando
necessário aos imperativos da segurança nacional ou de relevante interesse coletivo.

Errado.
O art. 173 da CF faz referência às hipóteses excepcionais de exploração direta de atividade
econômica pelo estado e não à intervenção indireta, como afirma a questão. Confira:

Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a  exploração direta de atividade econômica


pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a re-
levante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

Questão 32 (FCC/INFRAERO/2011/ADAPTADA) A Macroeconomia estuda o comportamento


do sistema econômico por um reduzido número de fatores, como a produção ou produto total
de uma economia, o nível de emprego e poupança, o investimento, o consumo, o nível geral
dos preços. Seus principais objetivos estão no rápido crescimento do produto e do consumo,
no aumento da oferta de empregos, na inflação reduzida e no comércio internacional vanta-
joso.

Certo.
Como vimos, a macroeconomia cuida de todos os setores da economia em conjunto, extrapo-
lando a preocupação individual dos agentes econômicos. Os principais objetivos dessa aná-
lise são o desenvolvimento econômico, a estabilidade econômica e a distribuição de renda.

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Exemplos: análise de recessões, mudanças da taxa de desemprego ao longo do tempo, nível


de juros, carga tributária.

Questão 33 (ESAF/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/ADAPTADA) Em relação à inter-


venção do Estado no domínio econômico, bem como ao disposto no texto constitucional,
marque a opção correta.
a) A economia capitalista pode ter seus efeitos mitigados pelo estado de bem-estar social,
situação em que se faz necessária a intervenção estatal.
b) Por meio da atividade de intervenção fiscalizatória o Estado visa a regular previamente a
atividade econômica, normatizando-a.
c) O Estado não pode ser considerado um dos sujeitos econômicos, ainda que desenvolva
atividade econômica, ante função social que desempenha.

Letra a.
Lembre-se de que, no Welfare State, os dois pressupostos básicos do capitalismo, livre inicia-
tiva e propriedade privada, passam a sofrer uma maior ingerência do estado, com o intuito de
cumprir determinados fins sociais.
b) Errada. A intervenção fiscalizatória do estado atua de modo concomitantemente e a poste-
riori. Esse tema será estudado em aula específica.
c) Errada. Vimos que os sujeitos ou agentes econômicos são aqueles que desenvolvem ativi-
dade econômica ou atuam no mercado.
Poderão ser considerados agentes econômicos empresas, grupos econômicos, estados, orga-
nismos nacionais ou internacionais e o próprio indivíduo.

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Natalia Braga

REFERÊNCIAS

BENSOUSSAN, Fábio Guimarães; GOUVEIA. Marcus de Freitas. Manual de Direito Econômico.


2 ed. Jus Podium.

DEL MASSO, Fabiano. Direito Econômico esquematizado. 3 ed. Método.

FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Lições de Direito Econômico. 6 ed. Rio de Janeiro, Forense.

GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988: interpretação e crítica. 14ª
ed. São Paulo, Malheiros.

RICARDO, David. Princípios de Economia Política e Tributação. Nova Cultural.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 42 ed. Malheiros Editores.

SOUZA, Washington Peluso Albino de. Direito Econômico. São Paulo, Saraiva.

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