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DIREITO

FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Introdução ao Direito Financeiro.............................................................................................................................5
1. Ponto de Partida: o que é a Atividade Financeira do Estado?............................................................5
2. Entendendo o Direito Financeiro......................................................................................................................12
2.1. O que é o Direito Financeiro?...........................................................................................................................12
2.2. Como diferenciar o Direito Financeiro da Ciência das Finanças e dos outros Ramos
do Direito?...........................................................................................................................................................................13
2.3. Quais Princípios Gerais são Aplicáveis ao Direito Financeiro?..................................................15
2.4. A quem Compete Legislar sobre Direito Financeiro?......................................................................23
2.5. Quais Normas Disciplinam o Direito Financeiro?. ..............................................................................27
2.6. Quais são as Fontes do Direito Financeiro?..........................................................................................34
3. Jurisprudência............................................................................................................................................................36
Resumo................................................................................................................................................................................38
Questões de Concurso................................................................................................................................................45
Gabarito...............................................................................................................................................................................57
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................58
Referências........................................................................................................................................................................ 87

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

Apresentação
Olá, querido aluno!
Meu nome é Natália Riche e leciono Direito Financeiro e Econômico no Gran Cursos Carrei-
ras Jurídicas. Será um prazer acompanhá-lo durante essa árdua (e recompensadora) trajetória.
Minha história no ramo dos concursos públicos é concisa, após me formar em direito fui apro-
vada no concurso de analista do MPU, e antes de ser convocada, fui aprovada no concurso de
procurador da fazenda nacional (PGFN).
Atuo na PGFN há mais de seis anos, três deles na divisão de defesa da 1a instância da Pro-
curadoria Regional da Fazenda Nacional da 1 região, em Brasília (onde exerço o cargo de chefe
há mais de 2 anos).
A primeira observação que quero deixar registrada é que no “mundo” dos concursos cada
trajetória é única, mas o objetivo final é sempre o mesmo e por isso você deve se preparar com
antecedência, perseverança e muita dedicação. Sempre gosto de dizer que não importa quan-
tos concorrentes você tem, o maior desafio é vencer a si mesmo. Cansaço, desânimo, falta de
tempo, e principalmente, falta de um material adequado são os maiores percalços no caminho
de quem busca a aprovação.
Por essa razão, nós trazemos o material em PDF com todo o conteúdo cobrado nas provas
mais recentes de Magistratura, Ministério Público e Procuradorias, incluindo COMENTÁRIOs
detalhados e explicação sobre os temas abordados e os assuntos que os tangenciam.
Vamos estudar com detalhes tudo que será cobrado na disciplina Direito Financeiro, deba-
ter questões atuais e importantes para memorização e compreensão da matéria. Além disso,
vamos verificar como é feita a abordagem das bancas nas questões de Direito Financeiro,
quais os temas recorrentes e qual o enfoque dado pelos examinadores.
No que se refere à nossa matéria, os editais dos concursos de carreiras jurídicas geral-
mente são semelhantes, por isso elaborei um cronograma separado por tema e baseado nos
últimos editais, abordando tudo que pode ser cobrado.
O Direito Financeiro não é uma disciplina muito conhecida pelos alunos, mas é cobrado
em todos os concursos para Procuradorias, Magistraturas e Ministério Público e, por isso, não
pode ser menosprezado pelos candidatos. Pelo contrário, a matéria pode servir como diferen-
cial na hora da prova, já que não é extensa e não existe muita jurisprudência a respeito.
Pela análise de inúmeras provas da matéria, fica muito claro que nosso estudo deverá se
pautar basicamente em três pontos: Finanças Públicas na Constituição Federal, Lei 4.320 e Lei
de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A boa notícia é que as provas de nossa matéria_ em termos percentuais e independente da
banca examinadora_ concentram-se muito mais na lei seca (ao contrário do que acontece com
a maioria das outras matérias). A título exemplificativo, verifiquei que o percentual de jurispru-
dência e doutrina nas provas de Direito Financeiro não chega a 10%.

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Por essa razão você notará que alguns temas exigem que se transcreva artigos das referi-
das leis (a intenção é que você realmente decore os principais), em outras aulas recorreremos
à documentos que exemplificam e facilitam a compreensão de temas específicos (como as
leis orçamentárias).
Diante dessas informações, peço que você leia as aulas, faça (e refaça) os exercícios, fo-
que nos COMENTÁRIOs e confie no material, pois lhe garanto que valerá a pena. A qualidade
do material apresentado, a preparação da equipe, o comprometimento dos professores e do
curso serão aliados para a obtenção do tão sonhado objetivo. Juntos, iniciaremos e terminare-
mos essa jornada.
Por fim, lembre-se que o tamanho dos editais, a dificuldade das questões e a concorrên-
cia não devem assustar os candidatos, ninguém precisa saber tudo ou ser o melhor para ser
aprovado, pois os que permanecem no caminho muitas vezes são os mais persistentes e que
acreditam em si mesmos.

Cronograma

O cronograma apresentado abaixo, baseado nos editais dos principais concursos, nos per-
mitirá cobrir todo o conteúdo de Direito Financeiro, enfatizando sempre os aspectos mais im-
portantes e as questões atuais acerca do tema.
1-Introdução ao Direito Financeiro e à atividade financeira do Estado.
2-Introdução ao Orçamento Público. Ciclo e execução orçamentária.
3-Princípios aplicáveis ao orçamento público
4- Leis orçamentárias: PPA,LDO e LOA.
5-Elaboração das leis orçamentárias.
6-Conceito e disciplina dos créditos adicionais. Orçamento Público na Constituição Fede-
ral: vedações orçamentárias
8-Despesa Pública: conceitos, classificações e disciplina normativa
9-Receita Pública: conceitos, classificações e disciplina normativa
10-Dívida Ativa. Disciplina, conceitos e classificações da Dívida Pública e do Crédi-
to Público.
11-Controle e fiscalização financeira. O Tribunal de Contas.
Encerrada a apresentação, vamos iniciar nossos estudos.
Analise o material, e encontre a sua melhor forma para fixar o conteúdo. Sugiro que utilize
nosso resumo para revisar cada aula. Ao ler cada um dos tópicos, tente lembrar tudo que vi-
mos a respeito e se notar que esqueceu, tente reler apenas a parte correspondente no material,
já que muitas vezes falta tempo para revisar tudo exaustivamente.
Desde já me coloco à disposição para ajudá-lo não só com a matéria, mas também com
dicas de estudo e memorização.
Agora vamos ao que interessa!

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INTRODUÇÃO AO DIREITO FINANCEIRO


1. Ponto de Partida: o que é a Atividade Financeira do Estado?
Vamos dar início às nossas aulas trazendo um conceito chave que é o ponto de partida
para entender e compreender definitivamente a disciplina do Direito Financeiro.
Trata-se da atividade financeira do Estado e é a partir daqui que desdobraremos todos os
temas a serem tratados em nossa matéria
Por meio da atividade financeira é que o Estado obtém e despende recursos, com a finalida-
de de satisfazer as necessidades públicas. Essa atividade é considerada um meio para atingir
os objetivos estatais e por essa razão entende-se que seu caráter é notadamente instrumental.
Portanto, ao realizar diversas ações voltadas à criação, gestão e gasto dos recursos públi-
cos a fim de atender necessidades coletivas de natureza pública, o Estado estará exercendo a
atividade financeira.
Nesse momento você deve estar se perguntando: e no que consiste essa necessidade
pública? Como ela será definida pelo Estado?
Pois bem, em linhas gerais a necessidade pública é considerada tudo aquilo que o Estado,
se incumbiu de prestar, com base em uma decisão política contida em um instrumento norma-
tivo. Veja que, claramente, existe uma submissão do Estado ao princípio da legalidade.
Também é importante que você saiba que as necessidades públicas tratadas aqui são
aquelas de interesse geral, consideradas primárias.

 Obs.: A realização dessas necessidades pode ocorrer por meio da prestação de serviços
públicos delegáveis ou não a particulares.
 Nesse sentido a Constituição Federal trata de vários temas relevantes: segurança, edu-
cação, saúde e alimentação ( art. 3º da CF).
 Como exemplo concreto da atuação do Estado, temos a construção de prédios públi-
cos, monumentos, manutenção de sistemas de transporte, rodovias, praças, hospitais
prestação jurisdicional, cultura etc.

Antigamente, as atividades estatais que buscam atender as necessidades públicas, eram


realizadas por meio de uma das seguintes formas:
i)apossamento de bens decorrentes de guerra;
ii)requisição de bens e serviços dos súditos;
iii)colaboração honorífica.
Atualmente, tais atividades são realizadas por meio do regime de despesas públicas.
É nesse contexto que se verifica o conceito de atividade financeira do Estado tal qual de-
lineado no início desse tópico. Caberá, portanto, ao poder público escolher as necessidades
coletivas que serão consideradas necessidades públicas e prover sua disciplina legal e cons-
titucional.

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A redemocratização realizada a partir da Constituição Federal de 1988 influenciou nitida-


mente essa forma de atuação do poder público por meio de sua função financeira, demons-
trando a existência e a convivência de ideais liberais e sociais.

satisfação das
necessidades
coletivas

criar, gerir e
instrumental despender
recursos

ATIVIDADE
FINANCEIRA

regime de
direito público

princípio da
interesse geral
legalidade

NECESSIDAD
E PÚBLICA

Outra pergunta que pode surgir nesse início é a seguinte: existe outra atividade que pode
ser exercida pelo Estado para obtenção de receitas públicas que cubram os custos com a
prestação de serviços públicos?
A resposta é afirmativa. É possível, por exemplo, que os entes atuem na ordem econômica.
Além da possibilidade de intervenção no domínio econômico, por meio do poder normativo
estatal, o exercício do poder de polícia também permite a obtenção de receitas.

poder
normativo:
intervenção no poder de polícia
domínio
econômico

prestação de
serviços
regime de
públicos,
COMO O despesas
delegáveis ou
não ESTADO
REALIZA AS
NECESSIDADE
S PÚBLICAS?

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Para facilitar a compreensão do tema e tendo em conta que já foi objeto de prova, cito
o autor Ricardo Lobo Torres1 que divide a evolução da atividade financeira estatal nas se-
guintes fases:
i)Estado Patrimonial: baseado no patrimonialismo financeiro e na confusão entre o patri-
mônio público e privado. Nas palavras do autor:
A característica patrimonialista, porém, não decorre apenas dos aspectos quantitativos,
posto que o fundamental é que o tributo ainda não ingressava plenamente na esfera da publi-
cidade, sendo apropriado de forma privada, isto é, como resultado do exercício da jurisdictio e
de modo transitório, sujeito à renovação anual.
ii)Estado de Polícia: baseado no paternalismo e no intervencionismo estatais. Nas pala-
vras do autor:
O Estado de Polícia (...)visa sobretudo à garantia da ordem e da segurança e administração
do bem-estar e da felicidade dos súditos e do Estado.
iii)Estado fiscal: baseado no liberalismo, capitalismo e na diminuição do intervencionismo,
com forte influência do Estado de Direito. Nas palavras do autor:
o que caracteriza o surgimento do Estado Fiscal, como específica figuração do Estado de
Direito, é o novo perfil da receita pública, que passou a se fundar nos empréstimos, autorizados
e garantidos pelo legislativo, e principalmente no tributos - ingressos derivados do trabalho e
do patrimônio do contribuinte - ao revés de se apoiar nos ingressos originários do patrimônio
do príncipe. (...) Com o Estado Fiscal se aperfeiçoam-se os orçamentos Públicos, substitui-se
a tributação do campesinato pela dos indivíduos,minimiza-se a intervenção estatal, tudo o que
representa uma nova Constituição Financeira.
O Estado Fiscal é subdividido em três fases:
• Estado Fiscal Minimalista: restrição do poder de polícia, prestação de poucos serviços
públicos.
• Estado Social Fiscal, Estado do Bem Estar Social, Estado Distribuidor ou Estado Provi-
dencial: maior intervenção do Estado na economia e na área social, influência das ideias
de Keynes.

A atividade financeira baseia-se na receita de tributos mas a principal finalidade dos impos-
tos passa a ser o desenvolvimento dos setores da economia.
Há uma expansão exacerbada do orçamento, gerando uma crise financeira.
• Estado Democrático e Social de Direito: diminuição do intervencionismo social e eco-
nômico, e utilização dos tributos como principal fonte de receitas. A privatização de
empresas gera uma redução de receitas patrimoniais e extrafiscais.

Busca-se diminuir as desigualdades sociais, prestação de políticas públicas etc.

1
Lobo Torres, Ricardo. Curso de Direito Financeiro e Tributário, 18 ed. Renovar.

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iv)Estado Socialista (neopatrimonialista): a renda é baseada no rendimento de empresas


estatais e os impostos não tem grande relevância.
A utilização desse modelo diminuiu após a extinção da União Soviética e persiste em pou-
cos países, a exemplo de Cuba. Nas palavras do autor:
Pretendia ser o momento final do Estado Financeiro, substituindo o Estado Fiscal. Hoje
retorna rapidamente à economia de mercado e à atividade financeira lastreada nos impostos,
reaproximando-se do Estado Fiscal.

Patrimonial Polícia Fiscal Socialista

001. (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO/PROCURADOR/CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE


JANEIRO/2014) A forma pela qual os Estados obtêm receitas e realizam despesas vem assu-
mindo e assume diferentes aspectos ao longo do tempo, no que se convencionou chamar de
“evolução da atividade financeira do Estado”. Nesse sentido, pode-se afirmar que:
a) o denominado Estado Patrimonial é aquele em que a receita se funda nos empréstimos e
principalmente nos tributos, desvinculando-se a figura do Estado soberano.
b) no chamado Estado de Polícia, são característicos o forte intervencionismo e a centraliza-
ção da atividade financeira pelo Estado.
c) no chamado Estado Social Fiscal, o Estado realiza poucos e restritos gastos, não havendo
necessidade de um sistema de obtenção de receitas mais desenvolvido e complexo.
d) no denominado Estado Democrático e Social Fiscal, o aporte de recursos se dá basicamente
por meio das receitas patrimoniais e parafiscais.

A questão baseia-se na divisão elaborada por Ricardo Lobo Torres, que estudamos na
aula de hoje.
a) Errada. O Estado Patrimonial é baseado no patrimonialismo financeiro e na confusão entre
o patrimônio público e privado.

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b) Certa. O Estado de Polícia de fato baseia-se no intervencionismo e na centralização estatais.


c) Errada. No estado social fiscal existe uma maior intervenção do Estado na economia e
na área social, com forte influência das ideias de Keynes. Os gastos não são restritos, como
afirma o item.
d) Errada. No Estado Democrático e Social Fiscal há diminuição do intervencionismo social e
econômico e utilização dos tributos como principal fonte de receitas. A privatização de empre-
sas gera uma redução de receitas patrimoniais e extrafiscais, ao contrário do que afirma o item.
Letra b.

Nesse ponto de nossa matéria, é importante dar destaque a diferenciação entre atividade
financeira em sentido estrito, que está relacionada ao exercício do poder da soberania e ao
poder de império estatais e atividade financeira em sentido amplo, que admite como atividade
financeira a atuação do setor privado, já que os agentes privados estão incluídos no Sistema
Financeiro Nacional por expressa disposição constitucional.

Atividade financeira em
soberania do Estato
sentido estrito

Atividade financeira em atuação no setor


sentido amplo privado

Em relação aos órgãos da administração indireta que atuam no setor privado (empresas
públicas e sociedades de economia mista), o Supremo Tribunal Federal admite a ampla fisca-
lização pelo Tribunal de Contas, mesmo que não ocorra dano ao erário:

JURISPRUDÊNCIA
(...)I. – Ao Tribunal de Contas da União compete julgar as contas dos administradores
e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e
indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público
federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade
de que resulte prejuízo ao erário (CF, art. 71, II; Lei 8.443, de 1992, art. 1º, I). II. – As empre-
sas públicas e as sociedades de economia mista, integrantes da administração indireta,
estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não obstante os seus servidores esta-
rem sujeitos ao regime celetista. (...)

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SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA – TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – FISCALIZAÇÃO.


Ao Tribunal de Contas da União incumbe atuar relativamente à gestão de sociedades
de economia mista. Nova inteligência conferida ao inciso II do artigo 71 da Constitui-
ção Federal, ficando superada a jurisprudência que veio a ser firmada com o julgamento
dos Mandados de Segurança n 23.627-2/DF e 23.875-5/DF. (STF – MANDADO DE SEGU-
RANÇA: MS 25.092/DF).

Espero que agora você já tenha conseguido compreender o ponto de partida de nossa
matéria. Para que não reste qualquer dúvida, vamos abordar o tema de uma forma diferente,
destacando os quatro conceitos fundamentais que compõem a atividade financeira estatal: a
receita, a despesa, o orçamento e o crédito público.
a) receita:
Trata-se da obtenção de receitas/recursos financeiros para fazer frente aos gastos do es-
tado. Aqui estarão incluídas tanto as receitas originárias (decorrentes do patrimônio estatal)
como as receitas derivadas (decorrentes do poder coercitivo estatal).

E como exemplificar esses dois tipos de receitas?

Simples. A exploração do patrimônio do estado ocorre, por exemplo, por meio de aluguel de
um prédio de sua propriedade. Por sua vez, o poder coercitivo é exercido mediante a cobrança
de impostos.
b) crédito público:
Aqui também tratamos da obtenção de recursos financeiros, mas de modo diverso. Basica-
mente, o Estado obterá ingressos financeiros/empréstimos que posteriormente serão devolvi-
dos, com pagamento de juros e encargos correspondentes.
O recebimento desses recursos gera, portanto, uma obrigação de pagamento para o Esta-
do, que é denominada endividamento público (teremos aula específica sobre o tema).
c) Despesa:
Trata-se da aplicação dos recursos recebidos para satisfação de um objetivo do estados,
sendo necessária autorização legal.
d) Orçamento:
Trata-se do gerenciamento dos recursos recebidos, a fim de se estabelecer condições, limi-
tes e formas de controle do gasto.

002. (CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/2018)


No âmbito da doutrina relativa à gestão pública nacional, o Direito Financeiro e a Ciência das
Finanças têm como objeto a atividade financeira do estado, que, como regra, consiste

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a) na requisição pura e simples, pelo Estado, de coisas e serviços dos administrados, sem ne-
cessidade de qualquer contraprestação.
b) na colaboração gratuita e honorífica dos administrados nas funções governamentais, em
prol do bem comum.
c) no deslocamento apenas do setor público para o setor privado de recursos e serviços, para
atendimento das necessidades essenciais da população e para o fomento das atividades
econômicas.
d) em não ter nenhuma essência política, porque os juristas concordam que não existe caráter
político na atividade financeira do Estado, a ser estudado pelo Direito Financeiro ou pela Ciên-
cia das Finanças.
e) em obter, gerir e despender o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o
Estado assumiu.

A explicação que vimos acerca da atividade financeira do estado já é suficiente para demons-
trar o erro dos demais itens.
A atividade financeira nada mais é que o conjunto de ações desempenhadas pelo Estado, com
o fim de criar, adquirir, gerir e despender recursos para suprir as necessidades humanas cole-
tivas, de natureza pública.
Em outras palavras, são os meios utilizados pelo Estado para obtenção de valores pecuniários
e realização de gastos, visando à execução de necessidades públicas.
Letra e.

Por fim, também é necessário registrar que a atividade financeira do Estado pode ter focos/
naturezas diversas.
O foco fiscal, que tem como principal objetivo a arrecadação e o foco extrafiscal ou regu-
latório, que tem como principal objetivo intervir na economia, induzindo o comportamento de
agentes privados ou fomentando determinado setor econômico. Exemplo: controle da infla-
ção, redistribuição de riquezas.

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ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO


=> ações voltadas à criação, gestão e gasto dos recursos públicos a fim de
Conceito
atender necessidades coletivas de natureza pública.
=>Estado Patrimonial: patrimonialismo financeiro e confusão entre
patrimônio público e privado.
=>Estado de Polícia: paternalismo e intervencionismo estatais.
iii)Estado fiscal: liberalismo, capitalismo e diminuição do intervencionismo
O Estado Fiscal é subdividido em três fases:
=>Estado Fiscal Minimalista: restrição do poder de polícia, prestação de
poucos serviços públicos.
Evolução =>Estado Social Fiscal, Estado do Bem Estar Social, Estado Distribuidor ou
Estado Providencial: maior intervenção do Estado na economia e na área
social.
Há uma expansão exacerbada do orçamento, gerando uma crise financeira.
=>Estado Democrático e Social de Direito: diminuição do intervencionismo
social e econômico, e utilização dos tributos como principal fonte de receitas.
=> Estado Socialista (neopatrimonialista): a renda baseada no rendimento
de empresas estatais e os impostos não tem grande relevância.
=>receita/obtenção de recursos financeiros
Pontos =>crédito público/obtenção de recursos financeiros
fundamentais =>despesa/aplicação de recursos
=> orçamento/gerenciamento de recursos
=>fiscal: arrecadação
Foco
=>extrafiscal ou regulatório: intervenção no domínio econômico
=>regime de despesas públicas
Formas de
=>poder normativo (intervenção no domínio econômico)
realização
=>poder de polícia

2. Entendendo o Direito Financeiro


2.1. O que é o Direito Financeiro?
Acabamos de aprender sobre a atividade financeira do Estado. Por isso, fica fácil entender-
mos qual o campo de atuação do Direito Financeiro, que busca justamente regular, disciplinar
a analisar tal atividade.
Agora ficou claro porque eu afirmei no tópico passado que a atividade financeira do estado
é o conceito chave para nossa matéria, certo?
Para facilitar ainda mais, cito o conceito trazido pelo autor Ricardo Lobo Torres2, que define
o Direito Financeiro como:
o conjunto de normas e princípios que regulam a atividade financeira, incumbindo-lhe dis-
ciplinar a constituição e a gestão da fazenda pública, estabelecendo as regras e os procedimentos
2
Lobo Torres, Ricardo. Curso de Direito Financeiro e Tributário, 18 ed. Renovar.

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para a obtenção da receita pública e a realização dos gastos necessários à consecução dos
objetivos do Estado.

2.2. Como diferenciar o Direito Financeiro da Ciência das Finanças e


dos outros Ramos do Direito?

Identificamos qual o conteúdo e o objetivo de nossa matéria, agora temos que diferenciá-
-la de outras que possuem algumas semelhanças e podem acabar gerando alguma confusão.
Esse tema já apareceu em algumas provas, inclusive para a Magistratura Federal.
A primeira distinção se refere à Ciência das Finanças, que é uma atividade anterior à nor-
ma, de caráter especulativo e que aborda os fenômenos financeiros sobre aspectos teóricos
diversos: sociológico, político e econômico (como já afirmado, mesmo que inexista lei).
Em outras palavras, seu objetivo consiste em estudar os elementos que influenciam a ob-
tenção de recursos, sendo orientada por três vertentes:
• economia financeira: estuda fatores da riqueza e recursos que podem ser obtidos pelo
estado por meio da exploração de seu patrimônio ou do particular.
• política financeira: estabelece as finalidades do estado e os meios financeiros para su-
pri-las
• técnica financeira: estabelece a atuação do estado a partir das conclusões fornecidas
pelas duas anteriores.

Já o Direito Financeiro preocupa-se com os fenômenos financeiros pós normativos, po-


sitivados, e abarca justamente as normas jurídicas que disciplinam a atividade financeira do
estado, como já vimos anteriormente.
Repare que tanto na Ciência das Finanças quanto no Direito Financeiro o objeto de estudo é
a atividade financeira do estado, entretanto, o que as diferencia é a forma de estudo e análise:
especulativa e teórica x normativa e prática, respectivamente.
No que se refere ao Direito Tributário, as questões de concursos são ainda mais recor-
rentes e é fundamental que você saiba diferenciar o campo de atuação desses dois ramos do
direito para que a nossa matéria fique cada vez mais clara. Então vamos lá!
Na aula de hoje falamos que o Estado pode atuar de diferentes formas na atividade finan-
ceira e citamos brevemente a existência de uma classificação que divide as receitas em – ori-
ginária (decorrente da exploração do patrimônio do Estado) e derivada (decorrente do poder
de império estatal).
Antigamente, a receita originária e a derivada eram tratadas pela nossa matéria, juntamen-
te com os outros pontos que já mencionamos: despesa, orçamento e crédito público. Repare
que inicialmente não havia que se falar em Direito Tributário.
Porém, a publicação da Lei 4.320/64 deu início a uma primeira distinção entre normas de
tributação e as normas de finanças públicas, que foi seguida e reforçada após a publicação do
Código Tributário Nacional.

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A Constituição Federal também deixou nítida a diferenciação entre as matérias por meio
das seguintes disposições:
=>novos artigos para o capítulo do Sistema Tributário Nacional
=> novas artigos para o capítulo referente às Finanças Públicas
=> previsão de competência da União, dos Estados e do Distrito Federal para legislar sobre
Direito Financeiro e Direito Tributário.
Nesse contexto, as receitas derivadas passaram a ser tratadas por normas e princípios
autônomos, tornando-se parte do ramo específico do Direito Tributário.
Nesse contexto, o objeto da nossa disciplina abarca a atividade financeira do estado, in-
cluindo as receitas públicas, juntamente com o crédito público, as despesas e o orçamento
público. Em outras palavras, o Direito Financeiro contempla a arrecadação em sentido amplo,
bem como a gestão e gasto dos recursos, a execução e elaboração do orçamento e a disciplina
da dívida pública.
Por outro lado, o Direito Tributário abarca uma relação jurídica específica, que se forma entre
o particular e o estado e estuda apenas parte da receita pública: a receita tributária (derivada).
Em síntese, o direito financeiro é mais amplo que o direito tributário, pois cuida de todas
as receitas públicas, sejam elas tributárias ou não.
Por fim, é salutar estabelecer a relação do direito financeiro com outros ramos do direito:
Direito Administrativo: regula a administração pública e a relação entre órgãos, agentes
e coletividade. Como a atividade financeira é realizada por agentes públicos, os princípio do
direito administrativo devem ser rigorosamente observados.
Direito Penal: regula crimes contra as finanças públicas, punindo condutas que lesem a
administração financeira e também a sonegação fiscal.
Direito Processual Civil: regula as relações entre estado e particular quando existe conflito
de interesses. Um exemplo clássico é a disciplina da cobrança de dívidas fiscais pela lei de
execução fiscal (Lei 6.830/80) e a disciplina dos direitos dos cidadãos durante o processo ad-
ministrativo fiscal (Código de Processo Civil, Lei do Mandado de Segurança etc).
Direito Internacional: disciplina contratação de empréstimos externos e contratos in-
ternacionais.
Passaremos agora à análise dos princípios e da disciplina jurídica que norteiam nos-
sa matéria.
Direito Financeiro Direito Tributário Ciências das finanças
=>atividade pós normativa => atividade pré-normativa,
=>relação jurídica
=>arrecadação em sentido amplo especulativa =>fenômenos
específica, que se forma
(todas as receitas) financeiros sobre aspectos
entre o particular e o estado
=>gestão e gasto dos recursos teóricos: sociológico,
=>parte da receita pública:
=>execução e elaboração do político e econômico,
a receita tributária
orçamento independente de haver
(derivada).
=>disciplina da dívida pública. regulamentação legal.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

2.3. Quais Princípios Gerais são Aplicáveis ao Direito Financeiro?


Nessa parte da aula, vamos tratar dos princípios gerais que se aplicam à atividade financei-
ra do Estado e que podem ser encontrados de forma esparsa na Constituição Federal e na LRF.
a)Legalidade
Tenho certeza de que você já estudou esse princípio algumas vezes, mesmo que relaciona-
do a outro ramo do direito. A conhecida determinação de que o Estado somente poderá exigir
que o Administrado faça ou deixe de fazer algo, se houver previsão legal é estudada no Direito
Constitucional, Administrativo etc.
No âmbito da nossa disciplina, o princípio da legalidade toma forma em duas situações
distintas: quando impede que as despesas públicas sejam realizadas sem autorização da lei e
também quando determina regras a serem observadas na aprovação do orçamento.
Na primeira situação, o dispêndio do dinheiro público exige prévia autorização legislativa.
Assim, os valores que são arrecadados e os valores que saem dos cofres públicos devem ori-
ginar de um ato normativo primário oriundo do Poder Legislativo.
Veja que inúmeros dispositivos da Constituição Federal trazem a exigência de previsão
legal em matéria financeira:

Art. 167. São vedados:


I – o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orça-
mentários ou adicionais;
III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressal-
vadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, apro-
vados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indica-
ção dos recursos correspondentes;
VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de progra-
mação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclu-
sive dos mencionados no art. 165, § 5º;

A necessidade da observância do princípio da legalidade na realização de despesas tam-


bém é reconhecida pelo Código Penal, ao dispor que será considerado crime contra as finan-
ças públicas a despesa que for ordenada sem autorização legal.

Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

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DIREITO FINANCEIRO
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Natalia Riche

A delegação contida na lei orçamentária para que o poder executivo transfira recursos de uma
dotação para outra não fere o princípio da legalidade.

Existem exceções à exigência de lei para realização das despesas públicas?

Sim, a abertura de crédito adicional extraordinário será feita por medida provisória, dado
seu caráter imprevisível e urgente (que exige uma maior celeridade no trâmite).
Veja o que diz a Constituição Federal sobre o tema:

Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.

guerra

CRÉDITO despesas imprevisíveis


comoção interna
EXTRAORDINÁRIO e urgentes

calamidade pública

Essas situações imprevisíveis e urgentes previstas no art. 167 podem ser analisadas com a
mesma discricionariedade que as situações de urgência e relevância previstas no art. 62 (que
trata das medidas provisórias)?
O STF entendeu que não!!! No caso do art. 167, as expressões “guerra”, “comoção interna”
e “calamidade pública” devem direcionar a interpretação/aplicação da norma, diminuindo a
discricionariedade. Além disso, entende o STF que a abertura de crédito extraordinário só pode
ocorrer se a situação de enquadrar em uma das três hipóteses legais.
Vamos conferir?

JURISPRUDÊNCIA
(...) III. Limites constitucionais à atividade legislativa excepcional do Poder Executivo na
edição de medidas provisórias para abertura de crédito extraordinário. Interpretação do
art. 167, § 3º c/c o art. 62, § 1º, inciso I, alínea “d”, da Constituição. Além dos requisitos
de relevância e urgência (art. 62), a Constituição exige que a abertura do crédito extraor-
dinário seja feita apenas para atender a despesas imprevisíveis e urgentes. Ao contrário
do que ocorre em relação aos requisitos de relevância e urgência (art. 62), que se subme-
tem a uma ampla margem de discricionariedade por parte do Presidente da República, os

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
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requisitos de imprevisibilidade e urgência (art. 167, § 3º) recebem densificação normativa


da Constituição. Os conteúdos semânticos das expressões “guerra”, “comoção interna”
e “calamidade pública” constituem vetores para a interpretação/aplicação do art. 167, §
3º c/c o art. 62, § 1º, inciso I, alínea “d”, da Constituição. “Guerra”, “comoção interna” e
“calamidade pública” são conceitos que representam realidades ou situações fáticas de
extrema gravidade e de consequências imprevisíveis para a ordem pública e a paz social,
e que dessa forma requerem, com a devida urgência, a adoção de medidas singulares e
extraordinárias. A leitura atenta e a análise interpretativa do texto e da exposição de moti-
vos da MP n. 405/2007 demonstram que os créditos abertos são destinados a prover
despesas correntes, que não estão qualificadas pela imprevisibilidade ou pela urgência. A
edição da MP n. 405/2007 configurou um patente desvirtuamento dos parâmetros cons-
titucionais que permitem a edição de medidas provisórias para a abertura de créditos
extraordinários. (STF-ADI 4048-DF)

Outra situação interessante julgada pelo STF é a impossibilidade de o Judiciário analisar


o atendimento dos requisitos de relevância e urgência das medidas provisórias que tratem de
situações tipicamente tributárias e financeiras. Nesse caso, a corte entende que deve prevale-
cer a discricionariedade do administrador público:

JURISPRUDÊNCIA
(...) Nesses termos, no caso da MP 427/94, não cabe ao Poder Judiciário perscrutar a
respeito do atendimento dos requisitos da relevância e urgência, pois se trata de situa-
ção tipicamente financeira e/ou tributária, na qual deve prevalecer, em regra, o juízo do
administrador público. Entendo apenas que, afastada hipótese de abuso, no caso em tela,
deve-se adotar orientação já consolidada por esta Corte e, portanto, rejeitar a alegação
de inconstitucionalidade por afronta ao art. 62 da Constituição Federal. (STF-ADI 1055/
DF- DJ em 01/08/17)

A segunda hipótese de aplicação do princípio da legalidade diz respeito à aprovação do


orçamento. Exige-se que os objetivos e metas a serem seguidos, bem como a distribuição dos
recursos públicos devem ser precedidos de aprovação legislativa.
Confira um exemplo de previsão constitucional que contempla esse aspecto de aplicação
do princípio:

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta
para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:
II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública
e emissões de curso forçado;

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Para finalizar o tema, destaco interessante julgado do STF que entendeu que as decisões
judiciais que determinam o bloqueio, penhora ou liberação, para satisfação de créditos traba-
lhistas, de receitas públicas violam o princípio da legalidade orçamentária:

JURISPRUDÊNCIA
Decisões judiciais que determinam o bloqueio, penhora ou liberação, para satisfação de
créditos trabalhistas, de receitas públicas oriundas do Fundo Estadual de Saúde objeto
de contratos de gestão firmados entre o Estado-membro e entidades de terceiro setor,
violam o princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF/88), o preceito da sepa-
ração funcional de poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III, da CF/88), o princípio da eficiên-
cia da Administração Pública (art. 37, caput, da CF/88) e o princípio da continuidade dos
serviços públicos (art. 175 da CF/88). STF. Plenário. ADPF 664/ES, Rel. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 16/4/2021 (Info 1013).

b) Transparência
Esse princípio visa operacionalizar a publicidade e possibilitar um maior controle dos gas-
tos públicos.
Apesar de não estar expresso na Constituição (isso já foi perguntado diversas vezes em
provas) ele pode ser inferido dos arts. 37 e 165, §3 que preveem a publicidade como um dos
princípios aplicáveis à Administração Pública. Já a Lei de Responsabilidade Fiscal, prevê ex-
pressamente sua aplicação.

Constituição Federal
Art. 31, § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de
qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos
termos da lei.

Art. 74, § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na
forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o último dia do mês
subsequente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos
recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos crité-
rios de rateio.

Art. 165, § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre,
relatório resumido da execução orçamentária.

Lei de Responsabilidade Fiscal


Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação,
inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orça-
mentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execu-
ção Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.

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§1º A transparência será assegurada também mediante: (Redação dada pela Lei Complementar n.
156, de 2016)
I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de
elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei
Complementar n. 131, de 2009).
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informa-
ções pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso
público; e (Redação dada pela Lei Complementar n. 156, de 2016)
III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mí-
nimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. (Incluído
pela Lei Complementar n. 131, de 2009) (Vide Decreto n. 7.185, de 2010)
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão suas informações e
dados contábeis, orçamentários e fiscais conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos
pelo órgão central de contabilidade da União, os quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de
amplo acesso público. (Incluído pela Lei Complementar n. 156, de 2016)
§ 3º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios encaminharão ao Ministério da Fazenda, nos
termos e na periodicidade a serem definidos em instrução específica deste órgão, as informações
necessárias para a constituição do registro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas
interna e externa, de que trata o § 4º do art. 32. (Incluído pela Lei Complementar n. 156, de 2016)
§ 4º A inobservância do disposto nos §§ 2º e 3º ensejará as penalidades previstas no § 2º do art.
51. (Incluído pela Lei Complementar n. 156, de 2016)
§ 5º Nos casos de envio conforme disposto no § 2º, para todos os efeitos, a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios cumprem o dever de ampla divulgação a que se refere o caput. (In-
cluído pela Lei Complementar n. 156, de 2016)
§ 6º Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos autarquias, fundações públicas,
empresas estatais dependentes e fundos, do ente da Federação devem utilizar sistemas únicos de
execução orçamentária e financeira, mantidos e gerenciados pelo Poder Executivo, resguardada a
autonomia. (Incluído pela Lei Complementar n. 156, de 2016)

No mesmo sentido, o art. 48-A complementa a aplicação do princípio da transparência,


ao determinar que os entes disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a
informações referentes a:
• despesa: incluindo todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da
execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima
dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao
serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o
caso, ao procedimento licitatório realizado;
• receita: incluindo o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gesto-
ras, inclusive referente a recursos extraordinários.

Acerca das contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo, dispõe o art. 49 da LRF
sobre a disponibilidade durante todo o exercício para consulta e apreciação pelos cidadãos e
instituições da sociedade.

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A publicização dos atos que impliquem gastos e recebimento de receitas [e objeto de al-
guns dispositivos legais específicos, a e exemplo do portal da transparência (www.portalda-
transparencia.gov.br) que contém pagamentos de servidores, gastos e também pelo Siga Bra-
sil (Senado Federal).

Os entes que descumprirem os artigos 48, II e III e 48-A nos prazos assinalados no art. 73-B
ficarão impedidos de receber transferências voluntárias.

Por sua vez, a Lei de acesso à informação (Lei 12.527/11) também contribui para a concre-
tização do princípio, pois autoriza que o cidadão requisite aos poderes públicos informações
de seu interesse particular (salvo dados confidenciais) a respeito da política e dos gastos pú-
blicos, independente de justificativa.
A lei é aplicada para todos os órgãos públicos dos três poderes nas esferas federal, estadu-
al e municipal, incluindo Tribunal de Contas e MP e, no que couber, também serão abrangidas
as entidades privadas sem fins lucrativos que recebam recursos públicos.
O STF já se manifestou acerca da legitimidade dessas publicações:

JURISPRUDÊNCIA
CONSTITUCIONAL. PUBLICAÇÃO, EM SÍTIO ELETRÔNICO MANTIDO PELO MUNICÍPIO
DE SÃO PAULO, DONOME DE SEUS SERVIDORES E DO VALOR DOS CORRESPONDENTES
VENCIMENTOS. LEGITIMIDADE.
1. É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração
Pública, dos nomes dos seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e
vantagens pecuniárias. (STF-ARE 652777- DJE em 01/07/15)

c) Responsabilidade fiscal
Nos termos do art. 11 da LRF são requisitos de uma gestão fiscal responsável a institui-
ção, previsão e efetiva arrecadação de tributos da competência do ente federativo. O ente que
descumprir essa previsão em relação aos impostos, ficará impedido de receber transferências
voluntárias.
Existem vários outros artigos da LRF que tratam da uma gestão fiscal responsável, deter-
minando que o gasto público cumpra limites e regras legais, envolvendo uma ação planejada e
transparente e almeje o equilíbrio das contas públicas.
Nesse contexto, todos os gastos públicos devem observar limites previstos na lei: fixação
de metas de resultado fiscal, limites e condições para execução de despesas, renúncia de re-
ceitas, contratações de operação de crédito e concessão de garantias.

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A desobediência das disposições acima pode acarretar sanções ao ente público que as
descumprir.

LRF
Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Complementar serão punidas segundo o Decreto-Lei
2.848/1940 - (Código Penal); Lei 1.079/1950 (Crimes de Responsabilidade); Decreto-Lei 201/1967
- (Crimes de responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores); Lei 8.429/1992 - (Lei de Improbidade
Administrativa) e demais normas da Legislação Pertinente.
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autori-
zação legislativa. Parágrafo Único - Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza opera-
ção de crédito, interno ou externo: I - com inobservância de limite, condição ou montante estabeleci-
do em lei ou resolução do Senado Federal; II - quando o montante da dívida consolidada ultrapassa
o limite máximo autorizado por lei.
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que não tenha sido pre-
viamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei (...)

003. (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/PGR/2015/ADAPTADA) O princípio da responsa-


bilidade na gestão fiscal proíbe, em qualquer hipótese, renúncia tributária.

O princípio da responsabilidade na gestão fiscal, como vimos, pressupõe que o gasto público
seja realizado com a observância de limites e regras legais, envolvendo uma ação planejada e
transparente, zelando sempre pelo equilíbrio das contas públicas.
Nesse sentido, a lei de Responsabilidade Fiscal prevê a responsabilidade fiscal e estabelece a
necessidade de cumprimento de metas de resultado e obediência a limites relativos às renún-
cias de receitas e às despesas públicas.
Portanto, poderá ocorrer a renúncia de receita, desde que obedecidas as normas de responsa-
bilidade na gestão fiscal estabelecidas na LRF:

Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra
renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro
no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de
diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições (...)
Errado.

d) Economicidade
Esse princípio é de fácil compreensão, basta recordar da necessidade de se buscar sempre
o melhor custo benefício na realização das necessidades públicas e na alocação dos recur-
sos públicos.

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A finalidade desse princípio é, em última análise, a busca de uma maior eficiência econômica.
A previsão constitucional está no art. 70:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, apli-
cação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

e)Especialidade dos incentivos fiscais


Esse princípio se aplica à concessão de incentivos fiscais, buscando evitar abusos e ile-
galidades e conferir maior transparência à gestão dos recursos públicos. Assim, os incenti-
vos fiscais dependerão sempre de lei específica, salvo a concessão e revogação de incenti-
vos de ICMS.

Art. 150, § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito pre-
sumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido
mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias aci-
ma enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155,
§ 2º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)

f) Outros princípios gerais


Alguns princípios estudados de forma mais específica em outras matérias também são
aplicáveis ao Direito Financeiro, a exemplo da impessoalidade, moralidade, publicidade e efi-
ciência. Aqui são desnecessárias maiores considerações no âmbito da nossa disciplina.

Legalidade

Economicidade Transparência

Princípios Gerais
Especialidade dos
Responsabilidade Fiscal
incentivos fiscais

Impessoalidade,
Moralidade,
Publicidade e
Eficiência

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2.4. A quem Compete Legislar sobre Direito Financeiro?


Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito
financeiro e orçamento (art. 24, I-CF)

E os municípios? Não estão incluídos no artigo?

Não! Por isso, pela interpretação literal, eles não possuem competência concorrente para
legislar sobre direito financeiro.
Os autores que defendem essa tese também se utilizam de outros argumentos além da
literalidade da norma:
• art. 24,§3 estabelece que as normas somente poderão ser federais ou estaduais, por
isso não cabe legislação suplementar municipal. Disso decorre a conclusão de que se
a competência do município visa suplementar uma lei prévia da União ou dos estados,
não pode ser considerada autônoma.
• uma das condições para que o município exerça competência suplementar é o interesse
local, isso decorre da expressão “no que couber “ mencionada no artigo.

Nesse ponto, chamo a atenção de vocês para outra posição doutrinária que defende a pos-
sibilidade de os municípios exercerem a competência suplementar. Essa tese é baseada na
interpretação sistemática do art. 30, II, da CF, que assim dispõe:

Compete aos municípios suplementar a legislação federal e estadual, no que couber

Outro argumento utilizado é a possibilidade de o Executivo e o Legislativo municipal elabo-


rarem e aprovarem suas próprias leis orçamentárias.
A segunda tese é a mais seguida pelas bancas examinadoras.( Cespe, FCC e FGV). Mas
como você sabe, existem questões divergentes elaboradas pela mesma banca, por isso, fique
sempre atento e lembre-se da divergência doutrinária.
Nessa parte de nossa matéria, não podemos deixar de citar as normas gerais. Nos termos
do §1 do art. 24 a União estabelecerá normais gerais no âmbito da legislação concorrente.
Em relação às competências dos municípios e do DF, a previsão constitucional está nos
arts. 30,II e 32,§1, respectivamente.

E qual a função dessas normas gerais?

É possibilitar que seja dado o mesmo tratamento à matéria por todos os entes, ou seja,
garantir a unidade federativa para as matérias previstas no artigo 24.

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Mas atenção!!! Isso não é empecilho para que algumas matérias sejam reguladas de forma
específica no âmbito federal.
Conclusão: a União tem competência para editar normas gerais, mas também tem com-
petência para suplementar tais normas, no âmbito de sua atuação funcional e territorial.
É aqui que surgem os conceitos de lei federal (com aplicação exclusiva na União, da mes-
ma forma que existem leis estaduais e municipais que se aplicam especificamente em seus
âmbitos restritos) e lei nacional (com aplicação a todos os entes, mantendo a unidade federa-
tiva e fundamentando as leis específicas dos entes).
Outra observação importante é que a competência da União não exclui a competência su-
plementar dos estados e do DF (art. 24, § 2º).

Isso quer dizer que os entes poderão estabelecer normas específicas de Direito Financeiro?

Sim! Nesse caso, haverá uma situação de “condomínio legislativo”, de modo que os es-
tados exercerão a competência concorrente não cumulativa ou suplementar (atribuição do
poder de legislar a mais de um titular).

E se não existirem normas gerais estatuídas pela União?

Nesse caso, os estados e o DF exercerão a competência legislativa plena, nos termos do


art. 24, § 3 (competência concorrente cumulativa).

EXEMPLO
Um exemplo clássico de exercício dessa competência pelo estado é o caso do ITCMD (Impos-
to sobre transmissão causa mortis ou doação. Nessa situação, inexiste lei federal que estabe-
leça normas gerais de modo que os estados fazem uso de sua competência legislativa plena.
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES. AUSÊNCIA DE LEI COMPLE-
MENTAR NACIONAL QUE DISPONHA SOBRE O TRIBUTO NOS TERMOS DO ART. 146, III, A, DA
CONSTITUIÇÃO. EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA PLENA PELOS ESTADOS MEM-
BROS COM AMPARO NO ART. 24, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO. PRECEDENTES. PREVISÃO DE ALÍ-
QUOTAS DIFERENCIADAS EM RAZÃO DO TIPO DE VEÍCULO. POSSIBILIDADE. AGRAVO IMPRO-
VIDO. I – Ante a omissão do legislador federal em estabelecer as normas gerais pertinentes
ao imposto sobre a doação de bens móveis, os Estados-membros podem fazer uso de sua
competência legislativa plena com fulcro no art. 24, § 3º, da Constituição. II – A jurisprudência
do STF firmou orientação no sentido de que, mesmo antes da EC 42/03 – que incluiu o § 6º, II,
ao art. 155 da CF –, já era permitida a instituição de alíquotas de IPVA diferenciadas segundo
critérios que não levem em conta a capacidade contributiva do sujeito passivo, por não ensejar

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a progressividade do tributo. É o que se observa no caso dos autos, em que as alíquotas do


imposto foram estabelecidas em razão do tipo e da utilização do veículo. III – Agravo regimen-
tal improvido. (STF-RE 601247 AgR/RS)

E o que acontece se posteriormente a União editar a norma geral?

Haverá suspensão da eficácia da lei estadual ou distrital, no que lhe for contrária. (art.
24, § 4º).
O artigo fala de suspensão e não de revogação, por isso, caso a lei federal sofra alteração
que elimine o conflito, o dispositivo da lei estadual ou distrital voltará a ter eficácia. Essa ques-
tão, embora simples, continua aparecendo em muitas provas de concursos.
Em relação a organização dos estados e municípios, temos os artigos 25 e 29 a 32 da CF,
respectivamente.
Em ambos os casos deve haver observância à Constituição Federal, com base no princípio
da simetria, o que também está expresso no art. 11 do ADCT. Confira:

Art. 11. Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Esta-
do, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios
desta.
Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no prazo de
seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em dois turnos de discussão e votação, respeitado o
disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual.

Pelo exposto acima, verifica-se claramente que a Constituição Federal atribuiu autonomia
aos entes para dispor sobre sua atividade financeira, seja por meio de Constituições estaduais
ou leis orgânicas, mas consagrou a necessidade de observância de suas normas e princípios
(simetria).
No que se refere a iniciativa das leis orçamentárias, temos a iniciativa privativa do Chefe do
Executivo, nos termos do art. 84 e 165 da CF. Vale lembrar que, em relação ao direito tributário,
a iniciativa é concorrente tanto do Legislativo quanto do Executivo.
Embora sejam objeto de estudo mais detalhado nas aulas posteriores, é importante men-
cionar os arts. 48 e 52 da CF que tratam das competência do Congresso Nacional e do Sena-
do Federal.
Nos termos do art. 48 cabe ao Congresso Nacional, com sanção presidencial, dispor sobre:

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta
para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:
II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública
e emissões de curso forçado;
XIII – matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;
XIV – moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal

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Por sua vez, o art. 52 traz competências privativas do Senado:

V – autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do


Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI – fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida conso-
lidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII – dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades
controladas pelo Poder Público federal;
VIII – dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de
crédito externo e interno;
IX – estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;

=>concorrente: União, estados e DF


=>União: normas gerais (lei nacional)
=>estados, DF: suplementar (municípios, por
interpretação sistemática, existe divergência)
Competência legislativa
=> União: suplementar (no âmbito de sua atuação
funcional e geográfica, lei federal)
=> estados e DF: competência plena (ausência de
normas gerais federais)
Iniciativa: privativa do Chefe do Executivo
=>plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento
anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de
curso forçado;
Congresso Nacional (com sanção
=> matéria financeira, cambial e monetária, instituições
presidencial) art. 48-CF
financeiras e suas operações;
=> moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida
mobiliária federal
=> autorizar operações externas de natureza financeira,
de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios;
=> fixar, por proposta do Presidente da República,
limites globais para o montante da dívida consolidada
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
=> dispor sobre limites globais e condições para as
Competência privativa do Senado operações de crédito externo e interno da União, dos
art. 52-CF Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas
autarquias e demais entidades controladas pelo Poder
Público federal;
=> dispor sobre limites e condições para a concessão
de garantia da União em operações de crédito externo e
interno;
=> estabelecer limites globais e condições para o
montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito
Federalvedada,
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Municípios;
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2.5. Quais Normas Disciplinam o Direito Financeiro?


Vamos iniciar esse tema com um dos artigos da CF mais cobrados em provas. Trata-se do
art. 163 que estabelece reserva de lei complementar para determinadas matérias:

I – finanças públicas;
II – dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades con-
troladas pelo Poder Público;
III – concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV – emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V – fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;
VI – operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios;
VII – compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
VIII – sustentabilidade da dívida, especificando: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de
2021)
a) indicadores de sua apuração; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
b) níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a trajetória da dívida; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
c) trajetória de convergência do montante da dívida com os limites definidos em legislação; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
d) medidas de ajuste, suspensões e vedações; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
e) planejamento de alienação de ativos com vistas à redução do montante da dívida. Parágrafo
único. A lei complementar de que trata o inciso VIII do caput deste artigo pode autorizar a aplicação
das vedações previstas no art. 167-A desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
109, de 2021)

Esse artigo aparece nas provas de forma literal ou com algum “peguinha”. Por exemplo, já
vi examinadores afirmando que no item II não estão incluídas as entidades controladas pelo
poder público.
O Supremo Tribunal Federal entende que os dispositivos do art. 163 podem ser regulados
por diferentes leis complementares, de maneira fragmentada. (STF,ADI 2.238-MC).

004. (TRF4/JUIZ FEDERAL/TRF -4ª REGIÃO/2010/ADAPTADA) As disposições legislativas


relativas às Finanças Públicas deverão ser feitas mediante lei complementar.

Conforme previsto no art. 163, I.


Certo.

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O art. 165, §9 da CF também dispõe sobre outras matérias que deverão ser reguladas por
lei complementar.
• exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano pluria-
nual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
• normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como
condições para a instituição e funcionamento de fundos.
• critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados quan-
do houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação
das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12
do art. 166.

A LC prevista no art. 165,§9 ainda não foi aprovada, por essa razão alguns pontos são tratados
pelo art. 35, §2 do ADCT.
Ao contrário da norma citada acima, o caput do art.165 dispõe que lei ordinária irá tratar de
normas gerais:

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais

Diante do cenário traçado acima, podemos chegar a duas conclusões sobre as leis que
tratam de direito financeiro:
Primeiro, podemos afirmar que existem normas gerais de direito financeiro veiculadas tan-
to por meio de lei ordinária quanto por meio de lei complementar. Entretanto, desde que espe-
cificamente exigido pela Constituição, algumas normas gerais devem observar a reserva de lei
complementar.
A segunda conclusão é de que dentro do art. 165 temos as leis orçamentárias que devem
ser veiculas por lei ordinária e alguns pontos específicos dessas leis que deverão ser veicula-
dos por meio de lei complementar.
Vamos visualizar melhor essa questão, com o auxílio da tabela abaixo:

Lei Ordinária Lei Complementar


Art. 165, 9º:
Art. 165, caput:
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência,
plano plurianual;
os prazos, a elaboração e a organização do plano
diretrizes orçamentárias;
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da
orçamentos anuais
lei orçamentária anual;

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O art. 62, da Constituição Federal veda a edição de medidas provisórias referentes à planos
plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, bem
como à matérias reservadas à lei complementar.
A intenção desse artigo é garantir a democracia fiscal, por meio da participação do Poder Le-
gislativo no processo de elaboração e aprovação das leis orçamentárias.
A redação do art. 68,§1 da CF tem o mesmo objetivo, na medida em que proíbe a utilização de
leis delegadas sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Acabamos de tratar de normas constitucionais que disciplinam o direito financeiro, mas


falta falar da Lei 4.320/64 e da LC 101/00 (LRF), que também são imprescindíveis para nossa
disciplina. Vamos lá!
A Lei 4.320/64 é uma lei federal que foi editada como lei ordinária, mas recepcionada, em
grande parte, pela nossa Constituição como lei complementar (ADI 1726-STF). Portanto, sua
alteração só pode ser feita por meio de outra lei complementar.
Vale lembrar que, nos termos do RE 377457/PR, o STF já se manifestou no sentido de que
não existe hierarquia entre leis complementares e ordinárias, mas apenas uma diferença de
distribuição material entre ambas as espécies legais.
A lei 4.320/64 tem abrangência nacional, aplicando-se à União, aos estados, ao DF e aos
municípios.
Devido à relevância da Lei 4.320/64 para nossos estudos, elaborei uma síntese de seu
conteúdo. Desde já observo que cada um dos itens será estudado posteriormente nas aulas
específicas sobre cada tema:
• classificação das receitas e despesas quanto à categoria econômica ou natureza legal.
• definição das etapas da despesa públicas.
• disciplina dos créditos adicionais.
• positivação dos princípios da unidade de tesouraria, exclusividade, orçamento bruto, uni-
dade, universalidade e anualidade.
• definição dos regimes de caixa para as receitas públicas e de competência para as des-
pesas públicas.
• conceituação dos restos a pagar.
• disciplina dos fundos especiais.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LC n. 101/2000) é, sem dúvida, a preferida das bancas
examinadoras.
Acerca de seu alcance, ressalto que também atinge todos os entes federados, adminis-
tração direta e parte da administração indireta. A lei detalha todos os órgãos e poderes que
devem se submeter aos seus preceitos:

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Art. 1º, § 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios.
§ 3 Nas referências:
I – à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos:
a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judici-
ário e o Ministério Público;
b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais depen-
dentes;
II – a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;
III – a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do Esta-
do e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município.

Art. 2º, III – empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador re-
cursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital,
excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;

A LRF busca garantir maior transparência, eficiência e controle por meio de normas mais
rigorosas a serem aplicadas e observadas no planejamento e no gasto do dinheiro público.
Com o advento da LRF houve um enorme avanço na transparência fiscal, por meio da di-
vulgação em diversos meios de acesso das finanças e serviços públicos; foram criadas novas
formas de controle contábil e financeiro; mecanismos de controle e limitação de gastos, plane-
jamento e acompanhamento de resultados na elaboração e execução orçamentária; além de
inovações nos conteúdos das leis orçamentárias (por exemplo, os famosos anexos da Lei de
Diretrizes Orçamentárias).

 Obs.: Vários artigos da LRF foram julgados no STF, na ADI 2238, sob o argumento de que
extrapolaram o limite de veicular apenas normas gerais, dentre outros. Algumas limi-
nares foram deferidas em 2002 e 2008 e em agosto de 2019 iniciou-se o julgamento
do mérito.

Analisando os conteúdos de cada uma dessas leis fica fácil perceber que são legislações
que tratam de temas distintos (portanto, a LRF não substitui nem revoga a lei n. 4.320/1964).
Nesse sentido, temos a lei 4.320/64 regulamentando s normas gerais sobre elaboração e
controle dos orçamentos e balanços e a LRF estabelecendo normas de finanças públicas vol-
tadas para responsabilidade na gestão fiscal.
E em caso de conflito? Qual delas irá prevalecer?
Tendo em vista que ambas são materialmente complementares, o conflito é resolvido pelo
critério cronológico de resolução de antinomias, prevalecendo a LRF, que é posterior.

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005. (CESPE/PROCURADOR/PG-DF/2013) A respeito das normas que regem o direito finan-


ceiro e orçamentário, julgue os itens a seguir.
Diferentemente da Lei n.º 4.320/1964, que tem hoje status de lei complementar, a LRF procura
estabelecer normas gerais sobre orçamento e balanços.

A Lei n. 4.320/1964 é que estabelece normas gerais para elaboração e controle dos orçamen-
tos e balanços, enquanto a LRF estabelece normas de finanças públicas voltadas para a res-
ponsabilidade na gestão fiscal.
Errado.

EXEMPLO
Ao contrário do que muitos pensam, nossa matéria está presente no dia a dia dos cidadãos bra-
sileiros, principalmente, devido às crises políticas e econômicas ocorridas nos últimos anos.
Você se lembra das “pedaladas fiscais” ocorridas durante o governo da ex presidenta Dilma?
Pois é! Na verdade, toda a situação ocorreu devido à inobservância de normas da LRF quando
foram efetuados pagamentos pela CEF e pelo BNDES para cobrir despesas oriundas de progra-
mas federais, como o Bolsa-Família.
O cerne da questão foi o seguinte: os pagamentos foram feitos sem que o Tesouro houvesse
repassado os recursos aos Bancos, violando os seguintes artigos:

Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos limites e condições relativos à reali-
zação de operações de crédito de cada ente da Federação, inclusive das empresas por eles contro-
ladas, direta ou indiretamente.
I – existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei orçamentária, em
créditos adicionais ou lei específica;

Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Fede-
ração que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.

Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa
durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes:
IV – estará proibida:
b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.

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Vamos ver o que disse o TCU sobre essa questão?

JURISPRUDÊNCIA
(...)
22. Passando agora ao objeto inicial desta representação, qual seja, o suposto atraso,
por parte da União, nos repasses de valores destinados ao pagamento de benefícios de
programas sociais, subsídios e subvenções de sua responsabilidade, restou confirmado
nos autos que: i) despesas concernentes ao bolsa família, ao seguro-desemprego e ao
abono foram pagas pela Caixa: ii) subsídios do Programa Minha Casa Minha Vida –
PMCMV vêm sendo financiados pelo FGTS; e iii) subvenções econômicas, sob a modali-
dade de equalização de taxas de juros, vêm sendo bancadas pelo BNDES ou pelo Banco
do Brasil.
28. Note-se que, nesse caso específico, o pagamento de dívidas pelo FGTS deu-se sem a
devida autorização em Lei Orçamentária Anual ou em Lei de Créditos Adicionais, reque-
rida no art. 167, inciso II, da Constituição da República e o art. 5º, § 1º, da LRF, caracte-
rizando a execução de despesa sem dotação orçamentária.
(...)
31. Todas essas movimentações financeiras e orçamentárias acarretaram, evidente-
mente, o surgimento de passivos do Governo Federal junto à Caixa, ao FGTS e ao BNDES,
em cujos balanços constam devidamente registrados tais haveres, a débito do Tesouro
Nacional. Ou seja, no bojo dessas operações, créditos foram efetivamente auferidos
pela União, à margem da Lei Complementar 101/2000 (LRF).
32. Uma vez caracterizados como operações de crédito, tais procedimentos violam restri-
ções e limitações impostas pela LRF.
33. Primeiro, porque, no que se refere aos recursos disponibilizados pela Caixa e pelo
BNDES, envolvem instituições financeiras públicas controladas pelo ente beneficiário
dos valores, contrariando o art. 36 da LRF, segundo o qual é “proibida a operação de
crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na
qualidade de beneficiário do empréstimo”. Depois, porque não atendem às formalidades
requeridas no art. 32 da referida lei, em especial a necessidade de prévia e expressa
autorização no texto da lei orçamentária para sua contratação, estabelecida no inciso I
do § 1º do referido artigo. E, ainda, porque, circunstancialmente, infringem a vedação do
art. 38, inciso IV, alínea “b”, da Lei, que proíbe a contratação de crédito por antecipação de
receita no último mandato do Presidente da República.
(...)
40. De qualquer maneira, ainda assim, em nome do princípio da transparência fiscal posi-
tivado pelo art. 1º da LRF e dos objetivos e critérios explicitados pelo Manual de Esta-
tísticas Fiscais publicado pelo Bacen em seu sítio na rede mundial de computadores,

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propõe-se determinar ao Departamento Econômico do Bacen que publique na Nota de


Imprensa de Política Fiscal, imediatamente, quadro específico em que fiquem evidencia-
dos os montantes da Dívida Líquida do Setor Público e dos resultados nominal e primário
que deveriam ter sido apurados caso os passivos referentes aos adiantamento concedi-
dos pela CAIXA estivessem sendo captados pelas estatísticas fiscais.
53. Por fim, considero que o Banco Central do Brasil, na condição de responsável pela
apuração dos resultados fiscais para fins de cumprimento das metas fixadas na Lei de
Diretrizes Orçamentárias, ao deixar à margem de suas estatísticas passivos da União
que, de acordo com os seus próprios critérios, deveriam compor a Dívida Líquida do Setor
Público - DLSP, faltou com a diligência e transparência esperada no desempenho de suas
atribuições.
(...)
(...) JOSÉ MÚCIO MONTEIRO Relator (acórdão TCU 825/2015)

Destaco, também, dispositivo da sentença do processo de impeachment da ex-Presidente


Dilma Roussef:

houve crime de responsabilidade consistente em contratar operações de crédito com instituição


financeira controlada pela União e editar decretos de crédito suplementar sem autorização do Con-
gresso Nacional, previstos no art. 85, inciso VI e art. 167, V, da Constituição Federal, bem como no
art. 10, itens 4,6 e 7 e art. 11, itens 2 e 3 da Lei 1.079/1950, ficando assim a acusada condenada à
perda do cargo de Presidente da República Federativa do Brasil

LRF (LC 101/2000) estabelece


Lei 4.320/1964 regulamenta as
normas de finanças públicas
normas gerais sobre elaboração e
voltadas para responsabilidade na
controle dos orçamentos e balanço
gestão fiscal.
Lei Federal, originalmente ordinária,
recepcionada como de lei complementar Lei Complementar
(ADI 1726-STF).
obrigatória para todos os entes federados,
abrangência nacional, aplicando-se à União,
alcançando a administração direta e parte
aos estados, ao DF e aos municípios.
da administração indireta:

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LRF (LC 101/2000) estabelece


Lei 4.320/1964 regulamenta as
normas de finanças públicas
normas gerais sobre elaboração e
voltadas para responsabilidade na
controle dos orçamentos e balanço
gestão fiscal.
Conteúdo:
Conteúdo:
=> classificação das receitas e despesas
=>maior rigor ao planejamento e gasto do
quanto à categoria econômica ou natureza
dinheiro público, buscando garantir maior
legal.
transparência, eficiência e controle.
=>definição das etapas da despesa
=>avanço na transparência fiscal, por meio
públicas.
da divulgação em diversos meios de acesso
=>disciplina dos créditos adicionais.
das finanças e serviços públicos;
=>positivação dos princípios da unidade de
=> novas formas de controle contábil e
tesouraria, exclusividade, orçamento bruto,
financeiro;
unidade, universalidade e anualidade.
=>mecanismos de controle e limitação de
=>definição dos regimes de caixa para as
gastos, planejamento e acompanhamento
receitas públicas e de competência para as
de resultados na elaboração e execução
despesas públicas.
orçamentária; =>inovações nos conteúdos
=> conceituação dos restos a pagar.
das leis orçamentárias
=> disciplina dos fundos especiais.

2.6. Quais são as Fontes do Direito Financeiro?


Essa parte da matéria é pouquíssimo cobrada em concursos, mas para evitar que sejamos
pegos de surpresa, elaborei uma breve síntese das fontes de direito financeiro.
Observo que os conceitos de fontes formais, fontes materiais, leis, decretos etc. são estu-
dados em outras disciplinas específicas e por isso vamos direto ao ponto para não perdermos
muito tempo nessa análise.
Partindo da observação de que as fontes formais decorrem do sistema normativo e de que
as fontes materiais são elementos fáticos que levam à formação das normas jurídicas, temos
o seguinte esquema:

CF(arts.70-75,157-
169)

Leis complementares
(art 163 e 165, §9 da
CF): Lei 4.320/64 e LRF
Primárias: leis e
Formais estatutos normativos
com vigor de lei
Leis ordinárias Ex:
PPA, LDO, POA

MP*(créditos
extraordinários-
167,§3 da CF)

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Já falamos hoje que a CF proíbe a delegação e edição de medidas provisórias sobre as


matérias de lei complementar e de matérias relativas aos planos plurianuais, diretrizes orça-
mentárias e orçamentos.(art. 68, §1, III e art. 62, §1, I, “d” e III, respectivamente).
Em relação às leis delegadas, há autores que defendem que não são fontes do direito fi-
nanceiro3. Todavia, mesmo para quem defende essa posição, nada impede que assuntos que
exorbitem esse tema possam ser objeto de lei delegada.
Existem outros autores que consideram as leis delegadas como fonte, embora de
modo restrito.
A título de exemplo, cito Ricardo Lobo Torres, que afirma que as leis delegadas não cons-
tituem fonte importante do direito financeiro, já que devem observar as vedações contidas no
art. 68 da CF.
Adotando esse entendimento, a banca FCC considerou como correto um item que afirmava
que as leis delegadas seriam fontes de direito financeiro (prova de Consultor da Câmara Legis-
lativa do DF-2018- questão n 10 da lista de exercícios).
Por essa razão, peço que você fique atento no caso de questões objetivas, já que existem
posicionamentos nos dois sentidos. Em uma questão subjetiva ou de prova oral fica mais fácil,
basta demonstrar o conhecimento dos dois entendimentos sobre o tema.
Sobre as medidas provisórias não há maiores discussões. Já vimos que elas poderão ser
fonte de direito financeiro, excepcionalmente, nos termos do art. 167, §3 que trata dos créditos
adicionais.

§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisí-
veis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado
o disposto no art. 62.

Decretos

Resoluções (art 52, V,


VI, VII, VII E iX DA
Secundárias: demais cCF)
regras, que não
Formais apresentam, por si só,
força vinculante
Atos normativos

Decisões
administrativas
(Tribunais de Contas)

3
Leite, Harrison. Manual de Direito Financeiro. 4.ed. Juspodium.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

Ciência das finanças: atividade


pré-normativa : fenômenos
Materiais financeiros sobre os aspectos
sociológico, político, econômico.

3. Jurisprudência
(...)I. – Ao Tribunal de Contas da União compete julgar as contas dos administradores
e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e
indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público
federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade
de que resulte prejuízo ao erário (CF, art. 71, II; Lei 8.443, de 1992, art. 1º, I). II. – As empre-
sas públicas e as sociedades de economia mista, integrantes da administração indireta,
estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não obstante os seus servidores esta-
rem sujeitos ao regime celetista. (...)
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA – TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – FISCALIZAÇÃO.
Ao Tribunal de Contas da União incumbe atuar relativamente à gestão de sociedades
de economia mista. Nova inteligência conferida ao inciso II do artigo 71 da Constitui-
ção Federal, ficando superada a jurisprudência que veio a ser firmada com o julgamento
dos Mandados de Segurança n 23.627-2/DF e 23.875-5/DF. (STF – MANDADO DE SEGU-
RANÇA: MS 25.092/DF).
(...) III. Limites constitucionais à atividade legislativa excepcional do Poder Executivo na
edição de medidas provisórias para abertura de crédito extraordinário. Interpretação do
art. 167, § 3º c/c o art. 62, § 1º, inciso I, alínea “d”, da Constituição. Além dos requisitos
de relevância e urgência (art. 62), a Constituição exige que a abertura do crédito extraor-
dinário seja feita apenas para atender a despesas imprevisíveis e urgentes. Ao contrário
do que ocorre em relação aos requisitos de relevância e urgência (art. 62), que se subme-
tem a uma ampla margem de discricionariedade por parte do Presidente da República, os
requisitos de imprevisibilidade e urgência (art. 167, § 3º) recebem densificação normativa
da Constituição. Os conteúdos semânticos das expressões “guerra”, “comoção interna”
e “calamidade pública” constituem vetores para a interpretação/aplicação do art. 167, §
3º c/c o art. 62, § 1º, inciso I, alínea “d”, da Constituição. “Guerra”, “comoção interna” e
“calamidade pública” são conceitos que representam realidades ou situações fáticas de
extrema gravidade e de consequências imprevisíveis para a ordem pública e a paz social,
e que dessa forma requerem, com a devida urgência, a adoção de medidas singulares e
extraordinárias. A leitura atenta e a análise interpretativa do texto e da exposição de moti-
vos da MP n. 405/2007 demonstram que os créditos abertos são destinados a prover

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

despesas correntes, que não estão qualificadas pela imprevisibilidade ou pela urgência. A
edição da MP n. 405/2007 configurou um patente desvirtuamento dos parâmetros cons-
titucionais que permitem a edição de medidas provisórias para a abertura de créditos
extraordinários. (STF-ADI 4048-DF)
(...)Nesses termos, no caso da MP 427/94, não cabe ao Poder Judiciário perscrutar a
respeito do atendimento dos requisitos da relevância e urgência, pois se trata de situa-
ção tipicamente financeira e/ou tributária, na qual deve prevalecer, em regra, o juízo do
administrador público. Entendo apenas que, afastada hipótese de abuso, no caso em tela,
deve-se adotar orientação já consolidada por esta Corte e, portanto, rejeitar a alegação
de inconstitucionalidade por afronta ao art. 62 da Constituição Federal. (STF-ADI 1055/
DF- DJ em 01/08/17)
CONSTITUCIONAL. PUBLICAÇÃO, EM SÍTIO ELETRÔNICO MANTIDO PELO MUNICÍPIO
DE SÃO PAULO, DONOME DE SEUS SERVIDORES E DO VALOR DOS CORRESPONDENTES
VENCIMENTOS. LEGITIMIDADE.
1. É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração
Pública, dos nomes dos seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e
vantagens pecuniárias. (STF-ARE 652777- DJE em 01/07/15)
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁ-
RIO. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES. AUSÊNCIA DE
LEI COMPLEMENTAR NACIONAL QUE DISPONHA SOBRE O TRIBUTO NOS TERMOS DO
ART. 146, III, A, DA CONSTITUIÇÃO. EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA PLENA
PELOS ESTADOS MEMBROS COM AMPARO NO ART. 24, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO. PRECE-
DENTES. PREVISÃO DE ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS EM RAZÃO DO TIPO DE VEÍCULO.
POSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I – Ante a omissão do legislador federal em esta-
belecer as normas gerais pertinentes ao imposto sobre a doação de bens móveis, os
Estados-membros podem fazer uso de sua competência legislativa plena com fulcro no
art. 24, § 3º, da Constituição. II – A jurisprudência do STF firmou orientação no sentido
de que, mesmo antes da EC 42/03 – que incluiu o § 6º, II, ao art. 155 da CF –, já era per-
mitida a instituição de alíquotas de IPVA diferenciadas segundo critérios que não levem
em conta a capacidade contributiva do sujeito passivo, por não ensejar a progressividade
do tributo. É o que se observa no caso dos autos, em que as alíquotas do imposto foram
estabelecidas em razão do tipo e da utilização do veículo. III – Agravo regimental impro-
vido. (STF-RE 601247 AgR/RS)

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

RESUMO
Essa seção é destinada à revisão dos principais pontos tratados em aula.
A primeira parte traz a revisão por meio de perguntas e palavras-chave, na segunda parte
temos tabelas e desenhos esquemáticos.
Escolha qual a sua melhor maneira de fixar a matéria e mãos à obra!!

Do que trata a atividade financeira do Estado?


• obtenção de recursos financeiros (crédito público)
• aplicação de recursos (despesa)
• gerenciamento dos recursos (orçamento)
• obtenção de recursos financeiros (receita)

Quais as formas de realização da atividade financeira estatal?


• Antes:
− i)apossamento de bens decorrentes de guerra;
− ii)requisição de bens e serviços dos súditos;
− iii)colaboração honorífica.
• Atualmente: por meio do regime de despesas públicas., com o intuito de atender as ne-
cessidades coletivas.

Qual o conceito de atividade financeira do Estado?


• conjunto de ações desempenhadas pelo Estado
• para criar, adquirir, gerir e despender recursos.
• com o fim de suprir as necessidades humanas coletivas, de natureza pública.

Como se denominam as etapas da evolução financeira do Estado?


• Estado Patrimonial
• Estado de Polícia
• Estado fiscal
− Estado Fiscal Minimalista
− Estado Social Fiscal
− Estado Democrático e Social de Direito
• Estado Socialista

Qual a diferença entre Direito Financeiro, Ciência das Finanças e Direito Tribu-
tário?
• Direito Financeiro: conjunto de normas jurídicas que disciplinam a atividade financeira
do estado.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

• Ciência das Finanças: estuda os fenômenos financeiros sobre os aspectos sociológico,


político, econômico, independente de haver regulamentação legal.
• Direito Tributário: rege as relações entre o Estado (Fisco) e o contribuinte, tendo por ob-
jeto o tributo.

Qual a abrangência do Direito Financeiro, Ciência das Finanças e do Direito Tri-


butário?
• Direito Tributário: receita derivada, atuação do Estado de forma coercitiva (ex.: tributos)
• Direito Financeiro: receitas públicas, crédito público, despesas e orçamento público.
• Ciência das Finanças: economia, política e técnica financeira.

Quais são os princípios gerais aplicáveis ao Direito Financeiro?


• Legalidade
− somente pode haver gasto de dinheiro público mediante prévia autorização legislati-
va.
− a distribuição de receitas e despesas, bem como as normas relativas às metas e
diretrizes a serem seguidas pela Administração devem ser precedidas de aprovação
legislativa
• Transparência
− todos os atos que impliquem gastos e recebimento de receitas deverão ser publici-
zados.
• Responsabilidade fiscal
− todos os gastos públicos devem observar limites previstos na lei, sob pena de acarre-
tar sanções ao ente público que as descumprir
• Especialidade dos incentivos fiscais
− qualquer incentivo tributário ou fiscal depende de lei específica do ente político com-
petente, salvo a concessão e revogação de incentivos de ICMS
• Economicidade
− exige que se realize o máximo das necessidades públicas mediante o uso do mínimo
de receitas possível, ou seja, o gasto público deve ser eficiente, do ponto de vista
econômico.
− Impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência

Quais as competências legislativas em Direito Financeiro?


• compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre
direito financeiro. (art. 24, I)
• no âmbito da legislação concorrente, a União estabelecerá normais gerais sobre a ma-
téria (art. 24, §1)
• competência suplementar dos municípios: doutrina majoritária entende que sim, com
base em interpretação sistemática.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

Quais as disposições constitucionais acerca do Direito Financeiro?


• Art. 62: veda a edição de medidas provisórias sobre determinados temas e sobre maté-
rias reservadas à lei complementar.
• Arts. 163 e 165§9: matérias reservadas à lei complementar:
− finanças públicas;
− dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entida-
des controladas pelo Poder Público;
− concessão de garantias pelas entidades públicas;
− emissão e resgate de títulos da dívida pública;
− fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;
− operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;
− compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguar-
dadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvol-
vimento regional.
• sustentabilidade da dívida, especificando:
− indicadores de sua apuração;
• Níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a trajetória da dívida; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
• trajetória de convergência do montante da dívida com os limites definidos em legislação;
• medidas de ajuste, suspensões e vedações;
• planejamento de alienação de ativos com vistas à redução do montante da dívida. Pa-
rágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso VIII do caput deste artigo pode
autorizar a aplicação das vedações previstas no art. 167-A desta Constituição.
• dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização
do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual (não
foi criada, aplica-se o art. 35 do ADCT no âmbito federal)
• estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta
bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
• dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão ado-
tados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar
e limitação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos
§§ 11 e 12 do art. 166.
• Arts. 165, caput: matérias que serão objeto de lei ordinária:
− o plano plurianual;
− as diretrizes orçamentárias;
− os orçamentos anuais

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

Do que trata a Lei n 4320/64?


• Estabelece normas gerais de Direito Financeiro e sobre elaboração e controle dos orça-
mentos e balanços.

Do que trata a Lei Complementar 101/00- Lei de Responsabilidade Fiscal?


• Estabelece normas atinentes à responsabilidade na gestão fiscal.
• Prevalece em caso de conflito com a Lei n.4320/64, aplicando-se o princípio cronológico.

crédito público: obtenção de orçamento: gerenciamento de


recursos financeiros recursos financeiros

Atividade Financeira
do Estado

despesa: aplicação de recursos


financeiros receita: obtenção de recursos
financeiros

i)apossamento de
bens decorrentes
de guerra;
Forma de atualmente, tais
ii)requisição de
realização da atividades são
bens e serviços
atividade estatal realizadas
dos súditos;
iii)colaboração
honorífica.
.

Atividade
financeira do
estado

conjunto de
ações
desempenhadas
pelo Estado

para criar,
adquirir, gerir e
despender
recursos

com o fim de
suprir as
necessidades
humanas
coletivas, de
natureza pública.

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Introdução ao Direito Financeiro
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Estado Patrimonial

Estado Fiscal
Estado de Polícia Minimalista
Evolução da
atividade financeira
estatal
Estado fiscal Estado Social Fiscal

Estado Democrático
Estado Socialista
e Social de Direito

Direito Financeiro: conjunto de normas jurídicas que


disciplinam a atividade financeira do estado.

Ciência das Finanças: estuda os fenômenos


financeiros sobre os aspectos sociológico, político,
econômico, independente de haver regulamentação
legal.

Direito Tributário: rege as relações entre o Estado


(Fisco) e o contribuinte, tendo por objeto o tributo.

atuação do
Receita Estado de
Direito
derivada forma
Tributário
coercitiva (ex:
tributos)

receitas públicas, crédito


público, despesas e Direito Financeiro
orçamento público

economia, política e técnica


Ciência das finanças
financeira

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

Legalidade
somente pode haver gasto de dinheiro público mediante prévia
Art. 48, inciso II, da CF.
autorização legislativa.
Art. 165, caput, da CF.
a distribuição de receitas e despesas, bem como as
Art. 167, incisos II, III, V,
normas relativas às metas e diretrizes a serem seguidas
VI, VIII e §3º da CF.
pela Administração devem ser precedidas de aprovação
legislativa
Transparência
todos os atos que impliquem gastos e recebimento de receitas Art. 48 e 48-A da LRF.
deverão ser publicizados.
Responsabilidade fiscal
todos os gastos públicos devem observar limites previstos
Art. 11 da LRF
na lei, sob pena de acarretar sanções ao ente público que as
descumprir
Especialidade dos incentivos fiscais
qualquer incentivo tributário ou fiscal depende de lei específica
Art. 150, §6 da CF.
do ente político competente, salvo a concessão e revogação de
incentivos de ICMS
Economicidade
exige que se realize o máximo das necessidades públicas
Art. 70, da CF.
mediante o uso do mínimo de receitas possível, ou seja, o gasto
público deve ser eficiente, do ponto de vista econômico.
Impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência

=>compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre direito financeiro. (art. 24, I)
COMPETÊNCIA =>no âmbito da legislação concorrente, a União estabelecerá normais
LEGISLATIVA gerais sobre a matéria (art. 24, §1)
=>competência suplementar do municípios: doutrina majoritária entende
que sim, com base em interpretação sistemática.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
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DISCIPLINA NORMATIVA
=>Art. 62: veda a edição de medidas provisórias sobre determinados
temas e sobre matérias reservadas à lei complementar.
=>Arts. 163 e 165§9: matérias reservadas à lei complementar:
finanças públicas;
dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e
demais entidades controladas pelo Poder Público;
concessão de garantias pelas entidades públicas;
emissão e resgate de títulos da dívida pública;
fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;
operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União,
resguardadas as características e condições operacionais plenas das
voltadas ao desenvolvimento regional
Constituição Federal dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração
e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e
da lei orçamentária anual (não foi criada, aplica-se o art. 35 do ADCT no
âmbito federal)
estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração
direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento
de fundos.
dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos
que serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos,
cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de caráter
obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166.
=>Arts. 165, caput: matérias que serão objeto de lei ordinária:
o plano plurianual;
as diretrizes orçamentárias;
os orçamentos anuais
Lei Federal n.
Estabelece normas gerais de Direito Financeiro e sobre elaboração e
4.320/1964: status
controle dos orçamentos e balanços.
de lei complementar
Lei Complementar
Estabelece normas atinentes à responsabilidade na gestão fiscal.
101/00- Lei de
Prevalece em caso de conflito com a Lei n.4320/64, aplicando-se o
Responsabilidade
princípio cronológico.
Fiscal
Jurisprudência sobre
ADI 1726/DF, ADI 377457/PR e ADI 2238/MC.
o tema

Aqui encerramos a parte teórica da nossa primeira aula. Não deixe de resolver as questões
a seguir para fixar os conhecimentos, e, se ficar alguma dúvida, entre em contato pelo fórum.
Grande abraço!
Natália Riche
@professora_nataliariche

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/PGE-AL/PROCURADOR DO ESTADO/2021) Uma das finalidades da atividade
financeira do Estado é
a) o custeio das necessidades coletivas.
b) a intervenção no domínio econômico.
c) o custeio do poder normativo.
d) a preservação da livre iniciativa.
e) o custeio de atividades privadas.

002. (CESPE/TCE-RJ/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - ESPECIALIDADE: DIREITO/2021)


Ainda acerca de aspectos do direito financeiro, julgue o próximo item.
A Lei n. 4.320/1964, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e contro-
le dos orçamentos e balanços do poder público em geral, foi recepcionada com status de lei
complementar pela Constituição Federal de 1988.

003. (CESPE/TCE-RJ/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - ESPECIALIDADE: DIREI-


TO/2021) Com relação a aspectos constitucionais, legais, doutrinários e jurisprudenciais do
direito financeiro, julgue o item subsequente.
O direito financeiro compreende a despesa, a dívida e o orçamento públicos, mas não a receita
pública, que é objeto do direito tributário.

004. (CESPE/MPC-PA/ANALISTA MINISTERIAL - CONTROLE EXTERNO/2019) A Constitui-


ção Federal de 1988 prevê a competência do Congresso Nacional para exercer a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da admi-
nistração direta e indireta. De acordo com tal previsão, é correto afirmar que o objeto material
do direito financeiro é
a) a contabilidade pública.
b) o processo orçamentário.
c) a atividade financeira estatal.
d) o controle das finanças públicas.
e) a relação do ente público com o contribuinte.

005. (FCC/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDE-


RAL/2018) Há consenso doutrinário quando os juristas, de forma unânime e sem qualquer
divergência, afirmam que o Direito Financeiro é
a) o conjunto de regras jurídicas que disciplinam somente as despesas públicas.
b) um ramo do Direito Público que rege as relações jurídicas entre o Estado e os particulares,
decorrentes somente da atividade de obtenção, pelo Estado, de receitas, desde que correspon-
dam ao conceito de tributo.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
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c) um ramo do Direito Administrativo, porque, além de ser regulado pelos princípios administra-
tivos, a organização dos serviços públicos, relacionados com a atividade financeira do Estado,
é objeto do Direito Administrativo.
d) um ramo do Direito Econômico e tem por objeto a instituição, arrecadação e destinação das
receitas não tributárias, mas, no tocante às receitas tributárias, é o Direito Tributário que cuida
do aspecto da destinação delas.
e) um ramo do Direito Público e seu objeto é o conjunto de princípios e normas jurídicas que
se relaciona com a atividade financeira do Estado, ou seja, com as despesas públicas, receitas
públicas, orçamento público e créditos públicos.

006. (PROCURADOR/PREFEITURA DE JAGUARIÚNA/2018-/ADAPTADA) Quanto às finan-


ças e orçamentos públicos, assinale a alternativa CORRETA:
a) É permitido ao Banco Central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro
Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
b) O Poder Executivo publicará, até quarenta e cinco dias após o encerramento de cada bimes-
tre, relatório resumido da execução orçamentária.
c) Cabe à lei complementar dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elabo-
ração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamen-
tária anual.

007. (CESPE/JUIZ FEDERAL/TRF 5 REGIÃO/2017/ADAPTADA) O princípio da transparência


orçamentária diz respeito à necessidade de divulgação anual do orçamento para conhecimen-
to, pelos cidadãos, da estimação de receita e despesa.

008. (CESPE/JUIZ FEDERAL/TRF 5 REGIÃO/2017/ADAPTADA) São receitas públicas origi-


nárias as provenientes de atividade exclusiva estatal, como, por exemplo, a cobrança de tributos.

009. (CESPE/PROCURADOR/PREFEITURA DE FORTALEZA/2017/ADAPTADA) Com funda-


mento na disciplina que regula o direito financeiro e nas normas sobre orçamento constantes
na CF, julgue o item a seguir.
Constitui ofensa à competência reservada ao chefe do Poder Executivo a iniciativa parlamen-
tar que prevê, na LDO, a inclusão de desconto no imposto sobre a propriedade de veículos
automotores, em caso de pagamento antecipado.

010. (CESPE/PROCURADOR/PREFEITURA DE FORTALEZA/2017/ADAPTADA) A respeito


do orçamento público na CF e dos princípios orçamentários vigentes no ordenamento jurídico
brasileiro, julgue o item que se segue.
Embora o princípio da responsabilidade fiscal tenha adquirido grande relevância no ordena-
mento jurídico brasileiro, seu descumprimento não gera responsabilidade penal.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

011. (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/PGR/2015/ADAPTADA) Constitui princípio abso-


luto previsto no Estatuto Político Fundamental a não vinculação de receita de impostos;

012. (IADES/PROCURADOR/AL-GO/2019/ADAPTADA) A atividade financeira do Estado en-


globa diversas atividades que são estudadas no Direito Financeiro e possuem como objeto a
realização das políticas públicas que buscam promover o bem comum. Acerca da atividade
financeira estatal e do Direito Financeiro, assinale a alternativa correta.
a) A atividade financeira do Estado está vinculada apenas à prestação de serviços públicos.
b) A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pela Casa da Moeda.
c) Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias destinados aos órgãos dos Po-
deres Legislativos e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública ser-lhes-ão en-
tregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, excluídos os créditos suplementares e
especiais.
d) O servidor estável que perder o cargo para adequação aos limites de despesa com pessoal
ativo e inativo estabelecidos em lei complementar fará jus a indenização correspondente a um
mês de remuneração por ano de serviço.
e) A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional do Poder Judici-
ário será realizada exclusivamente pelos sistemas de controle interno do próprio Poder e pelos
tribunais de contas, mediante controle externo.

013. (FCC/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDE-


RAL/2018) A respeito da finalidade da atividade financeira do Estado, a doutrina ensina que
a) o objetivo fundamental da atividade financeira do Estado é proporcionar recursos econômi-
cos para o custeio de sua manutenção e funcionamento, sendo que esta atividade está intima-
mente vinculada ao próprio fim do Estado, ou seja, o bem comum da população.
b) a atividade financeira do Estado é puramente instrumental, porque obter recursos e realizar
gastos é um fim em si mesmo; além disso, o Estado tem por objetivo único o aumento de seu
patrimônio (superávit).
c) a exploração direta de atividade econômica pelo Estado brasileiro é regra, permitindo, de
forma excepcional, aos particulares, a livre iniciativa e a livre concorrência, de acordo com o
que estabelece a Constituição Federal.
d) todas as empresas públicas e as sociedades de economia mista, por expressa disposição
constitucional, têm a finalidade de exercerem atividades financeiras em prol do bem comum
e, por isso, todas gozam de privilégios fiscais, extensivos ou não às demais empresas do se-
tor privado.

014. (FCC/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDE-


RAL/2018) As fontes do Direito são classificadas em formais e materiais, sendo que as for-
mais podem ser principais ou secundárias. As fontes formais principais do Direito Financeiro
são, dentre outras, a Constituição Federal,

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a) as leis complementares e delegadas, os decretos legislativos, os regulamentos, os tratados


e convenções internacionais e a doutrina.
b) as leis complementares e ordinárias, as medidas provisórias, as leis delegadas, os decretos
legislativos e as resoluções do Senado.
c) a resolução, o decreto legislativo, as medidas provisórias, os decretos, as portarias e a juris-
prudência administrativa.
d) a medida provisória, as leis delegadas, as leis ordinárias e complementares, a jurisprudência
e os convênios internos.
e) a lei complementar, a lei ordinária, os tratados e convenções internacionais, a doutrina, a
jurisprudência judicial e os atos normativos.

015. (COPS-UEL/PROCURADOR/PREFEITURA DE LONDRINA/2019/ADAPTADA) O proces-


so legislativo, em matéria orçamentária municipal, deverá, indispensavelmente, seguir determi-
nados parâmetros.
Em relação a esses parâmetros, assinale a alternativa correta.
a) O Presidente da Câmara de vereadores terá competência exclusiva para elaborar o projeto
da Lei Orçamentária Anual, seguindo, rigorosamente, o disposto na Constituição Federal e na
Lei Complementar que dispõe a respeito de normas gerais de finanças públicas.
b) O Prefeito terá competência exclusiva para elaborar o projeto de Lei Orçamentária Anual,
que deverá estar em consonância com o plano plurianual, com as diretrizes orçamentárias,
com a Constituição Federal e com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
c) O Prefeito terá competência concorrente para elaborar o projeto da Lei Orçamentária Anual,
que deverá estar em consonância com o plano plurianual, com as diretrizes orçamentárias,
com a Constituição Federal e com a Lei de Responsabilidade Fiscal.

016. (JUIZ FEDERAL/TRF 4 REGIÃO/2010/ADAPTADA)


I – A União somente pode emitir moeda pelo Banco Central.
II – É vedada a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo exceções
expressas na Constituição.
III – O orçamento estabelecerá o necessário equilíbrio entre receitas e despesas, havendo,
portanto, uma vinculação entre a obtenção das receitas de impostos e as despesas previstas.
IV – É vedada a utilização de recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o
art. 195, I, a e II, para realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do Regime
Geral de Previdência Social de que trata o art. 201, todos da Constituição Federal.

017. (PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREFEITURA DE SÃO LUÍS -MA/2016) Conforme a


Constituição federal, em relação às finanças públicas, compete à lei complementar dispor sobre:
a) o exercício financeiro, os prazos, a elaboração e a organização da lei orçamentária anual,
mas não da lei de diretrizes orçamentárias.

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b) dívida pública interna, exceto as das fundações controladas pela União.


c) critérios para a execução equitativa das emendas individuais ao projeto de lei do orçamento.
d) emissão de títulos da dívida pública, exceto quando se tratar de emissão no mercado externo.
e) operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, exceto em relação ao
Banco Central.

018. (JUIZ FEDERAL/TRF 3 REGIÃO/2013/ADAPTADA) Analise as assertivas abaixo:


I – O direito financeiro e o direito tributário são dois ramos da ciência jurídica muito próximos.
Em parte, concorrem ao tratar de temas em comum, como o tributo; em parte se distanciam,
pois o direito financeiro é mais abrangente do que o direito tributário;
II – Enquanto o direito financeiro tem por objeto as formas financeiras do Estado, englobando
as receitas, as despesas, a autorização de gastos e a fiscalização do dinheiro público, o direito
tributário é mais restrito, cuidando apenas de uma parte das receitas públicas, justamente as
tributárias;
III – As receitas públicas podem ser divididas entre originárias, derivadas e transferidas. As
receitas originárias são as provenientes de normas de direito privado, como as doações, o
recebimento de bens vacantes e os preços públicos, dentre outras; as receitas derivadas são
assim chamadas por derivarem das leis de ordem pública e incluem receitas tributárias e não
tributárias, como multas;
IV – A Constituição Federal de 1988 distinguiu rigidamente o direito financeiro e o direito tribu-
tário. Comprova essa afirmação o fato de que, dentro do título “Da tributação e do orçamento”
há um capítulo dedicado exclusivamente ao “sistema tributário nacional”, que não veicula ne-
nhum comando de direito financeiro, enquanto o capítulo seguinte é dedicado, exclusivamente,
às finanças públicas. Assim, considerando que o constituinte originário dedicou uma seção à
“repartição das receitas tributárias” dentro do capítulo dedicado à tributação, referida matéria
deve ser vista, cientificamente, como própria do direito tributário.
A respeito das afirmações acima, assinale a única resposta correta:
a) todas as assertivas são verdadeiras;
b) somente as assertivas II e IV são verdadeiras;
c) somente a assertiva IV é falsa;
d) somente as assertivas II e IV são falsas;
e) todas as assertivas são falsas.

019. (CESPE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/TCE-PE/2017/ADAPTADA) Com referên-


cia ao direito financeiro, julgue o item seguinte.
Além de disciplinar o Sistema Financeiro Nacional, o direito financeiro regulamenta a atividade
financeira do Estado no que diz respeito a orçamento público, receita pública, despesa pública,
crédito público, responsabilidade fiscal e controle da execução orçamentária.

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020. (CESPE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/TCE-PE/2017/ADAPTADA) No que se re-


fere às normas de direito financeiro constantes na Constituição Federal de 1988 (CF), assinale
a opção correta
a) Os estados da Federação não têm competência para legislar sobre direito financeiro.
b) A competência legislativa da União sobre direito financeiro limita-se ao estabelecimento de
normas gerais.
c) A lei de diretrizes orçamentárias é de iniciativa do Poder Legislativo.
d) A lei que dispõe sobre finanças públicas e fiscalização financeira da administração direta e
indireta é lei ordinária.

021. (PGE-PI/PROCURADOR DO ESTADO/2014) A respeito do direito financeiro brasileiro,


assinale a opção correta.
a) A CF atribui competência privativa à União para legislar sobre direito financeiro e fixa a com-
petência concorrente da União, dos estados e do DF para legislar sobre orçamento.
b) Ao tratar da competência concorrente para legislar sobre orçamento, a CF não se referiu aos
municípios, estando a doutrina majoritária posicionada no sentido de que o constituinte silen-
ciou-se, razão pela qual os municípios não podem reivindicar tal competência.
c) Se um tribunal de justiça ou o MP não encaminharem as respectivas propostas orçamentá-
rias dentro do prazo estabelecido na LDO, o Poder Executivo considerará, para fins de consoli-
dação da proposta orçamentária anual, a média dos valores aprovados nas últimas duas leis
orçamentárias, ajustados de acordo com os limites estipulados pela LDO vigente.
d) A Lei n.º 4.320/1964, apesar de ser lei ordinária, foi recepcionada pela CF com status de lei
complementar, só podendo, hoje, ser alterada por lei dessa estatura.
e) A LRF dispõe, entre outras matérias, sobre finanças públicas, concessão de garantias pelas
entidades públicas, operações de câmbio realizadas pelos entes federados e fiscalização das
instituições financeiras estatais.

022. (FCC/PROCURADOR/TCM-GO/2015) De acordo com normas constitucionais que tra-


tam de finanças públicas, cabe à lei complementar dispor sobre:
a) finanças públicas; o estabelecimento de normas de gestão financeira e patrimonial da Ad-
ministração direta e indireta; estabelecimento dos orçamentos anuais; o exercício financeiro,
a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes
orçamentárias e da lei orçamentária anual.
b) emissão e resgate de títulos da dívida pública; estabelecimento do plano plurianual; compa-
tibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as caracte-
rísticas e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional; estabele-
cimento das diretrizes orçamentárias; fiscalização financeira da Administração pública direta
e indireta; operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades dos Municípios.

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c) finanças públicas; estabelecimento dos orçamentos anuais; dívida pública externa e interna,
incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; es-
tabelecimento das diretrizes orçamentárias; concessão de garantias pelas entidades públicas.
d) emissão e resgate de títulos da dívida pública; estabelecimento de normas de gestão fi-
nanceira e patrimonial da Administração direta e indireta; fiscalização financeira da Adminis-
tração pública direta e indireta; operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades dos
Municípios.
e) compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas
as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional;
estabelecimento do plano plurianual; dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias,
fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; o estabelecimento das diretri-
zes orçamentárias; concessão de garantias pelas entidades públicas.

023. (PROCURADOR/PREFEITURA DE CUIABÁ - MT/2014) Com relação às Normas Gerais


sobre Finanças Públicas em face da Constituição Federal de 1988, considere as seguintes
afirmações:
I – Lei ordinária federal disporá sobre concessão de garantias pelas entidades públicas e emis-
são e resgate de títulos da dívida pública.
II – A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco cen-
tral, sendo permitida a concessão indireta de empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer
órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
III – O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o
objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) I e III.
c) III.
d) II
e) I

024. (PROCURADOR DO ESTADO/PGE-PR/2015) Assinale a alternativa CORRETA em relação


às leis orçamentárias.
a) A Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da Administração Pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para aquelas relativas aos programas de duração continuada.
b) O Plano Plurianual compreende as metas e prioridades da Administração Pública federal,
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientando a ela-
boração da lei orçamentária anual e, também, dispondo acerca das alterações na legislação
tributária e estabelecendo a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

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c) As leis de iniciativa do Poder Executivo deverão estabelecer o plano plurianual, as diretrizes


orçamentárias e os orçamentos anuais, afora a competência reservada à lei complementar
para dispor sobre os orçamentos.
d) A Lei Orçamentária Anual – LOA compreende o orçamento fiscal (relativo a receita e despe-
sa) de todos os poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta, exceto instituídas e mantidas pelo Poder Público.
e) A iniciativa das leis orçamentárias é atribuída aos Poderes Executivo e Legislativo dos entes
federativos.

025. (PROCURADOR/PREFEITURA DE CUIABÁ - MT/2014) Em relação ao regime constitu-


cional dos orçamentos públicos, é correto afirmar:
a) Lei de iniciativa do Poder Legislativo estabelecerá as diretrizes orçamentárias.
b) Lei de iniciativa do Poder Executivo estabelecerá os orçamentos anuais.
c) Leis de iniciativa do Poder Legislativo estabelecerão o plano plurianual e as diretrizes orça-
mentárias e Lei do Poder Executivo estabelecerá os orçamentos anuais.
d) Lei de iniciativa concorrente dos Poderes Executivo e Legislativo estabelecerá as diretrizes
orçamentárias.
e) Leis de iniciativa dos Poderes Executivo e Legislativo estabelecerão o plano plurianual
e os orçamentos anuais e lei de iniciativa do Poder Executivo estabelecerá as diretrizes or-
çamentárias.

026. (PROCURADOR DO ESTADO/PGE-BA/2014) Os estados podem legislar sobre direito fi-


nanceiro e, sempre que o fizerem, estarão revogando qualquer norma preexistente, ainda que
editada pela União.

027. (FCC/AL- PE/2014) De acordo com a Constituição Federal, a competência da União para
legislar sobre Direito Financeiro e Orçamento:
a) é concorrente com a dos Estados e do Distrito Federal, no que diz respeito a estabelecer
normas específicas ou gerais de direito financeiro e orçamento.
b) é concorrente com a dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observadas as
restrições decorrentes de tratados e convenções firmados entre Brasil e Organizações In-
ternacionais.
c) é suplementar, desde que não tenha sido exercida pelos Estados ou pelos Municípios, ob-
servadas, quando for o caso, as restrições decorrentes de compromissos firmados com países
estrangeiros e organismos internacionais.
d) é limitada a estabelecer normas gerais sobre direito financeiro e orçamento no âmbito mu-
nicipal, exceto no que concerne aos assuntos que tiverem sido objeto de acordo com organis-
mos internacionais.
e) se não exercida para editar lei federal sobre normas gerais, permitirá que os Estados exer-
çam sua competência legislativa plena, para atender as suas peculiaridades.

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028. (CESPE/AUDITOR/TCE-PR/2016/ADAPTADA) No que se refere às normas de direito fi-


nanceiro constantes na Constituição Federal de 1988 (CF), assinale a opção correta.
a) Os estados da Federação podem criar bancos para a emissão de moedas estaduais, diferen-
tes da moeda nacional.
b) Os estados da Federação não têm competência para legislar sobre direito financeiro.
c) A competência legislativa da União sobre direito financeiro limita-se ao estabelecimento de
normas gerais.
d) A lei de diretrizes orçamentárias é de iniciativa do Poder Legislativo.
e) A lei que dispõe sobre finanças públicas e fiscalização financeira da administração direta e
indireta é lei ordinária.

029. (FCC/AUDITOR/TCM-PA/2010) A Constituição Federal, ao dispor sobre finanças públi-


cas, determina que as matérias de finanças públicas, exercício financeiro, dívida pública e fis-
calização financeira são veiculadas por:
a) decreto legislativo.
b) emenda constitucional.
c) lei complementar.
d) lei delegada.
e) lei ordinária.

030. (FCC/PROCURADOR/PGE- RR) No âmbito da legislação concorrente, a Constituição Fe-


deral determina que a competência:
a) da União limitar-se-á a estabelecer normas individuais.
b) da União para legislar sobre normas gerais exclui a competência suplementar dos Estados.
c) dos Estados para legislar sobre normas gerais exclui a competência concorrente da União.
d) da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
e) da União limitar-se-á a estabelecer normas individuais e exclui a competência suplementar
dos Estados.

031. (FCC/AUDITOR/TCE-GO) A atividade financeira do Estado:


a) consiste na instituição e na arrecadação de tributos, bem assim na fiscalização sobre a
arrecadação.
b) tem como característica a instrumentalidade, porque arrecadação não é a finalidade do Es-
tado, mas o meio para atingir seus objetivos.
c) exige a presença de pessoa jurídica de direito público ou privado concessionário de servi-
ço público.
d) compreende unicamente a atividade de elaborar o orçamento público.
e) não tem conteúdo econômico.

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032. (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PGE-AL) O direito financeiro cuida:


a) da despesa feita pela administração pública, sendo que a receita arrecadada fica a cargo do
direito tributário.
b) da receita, da despesa e do orçamento público e privado.
c) de regulamentar a instituição de tributos.
d) do orçamento, do crédito, da receita e da despesa no âmbito da administração pública.
e) tão-somente da receita e da despesa públicas.

033. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2013) Em relação às normas relativas às finanças pú-


blicas, assinale a opção correta:
a) A Lei n.º 4.320/1964, ainda vigente, permanece como única referência, entre as normas de
finanças públicas, de responsabilização na gestão fiscal.
b) A LRF revogou a Lei n. 4.320/1964 no que se refere a normas gerais de elaboração e controle
dos orçamentos e balanços.
c) A Lei n. 4.320/1964 continua vigente, sendo sua aplicação obrigatória no que se refere ao
estabelecimento do conceito de dívida fundada e operações de crédito.
d) A LRF estabelece normas gerais sobre conceitos que, embora indeterminados, se aplicam a
todas as esferas do poder público.
e) A LRF atribui à contabilidade pública um caráter mais gerencial e de transparência, que pas-
sou a ser prevalente sobre a Lei n.º 4.320/1964, mesmo sabendo que esta foi recepcionada
como lei complementar pela CF.

034. (FGV/PREFEITURA DE CUIABÁ/2017/ADAPTADA) Sobre as normas de finanças públi-


cas dispostas na Constituição Federal de 1988, analise as afirmativas a seguir.
Cabe à lei complementar dispor sobre dívida pública externa e interna, incluída a das autar-
quias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público.

035. (CESPE/TRT 7 REGIÃO/2017/ADAPTADA) Lei complementar editada pela União dis-


põe sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual.

036. (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-SE) De acordo com a Constituição


Federal de 1988, é veículo normativo que deve dispor sobre finanças públicas e sobre fiscaliza-
ção financeira da administração pública direta e indireta:
a) Lei Complementar.
b) Emenda Constitucional.
c) Lei Ordinária Federal.
d) Lei Delegada.
e) Resolução do Senado Federal.

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037. (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PGE-BA-2014) Os estados podem legislar sobre


direito financeiro e, sempre que o fizerem, estarão revogando qualquer norma preexistente,
ainda que editada pela União.

038. (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/MPOG) Acerca das normas


gerais de direito financeiro, assinale a opção correta.
a) A competência para legislar sobre direito financeiro é privativa da União, podendo a lei com-
plementar autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas.
b) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios legislar
sobre direito financeiro.
c) A competência para legislar sobre direito financeiro é concorrente entre a União, os Esta-
dos e o Distrito Federal, não podendo o Município legislar sobre assuntos de competência
concorrente.
d) Inexistindo lei federal sobre normas gerais de direito financeiro, os Estados exercerão a com-
petência legislativa plena, para atender às suas peculiaridades; sobrevindo lei federal sobre
normas gerais, a lei estadual restará revogada, no que lhe for contrária.
e) A Lei n. 4.320/64 é formalmente ordinária e materialmente complementar.

039. (CESPE/TCE-ES/2013) Em atendimento ao princípio da publicidade, conforme a LRF, o


administrador público deve disponibilizar:
a) a quem requerer os lançamentos da receita relativa a recursos ordinários, apenas.
b) a quem requerer os lançamentos da receita de recursos extraordinários, apenas.
c) os lançamentos da receita, independentemente de sua natureza, em tempo real, por meio
da Internet.
d) os lançamentos da receita, excluídas aquelas relativas a matéria de segurança nacional, em
tempo real, por meio da Internet.
e) a quem requerer os lançamentos da receita, independentemente de sua natureza.

040. (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCU) O princípio da legalidade orçamen-


tária é uma projeção do princípio da legalidade visto sob a sua feição genérica e postula que o
ordenador de despesas só pode fazer aquilo que a lei orçamentária permite.

041. (PROCURADOR MPE/SC/2014/ADAPTADA) A Lei 4.320, de 17/03/1964, estabelece


normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. A Lei de Orçamento compreenderá
todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei; bem como, todas as
despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por inter-
médio deles, se devam realizar.

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Julgue o item:
São princípios insculpidos na Lei 4.320 e que devem ser obedecidos: unidade orçamentária,
universalidade, generalidade e anualidade.

042. (JUIZ FEDERAL/TRF - 4ª REGIÃO/2010) Dadas as assertivas abaixo, assinale a alterna-


tiva correta, em matéria de Finanças Públicas.
I – As disposições legislativas relativas às Finanças Públicas deverão ser feitas mediante lei
complementar.
II – A União somente pode emitir moeda pelo Banco Central.
III – É vedada a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo exceções
expressas na Constituição.
IV – O orçamento estabelecerá o necessário equilíbrio entre receitas e despesas, havendo,
portanto, uma vinculação entre a obtenção das receitas de impostos e as despesas previstas.
V – É vedada a utilização de recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o
art. 195, I, a e II, para realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do Regime
Geral de Previdência Social de que trata o art. 201, todos da Constituição Federal.
a) Estão corretas apenas as assertivas II e III.
b) Estão corretas apenas as assertivas I, II e V.
c) Estão corretas apenas as assertivas II, III e V.
d) Estão corretas apenas as assertivas I, II, III e V.
e) Estão corretas todas as assertivas.

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GABARITO
1. b 37. E
2. C 38. e
3. E 39. e
4. c 40. C
5. e 41. E
6. c 42. e
7. E
8. E
9. E
10. E
11. E
12. d
13. a
14. b
15. b
16. C, C, C, C
17. c
18. c
19. E
20. b
21. d
22. d
23. c
24. c
25. b
26. E
27. e
28. c
29. c
30. d
31. b
32. d
33. e
34. C
35. E
36. a

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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/PGE-AL/PROCURADOR DO ESTADO/2021) Uma das finalidades da atividade
financeira do Estado é
a) o custeio das necessidades coletivas.
b) a intervenção no domínio econômico.
c) o custeio do poder normativo.
d) a preservação da livre iniciativa.
e) o custeio de atividades privadas.

Veja que o item A generaliza as necessidades coletivas (não diferenciando as públicas e as


privadas). Ocorre que por meio da atividade financeira o Estado realiza diversas ações volta-
das à criação, gestão e gasto dos recursos públicos a fim de atender necessidades coletivas
de natureza pública.
A necessidade pública é considerada tudo aquilo que o Estado, se incumbiu de prestar, com
base em uma decisão política contida em um instrumento normativo. Pode-se dizer que bus-
cando atender as necessidades públicas, o estado poderá prestar serviços públicos, exercer o
poder de polícia e também intervir no domínio econômico.
Letra b.

002. (CESPE/TCE-RJ/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - ESPECIALIDADE: DIREITO/2021)


Ainda acerca de aspectos do direito financeiro, julgue o próximo item.
A Lei n. 4.320/1964, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e contro-
le dos orçamentos e balanços do poder público em geral, foi recepcionada com status de lei
complementar pela Constituição Federal de 1988.

Já vimos que de fato a Lei 4.320/64 é uma lei federal que foi editada como lei ordinária, mas re-
cepcionada, em grande parte, pela nossa Constituição como lei complementar (ADI 1726-STF).
Da mesma forma, o principal objetivo da lei é regulamentar as normas gerais sobre elaboração
e controle dos orçamentos e balanços.
Certo.

003. (CESPE/TCE-RJ/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - ESPECIALIDADE: DIREI-


TO/2021) Com relação a aspectos constitucionais, legais, doutrinários e jurisprudenciais do
direito financeiro, julgue o item subsequente.
O direito financeiro compreende a despesa, a dívida e o orçamento públicos, mas não a receita
pública, que é objeto do direito tributário.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

O Direito Financeiro abarca a atividade financeira do estado, incluindo as receitas públicas,


juntamente com o crédito público, as despesas e o orçamento público. Por outro lado, o Direito
Tributário abarca uma relação jurídica específica, que se forma entre o particular e o estado e
estuda apenas parte da receita pública: a receita tributária (derivada).
Em síntese, o direito financeiro é mais amplo que o direito tributário, pois cuida de todas as
receitas públicas, sejam elas tributárias ou não.
Errado.

004. (CESPE/MPC-PA/ANALISTA MINISTERIAL - CONTROLE EXTERNO/2019) A Constitui-


ção Federal de 1988 prevê a competência do Congresso Nacional para exercer a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da admi-
nistração direta e indireta. De acordo com tal previsão, é correto afirmar que o objeto material
do direito financeiro é
a) a contabilidade pública.
b) o processo orçamentário.
c) a atividade financeira estatal.
d) o controle das finanças públicas.
e) a relação do ente público com o contribuinte.

Basta lembrar que o campo de atuação do Direito Financeiro é justamente disciplinar a ativida-
de financeira do estado e que essa atividade consiste em ações voltadas à criação, gestão e
gasto dos recursos públicos a fim de atender necessidades coletivas de natureza pública
Letra c.

005. (FCC/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDE-


RAL/2018) Há consenso doutrinário quando os juristas, de forma unânime e sem qualquer
divergência, afirmam que o Direito Financeiro é
a) o conjunto de regras jurídicas que disciplinam somente as despesas públicas.
b) um ramo do Direito Público que rege as relações jurídicas entre o Estado e os particulares,
decorrentes somente da atividade de obtenção, pelo Estado, de receitas, desde que correspon-
dam ao conceito de tributo.
c) um ramo do Direito Administrativo, porque, além de ser regulado pelos princípios administra-
tivos, a organização dos serviços públicos, relacionados com a atividade financeira do Estado,
é objeto do Direito Administrativo.
d) um ramo do Direito Econômico e tem por objeto a instituição, arrecadação e destinação das
receitas não tributárias, mas, no tocante às receitas tributárias, é o Direito Tributário que cuida
do aspecto da destinação delas.
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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

e) um ramo do Direito Público e seu objeto é o conjunto de princípios e normas jurídicas que
se relaciona com a atividade financeira do Estado, ou seja, com as despesas públicas, receitas
públicas, orçamento público e créditos públicos.

Para responder à questão, vamos relembrar alguns pontos.


Primeiramente, destaco o conceito de Direito Financeiro trazido por Ricardo Lobo Torres:

Conjunto de normas e princípios que regulam a atividade financeira, incumbindo-lhe disciplinar a


constituição e a gestão da fazenda pública, estabelecendo as regras e os procedimentos para a
obtenção da receita pública e a realização dos gastos necessários à consecução dos objetivos do
Estado.

Por outro lado, o Direito Financeiro estuda os fenômenos financeiros positivados, pois se trata
do conjunto de normas jurídicas que disciplinam a atividade financeira do estado.
O item B nos remete à diferença entre Direito Financeiro e Direito Tributário. Essas questões
são recorrentes e tentam confundir a abrangência desses dois ramos do Direito.
Lembre-se que existem dois tipos de receita – originária (decorrente da exploração do patrimô-
nio do Estado) e derivada (decorrente da atuação do Estado de forma coercitiva, por exemplo,
mediante a cobrança de tributos). Essa última é objeto do Direito Tributário.
Em linhas gerais, temos que o direito financeiro abarca a atividade financeira do estado, in-
cluindo as receitas públicas, juntamente com o crédito público, as despesas e o orçamento
público. Por outro lado, o Direito Tributário estuda apenas parte dessa receita, ou seja, a receita
tributária (derivada).
Por fim, vimos também que o Direito Financeiro não faz parte do Direito Econômico ou do Direi-
to Administrativo, embora algumas questões aproximem esses ramos do direito.
Letra e.

006. (PROCURADOR/PREFEITURA DE JAGUARIÚNA/2018-/ADAPTADA) Quanto às finan-


ças e orçamentos públicos, assinale a alternativa CORRETA:
a) É permitido ao Banco Central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro
Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
b) O Poder Executivo publicará, até quarenta e cinco dias após o encerramento de cada bimes-
tre, relatório resumido da execução orçamentária.
c) Cabe à lei complementar dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elabo-
ração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamen-
tária anual.

a) Errada. Trata de uma vedação constitucional. Confiram:

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche
Art. 164, § 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro
Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.

b) Errada. O prazo constitucional para publicação do relatório é de 30 dias. Lembre-se que esse
artigo é um exemplo da aplicação do princípio da transparência.

Art. 165, § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre,
relatório resumido da execução orçamentária.

c) Certa. Nos termos do art. 165,§9 da CF.


Letra c.

007. (CESPE/JUIZ FEDERAL/TRF 5 REGIÃO/2017/ADAPTADA) O princípio da transparência


orçamentária diz respeito à necessidade de divulgação anual do orçamento para conhecimen-
to, pelos cidadãos, da estimação de receita e despesa.

Como vimos, o princípio da transparência pode ser inferido do art. 37, que prevê a publicidade
como um dos princípios aplicáveis à Administração Pública.
Assim, a publicidade é apenas uma das formas de se concretizar a transparência, pois possi-
bilita a fiscalização das contas públicas por diversos meios.
Errado.

008. (CESPE/JUIZ FEDERAL/TRF 5 REGIÃO/2017/ADAPTADA) São receitas públicas origi-


nárias as provenientes de atividade exclusiva estatal, como, por exemplo, a cobrança de tributos.

Já vimos que existem dois tipos de receita – originária (decorrente da exploração do patrimô-
nio do Estado) e derivada (decorrente da atuação do Estado de forma coercitiva, por exemplo,
mediante a cobrança de tributos).
Errado.

009. (CESPE/PROCURADOR/PREFEITURA DE FORTALEZA/2017/ADAPTADA) Com funda-


mento na disciplina que regula o direito financeiro e nas normas sobre orçamento constantes
na CF, julgue o item a seguir.
Constitui ofensa à competência reservada ao chefe do Poder Executivo a iniciativa parlamen-
tar que prevê, na LDO, a inclusão de desconto no imposto sobre a propriedade de veículos
automotores, em caso de pagamento antecipado.

A questão também exige o conhecimento de direito tributário e constitucional. Registre que


o art. 84, XXIII dispõe que compete privativamente ao Presidente da República enviar ao

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propos-


tas de orçamento previstos nesta Constituição.
Ocorre que, apesar de as leis orçamentárias serem elaboradas por iniciativa do poder executivo,

O legislativo poderá, através de leis tributárias, principalmente as concessivas de benefícios fiscais,


alcançar reflexamente o orçamento, sem com isso ferir a competência exclusiva do Executivo para
tratar do orçamento, visto que está dentro da competência do Poder Legislativo a iniciativa de lei
tributária que reduz receita pública ( LEITE, Harrison. Curso de Direito Financeiro e Tributário - 2ª Ed.
2017)

Nesse sentido decidiu o STF:

JURISPRUDÊNCIA
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIO-
NALIDADE. LEI MUNICIPAL. INICIATIVA DE LEI. COMPETÊNCIA CONCORRENTE AINDA
QUE DECORRA ALGUM BENEFÍCIO FISCAL. JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.
1. Esta Corte possui entendimento pacificado no sentido de que é de iniciativa concorrente
o projeto de lei que trata de matéria tributária, ainda que exista proposta com o intuito de
concessão de benefício fiscal. Precedentes: ADI n. 727, Plenário, Relator o Ministro Celso
de Mello, ADI n. 2.464, Plenário, Relatora a Ministra Ellen Gracie; RE n.667.894, Relator o
Ministro Gilmar Mendes, RE n. 583.116, Relator o Ministro Dias Toffoli. (STF- RE 626570
MG-DJ em 08/05/12)

Errado.

010. (CESPE/PROCURADOR/PREFEITURA DE FORTALEZA/2017/ADAPTADA) A respeito


do orçamento público na CF e dos princípios orçamentários vigentes no ordenamento jurídico
brasileiro, julgue o item que se segue.
Embora o princípio da responsabilidade fiscal tenha adquirido grande relevância no ordena-
mento jurídico brasileiro, seu descumprimento não gera responsabilidade penal.

De acordo com esse princípio, todos os gastos públicos devem observar limites previstos na
lei, sob pena de acarretar sanções ao ente público que as descumprir.
Veja alguns exemplos:

LC 101/00 (LRF)
Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Complementar serão punidas segundo o Decre-
to-Lei 2.848/1940 - (Código Penal); Lei 1.079/1950 (Crimes de Responsabilidade); Decreto-Lei
201/1967 - (Crimes de responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores); Lei 8.429/1992 - (Lei de
Improbidade Administrativa) e demais normas da Legislação Pertinente.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia au-
torização legislativa. Parágrafo Único - Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza
operação de crédito, interno ou externo: I - com inobservância de limite, condição ou montante
estabelecido em lei ou resolução do Senado Federal; II - quando o montante da dívida consolidada
ultrapassa o limite máximo autorizado por lei.
Errado.

011. (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/PGR/2015/ADAPTADA) Constitui princípio abso-


luto previsto no Estatuto Político Fundamental a não vinculação de receita de impostos;

A não vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa é uma vedação constitu-
cional que comporta exceções, portanto, não se trata de princípio absoluto.

Art. 167; São vedados:


IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do
produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos
para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para
realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos
arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação
de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
Errado.

012. (IADES/PROCURADOR/AL-GO/2019/ADAPTADA) A atividade financeira do Estado en-


globa diversas atividades que são estudadas no Direito Financeiro e possuem como objeto a
realização das políticas públicas que buscam promover o bem comum. Acerca da atividade
financeira estatal e do Direito Financeiro, assinale a alternativa correta.
a) A atividade financeira do Estado está vinculada apenas à prestação de serviços públicos.
b) A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pela Casa da Moeda.
c) Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias destinados aos órgãos dos Po-
deres Legislativos e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública ser-lhes-ão en-
tregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, excluídos os créditos suplementares e
especiais.
d) O servidor estável que perder o cargo para adequação aos limites de despesa com pessoal
ativo e inativo estabelecidos em lei complementar fará jus a indenização correspondente a um
mês de remuneração por ano de serviço.
e) A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional do Poder Judici-
ário será realizada exclusivamente pelos sistemas de controle interno do próprio Poder e pelos
tribunais de contas, mediante controle externo.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
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A atividade financeira nada mais é que o conjunto de ações desempenhadas pelo Estado, com
o fim de criar, adquirir, gerir e despender recursos para suprir as necessidades humanas cole-
tivas, de natureza pública.
Dessa forma, a atividade financeira está vinculada à diversas atividades e não somente à pres-
tação de serviços públicos. Vejam que é possível que os entes exerçam outras atividades,
como a atuação na ordem econômica, a fim de obter receitas que cubram os custos com a
prestação desses serviços públicos.
Além da possibilidade de intervenção no domínio econômico, por meio do poder normativo
estatal, o exercício do poder de polícia também permite a obtenção de receitas.
b) Errada. Tal competência será exercida pelo Bacen.

Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Cen-
tral.

c) Errada. O art. 168 da CF prevê que os créditos suplementares e especiais estão compreen-
didos no repasse.

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos su-


plementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos,
na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

d) Errada. Nos termos do art. 169, §5 da CF.


e) Errada. Contraria o art.70 da CF:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, apli-
cação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Letra d.

013. (FCC/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDE-


RAL/2018) A respeito da finalidade da atividade financeira do Estado, a doutrina ensina que
a) o objetivo fundamental da atividade financeira do Estado é proporcionar recursos econômi-
cos para o custeio de sua manutenção e funcionamento, sendo que esta atividade está intima-
mente vinculada ao próprio fim do Estado, ou seja, o bem comum da população.
b) a atividade financeira do Estado é puramente instrumental, porque obter recursos e realizar
gastos é um fim em si mesmo; além disso, o Estado tem por objetivo único o aumento de seu
patrimônio (superávit).
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Introdução ao Direito Financeiro
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c) a exploração direta de atividade econômica pelo Estado brasileiro é regra, permitindo, de


forma excepcional, aos particulares, a livre iniciativa e a livre concorrência, de acordo com o
que estabelece a Constituição Federal.
d) todas as empresas públicas e as sociedades de economia mista, por expressa disposição
constitucional, têm a finalidade de exercerem atividades financeiras em prol do bem comum
e, por isso, todas gozam de privilégios fiscais, extensivos ou não às demais empresas do se-
tor privado.

a) Certa Vimos que a atividade financeira constitui conjunto de meios utilizados pelo Estado
para obtenção de valores pecuniários e realização de gastos, visando à execução de necessi-
dades públicas. Nesse contexto, fica claro que a atividade financeira tem um papel nitidamen-
te instrumental, caracterizando-se como uma atividade meio para consecução dos objetivos
do estado.
b) Errada. O superávit não é o único objetivo do estado, pois a atividade financeira busca a
consecução das necessidades públicas, conforme vimos no item
c) Errada. A exploração direta da atividade econômica pelo estado é a exceção, sendo autori-
zada somente nos casos abaixo:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade eco-
nômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou
a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

d) Errada. O art. 173, § 2º, é expresso no sentido de que as empresas públicas e as sociedades
de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
Letra a.

014. (FCC/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDE-


RAL/2018) As fontes do Direito são classificadas em formais e materiais, sendo que as for-
mais podem ser principais ou secundárias. As fontes formais principais do Direito Financeiro
são, dentre outras, a Constituição Federal,
a) as leis complementares e delegadas, os decretos legislativos, os regulamentos, os tratados
e convenções internacionais e a doutrina.
b) as leis complementares e ordinárias, as medidas provisórias, as leis delegadas, os decretos
legislativos e as resoluções do Senado.
c) a resolução, o decreto legislativo, as medidas provisórias, os decretos, as portarias e a juris-
prudência administrativa.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
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d) a medida provisória, as leis delegadas, as leis ordinárias e complementares, a jurisprudência


e os convênios internos.
e) a lei complementar, a lei ordinária, os tratados e convenções internacionais, a doutrina, a
jurisprudência judicial e os atos normativos.

Essa questão foi colocada apenas para revisarmos as fontes e para fazermos algumas ressal-
vas quanto ao gabarito indicado como correto.
Inicialmente, vamos lembrar do esquema abaixo:

CF(arts.70-75,157-
169)

Leis complementares
(art 163 e 165, §9 da
CF): Lei 4.320/64 e
Primárias: leis e LRF
Formais estatutos normativos
com vigor de lei
Leis ordinárias Ex:
PPA, LDO, POA

MP*(créditos
extraordinários-
167,§3 da CF)

Decretos

Resoluções (art 52, V,


VI, VII, VII E iX DA
Secundárias: demais cCF)
regras, que não
Formais apresentam, por si só,
força vinculante
Atos normativos

Decisões
administrativas
(Tribunais de Contas)

Atenção para as seguintes observações:


A CF proíbe a delegação (art. 68, §1, III), bem como a edição de medidas provisórias (art. 62,
§1, I, “d” e III) sobre as matérias de lei complementar e de matérias relativas aos planos pluria-
nuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

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No que refere às leis delegadas, com respaldo em vários manuais de Direito Financeiro, pode-
mos afirmar que não são fontes do direito financeiro (ex: Manual de Direito Financeiro. Harri-
son Leite. Editora Juspodvm. 4ª edição).
Ocorre que a Banca considerou o item B como correto, ou seja, as leis delegadas seriam fonte
de direito financeiro.
Dessa forma, é muito importante que você observe, no caso de questões objetivas, o conteúdo
dos outros itens, já que existem autores que incluem as leis delegadas como fonte, afirmando
que isso de daria de modo restrito. A título de exemplo, cito Ricardo Lobo Torres.
Por sua vez, as medidas provisórias poderão ser fonte de direito financeiro, excepcionalmente.
Lembre-se da previsão do art. 167, §3 que trata dos créditos adicionais.
Letra b (com a ressalva apontada no comentário).

015. (COPS-UEL/PROCURADOR/PREFEITURA DE LONDRINA/2019/ADAPTADA) O proces-


so legislativo, em matéria orçamentária municipal, deverá, indispensavelmente, seguir determi-
nados parâmetros.
Em relação a esses parâmetros, assinale a alternativa correta.
a) O Presidente da Câmara de vereadores terá competência exclusiva para elaborar o projeto
da Lei Orçamentária Anual, seguindo, rigorosamente, o disposto na Constituição Federal e na
Lei Complementar que dispõe a respeito de normas gerais de finanças públicas.
b) O Prefeito terá competência exclusiva para elaborar o projeto de Lei Orçamentária Anual,
que deverá estar em consonância com o plano plurianual, com as diretrizes orçamentárias,
com a Constituição Federal e com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
c) O Prefeito terá competência concorrente para elaborar o projeto da Lei Orçamentária Anual,
que deverá estar em consonância com o plano plurianual, com as diretrizes orçamentárias,
com a Constituição Federal e com a Lei de Responsabilidade Fiscal.

a) Certa. Lembre-se de que a competência legislativa privativa é do chefe do poder executivo,


nos termos do art. 165 da CF. Além disso, em regra, os demais entes devem seguir as normas
constitucionais, aplicando-se o princípio da simetria.
b) Certa.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


XIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e
as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
c) Errada. Conforme explicação do item anterior.
Letra b.

016. (JUIZ FEDERAL/TRF 4 REGIÃO/2010/ADAPTADA)


I – A União somente pode emitir moeda pelo Banco Central.
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II – É vedada a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo exceções


expressas na Constituição.
III – O orçamento estabelecerá o necessário equilíbrio entre receitas e despesas, havendo,
portanto, uma vinculação entre a obtenção das receitas de impostos e as despesas previstas.
IV – É vedada a utilização de recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o
art. 195, I, a e II, para realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do Regime
Geral de Previdência Social de que trata o art. 201, todos da Constituição Federal.

O item I está correto, nos termos do art. 164, caput da CF.


O item II está correto. O fundamento está no art. 167, IV da CF. Confiram:
São vedados:

IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do


produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos
para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para
realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos
arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação
de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)

O item III está correto. Lembre-se que o princípio do equilíbrio determina que exista igualdade
entre receitas e despesas, ou seja, o montante estimado para as receitas (entradas) e despe-
sas (saídas) deve ser o mesmo.
Fala-se em igualdade do montante estimado, portanto, isso não significa que ao final da gestão
(exercício financeiro) os valores devem ser iguais.
De fato, existe a vinculação mencionada no item, entre obtenção de receitas de impostos e
despesas previstas.
O item IV está correto, conforme literalidade do art. 167 XI da CF.
Certo, certo, certo, certo.

017. (PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREFEITURA DE SÃO LUÍS -MA/2016) Conforme a


Constituição federal, em relação às finanças públicas, compete à lei complementar dispor sobre:
a) o exercício financeiro, os prazos, a elaboração e a organização da lei orçamentária anual,
mas não da lei de diretrizes orçamentárias.
b) dívida pública interna, exceto as das fundações controladas pela União.
c) critérios para a execução equitativa das emendas individuais ao projeto de lei do orçamento.
d) emissão de títulos da dívida pública, exceto quando se tratar de emissão no mercado externo.
e) operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, exceto em relação ao
Banco Central.

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Introdução ao Direito Financeiro
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a) Errada. O art. 165, §9, I também abarca a LDO.


b) Errada. O art. 163, II da CF também inclui as fundações. Vejam:

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:


II – dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades con-
troladas pelo Poder Público;
c) Errada. Nos termos do art. 165, §9, III:

Art. 165, § 9º Cabe à lei complementar:


III – dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados
quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das pro-
gramações de caráter obrigatório, para a realização do disposto no § 11 do art. 166.

d) Errada. O art. 163, IV não menciona essa exceção.

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:


IV – emissão e resgate de títulos da dívida pública;

e) Errada. O art.163, VI da CF não prevê tal exceção:

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:


VI – operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios;
Letra c.

018. (JUIZ FEDERAL/TRF 3 REGIÃO/2013/ADAPTADA) Analise as assertivas abaixo:


I – O direito financeiro e o direito tributário são dois ramos da ciência jurídica muito próximos.
Em parte, concorrem ao tratar de temas em comum, como o tributo; em parte se distanciam,
pois o direito financeiro é mais abrangente do que o direito tributário;
II – Enquanto o direito financeiro tem por objeto as formas financeiras do Estado, englobando
as receitas, as despesas, a autorização de gastos e a fiscalização do dinheiro público, o direito
tributário é mais restrito, cuidando apenas de uma parte das receitas públicas, justamente as
tributárias;
III – As receitas públicas podem ser divididas entre originárias, derivadas e transferidas. As
receitas originárias são as provenientes de normas de direito privado, como as doações, o
recebimento de bens vacantes e os preços públicos, dentre outras; as receitas derivadas são
assim chamadas por derivarem das leis de ordem pública e incluem receitas tributárias e não
tributárias, como multas;

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

IV – A Constituição Federal de 1988 distinguiu rigidamente o direito financeiro e o direito tribu-


tário. Comprova essa afirmação o fato de que, dentro do título “Da tributação e do orçamento”
há um capítulo dedicado exclusivamente ao “sistema tributário nacional”, que não veicula ne-
nhum comando de direito financeiro, enquanto o capítulo seguinte é dedicado, exclusivamente,
às finanças públicas. Assim, considerando que o constituinte originário dedicou uma seção à
“repartição das receitas tributárias” dentro do capítulo dedicado à tributação, referida matéria
deve ser vista, cientificamente, como própria do direito tributário.
A respeito das afirmações acima, assinale a única resposta correta:
a) todas as assertivas são verdadeiras;
b) somente as assertivas II e IV são verdadeiras;
c) somente a assertiva IV é falsa;
d) somente as assertivas II e IV são falsas;
e) todas as assertivas são falsas.

Os itens I e II estão corretos. Lembre-se de que o direito financeiro abarcará a atividade finan-
ceira do estado, incluindo as receitas públicas, juntamente com o crédito público, as despesas
e o orçamento público. Por outro lado, o Direito Tributário estuda apenas parte dessa receita,
ou seja, a receita tributária (derivada), portanto, é mais restrito.
O item III está correto. Como afirmado acima, existem dois tipos de receita (classificação quan-
to a origem): i)derivadas, que decorrem do poder coercitivo do estado, tendo como principais
exemplos impostos, multas etc e ii) originárias, que decorrem da exploração do patrimônio do
próprio estado (a exemplo dos alugueis de prédios públicos).
O item IV está incorreto. A parte que se refere à sistematização da CF está correta, entretanto,
não existe a distinção rígida entre essas duas matérias. Como vimos, o direito financeiro e o
direito tributário tem alguns pontos em comum e outros que os distanciam. Ademais, o fato de
a repartição das receitas tributárias constar do título tributação e orçamento, em uma seção
dentro do capítulo sistema tributário nacional de tributação não significa que seja um tema
próprio do direito tributário já que tal tema está ligado às relações entre os entes governamen-
tais e não entre os contribuintes.
Letra c.

019. (CESPE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/TCE-PE/2017/ADAPTADA) Com referên-


cia ao direito financeiro, julgue o item seguinte.
Além de disciplinar o Sistema Financeiro Nacional, o direito financeiro regulamenta a atividade
financeira do Estado no que diz respeito a orçamento público, receita pública, despesa pública,
crédito público, responsabilidade fiscal e controle da execução orçamentária.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

Conforme vimos, segundo o jurista Ricardo Lobo Torres, o Direito Financeiro é justamente

O conjunto de normas e princípios que regulam a atividade financeira, incumbindo-lhe disciplinar


a constituição e a gestão da fazenda pública, estabelecendo as regras e os procedimentos para a
obtenção da receita pública e a realização dos gastos necessários à consecução dos objetivos do
Estado.

Portanto, o direito financeiro consiste no ramo do direito público que tem como objeto es-
tudar a atividade financeira do estado, compreendendo receita, despesa, orçamento e crédi-
to públicos.
Lembre-se, por fim, que o direito financeiro é tratado pela CF no capítulo “DAS FINANÇAS PÚ-
BLICAS”. (art. 163 e ss).
Por sua vez, o Sistema Financeiro nacional é tratado em capítulo próprio (art, 192 e ss).
Errado.

020. (CESPE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/TCE-PE/2017/ADAPTADA) No que se re-


fere às normas de direito financeiro constantes na Constituição Federal de 1988 (CF), assinale
a opção correta
a) Os estados da Federação não têm competência para legislar sobre direito financeiro.
b) A competência legislativa da União sobre direito financeiro limita-se ao estabelecimento de
normas gerais.
c) A lei de diretrizes orçamentárias é de iniciativa do Poder Legislativo.
d) A lei que dispõe sobre finanças públicas e fiscalização financeira da administração direta e
indireta é lei ordinária.

a) Errada, pois vai de encontro ao art. 24 da CF.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

b) Certa. Nos termos do art. 24, §1:

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer nor-


mas gerais.

c) Errada. A LDO é de iniciativa do poder Executivo (art. 165, II).


d) Errada. Nos termos do art. 163, I e V:

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche
Art. 163 Lei complementar disporá sobre:
I – finanças públicas
V – fiscalização financeira da administração pública direta e indireta.
Letra b.

021. (PGE-PI/PROCURADOR DO ESTADO/2014) A respeito do direito financeiro brasileiro,


assinale a opção correta.
a) A CF atribui competência privativa à União para legislar sobre direito financeiro e fixa a com-
petência concorrente da União, dos estados e do DF para legislar sobre orçamento.
b) Ao tratar da competência concorrente para legislar sobre orçamento, a CF não se referiu aos
municípios, estando a doutrina majoritária posicionada no sentido de que o constituinte silen-
ciou-se, razão pela qual os municípios não podem reivindicar tal competência.
c) Se um tribunal de justiça ou o MP não encaminharem as respectivas propostas orçamentá-
rias dentro do prazo estabelecido na LDO, o Poder Executivo considerará, para fins de consoli-
dação da proposta orçamentária anual, a média dos valores aprovados nas últimas duas leis
orçamentárias, ajustados de acordo com os limites estipulados pela LDO vigente.
d) A Lei n.º 4.320/1964, apesar de ser lei ordinária, foi recepcionada pela CF com status de lei
complementar, só podendo, hoje, ser alterada por lei dessa estatura.
e) A LRF dispõe, entre outras matérias, sobre finanças públicas, concessão de garantias pelas
entidades públicas, operações de câmbio realizadas pelos entes federados e fiscalização das
instituições financeiras estatais.

a) Errada. A competência para legislar sobre direito financeiro é concorrente, nos termos do
art. 24, I da CF.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

b) Errada. De fato, pela interpretação literal do art. 24, I, os municípios não possuem competên-
cia concorrente para legislar sobre direito financeiro.
Dentre os fundamentos para negar tal competência aos municípios destaco:
• não cabe legislação suplementar municipal que trate de normas gerais, pois nos termos
do art. 24,§3, essas normas somente poderão ser federais ou estaduais. Assim, a com-
petência do município não é autônoma, pois irá suplementar uma lei prévia da União ou
dos estados.
• a expressão “no que couber “ significa que uma das condições para que o município
exerça competência suplementar é a existência de interesse local.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

Entretanto, embora a Constituição não mencione os municípios no caput do artigo 24, a doutri-
na majoritária entende que eles podem legislar sobre direito financeiro, baseando-se em uma
interpretação sistemática do art. 30, II, da CF (“ compete aos municípios suplementar a legisla-
ção federal e estadual, no que couber”) e também na possibilidade de o Executivo e o Legisla-
tivo Municipal elaborarem e aprovarem suas leis orçamentárias.
c) Errada. Contraria a previsão do art. 99 da CF:

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.


§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjunta-
mente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias


dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para
fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vi-
gente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

d) Certa. A lei 4320.64 é uma Lei Federal, originalmente ordinária, que foi recepcionada, em
grande parte, pela atual Constituição e ganhou status de lei complementar (ADI 1726-STF).
e) Errada. Os temas constantes na afirmativa serão tratados por meio de LC, nos termos do art.
163 da CF:
Não é necessariamente a LRF que tratará sobre os temas mencionados na assertiva, mas sim
Lei Complementar. É o que preceitua o artigo 163 da Constituição.
Ademais, lembre-se do entendimento do STF no sentido de que a matéria constante do art. 163
pode ser regulada por lei complementar de maneira fragmentada, não havendo necessidade de
que uma única lei discipline todo o teor do art. 163. (STF,ADI 2.238-MC).
Letra d.

022. (FCC/PROCURADOR/TCM-GO/2015) De acordo com normas constitucionais que tra-


tam de finanças públicas, cabe à lei complementar dispor sobre:
a) finanças públicas; o estabelecimento de normas de gestão financeira e patrimonial da Ad-
ministração direta e indireta; estabelecimento dos orçamentos anuais; o exercício financeiro,
a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes
orçamentárias e da lei orçamentária anual.
b) emissão e resgate de títulos da dívida pública; estabelecimento do plano plurianual; compa-
tibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as caracte-
rísticas e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional; estabele-
cimento das diretrizes orçamentárias; fiscalização financeira da Administração pública direta
e indireta; operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades dos Municípios.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

c) finanças públicas; estabelecimento dos orçamentos anuais; dívida pública externa e interna,
incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; es-
tabelecimento das diretrizes orçamentárias; concessão de garantias pelas entidades públicas.
d) emissão e resgate de títulos da dívida pública; estabelecimento de normas de gestão fi-
nanceira e patrimonial da Administração direta e indireta; fiscalização financeira da Adminis-
tração pública direta e indireta; operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades dos
Municípios.
e) compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas
as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional;
estabelecimento do plano plurianual; dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias,
fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; o estabelecimento das diretri-
zes orçamentárias; concessão de garantias pelas entidades públicas.

Para responder a essa questão, basta ter conhecimento do art. 163 da Constituição Federal.
Mesmo que você não se recorde de todos os incisos desse artigo, seria possível achar a res-
posta por eliminação, já que o art. 165, caput, prevê que o plano plurianual, bem como os
orçamentos e diretrizes orçamentárias serão previstos em lei ordinária. Assim, já poderíamos
excluir os itens A, B C e E, restando apenas o D como resposta correta.
Confiram:

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:


I – finanças públicas;
II – dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades con-
troladas pelo Poder Público;
III – concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV – emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V – fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;
VI – operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios;
VII – compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais
Letra d.

023. (PROCURADOR/PREFEITURA DE CUIABÁ - MT/2014) Com relação às Normas Gerais


sobre Finanças Públicas em face da Constituição Federal de 1988, considere as seguintes
afirmações:

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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

I – Lei ordinária federal disporá sobre concessão de garantias pelas entidades públicas e emis-
são e resgate de títulos da dívida pública.
II – A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco cen-
tral, sendo permitida a concessão indireta de empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer
órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
III – O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o
objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) I e III.
c) III.
d) II
e) I

O item I está incorreto, pois trata-se de matéria cuja iniciativa é reservada à lei complementar
(art. 163, III e IV da CF).
O item II está incorreto, na parte final.
O art. 164, §1 da CF realmente prevê que a competência da União para emitir moeda será exer-
cida exclusivamente pelo banco central, entretanto, o §1 veda que o banco central conceda,
direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que
não seja instituição financeira.
O item III está correto. Trata-se da literalidade do art. 163, §2 da CF. Confiram:

§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o obje-
tivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
Letra c.

024. (PROCURADOR DO ESTADO/PGE-PR/2015) Assinale a alternativa CORRETA em relação


às leis orçamentárias.
a) A Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da Administração Pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para aquelas relativas aos programas de duração continuada.
b) O Plano Plurianual compreende as metas e prioridades da Administração Pública federal,
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientando a ela-
boração da lei orçamentária anual e, também, dispondo acerca das alterações na legislação
tributária e estabelecendo a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
c) As leis de iniciativa do Poder Executivo deverão estabelecer o plano plurianual, as diretrizes
orçamentárias e os orçamentos anuais, afora a competência reservada à lei complementar
para dispor sobre os orçamentos.
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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

d) A Lei Orçamentária Anual – LOA compreende o orçamento fiscal (relativo a receita e despe-
sa) de todos os poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta, exceto instituídas e mantidas pelo Poder Público.
e) A iniciativa das leis orçamentárias é atribuída aos Poderes Executivo e Legislativo dos entes
federativos.

a) Errada. Trata do conteúdo do PPA e não da LDO, nos termos do art. 165, §1 da CF.
b) Errada. Traz o conceito da LDO e não do PPA, conforme art. 165. §2 da CF. Vale lembrar que
a questão foi elaborada antes da EC 109/21 que alterou o §2.
c) Certa. O art. 165, caput, prevê que o PPA, a LDO e a LOA serão objeto de lei ordinária. Por sua
vez, o art. 165,§9 dispõe que caberá à lei complementar dispor sobre o exercício financeiro, a
vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orça-
mentárias e da lei orçamentária anual.
d) Errada. O art. 165, §5, I inclui as fundações no conteúdo do orçamento fiscal.
e) Errada. Contraria os arts.165, caput, 84, XXIII e 61,§1 da CF que dispõem que a iniciativa é
do poder executivo.
Letra c.

025. (PROCURADOR/PREFEITURA DE CUIABÁ - MT/2014) Em relação ao regime constitu-


cional dos orçamentos públicos, é correto afirmar:
a) Lei de iniciativa do Poder Legislativo estabelecerá as diretrizes orçamentárias.
b) Lei de iniciativa do Poder Executivo estabelecerá os orçamentos anuais.
c) Leis de iniciativa do Poder Legislativo estabelecerão o plano plurianual e as diretrizes orça-
mentárias e Lei do Poder Executivo estabelecerá os orçamentos anuais.
d) Lei de iniciativa concorrente dos Poderes Executivo e Legislativo estabelecerá as diretrizes
orçamentárias.
e) Leis de iniciativa dos Poderes Executivo e Legislativo estabelecerão o plano plurianual
e os orçamentos anuais e lei de iniciativa do Poder Executivo estabelecerá as diretrizes or-
çamentárias.

Nos termos do art. 165 da CF, tais leis são de iniciativa apenas do poder executivo, portanto,
não há que se falar em iniciativa do legislativo ou em iniciativa concorrente entre executivo e
legislativo, o que torna as demais assertivas incorretas.
Lembre-se, ainda, de que PPA, LDO e LOA são objeto de lei ordinária, pois a CF não prevê reser-
va de lei complementar nesses casos.
Letra b.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

026. (PROCURADOR DO ESTADO/PGE-BA/2014) Os estados podem legislar sobre direito fi-


nanceiro e, sempre que o fizerem, estarão revogando qualquer norma preexistente, ainda que
editada pela União.

No âmbito da competência concorrente, se a União não editar normas gerais, os estados pode-
rão exercer a competência legislativa plena (mais uma vez, a leitura do artigo 24 da CF resolve
a questão). Entretanto, se houver superveniência de lei federal, haverá suspensão da eficácia
da lei estadual e não revogação.
Da mesma forma, não há que se falar em revogação da norma federal pela estadual. Observe
que ambos os entes podem legislar sobre a matéria ao mesmo tempo, dentro da competência
que a CF lhes confere e que somente haverá suspensão de eficácia nos casos de conflito.
Errado.

027. (FCC/AL- PE/2014) De acordo com a Constituição Federal, a competência da União para
legislar sobre Direito Financeiro e Orçamento:
a) é concorrente com a dos Estados e do Distrito Federal, no que diz respeito a estabelecer
normas específicas ou gerais de direito financeiro e orçamento.
b) é concorrente com a dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observadas as
restrições decorrentes de tratados e convenções firmados entre Brasil e Organizações In-
ternacionais.
c) é suplementar, desde que não tenha sido exercida pelos Estados ou pelos Municípios, ob-
servadas, quando for o caso, as restrições decorrentes de compromissos firmados com países
estrangeiros e organismos internacionais.
d) é limitada a estabelecer normas gerais sobre direito financeiro e orçamento no âmbito mu-
nicipal, exceto no que concerne aos assuntos que tiverem sido objeto de acordo com organis-
mos internacionais.
e) se não exercida para editar lei federal sobre normas gerais, permitirá que os Estados exer-
çam sua competência legislativa plena, para atender as suas peculiaridades.

A resposta está na letra da lei:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer nor-
mas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplemen-
tar dos Estados.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que
lhe for contrário.
Letra e.

028. (CESPE/AUDITOR/TCE-PR/2016/ADAPTADA) No que se refere às normas de direito fi-


nanceiro constantes na Constituição Federal de 1988 (CF), assinale a opção correta.
a) Os estados da Federação podem criar bancos para a emissão de moedas estaduais, diferen-
tes da moeda nacional.
b) Os estados da Federação não têm competência para legislar sobre direito financeiro.
c) A competência legislativa da União sobre direito financeiro limita-se ao estabelecimento de
normas gerais.
d) A lei de diretrizes orçamentárias é de iniciativa do Poder Legislativo.
e) A lei que dispõe sobre finanças públicas e fiscalização financeira da administração direta e
indireta é lei ordinária.

a) Errada. Vai de encontro ao disposto nos artigos a seguir:

Art.. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.

b) Errada. Viola o art. 24, I:

Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - Direito tribu-
tário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico.

c) Certa. Nos termos do art. 24, §§1 E 2 da CF.


d) Errada.

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.

e) Errada. A LC 101/00 estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabili-


dade na gestão fiscal, trata-se de lei complementar, portanto.
Lembre-se, também, de que a Lei n. 4.320/64 foi recepcionada com status de lei complementar
(apesar de ser ordinária).
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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
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029. (FCC/AUDITOR/TCM-PA/2010) A Constituição Federal, ao dispor sobre finanças públi-


cas, determina que as matérias de finanças públicas, exercício financeiro, dívida pública e fis-
calização financeira são veiculadas por:
a) decreto legislativo.
b) emenda constitucional.
c) lei complementar.
d) lei delegada.
e) lei ordinária.

A questão foi formulada com base na literalidade do artigo 163 da Constituição Federal. Ob-
serve que é bastante comum que as bancas cobrem questões literais nas provas e, portanto, é
importante estar com os principais artigos na ponta da língua:

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:


I – finanças públicas;
II – dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades con-
troladas pelo Poder Público;
III – concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV – emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V – fiscalização das instituições financeiras;
V – fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 40, de 2003)
VI – operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios;
VII – compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Letra c.

030. (FCC/PROCURADOR/PGE- RR) No âmbito da legislação concorrente, a Constituição Fe-


deral determina que a competência:
a) da União limitar-se-á a estabelecer normas individuais.
b) da União para legislar sobre normas gerais exclui a competência suplementar dos Estados.
c) dos Estados para legislar sobre normas gerais exclui a competência concorrente da União.
d) da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
e) da União limitar-se-á a estabelecer normas individuais e exclui a competência suplementar
dos Estados.

Novamente, a resposta está prevista na literalidade do art. 24 da CF, sendo desnecessárias


maiores considerações:

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Introdução ao Direito Financeiro
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Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico (...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer nor-
mas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplemen-
tar dos Estados.
Letra d.

031. (FCC/AUDITOR/TCE-GO) A atividade financeira do Estado:


a) consiste na instituição e na arrecadação de tributos, bem assim na fiscalização sobre a
arrecadação.
b) tem como característica a instrumentalidade, porque arrecadação não é a finalidade do Es-
tado, mas o meio para atingir seus objetivos.
c) exige a presença de pessoa jurídica de direito público ou privado concessionário de servi-
ço público.
d) compreende unicamente a atividade de elaborar o orçamento público.
e) não tem conteúdo econômico.

Lembre-se de que a atividade Financeira do Estado se baseia em quatro pontos: obter recur-
sos (por meio de receitas ou empréstimos/crédito público); gerir tais recursos e despendê-los
a fim de atender as necessidades coletivas, portanto, é mais ampla no seu objeto (cuida de
quaisquer receitas públicas, inclusive as tributárias) do que a atividade tributária. Assim, as
alternativas A e D estão incorretas, já que limitam o objeto da atividade financeira.
A instrumentalidade significa que a obtenção de recursos não é atividade fim, mas um meio
para se chegar ao objetivo do poder público, qual seja, a satisfação das necessidades públicas.
Letra b.

032. (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PGE-AL) O direito financeiro cuida:


a) da despesa feita pela administração pública, sendo que a receita arrecadada fica a cargo do
direito tributário.
b) da receita, da despesa e do orçamento público e privado.
c) de regulamentar a instituição de tributos.
d) do orçamento, do crédito, da receita e da despesa no âmbito da administração pública.
e) tão-somente da receita e da despesa públicas.

a) Errada. Busca fazer uma comparação entre direito financeiro e tributário. Ocorre que o item
torna-se falso quando afirma que toda a receita arrecadada é regrada pelo direito tributário,
uma vez que a receita originária (obtida por meio da exploração do patrimônio do próprio

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Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

Estado) é objeto do direito financeiro, enquanto a receita derivada (obtida pelo Estado median-
te sua autoridade coercitiva, como tributos e multas) é objeto do direito tributário.
b) Errada. Fala em orçamento privado, que não é objeto do direito financeiro.
c) Errada. Tenta confundir o objeto do direito tributário, com o objeto do direito financeiro.
Como já vimos, a regulamentação da instituição de tributos está no campo do direito tributário
d) Certa. Traz todos os elementos da atividade financeira do estado. Por essa mesma razão, o
item E está incorreto, já que reduz o objeto do direito financeiro ás receitas e despesas públicas.
Letra d.

033. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2013) Em relação às normas relativas às finanças pú-


blicas, assinale a opção correta:
a) A Lei n.º 4.320/1964, ainda vigente, permanece como única referência, entre as normas de
finanças públicas, de responsabilização na gestão fiscal.
b) A LRF revogou a Lei n. 4.320/1964 no que se refere a normas gerais de elaboração e controle
dos orçamentos e balanços.
c) A Lei n. 4.320/1964 continua vigente, sendo sua aplicação obrigatória no que se refere ao
estabelecimento do conceito de dívida fundada e operações de crédito.
d) A LRF estabelece normas gerais sobre conceitos que, embora indeterminados, se aplicam a
todas as esferas do poder público.
e) A LRF atribui à contabilidade pública um caráter mais gerencial e de transparência, que pas-
sou a ser prevalente sobre a Lei n.º 4.320/1964, mesmo sabendo que esta foi recepcionada
como lei complementar pela CF.

A LRF, e não a Lei n. 4.320/1964, é a principal referência na responsabilização da gestão fiscal.


Ademais, não houve revogação de uma lei pela outra.
Também é importante destacar que, embora a Lei n. 4.320/1964 ainda esteja vigente, a LRF
trouxe inovações importantes nos conceitos de dívida fundada e operação de crédito.
O item E ressalta justamente a ideia do princípio da transparência, que vimos nessa aula.
Não se preocupem quanto ao conteúdo de ambas as leis, pois eles serão exaustivamente es-
tudados mais adiante. Selecionei esse exercício apenas para que você tenha noção de como
as Bancas cobram a diferenciação entre ambas e para que note como são recorrentes as
questões que afirmam que uma lei revogou a outra ou que tentam confundir seus conteúdos.
Vale lembrar que embora exista essa distinção de objetivos, as leis estão intrinsecamente liga-
das e, caso haja algum conflito, a LRF prevalece, aplicando-se o critério cronológico.
Letra e.

034. (FGV/PREFEITURA DE CUIABÁ/2017/ADAPTADA) Sobre as normas de finanças públi-


cas dispostas na Constituição Federal de 1988, analise as afirmativas a seguir.

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DIREITO FINANCEIRO
Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

Cabe à lei complementar dispor sobre dívida pública externa e interna, incluída a das autar-
quias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público.

Conforme art. 163, II, da CF.


Certo.

035. (CESPE/TRT 7 REGIÃO/2017/ADAPTADA) Lei complementar editada pela União dis-


põe sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual.

Embora exista a previsão no art. 165 de que cabe à lei complementar, dispor sobre o exercício
financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de
diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual, ainda não houve a aprovação de uma
lei complementar que trate de todas essas matérias, por isso a questão foi dada como falsa
pela banca.
Ex.: art. 35, §2º, do ADCT.
Errado.

036. (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-SE) De acordo com a Constituição


Federal de 1988, é veículo normativo que deve dispor sobre finanças públicas e sobre fiscaliza-
ção financeira da administração pública direta e indireta:
a) Lei Complementar.
b) Emenda Constitucional.
c) Lei Ordinária Federal.
d) Lei Delegada.
e) Resolução do Senado Federal.

Observe que, acerca da competência para legislar sobre direto financeiro, quase todas as ques-
tões cobram a literalidade da lei. Sobre esse item, o artigo 163 dispõe:

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:


V – fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;
Letra a.

037. (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PGE-BA-2014) Os estados podem legislar sobre


direito financeiro e, sempre que o fizerem, estarão revogando qualquer norma preexistente,
ainda que editada pela União.

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Introdução ao Direito Financeiro
Natalia Riche

No âmbito da competência concorrente, se a União não editar normas gerais, os estados pode-
rão exercer a competência legislativa plena (mais uma vez, a leitura do artigo 24 da CF resolve
a questão). Entretanto, se houver superveniência de lei federal, haverá suspensão da eficácia
da lei estadual e não revogação.
Da mesma forma, não há que se falar em revogação da norma federal pela estadual. Observe
que ambos os entes podem legislar sobre a matéria ao mesmo tempo, dentro da competência
que a CF lhes confere e que somente haverá suspensão de eficácia nos casos de conflito.
Errado.

038. (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/MPOG) Acerca das normas


gerais de direito financeiro, assinale a opção correta.
a) A competência para legislar sobre direito financeiro é privativa da União, podendo a lei com-
plementar autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas.
b) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios legislar
sobre direito financeiro.
c) A competência para legislar sobre direito financeiro é concorrente entre a União, os Esta-
dos e o Distrito Federal, não podendo o Município legislar sobre assuntos de competência
concorrente.
d) Inexistindo lei federal sobre normas gerais de direito financeiro, os Estados exercerão a com-
petência legislativa plena, para atender às suas peculiaridades; sobrevindo lei federal sobre
normas gerais, a lei estadual restará revogada, no que lhe for contrária.
e) A Lei n. 4.320/64 é formalmente ordinária e materialmente complementar.

A classificação entre comuns e exclusivas refere-se às competências materiais e não às com-


petências legislativas dos entes federativos. Essas últimas são classificadas em privativas e
concorrentes.
A competência legislativa concorrente, não se confunde com a comum, porque a União legisla
mediante normas gerais e os Estados e Distrito Federal por meio de normas suplementares,
para atender as peculiaridades dos entes regionais.
Como já vimos em aula, embora o art. 24 não se refira aos Municípios, a maioria da doutrina
entende que eles podem legislar sobre direito financeiro, suplementando a legislação federal e
estadual para atender o interesse local (art. 30, I e II, CF/88).
Como também foi relatado em aula, a controvérsia é grande, inclusive entre as bancas exa-
minadoras. O Cespe e a FGV já consideraram errada uma assertiva que afirmava que os mu-
nicípios não possuem competência concorrente. Nesse caso, a ESAF considerou a assertiva
incorreta.

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Introdução ao Direito Financeiro
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Está correta a letra E, pois a Lei n. 4.320/64 foi recepcionada com status de Lei Complementar
(ADI1726).
Letra e.

039. (CESPE/TCE-ES/2013) Em atendimento ao princípio da publicidade, conforme a LRF, o


administrador público deve disponibilizar:
a) a quem requerer os lançamentos da receita relativa a recursos ordinários, apenas.
b) a quem requerer os lançamentos da receita de recursos extraordinários, apenas.
c) os lançamentos da receita, independentemente de sua natureza, em tempo real, por meio
da Internet.
d) os lançamentos da receita, excluídas aquelas relativas a matéria de segurança nacional, em
tempo real, por meio da Internet.
e) a quem requerer os lançamentos da receita, independentemente de sua natureza.

Nos termos do artigo 48-A da LRF:

Art. 48-A.Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação
disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a:
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclu-
sive referente a recursos extraordinários.
Letra e.

040. (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCU) O princípio da legalidade orçamen-


tária é uma projeção do princípio da legalidade visto sob a sua feição genérica e postula que o
ordenador de despesas só pode fazer aquilo que a lei orçamentária permite.

Observe que o princípio da Legalidade está previsto no art. 5º, II, CF:

Art. 5º, II – Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

A aplicação desse princípio no âmbito do direito financeiro pode ser vista no artigo 167, I, da CF:

(…) é vedado o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária..

Como se denota, o princípio em questão _advindo do princípio geral da submissão da Adminis-


tração à lei _ estabelece que a despesa pública deve ter prévia autorização legal.
Lembre-se da exceção prevista no artigo 167, §3º, CF c/c 62, CF que permite a abertura de cré-
dito adicional extraordinário, por meio de Medida Provisória ou Decreto, para atender despesas
imprevisíveis e urgentes.
Certo.

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Introdução ao Direito Financeiro
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041. (PROCURADOR MPE/SC/2014/ADAPTADA) A Lei 4.320, de 17/03/1964, estabelece


normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. A Lei de Orçamento compreenderá
todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei; bem como, todas as
despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por inter-
médio deles, se devam realizar.
Julgue o item:
São princípios insculpidos na Lei 4.320 e que devem ser obedecidos: unidade orçamentária,
universalidade, generalidade e anualidade.

A questão está incorreta, pois não existe princípio da generalidade.


Os demais princípios realmente estão previstos no artigo 2 da Lei 4320/64:

Art. 2º A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a


política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de
unidade universalidade e anualidade.
Errado.

042. (JUIZ FEDERAL/TRF - 4ª REGIÃO/2010) Dadas as assertivas abaixo, assinale a alterna-


tiva correta, em matéria de Finanças Públicas.
I – As disposições legislativas relativas às Finanças Públicas deverão ser feitas mediante lei
complementar.
II – A União somente pode emitir moeda pelo Banco Central.
III – É vedada a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo exceções
expressas na Constituição.
IV – O orçamento estabelecerá o necessário equilíbrio entre receitas e despesas, havendo,
portanto, uma vinculação entre a obtenção das receitas de impostos e as despesas previstas.
V – É vedada a utilização de recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o
art. 195, I, a e II, para realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do Regime
Geral de Previdência Social de que trata o art. 201, todos da Constituição Federal.
a) Estão corretas apenas as assertivas II e III.
b) Estão corretas apenas as assertivas I, II e V.
c) Estão corretas apenas as assertivas II, III e V.
d) Estão corretas apenas as assertivas I, II, III e V.
e) Estão corretas todas as assertivas.

O item I está correto, conforme previsto no art. 163, I.


O item II está correto, nos termos do art. 164, caput da CF.
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O item III está correto. O fundamento está no art. 167, IV da CF. Confira:
São vedados:

IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do


produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos
para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para
realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos
arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação
de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)

O item IV está correto. Lembre-se que o princípio do equilíbrio determina que exista igualdade
entre receitas e despesas, ou seja, o montante estimado para as receitas (entradas) e despe-
sas (saídas) deve ser o mesmo.
Fala-se em igualdade do montante estimado, portanto, isso não significa que ao final da gestão
(exercício financeiro) os valores devem ser iguais.
De fato, existe a vinculação mencionada no item, entre obtenção de receitas de impostos e
despesas previstas.
Notem que não existe previsão constitucional para o equilíbrio, todavia, algumas disposições
da LRF indicam que ele deve ser utilizado como uma das metas na elaboração dos orçamentos.
A título de exemplo, citamos o artigo 4, inciso I, alínea a, da LRF:

Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:


I – disporá também sobre:
a) equilíbrio entre receitas e despesas;

O artigo 9 da LRF também consagra o princípio, ao dispor que as despesas deverão acompa-
nhar a evolução das receitas, caso contrário, deverá haver limitação de empenho.
Na verdade, pode-se dizer que após a edição da LRF, o princípio do equilíbrio busca alcan-
çar o chamado Equilíbrio Fiscal, ou seja, as receitas arrecadadas internamente devem superar
as despesas executadas, de modo que o saldo possa ser utilizado para pagamento da dívi-
da pública.
Da mesma forma, o princípio resta implícito no art. 167, III da CF (regra de ouro):

Art. 167. São vedados:


III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressal-
vadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprova-
dos pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;

O item V está correto, conforme literalidade do art. 167 XI da CF.


Letra e.

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REFERÊNCIAS

Lobo Torres, Ricardo. Curso de Direito Financeiro e Tributário, 18 ed. Renovar.

Leite, Harrison. Manual de Direito Financeiro, 4 ed.Juspodium

Piscitelli, Tathiane. Direito Financeiro,6 ed. Método.

Harada, Kiyoshi, 27 ed.Atlas.

Natalia Riche
Procuradora da Fazenda Nacional. Chefe da Divisão de Defesa da Primeira Instância da PRFN da Primeira
Região. Possui especialização em Direito Público. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em
DireitoTributário, Financeiro e Econômico. Atuou como membro do Núcleo de Estudos Constitucionais
(UniCeub) e do Grupo de Pesquisa Direito e Democracia no Pensamento de Peter Häberle (IDP). Trabalhou
como voluntária no United Nations Women´s Guild, em Viena (tradutora de projetos).

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