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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO


LICENCIATURA EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

3o Ano

António Saide Mussage

Meque Wambidzi Chacomo

Paulo Narcisio Chombe

Tarcia Alvaro Deus

Terio Felizardo Martins Raposo

Vanda José Marcelino

Vilma Banosse António Salsa

Contencioso tributário

QUELIMANE

2024
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2o Grupo

António Saide Mussage

Meque Wambidzi Chacomo

Paulo Narcisio Chombe

Tarcia Alvaro Deus

Terio Felizardo Martins Raposo

Vanda José Marcelino

Vilma Banosse António Salsa

Contencioso tributário

Trabalho a ser apresentada na


universidade Licungo, Departamento de
Economia e finança como trabalho de
pesquisa para obtenção de nota para
admissão na cadeira de Fiscalização.

Docente. Dr Lucrecia Nhamussa

QUELIMANE

2024
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Índice
1. Introdução .............................................................................................................. 3

1.1.1. Objectivo geral ............................................................................................... 3

1.1.2. Objectivo específico ....................................................................................... 3

1.1.3. Metodologia ................................................................................................... 3

2. Contencioso tributário ........................................................................................... 4

2.2. Tipos de Contencioso Tributário ........................................................................... 7

2.2.1. Contencioso administrativo tributário ................................................................ 7

2.1.2. Contencioso judicial tributário............................................................................ 7

2.1.3. contencioso do Tribunal Administrativo ........................................................... 8

2.3. Estrutura de contencioso Tributário ....................................................................... 9

2.4. Funcionamento de contencioso tributário na fiscalização ................................... 10

2.5. Finalidade de uso de contencioso tributário na fiscalização ................................ 11

3. Considerações finais ............................................................................................ 13

4. Referências bibliográficas ................................................................................... 14


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1. Introdução
O contencioso tributário em Moçambique destaca a interacção entre os contribuintes e a
Autoridade Tributária de Moçambique (AT), bem como os processos de litígios
relacionados a questões fiscais. Este campo abrange disputas decorrentes de
interpretações da legislação tributária, aplicação de impostos e obrigações fiscais. Tais
litígios são resolvidos através de procedimentos administrativos e judiciais. No âmbito
administrativo, os contribuintes podem contestar decisões da Autoridade tributaria por
meio de reclamações e recursos. Caso não estejam satisfeitos com as resoluções
administrativas, podem recorrer aos tribunais judiciais, incluindo o Tribunal
Administrativo e os tribunais ordinários, para resolver disputas fiscais. Aconselha-se
aos contribuintes buscar orientação jurídica especializada devido à complexidade das
leis fiscais e dos procedimentos legais em Moçambique.

1.1.1. Objectivo geral


 Falar do contencioso tributário

1.1.2. Objectivo específico


 Identificar o contencioso tributário
 Descrever o contencioso tributário
 Analisar a influência do contencioso tributário nos Recursos Humano

1.1.3. Metodologia
Visto que a pesquisa é de carácter exploratório e de suma importância para o sucesso do
objectivo final, adoptou-se a revisão de literatura, relacionada com o objecto de estudo,
caracterizado por uma pesquisa bibliográfica documental ou de fontes secundárias.

Marconi e Lakatos (2002 p. 58) comentam que: as fontes secundarias possibilitam não
só resolver os problemas já́ conhecidos, mas também explorar novas áreas onde os
problemas ainda não se caracterizam suficientemente. Assim, a pesquisa bibliográfica
propicia a investigação de determinado assunto sob um novo enfoque ou abordagem.”
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2. Contencioso tributário
O contencioso tributário é uma ferramenta importante para prevenir o pagamento
desnecessário e indevido de multas, tributos e juros originados de autuações promovidas
por alguns órgãos fiscalizadores nacionais. Nesse sentido, esse processo tem como
objectivo elaborar acções que visam a anular ou minimizar medidas impostas ao
contribuinte. ou seja O contencioso tributário pode ser intendida como a disputas ou
exemplo entre contribuintes e autoridades fiscais (como o serviço de impostos) sobre
questões relacionadas aos impostos. Medauar (1998).

Abaixo estão ilustrados as informações básicas sobre o contencioso tributário:

1. Natureza do Contencioso Tributário:

 O contencioso tributário surge quando há divergências entre os contribuintes e


as autoridades fiscais em relação à interpretação das leis tributárias, cálculos de
impostos, aplicação de penalidades, entre outros assuntos tributários.

2. Processo de Resolução:

 Normalmente, o processo de resolução de disputas tributárias segue uma série de


etapas, que podem incluir discussões informais com a autoridade fiscal, recursos
administrativos e, em última instância, a possibilidade de litigar em tribunal.

3. Recursos Administrativos:

 Antes de chegar aos tribunais, os contribuintes muitas vezes têm a oportunidade


de contestar decisões fiscais por meio de recursos administrativos, como
recursos internos dentro da autoridade fiscal.

4. Litígio Judicial:

 Se não for possível resolver a disputa por meio de recursos administrativos ou se


o contribuinte discordar do resultado desses recursos, ele pode optar por
contestar a decisão em tribunal. Isso envolve apresentar uma queixa ou uma
ação judicial perante os tribunais competentes.

5. Profissionais Especializados:
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 Devido à complexidade das leis tributárias e dos procedimentos legais


envolvidos, muitos contribuintes optam por contratar advogados tributários ou
consultores fiscais especializados para ajudá-los a lidar com questões de
contencioso tributário.

6. Importância da Conformidade:

 É importante que os contribuintes estejam em conformidade com as leis fiscais e


mantenham registros precisos para evitar disputas tributárias. No entanto,
quando surgem litígios, é crucial entender os direitos e as opções disponíveis
para resolver a questão da forma mais favorável possível.

Para Medauar (1998), diz que em Moçambique refere-se ao conjunto de processos e


litígios relacionados com questões fiscais entre os contribuintes e a autoridade fiscal do
país, que é representada pela Autoridade Tributária de Moçambique (AT). Estes litígios
podem surgir devido a divergências na interpretação da legislação fiscal, aplicação de
impostos, obrigações fiscais, entre outros assuntos relacionados com os impostos.

Em Moçambique, o contencioso tributário é tratado por meio de processos


administrativos e judiciais. No âmbito administrativo, os contribuintes podem recorrer
de decisões da Autoridade Tributaria através de reclamações ou recursos para as
instâncias superiores dentro da própria AT. Caso não estejam satisfeitos com as
decisões administrativas, os contribuintes podem então recorrer aos tribunais judiciais
para contestar questões fiscais.

Os tribunais moçambicanos competentes para lidar com questões de contencioso


tributário incluem o Tribunal Administrativo e os tribunais judiciais. O Tribunal
Administrativo é responsável por julgar litígios relacionados com a atividade
administrativa do Estado, incluindo questões tributárias. Por outro lado, os tribunais
judiciais, como os tribunais distritais, provinciais e superiores, podem também julgar
casos de contencioso tributário quando as partes optam por recorrer a essas instâncias.

É importante notar que as leis e regulamentos fiscais em Moçambique podem estar


sujeitos a alterações, e os procedimentos de contencioso tributário podem variar de
acordo com essas mudanças e com a interpretação das autoridades fiscais e judiciais.
Por isso, é aconselhável que os contribuintes procurem aconselhamento jurídico
especializado ao enfrentar questões de contencioso tributário em Moçambique.
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Contencioso está relacionado com litígio, com dúvida, com aquilo que pode ser
contestado.

No Direito, contencioso é o nome que se dá para a área que trabalha com processos,
tanto administrativos quanto judiciais.

Segundo Meirelles (2001), Para questões cotidianas, que envolvem nosso dia a dia,
geralmente uma acção judicial é o último recurso escolhido pelas pessoas. Seja porque
há uma crença geral, e justificada, de que a Justiça demora para dar resultados, seja
porque a grande maioria das pessoas não conhece o funcionamento do Judiciário e teme
os custos e consequências envolvidas em um processo.

Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no relatório Justiça em Número 2020,


o número total de processos em andamento no final de 2019 era de cerca de 77,1
milhões.

Para questões tributárias, como vimos no post sobre crédito tributário, muitas vezes ir
ao Judiciário é a única forma de afastar uma cobrança indevida, ou de recuperar valores
pagos indevidamente. Além disso, mesmo quando os contribuintes não vão ao
Judiciário de forma voluntária, eles podem acabar sendo chamados a responder
judicialmente por dívidas tributárias, nas execuções fiscais.

O contencioso tributário é um mundo dentro do Direito Tributário. É comum se fazer a


divisão entre o chamado consultivo e o chamado contencioso tributário.

Consultivo seria a subárea da advocacia voltada para atender demandas de consultoria


dos clientes. Envolvem geralmente a elaboração de pareceres e opiniões legais sobre
dúvidas de interpretação e aplicação da legislação, estruturação de panejamentos
tributários, análise de efeitos tributários em reorganizações ou operações societárias etc.

O contencioso, por sua vez, seria a subárea que lida com processos judiciais e
administrativos envolvendo matéria tributária, e algumas vezes decorrentes de trabalhos
de consultoria, como, por exemplo, a identificação de uma oportunidade tributária
interessante para o cliente, que deve ser operacionalizada por meio de uma acção
judicial.
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Segundo Kelsen (1994), É comum que se associe a consultoria tributária a uma medida
ou posição preventiva, e o contencioso tributário a uma visão correctiva ou defensiva.
Embora isso ocorra na maior parte das vezes, cada vez mais o contencioso tem se
mostrado também como uma pedida preventiva, seja para se evitar um questionamento
futuro, ou uma actuação futura, ou mesmo para recuperar valores (os créditos tributários
que vimos no poste anterior), podendo representar um diferencial estratégico de extrema
relevância em termos competitivos.

2.2. Tipos de Contencioso Tributário


Como citamos anteriormente, existem dois tipos de Contencioso Tributário, que se
referem às esferas apeladas durante a contestação de um auto.

2.2.1. Contencioso administrativo tributário


Este tipo de Contencioso Tributário ocorre sempre no âmbito das repartições públicas
responsáveis. Ou seja, não há participação do Poder Judiciário e pode ser resolvido
dentro do próprio órgão fiscalizador.

A partir do momento de emissão do auto de infracção ou documentos equivalentes, o


contribuinte deve efectuar a defesa administrativa de fato e de direito, anexando provas
com o objectivo de reverter a cobrança dos tributos. Para este processo, basta a
elaboração da defesa por parte de um contabilista; não é necessário a presença e
participação de um advogado.

Este é o tipo de Contencioso Tributário mais vantajoso, pois a maior parte dos
processos, sobretudo os que envolvem matéria de prova, podem ser definidos em
definitivo neste âmbito. Ou seja, é menos burocrático. Mas não só isso, o Contencioso
Administrativo também é preferível pela informalidade moderada da condução do
procedimento e por ser menos custoso para o contribuinte.

2.1.2. Contencioso judicial tributário


Já o Contencioso judicial, como o próprio nome já diz, é resolvido com aparatos
judiciais, como a participação de advogados ou consultores jurídicos, e não pode ser
resolvido apenas na esfera administrativa.

Em matéria tributária os contribuintes vão ao Judiciário por dois principais motivos: (i)
afastar uma tributação que se entenda ilegítima (e, consequentemente, buscar o direito
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de reaver valores indevidamente recolhidos a esse título); ou (ii) combater uma


cobrança específica (muitas vezes depois de decisão desfavorável no contencioso
administrativo).

A decisão final no processo judicial definirá a legitimidade do tributo ou da cobrança,


mas há um longo e tortuoso caminho para se alcançar esta decisão final e que iremos
descomplicar aos poucos neste blog

2.1.3. contencioso do Tribunal Administrativo


Como estabelece o artigo 230, da Constituição da República de 2004, conjugado com o
artigo 4 da Lei n.º 25/2009, são competências do Tribunal Administrativo, as seguintes:

• Julgar as acções que tenham por objecto litígios emergentes das relações jurídicas
administrativas;

• Julgar os recursos contenciosos interpostos das decisões dos órgãos do Estado, dos
respectivos titulares e agentes;

• Conhecer dos recursos interpostos das decisões proferidas pelos tribunais


administrativos, fiscais e aduaneiros;

Emitir o Relatório e o Parecer sobre a Conta Geral do Estado;

• Fiscalizar, previamente, a legalidade e a cobertura orçamental dos actos e contratos


sujeitos à jurisdição do Tribunal Administrativo;

• Fiscalizar, sucessiva e concomitantemente os dinheiros públicos;

• Fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros obtidos no estrangeiro, nomeadamente


através de empréstimos, subsídios, avales e donativos.

•O controlo da legalidade dos actos administrativos e da aplicação das normas


regulamentares emitidas pela Administração Pública, que não sejam da competência dos
tribunais fiscais e aduaneiros;

• A fiscalização da legalidade das despesas públicas e a respectiva efectivação da


responsabilidade por infracção financeira;
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2.3. Estrutura de contencioso Tributário


O contencioso tributário refere-se ao conjunto de procedimentos legais e administrativos
relacionados a disputas ou litígios entre contribuintes e o fisco, geralmente sobre
questões relacionadas a impostos e obrigações tributárias. A estrutura do contencioso
tributário pode variar de acordo com o sistema jurídico de cada país, mas geralmente
envolve os seguintes elementos:

1. Administração Tributária: É o órgão responsável pela arrecadação e


fiscalização dos tributos. A administração tributária é responsável por emitir
autuações fiscais, notificações e decisões administrativas relativas a questões
tributárias.

2. Processo Administrativo Tributário: É o conjunto de procedimentos


administrativos pelos quais os contribuintes podem contestar as decisões da
administração tributária. Isso geralmente envolve a apresentação de recursos e
defesas, audiências administrativas e julgamento das questões por autoridades
administrativas específicas.

3. Processo Judicial: Se a disputa não for resolvida no âmbito administrativo, o


contribuinte pode recorrer ao Poder Judiciário para resolver a questão. Isso pode
envolver a apresentação de uma ação judicial perante os tribunais competentes,
onde as questões tributárias serão analisadas e julgadas por juízes.

4. Recursos: Em muitos sistemas jurídicos, existem várias instâncias de recursos


disponíveis para as partes envolvidas no contencioso tributário. Isso permite que
as decisões sejam revisadas por instâncias superiores em caso de discordância
com as decisões iniciais.

5. Legislação Tributária e Normas Processuais: O contencioso tributário é


regido por um conjunto de leis tributárias e normas processuais que estabelecem
os procedimentos a serem seguidos pelas partes envolvidas. Isso inclui leis que
determinam os direitos e deveres dos contribuintes, bem como os poderes e
responsabilidades da administração tributária e do judiciário.
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6. Advogados e Consultores Tributários: Os contribuintes envolvidos em


disputas tributárias frequentemente buscam a assistência de advogados
especializados em direito tributário para orientação e representação durante o
contencioso tributário.

7. Tribunais Especializados: Em alguns países, existem tribunais especializados


ou câmaras especializadas dentro do sistema judiciário para lidar
especificamente com questões tributárias. Isso pode incluir tribunais
administrativos tributários, cortes fiscais ou tribunais tributários.

A estrutura do contencioso tributário é projetada para garantir que as disputas


relacionadas a questões tributárias sejam resolvidas de maneira justa e eficiente, com
base nos princípios do devido processo legal e da equidade tributária.

2.4. Funcionamento de contencioso tributário na fiscalização


O contencioso tributário na fiscalização refere-se ao processo legal que ocorre quando
há uma disputa entre um contribuinte e uma autoridade fiscal, geralmente relacionada a
questões de impostos ou taxas. Esse processo pode ocorrer em diferentes etapas e seguir
procedimentos específicos, dependendo da legislação tributária do país em questão. O
contencioso tributário funciona da seguinte forma:

1. Notificação de fiscalização: A autoridade fiscal notifica o contribuinte sobre a


realização de uma auditoria ou fiscalização tributária. Durante esse processo, os
auditores revisam os registros contábeis e financeiros do contribuinte para
garantir que estejam em conformidade com as leis tributárias.

2. Identificação de inconsistências: Durante a auditoria, se forem identificadas


inconsistências ou discrepâncias nos registros do contribuinte, a autoridade
fiscal pode emitir um aviso de infracção ou uma intimação para correcção.

3. Defesa do contribuinte: O contribuinte tem o direito de contestar as descobertas


da autoridade fiscal. Isso geralmente envolve fornecer documentação adicional
ou explicar as razões por trás das discrepâncias identificadas.

4. Processo administrativo: Se a disputa não for resolvida na fase de fiscalização


inicial, o contribuinte pode contestar a decisão por meio de um processo
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administrativo. Nesse estágio, o contribuinte apresenta sua defesa perante um


órgão administrativo, como uma junta de recursos fiscais.

5. Processo judicial: Se a disputa não for resolvida no processo administrativo, o


contribuinte pode recorrer aos tribunais judiciais. Isso geralmente envolve a
apresentação de uma ação judicial contra a autoridade fiscal perante um tribunal
competente.

6. Decisão judicial: O tribunal analisa as evidências e os argumentos apresentados


pelas partes envolvidas e emite uma decisão final. Essa decisão pode confirmar
ou anular as descobertas da autoridade fiscal, dependendo dos méritos do caso.

7. Execução da decisão: Se o contribuinte for considerado responsável por valores


devidos, ele deve pagar os impostos ou multas determinados pela autoridade
fiscal de acordo com a decisão judicial. Se a decisão for a favor do contribuinte,
a autoridade fiscal pode ser obrigada a reembolsar quaisquer valores pagos
indevidamente.

Em resumo, o contencioso tributário na fiscalização envolve uma série de etapas, desde


a notificação inicial de fiscalização até a resolução da disputa por meio de processos
administrativos ou judiciais. É importante que os contribuintes estejam cientes de seus
direitos e obrigações durante esse processo e busquem orientação jurídica adequada, se
necessário.

2.5. Finalidade de uso de contencioso tributário na fiscalização


Na fiscalização refere-se ao processo legal que ocorre quando há uma disputa entre um
contribuinte e uma autoridade fiscal, geralmente relacionada a questões de impostos ou
taxas. Esse processo pode ocorrer em diferentes etapas e seguir procedimentos
específicos, dependendo da legislação tributária do país em questão. Aqui estão os
aspectos básicos do funcionamento do contencioso tributário na fiscalização:

1. Notificação de fiscalização: A autoridade fiscal notifica o contribuinte sobre a


realização de uma auditoria ou fiscalização tributária. Durante esse processo, os
auditores revisam os registros contábeis e financeiros do contribuinte para
garantir que estejam em conformidade com as leis tributárias.
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2. Identificação de inconsistências: Durante a auditoria, se forem identificadas


inconsistências ou discrepâncias nos registros do contribuinte, a autoridade
fiscal pode emitir um aviso de infracção ou uma intimação para correcção.

3. Defesa do contribuinte: O contribuinte tem o direito de contestar as descobertas


da autoridade fiscal. Isso geralmente envolve fornecer documentação adicional
ou explicar as razões por trás das discrepâncias identificadas.

4. Processo administrativo: Se a disputa não for resolvida na fase de fiscalização


inicial, o contribuinte pode contestar a decisão por meio de um processo
administrativo. Nesse estágio, o contribuinte apresenta sua defesa perante um
órgão administrativo, como uma junta de recursos fiscais.

5. Processo judicial: Se a disputa não for resolvida no processo administrativo, o


contribuinte pode recorrer aos tribunais judiciais. Isso geralmente envolve a
apresentação de uma acção judicial contra a autoridade fiscal perante um
tribunal competente.

6. Decisão judicial: O tribunal analisa as evidências e os argumentos apresentados


pelas partes envolvidas e emite uma decisão final. Essa decisão pode confirmar
ou anular as descobertas da autoridade fiscal, dependendo dos méritos do caso.

7. Execução da decisão: Se o contribuinte for considerado responsável por valores


devidos, ele deve pagar os impostos ou multas determinados pela autoridade
fiscal de acordo com a decisão judicial. Se a decisão for a favor do contribuinte,
a autoridade fiscal pode ser obrigada a reembolsar quaisquer valores pagos
indevidamente.

Em resumo, o contencioso tributário na fiscalização envolve uma série de etapas, desde


a notificação inicial de fiscalização até a resolução da disputa por meio de processos
administrativos ou judiciais. É importante que os contribuintes estejam cientes de seus
direitos e obrigações durante esse processo e busquem orientação jurídica adequada, se
necessário.
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3. Considerações finais
Uma breve introdução ao contencioso tributário em Moçambique destaca a interação
entre os contribuintes e a Autoridade Tributária de Moçambique (AT), bem como os
processos de litígios relacionados a questões fiscais. Este campo abrange disputas
decorrentes de interpretações da legislação tributária, aplicação de impostos e
obrigações fiscais. Tais litígios são resolvidos através de procedimentos administrativos
e judiciais. No âmbito administrativo, os contribuintes podem contestar decisões da AT
por meio de reclamações e recursos. Caso não estejam satisfeitos com as resoluções
administrativas, podem recorrer aos tribunais judiciais, incluindo o Tribunal
Administrativo e os tribunais ordinários, para resolver disputas fiscais. Aconselha-se
aos contribuintes buscar orientação jurídica especializada devido à complexidade das
leis fiscais e dos procedimentos legais em Moçambique.

é importante destacar que o contencioso tributário desempenha um papel significativo


na relação entre os contribuintes e a Autoridade Tributária em Moçambique. Este
processo é essencial para garantir a aplicação justa das leis fiscais e a proteção dos
direitos dos contribuintes. No entanto, os litígios fiscais podem ser complexos e
demorados, requerendo recursos significativos por parte dos contribuintes e das
autoridades fiscais.

Para evitar litígios desnecessários, é fundamental que os contribuintes estejam


familiarizados com as leis fiscais em vigor e cumpram suas obrigações tributárias de
forma diligente. Além disso, é recomendável que busquem aconselhamento jurídico
especializado sempre que surgirem questões fiscais complexas ou disputas com a
autoridade tributária.

Por fim, a transparência, a comunicação eficaz e o respeito mútuo entre os contribuintes


e a Autoridade Tributária são essenciais para promover um ambiente tributário justo e
equitativo em Moçambique. Ao trabalhar em conjunto, é possível minimizar os litígios
fiscais e promover uma cultura de conformidade tributária que beneficie a todos os
envolvidos.
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4. Referências bibliográficas
Casalta Nabais – O Dever Fundamental de Pagar Impostos, Coimbra, 1997 Cadernos de
Jurisprudência do Ministério da Justiça

Gomes, Nuno de Sá – Estudos sobre a Segurança Jurídica na Tributação e as Garantias


dos Contribuintes, Cadernos de Ciência e Técnica Fiscal, nº. 169, Centro de Estudos
Fiscais, Lisboa 1993 Manuel de Andrade, Noções Elementares de Processo Civil, 1979

Marcelo Caetano – Manual de Direito Administrativo, 1980-2ª. edição

Nuno Sá Gomes – Manual de Direito Fiscal (Volume II), Cadernos de Ciência e


Técnica Fiscal nº. 174, Centro de Estudos Fiscais, DGCI Lisboa 1996 J. L.

Saldanha Sanches – O Ónus da prova no Processo Fiscal, Cadernos de Ciência e


Técnica Fiscal, nº. 340 /342 Centro de Estudos Fiscais

J. L. Saldanha Sanches - A Qualificação da Obrigação Tributária – Deveres de


Cooperação, Cadernos de Ciência e Técnica Fiscal nº. 173, Centro de Estudos Fiscais,
Lisboa 1995

Endereços na Internet

www.dgsi.pt - acórdãos do Supremo Tribunal Administrativo www.dgci.min-


financas.pt

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