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Capitulo I. Introdução......................................................................................................................1
1.3. Hipóteses...................................................................................................................................2
1.4. Justificativa...............................................................................................................................3
3.1. Imposto.....................................................................................................................................7
4.2. Os efeitos económicos dos atrasos no reembolso do IVA para os contribuintes passivos.....19
4.3. Os principais motivos ou causas que levam a não reembolso de IVA aos seus contribuintes
.......................................................................................................................................................22
5. Conclusões e recomendações....................................................................................................25
5.1. Conclusões..............................................................................................................................25
5.2. Recomendações......................................................................................................................28
Referências Bibliográficas.............................................................................................................30
Legislação......................................................................................................................................31
Apêndice........................................................................................................................................33
Capitulo I. Introdução
O Imposto Sobre Valor Acrescentado (IVA), é um imposto que incide sobre o valor das
transmissões de bens e prestações de serviços, realizados no território nacional, a título oneroso
por um sujeito passivo agindo como tal, bem sobre as importações de bens dentro do território
moçambicano e, tal como os outros impostos, ajudam no pagamento das despesas e
investimentos de carácter público. No presente estudo, procura-se debruçar-se sobre a
problemática enfrentada no processo de reembolsos de Imposto sobre o Valor Acrescentado na
empresa GeoMATI, Lda. na Cidade de Maputo.
Com a introdução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) em 1999 constituiu uma peça
central do programa de tributação em Moçambique. Contudo, o sistema do IVA originou grandes
reclamações por parte da comunidade empresarial quanto aos atrasos verificados na
administração dos reembolsos do IVA, onde vários sinais de alarme sobre esta questão foram
apresentados nos principais relatórios sobre o ambiente de negócios em Moçambique. 1 Os
relatórios também facultaram inúmeras recomendações visando melhorar a administração do
reembolso do IVA, recorrendo às melhores práticas internacionais para os países em
desenvolvimento como Moçambique.
Desta forma, tem-se verificado debates sobre os reembolsos de imposto sobre o valor
acrescentado (IVA), ao nível da administração tributaria, as entidades devedoras de rendimentos
e aos sujeitos passivos que não se tem cumprido os prazos de reembolsos e os indeferimentos dos
pedidos de reembolsos ou alteração de pagamento/reembolso por responsabilidade das entidades
competentes no processo. Assim, podemos afirmar que os que são mais prejudicados nesse
processo de reembolso são os sujeitos passivos.
1.1. Delimitação
1
Incluindo o Documento do Banco Mundial Investment Climate Survey em 2003; o Estudo Diagnóstico da
Integração do Comércio (DTIS) nacional em 2004; e um relatório elaborado pela Nathan Associates para a USAID e
a CTA sobre a Reforma Fiscal e Ambiente de Negócios em Moçambique, em 2004.
Os sujeitos passivos deste imposto são obrigados a declarar os seus rendimentos auferidos do
exercício anterior nas Direcções de Área Fiscal, onde surgem duas possíveis situações: o sujeito
passivo tem imposto a pagar ao Estado ou tem imposto a receber. Nos casos em que os sujeitos
passivos têm imposto a receber, estes devem escrever uma carta de pedido de reembolso dirigida
ao Director Geral de Impostos, que de acordo com o código do mesmo imposto, cumprindo
todos os requisitos para a obtenção do reembolso de IVA, o mesmo deve ser pago até ao fim de
cada mês seguinte, de acordo com o Regulamento do Imposto Sobre Valor Acrescentado (IVA).
No entanto na prática isto não se verifica. Tendo como referência os Relatórios de Actividade da
Autoridade, fazendo a média dos anos 2014, 2015, 2016 e 2017, dos pedidos de reembolso
solicitados, apenas 54.6% dos pedidos são tratados anualmente, deste modo, a outra parte dos
pedidos são indeferidos, anulados ou permanecem em análise para uma posterior resolução,
portanto, se verifica uma grande morosidade no processo de reembolso, o que cria um
sentimento de insatisfação por parte dos contribuintes para com as autoridades fiscais que, em
última instância pode desincentivar os mesmos a cumprir com as obrigações fiscais e com isso
reduzir a matéria colectável. Neste sentido o problema de pesquisa é a seguinte: Que
constrangimentos se verificam durante o processo de reembolso do IVA para os contribuintes
passivos?
1.3. Hipóteses
H2: As barreiras burocráticas por parte do sujeito activo (o Estado através da Autoridade
Tributária de Moçambique) constituem um factor determinante para a problemática dos
reembolsos de IVA pelos sujeitos passivos.
O tema proposto desperta muita atenção em qualquer parte do mundo devido a sua utilidade,
importância e finalmente porque faz parte da vida de qualquer cidadão directa ou indirectamente,
quer seja através do pagamento ou uso dos benefícios criados pelo mesmo desde há muitos anos.
Razões pessoais: a escolha do tema é por motivos de curiosidade, onde em conversa com
colegas de serviço e até mesmo conhecidos que já trabalham há vários anos, pôde constatar que
nenhum deles alguma vez recebeu o reembolso de IVA. Sendo assim, a pesquisa foi levada a
cabo no sentido de descobrir se a causa do fenómeno acima referido tem a ver com o Sistema de
Administração Tributaria ou com os próprios sujeitos passivos do IVA.
Na mesma ordem das razões académicas, a realização deste estudo terá como papel fundamental
na divulgação dos resultados que poderão alargar o leque da literatura já existente sobre a
problemática do reembolso do Imposto sobre o Valor Acrescentado, trazendo deste modo, os
mecanismos ou estratégias usadas pelos contribuintes no processo de restituição de reembolsos
aos contribuintes do IVA.
Identificar os principais motivos ou causas que levam a não reembolso de IVA aos seus
contribuintes;
Nesta secção apresenta-se os métodos de estudos e as técnicas que são usadas para a recolha de
dados e definição da amostra com a qual trabalhou-se. Todos estes elementos serão escolhidos
tendo como base o facto de termos adoptado uma abordagem qualitativa para a realização deste
trabalho. De acordo com Goldenberg (2004), a abordagem qualitativa fundamenta-se na
compreensão da realidade social, procurando apreender o seu objecto de estudo dentro do
contexto social onde ele ocorre, valorizando a sua relação com outros fenómenos. Ao recorre-se
a abordagem qualitativa porque foi possível aprofundar, por meios dos próprios actores sociais, o
contexto no qual encontra-se os constrangimentos enfrentados pelos contribuintes no reembolso
do imposto sobre o valor acrescentado (IVA).
A população desta pesquisa é constituída por funcionários da GeoMATI, Lda. em Maputo, com
diferentes idades, sem distinção de sexo, que se encontram a trabalhar na instituição. A amostra
que temos é aleatória simples que consiste em escolher qualquer elemento da população que
tenha a mesma probabilidade de ser escolhido. Quanto ao tamanho da amostra, trabalhou-se com
15 funcionários da empresa de forma a fornecerem a informação sobre a nossa pesquisa.
3.1. Imposto
O imposto representa um elemento fundamental para o tema em estudo, visto que, divulga o
processo que culmina com o reembolso ao sujeito passivo, sem imposto não há lugar a
reembolso. Segundo Waty (2003) o imposto é uma prestação coactiva, patrimonial, positiva, não
sinalagmática, sem carácter de sanção, estabelecida por lei, a favor de uma entidade pública ou
com funções para a satisfação de necessidades públicas e redistribuição de riqueza, independente
de qualquer vínculo anterior.
Para Ibraimo (2002) imposto é uma prestação coactiva, pecuniária definitiva e unilateral
estabelecida por lei, sem carácter sancionário a favor do Estado para a realização de fins
públicos, ou seja, prestação coactiva que o Estado impõe aos cidadãos que se encontram em
determinadas condições previstas na lei fiscal, sem necessidade de qualquer contraprestação,
directa imediata por parte do Estado.
Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas – IRPC: é um imposto directo que incide
sobre os rendimentos obtidos, ainda que provenientes de actos ilícitos no período de tributação
pelo sujeito passivo;
Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Singulares – IRPS: é um imposto directo que incide
sobre o valor global anual dos rendimentos das pessoas singulares, mesmo quando provenientes
de actos ilícitos, é aplicável tendo em conta várias categorias bem como as deduções e os
respectivos abatimentos;
Imposto sobre o Valor Acrescentado – IVA: é um imposto indirecto que incide sobre o valor
das transmissões de bens e prestação de serviços realizados no território nacional, a título
oneroso, por um sujeito passivo agindo como tal, bem como sobre as importações de bens. É
aplicável a uma taxa de 17%, que só confere a dedução o imposto mencionado em facturas,
documentos equivalentes e bilhetes de despacho de importações passados em forma legais, na
posse do sujeito passivo;
Imposto de Consumo de Produtos Específicos – ICE: é um imposto indirecto que incide sobre
determinados bens, considerados de luxo produzidos ou importados em território nacional ou
Desta forma, os impostos indirectos são geralmente de prestação única e incidem sobre actos ou
factos isolados, sem qualquer carácter de continuidade enquanto os impostos directos são
periódicos, isto é, atingem factos, situações ou actividade que se prolongam no tempo e por isso,
a obrigação se renova automaticamente todos os anos.
Em primeiro lugar devemos saber em que momento surge o reembolso do IVA. Com aprovação
do Decreto 51/98 do CIVA surge o reembolso do IVA, que por sua vez, cria o IVA. Neste
âmbito do processo de apuramento do IVA constatou-se duas situações: i) resultado com
pagamento e ii) resultado com crédito.
Assim, resultado com crédito é quando o contribuinte tenha suportado mais em relação ao que
deduziu nas aquisições, despesas e serviços. E como forma de resolver essa situação de crédito é
feita através de processo sistemático, com a necessidade de se criar um instrumento de
regulamentação materializado através do decreto 77/78 que aprova o regulamento de cobrança,
pagamento e reembolso do IVA.
De acordo com o manual de DGI (2006) o reembolso do IVA ou restituição pelo Estado, o
crédito do imposto ao sujeito passivo num dado período, onde o valor do imposto suportado e
Empiricamente, o reembolso do IVA tem uma relação negativa com a rentabilidade das
empresas, uma vez que procura expressar o grau de remuneração dos investimentos para
empresas através dos lucros por esta produção, ou seja, relaciona os resultados obtidos com os
meios utilizados para a sua consecução, dado que a ineficiência ou o nível de taxa do imposto é
determinante, visto que, o resultado líquido é considerado na medição da renda da empresa,
ponderando o resultado liquido aos capitais próprios da organização. (DGI, 2006).
Fica evidente que, quando as empresas não cumprem com seus deveres tributários, estas
praticam uma infracção tributaria que nos termos da legislação vigente confere direito destas
serem sancionadas, não podendo assim beneficiarem-se de reembolsos concedidos pelo Estado e
consequentemente acabam por suportar mais custos elevados com as despesas tributarias.
Em todo tipo de reembolso dos impostos, obedecem alguns critérios a serem seguidas para sua
obtenção. De acordo com a informação obtida durante a entrevista concedida aos funcionários da
divisão de reembolsos de IVA são apontados como procedimentos a seguir para obtenção de
reembolso do IVA os seguintes:
Para os pedidos de reembolsos do IVA considera-se que, são solicitados através da declaração
periódica M/A escrevendo o respectivo valor no campo 23 do quadro 07 da mesma declaração
entregue no mês seguinte ao da realização das operações.
De acordo com o artigo 23 do decreto n 77/98 de 29 de Dezembro que foi actualizado pelos
Decretos 16/99 e 29/2000, de 27 de Abril e 10 de Outubro, respectivamente são apontados como
requisitos indispensáveis para obtenção de reembolso quando verificada uma das seguintes
situações:
(i) Sempre que passado 12 meses, relativamente ao período que se iniciou o excesso persistir um
crédito a favor do sujeito passivo superior a 50 mil meticais,
(ii) O sujeito passivo passa a praticar exclusivamente operações isentas sem direito a dedução ou
a enquadrar-se num regime de tributação diferente do regime normal,
(iv) O montante do reembolso solicitado seja superior a 100.000 mil meticais para os casos de
exportadores e por sujeitos passivos que efectuem operações assimiladas isentas, e por sujeitos
passivos que efectuem operações com direito a dedução que representa pelo menos 75% do valor
total de prestação de serviço e tramitação de bens do respectivo período.
De acordo com os dados de campo do nosso estudo, com base nas informações obtidas através
das entrevistas feitas aos funcionários foram apontados vários documentos exigidos para a
solicitação ou pedido de reembolso do imposto sobre o valor acrescentado (IVA) os seguintes
documentos:
(i) Fotocópias de todas as declarações periódicas (modelo A) que reportam o crédito de IVA;
(ii) Notas justificativas das regularizações6 efectuadas no período a que diz respeito o total do
crédito de imposto evidenciado;
(iv) Cópia do balancete sintético do Razão, relativo ao período cujo reembolso se solicita;
(v) No caso de importação, cópia do Documento Único Definitivo passado pela competente
estância aduaneira;
(vi) No caso de exportação, cópia do Documento Único passado pela competente estância
aduaneira e certificado pela instituição bancária e;
(vii) todos os documentos devem ser assinados e carimbados pelos sujeitos passivo.
A Empresa foi fundada em 2012 e possui técnicos qualificados, a partir de técnicos do nível
médio até ao nível superior.
Pesquisa Geofísica;
GIS
Composição do Staff
Supervisor;
Animador/a ou facilitador/a;
Activistas.
Missão
Com base na experiencia de seus quadros, a GeoMATI Lda., focaliza-se também nas
comunidades mais vulneráveis e zonas hidrogeologicamente difíceis, apostando também em
opções tecnológicas alternativas para o abastecimento de água à população.
Trazemos nesta secção, os dados sociodemográficos dos funcionários da instituição que foram
inquiridos com recurso aos questionários. Assim sendo, o perfil que aqui construímos diz
respeito a todos os funcionários ou colaboradores com os quais trabalhamos.
56.2
43.8
Masculino Feminino
50.0
37.5
12.5
20 a 25 anos 26 a 35 anos 36 a 45 anos F
onte: elaborado pelo pesquisador
Na sequência, na figura 2, temos os dados referentes as idades dos funcionários inquiridos que
apresentamos em intervalos, visto ter havido uma resistência em dizer a idade específica. De
acordo com os dados da figura em referência maior parte de um total de 15 funcionários é
constituída por inquiridos com idade compreendidas entre o intervalo etário de 20 a 25 anos de
idade, representando um total de 50%. De forma crescente, a seguir temos os intervalos de 26 a
35 anos que corresponde a 37,5% da mostra. Com uma menor representatividade percentual
dentro da amostra está um intervalo de 36 a 45 anos com 12,5%.
Como constatou-se, apenas 50% dos inquiridos possuem idades de 20 até 25 anos, os demais
possuem uma idade de 26 anos e no máximo acima de 45 anos, supõe-se que a instituição
estudada tenha preferência por profissionais jovens, pois a maior parte das pessoas que compõem
a instituição possuem idades abaixo dos 25 anos, e com isso podem ter mais conhecimento
profissional para agregar valor à instituição. Portanto, os inquiridos tem uma idade média que
ronda nos 25 anos.
Conforme o gráfico 3, identificou-se que 56,2% têm o ensino superior, 18,8% têm ensino técnico
profissional, 12,5% possuem ensino secundário do I ciclo e os restantes 12,5% correspondem ao
ensino secundário do II ciclo. Por ser uma instituição do ensino privada, e considerando as
exigências do mercado de trabalho actual que exige qualificação das pessoas para desempenhar
funções é cabível mencionar que a instituição precisa incentivar seus colaboradores a se
aperfeiçoarem, pois podemos verificar que os 56,2% possuem ensino superior, e as restantes
percentagens dos funcionários da instituição precisam se adaptar ao mercado, buscando atingir
um nível de ensino superior, posteriormente se especializar em alguma área; fazer cursos
profissionalizantes, enfim as instituições ou empresas que possuem funcionários qualificados
tem maior possibilidade de crescer no mercado.
18.8
12.5
6.3
Recursos Humanos Secretaria Contabilidade Comercio
Como observar-se no gráfico 4, identificou-se que 62,5% dos funcionários trabalham na área de
contabilidade, supõe-se que este sector possua uma demanda maior por funcionários por ser o
sector virado para os pagamentos dos impostos da empresa e, 18,8% dos funcionários trabalham
no sector do secretariado, 6,2% trabalham no sector dos recursos humanos e os restantes 12,5%
corresponde ao outro sector não menos importante o comércio.
4.2. Os efeitos económicos dos atrasos no reembolso do IVA para os contribuintes passivos
De acordo com as entrevistas feitas, os nossos entrevistados afirmaram que a maior parte dos
reembolsos é paga dentro do período estabelecido legalmente e que o tempo de processamento
melhorou. A divergência de pontos de vista entre o sector privado e o governo é sintomática da
falta de transparência que se regista no processo de reembolso.
Para melhor compreensão dos efeitos micro económico de não reembolso do IVA nas empresas
sejam elas privadas ou públicas, tomamos os seguintes exemplos:
No cenário A, a empresa afectada luta com uma margem de lucro de 5 por cento antes do
imposto e paga o IVA num total de 70 por cento das vendas antes da dedução do imposto. Nesta
situação, um atraso de dois meses no reembolso reduz o lucro líquido em 7 por cento, enquanto
um atraso de 12 meses resulta num grave corte de 44 por cento no lucro líquido. Compare-se esta
situação com o cenário D, em que a empresa goza de uma margem de lucro de 20 por cento e
paga o IVA num total de apenas 30 por cento das vendas. Neste caso, um atraso de dois meses
no reembolso reduz o lucro líquido em menos de 1 por cento, e mesmo um atraso de 12 meses
reduz o lucro líquido em apenas 7 por cento. O gráfico também revela o impacto sobre os lucros
em dois cenários intermédios. Note-se que estas estimativas descuram os custos não financeiros
do cumprimento fiscal, que podem ser substanciais, considerando a actual inexistência de
sistemas de arquivo electrónico.
Gráfico 5. Custo Financeiro dos Atrasos do Reembolso do IVA (como % do lucro líquido
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
2 4 6 8 10 12
Meses para o pagamento do reembolso
Cenário A – Margem de lucro pequena, IVA elevado Cenário B -- Margem de lucro pequena, IVA reduzido
Cenário C -- Margem de lucro grande, IVA elevado Cenário D -- Margem de lucro grande, IVA reduzido
Podemos observar no gráfico acima, que o atraso nos reembolsos do IVA afecta os lucros,
embora de forma indirecta. Assim, um fluxo de fundos debilitados também pode impedir que
uma empresa responda a novas oportunidades do mercado, ou mesmo estar na origem de
agitação no seio dos trabalhadores se afectar o pagamento atempado de salários. Nos casos em
que as empresas não tenham recurso ao crédito, o custo imposto por um fluxo de fundos
reduzido será provavelmente tão elevado como o custo do financiamento anteriormente
estimado.
De acordo com a tabela acima, nos associamos a ideia de Matimbe (2008) segundo a qual o
atraso verificado no reembolso do IVA, deriva do facto de ineficiência de mecanismo de
actualização de dados da DAF para DGI, o que contribui para resultados negativos para
empresas, sendo este facto medido à magnitude do IVA.
Desta forma, observa-se que existe maior burocratismo no tratamento dos pedidos de reembolso
em Moçambique compromete a competitividade das empresas desincentivando, os investidores a
4.3. Os principais motivos ou causas que levam a não reembolso de IVA aos seus
contribuintes
Tomando em contas as entrevistas feitas aos nossos informantes, percebemos que as dificuldades
encontradas pelos contribuintes na obtenção do reembolso resumem-se em duas: i) a falta de
comunicação por parte da Administração Tributária em relação aos expedientes de pedido de
reembolso aliada a falta de vontade por parte da mesma em reembolsar os seus contribuintes e ii)
a falta de esclarecimentos por parte dos contribuintes em relação aos requisitos para a obtenção
do reembolso.
Desta modo, essa falta de comunicação por parte da Administração Tributária verifica-se na
medida em que, os contribuintes após submeter os seus expedientes de pedido de reembolso à
Direcção de Área Fiscal, permanecem anos sem receber alguma resposta por parte da mesma em
relação ao ponto de situação dos seus pedidos de reembolso.
Diante do postulado acima mencionado, nos associamos a ideia de Matimbe (2008) que nos seu
estudo concluiu que o atraso no pagamento do reembolso do IVA é originado pela ineficiência
dos mecanismos de actualização de dados da DAF para DGI e, a demora dos reembolsos do IVA
derivam da falta de observância das regras pelos sujeitos passivos. Com, isso pretende nos
mostrar que, a raiz do problema do atraso do reembolso deriva da própria Administração
Tributária e ao mesmo tempo pretende nos mostrar que para o caso do IVA, pelo menos existe
uma comunicação entre a Administração Tributária e o sujeito passivo, pois, mostra que nos
casos em que os sujeitos passivos não reúnem os requisitos para o reembolso, a Administração
Tributária indefere os pedidos e comunica aos mesmos para poderem fazer as alterações
necessárias e submeter novamente o seu pedido, razão pela qual existem casos de atrasos nos
pagamentos.
Salientam ainda os autores que, o período de pagamento obrigatório mais comum é de 30 dias,
mas os atrasos são generalizados devido aos constrangimentos que se verificam em termos de
capacidades da administração fiscal, aos procedimentos ineficazes de gestão do risco ou às
pressões do orçamento do estado. A lista de causas deve também incluir o facto de os pedidos de
reembolso criarem um incentivo para remunerações por parte dos oficiais da autoridade fiscal
que vêem uma oportunidade de tirar vantagem da sua autoridade discricionária, procurando obter
pagamentos informais para se resolverem os pedidos.
Por outro lado para além dos motivos acima citados a outra causa de atrasos no pagamento e
suspensão dos pedidos de reembolso pela Administração Tributária, o que importa aqui
mencionar é que estas advêm da falta de tesouraria para cobrir com os montantes devidos e
solicitados pelos sujeitos passivos. Este problema é agravado pelos elevados pedidos de
reembolso solicitados pelos megaprojectos no momento da realização de investimento, pelo facto
destes suportarem e deduzirem valores elevadíssimos de IVA e posteriormente solicitarem os
reembolsos. A maioria destes projectos tem isenção de IVA na importação ao abrigo da Lei
13/2007 e por isso não pagam o IVA. Provavelmente a maior parte do IVA resulta de serviços
adquiridos localmente.
5. Conclusões e recomendações
5.1. Conclusões
Realizar uma pesquisa científica exige muito cuidado, abnegação e responsabilidade por parte de
quem a elabora. Neste âmbito elaborar esse trabalho foi desafiador, pois, até certo ponto, exigiu
Conclui-se que, a questão de reembolsos de IVA tem suscitado muitos problemas por parte dos
agentes económicos no que tange aos argumentos apresentados pela administração fiscal
relativamente as irregularidades constatadas nos processos de pedidos de reembolsos de Imposto
sobre Valor Acrescentado causando muitas vezes suspensão ou indeferimento desnecessário.
De acordo com as entrevistas concedidas pelos nossos entrevistados, conclui-se que grande parte
dos nossos co-cidadãos, radica um desconhecimento total na matéria do fisco. Não sabem qual é
a importância do pagamento de imposto, culpam tudo ao Estado não sabendo que para o mesmo
funcionar ou desempenhar as funções que é atribuído passa necessariamente de contribuição de
todo o cidadão.
Devido a falta desse conhecimento, muitos consumidores fazem compras e não exigem facturas,
visto que, é com este suporte legal que permite que o sujeito passivo canalize o imposto pago
pelo consumidor aos cofres do estado. A não exigência desde documento, cria condições para
não declaração de todas as transacções efectuadas, enriquecendo o sujeito passivo em detrimento
do Estado e o povo em geral.
Deste modo, consideramos que o IVA apresenta-se como um imposto plurifásico que opera
através do método subtractivo indirecto e visa tributar o consumidor final de determinado bem
ou serviço. Assim, as empresas liquidam (cobram) o IVA nas suas vendas e deduzem o IVA que
suportaram na aquisição dos bens e serviços necessários para a sua produção ou comercialização.
Esta reconstrução discursiva constante é pelo facto de que, o Estado deve reembolsar ao sujeito
passivo o valor correspondente à diferença e, é aqui onde incide a problemática que trouxemos à
discussão.
5.2. Recomendações
No presente estudo depois de ter sido feita a discussão do enquadramento teórico e tiradas
conclusões através do trabalho de campo, constatou-se que o processo de reembolso do IVA
requer a atenção dos elementos responsáveis pela definição de políticas como uma prioridade da
reforma fiscal. Diante disso, avançam-se as seguintes recomendações:
Propõe-se que haja maior divulgação e educação dos potenciais contribuintes do Imposto
sobre Valor Acrescentado, de forma a trazer benefícios para cobrança de impostos,
contribuindo deste modo para a construção de uma relação de legitimidade e confiança;
Reduzir o excesso de formalismo e papelada que são exigidos aos cidadãos que querem
formalizar o pedido de reembolso do IVA, que esses mecanismos possam ser
operacionalizados simplificando os procedimentos que normalmente são exigidos.
A AT devera aumentar o seu quadro de pessoal para responder a demanda dos serviços
deste, aumentar e substituir os materiais de serviço existente tal é o caso de novas
cadeiras e substituição dos computadores existentes, pois estes se encontram gastos e
dificultam o trabalho com a sua lentidão no processamento de dados;
Que se melhore o espaço físico, ou seja, que se resolvam os problemas de infiltração via
computadores, oscilação eléctrica, esta ultima que em algum momento pode resultar em
um curto-circuito, que provoca grave acidente com danos avultados como é o caso de
incêndio consequentemente a perca de informações importante para o funcionamento da
instituição e;
Quanto a falta de retorno aos pedidos de reembolso de muitos contribuintes, sugere-se
que a instituição tome medidas mais severas para a sua resolução, como por exemplo
descontos no pagamento de impostos de cada contribuinte directamente da DAF de cada
Referências Bibliográficas
GOLDENBERG, M. A Arte de Pesquisar: Como Fazer Uma Pesquisa em Ciências Sociais. Rio
de Janeiro: Record. Pp. 27-50. 2004.
Legislação
Decreto n.º 52/98, de 29 de Setembro, que aprovou o código do imposto sobre o consumo
específico.
Lei n.º 5/2009, de 12 de Janeiro, que aprovou o Código do Imposto Simplificado para Pequenos
Contribuintes e cria o Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes.
Questionário
O meu nome é Virginia Eunice Banze, sou estudante do Instituto……….. Pretendo realizar um
estudo com o tema: A Problemática do Reembolso do Imposto sobre valor Acrescentado, com o
objectivo principal de analisar as causas por detrás da problemática do processo de pedido de
reembolso do Imposto sobre Valor Acrescentado. Para
Virgínia Eunice tal, preciso que responda a todas as questões
Banze
de forma sincera.
Roteiro de entrevistas
a) Sim b) Não
2. Da vez que teve o IVA a seu favor fez o pedido de reembolso a Autoridade Tributária?
a) Sim b) Não
3. Se sim, peço para mencionar os documentos que submeteu a Administração tributária para
obter o reembolso?
6. Quais os motivos que influenciam a não reembolso do IVA aos seus contribuintes?
7. Que efeitos os atrasos de reembolso do IVA podem trazer aos seus contribuintes?
8. Será que a falta de observância de regras por parte dos contribuintes influencia na
problemática do reembolso do IVA?
9.Que factores ou causas que podem levar ao indeferimento ou a suspender o reembolso do IVA?
10. Que procedimento devem ser seguidos para a obtencao de reembolso de IVA por parte dos
contribuintes?
11. Será que os quadros da DGI tem uma formação que lhes permite analisar devidamente os
processos de reembolsos do IVA?
12. Que prazo é estipulado para o pagamento de reembolso de IVA para os contribuintes?
13. Existe algo mais que queira acrescentar relacionado a problemática do reembolso do IVA?