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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução

A presente Dissertação tem como pressuposto em analisar a Inserção do Imposto Simplificado


para Pequenos Contribuintes no alargamento da base tributária, estudo de caso da Direcção
da Área Fiscal da Cidade de Chimoio (DAF) no período de 2014 á 2018.

O Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes é destacado o seu surgimento no processo


de alargamento da base tributária envolvendo a maior parte o sector informal que abrange uma
vasta gama de actividades no mercado de trabalho que combinam dois grupos de natureza
diferente. Por um lado, este sector é formado por famílias que desenvolvem actividades
económicas de sobrevivência.

Existem muitos conceitos associados a terminologias alternativas para designar a economia não
formal, e que formam já um léxico bastante complexo de expressões tais como “subterrânea
paralela” oculta, não estruturadas, autónoma, ilegal, não contabilizáveis, não observada,
informal, transitória, clandestina, submersa (Abreu, 1996).

Segundo Stearns, cit. por Maússe (1994) o termo sector informal refere a parte da economia
constituída por pessoas que trabalham em negócios muito pequenos, não reconhecidos pelo
governo, sem qualquer registo sistemático, sem acesso ao crédito comercial bancário, com muito
baixos níveis de rendimento e sem emprego formal.

Sabe-se que o Estado tem como função e fim a satisfação das necessidades colectivas, tais como
segurança e ordem pública, acesso à educação e saúde, e construção de Infra-estruturas
económicas e sociais, bem como a garantia da estabilidade macroeconómica para que o Estado
alcance os objectivos tendentes a criação do bem-estar social, este necessita de arrecadar receitas
e estas podem ser fiscais, patrimoniais, donativos e empréstimos públicos, com tudo o Estado
vem evidenciado esforço no sentido de aumentar as receitas através de alargamento da base
tributária no sentido de maior parte da população activa exercendo a actividade económica
formal ou informa possa contribuir no processo de alavancagem das receitas do estado afim de
satisfazer as necessidades colectivas.

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Apesar da colecta destas receitas, o Estado ainda está muito aquém de reunir os fundos
suficientes para fazer face às despesas públicas, pelo que a contribuição dos operadores
económicos informais com o pagamento dos impostos seria de grande utilidade, podendo alargar
de forma significativa a base tributária, factor que ajudaria no melhoramento do desempenho do
Orçamento do Estado.

Por um lado, os operadores deste sector incorrem com custos altos para aquisição das
mercadorias e por ausência de informação sentem que pagando os impostos são mais custos a
incorrer, e por outro lado a falta de honestidade dos operadores ao declarar os seus rendimentos
para serem tributados concorre para uma medição nas estatísticas oficiais incorrecta a realidade.

Nesta perspectiva, a aplicação do Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes é de grande


utilidade não só na actividade empresarial bem como para o enquadramento do sector informal
no sector formal. Contudo, há que analisar as formas e os efeitos deste imposto no sector
informal tendo em conta os princípios e as regras fiscais.

De referir que, sendo este um imposto directo que se aplica às pessoas singulares ou colectivas
que exercem, no território nacional, actividades agrícolas, industriais ou comerciais de pequena
dimensão, incluindo a prestação de serviços, então a sua aplicação no sector informal implica
necessariamente a avaliação técnica e prática da sua aplicabilidade. É, pois, neste contexto, e
tendo em atenção a problemática, que despoletou o interesse da abordagem do presente tema,
que, de forma singela, pretende ser um contributo para a academia, e talvez para a fiscalidade
Moçambicana.

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1.2 Justificativa

O sector informar estar a crescer a um ritimo aritimetrico e a contribuição média do sector


informal na produção global de Moçambique de 2008 foi de cerca de 1,4 % do Produto Interno
Bruto e, emprega, em média, 87 por cento dos trabalhadores do país, com o nível mais elevado a
registar-se no sector agrícola, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE,
2009).

Contudo, sabe-se que o Estado para realizar as despesas públicas tem de ter receitas estas provêm
das arrecadações cobradas nos impostos e, só assim è que è possível que o Estado satisfaça as
necessidades colectivas como a construção de infraestruturas económica, sócias e,culturais,
educação e saúde.

Portanto, neste contexto torna-se relavante o presente estudo, na medida em que pemitirá
compreender até que ponto a inserção do Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes
constitui um instrumento de alargamento da base Tributária, ao nível da Cidade de Chimoio, por
outro lado apartir dos resultados obtidos pela pesqusa auxiliará aos fazedores das politicas fiscais
a desenhar e programar o modelo mais eficiente de colecta e arrecadação de receitas bem como
na definição de melhores estratégias para que maximize a colecta dos impostos e que se consiga
alargar na sua plenitude a base tributária tendo em contas os objevtivos e metas traçadas pela
AT.

Na vertente social, sendo o assunto de impostos de interesse público e de cidadania, espera-se


que os resultados da pesquisa contribuam para sensibilizar ainda mais a população e na formação
da consciência cívica e de cidadania sobre o imposto.

A nivel da comunidade academica, a pesquisa é oportuna, na medida em que os pontos a abordar


irão ajudar os estudantes, a conhecer o Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes, como
também criar um debate entorno do mesmo imposto como um intrumento de alargamento da
base tributaria na cidade de chimoio, seus impactos e os niveis de aderência em termos de
contribuintes.

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1.3 Objectivos de Estudo

1.3.1 Objectivo Geral

 Analisar a inserção do Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes como


instrumento de alargamento da base Tributária, estudo de caso.

1.3.2 Objectivos Específicos

 Caracterizar o Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes em relação à colecta


dos impostos, no sector formal e o sector informal;
 Descrever o Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes no que tange as
vantagens e desvantagens;
 Identificar o nível de contributo que o Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes
tem no processo de alargamento da base tributária e alavancagem da economia nacional.

1.4. Problematização

O Processo de alargamento da base tributária implica algumas acções concretas que impelem a
sociedade a mudanças de comportamento nas suas obrigações de pagamento do imposto a quanto
da obtenção de qualquer tipo de rendimento obtido, de referir que o sector informal congrega a
maioria da população Moçambicana que não encontra emprego no sector formal e levando
muitos Moçambicanos à actividade informal.

A procura pelo sector informal vem aumentando a cada dia que passa e, por consequência deste
facto, o nível de marginalização também aumenta, pois, não há um controlo rigoroso sobre os
operadores que praticam as actividades económicas deste sector.

O sector informal é um dos sectores que gera rendimentos elevados e nele está um grande
número de operadores económicos informais que não se encontram registados formalmente no
Sistema Fiscal, o que provoca que muitos desses agentes não paguem os impostos por suas
actividades, causando ao Estado, grandes perdas fiscais. Este facto deve-se em grande medida ao
desconhecimento dos agentes económicos informais sobre as obrigações e vantagens do Sistema
Fiscal Moçambicano em geral e do Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes , em
particular.

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Portanto, com o Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes, esperava-se a redução da
fraude e evasão fiscais, aumentando o alargamento da base tributária.

Neste contexto, a questão que se coloca é:

 Até que ponto a inserção do Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes


constitui um instrumento de alargamento da base Tributária, estudo de caso da
Direcção Fiscal ao nível da Cidade de Chimoio?

1.5.Perguntas

 Qual é o contributo que o Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes tem em


relação a colecta dos impostos, no sector formal tanto no sector informal ?

 Quais as vantagens e desvantagens que o Imposto Simplificado para Pequenos


Contribuintes tem no processo de integração do sistema tributário ?

 Até que nível o Imposto Simplificado de Pequenos contribuintes esta a satisfazer o


cumprimento das obrigações fiscais do sistema tributário?

1.6 Delimitações do Estudo

O presente estudo tem como principal foco a análise da inserção do Imposto Simplificado para
Pequenos Contribuintes como instrumento e alargamento da base Tributária com estudo de caso
Direcção da área fiscal de Chimoio período 2014 á 2018.

A escolha deste período é pelo facto de passarem 5 anos após a sua inserção no sector informal e
o sector informal presentar números crescentes de vendedores informais, desde modo a inserção
do Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes constituir um dos mecanismos para o
alargamento de base tributaria a nivel do sector informar como forma de incrementar as receita
dos Estado, as amostras serão colhidas Direcção da área fiscalde Chimoio e os dados serão
analisados pela estatística descritiva no programa informático Excel versão 2010 com o objectivo
de facilitar os cálculos estatísticos cuja aborgagem em volta do imposto Simplificado.

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1.7.Limitações do Estudo

De acordo com a pesquisa que será analisada no período de 2014 à 2018, é evidente e
possivelmente que a Direcção da área fiscal de Chimoio dificultou para o fornecimento de dados/
receitas colectadas do Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes no período
compreendido, alegado possíveis sigilo profissional e segredos do Estado.

1.8.Resultados Esperados

O processo de alargamento da base Tributária condiciono a inserção dos pequenos contribuintes


no Sistema Fiscal, o Governo Moçambicano introduziu em 2009, através da Lei nº 5/2009, de 12
de Janeiro, o Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes (ISPC).

Portanto, com o Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes, o pesquisador espera a


redução da fraude e evasão fiscais, aumentando o alargamento da base tributária, sendo que a
pesquisa será influenciada através da analise e comportamento do Imposto Simplificado para
Pequenos Contribuintes no que concerne ao aumento das receitas dos estado e a satisfação das
necessidades do colectivo, evidenciando esforços para a melhoria e desenvolvimento da Nação.

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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

Para melhor compreensão deste capítulo, este está divido em três partes, nomeadamente a parte
que retrata a literatura teórica, empírica e focalizada.

2.1. Literatura Teórica


2.1.1.Conceitos Centrais

 Imposto

O imposto é uma prestação coactiva, pecuniária, definitiva e unilateral, estabelecida por lei, sem
carácter de sanção, a favor do Estado, para realização de fins públicos (Ibraimo, 2002).

Catarino, (2012), "o imposto pode ser definido como sendo uma prestação patrimonial,
definitiva, unilateral ou sem contraprestação, estabelecida por lei ou coactiva, a favor de
entidades que exercem tarefas ou funções públicas e para satisfação de fins públicos, que não
constituem sanção pela pratica de actos ilicitos" (p.405).

 Fiscalidade

A fiscalidade é um processo pelo qual há arrecadação de receitas por parte do Estado tendo em
vista a satisfação das necessidades dos cidadãos (Berliri, 2012).

Para Douglas, (1998) Sistema financeiro compreende o conjunto de instituições financeiras que
asseguram, essencialmente, a canalização da poupança para o investimento nos mercados
financeiros, através da compra e venda de produtos financeiros.

Esta actividade de arrecadação de receitas, é uma actividade meramente do Estado, pois a este
cabe traçar mecanismos e políticas de modo flexibilização desta actividade.

 Benefícios fiscais

Segundo Ibraibo & Bila at al. (2005) Benefícios fiscais são medidas de carácter excepcional e
tendencialmente temporário, que impedem ou reduzem a tributação de manifestações da
capacidade contributiva e prosseguem objectivos extra fiscais de interesse público relevante,
nomeadamente de orientação da economia.

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 Taxas

Segundo Sousa, (1996) taxa é prestação tributária estabelecida por lei a favor de uma entidade
que exerce funções públicas, como contrapartida da prestação individualizada de uma actividade
pública, da utilização individual de bens de domínio público ou da remoção de um limite jurídico
á actividade dos particulares.

De acordo com Sousa, (1992), as taxas não podem ser configuradas como obrigações
voluntárias, dependentes da solicitação do contribuinte em usufruir de um bem público de forma
individualizada, pois existem taxas cobradas por serviços obrigatórios, tais como aquelas que são
cobradas pela justiça a um réu vencido numa acção civil ou pelo réu condenado em processo
penal.

“Para Adam Smith, (1977) na sua obra clássica intitulada a riqueza das nações” define taxas
como prestações pecuniárias compulsivas que correspondem à obrigação que o Estado assume de
prestar determinados serviços específicos virados à satisfação de necessidades públicas ou
semipúblicos, ou alternativamente colocá-los à disposição da população.

Os dois autores são unânimes ao concluir que dado maior número de conflitos existentes entre os
indivíduos no dia-a-dia, há uma maior tendência de que a procura pelos serviços de justiça seja
maior, daí que interessa limitar a procura dos serviços de justiça por motivos úteis, e para tal o
Estado cobra taxas pesadas à parte vencida.

 Direcção da área fiscal

De acordo com Stearns, cit. por Mausse (1994) designa a entidade a quem estão conferidas as
tarefas de cobrança de impostos e cadastro dos contribuintes no território da respectiva área
fiscal (vulgarmente também conhecidas por “repartições de Finanças”).

 Receitas

Segundo o Banco Central, (BC) cit. por Vilanculos (2015) receitas são todos os recursos
provenientes da venda de mercadorias ou de uma prestação de serviços, porém nem todos são
oriundos de vendas ou prestação de serviços, como por exemplo: aluguéis, rendimentos de uma
aplicação financeira, juros e etc.

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2.1.2.Origem e Evolução Histórica do Imposto no Mundo

O Imposto, do latim imposìtu-particípio passado de imponère: impor; como obrigação é a


imposição de um encargo financeiro ou outro tributo sobre o contribuinte pessoa física ou
jurídica por um estado ou o equivalente funcional de um estado a partir da ocorrência de um
facto gerador (Frederic, 2009).

E ao longo do tempo, a buscou-se por um mecanismo tributação que englobasse varias formas de
tributo e que levasse, a um mecanismo de tributação ideal do ponto de vista de justiça social foi
sendo sempre buscado.

Apesar da evolução desta vontade ao longo dos tempos, o mesmo mostrou-se incapaz de
fornecer uma plataforma comum, capaz de fornecer um mecanismo de tributação global que
fosse aceite por todos. Contudo apesar disso, o debate foi evoluindo e recentemente vem
englobando a necessidade de simplificação dos mecanismos de tributação, de modo a facilitar a
colecta e facilitar a vida do contribuinte em relação ao mesmo.

Há muitos anos atrás, foi conhecido o primeiro sistema de tributação no Egipto Antigo, por volta
de 3000 AC., Durante a primeira dinastia do antigo império. Os registos documentais do período
afirmam que o Faraó realizava uma excursão bienal em todo o reino, com a cobrança de receitas
fiscais dos seus súbitos. Outros registos conhecidos são recibos de celeiros reais pela compra de
cereais de calcário e de papiros. Mais tarde, no Império Aqueménides, um sistema fiscal
regulado e sustentável foi introduzido, sendo que o sistema de tributação persa foi adaptado para
cada sátrapa (Michael, 1996).

Mais tarde na Índia sob domínio islâmico, os governantes determinaram a cobrança do jizya (um
imposto sobre os não Muçulmanos), a partir do século XI, sendo que sete anos mais tarde foi
abolido por Akbar (Norberg, 1994).

Há vários registos de cobrança de impostos na Europa desde o início do século XVII. Mas os
níveis de tributação são difíceis de comparar: sua dimensão e o fluxo económico por eles gerado
e os números da produção da época não são disponíveis. Entretanto o lucro estatal (despesas
menos receitas) da França durante o século XVII passou de um montante de 24,30 milhões de

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libras na década de 1600, para cerca de 126,86 milhões de libras na década de 1650 e para
117,99 milhões de libras na década de 1700 (Hoffman, 1994).

"Quando a dívida pública atingiu 1,6 bilhões de libras, em 1780-89, o lucro estatal atingiu 421,50
milhões de libras. A tributação como percentual da produção de bens finais pode ter alcançado
um total de 15% a 20% durante o século XVII, em nações como a França, Holanda e Suécia"
(Michael, 1996).

Durante o período da Revolução Francesa, as alíquotas cobradas na Europa aumentaram


drasticamente e na medida em que a guerra civil se prolongava e ficava mais cara, os governos
europeus se tornaram mais centralizados e adeptos de recolhimento de impostos. Este aumento
foi maior na Inglaterra, em que a carga tributária aumentou cerca de 85% durante este período
(Frederik zimmer, 2009).

Segundo Zockun et al., (2007) alguns estudo1 mostram que, para além da complexidade do
sistema tributário, o elevado número de tributos, e regras especificas inerentes a cada uma delas
faz com que haja elevados custos tributário derivado do tratamento da matéria colectavel, cujo
cumprimento leva muito mais tempo do que seria requerido caso houvesse a simplificação dos
procedimentos.

Para os Técnicos, (2012), "a busca pela simplicidade mecanismo de tributação é essencial para
os agentes económicos, posto que a complexidade, pode levar a custos elevados para administrar
os tributos e para fazer cumprir as obrigações tributárias".

Segundo Castel-Branco, (2003), a industrialização potencia a capacidade de a economia tirar


proveito das capacidades tacitas, e influenciar, dinâmicas regionais e internacionais de
desenvolvimento; fazendo com que a economia evolua de um estado de constante pressão fiscal
(défices orçamentais prolongados e em constante evolução), para se ajustar a choques
internacionais e estabilizar, para um estado, em que se torna parte activa das dinâmicas positivas
de crescimento, inovação e desenvolvimento.

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Estudos publicados do Banco Mundial (Doing Business) e dos indicadores da The Heritage Foundation e do The
Fraser Institute.

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Contudo o mecanismo de tributação aplicado actualmente não faz acepção, ou melhor, dizendo
não tem em conta a pessoa jurídica na qual recai o ônus fiscal, isto é, não tem conta o agente
económico sobre qual recai o peso do imposto.

2.1.3.Objectivos do Imposto

Segundo Mosca (2005 "percebe-se que no século XIX o imposto não foi instituído
principalmente como forma de obter receitas para o Estado ou para as companhias, mas como
forma de forçar os assalariados e obter mão-de-obra em regime de semiescravatura" (p.56).

Como já é sabido, os impostos são criados para a satisfação de fins públicos e necessidades
colectivas dos cidadãos, expressão que engloba objectivos fiscais (obtenção de receitas publicas)
e extrafiscais (sociais, económicas, etc.).

Segundo Ibraimo (2002), Os impostos foram criados com vista a atender os seguintes objectivos:

a) Objectivos Fiscais

Os impostos visam à obtenção de recursos financeiros para o Estado, principal fonte de


financiamento das despesas do mesmo Estado.

b) Objectivos Sociais

Para Ibraimo (2002), os impostos, sobretudo progressivos visam a “repartição justa da riqueza e
dos rendimentos”, “diminuição das desigualdades”.

Uma vez as oportunidades serem diferentes na sociedade, é justo que aqueles que mais ganham
paguem mais impostos, contribuindo deste modo mais na construção de Infraestruturas sociais e
pagamento de serviços.

Por outro lado, os impostos podem adaptar a estrutura do consumo á evolução das necessidades
de justiça social (onerando o consumo de luxo, por exemplo).

c) Objectivos Económicos

Os impostos servem para combater a inflação através da redução de excessos de disponibilidades


e consumos de produtos nocivos a saúde e supérfluos, estimular a produção industrial e a
poupança, através da redução da carga fiscal.

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Ibraimo, 2002, o objectivo principal da política tributária é o estabelecimento de um mecanismo
efectivo gerador de receitas, que seja justo, simples, previsível e economicamente eficiente. Um
mecanismo efectivo gerador de receitas permite atingir as metas de receita do governo, para se
obter uma distribuição adequada dos recursos nacionais pelos serviços públicos essenciais.

Um sistema tributário eficaz é estruturado de tal forma que as receitas aumentam


automaticamente ao longo do tempo sem que sejam necessárias mudanças frequentes na lei
tributária ou aumentos nas taxas dos impostos.

Um sistema tributário justo é geralmente definido com base em dois critérios: equidade vertical e
horizontal. Equidade vertical significa que o sistema tributário minimiza a carga sobre os pobres,
enquanto que cobra maiores pagamentos daqueles que têm maior capacidade para pagar.
Equidade horizontal implica que, contribuintes com capacidade similares de pagamento são
tratados imparcialmente e enfrentam as mesmas obrigações fiscais (Ibraimo, 2002).

Uma questão importante é que, um sistema tributário justo, deve ser bem administrado para
minimizar a evasão fiscal, uma vez que, ao se permitir que alguns contribuintes escapem às suas
responsabilidades, isto causará que os restantes contribuintes tenham que suportar uma parte
adicional e não devida de carga tributária. Ao alargar-se o mais possível o sistema tributário, o
Estado (governo) pode de forma justa distribuir a carga por todos os contribuintes. Finalmente,
um sistema tributário justo evita a existência de taxas de impostos excessivamente altas.

Um sistema tributário simples evita desnecessárias complexidades administrativas e minimiza as


diferenças arbitrárias na tributação de pessoas ou transações similares. Um sistema tributário
previsível inclui legislação tributária estável e transparente, com um mínimo arbítrio burocrático
na determinação dos impostos e penalidades.

A previsibilidade requer que as mudanças no sistema tributário, quando necessárias, deverão


estar de acordo com uma estratégia bem articulada e que envolva a auscultação junto das partes
interessadas.

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Ao contrário, revisões “ad hoc” e arbitrárias do código fiscal podem minar os planos das
empresas e causar erosão na confiança sobre a infraestrutura legal por parte dos investidores
nacionais e estrangeiros. Os objectivos da política tributária podem ser melhor alcançados
através do estabelecimento de um sistema tributário estável e bem administrado, que se
caracterize por:

 Base tributária o mais ampliada possível – mantendo constantemente um controle sobre


a minimização da carga fiscal sobre os pobres;

 Taxas de impostos o mais baixas possível – com um mínimo de complexidade na


estrutura de impostos;

 Imposto sobre consumo – nas condições actuais de muitos países em desenvolvimento, o


imposto sobre o consumo é uma óptima opção porque é um imposto que tem uma base
ampla de aplicação e é de relativamente fácil de administração.

A existência de uma base tributária ampliada (em vez de impostos especiais) pode gerar receitas
maiores e crescentes sem requerer taxas altas. Impostos que se apliquem igualmente a grandes
categorias de actividades económicas minimizam também as distorções induzidas pelos impostos
sobre as decisões económicas que o sector privado venha a fazer.

No entanto, alguns impostos especiais têm um papel a desempenhar, tal como um imposto sobre
bens de luxo, imposto especial sobre petróleos para pagamento pela utilização das estradas e
impostos retidos na fonte para capturar rendimentos que de outra forma seria difícil de cobrir
pelo sistema tributário.

No campo da equidade, a isenção de impostos é necessária para a equidade vertical, ou seja, para
proteger os mais pobres. De outro modo, a equidade horizontal requer que os benefícios fiscais
sejam eliminados ou usados em raras ocasiões.

Há diversas razões para isto. Primeiro que tudo, conceder benefícios fiscais a certos grupos,
significa diminuir a base tributária, o que implica 13 maiores impostos para os restantes
contribuintes.

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Segundo Pereira et al (2007), os benefícios fiscais permitem manipulações políticas, favoritismo
e corrupção, todos eles violando os princípios da tributação e prejudicando o desenvolvimento
económico. Em terceiro lugar, os benefícios fiscais estabelecem precedentes para que outros
contribuintes solicitem um tratamento similar; muitas vezes, o processo conduz a uma menor
base tributária, e a um sistema tributário que é flagelado por distorções e iniquidades.

Finalmente, actividades produtivas que são fundamentalmente viáveis, não precisam de


benefícios fiscais; as actividades económicas só podem fazer sentido por mérito próprio
(Ibraimo, 2002).

2.1.4.Classificação dos Impostos

Segundo Ibraimo (2002), os impostos podem classificar-se de acordo com vários critérios
nomeadamente:

a) Segundo o Âmbito de Aplicação Territorial:

 Impostos de âmbito nacional, aqueles que são aplicáveis em todo o território nacional;
 Impostos locais, aqueles que são aplicáveis a nível local ou seja em apenas uma parcela
do território.

b) Segundo o Âmbito da Afectação da Receita

 Imposto de nível central, exemplo do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas


Colectivas;
 Imposto de nível local ou Autárquico, exemplo do imposto predial.

2.1.5.Fases do Imposto
Os diversos momentos da vida do imposto passam necessariamente por três ou quatro fases,
conforme os casos (Ibraimo, 2002), nomeadamente:

 Incidência

O imposto nasce quando surge uma norma legal que confere ao Estado a posição de credor do
imposto e ao cidadão a situação de devedor do mesmo. Compete à Lei definir, embora de modo
genérico e abstracto, o que é passível de imposto.

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A incidência é a definição geral e abstracta, feita pela lei, dos actos ou situações sujeitas a
imposto e das pessoas sobre as quais recai o dever de prestar.

Nesta perspectiva, existem dois aspectos sob os quais pode ser encarada a incidência: o que está
sujeito a imposto (incidência real ou material) e quem está sujeito a imposto (incidência pessoal
ou subjectiva).

Deste modo, haverá sempre lugar a imposto quando se mostrem reunidos todos os pressupostos
de incidência referidos na lei.

Pode, no entanto, o legislador abrir, por vezes, excepções às regras de incidência, isto é, perante
uma situação em que estejam reunidos todos os pressupostos da incidência, a própria lei
determine que determinados sujeitos ou certa matéria colectável não seja tributada. Estas
excepções às regras de incidência chamam-se de isenção.

A isenção fiscal pode ser objectiva (no caso de ser em função do objecto) ou subjectivo (se for
em função dos sujeitos). A isenção pode ser ainda total ou parcial.

 Lançamento

Nascida a obrigatoriedade do imposto, até este ser pago, desenrola-se um processo


administrativo que inicia justamente na fase de lançamento.

No lançamento identifica-se o sujeito passivo do imposto e fixa-se a matéria colectável sobre a


qual recairá o imposto.

Existem dois momentos importantes da fase do lançamento: A identificação do contribuinte que


se pode fazer com base na declaração do próprio (que é a forma mais frequente), por declaração
de terceiros, por simples actividade do fisco ou mesmo por indicação de certos serviços públicos;
A fixação da matéria colectável, que pode ser feita também com base na declaração do
contribuinte, por fixação directa pela administração fiscal, por fixação feita por comissões
específicas estabelecidas na lei e, algumas vezes, por acordo.

A fase de lançamento é feita pela entidade devedora de rendimentos. Esta, identifica o sujeito
passivo de imposto e fixa a matéria coletável sobre a qual incide a taxa do imposto, determina o
imposto a reter e canaliza-o ao Estado através do preenchimento e entrega mensal da guia de
pagamento Modelo 19 (M/19) à DAF.

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A determinação do imposto é feita de acordo com as taxas constantes das tabelas de retenção na
fonte aprovadas pela lei 20/2013 de 23 de Setembro.

As tabelas estão separadas em rendimentos do sector privado e da função pública, situação


familiar. Para além das taxas constantes das tabelas de retenção na fonte, é também aplicada a
taxa liberatória (20%) constante do art. 67 do CIRPS que se refere aos rendimentos de trabalho
dependente e de pensões obtidos em território moçambicano por não residentes em Moçambique.

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 Liquidação
A fase da liquidação consiste no cálculo da colecta do imposto, aplicando-se a matéria colectável
a taxa de imposto. A liquidação está sujeita a caducidade. Ocorrido o facto gerador do imposto,
ela só poderá ter lugar dentro de um prazo de cinco anos, para o caso dos impostos sobre o
Rendimento. A fase da liquidação de liquidação ocorre de Janeiro a Março do ano seguinte a que
o imposto diz respeito.

A liquidação do imposto é feita pela administração tributária com base no certificado de


rendimentos passado pela entidade pagadora de rendimentos, onde constam os rendimentos
auferidos durante o ano, as contribuições obrigatórias e as retenções realizadas na fonte.

No acto da declaração de rendimentos o sujeito passivo entrega na DAF o modelo M/10


preenchido, acompanhado do certificado de rendimentos passado pela entidade pagadora dos
rendimentos. Reunidos estes requisitos, a DAF procede a liquidação do imposto que consiste em
preencher o modelo M/10 em versão electrónica no Sistema Interino de Cobrança e Receitas
(SICR) (Sitoe, 2008).

Este processo envolve preencher os campos do M/10 relativo ao rendimento bruto do trabalho
dependente e ou rendimento bruto de pensões, e se houver lugar, as contribuições obrigatórias do
INSS ou de funcionários do Estado, as quotizações sindicais, as indemnizações por rescisão
unilateral do contrato de trabalho, as retenções na fonte de trabalho dependente e as deduções
dos rendimentos brutos de pensões.

Depois de deduzir aos rendimentos os elementos acima referidos, obtém-se o rendimento liquido
que são sujeitos a abatimentos de encargos com pensões de sentença ou acordo judicial e do
mínimo não tributável.

2.1.6.Funções do Imposto

De acordo com Ibraimo (2002), dentro da tributação, encontra-se dividido em duas funções:

 Função Fiscal, quando tem como objectivo a arrecadação de recursos financeiros para os
cofres do Estado;

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 Função Parafiscal, quando ocorre por delegação pela pessoa política (Órgãos Distritais,
Municipais, etc.) mediante uma lei com capacidade tributária activa á terceira pessoa, de
forma que esta arrecade o tributo, fiscalize e utilize os recursos auferidos para
prossecução dos seus fins.

É nesta perspectiva que o Estado Moçambicano, para atingir este objectivo de arrecadar receitas
para o mesmo, criou várias políticas e reformas fiscais com vista a tributação de pessoas físicas e
jurídicas que exercem actividades económicas, de forma a potenciar o Estado de recursos
financeiros e dotar o País de Infra-estruturas e serviços públicos, melhorar a redistribuição da
renda, equilíbrio interno e externo da economia e uma utilização racional dos recursos
disponíveis.

2.1.7.Princípios Gerais do Imposto

A justiça fiscal é o primeiro requisito de um sistema tributário, uma vez que este deve garantir
uma distribuição equitativa de sacrifícios e uma repartição equilibrada de recursos, em nome da
coesão social. Para que haja justiça é indispensável respeitar os seguintes princípios:

 Princípio da justiça

Um sistema tributário é justo quando todos, do mais pobre ao mais rico, contribuem em
proporção directa à sua capacidade de pagar. Na definição de justiça tributária, está implícito o
princípio da progressividade – quem ganha mais deve contribuir com uma parcela maior do que
ganha, pois uma parte maior da sua renda não está comprometida com o atendimento de
necessidades básicas.

Os princípios de justiça, sobre os quais colhem relativo consenso na situação inicial e que
formam a justiça como equidade, são dois, o primeiro exige a igualdade da atribuição de deveres
e direitos básicos, enquanto o segundo afirma que as desigualdades económicas e sociais, por
exemplo desigualdades e autoridade, são justas apenas se resultam em benefícios compensatórios
para cada um, e particularmente para os membros menos favorecidos da sociedade.

18
Deste modo, as sociedades possuem uma organização e mecanismos de sobrevivência, como os
impostos, porque existe um contrato social preliminar em que parte das contrapartidas a sua
adesão são as prestações pecuniárias regulares, que são função de variáveis relativas a cada
Estado.

 Princípio da simplicidade

De acordo com Adam Smith (1977), num sistema tributário simples é relativamente fácil e
barato para o contribuinte calcular e pagar quanto deve. A mesma facilidade tem o governo para
fiscalizar se o contribuinte pagou o que devia;

 Princípio da neutralidade

Neutralidade quer dizer que o sistema tributário não deve influenciar a evolução natural da
economia. Ou seja, não deve influir na competitividade e nas decisões das empresas e também
pouco no comportamento do consumidor/contribuinte;

 Princípio da legalidade

Princípio da legalidade, segundo o qual o imposto deve ser estabelecido por lei emitida pelo
Parlamento, segundo o consentimento democrático;

 Princípio da generalidade tributária


Que determina que todos os residentes de um determinado país estejam sujeitos ao pagamento de
impostos segundo critérios gerais;

 Princípio da capacidade fiscal


De acordo com o qual cada um deve ser tributado na medida da sua capacidade (faculdades
contributivas ou “ability to pay”), (baseado no site da Ulusiada, 2008).

2.2.História do Imposto em Mocçambique

Há muito tempo que já havia impostos em Moçambique antes mesmo da chegada dos
portugueses e estes eram pagas de diversas formas como por roupas, gados, escravos e outros
bens. Os traços mais evidentes foram à existência dos Prazos no vale da Zambeze, no qual
utilizaram o tributo tradicional pela primeira vez (Ibraimo, 2002).

19
Os Impostos em Moçambique tem suas raízes na época colonial, como veremos adiante, aquando
da concessão de terras às Companhias Majestáticas.

Segundo Souto (1996), foram conferidos às Companhias Majestáticas direitos soberanos de


administração, direito de lançar, colectar e gastar impostos portuários, de propriedade, de
serviços, de saúde, de palhota e de capitação.

A cobrança do imposto de palhota, nos territórios da concessão da companhia do Niassa, em


princípio a mais antiga, data de 1897, estabelecido para representar o começo da administração e
exploração da área concessionada, determinava, o regulamento que o estabeleceu, que os donos
de todas as palhotas, grossa parte da população africana, obrigavam-se ao pagamento anual de
imposto por cada palhota usada como casa de habitação, fixado para ter efeitos em relação ao
ano civil de 1896 .

Para os primeiros dois anos 1896 e 1897, os visados poderiam pagar o referido imposto em
dinheiro ou em géneros, aceites na razão de dois terços do valor que tiver no mercado. Os donos
das palhotas que recusassem o pagamento desse imposto, ficavam obrigados a trabalhar durante
um número preciso de dias para que, ao preço do salário local, pagassem a sua dívida aumentada
de 50 porcento .

Segundo Correia (2010), a atenção das autoridades distribuídas pelos postos onde se contava a
presença portuguesa, tinha de se concentrar toda na conservação da “passividade” dos chefes, a
única situação política que resultara das fracassadas colunas de conquista encetadas na região.

A execução do regulamento da cobrança do imposto nestes Conselhos, tornaria mais latentes


eventuais reinsurgências, incluindo por parte dos passivos Mtarica e o Mualia, era necessário não
alargar a influência do imponente Mataca sobre aqueles chefes que acomodavam de certa forma
a presença portuguesa dentro das suas áreas de jurisdição tradicional.

Correia (2010), refere que a mesma condição política se impunha no Conselho de Amaramba,
cujos D. Carlos I e Tamballade a sua acção seria no sentido de conservar a passividade dos
chefes locais ameaçados pela coluna portuguesa 1899-1900.

20
Em relação ao Conselho do Lago, a receita do imposto de palhota cobrado nos únicos postos de
Metangula, Luangua e Cóboe no ano de 1903 não tendo se registado o mesmo nos restantes
concelhos, com excepção dos da costa, a explicação encontrada pelo governador foi que as suas
povoações aderiram ao lançamento do imposto de palhota porque estariam acostumadas pela
experiência da cobrança do imposto nas povoações da colónia inglesa do Nyassalandia, com as
quais mantinham ligações na margem inglesa do lago Niassa, também porque, “sendo nhanjas,
de raça sempre dizimada pelos ajauas do Lugenda, não tinham na rebeldia do Mataca um refúgio
sempre pronto, que lhes permitisse esquivar-se ao pagamento.”

Nas povoações ao longo da faixa costeira, nomeadamente, Ibo, Quissanga, Mocímboa da Praia,
Palma e Pemba, onde a presença portuguesa suplantava a influência dos pequenos chefes locais,
esses reconheciam a Administração Portuguesa e a cobrança do imposto remontava a 1898.

De facto, quando em 1897 é aprovado o regulamento que determinava a cobrança do imposto de


palhota na área da concessão da Companhia do Nyassa o processo de implantação da jurisdição
portuguesa era quase nula nos territórios a oeste do meridiano 40º.

O autor refere ainda que para o caso do Distrito de Moçambique, o mapa das diversas receitas
cobradas nos anos económicos do período de 1904-1907, respeitante aos impostos directos,
regista o imposto de palhota com maior peso em relação aos restantes impostos, sendo
suplantado apenas pelas receitas provenientes dos direitos aduaneiros.

Semelhante situação consta no mapa das receitas dos impostos cobrados no distrito de
Quelimane nos três anos de 1910-1912, neste distrito o valor registado do imposto de palhota
fica apenas suplantado para além das receitas provenientes dos direitos aduaneiros, pela receita
do rendimento dos prazos.

No seu relatório sobre o estado da administração do Distrito de Moçambique datado de Fevereiro


de 1914, o governador Duarte Ferreira transmite a satisfação pelo crescimento no movimento das
receitas do imposto de palhotas cobradas no período que vai de 1909 à 1913 nas quatro
capitanias que formavam o distrito nomeadamente Mossuril, Memba, Macuana e Angoche,
Atribuíndo essa subida ao processo de ocupação militar e consequente alargamento da jurisdição
em regiões do distrito até então sob domínio dos chefes africanos, o mesmo governador concluía

21
que o imposto de palhota constituía quer no distrito de Moçambique, quer em toda a província de
Moçambique a receita mais importante, estando nessa altura a crescer a ponto do seu rendimento
dar origem a que os déficits, com os quais sempre se fechavam as contas anuais do distrito,
tivessem desaparecido e, por consequência, tivessem cessado os pedidos de fundos que até então
se faziam ao Governo Provincial.

No período de 1911-1913, a determinação do governador era a ocupação efectiva da região norte


da capitania de Fernão Velloso (o mesmo que Memba). Pode se dizer, deste modo, que o referido
movimento da subida das receitas da cobrança do imposto de palhota neste distrito assentava
sobre um contexto efectivamente militar, cobrindo algumas áreas em que por esta via se
afirmava a jurisdição portuguesa.

A cobrança de impostos nas povoações africanas acabaria por desempenhar uma importante
contribuição nas economias coloniais em numerário, géneros e captação de mão-de-obra
africana, representando uma das principais contribuições económicas para as administrações da
Companhia do Nyassa, distritos de Moçambique e Quelimane

O passar do tempo este imposto passou a ser cobrado em dinheiro e em género, no qual quem
não o pagasse era punido com trabalho forçado durante vários dias correspondente ao valor do
salário mínimo e com uma multa de 50 por cento18 após o término do trabalho forçado (Mosca
2005, p.55).

Após a independência ocorreram várias reformas no sistema fiscal moçambicano criadas pelo
facto de haver a necessidade de criar receitas internas e deixar de ser dependente de outros
paises. Apesar de Moçambique nessa altura o seu sistema tributário estar assemelhado aos outros
paises em via de desenvolvimento, mas essas semelhaças não eram boas, havendo necessidades
de reajustamento fiscal.

Segundo alguns historiadores, citados por Ibraimo (2002), o vale do Zambeze em meados do séc.
XVII estava organizado politicamente e tradicionalmente por vários chefes em cada região. O
governador do distrito era designado por “mambo” que era assistido por um chefe local
“npfumu”, e pelo chefe das povoações. Uma das atribuições do “pfumu” era de cobrar o imposto.

22
Dentro dos prazos, todos os habitantes estavam sujeitos ao pagamento de um imposto anual
designado por “mussoco”, que era pago como forma de afirmar o poderio do mambo sobre a
terra. O conteúdo, a taxa e o montante do “mussoco” atribuído a cada família não era fixo nem
estabelecido, variava de prazo a prazo e de região para região.

Os camponeses através do “mussoco”, renda em géneros, canalizavam parte dos seus excedentes
agrícolas para a “elite” dos prazos, sendo, muitas das vezes, utilizados para alimentação. Com a
penetração crescente do capitalismo colonial, o “mussoco” passou a ser cobrado em trabalho e,
depois, em dinheiro, o que exprime uma mudança profunda nas relações sociais de produção.

2.3.Sistema Tributário Moçambicano

Em Moçambique, a concepção de políticas públicas, em particular, a política fiscal, constitui um


dos maiores desafios na relação entre governantes e governados, pelas vicissitudes associados ao
processo.

O regime tributário moçambicano, segundo UEM (1996), é influenciado por actores de índole
histórica, económica e sócio política, configurando um sistema híbrido, onde elementos
estruturais do antigo regime coexistem com formas tributárias recentes.

Pode-se, assim, dizer que a técnica tributária inspira-se no modelo adoptado por Portugal no
período de 1959 à 1963, ao qual foram inicialmente introduzidas algumas alterações, com
especial menção, por um lado por redefinição dos objectivos segundo uma perspectiva de
desenvolvimento socialista e por outro lado para a diferenciação dos impostos que deveriam
recair sobre as unidades económicas e sobre a população, integrando novos impostos e alterando
a incidência de outros.

A política fiscal é uma das bases fundamentais para o desenvolvimento, pois, é ela que suporta as
funções básicas de um Estado efectivo e cria condições para o crescimento económico. Muitas
vezes é também vista como catalisadora de uma governação responsável e accountable2 ,
responsável pela expansão da capacidade do Estado.

2
O termo accountable é usado para se referir ao Estado que presta contas aos cidadãos de maneira transparente e
legalmente regular.

23
Os assuntos sobre a fiscalidade e seu papel na construção e consolidação do Estado e do cidadão
têm vindo a constituir matéria de debate nos demais fóruns académicos de estudantes de finanças
públicas principalmente em sociedades em desenvolvimento e, particularmente, em África .

Nos processos económicos intra-estados, ocorre a interacção de agentes económicos,


nomeadamente, as famílias, as empresas e o Governo. Nestes processos são levantadas as
clássicas questões-chave da economia, tais como a eficiência produtiva, que trata do
aproveitamento completo dos recursos de produção, a eficiência alocativa, tida como a adequada
combinação de produtos finais gerados para a satisfação das necessidades de consumo e a justiça
distributiva que trata do mecanismo da distribuição equilibrada da renda e da estrutura de
distribuição dos resultados do esforço social de produção e o ordenamento institucional que
refere-se a definição de regras de convivência política, económica e social.

Em Moçambique existem vários impostos, que incidem sobre os rendimentos que constituem a
riqueza individual ou colectiva e também incidem sobre as despesas. Estes impostos estão
divididos em: Impostos Directos e Impostos Indirectos (Ibraimo, 2002).

a) Impostos Directos - São aqueles que incidem sobre os rendimentos que constituem a
riqueza individual ou colectiva.

Segundo Samuelson & William (2004, p.327) os impostos directos incidem directamente sobre
os individuos ou empresas.

Para Pereira et al (2007) "os impostos directos incidem, de forma directa ou imediata, sobre
manifestações da capacidade contributiva dos indivíduos" (p.278).

A tributação directa compreende os segintes impostos:

 Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares – IRPS: incide sobre o valor


global anual dos rendimentos, mesmo quando provenientes de actos ilícitos, segundo o
artigo nº1 do código do IRPS. Este imposto obedece aos princípios da unidade e da
progressividade, e o seu regime tem em conta as necessidades e os rendimentos do
agregado familiar.
 Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas – IRPC: incide sobre o lucro
proveniente das actividades de natureza comercial, industrial ou agrícola, ainda que estes

24
seja provenientes de actos ilícitos, segundo o artigo nº4 do código do IRPC e artigo nº2
do respectivo regulamento.
 Imposto Simplificado do Pequeno Contribuinte – ISPC: incide sobre o volume de
negócios das actividades agrícolas, industriais e comerciais de pessoas singulares e
colectivas, cujo volume anual de negócios seja menor ou igual a 2.500.000 MT.

 Imposto Especial sobre o Jogo: incide sobre os ganhos em numerário, efectivamente


pagos, provenientes de jogos de diversão social, segundo o artigo 16 do código do IRPS.
b) Impostos Indirectos

Pereira at al (2007) "os impostos indirectos incidem de forma indirecta, nomeadamenete atraves
d acto de consumo"(p.278).

Samuelson e Williams (2005) "os impostos indirectos recaem sobre bens e serviços e, só
indirectamente sobre os indivíduos (p.329)".

A tributação Indirecta Compreende os seguintes Impostos:

 Imposto sobre o Valor Acrescentado – IVA: é um imposto indirecto que incide sobre o
valor das transmissões de bens e prestação de serviços realizados no território nacional, a
título oneroso, por um sujeito agindo como tal, bem como sobre as importações de bens.
É aplicável a uma taxa de 17% que só confere a dedução o imposto mencionado em
facturas, documentos equivalentes e bilhetes de despacho de importações passados em
forma legal, na posse dos sujeitos passivos.

 Imposto sobre Consumos Específicos – ICE: incide sobre determinados bens


produzidos no território nacional ou importados, tais como bebidas alcoólicas, tabaco e
outros bens de luxo, nos termos do artigo 1 do Código do ICE.

 Direitos Aduaneiros: incidem sobre a importação de bens de consumo e equipamentos.


Direitos aduaneiros – também é um imposto indirecto que incide sobre as mercadorias
importadas e exportadas nos termos estabelecidos na pauta aduaneira e as taxas nelas
prevista.

25
O Sistema fiscal Moçambicano integra um conjunto de impostos nos regimes normal e especial,
os quais, de forma separada, visam a tributação do rendimento, do consumo e do património.

Os principais impostos do Sistema fiscal Moçambicano são:

 Impostos sobre o Património (Imposto Municipal de Sisa, Contribuição Autárquica);


 Impostos sobre o Rendimento (IRPS e IRPC);
 Impostos sobre a Despesa ou o Consumo (IVA, Imposto Automóvel, impostos sobre os
produtos petrolíferos, imposto sobre o tabaco, etc.).

Em Moçambique existem vários impostos, que incidem sobre os rendimentos que constituem a
riqueza individual ou colectiva e também incidem sobre as despesas. Estes impostos estão
divididos em: Impostos Directos e Impostos Indirectos (Ibraimo, 2002).

c) Impostos Directos - São aqueles que incidem sobre os rendimentos que constituem a
riqueza individual ou colectiva.

Segundo Samuelso & Williams (2004) "os impostos directos incidem directamente sobre os
individuos ou empresas" (p.327).

Para Pereira et al (2012, p.278) os impostos directos incidem, de forma directa ou imediata,
sobre manifestações da capacidade contributiva dos indivíduos.

A tributação directa compreende os segintes impostos:

 Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares – IRPS: incide sobre o valor


global anual dos rendimentos, mesmo quando provenientes de actos ilícitos, segundo o
artigo nº1 do código do IRPS. Este imposto obedece aos princípios da unidade e da
progressividade, e o seu regime tem em conta as necessidades e os rendimentos do
agregado familiar.
 Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas – IRPC: incide sobre o lucro
proveniente das actividades de natureza comercial, industrial ou agrícola, ainda que estes
seja provenientes de actos ilícitos, segundo o artigo nº4 do código do IRPC e artigo nº2
do respectivo regulamento.

26
 Imposto Simplificado do Pequeno Contribuinte – ISPC: incide sobre o volume de
negócios das actividades agrícolas, industriais e comerciais de pessoas singulares e
colectivas, cujo volume anual de negócios seja menor ou igual a 2.500.000 MT.
 Imposto Especial sobre o Jogo: incide sobre os ganhos em numerário, efectivamente
pagos, provenientes de jogos de diversão social, segundo o artigo 16 do código do IRPS.
d) Impostos Indirectos

Impostos Indiretos que atingem rendimento do consumidor final através do respectivo nível de
despesa (IVA).

Segundo Pereira at al (2012,p.278) os impostos indirectos incidem de forma indirecta,


nomeadamenete atraves d acto de consumo.

Portanto para Samuelson e Nordhaus (2005,p.329) os impostos indirectos recaem sobre bens e
serviços e, só «indirectamente» sobre os indivíduos.

A tributação Indirecta Compreende os seguintes Impostos:

 Imposto sobre o Valor Acrescentado – IVA: é um imposto indirecto que incide sobre o
valor das transmissões de bens e prestação de serviços realizados no território nacional, a
título oneroso, por um sujeito agindo como tal, bem como sobre as importações de bens.
É aplicável a uma taxa de 17% que só confere a dedução o imposto mencionado em
facturas, documentos equivalentes e bilhetes de despacho de importações passados em
forma legal, na posse dos sujeitos passivos.

 Imposto sobre Consumos Específicos – ICE: incide sobre determinados bens


produzidos no território nacional ou importados, tais como bebidas alcoólicas, tabaco e
outros bens de luxo, nos termos do artigo 1 do Código do ICE.

 Direitos Aduaneiros: incidem sobre a importação de bens de consumo e equipamentos.


Direitos aduaneiros – também é um imposto indirecto que incide sobre as mercadorias
importadas e exportadas nos termos estabelecidos na pauta aduaneira e as taxas nelas
prevista.

27
Porém, o sistema tributário Moçambicano completa-se com outros impostos nomeadamente:
 Impostos Específicos da Actividade Mineira: incide sobre o valor da quantidade do
produto mineiro extraído da terra, em resultado da actividade mineira exercida no
território nacional, independentemente da venda ou não, segundo o artigo 3 da Lei
11/2007.
 Imposto Especifica da Actividade Petrolífera: incide sobre o petróleo bruto, gás
natural e outros hidrocarbonetos produzidos no território nacional, nos termos das alíneas
1 e 2 do artigo 2 da Lei 12/2007.

 Imposto do Selo: incide sobre todos os documentos, contratos, livros, papéis e actos,
segundo o artigo 1 do Decreto 6/2004.

 Imposto sobre Sucessões e Doações: incide sobre as transmissões a título gratuito do


direito de propriedade sobre os bens móveis e imóveis, qualquer que seja a denominação
ou forma do título, nos termos do artigo 1 da Lei 28/2007.

 Sisa: incide sobre as transmissões a título oneroso do direito de propriedade de bens


imóveis, nos termos do artigo 1 do Decreto 46/2004.

 Imposto de Reconstrução Nacional: é considerada contribuição mínima para as


despesas do Estado, devida por cidadão residente no território ainda que seja estrangeiro.

 Imposto sobre Veículos: incide sobre o uso e fruição dos veículos matriculados ou
registados na República de Moçambique ou, independentemente, do registo ou matrícula,
logo que, decorridos cento e oitenta dias a contar da sua entrada no Pais, venham a
circular ou a ser usados em condições normais da sua utilização, nos termos do artigo 1
do Decreto 19/2002.

Impostos Autárquicos:

 Imposto Pessoal Autárquico;

 Imposto predial autárquico;

 Imposto Autárquico de Comércio e Indústria;

28
 Imposto sobre o rendimento do trabalho, Secção B;

 Taxas por actividades econômicas;

 Taxas por Licenças concedidas;

 Tarifas e Taxas pela prestação de serviços.

O critério do tipo de relação jurídica base do imposto na distinção entre impostos directos e
indirectos reside no tipo de relação jurídica fonte da obrigação de imposto, ou seja, na
configuração instantânea ou duradoura do elemento temporal do facto tributário (Nabais, 2005).

Este autor defende que um facto ou acto isolado sem continuidade entre si, que dá origem a uma
obrigação de imposto isolada, ainda que o seu pagamento possa ser realizado em parcelas ou
prestações, o imposto que sobre ela recai é um imposto indirecto ou de obrigação única. Se a
relação jurídica fonte da obrigação do imposto tiver na base de situações estáveis, dando origem
a obrigações periódicas que se renovam todos os anos, então está-se perante o imposto directo.

Segundo Ibraimo (2002, p.41) a diferença fundamental entre o imposto e a taxa reside no facto
desta ser devido pela utilização de serviços públicos ou bens públicos. Portanto, o imposto é uma
prestação unilateral enquanto a taxa é uma prestação bilateral ou sinalagmática ou seja uma
contraprestação específica.

2.3.1.Reformas do Sistema Tributário

Ibraimo (2002), mesmo antes da chegada dos portugueses já existia o imposto em Moçambique e
era pago em forma de roupa, gado, escravos e outros bens. Mas uma das principais evidências da
existência do imposto em Moçambique, foi com o surgimento dos prazos da Zambézia, em que
utilizou o tributo tradicional pela primeira vez.

Serra (2000), "o imposto de palhota foi introduzido ao abrigo do decreto de 9 de Julho de 1982 e
cobrado à luz do Regulamento do Imposto de Palhota de 30 de Julho de 1892. Os proprietários
das palhotas situadas no interior ficavam obrigados ao pagamento anual de 900 Reis por palhota
utilizada como habitação" (p.318).

29
De acordo com mesmo autor sistema tributário moçambicano conheceu três grandes reformas
desde a sua existência até aos nossos dias.

Período à data de Independência

Segundo Ibraimo (2002), nesta época vigorava um sistema tributário adequado aos objectivos do
Estado que estava dimensionado as necessidades orçamentais deste mesmo Estado. Para tal,
estava organizado um sistema administrativo adequado e dotado de pessoal apropriado,
convenientemente treinado. Era um sistema fiscal com uma legislação complexa e quase
inacessível à grande maioria dos contribuintes, e não respeitava os princípios de justiça social
onde todos deviam pagar impostos independentemente da sua condição social e financeira.

De acordo com Ibraimo (2002), Moçambique era uma ilha de Portugal, ou seja, Moçambique era
um Estado com sede em Portugal onde toda a maquina admiistrativa ear supervisionado por
Portugal com um orçamento que integrava as receitas por um lado e as despesas por outro lado.
Neste caso havia sempre uma necessidade de os gastos corresponder as despesas, onde a despesa
corrente como compra de equipamentos, pagamentos de salarios aos trabalhadores de raca
branca, havia uma tabela de receitas correntes alimentada em 80% pelas receitas fiscais. O
conjunto das receitas destes impostos equilibrava o orçamento corrente do Estado Português em
Moçambique.

Para Ibraimo (2002), os impostos indirectos por exemplo como o imposto de consumo e direitos
aduaneiros, tinham algumas taxas proteccionistas para a importação de produtos que
aparentemente eram de exportacao, taxas mais pesadas para outros produtos considerados
essenciais para consumo da população, mas que beneficiavam se de taxas aduaneiras
preferenciais, quando importadas de certos países.

O sistema fiscal á data da independência caracterizava-se por:

 Um sistema concebido e dimensionado de acordo com a política do Estado e suficiente


para fazer face à correspondente tabela de despesas;

 O nível de receitas era suficiente para fazer face às despesas de funcionamento do seu
aparelho administrativo;

30
 O conjunto de pequenas taxas e impostos de nível local ou regional cujas características e
fim a que as receitas se destinavam - despesas das instituições locais e autónomas -
estavam em perfeita consonância com a forma de organização administrativa e eram
doptados de processos orçamentais que permitiam estipular as cobranças;

Período após a Independência

Após a independência ocorreram várias reformas no sistema fiscal moçambicano criadas pelo
facto de haver a necessidade de criar receitas internas e deixar de ser dependente de outros
paises. Apesar de Moçambique nessa altura o seu sistema tributário estar assemelhado aos outros
paises em via de desenvolvimento, mas essas semelhaças não era boas, havendo nessecidades de
reajustamento fiscal (Ibraimo, 1997).

 Reforma fiscal de 1978

Segundo Ibraimo, (2002), após a independência nacional, havia uma grande desparidade no
sistema tributario mocambicano em relacao aos outros paises do mundo e da regiao austral,
acompanhado da fraca máquina da administração fiscal, por outro lado o abandono das unidades
produtivas industriais logo apois a proclamação da independência nacional originou grande
queda da producao industrial e tendo culminado com fraca ou insenta contribuicao fiscal em
Mocambique.

As pequenas empresas privadas que continuaram a operar mesmo depois de muitas industrias
terem sido abandonadas pelos proprietarios como: Dionísio Almeida, Casa Coimbra, Vidreiras
que ainda produziam lucros tinham contabilistas mais competentes em relação aos funcionários
dos impostos pelo que, o controle do fisco passou a ser quase inexistente. E, não havendo lucros
logo não existiam dividendos e, consequentemente, não haveria imposto de aplicação de capitais.

Na Resolução 5/1977 da Assembleia Popular definiram-se princípios fundamentais a observar no


sistema tributário, fixando taxas progressivas e outras medidas que visavam realizar os
objectivos de justiça social.

Foi periodo que os impostos adoptados se enquadrassem na política orçamental do país, assentes
em objectivos mais gerais da política económica então preconizada e fazendo desta forma com
que os impostos estivessem ao serviço de um “Estado preocupado com a solução dos problemas
sociais tais como o bem-estar do povo e a defesa da soberania na nação Moçambicana.”
31
Em linhas gerais esta reforma tinaha como objectivos: a simplificação do processo de
contribuição do sistema fiscal; Aumentar o volume de receitas internas através do alargamento
da base tributária; e desenvolver um quadro fiscal que integre o sector privado nacional.

 Reforma Fiscal de 1987 (PRE).

Em 1987 criou-se um programa designado por PRE (Programa de Reabilitação económica) com
o objectivo de fazer um reajustamento total e completa da economia nacional face as debilidades
económicas que se verificavam ligados a formação de preços, (Ibraimo, 2002).

O sistema tributário definido na Lei 3/1987 integrava impostos directos e indirectos. A tributação
directa dos rendimentos era feita com base no seguinte sistema de impostos.

Os objectivos da reforma foram:

 Promover a justiça social ;

 Simplificar o processo de capitação do rendimento das empresas;

 Manter a contribuição industrial, com origem sobreos lucros comerciais;

 Imposto predial autárquico;

 Imposto sobre o Rendimento do Trabalho – Secção A, incidente sobre as remunerações


do trabalho;

 Imposto sobre o Rendimento do Trabalho – Secção B, incidente sobre o valor da


produção das cooperativas de produção e das explorações individuais agrícolas, silvícolas
ou pecuárias de pequena dimensão;

 Imposto Complementar, incidente sobre o rendimento global de pessoas singulares e


sobre os rendimentos de capital;

 Contribuição Predial, incidente sobre os rendimentos prediais;

A tributação indirecta, que integrava os impostos sobre as despesas, com base no seguinte
sistema de impostos: Imposto sobre valor acrescentado, que incide sobre o valor das
transmissões de bens e prestações de serviços realizados no País; Imposto sobre Consumos

32
Específicos, tidos como produtos de luxo; e Imposto especial sobre combustíveis, que incide
sobre qualquer combustível comercializado no território nacional.

 Reforma fiscal de 2002

Segundo Ibraimo (2002), em 26 de Junho a Assembleia da República aprovou a Lei 15/2002 em


substituição da Lei 3/1987. Esta reforma fiscal iniciou com a introdução do IVA em 1998 e a
alteração do Imposto de Consumo em Imposto de Consumo Especifico, tinha como objectivos: O
alargamento da base tributária; a redução da carga fiscal no conjunto da tributação directa; O
aumento no nível de receitas fiscais; a simplificação de procedimentos; a modernização do
sistema de impostos; a racionalização do sistema de benefícios fiscais.

O Sistema tributário de Moçambique passou a integrar impostos nacionais e autárquicos. Os


impostos autárquicos passaram a ser definidos em Lei própria.

De acordo com a nova Lei de Bases, os impostos do sistema tributário nacional, classificam-se
em impostos directos e impostos indirectos, nomeadamente: Bilhetes de despacho de
importações passados em forma legais, na posse do sujeito passivo; Imposto de Consumo de
Produtos Específicos – ICE: é um imposto indirecto que incide sobre determinados bens,
considerados de luxo produzidos ou importados em território nacional ou estrangeiro; Direitos
Aduaneiros: também um imposto indirecto que incide sobre as mercadorias importadas e
exportadas nos termos estabelecidos na pauta aduaneira e as taxas nelas previstas.

Como forma legislativa de harmonizar o sector informal, onde prevê se aspecto como contratos
que demonstrem claramente as obrigações e direitos das partes, onde a matéria colectável torna-
se tributável, foi criado o imposto simplificado para pequenos contribuintes com base na Lei
nº5/2009 de 12 de Janeiro que considera este sector uma parcela significativa da actividade
económica em Moçambique, pelo que, atrair os informais para o sistema tributário constituirá
um avanço significativo para o Fisco no que respeita ao alargamento da base tributária,
potenciando dessa forma a capacidade de colecta de receita.

33
Segundo o INE (2009), um dos sinais do reconhecimento da importância do sector informal na
economia nacional, pelo governo, é apresentação de uma legislação que abrange os operadores
do sector informal que é o Imposto simplificado para Pequenos Contribuintes (ISPC) com o
objectivo de:

 Reduzir os custos de cumprimento das obrigações tributárias por parte destes


contribuintes;

 Diminuir os custos de fiscalização e controlo de pequenos contribuintes por parte da


Administração Tributária, através da simplificação das obrigações declarativas e
contabilísticas;

 Promover a passagem para o sector formal dos sujeitos passivos que operam no sector
informal. Antes da criação do imposto simplificado dos pequenos contribuintes estes
sujeitos detinham de enormes vantagens tais como:

 A não pagamento de uma taxa que corresponde ao volume de negócio que praticam;

 Quem opta por pagar ISPC, no primeiro ano benefecia-se de uma redução de 50%.

 Não sofriam a dupla tributação antes da inserção do ISPC;

 Pagavam apenas uma taxa mensal que variava de 135 a 900 meticais de acordo com a
grandeza do espaço ocupado na área municipal.

2.3.2. Elementos da Relação Jurídico-Fiscal

A relação jurídica fiscal comporta os sujeitos passivo e activo. Considera-se sujeito activo,
aquele sujeito dotado de personalidade jurídica que a lei fiscal atribui a prestação do imposto,
como por exemplo, o Estado, as Autarquias e os Institutos Públicos que assumem o papel de
credores, em matéria de impostos. O sujeito passivo compreende, a pessoa singular ou colectiva
que a lei fiscal obriga a efectuar a prestação de imposto ou outros deveres acessórios, isto é, o
devedor efectivo do imposto (Matimbe, 2008 apud Martinez, 1995).

34
De acordo com (Ibraimo, 2002), o sujeito activo é o credor, o titular do direito de exigir a
prestação tributária. O sujeito activo não é a entidade que cria o imposto, e não também a
entidade que realiza as operações de lançamento e cobrança do imposto, mas aquela pessoa de
direito público em benefício da qual é estabelecido o imposto e que tem o poder de exigir ou
pretender o seu pagamento.

O sujeito passivo, ou devedor do imposto, é a pessoa a quem pode ser exigido o cumprimento da
prestação tributária. Por vezes, depois de nascida a obrigação do imposto, vêm outras pessoas a
ocupar o lugar do sujeito passivo (sucessão fiscal), ou, a par dele, a reforçar a garantia de
cumprimento da obrigação (responsabilidade fiscal).

O substituto tem o direito e por vezes o dever de exigir ao contribuinte a importância do imposto
ou de lhe descontar tal importância nos rendimentos que lhe paga. A título de exemplo temos as
entidades públicas ou privadas que descontam todos os meses directamente do salario bruto dos
seus trabalhadores inclusos no regime de IRPS uma quantia a título de retenção na fonte.

2.3.3.Classificação das Receitas Públicas

Baleiro, (1978) entende-se por receita pública a entrada que, integrandose ao patrimônio público
sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto,
como elemento novo e positivo.

Receita pública é o montante total em dinheiro recolhido pelo Tesouro Nacional, incorporado ao
patrimônio do Estado, que serve para custear as despesas públicas e as necessidades de
investimentos públicos (BC, 2003).

Franco (2012, p299) define receitas públicas como sendo qualquer recurso obtido durante um
dado período financeiro, mediante o qual o sujeito público pode satisfazer as despesas públicas
que estão ao seu cargo.

Deste modo, segundo a lei 9/2002, de 12 de fevereiro, são receitas públicas todos os recursos
monetários ou em espécies, independentemente da sua origem ou natureza, desde que esteja á
disponibilidade do Estado, com excepção daqueles recursos cujo Estado é mero depositário
temporário.

35
Abiba (2001) "receita é a quantificação financeira de todo os valores arrecadados, entrados
durante um processo ou actividades económica"(p.358).

Pereira et al (2010) define "receitas públicas como abrangendo todas as somas em dinheiro ou
recursos equivalentes, cujos beneficiários é o Estado ou uma entidade pública administrativa, e
que tem como finalidade principal satisfazer as necessidades financeiras e outros fins públicos
relevantes" (p.23).

No que respeito à classificação de receitas públicas, existem vários métodos para sua
classificação, porém, a literatura mostra que dependendo a autor as receitas públicas assume
diversas classificações.

Segundo Franco (1980, p148) as receitas classificam-se em:

 Receiras Correntes;

 Receitas de Capitais;

 Receitas Ordinarias;

 Receitas Extraordinaria.

Deste modo, a classificação de receitas públicas de acordo com a lei nr° 2/2002 de 12 de
fevereiro, comungado com o Decreto nr° 23/2004 de 20 de Agosto apud Ismael (2001) a
classificação compreende o Classificador Económico, Estrutural, Pragmática.

O Classificador Econômico é estruturado em cinco (5) níveis:

 Primeiro nível- Categoria Econômica: Recitas Corrente e de Capitais;

 Segundo nível- Origem Fiscal: Receitas Fiscais e receitas não fiscais;

 Terceiro nível- indica o tipo e imposto ou taxa;

 Quatro e quinto nível- indica a desagregação por cada imposto e taxas.

36
Em suma, segundo a lei 9/2002 de 12 de fevereiro, a classificação económica, tanto da receita
como da despesa compreende duas categorias:

a) Corrente: compreendem as receitas fiscais, receitas não fiscais e receitas consignada.

b) Capitais: compreendem as receitas de Alienação de bens, receitas de Donativos e receitas


de Fundos de empréstimos.

Portanto, importa aqui fazer referências a receitas correntes por esta englobar as receitas fiscais e
não fiscais assim como as consignadas. Para o melhor entendimento irar-se-á por se começar a
definir as receitas correntes que são derivadas do poder de tributar ou da venda de produtos e
serviços que contribuem para a finalidade fundamental do órgão ou entidade pública.

 Receitas Fiscais- são somas de arrecadação de receitas provenientes de tributo, os


elementos, impostos sobre rendimento, imposto sobre bens e serviços e outros impostos.
(Diploma Ministerial 181/2013 de 14 de Outubro).

 Receitas não fiscal – São taxas de diversos Serviços, compensação de pensão de


sobrevivência, rendas de casa e outras receitas não fiscais como rendas do património do
Estado e diversos.

 Receitas consignadas - é a receita pública proveniente de tributos-impostos, taxas ou


contribuições especiais- estabelecidas em dispositivo legal que vincula na totalidade, ou
em parte, a um ou mais objetivos específicos (circular nr°1/GAB-MF/2010).

2.3.4.Impacto da Tributação

Ossemane (2011), o objectivo fundamental da tributação é, obviamente, aumentar o volume da


receita para financiar o fornecimento de bens e serviços públicos. O primeiro princípio é,
portanto, que o sistema tributário deve ser eficaz na mobilização e sustentação da receita. Porém,
os impostos têm uma influência subtil nas decisões económicas das pessoas e das empresas e na
equidade social.

Tendo em vista estes efeitos, o sistema tributário deve conseguir atingir o nível adequado de
receitas da maneira mais eficiente e justa possível.

37
Um dos princípios que deve ser obedecido num sistema tributário devidamente desenhado é a
equidade e a eficiência administrativa.

a) Equidade

Um sistema tributário justo é caracterizado pela equidade vertical (cobrando proporcionalmente


mais aos que possuem mais rendimentos) e pela equidade horizontal (que concede um tratamento
relativamente uniforme e não discriminatório aos contribuintes em circunstâncias económicas
semelhantes).

Também minimiza a carga fiscal nos pobres e evita cargas fiscais excessivas ou imposições
arbitrárias. A justiça constitui um objectivo fundamental em si. Além disso, as percepções de
justiça podem ocorrer o cumprimento da lei e minar a sustentabilidade do sistema tributário
(Ibraimo, 2002).

b) Eficiência administrativa

O sistema tributário deve também ser administrado de maneira eficiente, com a devida
consideração quer aos custos directos da cobrança de impostos, quer aos custos inerentes ao
cumprimento suportados pelos contribuintes. Até mesmo a melhor legislação fiscal produz maus
resultados se não for devidamente administrada. Em países com uma capacidade institucional
limitada e uma fraca capacidade por parte dos contribuintes de lidarem com as complexidades da
gestão financeira, a simplicidade constitui uma virtude (Ibraimo, 2002).
2.3.4.Regime de Tributação Simplicada

Para Bolnick, (2009) apud Vilanculos (2015, p 19) contribuinte é o sujeito passivo obrigado a
pagar tributos ou outros encargos legais a estes associados.Neste contexto pode-se definir
Pequeno Contribuinte como sendo o sujeito passivo que desenvolve actividades de pequenas
dimensões quer agrícola, industrial ou comercial no qual esteja obrigado a pagar tributos ou
outros encargos legais a estes associados.

O Imposto Simplificado para Pequenos Contribuites sugere contexto do alargamento da base de


receitas; experiência adquirida na aplicação do IVA, IRPS e IRPC, ditando a necessidade de
criação de um imposto simplificado em termos de cumprimento das obrigações fiscais para

38
pequenos contribuintes. A necessidade de estimular micro e pequenas empresas a cumprirem as
suas obrigações fiscais e funcionarem como atracção para operadores do sector informal para
pagar imposto.

Daí a necessidade de criação de um instrumento legal, com os procedimentos simples e fácil para
os operadores informais reduzirem os custos de cumprimento das obrigações tributários,
encargos de fiscalização e controlo através da simplificação dos procedimentos, bem como
incentivar os contribuintes registar-se e pagar imposto, contribuindo assim no aumento de
colecta dos impostos bem com na arrecadação de receitas aos cofres do Estado.

Enquadramento legal

O Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes (ISPC) foi introduzido no Sistema


Tributário Moçambicano pela Lei nº 5/2009 (LISPC), 29 de 12 de janeiro e posteriormente
regulamentado pelo Decreto nº 14/2009, de 14 de Abril (RISPC) (Ver em anexo ).

Este imposto assenta num regime de tributação logicamente simplificado que visa
essencialmente atrair o sector informal para o sistema tributário, aumentando, assim, a base
tributária e, em paralelo, diminuindo a taxa de imposto aplicável ao contribuinte.

O Imposto Simplificado para pequenos Contribuintes (ISPC) é um imposto simples e de fácil


aplicação, criado especialmente para as pessoas e empresas que fazem pequenos e médios
negócios. Por exemplo, os agricultores que vendem os produtos das suas machambas, os
intermediários que compram os produtos aos agricultores e revendem-nos, as pessoas que na rua
vendem qualquer tipo de bens, os Pequenos armazenistas, as cantinas, as bancas e barracas,
incluindo as dos mercados, os quiosques, as padarias, os chapas, os carpinteiros, os mecânicos,
os taxistas, as moageiras, os pequenos importadores, as modistas, os alfaiates, as boleiras,
cabelereiros, decoradores, intermediários na venda de casas, entre outros.

Ibraimo (2002), o Imposto Simplificado para Pequenos Contribuites é um imposto directo, que
se aplica às pessoas singulares ou colectivas que exercem no território nacional actividades
agrícolas, industriais ou comerciais de pequena dimensão, incluindo a prestação de serviços; É
um imposto simples e de fácil aplicação, criado para pequenos negócios e de carácter optativo.

39
Natureza e Âmbito

Para efeitos deste imposto, consideram-se actividades de pequena dimensão, aquelas cujo
volume de negócios anual é igual ou inferior a 2.500.000,00MT (dois milhões e quinhentos mil
meticais).

O ISPC é pago anualmente a uma taxa de 75.000,00MT, repartida em quatro prestações


trimestrais de 18.750,00 MT cada, alternativamente, é aplicada a taxa de 3% sobre o volume de
negócio desse ano. Os sujeitos passivos que optam pela primeira vez pelo ISPC, beneficiam-se
da redução da taxa de imposto em 50% (cerca 1.5% sobre o volume de negócio) no primeiro ano
do exercício da sua actividade.

Importar salientar que no sector informal o ISPC somente é aplicado aos operadores informais
cujo volume de venda anual seja de 225,000,00MT a 750,000,00MT.

A tributação dos sujeitos passivos no Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes é de


carácter optativo, pois estes podem optar por pagar outros tipos de impostos já referenciados
como, por exemplo, o IVA.

De referir que para os Sujeitos do Imposto Simplificado de Pequenos Contribuintes são


excluídos de pagamento dos Impostos Sobre Rendimento, IRPS e ou IRPC, conforme se são
Pessoas Singulares ou Pessoas Colectivas respectivamente, diferentemente aos Sujeitos do
Regime de Tributação Simplificado.

Neste contexto, tendo em conta que o Imposto Simplificado para Pequenos Contribuites, incide
sobre Contribuintes que exercem actividade e uma camada igual a Regime de Tributação
Simplificado e limite de volume de negócio anual também igual, e de opinião que este Regime
fosse existindo, pois estaria a se cometer uma desigualdade de tratamentos para indivíduos com
as mesmas circunstâncias contributivos,

a) Vantagens do ISPC

A primeira grande vantagem é que você que exerce uma actividade sem pagar impostos,
começando a pagar passará a ter orgulho de contribuir de forma activa para o desenvolvimento
do seu país, porque o Governo passará a ter mais dinheiro para construir escolas, hospitais,

40
melhorar as estradas, pontes, comprar autocarros para transporte público, pagar melhores salários
aos professores, médicos, polícias para melhor servirem o povo.

Mas há outras vantagens:

 Quem paga ISPC não tem de pagar Imposto sobre o Rendimento (IRPS ou IRPC) nem

IVA. Passa a pagar um único imposto, o ISPC.

 Os pequenos e médios empresários que agora pagam o IRPS ou IRPC e IVA, se quiserem

podem mudar para o ISPC;

 O ISPC tem taxas baixas relativamente aos outros impostos;

 No ISPC, os documentos de registo das vendas são simples de preencher;

 Se o seu negócio é muito pequeno e no ano anterior não chegou a 77.022,00MT, não tem

que pagar o ISPC do ano em curso;

 No ISPC, você escolhe a taxa que acha mais fácil de aplicar. Pode Aplicar uma taxa de

3% sobre o valor do negócio que obtém de 3 em 3 meses, ou então pode pagar apenas

9.375,00MT no mesmo intervalo de tempo.

b) Desvantagens do Imposto Simplificado para Pequenos Contribuites

No que concerne a Desvantagem do Imposto simplificado tem-se:

 A deficiência em cobrir com todo o registo dos contribuintes devido a fraca fiscalização

em controlar o volume de negócios dos informais;

 Não obrigatório que o operador tenha uma contabilidade organizada,

 Os sujeitos passivos não são obrigados a registar as suas operações e nem são obrigados a

emitir factura nas suas vendas.

Objectivos do Imposto Simplificado para Pequenos Contribuites

Como outros impostos no território nacional importa referir que o Imposto Simplificado para

Pequenos Contribuites tem como objectivo:

41
 Reduzir os custos e procedimentos no cumprimento das obrigações tributárias por parte

dos pequenos contribuintes;

 Diminuir os custos de fiscalização e controlo dos pequenos contribuintes por parte da

administração tributária;

 Promover a importância do pagamento do imposto aos Sujeitos Passivos que operam

no sector informal;

 Promover a mudança de contribuintes que trabalham no sector informal para o sector

formal;

 Reduzir a carga tributária para os pequenos contribuintes;

 Reduzir a evasão fiscal;

 Alargar a base tributária;

 Aumentar as receitas fiscais.

Requisitos para ser Contribuinte do ISPC

 Se neste momento faz o seu negócio sem estar inscrito nas Direcções de Áreas Fiscais, ou
se vai começar um negócio, o primeiro passo é dirigir-se à Direcção da Área Fiscal
(DAF) mais próxima da sua residência ou a brigadas Móveis que irão fornece-lo uma
declaração que deverá preencher para obter o Número Único de Identificação Tributária
(NUIT).

 Deve também preencher uma Declaração para registar a sua actividade no ISPC.

 Se já tem o NUIT, deve preencher apenas a Declaração para registar a sua actividade no
ISPC.

 Se já faz negócio e está inscrito nas Direcções de Áreas Fiscais e é contribuinte do IRPS
ou IRPC e IVA, pode mudar-se para o ISPC preenchendo uma Declaração de opção pelo
ISPC. O processo de registo é gratuito.

42
E de salientar que, pagando o ISPC tem que pagar as taxas Municipais porque as taxas
municipais que se pagam servem para garantir a ocupação do espaço onde está a fazer o seu
negócio e servem de licença para exercer a sua actividade.

O ISPC serve para o Estado melhorar as condições de vida da população, melhorando os serviços
de saúde, educação, segurança, construindo mais escolas, hospitais, estradas, pontes e pagando
melhores salários.

Principais Práticas de Fraudes Fiscais

A evasão fiscal designada de Planeamento Fiscal ilegítimo, deixando de fora todo o planeamento
legítimo que se funda em normas de isenção ou redução de imposto. A evasão fiscal abrange
tanto a evasão fiscal “contra legem” ou fraude fiscal, a evasão fiscal “in fraudem legem” ou
fraude à lei fiscal ou ainda o “tax avoidance”, sendo esta também designada por elisão por acção
(Miranda, 2014).

Segundo o mesmo autor, a fraude fiscal dá-se por omissão ou por acção. A omissão
consubstancia-se na abstenção intencional de uma acção, pelo abuso de confiança fiscal, ou pelas
contra-ordenações fiscais. Já na fraude fiscal por acção encontra-se fraude fiscal, strictu sensu, a
simulação fiscal e a frustração de créditos fiscais.

Relativamente à prática da fraude, em termos genéricos, Miranda (2014), refere que existem três
elementos chave que determinam a fraude: a pressão, a oportunidade e a racionalização do
denominado triângulo da fraude.

No que respeita à fraude fiscal o Relatório de combate à fraude, evasão fiscal e aduaneira (2012)
identifica o contexto que pode levar os contribuintes a cometer actos de fraude e evasão fiscais:

 Incentivos/pressão- Incentivo ou pressão da gestão ou de outros para provocar erros


materiais nas declarações ou resultados fiscais;

 Oportunidade - Circunstâncias que propiciam a oportunidade de provocar erros


materiais nas declarações ou resultados fiscais;

43
 Atitude/racionalização- Atitude, carácter ou conjunto de valores éticos que permitem
que um ou mais indivíduos cometam intencionalmente actos ilegais ou, uma situação na
qual os indivíduos sejam levados a equacionar cometer um acto ilegal (pressão para que
se atinjam determinadas metas ou resultados).

A fraude e evasão fiscais, de acordo com Pereira (2011), poderão ser categorizadas em causas
políticas, económicas, psicológicas e técnicas, sendo que:

 As causas políticas respeitam ao facto da fuga aos impostos ser motivada por razões
políticas, como o cidadão percepcionar que não existe uma verdadeira igualdade perante
o fisco em relação a todos os cidadãos – ou seja, não existe uma verdadeira equidade
fiscal e/ou discordância ou incompreensão da política fiscal ou da forma como os gastos
públicos são efectuados, factos que levam o contribuinte a assumir que, segundo o seu
ponto de vista, existe legitimidade para a fuga ao fisco;

 As causas económicas respeitam ao facto do contribuinte analisar se os benefícios


retirados com fuga compensam os inconvenientes inerentes à possibilidade de ser
descoberto;

 As causas psicológicas, respeitam à atitude do indivíduo, relativamente à fuga, por


exemplo. Não lhe parecer uma conduta reprovável ou parecer até aceitável ou digna de
admiração – as causas psicológicas também são condicionadas pela envolvente social, ou
seja, nos casos em que se verifica indulgência/tolerância social perante a sua prática pode
não parecer censurável;

 As causas técnicas, respeitam a factores técnicos como a complexidade ou a


instabilidade do sistema fiscal que o podem tornar permeável a fugas.

Portanto, a fraude e evasão fiscais são entendidas popularmente como “fuga ao fisco” e é usada
habitualmente em discursos políticos e até em documentos oficiais, porque é facilmente
entendida por todos aqueles que a lêem ou ouvem.

44
Para Miranda (2013) propõe que para o combate à fraude e evasão fiscais tem de haver sistemas,
por parte da AT, que realizem o controlo e combate destas situações, tendo em vista a promoção
da equidade fiscal.

Medidas de Prevenção e Combate a Fraudes Fiscais

Sobre este assunto, Miranda (2013), citando leis tributárias de diferentes países, sugerem as
seguintes medidas para a prevenção e combate a fraudes e práticas de evasão fiscais:

 Estimativa de economia paralela, evolução do PIB, evolução das receitas;


 Cobrança coerciva, através da cobrança realizada, da evolução do saldo da dívida
exequenda, das vendas marcadas, publicitação de devedores, cobrança de coimas e gestão
dos processos de inquérito criminal;
 Acções de inspecção tributária;
 Controlo de divergências na recepção das declarações periódicas;
 Controlo da entrega das declarações diversas;
 Extinção de benefícios fiscais por existência de dívidas;
 Liquidações oficiosas;
 Controlo do pagamento especial por conta;
 Controlo automático da dedução de prejuízos fiscais;
 Acções conjuntas com outras entidades inspectivas;
 Troca de informações com outras administrações fiscais;
 Controlo das retenções na fonte de IRS;
 Controlo dos sujeitos passivos com sistemas de facturação automatizada.

2.3.5.Caracterização do Sector Informal em Moçambique

Em África, falar do sector informal é falar de um sector que tem um peso significativo, sobretudo
em economias subdesenvolvidas tal é o caso de Moçambique. Prova disto é o relatório do
primeiro inquérito realizado pelo INE em 2005 que apontou que 75% da população
economicamente activa em Moçambique tem emprego informal (INE 2006). Como se pode
constatar, este sector tem sido o que mais movimenta mão-de-obra no nosso contexto.

45
A informalidade não é um fenómino social novo. A título de exemplo, temos actores como Marx,
no século XIX, revela este sector como uma “super população excedente estagnada” (Sabani &
Nakatani, 2009, p.135).

“Inicialmente o conceito de Sector informal abarcava uma série de actividades urbanas


caracterizadas a partir do estabelecimento produtivo.O limite da informalidade era dado pela
maneira como a produção era organizada e pela posição relativa da actividade frente ao
conjunto das actividades produtivas. Em geral e completamente essas actividades eram
consideradas como de baixa produtividade e como actividades que se desenvolviam à margem
da legislação e nas franjas do mercado”, (Theodoro,2000,p,45)

Theodoro ( 2000) enfantiza esse aspecto do conceito do sector informal ao dizer que, constitui
um marco importante, muito menos pela sua capacidade explicativa visáveis à realidade do
terceiro Mundo, mas principalmente por justificar e avaliar uma nova postura institucional face
ao problema do sub-emprego. É a ideia do sector informal que vai servir de base para acção
institucional em termos de políticas de apoio.

Silva ( 2005) afirma que:

o sector informal , em termos gerais , funciona com um capital de base limitado e as suas
actividades situam-se, normalmente, nas áreas de: alimentação confeccionada e bebidas, venda
de bens alimentares diversos , roupas, utensílios domésticos, ferragens, quinquilharias, entre
outros, com comerciantes grossistas e retalhistas que contam com ajuda de familiares e
empregados (p.82).

O sector informal define-se como “um variado leque de actividades orientadas para o mercado e
realizadas com uma lógica de sobrevivência pelas populações que habitam os centros urbanos
dos países em desenvolvimento” (Lopes, 1999,p.3).

Na mesma lógica da definição anterior, Queiroz (2009) considera sector informal a actividade
orientada para o mercado com o principal objectivo de criar emprego e rendimento para as
pessoas nela envolvida e para os seus agregados familiares, com uma lógica de sobrevivência. O
não registo da sua actividade é uma característica do sector informal e não um critério para
definí-lo.

46
Pelo peso que vem assumindo nas últimas décadas, a economia informal, longe de poder ser
considerada marginal, residual ou em declínio, constituiu um papel vital no conjunto da
actividade económica desenvolvida pelos vários membros dos agregados familiares (Tembe,
2009).

No que tange a sua origem, são diversas a abordagens que dão conta do mesmo tal é o caso de
João Mosca que situa o fenómeno nos anos 1980, associando-o à crise de escassez que na época
atravessava a economia moçambicana motivada pela quebra da produção. Esta situação,
ocorrendo num contexto em que a guerra civil vitimizava o país, gerou um fenómeno altamente
reprimido pelo Estado Socialista, vulgarmente conhecido por candonga, e que resultava da fuga
de produtos do mercado formal para o sector informal (Mosca, 2010).

Por outro lado, Chichava (1999) coloca o marco da sua emergência no período colonial. Enfim,
como se pode constatar todos eles entendem e descrevem o surgimento do sector informal de
uma perspectiva diferente. Contudo, os autores são unânimes no que se pode entender, que este
sector no contexto moçambicano teve origem num período de reestruturação económica a que o
país experimentou.

Os novos mercados que vão nascendo ocupam terrenos baldios e crescem de forma rápida e
descontrolada, mas no entanto funcionam sem infra- estruturas físicas mínimas, na maior parte
dos casos, para além das construções précarias, não estão abrangidas por um sistema de
saneamento, distribuição de água e electricidade , ou quando têm são de grande insuficiência
para as necessidades existentes.

A generalidade dos comerciantes informais opera por conta própria, ainda que seja também
frequente encontrar vendedores ambulantes a trabalhar por comissão (a pessoa recebe a partir do
volume de produtos vendidos por ele próprio) para comerciantes de rua com localização fixa ou
para operadores instalados nos mercados informais.

O comércio fixo realiza-se em locais fixos da via pública, de maior e mais fácil acesso à
clientela. Regra geral, os operadores instalados em locais fixos na rua exerceram anteriormente a
actividade comercial itinerante. Os mercados informais constituem um outro habitat para a
actividade comercial informal.

47
Surge como resposta às necessidades de segurança (quer física, quer em relação à perenidade dos
direitos de propriedade) dos vendedores de rua, bem como da necessidade de oferecer à clientela
um leque mais diversificado de bens e serviços (com finalidade de criar maior capacidade de
atracção). O seu carácter informal manifesta-se ainda na ausência de garantias e serviços pós-
venda.

“ As taxas municipais pagas pelos vendedores, parecem não dar às autoridades administrativas
uma obrigação de providenciar infra-estruturas locais para o seu trabalho”(Silva,2005, p.4).

Castel (1994), define o sector informal como sendo um sector de produção de bens e serviços
destinados no mercado, legal ou ilegal , que escapa da detenção das estimativas oficiais e de
produto interno bruto.

Cacciamalli (1983) para facilitar o entendimento do conceito informal, considera se as formas. A


primeira define como informal aqueles trabalhadores sem contrato de trabalho sendo fora da
legislação trabalhista. A segunda designa o sector informal por resíduo do sector formal, onde se
considera informal tudo que não se enquadra na economia formal.

O sector informal tem servido como tábua de salvação para muitos Moçambicanos, pois serve
como forma de sobrevivência as dificuldades que eles encontram no dia-a-dia.

Contudo, para o INE (2005) o sector informal em Moçambique define-se pelo exercício de
actividades não registadas na Repartição de Finanças (entidade competente para o efeito) e por a
empresa possuir menos de 10 trabalhadores.

A definição do INE sugere que, mesmo se a empresa declarar que paga uma taxa ao Conselho
Municipal ou a uma outra instituição que não é a Repartição de Finanças, ela é considerada como
fazendo parte do sector informal. Esta definição peca por incluir no informal, pessoas, empresas
ou negócios registados no governo local/município e que pagam uma taxa fixada para o
funcionamento do seu negócio. Se este negócio fosse informal no sentido de ilegalidade, os
governos locais como o município não reconheceriam a existência deste sector,
consequentemente, não cobrariam taxas de ocupação de espaço, deixariam esta actividade para a
Repartição de Finanças, entidade competente para o efeito.

48
Segundo Mosca (2010,p.85) o Sector Informal contribui para a redução da pobreza, geração de
auto-emprego, criação de rendimentos e acalma eventuais manifestações e revoltas, sendo deste
modo a forma de contribuição do sector informal na redução da pobreza é criando emprego de
modo que as pessoas tenham uma ocupação e terem um rendimento mensal.

A informalidade explica-se por um conjunto de factores socioeconómicos. A pobreza por


exemplo, é apontada como um deles, pois esta muitas vezes limita toda a oportunidade e
possibilidade real de trabalho digno e protegido. Rendimentos baixos e irregulares e,
frequentemente, a ausência de políticas públicas tendem a impedir o indivíduo de investir na sua
educação e adquirir as qualificações que lhe permitiriam melhorar a sua empregabilidade e a sua
produtividade, e de contribuir de forma continuada para um regime de segurança social. A falta
de instrução (primária e secundária), que permite ser eficaz na economia formal, e o não
reconhecimento das qualificações adquiridas na economia informal constituem obstáculos
suplementares à entrada na economia formal (OIT, 2006).

Para a OIT (2006,p.24) o sector informal pode ser definido como “um conjunto de unidades
empenhadas na produção de bens ou serviços, tendo como principal objectivo a criação de
empregos e de rendimentos para as pessoas nelas envolvidas”. Estas actividades funcionam
normalmente com um fraco nível de organização, com pouca ou nenhuma divisão entre trabalho
e capital, enquanto factores de produção, e operam em escala reduzida. As relações de trabalho
quando existem baseiam-se, na maior parte das vezes, no emprego ocasional, no parentesco, e
nas relações pessoais e sociais, mais do que em acordos contratuais formais.

A OIT (2006) considera ainda que :

qualquer negócio/empresa não matriculado junto do governo nacional/local pertence ao


sector informal; não se incluem as actividades ilícitas (contrabando, roubo, tráfico de droga,
etc.) e compreende essencialmente, as chamadas actividades de sobrevivência, abrangendo as
pequenas empresas, as micro-empresas, os trabalhadores independentes e o auto-emprego.

49
A outra forma que o sector informal contribui na redução da pobreza é o facto de abrir espaço
principalmente para as senhoras começarem a praticar alguma actividade, alias Mosca( 2010)
defende que este sector altera o papel da mulher na sociedade e na economia, pois , é a partir do
comércio informal que as mulheres começaram a assumir um papel activo e directo na integração
do mercado.

Neste contexto, o sector informal em Moçambique é hoje um conjunto de operadores dinâmicos


e economicamente agressivos que buscando a sua sobrevivência, tem ocupado e proporcionado
rendimentos alternativos às muitas famílias Moçambicanas.

A economia informal é já taxada fiscalmente no momento em que realizam o consumo de bens e


serviços da formalidade, sejam para o consumo de indivíduo ou para fomentar a sua actividade
comercial. Por exemplo, os indivíduos envolvidos no comércio informal, ao consumirem e
comercializarem diversos produtos de grande circulação como o açúcar, óleos, cigarros, bebidas,
combustíveis, já contribuem para a arrecadação estatal, pois estes produtos são tributados na
origem (Queiroz, 2009).

Ainda de acordo com este autor, a população informal, ao gerir uma grande gama de negociações
e contratação de serviços, exerce uma comprovada importância económica para a arrecadação de
receitas para o Estado e para a manutenção de lucros dos capitalistas. Mas mesmo assim, está sob
dimensão perversa, pois os que fazem parte desta economia não preenchem os requisitos legais.
Por exemplo, são excluídos do acesso às garantias sociais, não têm o direito para cobrar do
Estado uma cidadania, e nem o gozo de benefícios decorrentes do exercício das suas actividades.

Em Moçambique, com o pagamento do novo Imposto Simplificado para os Pequenos


Contribuintes (ISPC), o governo pretende alargar a sua base tributária e aumentar as receitas
(Ministério das Finanças, 2008). Esta posição assumida pelo governo resalta uma contradição do
que é definido como actividade do sector informal, pois os vendedores informais passam a pagar
imposto ao Estado e a contribuir para o crescimento do PIB.

Os comerciantes informais ao pagarem o imposto, automaticamente passam a estar registados,


pois, qualquer pagamento às finanças obriga o registo da empresa ou do indivíduo. Também, é
sabido que esta população paga uma taxa diária ou mensal ao Município. Face a esta situação,
como é que os vendedores ainda são tratados por informais? Porque o formal é o que é

50
conhecido e aceite pelas autoridades. O sector informal ao contribuir para a angariação de
receitas para os cofres do Estado está indirectamente a contribuir para melhorar a qualidade de
vida da população.

Nazaré (2006) dá uma valiosa contribuição sobre a complementaridade dos sectores formal e
informal ao observar que as actividades do sector informal apresentam-se como soluções mais ou
menos improvisadas face a ausência de resposta do sector formal aos problemas de mercado.
Estes dois sectores não se encontram em oposição, muito pelo contrário, eles complementam-se,
constituindo dois circuitos da economia, e em conjunto formam a economia real do país.

Face aos argumentos acima apresentados, pode afirmar-se que o aspecto informal deste sector
reside no facto de possuir características próprias no exercício das suas actividades que fazem
com que seja diferente do sector dito formal (como por exemplo a falta de insfraestruturas físicas
para o exercício da actividade, empresas com organização individual ou familiar, livre e
flexível). Este sector não deve ser marginalizado e nem colocado fora do sistema económico do
país, visto que é um sector muito importante para o desenvolvimento do país e o combate a
pobreza.

O sector informal é, hoje, um conjunto de operadores dinâmicos e economicamente agressivos


que buscando a sua sobrevivência, têm ocupado e proporcionado rendimentos alternativos a
muitas famílias em países em desenvolvimento.

Segundo Chichava (1998), o sector informal em geral apresenta as seguintes características:

 Para o início das actividades conta apenas a iniciativa pessoal;

 È uma organização individual ou familiar, livre e flexível;

 É de fácil entrada e integração, mas com muitos riscos de se extinguir;

 As instalações geralmente são inexistentes;

 Emprega mão-de-obra barata, jovem e com predominância do sexo feminino em certas


actividades como a venda de produtos, hortícolas, vegetais, e outros produtos agrícolas;

 Comercializa uma vasta gama de produtos e presta serviços diversos que não envolvem
grande tecnologia ou equipamento;

51
 A formação profissional é reduzida ou inexistente, privilegiando-se as práticas de
aprendizagem no processo de trabalho;

 Usa insumos conseguidos nas unidades do sector formal e às vezes, abastece também o
sector formal;

 O salário e vínculo contratual é celebrado entre pessoas, sem vínculo contratual;

 O crédito é concedido por pessoas singulares ou familiares e pelo recurso a associações


de poupanças e crédito;

 A margem de lucros é elevada por unidade, mas pequena por volume.

Ainda de acordo com Chichava (1998), em Moçambique a mão-de-obra envolvida no sector

informal compreende:

 Desempregados e sub-empregados do sector formal da economia;

 Desempregados provenientes das zonas rurais;

 Funcionários do Estado e operários do sector formal usando seus familiares ou


trabalhadores para complemento dos seus rendimentos;

 Proprietários do sector formal à busca de maiores receitas e fuga ao fisco;

 Jovens recém-formados aos vários níveis (médio e superior) que não encontram emprego;
no sector formal ou que não se contentam com os salários do Aparelho do Estado.

O sector informal tem dois tipos de trabalhadores: “os assalariados e os não assalariados” que
geralmente são familiares não pagos regularmente, mas a quem lhes são concedidas certas
condições, como alojamento, alimentação e alguns subsídios (PNUD, 2001,p.84).

O sector informal inclui actividades económicas, tais como “bancos informais” que recolhem
pequenas poupanças e fazem empréstimos por segmentos da população que não têm acesso ao
crédito bancário (Nazaré, 2006).

52
2.4.Literatura Empírica

De acordo com Bruno, (2011) a cobrança de impostos no mundo é bastante irregular,


dependendo de país para país, com maior destaque para o Brasil que possui uma maior carga
tributária do mundo estimada em cerca 20.5%, seguido de França com uma taxa de 19.6% e
finalmente Uruguaio com 15.5%.

Colaborando com a mesma ideia, Bebiano, (2001) afirma que as dificuldades que muitos países
encontram no processo da tributação tem a ver com o facto de os cidadãos não conhecer os
aspectos específicos sobre tributação com vistas à discussão de alternativas para aproximar os
interesses do Estado (recolhimento espontâneo dos tributos) dos interesses do cidadão
(acompanhamento da aplicação dos recursos arrecadados).

Para Bolnick& Byiers, (2009) as irregularidades verificadas no âmbito da tributação são


resultados de políticas não claras sobre tributação por parte das elites de muitos países do mundo,
desenvolvendo assim fracas relações entre CidadãoEstado.

Em África o país com maior carga tributária de colecta de receitas fiscais é Angola avaliada em
48.3% (Lopes, 2009).

Para Maxwel, (1978) na sua obra intitulada, “Pagar Tributos é minimizar o sufoco do Estado” é
optimista ao dizer pagar tributos e não usufruir os benefícios que eles devem proporcionar, bem
como a inexistência de mecanismos legais para discutir esses impostos, revolta os cidadãos de
qualquer país do mundo.

O mesmo autor vai mais longe ao afirmar que é impossível no ter uma sociedade que está
consciencializado em matéria de edução fiscal, sendo assim havendo sempre disparidades de
taxas de qualquer imposto para com os cidadão e com diferentes países no mundo, mesmo que
estas sejam relativamente baixo.

De acordo com Fabreti, (2000) "o Estado busca mais recursos na sociedade, de outra parte, o
contribuinte procura proteger-se através de acções no Judiciárias, realizando planeamento
tributário ou praticando a sonegação fiscal".

53
No âmbito deste duele Cidadão-Estado, Huck, (1997) conclui que a evasão e elisão fiscal são
fenómenos sociais que coexistem com a figura do imposto, não importando o grau de
desenvolvimento económico ou cultural do povo, pois o objectivo de sempre pagar menos
impostos é uma constante na sociedade, mesmo sabendo que embora existam outras fontes de
receitas tributárias, o Estado busca mais recursos na sociedade.

2.5.Literatura Focalizada

Esta secção examina os trabalhos que foram feitos nas áreas dos Impostos Simplificados no
sector Informal ou Simplificação dos impostos no Sector informal em Moçambique e da
simplificação tributária. O objectivo é estabelecer a prova da existência deste fenómeno nesses
países. Estes estudos tentaram examinar o fenómeno por varias abordagens completamente
diferentes e muitos deles estimou as causa que levassem para a Introdução de um imposto
Simplificado para que se conseguisse a transição em maior número dos agentes da informalidade
para a formalidade, bem como garantir o alargamento da base tributária e o reforço da colecta de
receitas.

Vílanculos (2015) na sua pesquisa de Análise do imposto simplificado para pequenos


contribuintes no incremento das receitas fiscais. Estudo de caso: Município da Vila de Vilankulo
(2009-2013).

Neste caso fez-se uma análise no incremento das receitas fiscais para mostrar que se o ISPC foi
inserido no âmbito de os operadores económicos informais poderem trazer benefícios palpáveis
tanto para o Estado como para os próprios operadores económicos informais, fazendo com que
estes passam a categoria de operadores formais com todos os benefícios que este estatuto lhes
trará.

Para tornar possível o presente estudo recorreu-se a vários métodos nomeadamente: Pesquisa
Bibliográfica; Pesquisa Documental; Pesquisa de Levantamento e estudo de caso. E por
conseguinte com base numa amostra não probabilística fez-se um levantamento de dados através
de questionário destinado a 78 operadores económicos informais pagantes do ISPC da Vila de
Vilankulo com o objectivo de colher informação acerca de taxas pagas, sua percepção sobre
imposto, problemas, expectativas e desejos para o desenvolvimento das suas actividades
económicas e nas entrevistas aos funcionários da direcção área fiscal de Vilankulo tinham como

54
objectivo analisar as receitas do ISPC colectadas ao longo do período de 2009 a 2013 para ver o
seu contributo nas receitas fiscais totais com outros impostos e por outro lado os
constrangimentos enfrentados por esta instituição na colecta desses impostos.

Principais Conclusões e Recomendações:

Depois de realizado o estudo verificou-se que o ISPC encontra-se numa fase em crescimento,
para além de que este imposto é uma forma de formalizar as actividades do sector informal,
tornando este sector contribuinte das receitas fiscais, há uma fraca cidadania fiscal por parte dos
operadores económicos informais, por um lado o ISPC continua longe de alcançar o seu macro
objectivo de alargar a base tributária e reduzir a dependência externa e interna do orçamento
geral do Estado (OGE) para financiar a despesa pública.

Com base o estudo, recomendou-se as seguintes acções: O desenvolvimento e intensificação nas


campanhas de educação fiscal; divulgação do ISPC por via de órgãos de comunicação social;
Simplificação no preenchimento dos formulários e aumento das DAF‟s para reduzir o
congestionamento dos contribuintes.

55
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DE PESQUISA

3.1. Introdução

Neste capítulo, pretende-se descrever os principais métodos e técnicas que orientaram a


realização da presente pesquisa, em que a pesquisa de campo é levada acabo na Autoridade
Tributária de Moçambique, concretamente na Direcção da Área Fiscal da cidade de Chimoio
(DAF).

3.1.1. Descrição do Local do Estudo (Cidade de Chimoio)

A cidade de Chimoio esta situada no centro do distrito de Gondoloa o distrito de Gondola tem
limite a norte com os Distritos de Macossa e Barue, a Oeste com o distrito de Manica, a Sul com
os distritos de Sussundenga e Buzi esta na provincai de Sofalae, a nordeste com o Distrito de
gorongosa também em Sofala. É uma região com as melhores condicoes agro-climaticas e a
mais populosa e mais densamente povoada da provincia. De acordo com o censo de 2007 a
cidade de Chimoio tem uma população de 238.976 habitantes, numa área de 174 km². E uma
Densidade, 1,4 hab./km². MINED (2009).

3.1.2. Método de Pesquisa

O presente trabalho qualitativo e exploratório com abordagens descritivas centrou-se na leitura


de livro, trabalhos de monográfias e teses realizadas com temas relacionados, artigos e estudos
feitos, fazendo uma ligação das diferentes abordagens do sector informal com as diversas
reformas do sistema tributário em Moçambique e a consequente inserção do imposto
simplificado aos pequenos contribuintes no sector informal no âmbito do alargamento da base
tributária.

Para o alcance dos objectivos desta pesquisa foram utilizadas pesquisas exploratórias, descritivas
e explicativas.

Portanto, segundo Gil (2008, p.28) pesquisa exploratória tem como objectivo primordial
proporcionar maior familiaridade com o problema em causa, mostrando alguns aspectos que têm
certa relevância para um estudo. Habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e
documental, entrevista não padronizada e estudo de caso.

56
Neste contexto, na realização da presente pesquisa recorreu-se a fontes bibliográficas no qual
abordavam assunto desenvolvido na presente pequisa para que se pudesse avaliar a inserção do
ISPC, foi também realizada entrevista directa com base num quaternário com os funcionários da
AT e alguns operadores informais de forma a se perceber a inserção do ISPC no alargamento da
base tributária.

"A Pesquisa explicativa é aquela que além de registar e analisar os fenómenos estudados, busca
identificar suas causas, seja através de aplicação de método experimental/matemático, seja
através de interpretação possibilitada pelos métodos qualitativos" (Gil, 2008, p.32).

A pesquisa descritiva tem como objectivo descrever as características do ISPC e sua relação com
as variáveis existentes, utilizando técnicas padronizadas como, por exemplo, os questionários e
as entrevistas. Nesta metodologia, caracterizando a pesquisa descritiva da dissertação, foi através
de recurso à observação no momento que se fazia a colecta de dados, usando evidentemente o
registro das informações fornecidas no acto de entrevista sem dar valor de juízo visando
adulterar a originalidade das informações.
3.2. Delineamento da pesquisa
3.2.1. População da Pesquisa

O Universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pela


menos uma caracteristica em comum, Lakatos & Marconi (2002, p.410).

Esta pesquisa foi realizada na Direcção da Área Fiscal da cidade de Chimoio, e os agentes
económicos de pequeno porte na cidade de chimoio, tendo como principais fontes de
informações e dados colhidos das entrevistas que serão realizadas aos responsáveis da instituição
e consulta aos planos e relatórios das actividades referentes ao período de 2014 á 2018.

3.2.2. Processo de Amostragem

As pesquisas abrangem um universo de elementos tão grande que se torna impossível considerá-
los em sua totalidade, por essa razão, nos estudos é muito frequente trabalhar com uma pequena
parte dos elementos que compõe o universo (Gil, 2006).

Amostra é um subconnjunto da população, uma parcela, conveniente selecionada do universo a


ser psquisado (Marconi & Lakatos, 2002).

57
Gil (2006) define a amostra como sendo o “Subconjunto” do Universo ou da população, por
meio do qual se estabelece ou se estima as características desse universo ou população (p.100).

Para a obtenção da amostra na presente pesquisa empregou-se o processo de amostragem


aleatória simples, na qual todos os elementos da população são considerados e cada um deles tem
igual probabilidade de ser escolhido, (Marconi & Lakatos, 2002).

Para a selecção dos sujeitos passivos da amostra, foi usado o critério de amostragem não
probabilística e intencional; mais concretamente baseado em interesse mostrado pelos sujeitos
passivos, obedecendo a actividade desempenhada, dimensão e a sua antiguidade do negócio.
Finalmente, para análise e interpretação de dados, serão recolhidos em situação natural e
complementados pela informação que se obteve através do contacto directo; transcrições de
entrevistas, notas de campo, e outros registos oficiais; adquiridos principalmente através da
observação directa, do estudo de caso da entrevista.

3.2.3. Tamanhos da Amostra

As pesquisas abrangem um universo de elementos tão grande que se torna impossível considerá-
los em sua totalidade, por essa razão, nos estudos é muito frequente trabalhar com uma pequena
parte dos elementos que compõe o universo (Gil, 2006).

Escolha da Direcção da área fiscal de Chimoio (DAFC) para o presente estudo foi
intencionalmente em representatividade das caracteristicas da cidade de chimoio, caracteristicas
essas socioeconomico.

Neste contexto para definir como e onde obter dados que visam responder o problema de estudo
recorreu-se a direcção da área fiscal de Chimoio (DAFC) com o propósito de obter informação
certa, onde com base no questionário, questiou-se os funcionários daquela área fiscal acerca de
todos os impostos colectados e em particular do imposto simplificado dos pequenos contribuintes
(ISPC) á volta de todos os procedimentos do seu pagamento, a partir das percentagens aplicadas
para ISPC, período de pagamentos, mecanismos necessários para se tornar contribuinte do ISPC,
dificuldades enfrentadas no âmbito da sua colecta e depois com base na informação fornecida
pela mesma instituição, com ajuda de ferramentas informáticas nomeadamente Excel, Word
seguiu-se a fase do seu processamento até que se chegasse a conclusão.

58
3.2.4. Métodos de Colecta de Dados

No presente estudo para a colecta de dados foram usados os metodos primários e secundários. Os
dados primários são provenientes directamente da população em pesquisa através de entrevista,
questionarios ou observação directa. Os dados secundários são aqueles que são obtidos através
de uma fonte credivel como, por exemoplo Instituto Nacional de Estatistica, Banco de
Moçambique, etc, (Krumar at all, 2007,p.52).

A população a pesquisar constitui a própria fonte para os dados primários, visto que este serão
obtido com base em entrevistas dirigidas aos colaboradores e aos agentes económicos do ISPC,
observação e analise do pesquisador.

A entrevista foi conduzida directamente pelo pesquisador, usando a língua oficial moçambicana
(portuguesa). Com base nessa entrevista serão feitas diversas analises profundas sobre qual a
importância da inserção do ISPC aos pequenos agentes económicos e fundamentos para as
devidas obrigações fiscais como forma de contribuir no processo de arrecadação das receitas do
estado. Para melhor conduzir este processo da entrevista, foi elaborado um questionário,
contendo no máximo 10 perguntas, que vai servir de guião do diálogo entre os entrevistados.

59
CAPÍTULO 4: ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS

4.1 Introdução
Neste capítulo, estão compreendidas as duas fases após a colecta dos dados, nomeadamente, a
análise e a interpretação dos dados colhidos durante as entrevistas, com vista a dar resposta às
perguntas e aos objectivos do estudo previamente traçados nos capítulos anteriores.

O mesmo está em torno dos critérios e mecanismos de funcionamento do ISPC, as linhas


mestres de pagamento deste imposto fornecidas pela DAF de Chimoio e do impacto do ISPC na
geração de renda dos contribuintes, perspectivas de alargamento de suas actividades comerciais
ou simplesmente desejos por alcançar a curto, médio e longo prazo de ambas as partes do modo a
tornar as finanças públicas um verdadeiro pilar para o financiamento da despesa pública e
promover o crescimento e desenvolvimento económico almejado no país, na província e até no
distrito. Mas antes importa a descrição das características dos contribuintes e tipos de actividades
desenvolvidas.

4.1. Características dos pequenos contribuintes por tipo de actividade

O processo de caracterização dos pequenos contribuintes no Conselho Autarquico de Chimoio


neste subtítulo baseou-se na estrutura de faixas etárias e sexo, com o objectivo de descrever as
suas características gerais.

Tabela1: Divisão Etária e por Sexo dos contribuintes do ISPC.

Idade Frequencia Homens Mulhers

18-25 9 6 3

25-35 19 12 7

35-45 22 12 10

Mais de 45 22 10 12

Total 68 36 32

Fonte: Elaborado pelo autor, através de dados colhidos no campo (2020).

60
Com base na tabela um (1), a cima nota-se que dos 68 inqueridos 52% são homens e apenas 48%
são mulheres, este número bastante reduzido de mulheres na actividade comercial é explicado
pelo facto de em muitos dos casos esta actividade comercial ser considerada pesada por que
exige uma grande dinámica no trabalho durante todo dia, e complicada, visto que ocupa quase na
totalidade do seu tempo e não dando espaço para realização de outras actividades como cuidar da
própria família, continuar com os estudos, sendo assim optam em dedicar se á outras actividades
como agricultura por considerarem uma actividade praticada por mulheres e crianças.

A idade predominante é dos 45 anos em diante justificada de certo modo pela sua larga
experiencia e determinação, segundo raciocínio de alguns contribuintes do ISPC, uma vez que
consideram haver muitos riscos no negócio.

A larga experiência que é aqui referenciada diz respeito ao facto de grande parte destes
contribuintes segundo eles terem operado em muitas actividades comerciais diferentes e em
diferntes locais ou regiões do espaço geográfico nacional, até que estejam a operar no Conselho
Autarquico de Chimoio.

Tabela 2: Estrutura de divisão de actividades dos contribuintes.

                   
Produtos Prestação
Produtos de de Eletrodo Combustíveis
 Ano alimentares limpeza serviços Mésticos Vestuário Ferragem Diversos lenhosos Total
2014 60 33 26 51 38 13 27 21 269
2015 73 38 40 50 45 16 54 10 326
2016 80 69 60 78 93 22 82 58 542
2017 30 33 23 28 47 19 23 18 221
2018 34 26 15 17 40 14 54 10 210
Total 277 199 164 224 263 84 240 117 1568

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa (2020).

De acordo com a tabela dois (2) nota-se que dos 1.568 contribuintes do ISPC, correspondentes
em toda serie temporal, estes se encontram divididos por ramos de actividades. Sendo que, em
2014 tinham sido cadastrados 269; 326 em 2015; 542 em 2016; 221 em 2017 e 210 em 2018.
Estes números todos de contribuintes encontravam-se divididos em função de actividade que
cada um deles pratica, nomeadamente: venda de produtos alimentares, limpeza,
electrodomésticos, vestuários, ferragem, venda de diversos, e venda de combustíveis lenhosos.

61
Grafico1: Taxas de crescimento de contribuintes do ISPC

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa (2020).

Como mostra o gráfico um (1) acima, referente a entrada de novos contribuintes do ISPC é
notório que as taxas de crescimento têm uma tendência crescente ao longo dos três primeiros
anos, esta situação foi caracterizada por feiras de sensibilização sobre matéria de educação fiscal
com o lema: Todos juntos fazemos Moçambique.

E nos dois últimos anos da série temporal em análise verificou-se um crescimento a taxas
negativas sobretudo a partir do ano de 2016 a 2017, este decréscimo na entrada de novos
contribuintes do ISPC foi caracterizado segundo o senhor Saize técnico da direcção da área fiscal
de Chimoio (DAF), pela falta de brigadas móveis de sensibilização contínua destes sujeitos
passivos em matéria de educação fiscal sobre o pagamento e popularização de imposto.

De outro lado grande parte dos contribuintes de ISPC possui um grau de escolaridade muito
baixo, sendo assim não entendendo a importância do imposto, optam em repartir os seus
empreendimentos em pequenas parcelas de negócios para melhor se escapar ao fisco e não mais
serem contribuintes do ISPC passando apenas a pagar taxas fixas que variam de 135 a 270mtn.

De acordo com Watty, (2002) na sua obra intitulada”introdução ao direito fiscal” as taxas de
cadastro de novos contribuintes só poderão ser encorajadoras quando em Moçambique os
contribuintes entenderem a importância do pagamento do imposto.

62
No entanto, a experiência mostra que, com frequência, a falta de transparência, a captura pelas
elites e a cobrança coerciva de impostos é o que medeia a relação entre os cidadãos e os
governos locais, em vez da confiança e da responsabilidade, que modo geral ajudaria na relação
Estado-cidadão no que concerne a percepção da importancia do impoto. Diante do exposto no
gráfico acima referido pode se concluir que a rigidez dos cidadãos no pagamento de imposto
como um dever cívico na relação Estado-cidadão reduz a inserção de novos contribuintes e
consequentemente baixa nas receitas fiscais locais.

Ainda nos dois últimos anos as taxas de crescimento referentes a entrada e permanência dos
contribuintes do ISPC tenderam a decrescer, este facto deveu-se a tensão política que assolou o
país nos últimos anos que dificultava a circulação de pessoas, bens e serviços, uma vez que os
contribuintes do imposto simplificado para pequenos contribuintes no município da Cidade de
Chimoio operam no sector comercial e adquirem seus produtos nos diferentes lugares do país e
até mesmo fora do espaço geográfico nacional como Zimbabwe, norte, centro e sul localmente,
obrigando estes na sua maioria a fechar seus estabelecimentos comerciais.

Está informação foi avançada pelos próprios contribuintes e tendo sido segundo eles um dos
motivos que desincentivou a permanência no sector comercial e optar por procurar outras fontes
de renda como venda de combustíveis lenhosos, pesca entre outras actividades.

De acordo com Teodoro, (2004) as diferenças políticas em Moçambique trazem um avanço


retardado no que concerne ao bom ambiente de negócio e em particular para Município da
Cidade de Chimoio.

Em relação a taxas pagas no Município de Chimoio, em relação as taxas, os contribuintes do


ISPC afirmaram que para além da taxa normal anual de 75.000,00mt, equivalente a 3% paga de
três em três meses como contribuintes do regime do ISPC, paga-se ainda ao conselho municipal
uma taxa de 270 meticais corresponde a ocupação do espaço na área municipal. A condição sin
quan on para se tornar contribuinte do ISPC é posuir um volume de negócio anual não inferior e
nem superior a 2.500.000,00mt.

Esta taxa de 270 meticais foi uniformizada com o valor pago por simples vendedores de bancas
fixas que não são contribuintes do imposto simplificado dos pequenos contribuintes na hipótese

63
de equilibrar as taxas municipais para reduzir processos burocráticos e evitar possíveis revoltas
principalmente dos contribuintes do ISPC.

4.2. Percepção dos contribuintes em relação ao pagamento de imposto no Município de


Chimoio.

Depois de colher o sentimento dos contribuintes do ISPC no Município da Cidade de Chimoio


verificou-se que muitos operadores económicos informais possuem níveis maiores de resistência
quanto ao pagamento de impostos, associado a isto as condições colocadas nos mercados pelo
município, sendo asim sentem se obrigados a pagar imposto para garantir a sua permanência nos
mercados.

Mas nem todos contribuintes tem mesmo pensamento sobre o pagamento de imposto como é o
caso do Sr. Alberto Fernando entre outros que afirmaram em unanimidade que pagar imposto é
para eles uma missão única para contribuir no crescimento da economia nacional e foram mais
longe ao dizer que gostariam que outros fossem como eles. Estes contribuintes fazem parte dos
que já estão a muito tempo na actividade comercial que tem consciência de quanto é importante
o pagamento deste imposto, não obstante aos outros contribuintes principalmente recém
cadastrados que alegam não ter condição para o pagamento do imposto e sentirem desvantagem
em paga- ló.

4.3. Metas, cobranças e o grau de realização anuais provenientes dos pequenos


contribuintes da Cidade de Chimoio.

A estrutura de cobranças, metas e grau de realização anuais nesta secção foi possível a sua
determinação com base nos dados secundários fornecidos pela direcção da área fiscal de
Chimoio, entretanto foi preciso um esforço adicional para confirmação dos mesmos, tratando se
de etapa mais importante no exercício de cobrança de impostos em todos os anos. A realização é
o sucesso de cada exercício fiscal, sendo este um espelho do que terá sido um ano fiscal, por isso
a sua determinação requer muito a aplicação total de recursos humanos para evitar possíveis
erros e posteriores falsas interpretações de informação.

Tabela 3:Mapa de evolução do ISPC dos anos de 2009 a 2013 referentes a metas, receitas e grau de
realização em mil meticais

64
Ano Meta (M) Cobranca grau real
2014   136.931,71 100,00
2015 55.940,00 421.700,00 753,84
2016 448.210,00 812.790,00 181,34
2017 1.195.120,00 1.054.740,00 88,25
2018 1.206.590,00 1.427.040,00 118,27

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa (2020).

De acordo com a tabela três (3), acima referente as metas, cobranças e grau de realização ao
longo de toda série temporal em análise é notória a existência de anos de cumprimento e
incumprimento de metas previstos nos planos da direção da área fiscal de Chimoio, para além de
que há uma tendência crescente do nível de cobrança de receitas fiscais como mostra o grau de
realização.

Para o primeiro ano tal como mostra a tabela houve um grau de realização em 100%, este facto
segundo técnicos afectos ao sector do cadastro e ISPC que foram unânimes em afirmar que foi
caracterizado pelo bom ambiente de negócio verificado pelos contribuintes, intensas campanhas
e feiras promovidas pela autoridade tributária de Moçambique sobre matéria de educação fiscal
no âmbito da inserção do ISPC, demanda massiva dos bens e serviços fornecidos pelos sujeitos
passivos do ISPC, entrada em grande escala dos turistas estrangeiros e nacionais na Cidade de
Chimoio.

Com base na informação do campo fornecida pelos próprios contribuintes do ISPC a nível da
vila municipal de Chimoio consideraram este primeiro ano como período fértil, já que neste
primeiro ano de inserção do ISPC, as autoridades municipais não cobravam a taxa referente a
ocupação do espaço na área municipal equivalente a 270 mtn, para além de que quem opta pelo
ISPC no primeiro ano é beneficiado por uma redução de 50% no seu volume de venda anual,
tendo sido deixado esta para os anos subsequentes, cobrando apenas a taxa real de 3%.

Em todos os anos, excepto 20187 a direcção da área fiscal de Chimoio conseguiu superar as
metas previstas devido ao envolvimento massivo dos funcionários na prática de actividades
relacionadas com sensibilização da população acerca da importância do pagamento de imposto,

65
criação de brigadas móveis, criação de planos de encorajamento sobre benefícios fiscais de
ambas partes.

Em 2012 a direcção da área fiscal de Chimoio deparou-se com um grave problema ligado a
problemas mecânicos de viaturas usadas no deslocamento para desenvolvimento de campanhas
juntos dos contribuintes e nas reuniões com outras direcções fiscais para troca de experiências.
Diante de todos estes problemas a direcção área fiscal de Chimoio viu-se obrigado a não cumprir
com as metas previstas.

Esta situação de problemas frequentes nas finanças públicas moçambicanas entra em


concordância com o estudo feito pela autora MERY DEIZE at al (2008), segundo a qual o
Estado depara-se com uma forte carência de recursos derivada do fraco desenvolvimento
económico do país, da prática da evasão fiscal por parte de alguns agentes económicos e da
ineficiência da administração na cobrança de impostos.

Consequentemente, o estado depende fortemente da ajuda externa para poder realizar uma parte
substancial das suas despesas. Num outro desenvolvimento Hodges & Tibana (2003), afirmam
que trata-se da exiguidade dos recursos públicos de Moçambique e da sua base tributária
extremamente débil e dependente da ajuda externa e cerca de 800 mil moçambicanos em idade
economicamente adulta pagam impostos directos.

4.4. Contribuição do ISPC nas receitas totais do município da Cidade de Chimoio

Nesta secção apresentou-se os principais impostos colectados na Vila Municipal de Chimoio e os


seus reflexos nas receitas anuais em toda série temporal em análise para melhor perceber a sua
evolução bem como o próprio desempenho dentro da máquina administrativa fiscal.

A tabela quatro (4) acima monstra os principais impostos e as respectivas receitas coletados na
cidade de Chimoio numa série temporal compreendida entre 2014 e 2018. De acordo com
informação fornecida pelos responsáveis de cadastro e ISPC os impostos que mais receitas
fornecem são o imposto sobre rendimento de pessoas colectivas (IRPC), imposto sobre
rendimento de pessoas singulares (IRPS), e imposto sobre valor acrescentado (IVA) tidos como
base ou mais influentes das receitas anuais.

66
Nesta tabela verifica-se ainda que no ano de 2014 a direção da área fiscal de Chimoio conseguiu
um total de 73.498.583,35 e 89.998.943,89 em 2015; 104.789.691,59 em 2016; 104.789.691,59
em 2017; 117.310.106,5 em mil meticais no final do ano fiscal ou de cada exercício fiscal.

67
Tabela 4: Principais impostos colectados na vila municipal de Chimoio entre 2014 e 2018.

Ano IRPC IRPS IVA IS ISV JM IDE SISA ISPC TOTAL

2014 3.943.319,30 21.109.097,37 42.844.117,83 2.941.560,16 468.407,90 404.469,08 16.000,00 1.634.680 136.931,71 73.498.583,35

2015 4.708.216 26.557.413,46 52.267.361,25 4.165.920,30 489.374,39 1.385.388,17 3.000,00 566,51 421.703,86 8.999.8943,89

2016 11.499.119,19 30.422.774,63 58.849.793,59 2120.792,62 217.474,84 571.896,10 147.814,30 147.240,00 812.786,32 10.478.9691,59

2017 9.518.332,04 24.503.617,32 70.728.465,22 1.984.978,02 149.336,13 513.407,34 18.619,66 26.500,36 1.054.743,76 104.789.691,59

2018 9.269.030,30 25.284.390,92 74.533.525,85 379.481,70 219.532,84 535.194,98 4.245.509,07 1.416.400,00 1.427.040,90 117.310.106,5

Fonte: Autor, com base nos dados da pesquisa do campo (2020)

73
A tabela cinco (5), acima ilustra a contribuição anual percentual do ISPC nas receitas totais de
todos os impostos que foram colectados pela direcção da área fiscal de Chimoio no período
compreendido entre 2014 e 2018. Sendo assim, no ano de 2014 o ISPC contribuiu com uma
percentagem de 0,19%; 0,47% em 2015; 0,78% em 2016; 0,97% em 2017; e 1,21% em 2018.
Para todo o período em análise o ISPC produziu receitas correspondentes a 3.853.206,55 mil
meticais.

Portanto, em média contribuiu em todo período em cerca de 770.641,31 mil meticais


correspondente a 20%. Portanto essas taxas meramente menores são devidas a fraca participação
dos sujeitos passivos na relação Estado-cidadãos fortes sobretudo nos municípios ou governos
locais.

Este modo de participação entra em concordância com o pensamento de Alm e Martinez (2001)
na sua obra sobre normas e instituições da sociedade dizendo que a forma como os governos
locais tributam os seus cidadãos é fundamental para criar ligações permanentes entre o Estado e
os seus cidadãos, estes autores foram mais longe ao dizer que a não observação deste principio
cria uma dependência estrutural dos governos locais nas transferências do governo central ou de
doações.

Para, (Mello et al. 2003) esta dependência, normalmente é associada a uma falta de manutenção
da disciplina fiscal pelos governos locais, o que é considerado, nas finanças públicas, como um
soft budget constraint’ que permite aos governos locais expandirem as suas despesas sem,
contudo, assumirem os custos e riscos económicos e políticos do desequilíbrio fiscal crescente.

Para o Banco Mundial (BM) a ausência de reformas regulares fiscais reguladoras no país conduz
á baixas receitas fiscais, visto que a política fiscal e o sistema tributário moçambicano evoluiu
muito pouco.

De acordo com, (WEMER, at al. 2012) mostra que uma das insuficiências das receitas fiscais em
Moçambique é a sua muito baixa arrecadação.

74
4.5. Dificuldades enfrentados no processo de colecta do ISPC no município da Cidade de
Chimoio.

De acordo com as entrevistas conduzidas no terreno aos funcionários da área fiscal de Chimoio e
juntos dos seus contribuintes verificou-se como principais dificuldades o encerramento de muitas
barracas sem comunicar a Administração fiscal por um lado e por outro a falta de documentos de
identificação.

O uso da tecnologia de pontra no sistema informático exige uma capacitação permanetnte dos
técnicos das direções fiscais em Moçambique. Um outro constrangimento está relacionado com
as taxas elevadas, a complexidade dos procedimentos para o pagamento, os quais obrigam a que
os contribuintes suportem custos elevados decorrentes maioritariamente do tempo necessário
para se proceder ao pagamento.

A falta de brigadas móveis e viaturas para de três em três meses uma equipa da área fiscal de
Chimoio se fazer ao terreno para proceder as devidas cobranças, uma vez que os contribuintes do
ISPC que tem suas residências longe do posto de cobrança foram oferecidos essa oportunidade.
Contudo esta actividade segundo Saize técnico afecto neste posto de cobrança afirmou não ser
fácil uma vez que a autoridade tributária de Moçambique desenvolveu esse plano de favorecer
contribuintes que se localizem longe da área fiscal, mas sem criar postos de cobrança específicos
para contribuintes registados no regime do ISPC.

Afirmou ainda que nos últimos anos a AT registou uma afluência significativa de novos
contribuintes no regime do ISPC, contribuintes esses que têm vindo a usar os mesmo postos de
cobrança que os contribuintes registados no regime “contabilidade organizada” e de “sistema
normal” do IVA.

Segundo a AT (20011), existe um sentimento geral de que grande parte dos constrangimentos
que se verificam no processo do pagamento dos impostos tem a ver com o facto de os
contribuintes procederem aos pagamentos apenas nos últimos dias dos prazos concedidos para
tal, provocando este facto um aglomerado de pessoas e longas horas de espera para o respectivo
atendimento.

75
CAPÍTULO 5: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusão

Do trabalho de pesquisa realizado, que procurava analisar o imposto simplificado para pequenos
contribuintes no incremento das receitas fiscais na Cidade de Chimoio, depreendese que quase
todos os contribuintes do ISPC operam na actividade comercial ou simplesmente comércio, a
actividade contribui substancialmente para o incremento das receitas fiscais, a mesma é mais
praticada por homens que não encontram o emprego no sector formal e as mulheres dedicam-se a
outras actividades de geração de renda.

O sistema de colecta de impostos nos munícipes moçambicanos vai ao encontro dos mecanismos
descritos para arrecadação de receitas fiscais em todo território nacional. A pesquisa mostrou
ainda que há falta de brigadas móveis permanentes e contínuas para fazer a sensibilização de
todos sujeitos passivos para cumprir com as suas obrigações fiscais.

Um outro aspecto encontrado ao longo da pesquisa e revelado pelos dados da mesma é o facto de
apesar de existência de maior número de contribuintes cadastrado no sector de ISPC, não
implicar necessariamente a sua maior contribuição como pode ser visto na direção da área fiscal
de Chimoio que tem 1568 mas com taxas muito menores de contribuição fiscal nomeadamente
0,19%; 0,47%;0,78%; 0,97%; e 1,21% em representação anual de cada uma dessas taxas.

Em geral a inserção do ISPC no sistema tributário moçambicano trouxe de algum modo uma
afluência significativa dos contribuintes registados no regime de ISPC, mas continua longe de
alcançar o seu macro objectivo de alargar a base tributária e reduzir a dependência externa e
interna do orçamento geral do Estado (OGE) para financiar a despesa pública.

Este facto entra em paralelo com os resultados verificados na pesquisa sobre o imposto
simplificado para pequenos contribuintes no município da Cidade de Chimoio que mostraram
3.853.206,55 mil meticais para todo período em análise (2014 a 2018) e 770.641,31 em média
corresponde a 20% valores numéricos extremamente menores

76
5.1. Recomendações

Depois de algumas constatações indicadas na conclusão importa agora deixar algumas


recomendações para melhor ajudar nos procedimentos e organização na colecta de receitas
fiscais em Moçambique, principalmente para direcção da área fiscal de Chimoio, localizada no
Município do mesmo nome, eis as recomendações:

 Criação de brigadas móveis e desenvolvimento de feiras constantes e permanentes para


fazer face a sensibilização dos contribuintes em matéria de educação fiscal. Capacitação
contínua dos funcionários da direção da área fiscal de Chimoio.

 Criação de postos de cobrança específicos para contribuintes do ISPC.

 Extensão do prazo de pagamento quando o último dia coincide com fim-de-semana e


feriados. Intensificação dos mecanismos de pagamento junto dos estabelecimentos
comerciais.

 Redução dos procedimentos burocráticos para o cadastro de novos contribuintes como


forma de incentivo.

O governo local deve melhorar as condições dos mercados para reduzir a ira dos contribuintes ou
pagantes do imposto e garantir que estes sejam auscultados quando possuir uma preocupação, no
sentido de criar uma boa relação Estado-cidadãos fortes.

77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas in Boletim da República, I Série nº16 de 16
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GOVERNO DE MOÇAMBIQUE. (2007). Lei 32/2007 de 31 de Dezembro. Aprova o Código de


Imposto sobre o Valor Acrescentado.

GOVERNO DE MOÇAMBIQUE. (2007). Lei 33/2007 de 31 de Dezembro. Aprova o Código do


imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares.

GOVERNO DE MOCAMBIQUE. (2007). Lei 34/2007 de 31 de Dezembro. Aprova o Código do


Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas.

GOVERNO DE MOÇAMBIQUE. (2009). Lei 5/2009 de 12 de Janeiro. Aprova o Código do


Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes.

80
Índice

Declaração........................................................................................................................................I
Dedicatória......................................................................................................................................II
Agradecimentos.............................................................................................................................III
Lista de Abreviatura......................................................................................................................IV
Resumo...........................................................................................................................................V
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................1
1.1. Introdução.............................................................................................................................1
1.2 Justificativa............................................................................................................................3
1.3 Objectivos de Estudo.............................................................................................................4
1.3.1 Objectivo Geral...............................................................................................................4
1.3.2 Objectivos Específicos....................................................................................................4
1.4. Problematização....................................................................................................................4
1.5.Perguntas................................................................................................................................5
1.6 Delimitações do Estudo.........................................................................................................5
1.7.Limitações do Estudo.............................................................................................................6
1.8.Resultados Esperados.............................................................................................................6
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................7
2.1. Literatura Teórica..................................................................................................................7
2.1.1.Conceitos Centrais...........................................................................................................7
2.1.2.Origem e Evolução Histórica do Imposto no Mundo......................................................9
2.1.3.Objectivos do Imposto...................................................................................................11
2.1.4.Classificação dos Impostos...........................................................................................14
2.1.5.Fases do Imposto...........................................................................................................14
2.1.6.Funções do Imposto.......................................................................................................17
2.1.7.Princípios Gerais do Imposto........................................................................................18
2.2.História do Imposto em Mocçambique................................................................................19
2.3.1.Reformas do Sistema Tributário....................................................................................29
2.3.2. Elementos da Relação Jurídico-Fiscal..........................................................................34
2.3.3.Classificação das Receitas Públicas..............................................................................35
2.3.4.Impacto da Tributação...................................................................................................37

81
2.3.4.Regime de Tributação Simplicada................................................................................38
2.4.Literatura Empírica..............................................................................................................52
2.5.Literatura Focalizada............................................................................................................54
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DE PESQUISA......................................................................56
3.1.1. Descrição do Local do Estudo.....................................................................................56
3.1.2. Método de Pesquisa......................................................................................................56
3.2. Delineamento da pesquisa...................................................................................................57
3.2.1. População da Pesquisa.................................................................................................57
3.2.2. Processo de Amostragem............................................................................................57
3.2.3. Tamanhos da Amostra..................................................................................................58
3.2.4. Métodos de Colecta de Dados.....................................................................................59
CAPÍTULO 4: ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS..............................................................60
CAPÍTULO 5: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES..............................................................76
5.1. Conclusão............................................................................................................................76
5.1. Recomendações...................................................................................................................77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................78

82

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