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ISTA - INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA

Criado pelo Decreto Nº 24/07 do Conselho de Ministros, em 07 de Maio


de 2007
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E DE GESTÃO
CURSO DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO

EVASÃO E ELISÃO FISCAL

VIANA – LUANDA

2024
EVASÃO E ELISÃO FISCAL

Trabalho referente a cadeira de métodos


quantitativos, apresentado ao Professor
Jackson sebastião como requisito de
avaliação da segunda prova do 1º semestre
do turno da manhã.

VIANA – LUANDA
2024
INTEGRANTES DO GRUPO

NOME COTAÇÃO
Anderson João Gaspar
Zumira Pires Manuel
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 5

1.1 Problema de Pesquisa ............................................................................................... 6

1.2. Objectivos: .............................................................................................................. 6

1.3.Hipóteses................................................................................................................... 6

1.4 Justificativa do tema ................................................................................................. 7

1.5. Delimitação do tema ................................................................................................ 7

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 8

2.1.Definições de termos e Conceitos............................................................................. 8

2.2. Evasão Fiscal ........................................................................................................... 9

2.2.1 Tipos de evasão fiscal..................................................................................... 9

2.2.3. Impacto directo da evasão fiscal na esfera económica e social ................... 10

2.3. Elisão fiscal ............................................................................................................ 11

2.3.1. Ocorrência da elisão fiscal .......................................................................... 12

2.3.2. tipos de elisão fiscal .................................................................................... 12

2.3.3. Vantagens da elisão fiscal ........................................................................... 12

2.4. Diferença entre elisão fiscal e evasão fiscal .......................................................... 13

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 14

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 15
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1. INTRODUÇÃO

Ao início desse trabalho prentendemos abordar sobre a evasão e a elisão fiscal, suas
dinâmicas de funcionamento, ou seja, denotar quando estamos perante de uma ou de outra das
distintas situações.

Com a constante evolução do sistema fiscal angolano e do mundo, certas obrigações


começaram a surguir no que diz respeito a matérias fiscais, a cada vez mais vemos as entidades
individuais ou colectivas, directamente ligadas ao que diz respito a contribuições, pagamentos
de impostos, declaração de rendimentos, não obstante ao facto de que tais actos ja partem de
tempos remotos, actualmente nota-se uma maior estrutura no leito fiscal, factos esses que
também obrigaram as entidades a se ocultarem muitas das vezes dessa massiva participação
fiscal, nos remetendo assim a tais práticas a muito ouvidas” evasão e elisão fiscal”.

O Estado depende de receitas para o financiamento de suas atividades. É por meio delas
que se presta o atendimento das necessidades colectivas da população. Estas receitas são
denominadas de tributos e são consideradas elementos próprios à existência do Estado, pois
financiam a prestação de serviços públicos, infraestruturas que melhoram a produtividade e a
redistribuição dos rendimentos. Por serem utilizados para financiar bens de consumo público.

A elisão é uma forma segura e legal de reduzir os tributos devidos por uma entidade. Já
a evasão é a sonegação fiscal, que usa falsas declarações, omite informações e outros artifícios
ilícitos para evitar o pagamento de tributos; a evasão, consiste na adoção de manobras ilegais
para não fazer os pagamentos devidos e é um grande problema enfrentado pelo sector tributário.
Um gestor de uma empresa que não declara as vendas reais efectuadas, para evitar elevar o
valor dos impostos ou ultrapassar o limite do seu enquadramento tributário, está praticando a
evasão fiscal.
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1.1 Problema de Pesquisa

Segundo Kauark Fabiana, (2010) O problema é a mola propulsora de todo o trabalho de


pesquisa.

Os paises indubitavelmente sobrevivem das contribuições das entidades, isso é um facto,


mesmo que tenham outros meios de arrecadação de recitas, sempre será mais que necessário a
contribuição das entidades que operam no território, Desta feita nos remeter a seguinte questão:

➢ Até que ponto é prejudicial as praticas de elisão e evasão fiscal para uma economia?

1.2. Objectivos:
Geral

➢ Explicar quando é que estamos diante de uma evasão e de uma elisão fiscal.

Específico

➢ Identificar quais as diferenças entre ambas.

1.3.Hipóteses

Para Afonso Nkuansambu (2018), as hipóteses são compreendidas como proposições


conjecturais ou tentativas de explicação sobre a relação entre duas ou mais variáveis, que se
supõem ser encontradas ao realizar um estudo científico. Elas servem de guia e constituem a
essência da investigação.

H1: As praticas de evasão e elisão fiscal prejudicam o sistema de planeamento do governo,


porque não possibilitam o estado arrecadar o que era pra ser real, e isso mexe com o orçamento
a ser feito pelo estado, assim como também causa um defice de informações para constar nos
relatotios economicos de determinado pais.

H0: As praticas de evasão e elisão fiscal não prejudicam o sistema de planeamento do governo,
porque possibilitam o estado arrecadar o real imposto, e isso não mexe com o orçamento a ser
feito pelo estado, assim como também não causa um defice de informações para constar nos
relatórios económicos de determinado pais.
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1.4 Justificativa do tema

Segundo Kauark Fabiana, (2010), justificativa é o convencimento de que o trabalho de


pesquisa possui fundamentos para ser efetivado.

O presente trabalho nos mostra o quão importante é o estudo sobre o tema em causa .
Nos dias de hoje compreender a fiscalidade se tornou importante para todo mundo de uma
forma assustadora, causando um interesse maior nas entidades em se aperfeiçoarem mais no
que diz respeito ao conhecimento do mundo fiscal, tal conhecimento fez muitos descobrirem n
maneiras de burlar o sistema fiscal com essas práticas descritas no trabalho.

1.5. Delimitação do tema

O tema em causa tem uma gama de actuação direcionada, desta feita a nossa pesquisa
delimitar-se-há nas empresas e em entidades singulares(trabalhadores). Porque são essas as
entidades usais em matérias de impostos.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1.Definições de termos e Conceitos

A evasão fiscal é uma forma ilegal de redução fiscal e que representa um grande desafio
para as entidades governamentais em relação a sua identificação e eliminação. Por conseguinte,
ainda que seja considerada ilegal e esteja sujeita à punição, não impede a transgressão das leis
(MIHÓKOVÁ; DRÁB; KRALIK, 2018).

Segundo (CARVALHO et al, 2013):

A evasão fiscal consiste em práticas que infringem as leis, como o não pagamento de
algum imposto ou fraude por parte do contribuinte, a decisão de evadir aos impostos
não é determinada apenas por considerações racionais avaliando o custo-benefício,
mas também por fatores e influências sociais e morais, que por sua vez, podem ser
moldados pela percepção que os contribuintes têm em relação aos outros contribuintes
cumprirem as obrigações fiscais.

A elisão fiscal consiste na redução de impostos de uma forma não esperada pelos
legisladores, mas que não foi expressamente prevista e proibida pela lei. Consiste basicamente
em escolher a forma legal menos onerosa de reduzir os impostos (CARVALHO et al., 2013).

A Elisão é a forma de evitar o pagamento de impostos e consequente redução da carga


fiscal, de forma lícita. A elisão fiscal visa evitar a incidência do tributo, adoptando-se medidas
que evitem a ocorrência do facto gerador, a redução do montante a ser pago, reduzindo-se a
base de cálculo a ser aplicada, e, ainda, o retardamento do pagamento do tributo, sem que isto
implique a ocorrência de multa para o contribuinte.

Na elisão fiscal, através do planeamento, evita-se a ocorrência do facto gerador. E, por


não ocorrer o facto gerador, o tributo não é devido. Dessa forma, o planeamento não caracteriza
ilegalidade, apenas se usa das regras vigentes para evitar o surgimento de uma obrigação fiscal,
ou seja, é a realização de operações que aparentem um negócio jurídico legítimo e válido, com
o único objectivo de se obter os efeitos da causa daquele negócio para não recolher tributos ou
diminuir a carga tributária.
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2.2. Evasão Fiscal

Para compreender o impacto total da evasão fiscal, é importante encarar a evasão fiscal
sobre duas perspectivas: o ponto de vista governamental e o ponto de vista do sonegador fiscal
(OZILI, 2020). A evasão fiscal é uma forma ilegal de redução fiscal e que representa um grande
desafio para as entidades governamentais em relação a sua identificação e eliminação. Por
conseguinte, ainda que seja considerada ilegal e esteja sujeita à punição, não impede a
transgressão das leis.

Segundo Siqueira e Ramos (2005, p. 556), “O comportamento do contribuinte pode ser


visto como o resultado de um cálculo racional, de uma avaliação cuidadosa dos custos e dos
benefícios da sonegação”. Os contribuintes possuem duas formas de reduzir os encargos fiscais,
qual sejam, elisão ou evasão fiscal.

A evasão fiscal é um fenômeno mundial, e representa um problema antigo enfrentado


pelas autoridades fiscais, que por sua vez compromete o funcionamento da economia,
ela é, pela sua própria natureza difícil de ser medida devido a sua natureza ilegal,
tornando difícil compreender a complexidade deste fenômeno. Entretanto, o
fenômeno da evasão fiscal vem sendo amplamente estudado ao logo do tempo, tanto
em termos de seus fatores implícitos, mas também do ponto de vista social,
comportamental e estrutural (CRISTEA et al., 2020).

2.2.1 Tipos de evasão fiscal

Basicamente, temos três tipos de evasão penal, que pode ser apenas tributária, apenas
penal ou ambas. Vejamos o que pode vir a ser cada uma delas:

1-Tributária: Uma evasão fiscal exclusivamente tributária acontece quando a alíquota


de determinado tributo é aplicada indevidamente, representando um percentual inferior ao
previsto em lei.

Como exemplo prático, podemos pensar em uma empresa cujo tipo de atividade na
legislação se enquadre em uma alíquota de 5% para recolhimento da matéria colectável. No
entanto, na apuração do tributo, essa empresa aplica a alíquota de apenas 3%, na tentativa de
ludibriar as autoridades fiscais.

2-Penal: Já no caso de um infração penal, temos a adulteração de documentos fiscais


que servem de comprovação para recolhimento de determinados tributos.
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3-Tributária e penal: A evasão fiscal quando é tributária e penal é a mais grave de todas,
pois acarreta dois tipos de sanções diferentes, chega a niveis de pagamento de multas, reclusão,
e até de réu primário. As leis para o devido tratamento encontram-se tipicadas nos decretos
nacionais, assim como na propria lei geral tributária Angolana.

A evasão fiscal também pode ser vista de duas formas: como sendo o objectivo
prioritário do recurso aos offshores; ou como sendo uma consequência lateral de um objectivo
prioritário relacionado com a concretização de operações cujo prioridade é o branqueamento
dos lucros do crime organizado transnacional.

Uma das formas mais frequentes da evasão fiscal nos dias de hoje é a utilização de
paraísos fiscais, com finalidades de: armazenamento de investimentos passivos, através de
depósitos de capital; fixação fictícia de rendimentos específicos; e colocação dos negócios dos
contribuintes (designadamente das contas bancárias) fora do alcance e escrutínio das
administrações fiscais do país de origem.

Paraísos fiscais, podem ser normalmente definidos como: território que atribua a
pessoas físicas ou coletivas vantagens fiscais susceptíveis de evitar a tributação no seu país de
origem ou de beneficiar de um regime fiscal mais favorável que o desse país, sendo que
possuem plataformas jurídicas, políticas, económicas e financeiras que são estáveis e seguras.
Não existe uma definição única de paraíso fiscal, tratando-se de uma questão doutrinária que
levanta algumas dificuldades quando transposta para o quadro legislativo. O que importa é que
quando falamos em paraísos fiscais estamos a falar de países ou territórios que possibilitam a
minimização da carga fiscal, assegurando a confidencialidade das operações financeiras,
podendo também ser utilizados para outros fins como ocultar rendimentos e branqueamento de
capitais, e onde existe um sistema financeiro fracamente regulado, um tratamento fiscal
preferencial para os não-residentes, regras de incorporação simples para os mesmos, e estritas
leis de sigilo bancário que protegem os titulares da conta.

2.2.3. Impacto directo da evasão fiscal na esfera económica e social

O primeiro resultado das práticas evasivas corresponde a uma diminuição da receita


fiscal. Uma diminuição de receita fiscal pode resultar de opções politico-legislativas, por
exemplo, da consagração de lacunas intencionais, caso em que correspondem a uma
desorçamentação prevista e planeada. Todavia, a diminuição de receita fiscal pode resultar de
outros fatores, nos quais se inclui a obtenção de vantagens fiscais injustificadas – por, em
princípio, não ser antecipada a diminuição desta receita, esta tenderá a ser compensada por
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outras fontes de receita, inclusive fiscais, visto que, não só por razões políticas como por força
do princípio do não retrocesso social, é difícil ao Estado obter uma redução de custos que
compense a redução, que não resulte ou de uma medida que ultrapasse o crivo do não retrocesso
social, ou de ganhos de eficiência em sede fiscal ou qualquer outra sede com impacto
orçamental.

A evasão fiscal, quando resulte na obtenção de uma vantagem fiscal injustificada, por
abusiva ou ilícita, introduz uma distorção na economia e na sociedade. Esta gera uma
concorrência desigual, decorrente da desigualdade nas condições do exercício das atividades
económicas. Num cenário macroeconómico, as práticas evasivas, ilícitas e abusivas, impedem
a diminuição do défice e da dívida pública, e prejudicam o equilíbrio da balança comercial, já
que bloqueiam as políticas corretivas que sejam adotadas nesse sentido. Alimenta igualmente a
economia paralela, representa um entrave à livre concorrência, e implica uma erosão
significativa das receitas fiscais, não apenas pelo não pagamento de impostos devidos, como
pelo “reembolso” de impostos que nunca foram entregues ao erário público.

Além das implicações orçamentais, a evasão fiscal abusiva ou ilícita fomenta o


branqueamento de capitais, assim como o financiamento ilícito de diversas atividades e
instituições, com o inerente prejuízo social. A reintrodução no circuito económico da poupança
obtida com práticas evasivas ilícitas implica, não raramente, o recurso a operações que
permitam o seu branqueamento, nomeadamente através de contas bancárias, contractos
fiduciários, empresas sem atividade efetiva, ou outros veículos de investimento, em jurisdições
não cooperantes quanto à troca de informações ou cruzamento de dados, ou restritivas quanto
desaplicação do sigilo bancário, geralmente tidas como paraísos fiscais. Na medida em que o
contribuinte faltoso, de modo a manter a vantagem injustificada, necessita que a mesma se
mantenha oculta, verifica-se um incentivo à prática de outros planeamentos abusivos ou ilícitos.

2.3. Elisão fiscal

Elisão fiscal é um método que permite evitar, reduzir ou postergar a incidência de


impostos sem infringir a lei. Por meio de brechas na legislação tributária, as empresas
conseguem aplicar estratégias para diminuir o custo com tributos sem incorrer em crime de
evasão fiscal.

Reduzir a carga tributária da sua empresa sem infringir nenhuma lei é possível por meio
da elisão fiscal. Com essa metodologia, você pode evitar a incidência de tributos, adiar
recolhimentos ou reduzir a base de cálculo com segurança e eficiência.
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Afinal, todo contribuinte tem o direito de buscar os caminhos menos onerosos para
cumprir suas obrigações. Ainda mais em um país com um sistema tributário complexo e
ineficiente como o nosso.

Para aplicar a elisão fiscal, é preciso ter amplo conhecimento sobre a legislação
tributária do país e suas diversas interpretações. Dessa forma, é possível utilizar os próprios
mecanismos previstos em lei para reduzir o custo com impostos e tributos.

Elisão fiscal não é crime, pois é direito do contribuinte buscar formas menos onerosas
de cumprir suas obrigações tributárias. Na verdade, o contribuinte tem o direito de economizar
no pagamento de tributos. Ele não é obrigado a adotar a forma jurídica mais onerosa para
conduzir seus negócios, ou seja, pode estruturar os seus atos ou negócios jurídicos de maneira
a pagar menos ou até nenhum tributo.”

2.3.1. Ocorrência da elisão fiscal

A elisão fiscal ocorre nas seguintes estratégias aplicadas no planeamento tributário:

1-Antecipação ao fato gerador para evitar a incidência do tributo (medida preventiva);

2-Redução na base de cálculo do tributo;

3-Uso de incentivos fiscais oferecidos pelo próprio governo;

4-Adiamento da data de pagamento do tributo sem multas (forma de ganhar tempo e respiro no
fluxo de caixa).

2.3.2. tipos de elisão fiscal

São dois os principais tipos de elisão fiscal praticados nas empresas:

1-Baseada na própria legislação: é o tipo mais simples, porque você utiliza a própria
determinação da lei para reduzir ou suprimir o tributo;

2-Baseada em lacunas da legislação: é mais complexa, porque depende da interpretação da lei


e do entendimento juridico do tema em causa.

2.3.3. Vantagens da elisão fiscal

A principal vantagem da elisão fiscal é evidente: reduzir a carga tributária da entidade.


O grande diferencial do método é poder alcançar esse objetivo sem infringir a lei, mantendo o
negócio em dia com a fiscalidade.
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Além disso, a elisão fiscal também é uma maneira eficiente de reduzir despesas
variáveis, ou seja, os custos que dependem diretamente do volume facturado. Naturalmente, os
impostos são os principais representantes desses gastos e fazem a diferença no orçamento do
negócio.

Com impostos reduzidos, a empresa:

1-Aumenta a margem de lucro;

2-Ganha fôlego no fluxo de caixa;

3-Melhora a margem EBITDA — relação entre o lucro da empresa antes dos juros, impostos,
depreciação e amortização, e sua receita líquida, um indicador fundamental de lucratividade.

2.4. Diferença entre elisão fiscal e evasão fiscal

Embora tenham fonética similar, evasão e elisão fiscal são conceitos jurídicos distintos.

Como vimos, a evasão fiscal consiste na fuga do pagamento de impostos, realizada por
meio de práticas ilícitas, como a fraude de documentos, a omissão de informações, entre outros.

Da mesma forma, a elisão consiste em fugir ao pagamento de tributos. Contudo, para


chegar a esse resultado, neste caso, a pessoa (física ou jurídica) emprega práticas consideradas
lícitas.

Outra diferença entre as duas práticas diz respeito ao momento em que elas ocorrem.
Na evasão, a fuga se dá quando o factor gerador do tributo já está constituído. Na elisão, meios
são utilizados para evitar que o factor gerador ocorra, ou para reduzi-lo.

Entre os exemplos de elisão fiscal mais comuns, está a escolha de um regime tributário
em que a taxação seja menor. Ou ainda, a mudança de endereço da empresa, de um estado ou
município para outro, com vistas à redução da carga tributária(temos como exemplos claros a
redução de alguns impostos nas província de cabinda). Como se vê, nenhuma dessas medidas
é ilícita mas, ao fim e ao cabo, elas acabam produzindo um efeito similar ao do crime de evasão:
a redução do montante pago pela empresa em forma de tributos.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao fim das diversas pesquisas realizadas pelo grupo, conseguimos ver de uma forma
mais precisa e clara o impacto que essas causas ocasionam aos paises.

A globalização, o crescimento do comércio internacional e o seu domínio pelas grandes


empresas multinacionais vieram facilitar o desenvolvimento de mecanismos fraudulentos
complexos que dificultam a sua detecção. A erosão da base fiscal resulta da interacção entre
processos distintos que envolvem: a pressão das multinacionais sobre os Estados para redução
das taxas dos impostos sobre os lucros alimentando uma concorrência fiscal descontrolada.

A concentração do poder económico e a emergência de poderosos conglomerados


multinacionais, com posições dominantes no mercado global em diversos sectores, tem
propiciado grandes níveis de evasão, nomeadamente devido à sua capacidade de chantagear e
ameaçar os Estados no sentido de se deslocalizarem para outros territórios. Utilizam uma
diversidade de métodos fraudulentos com o objectivo de reduzir a sua carga fiscal, e um desses
mecanismos é através do recurso a paraísos fiscais e a contas offshore blindadas ao acesso das
autoridades tributárias.

A evasão fiscal e a elisão para além de causar uma redução das receitas fiscais limitando
a capacidade de ação dos Estados e promovendo o endividamento público, provoca ainda um
agravamento significativo da injustiça fiscal não só porque se viola o princípio da igualdade (os
que têm mais capacidade para pagar, pagam menos ou não pagam), mas também porque a
estratégia de resposta dos Estados tem sido o aumento da carga fiscal sobre os contribuintes
cumpridores para compensar as perdas com os evasores, agravando ainda mais a iniquidade.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, R. L.; MELZ, L.J.; SANTOS, J. S. C.; NUNES, E. S. Motivadores da sonegação


fiscal em Tangará da Serra - MT: levantamento da opinião da classe contábil. Revista Unemat
de Contabilidade, v. 2, n. 4, p. 95-112, 2013.

CRISTEA, L. A.; VODĂ, A. D.; CIOCANEAM B.; LUCA, M. Is the Tax Burden a Generating
Factor of Fiscal Evasion in South-East Europe? Kne Social Sciences, p. 153-169, 2020.

KAUARK, Fabiana da Silva et al. METODOLOGIA DA PESQUISA; um guia prático.


Itabuna, Bahia, 2010.

MIHÓKOVÁ, L; DRÁB, R.; KRALIK, A. Assessing the Impact of Tax Evasion on LongTerm
Fiscal Imbalance: a sensitivity analysis application. Prague Economic Papers, v. 27, n. 3, p.
331-350, 1 jun. 2018. University of Economics.

NKUANSAMBU, Afonso. Metodologia de Investigação Cientifica. 1ª Edição: Luanda, Março


2018.

OZILI, P. Tax evasion and financial instability. Journal Of Financial Crime, [S. L.], v. 27, n.
2, p. 531-539, nov. 2020.

SIQUEIRA, M. L.; RAMOS, F. S. A economia da sonegação: teorias e evidências empíricas.:


teorias e evidências empíricas. Revista de Economia Contemporânea, [s.l.], v. 9, n. 3, p. 555-
581, dez. 2005.

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