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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia

Discentes:

Alcenito Capitone

Amado Luís Bichane

Aura Carlitos

Aurélio do Rosário Virgílio Piloto

Daniel Ferrão

Dorivaldo Zailde Camissa Andrade

Lisa Ferreira

PROCEDIMENTO DE FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA

Trabalho de Pesquisa em grupo da Cadeira de Direito Tributário, 3ºAno do curso de


Direito, Período Laboral, por orientação do Docente Gercio Macie.

TETE

SETEMBRO DE 2023
Índice

1.Introdução .......................................................................................................................... 3
2. Sujeito activo e passivo da relação tributaria .................................................................... 4
3. Fiscalização Tributária ...................................................................................................... 4
4. Administração Tributária dos Impostos (ATI) .................................................................. 4
5. O Âmbito e Fins do Procedimento de Fiscalização Tributaria.......................................... 5
5.1. Fins do Procedimento de Fiscalização Tributaria (PFT) ................................................ 5
5.2. Princípios do Procedimento de Fiscalização Tributaria ................................................. 5
5.2.1. Princípio da verdade material ...................................................................................... 6
5.2.2. Princípio da proporcionalidade ................................................................................... 6
5.2.3. Princípio do contraditório............................................................................................ 6
5.2.4. Princípio da cooperação .............................................................................................. 6
5.3. Tipos de procedimento de fiscalização .......................................................................... 6
6. Local dos actos de fiscalização ......................................................................................... 7
7. Horário dos actos de fiscalização ...................................................................................... 7
8. Fases de Desenvolvimento do Procedimentos de Fiscalização ......................................... 8
8.1. A recolha de informação sobre o sujeito passivo ........................................................... 8
8.2. A notificação prévia ao sujeito passivo da pretendida fiscalização................................ 8
8.3. A fiscalização ................................................................................................................. 9
8.4. A Elaboração da Nota de Constatações .......................................................................... 9
8.5. A audição do sujeito passivo ........................................................................................ 10
8.6. A elaboração do Relatório definitivo ........................................................................... 10
9. Conclusão ........................................................................................................................ 11
10. Referências Bibliográficas ............................................................................................ 12
1.Introdução
O presente trabalho tem como tema de abordagem o PROCEDIMENTO DE
FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA. Dúvidas não existem no sentido de que fiscalização
tributária é um mecanismo de controle, em que o poder público irá observar o
contribuinte com a finalidade de verificar se seu comportamento está cnforme os
ditames da legislação tributária, sendo assim, umas das actividades do Estado para fins
de arrecadação tributária. Ou ainda, diríamos que, consiste na verificação das realidades
tributárias, do cumprimento das obrigações tributárias e a prevenção das infracções
tributárias, e este pode abranger, concomitantemente os sujeitos passivos e demais
obrigados tributários.

1.2. Objectivo Geral:

• Analisar o Procedimento de Fiscalização Tributaria e identificar os princípios


vigentes.

1.3. Objectivos Específicos:

• Compreender os tipos de Procedimento de Fiscalização Tributaria;


• Identificar os órgãos competentes da Fiscalização Tributaria; e
• Apresentar as fases de desenvolvimento do Procedimentos de Fiscalização.

1.4. Metodologia:

Visto que, o presente trabalho é de natureza investigativo, o mesmo passou por um


processo de pesquisa qualitativa que consistiu na recolha de dados de natureza
bibliográfica e documental de informações referente ao tema em estudo.

1.5. Estrutura do Trabalho:

Referente a estrutura do trabalho, apresenta-se da seguinte maneira: Introdução,


objectivo geral e objectivos específicos, a metodologia, o desenvolvimento e por final a
conclusão e as referências bibliográficas.

3
Fundamentação teórica

2. Sujeito activo e passivo da relação tributária


Importante se torna, elucidar que o sujeito activo da relação tributaria é a
entidade de direito público, titular de exigir o cumprimento das obrigações tributárias
quer directamente quer através de representantes, nos refere o nº 1 do artigo 8º da Lei nº
15/2002, de 26 de Junho. Por contrapartida, o sujeito passivo da relação tributária é a
pessoa singular ou colectiva, reza o nº 2 do artigo outrora mencionado.

3. Fiscalização Tributária
A fiscalização tributária consiste no exercício dos poderes que o
legislador, especialmente, conferiu à Administração Tributária dos Impostos (ATI), para
que esta possa fiscalizar o cumprimento das obrigações tributárias dos sujeitos passivos,
conforme estabelece o nº1 do artigo 24º da Lei nº 15/2002, de 26 de Junho.

Constitui deveres dos sujeitos passivos apresentarem declarações sobre


os rendimentos que obtêm no exercício das suas actividades, nos prazos, termos e
condições fixados por lei, junto da ATI. A esta, compete pois verificar da coerência e
veracidade do conteúdo das declarações dos sujeitos passivos, e que servem depois, para
justificar os pagamentos que os mesmos realizam perante a Administração Tributária
dos Impostos (ATI), ou até, para fundamentar a sua posição de credores.

4. Administração Tributária dos Impostos (ATI)


A Administração Tributária corresponde a uma parcela da Administração
Pública, na parte ligada a actividade financeira do Estado, que trata da receita
tributária1.

Destarte, o Estado, através da Administração Tributária, acompanha,


controla e fiscaliza o cumprimento das normas tributárias, adoptando, sempre que
necessário, medidas coercitivas a sua observância, tudo no interesse da arrecadação e
gestão das receitas tributárias. Deste modo, importante se torna realçar que, a
Administração Tributária é, assim, o conjunto de órgãos administrativos voltados ao
controle das receitas tributárias; é o procedimento destinado:

1
Acedido a 05 de Setembro de 2023 em:
https://www.portaltributario.com.br/tributario/adminstracaotributaria.htm

4
• A verificação do cumprimento das obrigações tributárias e adopção de medidas
necessárias para obrigar os respectivos sujeitos passivos (devedores) a esse
cumprimento.

Todavia, torna-se imperioso identificar qual é o órgão da administração


tributária responsável pelo controle ou fiscalização do cumprimento das obrigações
tributárias, nos termos do nº 2 e nº 3 al. a) do art. 4º, da Lei nº 1/2006 de 22 de março,
estabelece pois que a Autoridade tributária é que assegura a direcção, a coordenação, o
controlo e o planeamento estrategico, bem como a gestao das actividades relativas à
determinação, cobrança e controlo das receitas públicas na qual uma das suas
atribuições é executar a política tributária e aduaneira, dirigindo e controlando o
funciomanento dos seus serviços.

5. O Âmbito e Fins do Procedimento de Fiscalização Tributária


O Procedimento de Fiscalização Tributaria (PFT) visa a verificação das
realidades tributárias, do cumprimento das obrigações tributárias e a prevenção das
infracções tributárias, e este pode abranger, concomitantemente os sujeitos passivos e
demais obrigados tributários, refere-nos o nº1 e 2 do artigo 2º da Lei 19/2005 de 22 de
Junho.

5.1. Fins do Procedimento de Fiscalização Tributária (PFT)


O Procedimento de Fiscalização Tributária (PFT) classifica-se quanto
aos fins, em:

• Procedimento de comprovação e verificação, visando a confirmação do


cumprimento das obrigações dos sujeitos passivos e demais obrigados
tributários, segundo o nº 1 alínea a) do artigo 10º da Lei 19/2005 de 22 de Junho;
• Procedimento de informação, visando o cumprimento dos deveres legais de
informação ou de parecer dos quais a fiscalização tributária seja legalmente
incumbida, segundo o nº 1 alínea B) do artigo referenciado acima da mesma Lei.

5.2. Princípios do Procedimento de Fiscalização Tributária


O procedimento de fiscalização tributária obedece aos Princípios da
verdade material, da proporcionalidade, do contraditório e da cooperação, nos refere o
artigo 4º da Lei de procedimento de fiscalização tributária.

5
5.2.1. Princípio da verdade material
Visa a descoberta da verdade material, devendo a administração
tributária adoptar oficiosamente as iniciativas adequadas a esse objectivo, preconiza o
artigo 5º da Lei do Procedimento de fiscalização tributaria.

5.2.2. Princípio da proporcionalidade


Este, refere que as acções integradas no procedimento de fiscalização
tributária devem ser adequadas e proporcionais aos objectivos de fiscalização tributária,
segundo a alçada da norma do artigo 6º do dispositivo legal supracitado.

5.2.3. Princípio do contraditório


O procedimento de fiscalização tributária segue, nos termos do presente
decreto, o Princípio do contraditório em simultaneidade com o nº 2 do segundo artigo 7º
da lei outrora mencionada.

5.2.4. Princípio da cooperação


A administração tributária e os sujeitos passivos ou demais obrigados
tributários estão sujeitos a um dever mútuo de cooperação, nos é referenciado no artigo
8º da lei mencionada outrora.

5.3. Tipos de procedimento de fiscalização


Relativamente aos tipos de procedimentos e a sua classificação está
prevista no nº 1 até 4 do artigo 11º da Lei 19/2005 de 22 de Junho atinente ao
Procedimento de fiscalização tributária. Destarte o Procedimento de fiscalização
tributária é classificado:

1. Quanto ao lugar da realização, o procedimento classifica-se em:


a) Interno, quando os actos de fiscalização se efectuem exclusivamente nos
serviços da administração tributária através da análise formal e de coerência
dos documentos;
b) Externo, quando os actos de fiscalização se efectuem, total ou parcialmente,
em instalações ou dependências dos sujeitos passivos ou demais obrigados
tributários, de terceiros com quem mantenha relações económicos ou em
qualquer outro local a que a administração tenha acesso.

2. Quanto ao âmbito, o procedimento de fiscalização pode ser:

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a) Geral ou polivalente, quando tiver por objecto a situação tributaria global ou
conjunto dos deveres tributários dos sujeitos passivos ou demais obrigados
tributários;
b) Parcial ou uni valente quando abranja apenas algum ou alguns tributos, ou
alguns deveres dos sujeitos passivos ou demais obrigados tributário.

Considera-se procedimento parcial oque se limita à consulta e recolha de


documentos ou elementos determinados à verificação de sistemas informáticos dos
sujeitos passivos e demais obrigados tributário, e ao controlo dos bens em circulação.

3. Quanto à extensão, o procedimento pode englobar um ou mais períodos de


tributação.

6. Local dos actos de fiscalização


Quando a fiscalização envolver a verificação da contabilidade, livros de
escrituração ou outros documentos relacionados com a actividade da entidade a
inspeccionar, os seus actos realizam-se nas instalações ou dependências onde estejam ou
devam legalmente estar localizados os elementos. Podem os actos de fiscalização
realizar-se noutro local, desde que, os sujeitos passivos ou demais obrigados tributários
tenham justificadamente solicitado e que não prejudique o procedimento de
fiscalização2.

7. Horário dos actos de fiscalização


Os actos de fiscalização realizam-se no horário normal de funcionamento
da actividade empresarial ou profissional, não devendo implicar prejuízo para esta.
Mediante acordo com os sujeitos passivos ou demais obrigados tributários e quando
circunstâncias excepcionais o justifiquem, poderão os actos de fiscalização ser
praticados fora do horário normal de funcionamento da actividade. A prática de actos de
fiscalização tributária fora do horário normal de funcionamento da actividade sem
consentimento do sujeito passivo ou do obrigado tributário em causa carecem de
autorização judicial, nos termos do nº 1 até 4 do artigo 31º Lei do Procedimento de
fiscalização tributaria nº 19/2005 de 22 de Junho.

2
Nº 1 e 2 do Artigo 30 da Lei nº 19/2005 de 22 de Junho.

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8. Fases de Desenvolvimento do Procedimentos de Fiscalização
Segundo Sal & Caldeira Advogados e Consultores, LDA pode se considerar as
seguintes fases de desenvolvimento do procedimento de fiscalização:3

• A recolha de informação sobre o sujeito passivo;


• A notificação prévia ao sujeito do passivo da pretendida fiscalização;
• A fiscalização;
• A elaboração da Nota de Constatações;
• A audição do sujeito passivo;
• A elaboração do Relatório definitivo.

8.1. A recolha de informação sobre o sujeito passivo


A preparação consiste na recolha de toda a informação disponível sobre o
sujeito passivo, incluindo o seu processo individual, as informações prestadas ao abrigo
dos deveres de cooperação e indicadores económicos e financeiros da actividade. Trata-
se essencialmente de um procedimento interno da ATI com vista a dotá-la de
informações que permitam depois realizar a fiscalização.

8.2. A notificação prévia ao sujeito passivo da pretendida fiscalização


O início do procedimento de fiscalização deve ser notificado ao sujeito
passivo com uma antecedência mínima de 2 (dois) dias e máxima de 5 (cinco) dias.

A notificação para início do procedimento de fiscalização efectua-se por carta-aviso


elaborada de acordo com o modelo aprovado pelo Director-Geral da ATI, contendo os
seguintes elementos:

• Identificação do sujeito passivo


• Âmbito e extensão da fiscalização a realizar
• Indicação, por remissão, dos normativos prevendo os direitos, deveres e
garantias dos sujeitos passivos e demais obrigados tributários no procedimento
de fiscalização.

3
Sal & Caldeira Advogados e Consultores, LDA, A Fiscalização Tributaria. Pág. 5.

8
8.3. A fiscalização
A fiscalização consiste na prática dos actos necessários com vista à
confirmação do cumprimento das obrigações do sujeito passivo. Importa aqui, destacar
os critérios e os objectivos da recolha de informação; e os procedimentos que a ATI
deverá observar na recolha dos elementos necessários param o cumprimento da sua
missão:

1. Recolha de elementos
• A recolha de elementos no âmbito do procedimento de fiscalização deve
obedecer a critérios objectivos e conter:
• A menção e identificação dos documentos e respectivo registo contabilístico,
com a indicação, quando possível, do número e data do lançamento,
classificação contabilística, valor emitente.
• A integral transcrição das declarações, com identificação das pessoas que as
proferiram e as respectivas funções, sendo as referidas declarações, quando
prestadas oralmente, reduzidas a termo.

2. Procedimento de recolha de elementos


• As fotocópias ou extractos serão efectuadas nas instalações ou dependências
onde se encontrem os livros ou documentos. Em caso de impossibilidade de as
cópias ou extractos se efectuarem nos instalações ou dependências, os livros ou
documentos só podem ser retirados para esse efeitos por prazo não superior a 3
(três) dias úteis, devendo ser entregue recibo ao sujeito passivo ou obrigado
tributário. Dos inventários e contagens físicas será lavrado o correspondente
arrolamento, que será assinado pelo sujeito passivo ou obrigado tributário ou seu
representante, os quais poderão acrescentar as observações que entenderem
convenientes.

8.4. A Elaboração da Nota de Constatações


Concluída a prática de actos de fiscalização, esta deve ser notificada ao
sujeito passivo, através da Nota de Constatações, com a identificação desses actos e a
sua fundamentação.

A notificação deve fixar um prazo entre 8 (oito) e 15 (quinze) dias para o


sujeito passivo se pronunciar sobre a referida Nota de Constatações.

9
8.5. A audição do sujeito passivo
O sujeito passivo goza do direito de responder aos termos da Nota de
Constatações que lhe é remetida pela ATI, desde de que o faça dentro do prazo acima
fixado.

Na eventualidade do sujeito passivo prescindir da resposta escrita, poderá


prestar oralmente as suas declarações, que serão reduzidas a termo pela ATI.

8.6. A elaboração do Relatório definitivo


No prazo de 5 (cinco) dias após o conhecimento pela ATI das
declarações será elaborado o relatório definitivo. As conclusões do relatório do
procedimento de fiscalização que alterem a situação tributária do sujeito passivo devem
ser notificadas ao contribuinte no prazo de 10 (dez) dias após a elaboração do referido
relatório.

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9. Conclusão
Findo o trabalho presente, o grupo pode inferir que a fiscalização
tributária consiste no exercício dos poderes que o legislador, especialmente, conferiu à
Administração Tributária dos Impostos, para que, esta, possa fiscalizar o cumprimento
das obrigações tributárias dos sujeitos passivos que o sujeito passivo da relação
tributária que é a pessoa singular ou colectiva. Assim sendo, por contrapartida, o
Procedimento de Fiscalização Tributária visa a verificação das realidades tributárias, do
cumprimento das obrigações tributárias e a prevenção das infracções tributárias, e este
pode abranger, concomitantemente com os sujeitos passivos e demais obrigados
tributários. Deste modo, importante se torna realçar que a Procedimento de Fiscalização
Tributária é materializada ou feita pela administração pública que é composta por órgão
locais, regionais e centrais especializados na área de actuação e para o seu início, este
respeita algumas fases ordenadas que passamos a indicar: recolha de informação sobre o
sujeito passivo, a notificação prévia ao sujeito do passivo da pretendida fiscalização, a
fiscalização, a elaboração da nota de constatações, a audição do sujeito passivo, e a fase
da elaboração do relatório definitivo.

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10. Referências Bibliográficas
▪ Lei nº 1/2006 de 22 de Março
▪ Lei nº 15/2002, de 26 de Junho
▪ Lei do Procedimento de fiscalização tributaria nº 19/2005 de 22 de Junho.
▪ Administração Tributária do Imposto. Acedido a 05 de Setembro de 2023 em:
https://www.portaltributario.com.br/tributario/adminstracaotributaria.htm
▪ Sal & Caldeira Advogados e Consultores, LDA, A Fiscalização Tributária.

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