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Índice

1.Introdução ...................................................................................................................... 2
1.1. Objectivos .............................................................................................................. 2
1.2. Metodologia ....................................................................................................... 2
1.3. Estrutura ............................................................................................................. 2
2. Conceito e Natureza Das Infrações Tributárias......................................................... 3
2.1. Conceito ................................................................................................................. 3
3. Classificação das infrações ........................................................................................... 4
3.1. Contraordenações................................................................................................... 5
3.2. Crime ..................................................................................................................... 5
3.3. Transgressão .......................................................................................................... 5
4. Tipos De Infrações Tributarias.................................................................................. 5
4.1. Infração Por Atraso De Pagamento Do Tributo ........................................................ 6
4.2. Infração Por Falta De Pagamento Ou Pagamento A Menos .................................. 6
4.2.1 Crimes Tributários Não Aduaneiros .................................................................... 6
4.2.2. Crimes Tributários Aduaneiros ........................................................................... 8
5.Classificação Das Infrações Tributarias ........................................................................ 9
5.1. Infrações Substanciais e Formais ........................................................................... 9
5.2. Infrações Omissivas E Comissivas ........................................................................ 9
5.3. Infrações Subjetivas E Objetivas ......................................................................... 10
5.4. Infrações Culposas E Dolosas.............................................................................. 10
6.Os Fins Das Sanções Nas Infrações Tributárias .......................................................... 11
7. Conclusão ................................................................................................................... 12
8. Referencias Bibliográficas.......................................................................................... 13
1.Introdução
O direito tributário é um ramo do direito que rege o processo de arrecadação de tributos,
bem como a relação jurídica resultante de tal acto, onde existem dois sujeitos, o ente
publico e os contribuintes. Por vezes os sujeitos tendem a agir contrariamente as normas
estabelecidas, descumprindo uma conduta imposta pela lei, quando tal ocorre estamos
diante de uma infração fiscal, que o tema a ser abordado.

1.1. Objectivos
Objetivo Geral: analisar no que consistem as infrações fiscais e o seu respectivo regime
jurídico.

1.1.1. Objectivos Específicos;


• Conceitualizar as infrações fiscais;
• Compreender qual é a natureza jurídica das infrações fiscais;
• Apresentar os tipos de infrações fiscais bem como a sua classificação;

1.2. Metodologia
no que concerne a materialização do trabalho de investigação, este envolveu pesquisa
qualitativa e bibliográfica de informações que façam alusão ao tema em tudo, bem como
o método indutivo e a consulta a legislações de modo a encontrar o ratio correcto do tema
em estudo.

1.3. Estrutura
o trabalho é composto pela: introdução, onde consta uma breve apresentação do tema a
ser abordado, os objectivos e a metodologia usada na elaboração do trabalho;
fundamentação teórica; as considerações finais e as referências bibliográficas.
2. Conceito e Natureza Das Infrações Tributárias

2.1. Conceito
Nos termos do n.º 1 do art.º 181 da lei nº 2/2006 de 22 de Março, constitui infração
tributária todo o facto típico, ilícito e culposo declarado punível por lei tributária, que
infrinja as normas reguladoras/ordenadoras tributárias.

será considerada, assim, ‘’como a violação de um comando tributário suscetível de


provocar uma sanção de tipo penal, de tipo punitivo’’ (MARTINEZ. 2003, p.334)

As infrações fiscais podem ser percebidas em sentido amplo e restrito. Em sentido amplo
consistira na quebra e na violação de toda e qualquer norma. Isto é, refere-se a ofensa de
uma norma fiscal, seja qual for a sua natureza. Em sentido restrito apresenta-se como
crime ou delito, abrangendo tanto os julgados mais graves como também os menos graves
(contravenções e contraordenações).

2.2. Natureza das infrações Tributárias

A natureza das infrações tributárias sempre foi um tema controverso na doutrina, a


discussão girava em torno do grau de anti-juricidade da infração tributária.

a)A teoria Penalista: a infração tributária é uma verdadeira infração criminal. Os seus
seguidores assumem que, em face da heterogeneidade dos delitos compreendidos no
Direito Penal, entre eles incluem-se também as infrações tributárias. São vários os
fundamentos desta teoria. Uns consideram que está ultrapassado o período em que as
infrações tributárias eram eticamente indiferentes e cada vez mais existe o sentimento
coletivo de justiça social, pelo que a violação das normas tributárias deve ser penalmente
sancionada, pela observância de princípios e normas de Direito Penal, de forma a
intensificar a repressão tributária. Já outros entendem que a conceção penalista da
infração tributária é mais garantística para os arguidos e terceiros, através de princípios
como o da tipicidade, o da culpa, o da intransmissibilidade da pena, o da
jurisdicionalização dos processos. (SALGUEIRO, 2018)

b) A teoria Administrativista: Esta doutrina funda-se na distinção defendida por Sá


Gomes (apud SALGUEIRO, 2018, p20.) entre ilícito criminal e ilícito administrativo,
que radica na distinção dos fins do Estado em fins de justiça – defesa de bens jurídicos
tutelados, quer de bens, quer de pessoa, onde se enquadra o ilícito criminal – e em fins
administrativos – que visam o bem-estar social, e que, ao serem violados, constituem
ilícitos administrativos. Face a este enquadramento, as infrações tributárias supõem um
regime jurídico distinto do Direito Penal. Por exemplo, aplicam-se apenas penas
pecuniárias, excluindo-se absolutamente as penas privativas da liberdade. Porém, por
outro lado, as respetivas sanções podem ser aplicadas sem as exigências quanto às
condições de culpabilidade e meios de defesa, quer substantivos quer administrativos, do
Direito Penal.

c) A teoria autonomista: Esta tese considera que as infrações tributárias não têm nem
natureza penal, nem natureza administrativa, mas sim uma natureza própria, com um
conjunto de normas ajustadas a este fenómeno e ao seu grau de repulsa social. No entanto,
para Salgueiro (2018, p.21), são grandes os inconvenientes desta visão tertium genus pois
‘’para além de descartar os princípios fundamentais do Direito Penal, que asseguram a
defesa das liberdades, põe em causa o prestígio e a autoridade dos sistemas tributários’’.

d) A teoria pluralista: esta doutrina, considera que as infrações tributárias tanto podem
ter natureza penal, como administrativa ou até mesmo natureza civil. Assim, umas vezes
a infração tributária afeta apenas o património do sujeito ativo e, portanto, a sanção, que
terá natureza civil, não punitiva, visa apenas reconstituir o mesmo. Outras vezes, a
infração poderá ter natureza administrativa quando, nomeadamente, a declaração ocorre
fora do prazo legal e perturba o exercício das atividades do Fisco. Por fim, poderá ser
penalmente punida, quando, por exemplo, há falsificação de declarações, uma vez que há
uma afrontação da ordem jurídica e social.

e) A teoria dualista: A doutrina dualista também entende que as infrações tributárias


nem sempre têm a mesma natureza e, portanto, em bom rigor, trata-se igualmente de uma
teoria pluralista. Porém, esta conceção não entende que as ilicitudes tributárias civis sejam
infrações tributárias, uma vez que as suas sanções, os juros de mora, por exemplo, não
têm natureza punitiva, ou seja, as infrações tributárias são aquelas que visam uma sanção
repressiva ao infrator. Assim, as infrações tributárias ou têm natureza penal ou
administrativa.

3. Classificação das infrações


De acordo com o Regime Geral das Infracções Tributarias, as infracções tributárias são
constituídas por crimes, contra-ordenações, transgressões ou contravenções, nos termos
do artigo 181 n.º 2 Da lei n.º 2/2006 de 22 de Março.
3.1. Contraordenações

Para alem do comportamento violador de normas que e considerado crime, também


existem outros comportamentos violadores da lei a que é dada menor relevância por serem
considerados menos graves, são as contraordenações, puníveis com coimas. Assim sendo,
entende-se por contraordenação, todo o facto ilícito e censurável que preencha um tipo
legal no qual se comine uma coima. A coima é uma sanção pecuniária que não é
convertível em prisão.

Apesar da duplicidade da natureza das infrações tributárias, as contraordenações, no


plano incriminatório e sancionatório, aproximam-se tendencialmente dos princípios
próprios do Direito Penal.

3.2. Crime
É toda ação humana que lesa ou ameaça de lesão um bem juridico. ( MAGALHAES DE
NORONHA). O crime é infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de
detenção, quer isoladamente, quer alternativamente ou cumulativamente com a pena de
multa;

3.3. Transgressão
A transgressão se traduz numa desobediência, isto é, refere-se a toda ação humana que
ultrapassa noções que pressupõem a existência de uma norma que estabelece e demarca
limites.

4. Tipos De Infrações Tributarias


Quando se fala de infrações tributárias, é bem comum fazer uma relação direta com a
ausência de pagamento de impostos, porém, essas infrações podem ir muito além disso,
como: recolhimento de valor incorrecto, registros incorrectos de activos e património,
falta de documentos obrigatórios, falha na entrega de declarações contábeis e fiscais,
descumprimento de obrigações acessórias, entre outras.

As infrações tributariam se materializam em três: 1) por atraso de pagamento de tributo;


2) por falta do pagamento ou pagamento a menor; 3) por descumprimento dos deveres
instrumentais.
4.1. Infração Por Atraso De Pagamento Do Tributo
A obrigação tributária principal é aquela cujo conteúdo obrigacional prevê a satisfação
do próprio tributo, com o seu recolhimento aos cofres públicos no prazo legal. Este
recolhimento deve ser efetuado dentro de um determinado prazo estabelecido em lei. O
não pagamento do tributo devido pelo sujeito passivo no prazo legal, pela simples
omissão, sem qualquer conduta positiva, caracteriza a denominada infração “por atraso
de pagamento do tributo devido”, sujeita a multa de mora.

4.2. Infração Por Falta De Pagamento Ou Pagamento A Menos


A falta de pagamento do imposto é entendida como o não pagamento do tributo devido
ou o pagamento a menos do tributo devido. O não pagamento do tributo no prazo ou o
pagamento a menos não ocorre somente por omissão pode se realizar também de forma
intencional, sem qualquer fim específico (infração simples) ou em função de manobras
deliberadamente dirigidas a esse propósito, ou destinadas a pagar tributo menor que
aquele realmente devido (infração qualificada).

Na infração simples o sujeito passivo não realiza nenhuma manobra administrativa ou


contábil com a intenção de não pagar o imposto devido, pelo contrário, cumpre todos os
deveres para a formalização do crédito tributário, inclusive, informa a autoridade o quanto
deve através da entrega das declarações exigidas, entretanto, simplesmente deixa de pagar
o tributo. Se atua positivamente com intenção deliberada de não pagar o tributo no prazo
legal ou de paga-lo em quantia inferior à verdadeiramente devida, com interesses escusos
(que não estão em conformidade com a lei), comete o sujeito passivo infração qualificada,
caracterizada por quaisquer manobraras artificiosas.

Essas manobras são conceituadas pela legislação de dois modos: crimes tributários não-
aduaneiros e crimes tributários aduaneiros.

4.2.1 Crimes Tributários Não Aduaneiros


• Sonegação Fiscal

A sonegação fiscal, prevista na b) do art.º 199 da lei nº2/2006 de 22 de Março, representa


a omissão ou ocultação de valores e bens com o objetivo de pagar menos impostos do que
o obrigatório. Sonegar é ocular, esconder, é deixar de informar ou retirar do conhecimento
da administração tributaria os atos e os fatos que a lei tributaria define como elementos
integrantes da regra matriz de incidência, seja no antecedente ou no consequente,
evitando, assim a formalização da obrigação tributaria e a cobrança do respectivo crédito.

• Simulação
Para Venosa simular é fingir, mascarar, camuflar, esconder a realidade. A simulação no
Direito Tributário ocorre quando um contribuinte, visando a obtenção de uma economia
fiscal, cria uma situação fictícia que faz surgir um determinado fato gerador menos
oneroso do que aquele que deveria incidir concretamente. Como hipótese pode ser citado
o caso de uma “doação”, onde na realidade ocorreu verdadeiro contrato de compra e
venda. Na simulação, muito embora se trate de um ato ilícito, aparentemente a ação está
revestida de licitude, dificultando a ação da entidade fiscal. A simulação esta
compreendida no c), nº1 do art.º 199 da lei nº 2/2006 de 22 de Março.

• Fraude Fiscal
A fraude fiscal é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou
parcialmente, a ocorrência do facto gerador da obrigação tributaria principal, excluir ou
modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto
devido, ou evitar ou diferir o seu pagamento está contemplada na a) do nº 1 do art. 199
da lei 2/2006 de 22 de Março.

Na fraude, o objetivo do sujeito passivo não é mais esconder da autoridade administrativa


o conhecimento da ocorrência do fato gerador, como acontece na simulação, a ação ou
omissão visa fazer desaparecer de modo que não se perceba o pagamento do tributo, com
a prática de determinados atos ou sua abstenção do factor gerador da obrigação principal
ou de reduzir o montante do tributo devido ou evitar o seu pagamento.

• Conluio
O conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas, naturais ou jurídicas, visando
qualquer dos efeitos da sonegação ou fraude. Ou seja, é a união de duas ou mais pessoas
que visam praticar atos tendentes a obter o resultado de esconder da autoridade a
ocorrência do fato gerador da obrigação ou escamotear o seu pagamento. O conluio é
caracterizado como infração grave e, consequentemente, é penalizado com maior
severidade do que o descumprimento meramente omissivo, conforme se constata no nº 4
do art.º 199 da lei 2/2006 de 22 de março.
4.2.2. Crimes Tributários Aduaneiros
• Contrabando

nos termos do art.º 204 da lei nº 2/2006 de 22 de março, o contrabando é toda a ação ou
omissão fraudulenta que tenha por fim fazer entrar no território aduaneiro moçambicano
ou dele fazer sair quaisquer bens ou mercadorias ou veículos sem passar pelas alfandegas.
As suas sanções se encontram previstas no art.205, e consistem na aplicação de multas
que variam de 30.000.000.00mt a 100.000.000.000, 00mt.

• Descaminho de direitos

É toda a ação ou omissão fraudulenta que tenha por fim retirar das alfandegas ou fazer
passar através delas quaisquer mercadorias sem serem submetidas a ao competente
despacho ou mediante despacho com falsas indicações de modo quer a obter a entrada ou
saída de mercadorias de importação ou exportação proibida quer a evitar pagamento total
ou parcial dos direitos e demais imposições aduaneiras estabelecidas sobre a importação
e exportação (art.º 206 da lei nº 2/2006 de 22 de Março).

Nos termos do art.º 207 do mesmo dispositivo legal, a pena aplicável aa esta infração e
de multa, que pode variar dos 20.000.000.00mt aos 60.000.000.000,00mt.

• Fraude as garantias fiscais aduaneiras:

É todo acto praticado pelo proprietário, depositário ou transportador de quaisquer


mercadorias apreendidas nos termos da lei, com vista a destruir, danificar ou as tornar
inutilizáveis durante ou depois da apreensão. Nestes casos a lei prevê que o infrator deva
repor os bens, sendo aplicável cumulativamente a pena de prisão até 2 anos e multa que
varie de 3 0.000.000,00MT a 500.000.000,00MT nos termos do n.º 1 do art.º 209 da lei
nº 2/2006 de 22 de Março.

• Quebra de marcas e selos

Ocorre quando nos termos do nº 1 do art.º 216 da lei nº 2/2006 de 22 de Março, alguém
abre, rompe ou inutiliza, total ou parcialmente, marcas, selos e sinais prescritos na
legislação aduaneira, apostos por funcionário competente para identificar, segurar ou
manter inviolável mercadoria sujeita a fiscalização ou para certificar que sobre esta recaiu
arresto, apreensão ou outra providência cautelar. Para tal infração prevê-se multa que
varia de 15.000.000,00MT a 300.000.000,00MT
• Infração por descumprimento dos deveres instrumentais

Um dever instrumental é entendido como sendo uma obrigação acessória, esses deveres
são prestações positivas ou negativas que devem ser praticadas pelos contribuintes ou por
terceiros em favor da fiscalização e da arrecadação tributaria, tais como emitir notas
fiscais, escriturar livros, preencher guias e delações, tolerar fiscalizações e fornecer a
documentação. Estes deveres instrumentais não dizem respeito a obrigação tributaria
entre si, na medida em que não contem definição de ocorrência do facto gerador nem por
objeto o pagamento do tributo ou de uma penalidade. Porém, sua edição justifica-se no
interesse da autoridade tributária, dinamizando a arrecadação e coibindo (impedir) a ação
danosa dos sonegadores

5.Classificação Das Infrações Tributarias


Analisando as normas jurídicas, dá pra identificar vários tipos de infrações, tais como,
substanciais e formais, omissivas e comissivas, subjetivas e objetivas: culposas e dolosas,
simples e continuadas

5.1. Infrações Substanciais e Formais


Quanto a natureza, as infrações podem ser divididas em substanciais e formais.

As infrações substanciais são as decorrentes dos descumprimentos das obrigações


tributarias consideradas como principais. Aquelas cujo conteúdo obrigacional prevê a
satisfação do próprio tributo. Envolve a violação do dever de “dar”, de entregar
determinada quantia, a título de tributo às autoridades.

As infrações formais são as decorrentes dos descumprimentos dos deveres instrumentais,


aqueles que gravitam em torno da obrigação principal. Envolvem deveres de fazer ou não
fazer. Para Nogueira, são medidas de ordem, de procedimento ou de forma, que deverão
ser obedecidas pelas partes, a fim de que a obrigação principal seja cumprida na medida
e na forma legal

5.2. Infrações Omissivas E Comissivas


Quanto ao modo de concretização, as infrações podem ser divididas em omissivas e
comissivas. A infração omissiva, Segundo Abriel Dotti, é a abstenção da actividade
juridicamente exigida. Constitui uma atitude psicológica e física de não-atendimento da
ação esperada, que deveria e podia ser praticada.

A lei tributária exige determinado comportamento do sujeito passivo, que deixa de


cumpri-lo por diversas razões, como, por exemplo: a falta de entrega da declaração do
imposto de renda no prazo legal. A infração tributária omissiva considera-se praticada na
data em que termina o prazo para o comportamento do respectivo dever, nos termos do
n.º 3 do art.º 182 da lei nº 2/2006 de 22 de Março.

A infração comissiva ocorre pela prática de conduta vedada pelo ordenamento jurídico
tributário, o agente direciona seu comportamento a uma finalidade proibida pela
legislação tributária, como na hipótese prevista nos impostos de transmissão, que veda a
lavratura, o registo ou a averbação pelo tabelião, escrivão e oficial de registo de imóveis,
de actos e termos do seu cargo, sem a prova do pagamento do imposto. A infração nestes
casos considera-se praticada no momento em que o infrator actuou, nos termos do n. º2
do art.º 182 da lei nº 2/2006 de 22 de Março.

5.3. Infrações Subjetivas E Objetivas


Quanto ao grau de culpabilidade, as infrações tributárias podem ser divididas em
subjetivas e objetivas.

As infrações subjetivas levam em consideração a conduta do sujeito passivo, se culposa


ou dolosa. A infração culposa é praticada com negligência, imprudência e imperícia. A
infração dolosa considera a vontade do agente, a intenção de praticar o ato ilícito.

As infrações objetivas são as involuntárias, imputadas formalmente pela lei, sem perquirir
sobre a culpa ou a intenção do agente ou do responsável na prática do ato, basta a mera
ocorrência do fato para ficar caracterizada a culpa e, consequentemente, a
responsabilidade pelo acto.

5.4. Infrações Culposas E Dolosas


Quanto ao grau de responsabilidade, as infrações podem ser divididas em culposas e
dolosas. As infrações culposas ocorrem quando o infrator, embora sem intenção, o facto
se emitiu por negligencia, imprudência ou imperícia, sendo, desta forma, culpado.
Exemplo de infração formal culposa: um mandatário ou empregado, emite uma nota fiscal
de modelo errado.
As infrações dolosas ocorrem quando o infrator age deliberadamente contra a lei, com
intenção de conseguir o evento ilícito. O dolo deve ser entendido não só quando o agente
quer diretamente o resultado, mas também, quando assume o risco de produzi-lo.
Exemplo típico de infração dolosa é a omissão de rendimentos relevantes em todas as
declarações apresentados ao fisco, praticada de forma reiterada, ocultando o efectivo
valor da obrigação tributária principal e impedindo o conhecimento da ocorrência dos
factos geradores, conforme consagra o art.º 199 da lei nº 2/2006 de 22 de Março.

6.Os Fins Das Sanções Nas Infrações Tributárias


A sanção jurídica é a consequência desfavorável que as regras jurídicas preveem para o
caso de violação das normas. Ou seja, a sanção apresenta-se apenas como a estatuição de
uma norma sancionatória cuja previsão é a ilicitude. De acordo com Nuno de Sá Gomes,
esta ilicitude pode revestir natureza distinta conforme a natureza da norma ordenadora,
isto é, caso a mesma seja civil, administrativa, penal, tributária.

Conforme Manuel Cortes Rosa, «as penas fiscais não têm por finalidade ressarcir
prejuízos, reais ou presumidos, que a violação de um dever tributário tenha provocado à
entidade credora do imposto», ou seja, não tutela interesses de um sujeito ativo concreto,
mas sim «um interesse geral da sociedade, personalizada no Estado e esse interesse geral
ligado à cominação de sanções para os autores de determinados atos ilícitos.
7. Conclusão
Chegados à parte final do nosso trabalho de pesquisa, cumpre-nos tecer as devidas
conclusões, evidenciando as principais ideias que podemos reter deste nosso estudo. A
infracção tributaria se realiza pela inobservância ou descumprimento da obrigação
tributaria, que tem como objecto prestação pecuniária compulsória denominada “tributo”
ou ainda dos deveres de fazer ou não fazer referentes à instituição, cobrança e arrecadação
de tributos, denominados de deveres instrumentais.

Pudemos perceber que a nossa legislaçao consagra tres tipos de infrações, concretamente
os crimes, as contraordenações e as transgressões. A sua natureza é determinada de acordo
com o ramo do direito violado, quer seja penal, civil, administrativo, tributário ou outros.
Tratando-se de infração tributaria, as normas jurídicas violadas são as estabelecidas e
disciplinadas pela lei tributárias.

Por fim, nosso estudo, como verificamos no ponto anterior, as sanções tributárias são a
consequência da prática de ilicitudes tributárias. Porém, a sanção tributária não atua
sempre do mesmo modo, uma vez que as sanções não têm sempre as mesmas funções e
o desvalor jurídico inerente à ilicitude da conduta violada não é sempre o mesmo.
Entretanto, neste ambito, ela visa tutelar um interesse geral da sociedade.
8. Referencias Bibliográficas
Lei n.º 2/2006 de 22 de Março.
Infracoes tributarias, acedido a 10 de setembro de 2023 em:
https://www.scribd.com/document/576562376/Infraccao-Tributaria-v-2-1
MARTINEZ, Soares, Direito fiscal, 10ª edição, reimpressão, Coimbra: Almedina, 2003.
PENE, Claúdio. Apontamento De Direito Fiscal Moçambicano. Escolar Editora : 2014.
SALGUEIRO, Orlando Miguel Lourenço, Os Fins Das Sanções Das Infrações
Tributárias. Universidade de Lisboa: 2018.

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