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Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria de Moçambique

4o Ano
Turma: 02
Contencioso Fiscal
Aula Pratica 1
Discente: Hélder Artur Comé

Docente: José Carimo

Maputo, Abril de 2020

Exercícios

1.Fale da natureza jurídica do Contencioso Fiscal.

R:Primeiramente é importante saber que o contencioso tributária/fiscal esta ligado com o


Direito Tributário. Contencioso fiscal é o conjunto de processos dirigidos ao tribunal judicial
e não só, que servem para o contribuinte socorrer-se desses processos para fazer valer os seus
direitos quando considere que uma decisão violou os seus direitos ou pelo menos não foi justa
tendo em conta a tributação. É importante porque estabelece princípios, procedimentos,
normas, regras com vista a proteger os direitos dos contribuintes. Esta tem a natureza de
resolver conflitos de interesses entre duas ou mais partes que leva à discursão da legalidades
de determinados actos e leis definidas pelas leis tributárias.

2.Estabeleça os princípios informadores do Contencioso Fiscal.

R: Os princípios informadores do processo judicial tributário são, o princípio da igualdade das


partes, Principio da Celeridade Processual, Principio do inquisitório e o Princípio da
colaboração.
O princípio da celeridade processual é o direito de impugnar ou de recorrer contenciosamente,
implica o direito de obter, em prazo razoável, uma decisão que aprecie, com força de caso
julgado, a pretensão regularmente deduzida em juízo, e a possibilidade da sua execução tem
por função a tutela plena e em tempo útil dos direitos e interesses legalmente protegidos em
matéria tributária, referindo também, que o processo judicial tributário, não deverá ter duração
acumulada superior a dois anos, contados desde a data da instauração e a data da decisão
proferida em 1º.

Princípio do inquisitório impõe que o tribunal realize ou ordene, oficiosamente, todas as


diligências que considere úteis para conhecer a verdade material, face aos factos alegados, ou
de que oficiosamente deva conhecer, as Autoridades e Serviços de Finanças, são obrigadas a
prestar as informações que o Juiz entender necessárias. As decisões dos tribunais são
obrigatórias para todas as outras autoridades, e o Juiz, tudo deve fazer para conhecer do mérito
da causa, não devendo terminar o processo, por meros aspectos formais, artº. 7º do CPTA.

Princípio da colaboração, pressupõe, que todas as partes envolvidas, colaborem com os


tribunais, na realização da justiça, mesmo quando sujeitas ao dever de sigilo profissional, e são,
nomeadamente obrigados ao dever de colaboração, os Magistrados, as entidades
administrativas, e os particulares.

Princípio da igualdade das partes implica que em processo tributário, as partes dispõem de
iguais faculdade e meios de defesa como refere o artº. 98º. Da LGT. “Todos os cidadãos são
iguais perante a lei, gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres.” (artigo
16.º-1)“Ninguém pode ser discriminado com base na cor, raça, estado civil, sexo, origem
étnica, língua, posição social ou situação económica, convicções políticas ou ideológicas,
religião, instrução ou condição física ou mental.” (artigo 16.º-2)

3.Estabeleça as fontes do Contencioso Fiscal.

R: R:As fontes do contencioso fiscal podem ser legislativas ou Administrativas.

Fontes principais ou legislativas: A constituição; As convenções internacionais; As leis; Os


regulamentos;

Fontes secundárias ou Administrativas: A doutrina; A Jurisprudência e O costume.


4.António Malandro, empresário, no dia 22 de Fevereiro do ano de 2019, foi cobrado
imposto pela administração tributária, tendo o contribuinte pago todos os impostos
cobrados no dia 20 de Março do ano de 2019. Nestes termos, a autoridade tributária
insiste na possibilidade de recobrança de imposto alegando que o empresário não
efectuou o pagamento ou a liquidação do imposto cobrado.

a) Quid juri.

R: O Sr. António perante o acontecimento terá que recorrer ao artigo 9˚ de 19/2005 de 22 de


junho, uma impugnação de actos (reclamação) junto a autoridade tributária, visto que o Sr.
António efectuou o pagamento do imposto e tem os comprovativos do pagamento, percebe-se
que não efectuou se a liquidação da mesma quantia, ou seja o imposto não liquidou, sendo que
ele tem 5 anos para a liquidação do mesmo a luz. do n˚ 1 do artigo 31˚ da lei n˚15/2002.

b) Qual seria o procedimento do empresário perante administração tributária?

R: O empresário deve aplicar o procedimento de comprovação e verificação, para confirmação


do cumprimento das obrigações dos sujeitos passivos (artigo 10 nr.1 alínea a decreto 19/2005
de 22 de junho).

5.Thimani Moto, juiz fiscal do Distrito de Mutarara, Província de Tete, sentenciou a favor
da sua esposa para não efectuar o pagamento dos impostos devidos ao Estado, tendo o
mesmo ordenado a devolução dos valores objecto da dupla tributação.

a) Analise o posicionamento do Juiz.

R: Primeiramente referir que o juiz colocou em causa a sua integridade, porque não devia ser
ele a julgar os actos da sua esposa pelo grau de parentesco, ele devia, sabendo da informação
afastar se do caso alegando o seu grau com a lesada, conforme o artigo 17 do decreto 19/2005
de 22 de junho,

Sendo que o juiz tomou o caso, ele infringiu a norma, julgando seu cônjuge colocando em
causa a sua imparcialidade em relação ao caso, tomando decisões que favorecem ao seu
cônjuge. Sendo assim não deverá devolver o valor da dupla tributação até um segundo
julgamento.
6.Qual é o período legal da caducidade do direito à liquidação?

R: A luz do artigo 86 da lei nr. 2/2006 de 22 de março o direito da administração tributária de


liquidar os tributos caduca, se a liquidação não for validamente notificada ao sujeito passivo
no prazo de cinco anos, desde que a lei não fixe outro prazo.

7.Fale da Impugnação Judicial.

R: 7. A impugnação judicial é o processo judicial tributário por excelência, e tem por função,
a tutela plena e efectiva, em tempo útil dos direitos e interesses legalmente protegidos em
matéria tributária, surge em regra na sequência de um acto tributário com o qual o contribuinte
não está de acordo, no todo ou em parte, por considerar ter ocorrido uma ilegalidade (mas pode
também surgir no caso em que está apenas em causa a determinação da matéria coletável ou
valores patrimoniais.

8.Quais são os prazos da Impugnação Fiscal?

R: A impugnação será apresentada no prazo de 90 dias contados a partir dos factos seguintes:
a) Termo do prazo para pagamento voluntário das prestações tributárias legalmente notificadas
ao contribuinte;
b) Notificação dos restantes actos tributários, mesmo quando não dê origem a qualquer
liquidação;
c) Citação dos responsáveis subsidiários em processo de execução fiscal;
d) Formação da presunção de indeferimento tácito;
e) Notificação dos restantes actos que possam ser objecto de impugnação autónoma nos termos
deste Código;
f) Conhecimento dos actos lesivos dos interesses legalmente protegidos não abrangidos nas
alíneas anteriores.

2 - Em caso de indeferimento de reclamação graciosa, o prazo de impugnação será de 15


dias após a notificação.
3 - Se o fundamento for a nulidade, a impugnação pode ser deduzida a todo o tempo.
9.Para que serve o Ónus da Prova?

R: O ónus serve para fazer prova de incorreção ou irregularidades (detetadas) por parte dos
indivíduos no processo de determinação e liquidação do tributo, ou seja, o ónus serve como
guia das partes para que elas formem o processo e instruam seus argumentos, uma vez que
a prova serve para guiar o magistrado e convencê-lo das alegações postas em discussão.

10.Quem tem legitimidade em julgar matérias de recurso fiscal na cidade de Maputo?

R: Na cidade de Maputo o tribunal administrativo é que tem a competência para julgar,


condenar ou absorver no que respeita ao recurso fiscal.

11.A autoridade tributária levou a cabo uma inspecção ao IVA da sociedade “Comandos”
S.A. Em virtude da sua complexidade, a inspecção prolongou-se por cerca de nove meses.
Após a conclusão de tal inspecção, a sociedade foi notificada, em 18 de Junho de 2017, de
uma liquidação adicional de IVA referente ao exercício de 2011.

a) Quid juris?

R: Os sujeitos passivos são obrigados a entregar mensalmente, junto da entidade competente,


a declaração prevista na c) do nr 1 do artigo 25, até ao último dia do mês seguinte àquela a que
respeitem as operações nelas abrangidas. Artigo 32 nr 1 da lei nr. 32/2007 de 31 de dezembro,
trata-se de um procedimento de fiscalização parcial pois teve como ênfase a verificação do IVA
da sociedade indicada, artigo 11 nr 2 b) decreto 19/2005 de 22 de junho.

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